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NARRADO: Sejam bem vindos a Pádua, esta bela cidade da Lombardia, o jardim da Itália, ao final
do século XVI. Bem, o bom do teatro é que quem está aqui prega uma peça em quem está aí. Nós
aqui fingimos que estamos em outro tempo e outro lugar, e vocês aí fingem que acreditam.
LUCÊNCIO: Precisamos achar logo um lugar para morar nesta cidade tão bonita. Preciso,
quanto antes, me concentrar nos estudos.
LUCÊNCIO: Eu sei o que você quer dizer, mas esqueça! Nesta minha estada em Pádua faltará
tempo para a Erica, a Renata ou a Priscila, porque só terei olhos para a Ética, a Retórica e a Poética!
LUCÊNCIO: Mas a irmã parece um anjo, obediente e quieta, como uma mocinha deve ser.
LUCÊNCIO: Viu só, Trânio? Minerva, a deusa da sabedoria, falou através dessa donzela.
LUCÊNCIO: Eu não acreditava que isso pudesse acontecer, até que aconteceu comigo.
LUCÊNCIO: Para isso eu teria que estar presente no dia a dia da garota que eu amo...
AMÉLIA ENTRA.
LUCÊNCIO: Onde você esteve, sua palerma?
LUCÊNCIO: Não está na hora de brincar, sua paspalha. Nós trocamos de roupa para salvar minha
vida.
LUCÊNCIO: É a sua cabeça que vai rolar se você não parar de ser pateta!
LUCÊNCIO: E enquanto eu penso em como sair dessa enrascada, o Trânio irá ficar no meu
lugar, e você deverá servir o Trânio que a partir de agora, deve chamar de Lucêncio.
LUCÊNCIO (PARA TRÂNIO): Você precisa fingir que ama Bianca e quer se casar com ela.
Fim da cena I
CENA II
PETRÚQUIO E GRÚMIO VEM CHEGANDO
LUCÊNCIO: Deixe comigo, senhor. Não perderei uma só oportunidade de salientar suas
qualidades.
ENTRA CATARINA, PUXANDO BIANCA POR UMA CORDA QUE PRENDE SUAS
DUAS MÃOS
CATARINA BATE EM BIANCA.
ENTRA BATISTA.
BATISTA DESAMARRA BIANCA
CATARINA SAI POR UM LADO DO PALCO. PELO OUTRO LADO ENTRAM
NARRADOR ASSUME.
NARRADOR: Em fim chegou a hora tão esperada, do duelo de declarações, promessas e ameaças
entre os protagonistas, dando largada à domação da megera!
CATARINA ENTRA
PETRÚQUIO TENTA ABRAÇÁ-LA, ELA O ESTAPEIA
ENTRAM BATISTA, GRÊMIO E TRÂNIO (DISFARÇADO DE LUCÊNCIO).
PETRUQUIO BEIJA CATARINA À FORÇA E SAI POR UM LADO DO PALCO.
CATARINA BUFA, BATE O PÉ, ROSNA E SAI PELO OUTRO LADO.
BATISTA, GRÊMIO E TRÂNIO SAEM.
O NARRADOR VAI PARA A FRENTE DO PALCO.
LUCÊNCIO: eu sou Lucêncio, de Pisa, disfarçado de professor para declarar todo o meu amor por
você.
LUCÊNCIO: afinal, Alcides é apenas outro nome de Hércules. BIANCA: Se você está dizendo, eu
acredito, professor.
LUCÊNCIO: HA! ou você não tem talento musical nenhum, ou escuta pelos joelhos.
AMÉLIA ENTRA.
LUCÊNCIO: Sua lerda!
CENA II (NARRADA)
NARRADOR: Enfim, no domingo seguinte, Petruquio honrou sua palavra e se casou com
Catarina.
ATO QUATRO:
CENA I
NARRADOR: (PARA O PÚBLICO) A domação continua no interior da casa de campo de
Petrúquio. Eu posso contar para vocês como tudo se passou porque fiquei sabendo através de
Grúmio.
NARRADOR: Parece que a nossa megera está experimentando um pouco de seu próprio veneno.
CENA II
CENA 3
LUCÊNCIO: Se eu não estivesse tão feliz, te daria umas pancadas, sua estulta. Mas além de feliz,
estou inseguro. Será que a Bianca vai aceitar se casar com o Câmbio?
LUCÊNCIO: Esse é o seu problema. Não pense! E continue fazendo a sua parte no plano.
LUCÊNCIO: (INDICANDO-SE) Eu sou o verdadeiro Lucêncio. Perdão, senhor, eu casei com sua
filha enquanto você estava com os olhos cegos por falsas impressões.
BATISTA, LUCÊNCIO E BIANCA SAEM
ELE SAI
ELES SAEM
FIM DA CENA I
AMÉLIA SAI
AMÉLIA VOLTA
LUCÊNCIO: É, Petrúquio, chegou a sua vez.
AMÉLIA SAI
GRITOS DE MULHERES FORA DA CENA
LUCÊNCIO: A megera volta a atacar!
NARRADOR: (PARA O PÚBLICO) E assim termina a história d' A Megera Domada. (FAZ
REVERÊNCIA) Minhas saudosas saudações. THE END