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no século II a.C. que congregou sob o seu poder grandes territórios no centro da
Península Ibérica, resistindo com imenso fulgor aos invasores Romanos.
A primeira estrofe consiste numa alusão ao instinto que alimenta a crença e a razão de
ser da raça humana, como se a alma de Viriato estivesse presente no inconsciente
coletivo do povo.
A importância dada aos mitos, nesta estrofe é atenuada, contudo continua presente.
Isto porque Viriato, apesar de ser um homem que fez grandes feitos ao ponto de ser
considerado um mito continua a estar abaixo de Ulisses não deixando nunca de ter em
volta dele uma áurea de mito, além disso, pouco se sabe da sua história ou de sua
morte.
Assim sendo, Pessoa começa a enumerar aqueles que foram considerados mitos,
partindo de Ulisses (o mito absoluto), e continuando com Viriato (uma personagem
histórica, tornada mítica pelos seus feitos).
Tal como Ulisses, o mito, também Viriato fecunda em nós e influencia decisivamente o
ímpeto da Nação, podendo esse aspeto ser compreendido nos versos três e quatro.
Na segunda estrofe, reafirma se o que foi dito na primeira. Viriato vive sempre, a sua
vida reencarna, constantemente, de uma forma simbólica como se fosse um ciclo
infinito que influencia as sucessivas gerações de Portugueses.
Nos versos 5 e 6 o conector “porque” usado nos dois versos apresentam ma ideia de
causa, como se só existisse uma Nação e um povo porque algo simbólico renasceu.
Além disso, o facto desses dois versos serem um paralelismo semântico (nome+
conjugação+ causal+ forma verbal no pretérito perfeito) confere intensidade e
convicção ideias.
Nesta estrofe existe a ideia de que é como se Viriato estivesse entre nós, devido á
utilização dos verbos “reencarnaste” e “ressuscitou”, pois os seus ideais prevalecem,
como por exemplo, a coragem.
O ultimo verso desta quadra procura ter um valor conclusivo através do conector
“assim” que demostra que de facto o mito é essencial na fundação de um povo,
reafirmando assim o conteúdo da primeira estrofe.
Mesmo sem ser nada, sem ser o mito já é alguma coisa pois sem Viriato o dia não
podia nascer, reforçando a ideia de que se o mito não nascer por completo, ficará só
pela madrugada e nunca será um dia.
No 11 verso, “E já o ir haver o dia” é a previsão de que viria a existir algo, neste caso,
o reino de Portugal. A primeira parte da Mensagem é sobre a formação de Portugal,
assim, como Viriato foi um antecessor da formação do Reino.
O último verso deste poema mostra o lado místico, quando Portugal ainda não existia,
ou seja, a sua suposta existência não era certa, era “confusa”.
Em suma, neste poema, Fernando Pessoa descreve Viriato como sendo guerreiro e
chefe lusitano que é visto como o fundador da terra lusitana, aquele que cujos atos fez
de Portugal um país genuíno tendo em conta que não caiu em esquecimento por parte
da nação. É por esse reconhecimento por parte do povo e pelos feitos heroicos que
este país se fundou.