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VENDA PROIBIDA

L ições Bíblicas
UMA BOA COMPREENSÃO
DA LÍNGUA PORTUGUESA
PARA UM ESTUDO DA
BÍBLIA COM EXCELÊNCIA.

Em diversas passagens, a Bíblia ensina que o cristão


deve fazer qualquer tarefa com zelo e excelência.
Esta verdade não é menor ao falarm os do estudo
e transm issão das Escrituras Sagrad as.
O conhecimento das funções gram aticais é uma
ferram enta indispensável para todos os obreiros
que se lançam à prática da Herm enêutica e da
Exegese Bíblica no ministério do ensino, bem como
da Homilética na exposição de m ensagens.
Portanto, o desempenho do trabalho para o qual
fomos cham ados e para o qual nos propomos
to rn a r-s e -á mais eficiente à medida que melhor
conhecermos nosso idioma materno.

SA IB A MAIS:

CBO
3o t r im e:

LIÇÃO 1 INTRODUÇÃO À PRIMEIRA CARTA A TIMÓTEO 3

LIÇÃO 2 O PROBLEM A DOS FALSOS M ESTRES 11

LIÇÃO 3 IN STRU ÇÕ ES A RESPEITO DA ORAÇÃO 18

LIÇÃO 4 IN STRU ÇÕ ES PARA AS M ULHERES 26

LIÇÃO 5 IN STRU ÇÕ ES PARA OS PASTORES 33

LIÇÃO 6 QUALIDADES PESSOAIS E ESSEN CIAIS PARA OS DIÁCONOS 40

LIÇÃO 7 IN STRU ÇÕ ES SO BRE O COM PORTAM ENTO NA IGREJA 47

LIÇÃO 8 O RESPEITO ÀS PESSOAS E O CUIDADO COM AS VIÚVAS 55

LIÇÃO 9 CONSELHOS DE PAULO A TIMÓTEO 62

LIÇÃO 10 A SEGUNDA CARTA A TIMÓTEO 69

LIÇÃO 1 1 SEJA FIRME 76

LIÇÃO 12 VEN H A DEPRESSA 83

LIÇÃO 13 ORGANIZAR A IGREJA EM CRETA 90


CASA PUBLICADORA DAS
CBO ASSEMBLÉIAS DE DEUS
Presidente da Convenção Geral das
Assembléias de Deus no Brasil
SEJAM FIRMES
José Wellington Costa Junior Ensino Sadio e Caráter Santo
Presidente do Conselho Administrativo nas Cartas Pastorais
José Wellington Bezerra da Costa
Diretor Executivo Com a graça de Deus iniciaremos
Ronaldo Rodrigues de Souza o terceiro trimestre do ano. Estuda­
Gerente de Publicações remos um tema bem relevante para
Alexandre Claudino Coelho
os nossos dias: As Cartas a Timóteo
Consultor Doutrinário e Teológico e Tito. O objetivo é apresentar os
Elienai CabraL
ensinos de Paulo, um líder já ex­
Gerente Financeiro
periente, para dois jovens pastores
Josafá Franklin Santos Bomfim
que estavam iniciando a carreira.
Gerente de Produção
Jarbas Ramires Silva
Verem os que estas cartas, embora
Gerente Comercial
escritas em uma época distinta da
Cícero da Silva nossa, contêm importantes orienta­
Gerente da Rede de Lojas ções para os Líderes e membros da
João Batista Guilherme da Silva igreja quanto à vida pessoaL e cristã.
Gerente de TI A cada lição estudada, temos a
Rodrigo Sobral certeza de que você verá com o as
Gerente de Comunicação cartas a Timóteo e Tito são verda­
Leandro Souza da Silva deiros m anuais eclesiástico s que
Chefe do Setor de Educação Cristã nos ensinam a viver conform e a
Marcelo Oliveira vontad e de D eus até que J e su s
Chefe do Setor de Arte & Design venha arrebatar a sua Igreja.
Wagner de Almeida
V iv e m o s tem pos trabalhosos
Comentarista e não podem os nos descuidar da
Silas Queiroz
sã doutrina para que ven h am o s
Editora
rechaçar as m uitas heresias que
Telma Bueno
rondam a igreja.
Projeto Gráfico, Designer e Capa
Suzane Barboza
Que Deus o(a) abençoe.
Fotos
Até o próximo trimestre.
shutterstock.com
Os editores.
RIO DE JANEIRO - CPAD MATRIZ
Av. Brasil, 34.401 - Bangu - CEP21852-002
Rio de Janeiro - RJ
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INTRODUÇÃO À PRIMEIRA
CARTA A TIMÓTEO
TEXTO PRINCIPAL LEITURA SEMANAL
"N inguém d espreze a tua
S E G U N D A -lT m 1.1
m o cid ad e ; m as sê o exem p lo
Uma carta escrita a Timóteo
do s fiéis, na palavra, no trato,
TERÇA - l Tm 1.3,4
no amor, no espírito,
O propósito de Paulo
na fé, na p u re za ."
para Timóteo
(1 Tm 4 . 12)
QUARTA - l Tm 1.1-20
Instruções sobre a fé correta
RESUMO DA LIÇÃO
QUINTA - l Tm 2.1—3.16
A s cartas pastorais, em bora Instruções para a igreja
escritas em um tem po SEXTA - l Tm 4 .1-6 .2 1
distinto d o nosso, apresentam Instruções para os presbíteros
o rientações im portantes para a SÁBADO - l Tm 3.1-7
igreja e a liderança atuais. Instruções para os pastores

JOVENS 3
OBJETIVOS
A PR ESEN TAR Timóteo no contexto da Literatura pauLina;
COMPREENDER que PauLo considerava Timóteo como um fiLho na fé;
• EXPLICAR que Timóteo era um jovem ministro, por isso precisava
de instrução e cuidado.

INTERAÇAO
Prezado(a) professor(a), com a graça de Deus iniciamos o terceiro trimestre
do ano. Estudaremos treze Lições a respeito das Cartas Pastorais. Estas cartas são
instruções de PauLo, servo de Deus, para dois jovens pastores: Timóteo e Tito.
O comentarista das Lições é o pastor SiLas Queiroz, membro do ConseLho de
Com unicação e Imprensa da CGADB. ELe é Jornalista, Bacharel em Teologia e
Direito. Especialista em Direito Público, Direito Processual Civil e Docência Uni­
versitária. É Procurador Geral do município de Ji-Paraná, RO e atua como pastor
nas congregações de Ji-Paraná, cidade na qual reside.
Que o estudo de cada lição possa trazer a certeza de que Jesus Cristo, o
Sum o Pastor, tem ensinos preciosos para sua vida e Igreja.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor(a), para a primeira auLa do trimestre sugerimos que você reproduza
o quadro abaixo. Utilize-o na apresentação do primeiro tópico da lição, pois o
objetivo é apresentar algum as informações importantes a respeito da Primeira
Carta a Timóteo.

PRIMEIRA CARTA DE PAULO A TIMÓTEO

PROPÓSITO Proporcionar encorajamento e instrução a Timóteo, um jovem Líder.

AUTOR PauLo.

DESTINATÁRIO Timóteo, os jovens Líderes da igreja, e os cristãos de todo o mundo.

DATA Provavelmente 64 d.C.

Timóteo era um dos companheiros mais íntim os de PauLo. ELe


enviou Timóteo à igreja em Efeso para deter 0 falso ensino que
ali havia surgido (1.3,4). Timóteo provavelmente serviu por algum
PANORAMA
tempo como Líder na igreja de Efeso. PauLo esperava visitá-lo, mas
enquanto isso, escreveu esta carta para dar a Timóteo instruções
práticas sobre 0 ministério.

PESSOAS-CHAVE PauLo e Timóteo.

LUGAR-CHAVE Efeso.
Extraído de Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, CPAD, p. 1699.

4 JOVENS
TEXTO BÍBLICO

i Timóteo 1.1-7 4 Nem se deem a fáb u las ou a g e n e ­


1 Paulo, apóstolo de Je su s Cristo, s e ­ alo gias interm ináveis, que m ais pro­
gun do o m an dado de Deus, nosso d uzem q u estõ es do que ed ificação
Salvador, e do S enho r Je su s Cristo, de Deus, que co n siste na fé; assim
e sp eran ça nossa. o faço agora.

2 A Tim óteo, m eu verd ad eiro filho na 5 Ora, o fim do m andam ento é o amor
fé: graça, m isericórdia e paz, da parte de um co ração puro, e de um a boa
de D eus, no sso Pai, e da de Cristo consciência, e de uma fé não fingida.
Jesus, nosso Senhor. 6 Do q u e d e s v ia n d o -s e a lg u n s , se
3 Com o te roguei, quando parti para a entregaram a vãs contendas.
M acedõnia, que fic a sse s em Éfeso, 7 Q uerendo ser doutores da lei e não
para a d v e rtire s a a lg u n s q u e não entend end o nem o que dizem nem
ensinem outra doutrina. o que afirm am .

igrejas e três enviadas a pastores: 1 e 2


As cartas pastorais são mensagens Timóteo e Tito. O roL se compLeta com
uma carta pessoal, escrita a Filemon.
de um pLantador de igrejas e experiente
Dez cartas foram escritas antes e du­
pastor, o apóstoLo PauLo, a dois fiLhos na
rante a primeira prisão do apóstoLo em
fé, vocacionados para o serviço cristão:
Roma, que se deu em 61 d.C. e durou
Timóteo e Tito. Elas nos edificam, de
dois anos (At 28.16,30). Antes da prisão,
um lado, com o exem plo paulino de
escreveu GáLatas, í e 2 TessaLonicenses,
afeição e cuidado pastoraL, e, de outro,
1 e 2 Coríntios e Romanos. CoLossenses,
com a devoção, obediência e LeaLdade
Efésios, Fi li penses e Filem on são as
desses dois dedicados jovens pastores.
cham adas cartas da prisão.
A beleza dessas cartas, seu con­
2. Escrevendo durante as viagens.
teúdo doutrinário e sua singular pra-
PauLo escreveu 1 Timóteo e Tito entre 63
ticidade ecLesiástica serão anaLisados
e 65 d.C., durante a viagem que reaLizou
ao longo de todo o trimestre. Vam os
depois de seu primeiro aprisionamento
conhecer os desafios que Timóteo e Tito
em Roma. Seu último livro, a Segunda
enfrentaram e como foram instruídos Carta a Timóteo, foi escrita durante o
para atuar como Líderes espirituais. Que segundo aprisionamento, de dentro de
tenhamos uma compreensão maior da uma das cadeias romanas (66 ou 67 d.C.).
vida eclesiástica sob a ótica pastoral Os fatos narrados nas cartas pastorais,
e sejam os mais engajados na subLime portanto, são posteriores às narrativas
obra de servir a Deus na Igreja de Cristo. contidas em todos os demais textos pau-
Linos e nos registros de Lucas em Atos
I - TIMÓTEO NO CONTEXTO 28.30,31. Por isso, além da substancial
DAS CARTAS DE PAULO teoLogia pastoraL, essas três cartas en­
1. E p ísto la s pastorais. Paulo e s ­riquecem o contexto neotestamentário
creveu 13 dos 27 livros do Novo T e s­ com vaLiosas informações históricas dos
tamento. Nove são cartas dirigidas a últimos anos do ministério de Paulo.

JOVENS 5
3. De volta às viagens. Não foram últimos anos de vida do apóstolo
apenas os dois anos de prisão dom i­ dos gentios, singulares em todo o
ciliar em Roma que afastaram Paulo Novo Testamento.
de sua lida missionária (At 28.16-30).
Antes disso, ficara preso aproximada­ SUBSÍDIO O
mente três anos, desde sua prisão em “Prezado(a) professor(a), incentive
Jerusalém (At 21.33), passando pelos seus alunos a lerem, no decorrer do
mais de dois anos de encarceramento trimestre, as Cartas de PauLo a Timóteo
em Cesareia (At 24.27) até a chegada à e a Tito. Se possíveL faça uma Leitura em
capitaL do império (At 28.16). Somente que todos possam acompanhar juntos.
depois de cinco longos anos privado Para dar início ao primeiro tópico da
de sua ativid ad e ap o stó lica e p a s­ Lição faça a seguinte pergunta: “QuaL era
toral presencial, Paulo volta a viajar. o cerne do ensino de PauLo a Timóteo?”
É possível que, nessa oportunidade, Ouça os alunos com atenção e depois
ele tenha realizado seu desejo de ir à explique que “o centro do ensino de
Espanha (Rm 15.24,28). O que se sabe, PauLo a Timóteo concentra-se no modo
com certeza, é que visitou algum as de vida que é apropriado dentro da igreja.
das igrejas que havia fundado durante As suas Lições falam de oração (2.1-8),
suas três grandes viagens missionárias mulheres (2.9-15), a escolha de ‘bispos’
(At 13—21). Dentre elas, Creta e Éfeso. (3.1-7) e ‘diáconos’ (3.8-13) e concluem
Co m o já m encionam os, m esm o com uma Liturgia de Louvor (3.14-16). Estas
aprisionado PauLo continuou vivendo Lições têm o objetivo de ajudar Timóteo
com o um fiel e atuante m inistro de a saber ‘como convém andar na igreja
Cristo. A lém das quatro cartas que do Deus vivo'. A seguir, PauLo passa a
e scre ve u , em Rom a e le preg ava e faLar do próprio Timóteo. É aparente que,
e n s in a v a “as c o is a s p e rte n c e n te s embora PauLo amasse muito Timóteo, e o
ao S e n h o r J e su s C risto ” (At 28.31), enviasse em importantes missões. Timó­
demonstrando seu profundo compro­ teo, por natureza, era tímido e hesitante.
misso com o seu SaLvador. Com o eLe Por isto as palavras de PauLo parecem,
m esm o escreveu, entendia que era às vezes, iralém do incentivo e da exor­
“o prisioneiro de Jesu s Cristo [peLos] tação. PauLo Lembra Timóteo de que eLe
g e n tio s” (Ef 3.1). Foi fiel em todo o pode esperar falsos ensinos infectando
tem po (Jo 16.33; Ap 2.10). as igrejas, e que é o seu dever ‘propor’ a
verdade aos irmãos (4.1-10). Mas Timóteo
0 PENSE! deve fazer ainda mais. ELe deve ‘mandar
PauLo nos dá o exemplo de como e ensinar' a verdade, e não permitir que
precisam os perm anecer fiéis à alguém ‘despreze’ sua ‘mocidade’. E as
nossa vocação, mesmo em meio a exortações prosseguem: Timóteo deve
adversidades e sofrimentos. ‘meditar nestas coisas', ‘ocupar-se neLas'
e ‘perseverar nelas' (4.10-16).”
Q PONTO IMPORTANTE!
(RiCHARDS, Law rence O. Comentário His-
As epístolas pastorais nos reservam tórico-Culturaldo Novo Testamento. Rio d e
valiosas informações e ensinos dos Janeiro: CPAD, 2007, p. 467.)

6 JOVENS
II - TIMÓTEO, VERDADEIRO FILHO um pretexto para rejeitarem o Evange­
1. S u a o rig em . T im óteo nasce u lho. Em muitas ocasiões o apóstolo já
em Listra, c id a d e da L ic a ô n ia , na havia ensinado sobre a suficiência da
província romana da GaLácia. Sua mãe, fé em Cristo como meio de receber a
Eunice, e sua avó, Lóide, que eram graça saLvadora, como deixou registrado
ju d ias, ensinaram as Escrituras para em diversas epístolas (Rm 3.21-28; Ef
eLe desde a infância (2 Tm 1.5; 3.14,15). 2.8,9 e Gl. 2.16).
A c re d ita -se que ele, sua m ãe e sua P aulo tinha um a c o m p re e n sã o
avó tenham se tornado cristãos por muito clara da obra da salvação (Ef
ocasião da primeira viagem missionária 3.1-7), acim a de qualquer prática le­
de PauLo, junto com Barnabé, pois em galista: “Porque, em Jesus Cristo, nem
Listra muitos se tornaram discípulos a circuncisão nem a incircuncisão têm
de Cristo pela pregação do apóstolo virtude alg um a, mas, sim , a fé que
(At 14.6-23). opera por am or” (Gl 5.6). Precisam os
Q uand o P aulo retorna à Listra, compreender bem o que é a Liberdade
agora junto com SiLas, em sua segunda cristã e o Lugar das obras no propósito
viagem missionária, encontra Timóteo, divino. Com o nos ensina o apóstolo,
“fiLho de uma judia que era crente, mas somos saLvos peLa fé, “criados em Cris­
de pai grego, do quaL davam bom tes­ to Jesus para as boas obras, as quais
temunho os irmãos que estavam em Deus preparou para que andássem os
Listra e em Icônio” (At 16.1,2). nelas” (Ef 2.10).
2. Com panheiro d e Paulo. O bom 3. E v a n g e lh o d a in c irc u n c isã o .
testemunho de Timóteo, fruto de sua C o n fo rm e o D icion ário W ycLiffe, “a
educação espirituaL e seu progresso na circuncisão é, LiteraLmente, a remoção
fé cristã, motivou Paulo a convidá-lo cirúrgica do prepúcio do órgão sexuaL
para o acom panhar em sua jornada m a scu lin o ”. Foi ordenada por Deus
m issionária. Com o Tim óteo não era co m o um c o n ce rto entre E le e os
circuncidado, o apóstolo decidiu cir- descendentes de Abraão (Gn 17.10-14),
cuncidá-Lo “por causa dos judeus que tendo sido ratificada ao povo de IsraeL
estavam naqueles lugares” (At 16.3). nos dias de Moisés (Lv 12.1-3).
PauLo não circuncidou Timóteo por Observa-se que em reLação a Tito,
considerar isso necessário à saLvação, que era grego, o apóstolo d elib era-
mas para evitar que os judeus tivessem damente decidiu que não deveria ser

PROFESSOR(A), "um dos cuidados principais que Paulo transmite ao


seu jovem auxiliar é que Timóteo lute pela fé e refute os falsos ensinos que
estavam comprometendo o poder salvífico do evangelho. Paulo também
instrui Timóteo a respeito das qualificações espirituais e pessoais dos dirigentes
da igreja, e oferece um quadro geral das qualidades de um obreiro candidato a
futuro pastor de igreja" (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, p. 1862).
__________________________________ J
JOVENS 7
Hoje, de igual forma, 'Foi o representante esp e cial de
precisamos ter o cuidado Paulo em várias ocasiões.
de não ser enganados pelos 'R e c e b e u d u as cartas p e sso a is
de Paulo.
judaizantes, que ignoram o
'Lutava com uma natureza tímida
fato de que em Cristo não e reservada.
estamos mais sujeitos aos 'A parentem ente não co nseg uiu
preceitos da lei mosaica, c o rrig ir a lg u n s d o s p ro b le m a s na
como a guarda do sábado, ig reja d e Corinto, q uan d o P aulo o
a abstinência de enviou para lá.

certos alimentos e práticas (Adaptado da Bíblia d e Estudo Cronológica


A p licação Pessoal. Rio d e Janeiro: CPAD,
litúrgicas dojudaísmo. p. 1749 -)

III - T IM Ó T E O : UM J O V E M M I­
circuncidado, embora houvesse certa N IS T R O
pressão de ju d e u s, aos quais Paulo 1. A trajetória. Antes de ser com is­
chama de “faLsos irmãos" (GL 2.1-4). Aos sionado por Paulo para ser o pastor
gálatas, o apóstolo diz, textualmente, da igreja em Éfeso, Timóteo serviu ao
que havia sido comissionado a pregar apóstolo por longos anos, d e sd e o
o “evangeLho da incircuncisão" (GL 2.6- dia em que foi convidado para aco m -
10; 5.1,2). panhá-lo em suas viagens (At 16.3-8).
Hoje, de iguaL forma, precisamos ter C o n sid e ran d o a opinião de a lg u n s
o cuidado de não ser enganados peLos estudiosos, de que Timóteo tinha en­
judaizantes, que ignoram o fato de que tre 30 e 35 anos quando pastoreava
em Cristo não estam os mais sujeitos os efésios (65 d.C.), podemos afirmar
aos preceitos da lei mosaica, com o a que ele tenha se tornado cooperador
guarda do sábado, a abstinência de de PauLo com, no máximo, 20 anos de
certos alim entos e práticas litúrgicas idade (50 d.C.).
do judaísm o (Rm 14.1-6; G l 4.1-10). Foi assim, tão jovem, que eLe acom­
panhou fielmente o apóstolo em sua
SUBSÍDIO O segunda e terceira viagens, aLcançando
Professor(a), reproduza o esq ue­ confiança para missões de aLta reLevân-
ma abaixo deste texto e utilize-o cia espirituaL, como quando designado,
para mostrar aos alunos as qualida­ durante as viagens, para servir nas igrejas
des e realizações de Timóteo. em Tessalônica (1 Ts 3.1-10), Corinto (1
TIM OTÉO: Q U A LID A D E S E R EA ­ Co 4.16,17); e Filipos (Fp 2.19-24).
LIZAÇÕES Por ocasião do primeiro aprisiona-
'Acompanhou PauLo na segunda e mento de Paulo em Roma, lá estava
na terceira viagem missionária. Timóteo. O apóstoLo cita-o em três das
'E ra um re sp e ita d o c ristã o em quatro cartas da prisão (Fp 1.1; C l 1.1;).
sua terra. Solto, leva-o consigo em sua quarta

8 JOVENS
e última viagem missionária, quando e exercer a d isciplina e clesiá stica (1
roga para que fique servindo na igreja Tm 5.20). A pesar de ser ainda jovem
em Éfeso (1 Tm 1.3). segundo os padrões da época, apre­
2 .0 roteiro finaL O exato roteiro da sen tar certa tim id ez (2 Tm 1.6 -8) e
viagem de PauLo após sua primeira prisão enfrentar “frequentes enfermidades",
em Roma não éconhecido, principaLmen- incLusive estomacais (1 Tm 5.23), foi-Lhe
te porque o propósito das cartas que eLe dada a grande responsabilidade de
escreveu a Timóteo e a Tito não era de cuidar de um a das principais igrejas
registro histórico. O apóstolo escreveu do primeiro sécuLo. ALiás, a principaL
com a finalidade de orientar os jovens da Á sia Menor.
pastores quanto ao cuidado espiritual Segundo a Bíblia de Estudo Pente-
que deveriam ter consigo m esm os e costal, sete anos antes desta Primeira
com a missão que tinham recebidojunto Carta a Timóteo, no finaL de sua terceira
às igrejas que pastoreavam (1 Tm 4.16; Tt viagem m issionária, quando seg uia
2.1,7). As cartas trazem instruções práticas para Jerusalém, Paulo teve uma reu­
do que e de como deveria ser ensinado nião com os presbíteros de Éfeso na
(íT m 4.6; 5.1,2; Tt 2.15). vizinha cidade de MiLeto, e os advertiu
Como já afirmamos, é possíveL que do aparecimento de “lobos cruéis [...]
Paulo tenha ido até à Espanha. Certo que não [perdoariam] o rebanho” e
é que visitou Creta, onde deixou Tito de “[...] hom ens que [falariam] coisas
(Tt 1.5) e a lg u m a s c id a d e s da Á sia perversas, para atraírem os discípuLos
Menor, como MiLeto (2 Tm 4.20) e pos- após si" (At 20.29,30). Agora, isso já havia
siveLmente a própria Éfeso. De MiLeto, acontecido e cabia a Timóteo defender
seguiu para Trôade, rumo à Macedônia a pureza do Evangelho.
(FiLipos, TessaLônica e Bereia), região
de onde escreveu a primeira carta a SUBSÍDIO ©
Tim óteo (1 Tm 1.3). Prezado(a) professor(a) é im por­
3. A responsabilidade de Timóteo.tante que neste tópico seja enfatizado
O probLema da igreja em Éfeso eram os que T im óteo e ste ve presente, por
falsos mestres que estavam ensinando o casião do prim eiro ap risio n a m en -
“outra doutrina", envoLvendo “fábuLas" e to de P aulo em Roma. O ap ó sto lo
“geneaLogias intermináveis", que “mais faz, por três vezes, citaçõ es ao seu
[produziam] questões do que edificação “filho na fé ”. Leia, juntam ente com
de Deus" (1 Tm 1.3,4). A responsabiLidade os alun o s, os textos de F ilip e n se s
de Timóteo era adverti-Los de seus erros 1.1 e C o lo sse n se s 1.1. Paulo, ao ser
doutrinários e cuidar, ele mesmo, do soLto, Leva consigo a Timóteo em sua
ensino da “boa doutrina” (1 Tm 4.6), a quarta e última viagem missionária,
ortodoxia, a doutrina correta, que PauLo quando roga para que fique servindo
também cham a de “sã doutrina” (1 Tm na igreja em Éfeso (1 Tm 1.3). ExpLique
1.10; Tt 2.1). a im portância do líd er e sta b e le c e r
Timóteo também deveria transmitir b o n s re la c io n a m e n to s , to m a n d o
ensin o s práticos para toda a igreja c o m o e x e m p lo P a u lo e T im ó te o .

JOVENS 9
ESTANTE DO PROFESSOR
PEARLMAN, Myer. Comentário
Bíblico: Epístolas Paulina.2.ed.
Rio de Janeiro: CPAD, 2020.

O CONCLUSÃO
Estamos apenas começando nossa
empolgante jornada de estudo das
cartas pastorais. Ao longo do trimestre O HORA DA REVISÃO
I
estudaremos muito mais a respeito 1. O que são as cartas pastorais?
de Timóteo e seu edificante exemplo. As cartas pastorais são mensagens
Vamos examinar as recomendações de um pLantador de igrejas e expe­
transmitidas a ele por Paulo, seu pai riente pastor, o apóstoLo PauLo, a
espiritual, e constatar como são ex­ dois filhos na fé, vocacionados para
tremamente valiosas para a Igreja e o serviço cristão: Timóteo e Tito.
para cada um dos cristãos de todos 2. Quantas cartas PauLo escreveu?
os tempos. Que a graça de Deus Nove são cartas dirigidas a igrejas
permaneça com todos nós. e três enviad as a pastores: 1 e 2
Timóteo eTito.
3. Segundo a Lição, quaLa origem de
Tim óteo?
Timóteo nasceu em Listra. Sua mãe
Eunice e sua avó Lóide, que eram
ANOTAÇÃO ju d ias, o ensinaram as Escrituras
desde a infância.
4. Quantos anos Timóteo tinha quando
se tornou cooperador de PauLo?
Segundo os estudiosos eLe se tor­
nou cooperador de PauLo com, no
máximo, 20 anos de idade.
5. Q uala missão principaldeTim óteo
em Éfeso?
Advertir os falsos mestres de seus erros
doutrinários e cuidar, eLe mesmo, do
ensino da "boa doutrina”(iTm 4.6). Timó­
teo também deveria transmitir ensinos
práticos para toda a igreja e exercer a
discipLina ecLesiástica (íTm 5.20).
O PROBLEMA DOS
FALSOS MESTRES
TEXTO PRINCIPAL LEITURA SEMANAL
"Como te roguei, quando parti
SEGUNDA - At 20.2Q
para a Macedônia, que
Lobos cruéis
ficasses em Éfeso, para
advertires a alguns que não T E R Ç A -íT m 1,3
ensinem outra doutrina." Advertência contra as
(1 Tm 1.3) falsas doutrinas
Q U A R TA -íTm 1.7
RESUMO DA LIÇÃO Ensinando o que não sabem
QUINTA - Í T m 6.3-5
A ganância dos falsos mestres
N o ssas d outrinas estão
SEXTA - Mt 26.41
fun d am en tad as na B íblia
É preciso vigilância
Sag rad a, nossa única regra
infalível d e fé e prática.
SÁBADO - 1 Tm 4.1-5
Apostasia nos últimos tempos

JOVENS 11
OBJETIVOS
# SA BER porque é preciso cuidar da doutrina;
1. EXPLICA R qual era a m issão de Timóteo;
A PR ESEN TA R a necessidade de se considerar o ensino biblico.

INTERAÇÃO
Prezado(a) professor(a), é importante nessa lição recordar a recomendação de
Paulo a Tito: “Í...1 não entres em questões loucas, genealogias e contendas e nos
debates acerca da lei; porque são coisas inúteis e vãs. Ao homem herege, depois
de uma e outra admoestação, evita-o, sabendo que esse tal esta pervertido e
peca estando já em si mesmo condenado”(Tt 3.9-11). Aproveite a tematica da liçao
para enfatizar a importância de um estudo metódico e sistemático da Palavra de
Deus, sob a iluminação do Espirito Santo. Pois, é fundamental para nao cairmos
em nenhum engano teológico.

O R IE N T A Ç Ã O P E D A G Ó G IC A
Professor(a), para essa lição sugerimos que voce converse com seus alunos
falando a respeito dos falsos mestre. Diga que os “falsos mestres eram motivados
por um espírito de curiosidade e um desejo de alcançar poder e prestigio. Em
contraste, os genuínos mestres cristãos são motivados pela fe sincera e o desejo
de fazer o que é certo. ,
Discutir sobre os detalhes da Bíblia pode ser interessante, mas esta atitude nos
leva a situações irrelevantes e nos faz perder de vista o proposito da m ensagem
de Deus. Os falsos mestres de Éfeso construíram vastos sistemas especulativos
e então discutiam sobre os detalhes secundários de suas idéias fortemente ima­
ginárias Não devem os permitir que nada nos distraia do evangelho da salvaçao
em Jesus Cristo, que é o ponto principal das Escrituras. Devemos conhecer o que
a Bíblia diz aplicar seus ensinos diariamente à nossa vida, e ensina-los as outras
pessoas. Se assim fizermos, podemos avaliar todos os ensinos que nos sao apre­
sentados à luz da verdade central a respeito de Jesus. Nao enfoque os detalhes
da Bíblia, excluindo o ponto principal que Deus está lhe ensinando (Extraído de
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, CPAD, p. 1701).
m SSSÊ Ê ÊÊÊ ÊÊÊÊ ÊÊSÊÊÊ ÊÊÊ Ê
1 Timóteo 1.8-11
8 Sabemos, porém, que a lei é boa, se
10 Para os fornicadores, para os sodomitas,
alguém dela usa legitimamente.
para os roubadores de homens, para
9 Sabendo isto: que a lei não é feita para o os mentirosos, para os perjuros e para
justo, mas para os injustos e obstinados, o que for contrário à sã doutrina.
para os Ímpios e pecadores, para os 11 Conforme o evangelho da glória do
profanos e irreligiosos, para os parricidas Deus bem-aventurado, que me foi
e matricidas, para os homicidas. confiado.

INTRODUÇÃO dam entadas na Bíblia Sagrada, nossa


A história da Igreja sem pre foi mar­ única regra infalível de fé e prática (2
cada pela investida de falsos mestres, Tm 314-17).
q ue bu scam deturpar a m en sag em O Novo Testam ento usa dois ter­
do Evangelho e am eaçar o progres­ m os gregos para doutrina: didache e
so esp iritual dos cristãos. D esd e os didaskalia, ambos com dois sentidos: o
primeiros séculos, muitos heresiarcas ato de ensinar e o conteúdo do ensino
fizeram verdadeiras cruzadas contra (Mt 7.28; Mc 4.2: Rm 16.17; 1 Tm 4.13,16; Tt
as verdades centrais das Escrituras. Por 1.9; 2,1). A boa doutrina, ou a “sã doutri­
isso, zelar pelo correto ensino bíblico na" (1 Tm 1.10; Tt 2.1), é o ensino correto
é fundamental para a preservação da (ortodoxo), de acordo com as Escrituras,
verdadeira fé cristã. fruto de uma exegese que considera o
Com o vimos na lição anterior, sete que realmente está no texto, seguindo
anos antes Paulo já havia advertido aos o método histórico e gramatical. Busca,
anciãos de Éfeso de que “lobos cruéis” portanto, a intenção do autor sagrado,
surgiríam para atacar o rebanho (At que escreveu inspirado pelo Espírito
20.29). Quando ele visita a cidade após Santo (2 Pe 1,20,21). Não se orienta por
sua primeira prisão em Roma, constata pensamentos, sentimentos ou desejos
que isso havia ocorrido e delega a Ti­ do leitor, que, como destinatário do texto,
móteo a tarefa de ficar em Éfeso para deve crer nas Escrituras como infalível,
refutar os falsos ensinos e transmitir a completa e inerrante Palavra de Deus,
correta doutrina.
am oldando-se a ela e aplicando-a em
seu viver (Sl 119.9; Rm 12.2).
I - CUIDANDO DA DOUTRINA 2. O lu g ar d a ex p e riên cia e sp iri­
1 . 0 que é doutrina? É o conjunto de tual. Nós, pentecostais, valorizamos a
preceitos fundamentais que compõem experiência espiritual. Ela nos auxilia na
um sistema religioso, filosófico, político, com preensão do que está registrado
so cial ou econôm ico. No cam po das nas Escrituras à m edida que experi­
religiões, cada uma tem a sua doutrina, m entam os o m esm o que viveram os
os dogm as ou conjunto de crenças. O personagens do texto sagrado, como
Cristianism o tem suas doutrinas fun­ de Atos dos Apóstolos, por exemplo.

JOVENS 13
antes de Paulo escrever esta epístola,
Cremos, portanto, que podemos viver,
advertira os presbíteros de Éfeso de que
hoje, o que os crentes primitivos viveram
os falsos mestres procurariam distorcer
há quase dois mit anos (At 2 .14,41- 47 )-
a v e rd ad e ira m e n sag e m de Cristo.
Não interpretamos a Bíblia segundo
Agora que isso já estava acontecendo,
nossas experiências, mas as subm ete­
mos ao escrutínio das Escrituras, vali­ Paulo exorta Timóteo a confrontá-los
com coragem . Este jo vem pastor não
dando-as ou não conforme a autoridade
devia transigir com esses falsos ensinos
da Palavra de Deus Uo 10.35; 2 Tm 3.16;
que corrom piam tanto a lei quanto 0
2 Pe 1.21). Assim, podemos nos manter
livres de qualquer desvio teológico ou evangelho. Ele deveria travar contra
doutrinário e ter uma vida cristã sadia, eles o bom com bate m ediante a pro­
d esfrutando de um a vida esp iritual clam ação da fé original, conform e 0
verdadeira e equilibrada. ensino de Cristo e dos apóstolos (2 Tm
3. “Outra doutrina". Não sabem os 1,13,14), A expressão 'outra doutrina vem
do grego heteros e significa ‘estranha.
ao certo que doutrina estranha estava
'falsificada', 'diferente'."
sendo ensinada em Éfeso. O segredo
para a preservação da boa doutrina é (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro:
refutar qualquer ensino que lhe seja CPAD. p. 1864J
contrário. Por isso, bastava a Tim óteo
| | - A MISSÃO DE TIMÓTEO
não permitir que fosse ensinada outra
1. Um delegado apostólico. Timóteo
doutrina”(1 Tm 1.3). Conforme o comen­
foi deixado em Éfeso como uma espécie
tário da Bíblia de Estudo Pentecostal,
de "delegado apostólico", representante
“a expressão ‘outra doutrina vem do de Paulo com um a m issão pastoral
grego heteros e significa 'estranha1, específica. Entende-se que é por isso
'falsificada', 'diferente'”. Podemos con­ que apesar de ser uma carta dirigida
siderar, então, que m ais im portante d iretam ente a Tim ó teo , o ap óstolo
de q ue estu dar todo o universo de abre a epístola enfatizando suas cre­
doutrinas estranhas é conhecer, com denciais ministeriais, com o “apóstolo
profundidade, a correta doutrina bíblica, de Jesus Cristo, segundo o m andado
o que nos permitirá, por consequência, de Deus, nosso Salvador, e do Senhor
identificar com clareza qualquer outro Jesus Cristo, esperança nossa" (1 Tm
ensino contrário, Quem conhece bem i.i) e identificando Timóteo como seu
"verdadeiro filho na fé" (v.2).
o que é verdadeiro não tem dificuldade
Assim, a carta serviría não apenas
para discernir 0 que é falso
para Tim óteo, mas, tam bém , para a
igreja local, a quem seria dado a c o ­
S U B S ÍD IO #
nhecer o seu conteúdo. Isso reforçaria
Prezado(a) professor(a), in ic ie 0
a autoridade espiritual do jovem pastor,
tópico fazendo a seguinte pergunta; “0
notadamente diante de sua juventude
que é doutrina?" O uça os alunos com
e certa timidez e da possibilidade de
atenção e incentive a participação de
resistência ao seu ensino, pela co n -
todos. Depois, explique que “sete anos

14 JOVENS
frontação dos desvios doutrinários (1 tração de heresias na igreja: o primeiro, a
Tm 4.11,12; 6.3-5).
entrada de “lobos cruéis”; o segundo, o
2. Os falso s m estres. Éfeso era a surgimento de falsos mestres dentre os
principal cidade da Ásia Menor. Com o próprios presbíteros locais. Isso está claro
cidade portuária, era um agitado centro na advertência feita por Paulo sete anos
econôm ico na época, o que tam bém antes (At 20.29,30) e continua sendo um
fazia dela um lugar de grande ebulição perigo para qualquer igreja: (1) abrir-se
religiosa, cultural e filosófica. Era gran­ para a entrada de líderes cujas convic­
de o paganism o em Éfeso, cidade da ções de fé não sejam suficientemente
conhecida deusa Diana (Ártemis), cujo conhecidas e (2) fomentar o surgimento
tem plo era uma das sete m aravilhas de ensinadores ou pregadores neófitos (1
do mundo antigo. O culto a Diana dava Tm 3.2,6). Em Éfeso, esses falsos mestres
muito lucro para os efésios (At 19.24-28). estavam ensinando doutrinas estranhas,
Mais de cinquenta outros d e u se s e preocupados com fábu las (mitos) e
deusas eram adorados em Éfeso. g en ealo g ias ju d a ic a s interm ináveis,
Com o já assinalado, Paulo não se que produziam infrutíferas discussões.
preocupou em identificar quem seria Com o seu orgulho, causavam divisões.
os falsos mestres e quais, exatamente, Agiam em busca de popularidade (1.7)
as heresias que difundiam na igreja de e eram gananciosos (6.3-5).
Éfeso. Isso se deve, também, ao fato Na pretensão de serem doutores da
de q ue T im óteo já era c o n h e ce d o r lei, estabeleciam confusão e mistura
da realidade espiritual local, com o se entre elem ento s ju d a ic o s e cristãos
extrai da expressão paulina “Com o te (1.6,7), descam bando para o asce tis­
roguei [...] que ficasses em Éfeso, para mo, como a proibição de casamento e
U " (1 Tm 1.3), Claro está que Paulo e abstinência a determinados alimentos
seu cooperador já tinham conversado (4 -3). Há, também, indícios de uma certa
acerca dos problemas daquela igreja, inclinação gnóstica, ainda que incipiente,
3. H eresias infiltradas. Dois m ovi­pela expressão "falsamente cham ada
mentos ocorreram em Éfeso para a infil­ ciência" (6.20).

PROFESSOR(A), “0 conceito bíblico de ensino e aprendizagem não


é primeiramente transmitir conhecimentos ou preparar-se academica­
mente. É produzir santidade e uma vida piedosa que se conforme com
os caminhos de Deus (cf, 2 Tm 1,13), 0 mestre da Palavra de Deus deve ser
uma pessoa cuja vida seja uma demonstração de perseverança na verdade,
na fé e na santidade (3.1-13), Como pastor e dirigente da igreja. Timóteo
devia perm anecer lea l à verdadeira fé apóstolica e com bater as falsas
doutrinas que estavam entrando na igreja" (Bíblia de Estudo Pentecostal.
Rio de Janeiro: CPAD. p. 1864),

JOVENS 15
questões do que edificação de Deus.
Timóteo é exortado
que consiste na fé'. M esm o que seja
a "conservar a f é e a boa impossível concluir com plena certeza
consciência", para o que quais eram estes ensinos o apóstolo
é fundamentai dedicar-se percebia q ue estavam m inando a fé
a uma vida de piedade e dos cristã o s efêsio s, não è forçar a
santificação, a qual inclui, interpretação sugerir q ue se tratava
de um com eço de gnosticismo. A he­
necessariamente, o estudo
resia conhecida por gnosticismo. que
devocional da Palavra de no sé cu lo II se tornou am eaça séria
Deus, além da vigilância e à integridade do ensino cristão, tinha
da oração constantes. raizes ju d a ic a s e gentias. Houve três
fases sucessivas da influência judaica
na Igreja Primitiva. A seg u n d a era a
fase jud aizante que Paulo com bateu
Tim óteo é exortado a "conservar
co m tanta e fic á c ia na Ep isto la ao s
a fé e a boa consciência", para o que
Gálatas. É sobre a terceira fase, em
é fundam ental d edicar-se a uma vida
q u e h avia 're la ç õ e s fin g id a s so b re
de piedade e santificação, a qual inclui,
nom es e g e n e a lo g ia s d e anjos, que
necessariamente, o estudo devocional
0 apóstolo procura avisar Tim óteo
da Palavra de Deus, além da vigilância e
A fa lá c ia b á sic a do g n o sticism o
da oração constantes (Mt 26.41; 1 Tm 4 8-
era o p o sicio n a m e n to d e um d u a ­
16). Isso sem pre foi um grande desafio
lism o fu n d a m en ta l entre 0 espirito
para todo cristão, principalmente agora
em tempos pós-modernos, de uma vida e a m atéria, e n tre o bem e o m al.
R eco nhecid am en te, D eus era bom,
tão frenética e de tanta perversidade
m as o m und o e ra e s s e n c ia lm e n te
(2 Tm 3.1-5). Contudo, não podem os
mau. Diante disso, com o explicar que
desfalecer (Lc 18.1-8), mas perseverar
o bom D eus criou um m undo m au?
sem pre (Rm 12.12; C l 4 -2).
Isto era re alizad o p elo co nceito de
um d e m iu rg o — u m a e s p é c ie d e
SUBSÍDIO® 'sem ideus' suficientem ente afastado
Professor(a), explique aos alunos
do D eu s santo a ponto d e este não
que ‘a responsabilidade im ediata de
ter re s p o n s a b ilid a d e p e la c ria ç ã o
T im ó teo era esta: Para ad vertires a
do m undo mau. En tendem o s pron­
alg u n s q ue não ensinem outra d o u ­
tam ente o fato de Paulo caracterizar
trina'. O apóstolo não nos inform a a
e sp e c u la ç õ e s por fáb u las (ou m itos
q u e m e le s e referia q u an d o em itiu
interm ináveis), e p o rque h avia g e ­
esta ordem; Tim óteo provavelm ente
nealo gias interm ináveis. Esta últim a
já sa b ia m uito bem q u em eram os
e x p re ssã o re fe re -s e à im p o rtância
envolvidos. Paulo usa term os vag o s
q ue o ju d a ísm o dá a genealogias.
p ara d e s c re v e r a n a tu re z a d e s ta s
heresias: 'Fá b u la s ou... g e n e a lo g ia s (Comentário Bíblico Beacon. Voí9- Rio de
interm ináveis, q u e m a is pro d uzem Janeiro: CPAD, 2014. p 452.)

16 JOVENS
O HORA DA REVISÃO
1. Com o podem os conceituar dou­
trina?
É o conjunto de preceitos funda­
mentais que compõem um sistema
religioso, filosófico, político, social
ou econômico.
2. Q uais os term os g reg o s u sado s
para doutrina no Novo Testamento
e quais os sen tido s?
O Novo Testamento usa dois termos
gregos para doutrina: d íd ache e
didashalia, am bos com dois senti­
dos: o ato de ensinar e o conteúdo
do ensino,
3 - Que características da cid ad e de
Éfeso a lição apresenta?
Éfeso era a principal cidade da Ásia
Menor. Com o cidade portuária, era
um agitado centro econôm ico na
época, o que também fazia dela um
Lugar de grande ebulição religiosa,
cultural e filosófica
4 . Q u al o verd ad eiro propósito do
ensino d as Escrituras?
O alvo supremo de toda a instrução ANOTAÇAO
da Palavra de Deus é um a trans­
formação moral interior da pessoa,
que se expressa no amor, na pureza
de coração, numa consciência pura
e num a fé sem hipocrisia,
5 . O q ue d eve m o s fazer para co n ­
servar a fé e a boa co n sciê n cia?
É fundam ental d e d ica r-se a uma
vida d e p ie d a d e e santificação ,
a q u a l inclui, n e ce ssaria m e n te ,
o estudo d e vo cío n a l da Palavra
de Deus, além da vigilância e da
oração constantes,
INSTRUÇÕES A
RESPEITO DA ORAÇÃO
TEXTO PRINCIPAL LEITURA SEMANAL
SEGUNDA - Fp 4 4
"A d m o e sto -te, pois, antes de Apresente seus pedidos a Deus
tudo , q ue se façam d ep recaçõ es, TERÇA - Tg 516
orações, intercessões e açõ es de A oração da fé
qraças por to d o s os hom ens. QUARTA - Mc 11.24
(1 Tm 2.1) Tudo o que pedirdes em oração
QUINTA-M t 6.7,8
RESUMO DA LIÇÃO Instruções do Mestre
sobre oração
Paulo recomenda à igreja a SEXTA - Mt 7.11
disciplina da oração, pois o A bondade de Deus para
crente tem a responsabilidade com os que oram
de orar em favor de SÁBADO - 1 Ts 5-17
todos os homens. Ore continuamente

18 JOVENS
OBJETIVOS
CO M PREEN DER que a oração deve ser uma prioridade;
EXPLICA R o poder da oração;
A PR ESEN TA R o propósito divino na oração.

INTERAÇÃO
Prezado(a) professor(a), você reconhece a importância da oração na vida do
crente? Então, não terá dificuldades em abordar essa temática, pois tem a oração
como uma disciplina cristã em sua vida,
No decorrer da lição enfatize que orar é conversar com Deus. É um meio vitaL
de manter e aprofundar nossa comunhão com Ele e nos fortalecer na graça que
há em Cristo Jesus.
A orientação de Paulo a Timóteo, que veremos na lição deste domingo, nos revela
o lugar prioritário que a oração deve ter em nossa vida pessoal e na igreja local.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor(a), para iniciar a lição sugerimos que você faça a seguinte pergunta;
"Você já parou para pensar na recom endação paulina a Timóteo a fim de que
orasse por todos os homens, em esp ecial os que estão na posição de líder?"
O uça os alunos e incentive a participação de todos. Depois explique que
Paulo fez esta recom endação, quando Nero era o imperador. S ab em o s que
e le foi um a d as figuras m ais p o lê m ic a s da história e ficou co n h e cid o por
su a s atrocidades. Orar por alg uém que ad m iram os não exige esforço, mas
a Palavra de Deus nos exorta a orar por todos, sejam e les bons ou maus. Os
crentes eram perseguidos, presos e jo g a d o s no C o lise u para serem d e vo ­
rados pelos leões, m as eram incentivados a orar em favor de seu s algozes.
T e m v o cê orado por nossa nação e no sso s g o ve rn an te s? Q ue venham o s
ap render com os irm ãos da igreja do prim eiro sé cu lo a interceder em favor
de todos os que estão em em inência, sejam e le s ju sto s ou injustos, pois esta
é a vontade de D eus para nós.
1 Timóteo 2.1-8 5 Porque há um só Deus e um só mediador
entre Deus e os homens, Jesus Cristo,
1 Admoesto-te, pois, antes de tudo, que
se façam deprecações, orações, inter- homem.
cessões e ações de graças por todos 6 O quaL se deu a si mesmo em preço
os homens. de redenção por todos, para servir de
2 Pelos reis e por todos os que estão em testemunho a seu tempo.
eminência, para que tenhamos uma vida 7 Para o que (digo a verdade em Cristo,
quieta e sossegada, em toda a piedade não minto) fui constituído pregador, e
e honestidade. apóstolo, e doutor dos gentios, na fé e
3 Porque isto é bom e agradável diante na verdade.
de Deus, nosso Salvador. 8 Quero, pois, que os homens orem em
4 Que quer que todos os homens se salvem todo o lugar, levantando mãos santas,
e venham ao conhecimento da verdade. sem ira nem contenda.

que tinha em Éfeso: refutar 0 ensino dos


m i |NTRoDu(^Ão 9ê ê ê falsos mestres. A partir do capítulo 2,
Q u a l a m issã o fu n d a m e n ta l do
transmite instruções práticas de como
cristão em relação ao mundo e às au­
o jovem pastor deveria liderar a igreja
toridades? No texto em estudo, Paulo
e de como deveria ser desenvolvida a
nos responde esta pergunta. Sabemos
vida eclesiástica. O apóstolo com eça
que a pregação do Evangelho é, sim, a
advertindo-o da prioridade para o viver
grande missão da Igreja na Terra, con­
cristão: a oração.
forme ordenado por Jesus (Mc 16.15). É
A expressão “antes de tudo” indica
preciso considerar, contudo, que antes
que antes de qualquer outra prática
da proclamação é necessário que haja
litúrgica Timóteo deveria dedicar-se à
oração (At 4.31; Ef 6.18,19).
oração e estim ular os crentes efésios
Em tempos tão agitados, em que se
a fazer o mesmo. Seu dever pessoal
busca uma participação mais ativa das
fica evidenciado quando o apóstolo diz
igrejas na vida pública é fundam ental
“adm oesto-te”e o dever congregacio-
estudar o que o Novo Testamento nos
nal está explícito na expressão “que se
ensina sobre isso. V iven d o em um a
façam”. Ou seja, Timóteo e toda a igreja
é p o ca de tanta conturbação, sob o
deveríam ter a oração como prioridade
opressor Império Romano, a orientação
no viver. Isso funcionaria - e funciona,
de Paulo foi, antes de tudo, a prática
induvidosamente -, como condição para
da oração. Vam os refletir sobre isso.I
o estabelecimento e a vida da igreja.

I - ORAÇÃO: UMA PRIORIDADE 2. Com o orar. Apesar de Paulo usar


1. “A n te s d e tudo". No prim eiro p a lav ra s sin ô n im as (“d e p re c a ç õ e s,

capítulo de sua carta, Paulo saúda a o ra çõ e s, in te rc e s s õ e s e a ç õ e s de


Timóteo e o lembra da principal missão graças"), fica claro que não se trata de

20 JOVENS
uma mera repetição. Deprecação é uma
Orar antes de tudo é
súpüca por uma necessidade específica.
reconhecer a soberania de
Oração é um termo genérico e pode
Deus e dar a Ele o controle
expressar d esd e petições feitas em
de nosso viver. Orar
favor de si mesmo, por necessidades
gerais, a toda e qualq uer expressão
sem cessar.
verb al dirig ida a Deus, Interceder é
orar em favor de outra pessoa. A ções Da parte dos ju d eu s, os conflitos
de graças são expressões de gratidão. políticos e m ilitares com seus dom i­
Tim óteo e toda a igreja deveríam nadores sem pre foram intensos, com
fazer todo o tipo de oração, por eles grandes revoltas, como a dos Macabeus
m e sm o s, por to d os os h o m e n s e, (164 a.C.) e as guerrasjudaico-romanas,
como uma nota especial no texto, por como a que culminou com a destruição
todas as autoridades (2.2). Orar antes de Jerusalém no ano 70 d.C. O sjudeus
de tudo é uma recom endação que se eram d ad os a levantes, protestos e
aplica a todos nós, em relação a toda sedições. com o narram historiadores
e qualquer área da vida. Há nisso, um como Flávio Josefo e Eusébio de Cesa-
aspecto tem poral e prático. reia. Lucas faz um rápido registro desse
Orar primeiro e orar antes de tudo típico comportamento judaico, citando
significa, por exemplo, que não d eve­ Teudas e Judas, o galileu (At 5.34-37).
mos com eçar o dia sem orar; que não Contudo, em Je su s e nos apóstolos
devem os iniciar uma viagem sem orar; não se observa qualquer instigação a
que precisam os buscar a vontade de movimentos revoltosos contra as au­
Deus para todas as decisões de nossa toridades ou o exercício para ascensão
vida (Tg 4.13-16). Orar antes de tudo é ao poder. O que o Novo Testam ento
reconhecer a soberania de Deus e dar nos ensina é orar intensamente pelas
a Ele o controle de nosso viver. Orar autoridades (1 Tm 2.1) e nos sujeitar a
sem cessar (1 T s 5.17; C l 4.2). elas (Rm 13.1; 1 Pe 2.13-17).
3 - O rar p e la s a u to rid a d e s. N os
tempos de Paulo, o mundo vivia sob o SUBSÍDIO O
controle de reis e imperadores cruéis, Prezadoía) professor(a). “com o co ­
como Nero, um implacável perseguidor m eço do segundo capítulo, o apóstolo
dos cristãos, que governava o Império chega à questão que o levou a escrever
Romano naqueles dias (54-68 d.C.). O a Timóteo — a preocupação pela devida
ordem na igreja efésia. A prioridade que
ap óstolo já havia sido hostilizado e
Paulo deu a este tem a m o stra-se na
preso muitas vezes pelas autoridades
frase de abertura Adm oesto-te. pois,
romanas. Pouco tempo antes de escre­
antes de tudo’. Há certa adequação que
ver essa carta a Timóteo, sofrerá cinco
deve caracterizar o culto público a Deus.
anos de aprisionamento, da prisão em Lógico que não é formalismo censurável
Jerusalém até Roma (At 28.11-31). preocupar-se pelos segmentos sequen­

JOVENS21
com a dim inuição da frequência e do
ciais adequados e próprios a serem ob­
servados quando os cristãos se reunem tem p o de oração (Lc 18 .1-8 ). Je su s
para cultuar O apóstolo exorta o tipo de contou essa parábola com o propósi­
oração que deve teo r parte de todo culto to específico de nos estim ular a "orar
dessa categoria: 'Admoesto-te . que se sem pre e nunca d e s fa le c e r. A viúva
façam deprecações (súplicas), orações, insistiu com o perverso juiz, que "nem
intercessòes e ações de graças por todos a Deus temia, nem respeitava homem
os homens' Mio ha dever cristão para com algum", o q ue dem onstra o grau de
nossos semelhantes que se compare em improbabilidade de que a pobre mulher
importância com o dever de orar por eles fosse atendida. Sua insistência, contudo,
O crente não pode fazer algo para ajudar levou o ímpio magistrado a atendê-la.
as pessoas se. em primeiro lugar, não orar 2. O perigo do secularism o. Jesus
por elas Depois de orar há muitas coisas fez a aplicação da parábola aos seus
que pode fazer: mas até que ore, não hâ discípulos de todos os tempos, tratando
nada a fazer, exceto orar* do relacionamento que precisamos ter
com nosso Pai celestial: “E Deus não
{Comentário Bibtíco Beoc&n VoL 9 Rio de fará justiça aos seus escolhidos, que
Janeiro: CPAD , 2006, p 461J
clam am a ele de dia e de noite, ainda
que tardio para com eles?" (v. 7). O Mestre
H - O PODER DA ORAÇÃO
responde: “Digo-vos que, depressa, lhes
1. Uma questão de fé. Um dos sinais
fará justiça. Quando, porém, vier o Filho
dos últim os tem pos é a apostasia, o
do Homem, porventura achará fé na
abandono da fé (1 Tm 41). Isso acontece
terra?" (v. 8), Em outras palavras: ainda
paulatinamente, com a dim inuição de
haverá quem creia que vale a pena orar,
disciplinas espirituais essenciais, como
esperando pela intervenção de Deus?
a leitura bíblica e a oração. Fé e oração,
Jesus estava nos advertindo de uma
oração e fé. Atributo e prática intima­
onda mortal chamada secularismo, fruto
mente associados e codependentes.
do abandono da fé, de incredulidade
É preciso ter fé para orar (Hb 11.6; Tg
1.6-8) e é preciso orar para ter mais fé e dureza de coração. Será que ainda
v a le a p ena “orar se m p re e nu n ca
(Lc 17.5; 22.32; Ef 3.14-17; 2 T s 1.11).
Pela parábola do juiz iníquo, enten­ desfalecer” esperando que Deus faça
demos como a crise de fé tem relação ju stiç a em nossas causas, ou é hora

PROFESSOR! A). *a passagem de Lucas i U - 4. transmite uma mensagem


muito simples. U A oração e a expressão cio nosso relacionamento familiar
<3
com Deus, E as respostas às orações não dependem de alguém ter ou não
cometido um erro ao recitar as palavras adequadas. Na ver dade, as respostas à
oração representam um transberdamento daquele permanente amor que Deus
tem por nos. seus filhos* (RICHARDS. Lawrence 0 Comentário Historico-Cutturat
do Novo Testamento í.ed Rio de Janeiro: CPAD. 2007. p 167'.

22 JOVENS
de agir, usando nossas próprias armas Desdenhar, portanto, do
para resolver nossos problemas e nos poder da oração é um sinal
livrar das injustiças de nosso tempo? A
trágico para a fé evangélica,
resposta está no nível de fé que temos.
3. Vida quieta e sossegada. Paulo está
A oração pelas autoridades
estimulando Timóteo a orar e ensinar à faz com que Deus, que é
igreja que ore pelas autoridades, para Soberano em tudo, dirija
que Deus, o Pai, nos faça ter “uma vida seus corações segundo a
quieta e sossegada, em toda a piedade vontade dEle, livrando-nos de
e honestidade”(2.2), O apóstolo não está
hostilidades e perseguições.
sugerindo qualquer outra prática como
prioridade para a vida do cristão. Desde­
nhar, portanto, do poder da oração é um A oração, conforme lá se observou,
sinal trágico para a fé evangélica. A oração está entre as mais antigas práticas da
pelas autoridades faz com que Deus, que humanidade. Falando de Antigo Testa­
é Soberano em tudo, dirjja seus corações mento, ela faz sua introdução no livro
segundo a vontade dEle, livrando-nos de dos princípios, o Gênesis, e permanece
hostilidades e perseguições. Provérbios em evidência até o livro de Malaquias,
21.1 diz: “Como ribeiros de águas, assim De todas as criaturas de Deus so ­
é o coração do rei na mão do Senhor; a m ente as pessoas oram — a oração é
tudo quanto quer o inclina". Atentemos, estritam ente pessoal. Ela é um dom
contudo, para o propósito correto que de Deus para nós. o nosso elo com o
precisamos ter, que é viver “em toda a Criador. Portanto, vendo a oração da
piedade e honestidade”. Não pode ser p e rsp ectiva do Antigo Testam ento,
outra a nossa motivação, portanto, para nosso enfoque será sobre as pessoas
que Deus aja em nosso favor controlando que oram, os motivos de suas orações,
o agir do Estado. Nosso alvo deve ser uma como elas se aproximaram de Deus e o
vida piedosa, de profunda comunhão trataram, como os nomes e os atributos
e serviço ao nosso Senhor, ao mesmo de Deus influenciaram suas orações e
tempo em que vivemos honestamente que resultados e realizações chegaram
diante de todos os homens. a alcançar,”

(Comentário Bíblico Beacon. Vol.g. Rio de


SUBSÍDIO ô Janeiro: CPAD, 2014, p. 452.)
Professor(a), explique aos alunos
que “há oração em todas as religiões. III - O PROPÓSITO DIVINO
D eus e a oração são inseparáveis. A 1. Bom e agradável. Deus espera
crença em Deus e na oração são e le ­ que confiemos nELe e façam os o que
mentares e intuitivas. As idéias podem Ele recomenda em sua Palavra. Sob a
ser cruas e cruéis entre os povos pri­ inspiração do Espírito Santo, Paulo não
mitivos e pagãos, mas pertencem às apenas adverte a Timóteo da prioridade
instituições da raça humana. O ensino da oração e do seu alvo, m as registra
do Antigo Testamento está repleto do que isso é “bom e agradável diante de
assunto oração. Deus”. Deixar de atender essa recomen-

JOVENS 23
só Deus e um só mediador entre Deus
dação e buscar outros expedientes e,
e os homens, Jesus Cristo, homem (1
além de incredulidade, rebeldia, sob a
T m 2.5). Nada, absolutam ente, nada,
falsa justificativa de que é preciso agir.
pode nos afastar desse propósito eterno,
Porventura, orar não é agir? Sim, orar
prejudicando nossa pregação compor-
é agir. Agir na esfera própria, contra os
tamental e verbal, que encontra grande
verdadeiros inimigos da Igreja (Ef 6.12),
eficácia quando expressamos unidade
É atravessar bloqueios e alcançar as
regiões celestiais, onde estão as efetivas como Corpo de Cristo Uo 17.21-23). As
soluções de nossos problemas. É lutar intrigas e divisões entre os que profes­
sam 0 nome de Cristo causam grandes
com arm as não carnais (2 Co 104,5)'
En gan am -se os que pensam que prejuízos espirituais e comprometem o
a oração é uma inação ou inatividade. progresso do Evangelho,
Oração é com bate efetivo (Rm 1530;
C l 4.12). Todas as nossas demais ações, PEN SE!
ju sta s e necessárias, som ente serão Quando oramos, recebem os de
corretas e eficazes se forem precedidas Deus a orientação correta para 0
dessa ação fundamental, que é a oração nosso viver, e somos capacitados a
(2 Cr 7.14; Mt 6.33; Ef 6.18; Fp 4.6; Jo 155). cumprir nossa missão como seus
“Se o Senhor não guardar a cidade, em fiLhos aqui na Terra.
vão vigia a sentinela' (Sl 127.1t
2. A salva çã o de todos. O univer­Q PONTO IM PORTANTE!
salism o é a falsa cren ça de que, ao A oferta divina de salvação para
final, Deus salvará a todos os homens. todos os homens, nada tem a ver
Isso não tem respaldo bíblico algum. com 0 universalismo, a falsa crença
A Bíblia apresenta, repetidas vezes, os de que todos serão salvos.
dois destinos distintos que serão dados
aos salvos e aos perdidos (Mt 7 -13.14: SUBSÍDIO #
Ap 21.7,8). A salvação é para quem crê “Prezado(a) professor(a) é importan­
e perm anece fiel por toda a vida (Ap te que neste tópico seja enfatizado que
2.10). Mas isso não anu la a vontade Timóteo esteve presente, por ocasião
de Deus, que é a salvação de todos do primeiro aprisionamento de Paulo
os homens, incluindo as autoridades em Roma, O apóstolo faz, por três ve­
hostis (1 Tm 24). Orar nos coloca em zes, citações ao seu "filho na fé". Leia,
sintonia com essa vontade e im pede juntamente com os alunos, os textos de
que nosso coração esteja fechado para
Filipenses 1.1 e Colossenses 1.1. Paulo,
a nossa missão, que é a pregação do
ao ser solto, leva consigo a Timóteo em
Evangelho a toda criatura (Mc 16.15)
sua quarta e última viagem missionária,
3. Unidade em Deus, O propósito da
quando roga para que fique servindo
oração individual e congregacional é que
na igreja em Éfeso (1 Tm 1.3). Explique
sejam os agentes efetivos do plano de
a im p o rtância do líd er e sta b e le c e r
Deus de “tornar a congregar em Cristo
bons relacionamentos, tomando como
todas as coisas" (Ef 1.9,10). Paulo diz
exem plo Paulo e Timóteo.
isso quando escreve: “Porque, há um

24 JOVENS
ESTANTE DO PROFESSOR
RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor
da Bíblia: Uma análise de Gênesis a
Apocalipse Capítulo por Capítulo. 10 ed.
Rio de Janeiro: CPAD, 2012.

© CONCLUSÃO
Paulo conclui sua instrução com
uma recomendação que abrange a
atuação pública: “Quero, pois, que
os homens orem em todo o lugar,
levantando mãos santas, sem ira nem
© HORA DA REVISÃO
contenda” (1 Tm 2.8), Esta é. portanto,
i 0 que aprendemos com a expressão a grande ação que se espera da Igre­
“antes de tudo” em 1 Tim óteo 2.1? ja, do recôndito de nosso coração à
A prendem os que "antes de tudo" expressão congregacional e pública.
indica que antes de qualquer o u­ Foi assim que a Igreja sempre cres­
tra prática Litúrgica devem os, a s ­ ceu. Nem a tirania romana deteve 0
sim co m o Tim óteo, d e d ic a r-n o s avanço da fé cristã,
a oração.
2. Q ual era o contexto po litico dos
tempos de Paulo, quando estimulou
a oração pelas autoridades?
Nos tempos de Paulo, o mundo vivia
sob 0 controle de reis e imperadores
rANOTAÇAO
cruéis, com o Nero,
3 - Q ual a relação entre a prática da
oração e a fé?
Fé e oração são atributos intímamen-
te associados e codependentes. É
preciso ter fé para orar.
4 - O que é o secuLarism o?
Segundo a lição é uma onda mortal,
fruto do abandono da fé, de incre­
dulidade e dureza de coração.
5. Segundo a lição, o que é universa­
lism o?
É a falsa crença de que, ao final, Deus
salvará a todos os homens.
LIÇAO 4
23 jul 2023

INSTRUÇÕES PARA
AS MULHERES
TEXTO PRINCIPAL LEITURA SEMANAL

"Q u e do m esm o m o d o as
SEGUNDA - l T M 2.9
Um vestuário perfeito
m ulheres se ataviem em traje
honesto, com p u d o r e m odéstia,
TERÇA - x Tm 2.10
Estilo simples e discreto de vestir
não com tranças, ou com
ouro, ou pérolas, ou vestidos QUARTA - Rm 14 12
C a d a um d ará conta de
preciosos." (1 T m 2 .9 )
si m esm o a Deus
RESUMO DA LIÇÃO QUINTA - Lc 8.1-3
A participação das mulheres no
ministério de Jesus
A m ulher deve se vestir
SEXTA - At 16.14
com pudor, de m o d o a
Lídia, uma empreendedora
ag ra d a r a D eus.
SÁBADO - Rm 16.12
Mulheres que trabalham para o Senhor

26 JOVENS
OBJETIVOS
EXPLICAR qual deve ser a maneira adequada da serva de Deus se vestir;
SA BER qual deve ser a conduta das m ulheres na igreja;
A P R ES E N T A R as re co m endações de Paulo a um jo vem pastor a
respeito das irmãs.

INTERAÇÃO
Prezado(a) professor(a), planeje as atividades, logo no inicio da semana. Na
educação, o planejamento é um fator muito importante para o sucesso da apren­
dizagem. Com o você tem muitos afazeres, o planejamento com antecedência
eliminará qualquer improvisação de última hora. Chegue cedo e arrume o espaço
da sala. Deixe já à mão os materiais de que você vai precisar durante a aula,
Na lição deste domingo, estudaremos as recomendações de Paulo a Timóteo
a respeito do comportamento das irmãs na igreja.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor(a), converse com os alunos explicando que “a adm oestação de
Paulo as m ulheres não as impedem de se vestir de maneira elegante, mas tão
somente de se utilizar do vestuário para chamar a atenção, A melhor maneira de
uma pessoa, homem ou mulher, expressar a sua individualidade é através das
boas obras que evidenciam um caráter piedoso. A sociedade da época, como a
nossa, parece que pressionava as mulheres a que se vestissem como se fossem
objetos sexuais. Assim também os seus valores e qualificações foram determinados
pela habilidade de estimularem a sexualidade dos homens. Esse procedimento
tem aviltado as mulheres tanto do passado como de hoje em dia” (RICHARDS,
Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia; Uma análise de Gênesis a Apocalipse Capítulo
por Capítulo. 10 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 834).
TEXTO BÍBLICO

1 Timóteo 2.9-15 12 Não permito, porém, que a mulher


ensine, nem use de autoridade sobre
g Que do mesmo modo as mulheres o marido, mas que esteja em silêncio.
se ataviem em traje honesto, com
pudor e modéstia, não com tranças, 13 Porque primeiro foi formado Adão,
ou com ouro, ou pérolas, ou vestidos depois Eva.
preciosos. 14 E Adão não foi enganado, mas a
10 Mas (como convém a mulheres que mulher, sendo enganada, caiu em
fazem profissão de servir a Deus) transgressão.
com boas obras. 15 Salvar-se-á, porém, dando à luz filhos,
11 A mulher aprenda em silêncio, com se permanecer com modéstia na fé,
toda a sujeição. no amor e na santificação.

m oderação. De acordo com a Bíblia


INTRODUÇÃO
d e E stu d o P e n te c o sta l, " v e stir-se
Homens e mulheres são igualmente
d e m odo im o d esto para d e sp e rtar
preciosos para Deus, resgatados pelo
d e s e jo s im p u ro s no s o utro s é tão
m esm o preço, o sa n g u e d e Je su s,
errad o c o m o o d e se jo im o ra l q ue
d erram ad o por todos nós. Isso não
isso provoca. Nenhum a atividade, ou
pode ser confundido com igualdade
co n d ição , ju stific a o uso de roupas
de papéis. H om ens e m u lheres são
imodestas que exponham o corpo de
diferentes, da anatom ia à função e
tal m aneira q ue provoquem d esejo
p o siçã o d e c ad a um na fam ilia, na
imoral ou concupiscência em alguém
socied ad e e na igreja.
(cf. G l 5 13. E f 4 -27 ; T t 2.11,12)".
2. A situação de Éfeso. Os efésios
I- A MANEIRA DE SE VESTIR apelavam muito para a sensualidade,
1. D iscrição e m oderação. Depois
pela exposição do corpo da mulher.
de tratar do com portam ento do ho­
O uso de trajes imodestos era o meio
mem no culto público (íT m 2.8), Paulo
de se despertar o desejo sexual m as­
p a ssa a re fe rir-se aos d e v e re s das
culino, o que acontecia, inclusive, nos
mulheres cristãs. E inicia falando sobre
c u lto s pag ão s. O en sin o d e Paulo,
0 vestuário ad eq uad o, q ue d eve ria
a p lic á v e l a todos os tem pos, visava
ser “honesto, com pudor e modéstia,
que as mulheres convertidas em Éfeso
não co m tranças, ou com ouro, ou
abandonassem o padrão da época e
pérolas, ou vestidos preciosos" (2.9).
adotassem uma nova postura, isso se
Esta reco m endação , ind ependente
aplicava, tam bém , para o abandono
d e c u ltu ra ou ép o ca , está lig a d a à
de costum es extravagantes daqueles
discrição e m oderação nas vestes. A
dias, com o o uso de tranças, ouro ou
palavra ‘pudor’ (gr. aidos), subentende
pérolas e vestidos Luxuosos. A mulher
vergonha em exibir o corpo. Envolve
cristã deveria adotar um estilo simples
a recusa de v e stir-se de tal m aneira
e discreto de se vestir e d edicar-se às
que atraia atenção para 0 seu corpo
e u ltra p a s s e o s lim ite s da d e v id a boas obras (1 Tm 2.10),

28 JOVENS
3 . A proteção do corpo. 0 compor­ a Timóteo — a preocupação pela devida
tamento das mulheres cristãs deve con­ ordem na igreja efésia. A prioridade que
trastar com o modelo mundano. O corpo Paulo deu a este tema m o stra-se na
da m ulher deve ser adequadam ente frase de abertura: ‘Adm oesto-te, pois,
coberto para não despertar desejos antes de tudo'. Há certa ad eq uação
sexuais. Convém lem brar, contudo, que deve caracterizar o culto público
que a mesma Bíblia que reprova o mal a Deus. Lóg ico q ue não é fo rm alis­
comportamento da mulher na exposição mo c e n su rá v e l p re o c u p a r-se pelo s
sensual de seu corpo, condena o pecado segm entos sequenciais adequados e
do homem, que, pelos olhos, se da à próprios a serem observados quando
cobiça (Mt 5.28; Mt 6,22,23; 1 Jo 2,16). os cristãos se reúnem para cultuar, O
De nada vale um culpar o outro, seja apóstolo exorta o tipo de oração que
o homem cobiçoso, cuLpando a mulher deve fazer parte de todo culto dessa
por expor seu corpo, seja a mulher ves­ categoria: 'Admoesto-te... que se fa­
tida sem a devida decência, culpando çam deprecações (súplicas), orações,
o homem por seu olhar cobiçoso. Deus intercessões e açõ es de g raças por
não tem o culpado por inocente (Na todos os homens'. Não há dever cristão
1.3). “[■■■] cada um de nós dará conta de para com nossos sem elhantes que se
si m esm o a D eus” (Rm 14.12). compare em importância com o dever
4. Desde o Éden. Há quem ignore o de orar por eles. O crente não pode
ensino sobre a necessidade de vestir-se fazer algo para ajudar as pessoas se,
bem, cobrindo adequadamente o cor­ em primeiro lugar, não orar por elas.
po, com o se isso fosse uma exigência Depois de orar, há muitas coisas que
de homens, No Éden, após a Queda, pode fazer; m as até que ore, não há
Adão e Eva se vestiram com aventais nada a fazer, exceto orar.”
de folhas de figueira (Gn 3.7). O pró­
prio Deus preparou para e les roupas (Comentário Bíblico Beacon, Vol. 9. Rio de
Janeiro: CPAD, 2006. p. 461.)
decentes, “túnicas de peles” (Gn 3.21),
bem diferentes das vestes precárias
II - A CONDUTA DAS MULHERES
que estavam usando.
NA IGREJA
A mulher que decide servir a Deus
1. Aprender em silêncio? “A mulher
precisa atentar, com humildade, para
aprenda em silêncio, com toda a sujei­
esse valioso ensino, Seu comportamento
ção. Não permito, porém, que a mulher
e vestuário devem ser santos, evitando
ensine, nem use de autoridade sobre o
roupas extravagantes (luxuosas, deco-
marido, mas que esteja em silêncio”(1
tadas, transparentes, curtas ou muito
Tm 2.11-15). Por que Paulo foi tão con­
coladas ao corpo). Nesse último caso,
tundente ao tratar do comportamento
os homens tam bém estão incluídos.
da m ulher? São várias as opiniões. O
mais provável é que estivesse havendo
SUBSÍDIO 0 algum excesso na igreja de Éfeso, já que
Prezado(a) professor(a), “com o co­ havia m ulheres recém convertidas do
m eço do segundo capítulo, o apóstolo paganismo. Por isso, foi preciso tratar
chega à questão que 0 levou a escrever do assunto de maneira enfática.

JOVENS 29
De nada vale um SUBSÍDIO Ô
“A ordem de ensinar às mulheres (2.11)
culpar o outro, seja o homem
N este v ersículo , Paulo m uda de
cobiçoso, culpando a mulher
foco, passa a dar m ais importância ao
por expor seu corpo, seja a fato de que as mulheres devem estudar
mulher vestida sem a devida a Palavra de Deus, e não som ente ter
decência, culpando o homem uma vida de oração. Está claro que o
por seu olhar cobiçoso. apóstolo d eseja que as m ulheres na
Deus não tem o culpado por igreja ap rend am (cf, l C o 14 35 )- N °
período romano, fora da aristocracia,
inocente (Na 13),
a maioria das mulheres, judias ou gen-
tíLicas, eram privadas da educação. A
situação era muito melhor no mundo
religioso: não era perm itido q ue as
2. A mulher no Cristianismo. Antes
g e n tilicas participassem da religião
de verm os um caráter repressivo na
oficial do Estado grego e romano, e
conduta paulina, precisam os conside­
as ju d ias eram im pedidas de estudar
rar que, tanto na cultura grega como
a Torá e não podiam ser incluídas no
na judaica, a mulher enfrentava sérias
quórum da sinagoga. Entretanto, as
restrições, in clu sive para estudar. O
o rd e n s de P au lo e s ta b e le c e m um
Cristianism o trouxe um a verdadeira
padrão diferente para o cristianismo;
revolução quanto à oportunidade de
'A mulher aprenda...' (literalmente, ‘que
a m ulher aprender e não o contrário.
a m ulher seja discipulada [manthano]
É possível, portanto, que a instrução
ou ensinada'). O Antigo Testam ento
de Paulo estivesse apenas trazendo
d efendia q ue se fizesse silê n cio na
ordem para um aspecto liberalizante
presença do Senhor (Sl 46,10), Tal atitude
e não restritivo produzido pela fé cristã.
3. O contexto neotestamentário.provavelmente tivesse a finalidade de
auxiliar o aprendizado. Até m esm o os
As mulheres tiveram participação ativa
estudiosos rabínicos deveríam aprender
no ministério de Jesus. Elas o acom pa­
nhavam, junto com seus discípulos, e em silêncio, que era entendido como
uma parede ao redor da sabedoria. Por
contribuíam com seus bens (Lc 8.1-3).
três vezes a Septuaginta acrescenta a
Em vários outros textos do Novo Testa­
'sujeição' ao ‘silêncio de acordo com
mento, elas aparecem como importantes
0 Antigo Testamento hebraico (Sl 377 ;
cooperadoras, mas em nenhum deles
62.1,5). O silêncio e a subm issão eram
exercendo a liderança ou pastoreio de
c o n sid e ra d o s e sta d o s d e ab so lu ta
igrejas (At 16.11-15; 18.24-26; Rm 16.1-15;
Fp 4.3; C l 4.15). Com o comenta Donald receptividade.
A conduta que Paulo exigiu das
Stamps, teólogo pentecostal: “O homem
estudantes dos discípulos (silêncio e
e a m ulher são igualm ente am ados e
completa submissão, veja, vv. 11,12) nos
preciosos à vista de Deus. Porém, foi
faz relembrar a situação problemática
ao homem que Deus entregou a res­
que havia em Éfeso. Os falsos mestres
ponsabilidade de direção da família e
infiltraram seu s ensinos pervertidos
da igreja".

30 JOVENS
as mulheres, provavelm ente porque 2. Propósito divino. Q uando G ê ­
a verdade não lhes havido sido ensi­ nesis d escreve a criação do homem
nada pela igreja. Portanto, o apóstolo e da m ulher (Gn 1.26,27; 2.18-22), ele
desejou equipar estas m ulheres com está apresentando o propósito divino
conhecim ento da verdade, de forma da m ulher com o ajudadora (Gn 2.18).
que pudessem se opor aos erros. Sua A narrativa bíblica é clara no sentido
ordem em 2.11, para que as m ulheres de a m ulher ter sido criada para ser
aprendessem , representa a correção com panheira, “um a auxiliadora que
dos erros divulg ad os pelos obreiros lhe fosse idônea" (Gn 2.18 - ARA). Foi o
tolos de 2 Tim óteo 3.6,7, que 'apren­ próprio Criador quem disse: “Não é bom
dem sem pre e nunca podem chegar que 0 homem esteja só; far-lhe-ei uma
ao conhecim ento da verdade.” adjutora que esteja como diante dele",
<Comentário Pentecostal Novo Testamento. ou seja, que lhe assista,
Rio de Janeiro: CPAD, 2003, pp. 1451,1432.)
SUBSÍDIO #
III - RECOMENDAÇÕES A UM “O fato de que homens e mulheres
JOVEM PASTOR A RESPEITO têm papéis diferentes não quer dizer
DAS IRMÃS que os homens sejam superiores; e as
1. P aulo valo riza a s m ulheres. O mulheres, inferiores. O termo 'adjutora',
apóstolo mostra em 1 Timóteo 2.12-25 usado para definir a função da mulher,
que não é permitido na igreja a mulher é tam bém usado para d e sc re v e r o
ensinar de modo normativo, diretivo e que Deus faz por seu povo. Tanto os
terminante, como faz 0 dirigente da con­ hom ens quanto as m u lheres foram
gregação (cf. 1 Co 14.34). Entretanto, isto criados à imagem de Deus (Gn 1.26,27)
não quer dizer que é proibido à mulher e compartilham a responsabilidade de
cristã ensinar a homens individualmente serem representantes de Deus na terra.
(como em At 18.26); profetizar no culto Deus estabeleceu funções distin­
da igreja, sob o impulso direto do E s­ tas para os homens e as mulheres; os
pirito Santo (1 Co 11.5,6 [...]); ensinar na gêneros únicos foram criados e seus
igreja a outras mulheres, inclusive aos respectivos papéis refletem importantes
jovens (Tt 2 . 3 , 5 evangelizar em sua verdades sobre Deus.”
casa, instruindo hom ens e m ulheres
(Bíblia de Estudo Mulher Cristã. Rio de
nos caminhos do Senhor (At 16.14,40)". Janeiro: CPAD, 2018, p. 8.)

PROFESSOR(A), “uma linda tradição judaica observa que Deus não


tirou Eva do pé do Adão, para que ele não tentasse dominá-la; ou da sua
cabeça, para que ela se visse acima. Em vez disso, Deus tirou Eva da costela
de Adão, para que os dois pudessem caminhar ao longo da vida" (RICHARDS,
Lawrence. Guia do Leitor da Bíblia: Uma Análise de Gênesis a Apocalipse Capitulo
por Capitulo. 10,ed, Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 26).
L
JOVENS 31
O HORA DA REVISÃO
1. Por q u e é im p o rtan te à m u lh e r
v e stir-se ad eq u ad am e n te?
Porque "vestir-se d e m o d o im o -
d e s to p a ra d e s p e r t a r d e s e jo s
im p uros nos outros é tão errado
c o m o o d e s e jo im o ra l q u e isso
provoca N en h u m a ativ id a d e ou
condição, justifica o uso de roupas
A Bíblia não é um livro feminista e nem
ím odestas que exponham o corpo
machista. Não tem compromisso com
d e ta l m a n e ira q u e p ro vo q u em
d e se jo im oral ou c o n cu p iscé n cía
em alguém .
2. Por que Paulo foi tão contundente
ao tratar do co m p o rtam e n to da
m ulher?
S ã o v á ria s a s o p in iõ e s. O m a is
provável é q ue estivesse havendo
permanecermos “com modéstia na fé
algum excesso na igreja de Éfeso,
no amor e na santificação’' (1 Tm 2.15).
a favor ou contra a participação da
m ulher no culto. Por isso. foi pre­
ciso tratar do assunto d e maneira
enfática.
3. A in flu ê n c ia do C ristia n is m o na
v id a da m u lh e r foi p o s itiv a ou

ANOTAÇAO n eg ativa? Por q u ê?


Foi positiva, O cristianism o trouxe
v e rd a d e ira re v o lu ç ã o q u an to á
oportunidade de a mulher aprender
e não o contrário.
4. No Éden, após a Queda, com o se
vestiam A dão e Eva?
No Éden, a p ó s a Q ueda, A dão e
Eva se vestiram com aventais de
folhas d e figueira (Gn 3 7 ).
5. Qual o propósito divino ao criar a
m ulher?
A m ulher foi criada para ser co m ­
panheira, “uma auxiliadora que lhe
fosse idônea'.
INSTRUÇÕES PARA
OS PASTORES
TEXTO PRINCIPAL LEITURA SEMANAL
S E G U N D A - Mt 20.28
"Esta é uma palavra fiel: Se Ser pastor é ser servo
alguém deseja o episcopado,
T E R Ç A - Jo 12 .2 6
excelente obra deseja."
Deus honra aqueles que
(1 Tm 3 . 1)
servem com fidelidade
Q U A R T A - At 20.28
Apascentando o rebanho de Deus
RESUMO DA LIÇÃO Q U IN T A - S l 2 3 .1
O bom pastor
SEXTA - íT m 4 1 2
Pastores são líderes escolhid os A chamada pastoral precisa
po r D eu s para cuidarem do ser confirmada pela Palavra
rebanho do Senhor.
SÁ B A D O - 1 T m 3 .2 -7
Qualificações para o pastorado

JOVENS 33
OBJETIVOS
* M OSTRAR o perfil da liderança segundo Paulo;
«t EXPLICAR a instituição do ministério;
• CO N SCIEN TIZA R das qualificações de um pastor.

I --------
INTERAÇÃO
Prezado(a) professor(a), na Liçao deste domingo estudaremos a respeito da
missão de Tim óteo em Éfeso. Verem os que esta missão é dada aos pastores.
Com o líder, Paulo foi dedicado, amoroso, irrepreensível e estava atento aos as­
suntos de interesse da igreja. Ao ler as suas cartas pastorais, podemos perceber
que deu especial importância ao treinamento de obreiros, discorrendo a respeito
da disciplina dos líderes, especialm ente dos presbíteros que viessem a falhar, De
forma bem clara, doutrinou a respeito dos relacionamentos na igreja local. ^
Paulo afirma que "se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja" (31).
Do mesmo modo como os doze apóstolos de Jesus deixaram tudo para segui-lo,
muitos homens, na igreja do primeiro século, deixaram tudo para se dedicar ao
pastorado. Estes deveríam ser sustentados pela igreja. “Porque diz a Escritura:
Não ligarás a boca ao boi que debulha. E: Digno é o obreiro do seu saLário” (518).
Aos coríntios, ele fez observações idênticas, revelando seu zelo pela manutenção
dos obreiros (1 Co 9.6-10).

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor(a), inicie 0 primeiro tópico da lição fazendo as seguintes indagações,
"Existe diferença entre os termos “bispo”, “presbítero" e "pastor"? “Quais são elas?"
Ouça os alunos com atenção e incentive a participação da turma. Em seguida
explique que “os termos 'bispolda/ episcopado), 'presbítero' e 'pastor' são todos
usados no Novo Testamento para se referir ao mesmo ofício, 'Bispo' lou ‘super-
visor '1 enfatiza a tarefa de velar pela congregação (Hb 13-17), Os versículos 2 -7
do capítulo três, não descrevem o trabalho do pastor. Eles descrevem o caráter
da pessoa que deve servir nesse ofício, A lista não pretende ser exaustiva, mas
prevê uma pessoa de caráter cristão am adurecido” (Bibíia de Estudo Holman. Rio
de Janeiro: CPAD, 2018, p. 1943).
W ÊBÊÊKEÊÊBÊÊÈÊSÊÈBKÊÊÊ

i Timóteo 3.1-7 4 Que governe bem a sua própria casa,


1 Esta é uma palavra fiel: Se alguém deseja tendo seus filhos em sujeição, com
o episcopado, excelente obra deseja. toda a modéstia.
2 Convém, pois, que o bispo seja irre­ 5 (porque, se alguém não sabe governar
preensível, marido de uma mulher, a sua própria casa, terá cuidado da
vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, igreja de Deus?).
apto para ensinar. 6 Não neófito, para que, ensoberbecendo-
3 Não dado ao vinho, não espancador, -se, não caia na condenação do diabo.
não cobiçoso de torpe ganância, mas 7 Convém, também, que tenha bom teste­
moderado, não contencioso, não munho dos que estão de fora, para que
avarento. não caia em afronta e no laço do diabo,

INTRODUÇÃO é bem assim". Essa é uma reação muito


Com o tem os visto, a m issão de comum, para os relativistas, quando se
T im ó teo em Éfeso, d e d e fe n d e r a deparam com um texto com o o de 1
pureza do Evangelho contra o ataque Timóteo 3. E quando alguém diz “não
dos falsos mestres, incluía, necessa­ é bem assim", cria-se um vácuo im a­
riamente, a transmissão de uma sólida ginário, que pode ser preenchido com
doutrina para toda a igreja. Não era qualquer tipo de concepção ideológica.
ap enas refutar d iretam ente os que Nesse novo e multifacetado universo
estavam ensinando falsas doutrinas, colorido, o homem se torna o senhor
mas aparelhar a igreja com um ensino do seu destino, fazendo suas próprias
puro. Todo o corpo p recisava estar e sc o lh a s, sem nenhum parâm etro
bem ajustado, para que crescesse de absoluto.
forma saudável, com todos os m em ­ Os ensinos de Paulo já eram d e ­
bros funcionando adequadamente (Ef safiadores naquele tempo. Para nós,
4.16). Um corpo sadio possui células hoje, são ainda mais, diante do grande
de defesa, que identificam e repelem afrouxamento de normas, com muitas
os invasores. Na igreja, essa função é acom odações às fraquezas e desejos
dada primordialmente aos pastores. Por pecam inosos, próprios da natureza
isso, precisamos de uma liderança forte, humana caída.
dotada das qualificações espirituais e 2. Compromisso com as Escrituras.
morais exigidas pela Palavra de Deus. O perfil de líderes que precisamos ser e
Ouçam os o Espírito!I ter deve estar de acordo com a Palavra
de Deus. São os grandes desafios que
I - O PERFIL DA LIDERANÇA nos forjam e nos preparam para as
1. Relativismo moral. Vivem os tem­ grandes missões. Deus sem pre su b ­
pos de um profundo relativismo moral; meteu a profundas provas os homens
de rejeição e negação de valores e de que escolheu para servi-lo. Paulo foi
verdades absolutas; são tempos do “não um deles (At 9.15,16). Timóteo estava

JOVENS 35
Deus nos tem dado SUBSÍDIO ©
lideres valorosos, aos Prezado(a) professor(a), explique
quais devemos reconhecer q u e a s a s p ira ç õ e s à lid e ra n ç a são
ratificadas (3.1). “O apóstolo volta sua
e honrar, com respeito e
atenção especificam ente às posições
gratidão, orando por eles de liderança na igreja, citando outro
e os ajudando em suas provérbio aparentemente famoso. Já
difíceis tarefas. naquele tempo, a igreja primitiva tinha
um a co leção d e curtas d eclaraçõ e s
Uogia), d e m odo resum ido, porções
m em oráveis de verdades co m um en -
seguindo o mesmo caminho (2 Tm 1.8;
tes su stentad as p e lo s crentes. T a is
2.3,4; 3.10-12; Fp 2.19-22).
expressões existiram antes do tempo
Deus nos tem dado líderes valoro­
da com posição das pastorais, e como
sos, aos quais devem os reconhecer e
re co n h e cim e n to d e su a a c e ita ç ã o
honrar, com respeito e gratidão, orando
g e ra l foram intro duzidas em form a
por eles e os ajudando em suas difíceis
de citações com o vem os aqui: Esta é
tarefas (1 T s 5.12,13; Hb 13.17-19).
uma palavra fiel’.
3. Desejo pelo episcopado. A ex­
Esta d e c la ra ç ã o c ristã v a lid a a
pressão "se alguém deseja 0 episcopa­
asp ira ção q ue um crente po ssa ter
do, excelente obra deseja” não contém
d e se rvir à ig re ja em um a p o siçã o
um ju izo de valor sobre o desejo. O
de liderança ou supervisão. O crente
adjetivo está na obra, c h am a d a de
que tenha esta aspiração, certam en­
excelente. Mas não há censura para
te d e s e ja faze r um bom tra b a lh o ,
quem aspira ser um obreiro, d esd e
desem p enhar um a tarefa nobre. Ao
que a motivação seja pura e correta.
citar este provérbio, o apóstolo re co ­
Quando não há sinais externos eviden­
m enda o ofício do bispo a qualq uer
tes do caráter da motivação, somente
pessoa q ue tenha q ualificaçõ es que
Deus conhece a natureza do desejo
se seg u em <vv. 2 -7 ) '
de liderança.
Cabe à igreja local uma observância (Comentário Bíblico PentecostalNovo Testa­
cauteLosa da presença ou não das qua­ mento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003. p. 1454 J
lificações espirituais e morais exigidas
pela Palavra de Deus. Com ou sem II - A IN S T IT U IÇ Ã O D O M IN IS ­
o desejo de ser presbítero, ninguém T É R IO
pode ser a s ce n d id o à fu n ção sem 1. A estrutura. As cartas pastorais
evidenciar os qualificativos prescritos contribuem muito para que se conhe­
nas Escrituras. O afrouxam ento da ça o grau de organização ministeriaL
observância desses requisitos para a que a Igreja alcanço u já no primeiro
escolha de líderes, sob o pensamento século, principalm ente com o re su l­
de estar beneficiando o candidato, tado do trabalho de Paulo ao longo
pode impor graves prejuízos a ele e a de suas viagens m issionárias. Vários
todos os liderados. textos de Atos indicam a organização

36 JOVENS
de presbitérios nas igrejas (At 14 .21-
No pentecostalismo
23; 15.2-4,22; At 20.17,28). Em várias
clássico, o corpo de
p a s s a g e n s do N o vo T e s ta m e n to
en co n tra m o s re fe rê n c ia s a d iá c o - obreiros é constituído de
nos, presbíteros, m estres, pastores, diáconos, presbíteros,
e v a n g e lista s, profetas e ap ó sto lo s evangelistas e pastores.
(At 6.1-6; Fp 1.1; 1 Tm 3.8).
O Novo Testamento não apresenta
um rol rígido, taxativo ou exaustivo de
funções ou serviços ministeriais, o que
tem levado a interpretações distintas,
com modelos variados de organização de dons esp irituais (1 C o 12.4-10). O
eclesiástica. No pentecostalismo clás­ batismo no Espírito Santo, como sabe­
sico, 0 corpo de obreiros é constituído mos, é a experiência inicial no glorioso
de díáconos, presbíteros, evangelistas caminho dos dons (At 2,3,4,38,39). Mas
e pastores. o candidato ao presbiterato precisa já
2 . 0 episcopado. Bispo, ancião ou ter percorrido esse caminho e ingres­
presbítero. Do grego episkopos, signi­ sado em outro, “ainda mais excelente”
fica supervisor, “literalmente, 'inspetor' (1 Co 12.31), no qual é im prescindível
(formado de epi, 'por cima de', e skopeo, que seja evidenciado em sua vida o
‘olhar ou vigiar’)". É a figura do pastor fruto do Espírito (Gl 5.22). Sem essas
da ig reja lo cal. A lg u é m q u e tenha virtudes, ninguém co n seg ue a lc a n ­
maturidade e discernimento espiritual çar as q u a lific a ç õ e s e x ig id a s em 1
necessários para cuidar do rebanho; Tim óteo 3.2-7.
apascentar as ovelhas. O próprio sen­
tido da palavra, portanto, é suficiente SUBSÍDIO @
para entendermos que somente pode Professor(a), leia juntam ente com
exercer essa missão quem reunia a l­ os alunos o texto de 1 Tim óteo 3.2-7,
tas qualificações espirituais e morais, D epois, e x p liq u e q ue ‘este s v e rs í­
daí Paulo usar a expressão “convém", culo s não d escrevem o trabalho do
no sentido d e ser re co m e n d á v e l e pastor. Ele s descrevem o caráter da
necessário. pessoa que deve servir nesse ofício. A
3. Rol de qualificações. Não se trata lista não pretende ser exaustiva, m as
de um rol exaustivo, mas cuida do que prevê um a pessoa de caráter cristão
é essencial na vida do obreiro, do líder am adurecido.
espiritual, do cuidador de alm as. De ‘Apto para ensinar' é o único requi­
imediato, é possível observar que a sito desta lista que não é necessaria­
prioridade não está ligada a populari­ mente requerido de todos os crentes.
dade ou carisma, em qualquer sentido, Isso tam b ém não é re q u e rid o d o s
nem mesmo no sentido bíblico, quanto diáconos. Consequentemente, essa é
aos dons espirituais. uma marca distintiva do pastor (Tt 1.9).”
Não se trata, jamais, de desprezar a
(Bíblia de Estudo Holman. Rio de Janeiro:
exigência de que o pastor seja dotado CPAD, 2018, p. 1943.)

JOVENS 37
III - AS QUALIFICAÇÕES E SEUS SUBSÍDIO @
ASPECTOS “Q uinze q u alifica çõ e s (3.2-7), Os
1. “Irrepreensível”. Do grego a n ep i- versículos relacionam 15 qualidades a
lem ptos, o termo “significa literalmente serem consideradas quando da seleção
'que não se pode atingi-lo'”. Veja-se que de bispos. Observe que entre as qua­
não se trata de uma exigência super­ lificações, não aparece a capacitação
ficial, mas absolutam ente profunda, em sem inário ou a po sse de algum
que nos leva a refletir sobre o detido dom espiritual em particular. Observe o
cuidado que é preciso ter no exam e breve esboço do caráter do bispo (3.2-7).
preliminar do aspirante ao episcopado. Irrepreensível: inteiramente fiel á
O bispo precisa ser uma pessoa com a sua esposa;
vida resolvida, como poderiamos dizer, Esposo de uma só mulher; inteira­
Não é por acaso que a expressão mente fiel à sua mulher;
"marido de uma mulher" aparece logo Temperante: sóbrio, solicito e m o­
em seguida. Naqueles tempos de tanta desto;
poligam ia, totalm ente tolerada pelo Domínio próprio: discipulado, m o­
paganismo da época, era fundam en- derado;
taL que essa regra fosse estritamente R esp eitável: m odesto, honrado,
obedecida pelos bispos, como exemplo bem -com portado;
para os dem ais cristãos. Hoje, de igual Hospitaleiro: que recebe bem os
sorte, esse requisito deve ser observado. visitantes;
2. Sobriedade e correção moral. Apto para ensinar; cap acitad o a
O lider espiritual precisa ser prudente, explicar e aplicar os ensinamentos;
equilibrado, justo em seus negócios e aco­ Não dado à embriaguez; não dado
lhedor, Isso é retratado pelas expressões ao,vinho;
"vigilante, sóbrio, honesto lei hospitaleiro". Não violento; não dado à hostilidade,
3. Apto para ensinar. O pastor pre­ ao antagonismo;
c isa se d e d ica r ao estudo e ensino Gentil: bondoso, razoável, de boa
das Escrituras à igreja. Não deve ne­ família;
gligenciar a transm issão da doutrina, Não contencioso: não combativo,
transferindo a responsabilidade a ter­ inimigo de contendas;
ceiros ou ocupando o tempo do culto Não avarento: preocupado com as
com quaLquer outra atividade, ainda pessoas, não com as finanças;
que espiritual. O momento do ensino Bom g overnante de sua fam ília;
da Palavra é sagrado, literalm ente (1 administra a vida familiar;
Tm 4.6,11-16). Mas essa aptidão para Não seja um recé m -co n vertid o :
ensinar não é som ente associada ao maduro e humilde;
preparo bíblico e teológico. Tem a ver, R ep utação im aculada: adm itido
também, com aptidões decorrentes de pelos de fora,”
seu testemunho pessoal, evidenciados
(RICHARDS , Law rence O, Cuia do Leitor da
por um comportamento sóbrio e por Biblia: Uma Análise de Gênesis a Apocalipse
uma conduta moral isenta de repro­ Capitulo por Capitulo. 10. ed. Rio de Janeiro:
vação, dentro e fora de casa (1 Tm 3.7). CPAD, 2012. p, 835 )

38 JOVENS
ESTANTE DO PROFESSOR

KEENER, CRA IGS. VoLl.


Comentário Exegético Atos.
Rio de Janeiro: CPAD, 2023.

© CONCLUSÃO
Paulo conclui a lista de qualificações
do pastor incluindo a recomendação
h
w de que “não isejal neófito, para que,
ensoberbecendo-se. não caia na con­
denação do diabo" e que tenha bom
testemunho dos que estão de fora (1
Tm 3.6,7), Concluímos, portanto, que
© HORA DA REVISÃO 0 pastor deve ser maduro espiritual­
1 O q u e é re la tiv ism o m o ra le q u a L a mente e viver em harmonia com todos:
sua principal consequência? em casa, na igreja e na sociedade. O
R ejeição e negação d e valores e desafio é grande. Oremos mais por
de verdades absolutas. O homem nossos pastores.
se torna o senhor do seu destino,
fazendo suas próprias escolhas.
2. Com o devem os agir para não su ­
cum birm os diante do relativism o
m oral? A
D evem os agir com com prom isso ANOTAÇÃO
com as Escrituras Sagradas.
3. Qual o significado do termo “bispo"
em 1 Tim óteo 3.2?
Do grego epishopo significa super­
visor, literalmente inspetor.
4. Q ual o significado do termo “irre­
preensível"?
Do grego anepilem ptos, o termo
significa literalm ente "que não se
pode atingi-lo".
5. O que significa apto para ensinar?
Significa q ue o pastor precisa se
dedicar ao estudo e ensino da Pa­
lavra de Deus.
QUALIDADES PESSOAIS
E ESSENCIAIS PARA OS
DIÁCONOS
TEXTO PRINCIPAL LEITURA SEMANAL

"Da m esm a sorte os d iáco n o s SEGUNDA - At 6.1


sejam honestos, não de A instituição dos diáconos
língua dobre, não d ad o s a
TERÇA - At 6 .1 -7
m uito vinho, não co b iço so s O s primeiros diáconos
de torpe ganância."
QUARTA - Fp 1.1
(1 T m 3 .8) Bispos e diáconos em Filipos

RESUMO DA LIÇÃO QUINTA - At 6.3


Qualidades espirituais
dos diáconos
Servir a D eu s é um p rivilé g io e SEXTA - 1 Tm 6.10
um a re sp o n sab ilid ad e.
Vigilantes em relação ao dinheiro
SÁBADO - At 6.3,5.8
Qualificações morais

40 JOVENS
\
OBJETIVOS
MOSTRAR o perfil do ministério diaconal;
COM PREENDER as quaLificações morais dos diáconos;
DISCUTIR a atuação das mulheres no diaconato.

INTERAÇÃO
Prezado(a) professor(a), na lição deste domingo vamos estudar a respeito do
serviço dos diáconos. Desde Jerusalém ficou evidente a necessidade de dois
ministérios na igreja: o primeiro, de direção pela palavra: o segundo, de auxílio
nas questões materiais. Verem os que o ministério diaconal é, também, de ele­
vada importância e de natureza espiritual, daí a necessidade de qualificações
sem elhantes às do presbítero. Tam bém verem os que a diferença determinante
entre o presbitério e o diaconato está no ministério da Palavra, que é atribuído
ao bispo, o pastor da igreja Local.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor(a), explique aos alunos que “diáconos geralm ente se refere a um
servo que atende as necessidades de outros. Os responsáveis por servir uma
refeição (Jo 2.5,9) e os auxiliares de um rei são servos (Mt 22.13). A quele que
alm eja uma posição de grandeza deve se tornar um serviçal (Mc 10.43). Alguém
pode tam bém estar servindo uma potestade espiritual. Falsos apóstolos são
cham ados de ministros de Satanás (2 Co 11.15) e PauLo é ministro do evangelho
(Ef 3.7). Em outros lugares, diáconos retém a ideia de serviço, enquanto adota o
sentido mais técnico de uma posição de liderança eclesiástica (ou seja, diácono)"
(Bíbiia de Estudo Holm an . Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p. 1943).
TEXTO BÍBLICO
m

1 Timóteo 3.8-13 11 Da mesma sorte as mulheres sejam


8 Da mesma sorte os diáconos sejam honestas, não maldizentes, sóbrias
honestos, não de língua dobre, não e fiéis em tudo.
dados a muito vinho, não cobiçosos 12 Os diáconos sejam maridos de uma
de torpe ganância. mulher e governem bem seus filhos
g G u a rd a n d o o m is té r io d a fé e m u m a e suas próprias casas.
p u ra c o n s c iê n c ia . 13 Porque os que servirem bem como
10 E também estes sejam primeiro diáconos adquirirão para si uma boa
provados, depois sirvam, se forem posição e muita confiança na fé que
irrepreensíveis. há em Cristo Jesus,

muração dos gregos contra os hebreus,


porque as suas viúvas eram desprezadas
Na lição anterior estudamos as instru­
no ministério cotidiano” (At 6.1). Isso se
ções dadas a Timóteo para a ordenação
deu pela conversão de judeus de fala
dos bispos, anciãos ou presbíteros, que
grega, que fez reproduzir, no seio da
eram os pastores locais; responsáveis
igreja cristã, um a divergência que já
pela direção das igrejas e pelo ensino
existia no mundo judaico. Era um certo
do rebanho. Nesta Lição, estudaremos a
divisionismo entre judeus nativos - que
respeito do segundo ofício presente nas
falavam o aramaico, língua corrente em
igrejas do primeiro século, o diaconato,
Israel na época - e judeus não nativos,
Verem os que a principal distinção
que haviam se helenizado e falavam a
entre o presbítero e 0 diácono é que
ao primeiro é dada a tarefa de ensinar língua grega.
De acordo com Lawrence O. Richards,
a igreja, enquanto ao segundo é dada a
escritos rabínicos indicam que a igreja
missão de cuidar de questões temporais,
como a assistência aos necessitados, de JerusaLém havia adotado o sistema
nos moldes da experiência vivida pela judeu de ajuda aos pobres, que envolvia
igreja em Jerusalém (At 6.1-6). Conside­ a “tigela dos pobres”e a "cesta dos po­
raremos, contudo, como esse ministério bres”. A primeira, uma distribuição diária
auxiliar apresenta variações ao longo de comida fornecida aos necessitados. A
do tempo, de acordo com a realidade segunda, uma distribuição sem anal de
da igreja local.I comida e roupas para as famílias pobres.
Lucas descreve que estava haven­
I - O M IN IS T É R IO D IA C O N A L do um desprezo às viúvas gregas. Os
1. A origem dos diáconos. Os pri­ apóstolos, então, precisaram agir para
meiros diáconos foram instituídos em resolver esse problema interno (At 6.1).
Jerusalém (At 6.1-6), na igreja Liderada Foi nesse contexto que surgiu a neces­
pelos apóstolos (At 1.12-26; 24142), sob sidade de instituir “sete varões", como
a direção de Tiago, irmão de Jesus (At assistentes ou auxiliares, para servirem às
15.13). Lucas narra que “crescendo o mesas, enquanto os dirigentes espirituais
número dos discípulos, houve uma mur- (os apóstolos) cumpriam integralmente

42 JOVENS
o ofício que lhes cabia e era essencial na Carta aos Filipenses, na qual Paulo
para a vida da igreja: perseverar na saúda “a todos os santos em Cristo Jesus
oração e no ministério da palavra (64). que estão em Filipos, com os bispos e
2. Um d u p lo m inistério. Em boradiáconos" (Fp 1.1). Vê-se, portanto, que
Lucas não use o substantivo diahonos os ministérios locais foram constituídos
(“aquele que serve”) como um título para por bispos ou presbíteros, responsá­
identificar os sete varões eleitos pela veis por dirigir e ensinar a igreja: e por
igreja de Jerusalém, é consensualmente diáconos, auxiliares para as questões
admitido que ali se deu a instituição administrativas ou temporais, conforme
dos diáconos. Mesmo porque, o termo a necessidade de cada comunidade.
grego diahonia (serviço ou atendimento)
está presente no versículo 1, enquanto
SUBSÍDIO #
o verbo diakoneo (servir) aparece no
Prezado(a) professor(a), explique que
versículo 2. Em am bos os casos, a re­
“da mesm a maneira como fez com os
ferência está ligada a servir às mesas.
bispos ou líderes, 0 apóstolo discute as
No versículo 4 0 termo diahonia (ser­
qualificações (não os deveres) daqueles
viço) volta a aparecer. Agora, contudo,
que servem à igreja com o diáconos
na expressão “ministério da palavra”.
ou m inistros, Em bora sirvam com o
Assim, são dois ministérios ou serviços
auxiliares da igreja e não como líderes,
distintos: o principal, de servir a palavra:
seus requisitos morais e espirituais são
e o auxiliar, de servir às m esas. Um
semelhantes; deste modo, 0 apóstolo
duplo ministério estava estabelecido,
introduz suas qualificações com a ex­
realidade que seria reproduzida nas
pressão 'da mesma sorte'.
dem ais igrejas do Novo Testamento.
Quem eram os diáconos? Ainda que
A síntese é: tanto o presbítero quanto
seja uma prática comum considerar os
o diácono são servos (diahonos), no senti­
que fossem selecionados para servir
do comum do termo. Contudo, o primeiro
às m esas em Atos 6,1-6 e 21.8 com o
serve à Palavra. O segundo, às mesas.
protótipos daqueles que desempenhas­
Em outros trechos do Novo Testamento
se este papel, tais homens não foram
o mesmo vocábulo grego vai aparecer
cham ados de diáconos,"
com o sentido amplo (servos) e com o
sentido específico (o ofício diaconal), (Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testa­
como veremos no tópico II! desta lição. mento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003. p. 1454.)
3. Bispos e diáconos. Como já vimos,
Paulo instituiu presbíteros nas diversas II - AS QUALIFICAÇÕES DOS
igrejas que fundou em suas viagens DIÁCONOS
missionárias. Éfeso foi uma delas (At 1. Diferença determinante. Entre as
20.17). Lucas relata em Atos 14.23: "E, ha- qualificações dos presbíteros (pastores
vendo-lhes por comum consentimento locais) e dos diáconos há uma diferença
eleito anciãos em cada igreja, orando determinante: a aptidão para ensinar,
com jejuns, os encomendaram ao Senhor que somente é exigida dos bispos (1 Tm
em quem haviam crido." De igual sorte, 3.2). Isso reforça 0 que já foi dito: o pastor
foram ordenados diáconos, como se vê é 0 responsável por dirigir e ensinar a

10 VENS 43
de primeira a Timóteo, especialm ente
igreja, contando com o auxílio direto
no versículo 10: “U o amor do dinheiro
do diácono, a quem é dada a tarefa de
é a raiz de toda espécie de malesU".
atuar na esfera administrativa, como nos
Outra recom endação sem elhante
assuntos do templo, na arrecadação de
à dos presbíteros diz respeito à vida
finanças e donativos e na assistência
co n ju g al e à lid erança da fam ília. A
aos necessitados.
expressão “marido de uma mulher" não
2. Da m esm a sorte. Ao com eçar
é apenas uma reprovação à poligamia,
a seção relativa aos diáconos com a
mas, tam bém , ao divórcio e ao novo
expressão “da m esm a sorte", Paulo
casamento fora das hipóteses biblicas
já indica que o padrão que se espera
de exceção, quando esgotadas todas
deles é semelhante ao dos presbíteros,
as possibilidades de reconciLiação (Mt
A honestidade refere-se ao estrito cum­
19.9; 1 Co 715).
primento de suas responsabiLidades e
Paulo inclui aos diáconos a recomen­
deveres em todos os âmbitos, Não deve
dação de que guardem "0 mistério da fé
ser admitido ao diaconato quem tenha
em uma pura consciência". Devem estar
negócios m al resolvidos. O diácono
convictos de sua salvação em Cristo e
precisa ser um homem de palavra (“não
não terem nenhuma culpa que possa
de lingua dobre”), ou seja, alguém em
lhes abalar a fé. Somente homens que
quem se pode confiar no que diz.
tenham todas essas qualificações e forem
A expressão “não dado a muito vinho”
"primeiro provados" e atestados como
costum a suscitar muita discussão. O
“irrepreensiveis”poderão ser ordenados
em prego do advérbio de intensidade
ao importante ministério diaconal.
“muito" é invocado por alguns intérpretes
como uma concordância de Paulo com o
uso moderado de bebida alcoólica. Isso, SUBSÍDIO 0
Professor(a), explique que “acima de
contudo, destoa do conselho do próprio
apóstolo quanto à abstinência do vinho tudo, os diáconos devem ser pessoas
convictas. O ‘ministério da fé' que os diá­
(Ef 5.18; 1 Co 6.10). Por isso, considera-se
conos devem manter equivale à verdade
que ele estava se referindo a um vinho
do ensino cristão que transcende a razão
não fermentado (não embriagante), e,
humana, e que somente é acessível por
ainda assim, recomendada a moderação,
meio da revelação divina. Paulo está
em função das práticas pagãs da época,
insistindo na relação íntima entre uma fé
que consistiam em glutonaria. Nossa
sadia e uma consciência irrepreensível
conduta prudente sempre é de abster-se
e imaculada; sem essa última a primeira
de toda a aparência do mal (1 Ts 5.22).
3. Com pletando o rol. Assim como está estériL A consciência dos diáconos
os presbíteros, os diáconos deveríam deve estar livre de ofensas. A qualificação
genérica final para todos os diáconos é
ser vigilantes em matéria de dinheiro,
que deverão ser primeiramente avalia­
afastando-se da cobiça, Contentamento
e moderação são fundamentais para nos dos, e se considerados inocentes, então,
livrar de toda a ambição ou desejo imode- poderão servir."
rado por bens ou riquezas. Paulo enfatiza OComentário Bíblico Pentecostal Novo Testa­
isso nos versículos 9 a 12 do capítulo 6 mento. Rio de Janeiro: CPAD. 2003. p. 1462.)

44 JOVENS
ill - A REFERÊNCIA ÀS MU­ 2. Esposas dos diáconos. Além da
LHERES interpretação de que a referência as
1. D iacon isas? A paren tem en te, m ulheres em 1 Tim óteo 3.11 seria às
Paulo abre uma nova seção em seu diaconisas, há outras duas linhas de
texto para se referir às mulheres. A s­ entendimento: uma que considera que
sim como havia dito "Da m esm a sorte Paulo estava se referindo às mulheres
os d iáco n o s”, agora diz: “Da m esm a em geral, e outra que sua fala estava
sorte as mulheres...”. Isso tem levado sendo dirigida às esposas dos diáconos.
alguns eruditos a considerarem que o Essa é a posição m ais aceita, em
apóstolo estava tratando de très ofícios função de que a palavra grega pre­
distintos na igreja: bispos, diáconos e sen te no texto (g yn aih as) pode ser
diaconisas. Mas os contextos mediato interpretada tanto com o "m ulheres”
e imediato não convergem para esta quanto como “esposas”. Paulo estava,
interpretação, portanto, recom endando que as e s ­
A s m ulheres sem pre exerceram posas dos diáconos tivessem um viver
um papel de alta relevância no serviço honesto; não fossem maldizentes, mas
cristão, sendo sem pre bem reconhe­ equilibradas e fiéis em tudo.
cidas, principalm ente peLo apóstolo
Paulo, com o na referência que faz a 0 PENSE!
um a distinta m ulher de nom e Febe, Não é a briga por um títuLo que nos
que “[servia] na igreja que [estava] em fará m ais im portantes no reino
C e n creia” (Rm 16.1). A lguns intérpre­ de Deus: m uito m ais importante
tes acreditam que se tratava de uma é servir.
diaconisa. Contudo, é sabid o que a
referência à diahonia é feita m uitas ® PONTO IM PORTANTE!
vezes no Novo Testamento em relação As m ulheres sem pre tiveram um
à função de servir e não ao ofício de papel altamente relevante no reino
diácono, como um cargo da estrutura de Deus e são dignas de reconhe­
ministerial. cimento, mas a liderança da igreja
Paulo usa a palavra diahonos para foi dada ao homem.
se referir ao seu próprio ministério e
aos de seus cooperadores (1 Co 3.5; 2 SUBSÍDIO 0
Co 3.6: C l 1.23:4.7). No m esm o sentido “Mulheres"no texto de 1 Timóteo 3.11
é feita a referência a Febe, razão que “pode ser um a referência a m ulheres
a estrutura do texto não é suficiente auxiliares ou a diaconisas. Pode. tam­
para afirm ar que se tratava de uma bém, referir-se a esposas de diáconos.
mulher ordenada ao ministério diaconal. Seja com o for, Paulo esperava que o
Isso não im pede, naturalm ente, em comportamento de mulheres em posição
reconhecer e saber que as m ulheres de proeminência fosse tão responsável
desem penham extraordinário servi­ e irrep reensível com o o de hom ens
ço com o auxiliares na obra de Deus, proeminentes."
incLusive na a ssistên cia às p esso as
(Bíblia de Estudo Cronológica Aplicação
enferm as e necessitadas. Pessoal, Rio de Janeiro: CPAD, 2015, p. 1753.)

JOVENS 45
ESTANTE DO PROFESSOR

TORRALBO, Elias. Vocação:


Descobrindo o seu Cham ado.
Rio de Janeiro: CPAD, 2022,

Paulo conclui suas instruções aos


diáconos enfatizando que os que
servirem bem serão dignos de res­
peito e honra perante a igreja e se
fortalecerão em convicção espiritual.
Além de recompensa no céu, quem
se dispõe a servir recebe de Deus,
já nesta vida. uma profunda alegria
interior, que não pode ser sufocada
nem mesmo diante das perseguições, 0 HORA DA REVISÃO
Que Deus nos conceda sem pre a
1 C o m o se d e u o su rg im e n to do
graça de servir,
ministério diaconal?
Os primeiros diáconos foram instituí­
dos em Jerusalém, na igreja liderada
pelos apóstolos, sob a direção de
Tiago, irmão de Jesus.

ANOTAÇÃO 2. Q u ais os o fício s in stitu íd o s nas


igrejas dos dias de Paulo?
Bispos, presbíteros e diáconos.
3. Qual a diferença determinante entre
o diaconato e o presbitério?
A aptidão para ensinar.
4. Q u a l a m e lh o r atitu d e para nos
prevenir das am bições?
Contentamento e moderação.
5. O que significa a expressão “marido
de uma m ulher”?
É uma reprovação à poligamia, mas
também, ao divórcio e ao novo c a ­
samento fora das hipóteses bíblicas
de excessão,
■ 'm \ - sH
yn I

INSTRUÇÕES SOBRE
O COMPORTAMENTO
NA IGREJA
TEXTO PRINCIPAL LEITURA SEMANAL
"Todas as coisas me são lícitas, SEGUNDA - l Tm 1.3
m as nem tod as as coisas Cuidando da doutrina
convêm ; to d as as co isas me são TERÇA - 1 Tm 1.5
lícitas, m as eu não me deixarei O amor fraterno
d o m in ar por nenhum a." QUARTA - l T m 1.18
(1 C o 6 . 12) Miiitando a boa milícia
QUINTA -1 Co 6.1-11
RESUMO DA LIÇÃO O litígio entre os irmãos

A Igreja tem um relevante


SEXTA - Hb 12.23
A "universal assembléia e igreja
papel com o coluna e firmeza
dos primogênitos"
da verd ad e; e trata do m istério
da p ie d a d e , q ue é a sub lim e
SÁBADO - 1 Co 6.20
Glorificando a Deus com
revelação de Cristo.
o nosso corpo

JOVENS 47
OBJETIVOS
• COM PREEN DER o propósito de Paulo ao escrever a Timóteo;
• CO N SCIEN TIZA R de com o convém andar na Igreja do Deus vivo;
• SABER a respeito do ministério da piedade.

INTERAÇÃO
Prezado(a) professor(a), na lição deste domingo estudaremos os três últimos
versículos do capítuLo 3 da Primeira Carta de Paulo a Timóteo. Vo cê verá que é
um trecho pequeno, entretanto com um riquíssimo conteúdo. Paulo expressa 0
seu desejo de rever a Timóteo e fala do relevante papel da Igreja como coluna e
firmeza da verdade. Verem os que o apóstolo trata de um tema muito relevante
para a Igreja do Deus vivo: o mistério da piedade, que é a sublime revelação de
Cristo, o Filho de Deus encarnado, ressurreto e glorificado.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor(a), peça a um aluno(a) que leia 1 Timóteo 314.15 para toda a turma.
Depois pergunte: "Qual a importância destes versículos finais do capítulo?”Ouça
os alunos com atenção e incentive a participação de todos. Depois explique que
o versículo 15 “é um versículo significativo na carta, pois ele exprime a razão de
Paulo para escrever e provê uma descrição tríplice da identidade e missão da igreja.
Casa se refere à igreja como família de Deus, com referência à administração da
família, A expressão ‘igreja do Deus vivo' salienta a igreja como assembléia em que
Deus mais claramente revela a sua presença. A igreja como a coluna e firmeza
da verdade' significa que Deus confiou a igreja a tarefa de promover e proteger o
evangelho (BibLia de Estudo Hotman. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p. 1943).
i Timóteo 3.14-16
14 Escrevo-te estas coisas, esperando ir 16 E, sem dúvida alguma, grande é o
ver-te bem depressa. mistério da piedade: Aquele que se
15 Mas, se tardar, para que saibas como manifestou em carne foi justificado em
convém andar na casa de Deus, que é espirito, visto dos anjos, pregado aos
a igreja do Deus vivo, a coluna e firmeza gentios, crido no mundo e recebido
da verdade. acima, na glória.

INTRODUÇÃO mostra que Paulo pretendia retornar da


Na lição deste domingo, estu da­ Macedõnia (Europa) para a Ásia Menor
rem os os três últim os versículo s do (atuaL Turquia) a fim de reencontrar seu
capítulo 3 da Primeira Carta de Paulo amigo e fiel cooperador.
a Timóteo. A pesar de ser um trecho Como já estudamos, Paulo escreveu
pequeno, tem riquíssim o conteúdo. sua Primeira Carta a Timóteo durante a
N e le Paulo ex p re ssa 0 seu d e se jo viagem que fez depois de seu primeiro
de rever Timóteo, possivelm ente na aprisionamento em Roma, quando vi­
própria Éfeso: fala do relevante papel sitou Creta (onde deixou Tito - Tt 1.5) e
da Igreja com o coLuna e firm eza da algumas cidades da Ásia Menor, como
verdade; e trata do mistério da piedade, Mileto (2 Tm 4.20), e possivelm ente a
que é a sublim e revelação de Cristo, própria Éfeso. De Mileto, seguiu para
o Filho de Deus encarnado, ressurreto Trôade, rum o à M acedõnia (Filipos,
e glorificado. Tessalônica e Bereia), região de onde
Refletiremos a respeito do conte­ escreveu a Primeira Carta a Timóteo
údo da verd ad eira m en sagem c ris - ( íT m 1.3).
tocêntrica e os perigos de um evan­ 2. M udança de planos. No versí­
gelho político ou moral, denom inado culo 13 do capítuLo 4 Paulo tam bém
evangelho social. São faces diferentes expressa seu desejo de encontrar-se
de um m esm o problem a. M anter a novam ente com Tim óteo. Mas não
e sse n cia lid a d e bíb lica da pregação há nenhum a evidência de que tenha
é um grande desafio para a Igreja em havido seu retorno para a Ásia Menor.
todos os tempos. Escrevendo a Tito algum tempo depois,
o apóstolo informa que pretendia pas­
I - O PROPÓSITO DE PAULO sar 0 inverno em Nicópolis (Tt 3.12), na
1. Um a p a la v ra p e sso a l. C o m a costa ocidental da Grécia, ainda mais
expressão “escrevo -te estas coisas", distante de Éfeso.
Paulo volta a dar um tom bem pessoal O mais provável é que, saindo da
ao seu texto, principalm ente ao dizer Ásia Menor pela cidade de Troâde (2 Tm
que esperava ir ao encontro de Tim ó­ 4.13). Paulo tenha visitado a Macedõnia,
teo “bem d e p re ssa” (1 Tm 3.14). Isso descido a Corinto, na Acaia, e, de lá,

JOVENS 49
Assim como qualquer © PONTO IM PORTANTE!
um de nós, Paulo também 0 tom pessoal dado por Paulo de­
monstra, mais uma vez, a profunda
fazia planos, mas ele
afetividade que nutria em relação
havia entregado a sua
a Timóteo.
vida totalmente à direção
de Deus, o que incluiu SUBSÍDIO O
sofrimentos e o próprio Prezado(a) professor(a), explique
martirio, Fazer a vontade que “a carta passa agora da primeira
de Deus é sempre o melhor. para a se g u n d a se ç ã o p rin c ip a l (1
T m 3.14-16). No ponto de transição,
o a p ó sto lo reitera su a d e c la ra ç ã o
quanto ao propósito. Iniciou a carta
seguido para Nicópolis, onde prova­ com uma ordem a Timóteo para que
velm ente foi preso e levado à Roma. ficasse em Éfeso com a finalidade de
Assim como quaLquer um de nós, fazer oposição aos falsos mestres (1.3),
Paulo tam bém fazia planos, mas ele então d eu-lhes conselhos específicos
havia entregado a sua vida totalmente relativos ao estabelecimento da igreja
à direção de Deus, o que incluiu sofri­ (2.1—3.13). Agora repete seu propósito,
mentos e o próprio martírio (At 9.6,15,16; m arcando-o com um hino cristão da
20.22-24). Fazer a vontade de Deus é época.
sem pre o melhor (Sl 18.30-34). Paulo antecipa um encontro com
3. “Mas, se tardar". Ao mesmo tempo Tim óteo em um futuro próximo, po­
em que esperava logo rever Timóteo, rém caso haja alg um atraso, lhe dá
Paulo cogitava que sua viagem pudesse de antem ão c o n se lh o s e sp e cífico s
demorar. Assim, enviou por carta suas para sua liderança na igreja. Tim óteo
instruções. O ap ó sto lo se m ostrou tem a m esm a responsabilidade dos
precavido e diligente, fazendo o m e­ bispos e dos diáconos, q ue d evem
lhor uso possível do principal meio de governar bem sua própria ca sa e a
comunicação da época. Timóteo ficou
de Deus (cf. 3.4,12).”
devidam ente suprido de orientações
pastorais complementares àquelas que (iComentário Bíblico PentecostalNovo Testa­
mento. Rio de Janeiro: CPAD. 2003. p. 1465.)
havia recebido pessoalmente (1 Tmi.3).
Q uando u sa d o s sabiam ente, os
meios de com unicação são uma bên­ II - À IGREJA DO DEUS VIVO
ção. Eles podem nos edificar individu­ 1. “Com o convém andar”. A cons­
alm ente e a toda a igreja. trução gram atical utilizada por Paulo
nos perm ite entender q ue o ensino
@ PENSE! não era som ente para Timóteo, mas
Nem sempre é possível fazer tudo o para todos os crentes de Éfeso e, via
que desejamos, por mais nobre que de consequência, para os cristãos de
seja nosso propósito. Deus sabe de todos os tempos, pois visava a “igreja
todas as coisas. do Deus vivo”.

50 JOVENS
São instruções quanto ao compor­
Onde quer que nos
tamento de todos que são cham ados
reunamos, precisamos nos
para pertencer à fam ília de Deus na
Nova Aliança. comportar de acordo com
2. Casa de Deus. O sentido aqui não a Palavra de Deus.
é físico. Paulo não está referindo-se ao
templo como um edifício, mas ao corpo
místico de Cristo, a Igreja, formada pela
reunião de todos os santos, os quais
são templo do Espírito Santo, habitação
perm anente de Deus (1 Co 3.16; 6.19: 4.31) e dedicar tempo nos exercitando
2 Co 6.16). É a “universal assem b léia em piedade ou devoção, 0 que inclui
e igreja dos primogênitos, que estão a prática de disciplinas espirituais que
inscritos no c é u ” CHb 12.23). nos levem a conhecer e amar cada vez
Jesus anunciou aos discípulos a edi­ mais a Deus ( íT m 47,8).
ficação de sua Igreja (Mt 16.18), usando
um termo grego bem conhecido na SUBSÍDIO O
época: e/?/?/es/o, formado de eh, “para Professor(a), explique que "é acon­
fora de", e hlesis, “chamado”. De acordo selhável que a congregação saiba como
com a B íb lia de Estudo Pentecostal, se comportar, pois a igreja é o povo de
tem o sentido literal de “reunião de um Deus, 'a coluna e firmeza da verdade’.
povo, por convocação". A confiança sagrada da igreja é verda­
É para e sse povo, portanto, que deira; se a verdade for comprometida, a
são dirigidas as instruções paulinas. própria igreja estará em risco. Os falsos
Onde quer que nos reunamos, preci­ mestres, por exemplo, já abandonaram
sam os nos comportar de acordo com a verdade (cf. 6.5; 2 Tm 2.18; 3.8:4.4), É
a Palavra de Deus. crucial que Timóteo não somente silen­
3 . 0 Deus vivo. A expressão “igreja cie os falsos mestres (1 Tm 1,3-11), mas
do Deus vivo” contrasta com os inú­ tam bém coloque a igreja novamente
meros templos dos deuses pagãos da sobre o seu correto aLicerce."* 1
época, ídolos mortos que não podiam (Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testa­
e sb o ç a r nenhum a re ação ao culto mento, Rio de Janeiro: CPAD, 2003. p, 1465.)
que recebiam. Ali mesmo, em Éfeso,
muitos haviam se convertido a Cristo, I I I - O MISTÉRIO DA PIEDADE
abandonando os seu s ídolos, o que 1. Coluna da verdade. Mais que um
cau so u grand e alvo ro ço na cid a d e sentido geral, verdade aqui tem um
(At 19.1-20). sentido fundamental e específico, que
Hoje, igualmente, precisamos ter fé é 0 “mistério da piedade". Esse “mistério"
e convicção de que estamos servindo ou razão de nossa devoção é Cristo, a
a um Deus vivo. Não podemos perder Palavra encarnada, em torno de quem
a p o d ero sa p re se n ç a d e D eu s em estão escondidos os tesouros da sa ­
nossa vida, individual e coletivamente. bedoria e do conhecim ento (Cl 2.2,3).
Precisam os orar fervorosam ente (At Para proclamar essa verdade, os líderes

JOVENS 51
de Éfeso precisariam ter um a firm e O verdadeiro evangelho, portanto,
estrutura moral e espiritual, por isso as apresenta a Cristo, o Homem perfeito,
qualificações apresentadas por Paulo único q ue tem o poder de libertar,
eram fundamentais, 0 enfraquecimento perdoando os pecados e produzindo
da liderança compromete a mensagem. uma profunda transformação do c a ­
Há um risco enorm e de se tentar ráter. É a obra da regeneração, pela
reduzir o evangelho a uma pregação qual se inicia um processo progressivo
de m oral pública, enquanto as q u a­ e perm anente, que é o crescim ento
lificações individuais vão sendo d e s­ em santificação (Hb 12.14). Somente a
prezadas. Em “tempos trabalhosos” (2 graça de Deus nos faz alcançar virtudes
Tm 3.1), não são poucos os que estão espirituais com o o dom ínio próprio,
reduzindo o “evangeLho" à defesa de fruto do Espírito (Ef 5.22).
pautas públicas. Uma pregação aparen­ 3. 0 conteúdo da mensagem. Igre­
temente espiritual, mas bem afastada ja s da Europa e dos Estados Unidos da
da m ensagem cristocêntrica. América vivem trágicos resultados de
2. V e rd a d e lib e rtad o ra . A únicaum processo de declínio da pregação.
m ensagem libertadora é o e v a n g e ­ Isso, infelizmente, se projeta no Brasil,
lho b íb lico com pleto, q ue expõe o com as facetas próprias de um pais
“m istério da p ie d a d e ”: encarnação , tropical e continental, altamente eclético
m orte, re ssu rre iç ã o e g lo rific a ç ã o no campo evangélico. Há também um
de Cristo, e seu poder regenerador, m ovim ento de psicologização, pela
justificad o r e redentivo eterno. Esta inserção de conteúdos motivacionais
m en sag em (e so m e nte ela!) tem 0 e de autoajuda, com o a Teologia do
poder de libertar o homem e d ar-lhe Coaching.
força interior para vencer suas próprias No cam po pentecostal, há movi­
inclinações pecaminosas, afastando-o mentos sem solidez bíblica e doutri­
de toda a imoralidade e mundanismo nária. Por isso, rapidamente caem em
(1 Co 2.1-5). descrédito, gerando frieza, incredulida­
Uma pregação moral, portanto, é de e apostasia (Mt 7.21-23; 18.6).
como atacar as consequências de um Como “coluna e firmeza" da verda­
problema, deixando inatingível a causa. de, a igreja deve sustentar a procla­
Isso é o que tem sido feito com parte m ação do “mistério da piedade", que
da pregação evangélica, fazendo dela Paulo expressou através do trecho de
um discurso político, na vã esperança um hino bem conhecido dos crentes
de transformação da sociedade. primitivos: “Aquele que se manifestou
O problema da humanidade, afinal em carne foi justificad o em espírito,
de contas, não é primariamente coLe- visto dos anjos, pregado aos gentios,
tivo, m as individual. Não existe liber­ crido no mundo e recebido acima, na
tação da socied ad e se os indivíduos glória" (íT m 3.16). Em poucas palavras,
perm anecem presos em seus delitos uma profunda mensagem cristológica.
e pecados (Ef 2.1-5). Hom ens imorais A presenta a Cristo, 0 Filho de Deus
ja m a is co nstruirão um a so c ie d a d e que se fez carne, morreu e ressusci­
moralmente sadia, tou como prova de sua vitória sobre o

52 JOVENS
pecado, a morte e o inferno (Jo 1,14; C l D e u s ’) co m a ig re ja co m o te m p lo
2.12-15; Ap 1.18). Sua vida e ressurreição, (cf. 'coluna e firmeza'), O grego tem
assim com o sua ascensão aos céu s duas palavras para 'templo'. Heron é
foi testemunhada pelos anjos (Lc 2.10; todo o com plexo do templo, o lugar
At 1.9-11). Seu nome tem sido pregado onde as pessoas se congregam para
aos gentios, e crido por incontáveis a adoração; nãos é o santuário interior
pessoas em todas as épocas e lugares, (por exemplo, o Lugar Santíssimo), o
as quais esperam v ê -lo glorificado (1 lugar onde Deus habita. O s tem plos
Jo 3.2,3). gregos pagãos eram frequentemente
4. Buscando o equilíbrio. Ao tratarpequenos santuários, com postos por
da centralidade do Evangelho, que é um a fu n d a çã o e a lg u m a s c o lu n a s
Cristo, não podemos imaginar que não para alojar um ídolo. A im agem que
devemos estudar muitos outros impor­ Paulo m ostra da igreja co m o m ãos
tantes tem as da vida cristã, tam bém de Deus não consiste em que Ele se
contidos nas Escrituras. O ensino de uma conosco, a congregação, no lugar
Paulo visa ensinar “como convém andar" onde nos reunimos para adoração; mas
e isso deve ser feito com equilíbrio. que a Igreja (o corpo de crentes) é o
O segredo do equilíbrio é ter Cristo próprio santuário no q ual D eus tem
sem pre no centro de todas as coisas, prazer em habitar (cf. 1 C o 3.16,17; 2
interpretando e aplicando os ensinos Co 6.16; Ef 2.21), Com estas duas im a­
relativos a todas as áreas da vida. Nosso gens, da fam ília e do templo, Paulo
foco central d eve ser a g lorificação expressa os dois pontos mais urgentes
de nosso Senhor e Salvador: “Porque desta carta: sua preocupação com 0
dele, e por ele, e para ele são todas as com portam ento apropriado e face a
coisas: glória, pois, a ele eternamente. face com os falsos mestres, e a igreja
A m ém !” (Rm 11.36). com o o povo a quem foi confiado o
trabalho de sustentar e proclam ar a
SUBSÍDIO @ verdade do Evangelho."
"Paulo m e s c la s u a s m e tá fo ra s
(1Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testa­
da igreja com o fam ília (cf. 'Casa de mento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003. p. 1466.)

PROFESSOR(A), "no pequeno hino apresentado em 1 Timóteo 3.16,


Paulo afirma a humanidade e a divindade de Cristo. Assim sendo, ele
revela o âmago do evangelho, 'grande é 0 ministério da piedade (ou da
nossa fé) (0 segredo de como nos tomamos tementes e obedientes ao Senhor).
... se manifestou na carne' - Jesus era um homem; sua encarnação é a base de
nosso correto relacionamento com Deus" (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal.
Rio de Janeiro: CPAD, p. 1704).

JOVENS 53
ESTANTE DO PROFESSOR

BUENO, Telm a Igreja Saudável:


Educando para uma Vida Plena.
Rio de Janeiro, CPAD, 2018.

O CONCLUSÃO
Em tempos tão trabalhosos, com tantos
fundamentos destruídos, é imperativo
que, como Igreja, cumpramos nosso
papel de defesa e proclamação da
verdade, que é Cristo e seu Evangelho
0 HORA DA REVISÃO
pleno. Para essa importante missão,
precisamos manter um comportamento 1 QuaL o sig n ifica d o da expressão
apropriado, cumprindo fíelmente a “casa de Deus" no texto estudado?
Palavra de Deus. Isso não é possivel Significa 0 corpo místico de Cristo,
com as nossas próprias forças, mas a a Igreja, formada pela reunião de
graça de Deus nos capacita. todos os santos,
2. Que m ensagem extraímos da ex­
pressão ‘‘igreja do Deus vivo"?
Que hoje precisamos ter fé e convic­
ção de que estamos servindo a um
Deus vivo, Não podemos perder a
poderosa presença de Deus em nos­
ANOTAÇAO sa vida, individual e coletívamente.
3. O q ue é o “m istério da piedade"
referido por Paulo?
Esse “ministério”ou razão da nossa
devoção é Cristo, a Palavra encar­
nada, em torno de quem estão e s­
condidos os tesouros da sabedoria
e do conhecimento,
4. Q ue sin a is tem os do d eclín io da
pregação?
Um a p re g a ç ã o a p are n te m e n te
espiritual, m as bem afastada da
m ensagem Cristocêntrica.5
5. Quem é a centraLidade do Evangelho?
Jesus Cristo.
O RESPEITO AS
PESSOAS E O CUIDADO
COM AS VIÚVAS
TEXTO PRINCIPAL LEITURA SEMANAL
SEGUNDA - l Tm 5.1
"[...] Seg ues a justiça, a A d m oesta os ancião s com o a p ais
p ie d a d e , a fé, o amor, a TERÇA - 1 Tm 5.2
p a ciên cia, a m ansidão." O cuid ad o com as irm ãs
(1 Tm 6 . 11) m ais velhas
QUARTA - Tg 1,27
O cuid ad o com os órfãos
RESUMO DA LIÇÃO QUINTA - Dt 10.17
O cuid ad o d e D e u s com as viúvas
O líd er tem o dever de SEXTA - Tg 2 .8; 14-17
ensinar a to d os na O am or e o cuid ad o com
igreja, inclusive aos o próxim o
m ais velhos. SÁBADO - lT m 6.1
O s d everes d os servos

JOVENS 55
OBJETIVOS
• CO M PREEN DER o padrão familiar bíblico;
# M OSTRAR o padrão de comportamento no relacionamento do líder
com as moças;
§i EXPLICA R a respeito do padrão de relacionam ento do lider com
as viuvas.

INTERAÇÃO
Prezado(a) professor(a), na lição deste domingo verem os que o texto nos
fala do tratamento adequado que o jovem pastor deveria dispensar a todas as
pessoas da igreja (de idades distintas e de am bos os sexos), especialm ente as
viúvas, e nos desafia a refletir sobre nossos deveres famiLiares, sinal essencial
de nossa fé.
No decorrer da lição, enfatize que em todos os nossos relacionamentos, a
hum ildade é a atitude de espírito que deve prevalecer. Nossa boa convivência
em família e na família de Deus (igreja) nos prepara para os dem ais relaciona­
mentos interpessoais.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor(a), nesta lição, depois da introdução, distribua um pedaço de papel
para cada aluno e solicite que eles escrevam apenas uma palavra que descreva
o tratamento adequado que o pastor deve dispensar as pessoas da igreja (de
idades distintas e de ambos os sexos). Não pode ser dois ou três vocábulos, mas
apenas e exclusivam ente um. Fique atento aos termos e escreva-os no quadro
ou lugar apropriado, De acordo com o desenvolvim ento da aula, inclua essas
palavras em sua ministração, ora conceituando-as, ora afirmando ou corrigin-
do-as. Seja perspicaz e procure com preender o que levou o aluno a destacar
tal palavra" (Adaptado de Lições Bíblicas Jovens. Rio de Janeiro: CPAD).
TEXTO BÍBLICO

1 Timóteo 5.1-16 de sessenta anos, e só a que tenha


1 Não repreendas asperamente os an­ sido mulher de um só marido.
ciãos, mas admoesta-os como a pais; 10 Tendo testemunho de boas obras, se
aos jovens, como a irmãos. criou os filhos, se exercitou hospitalidade,
2 Às mulheres idosas, como a mães, às se lavou os pés aos santos, se socorreu
moças, como a irmãs, em toda a pureza. os aflitos, se praticou toda boa obra.
3 Honra as viúvas que verdadeiramente 11 Mas não admitas as viúvas mais novas,
são viúvas. porque, quando se tornam levianas
contra Cristo, querem casar-se.
4 Mas, se alguma viúva tiver filhos ou
netos, aprendam primeiro a exercer 12 Tendojá a sua condenação por haverem
piedade para com a sua própria família aniquilado a primeira fé,
e a recompensar seus pais; porque isto 13 E, além disto, aprendem também a
é bom e agradável diante de Deus. andar ociosas de casa em casa; e não
5 Ora, a que é verdadeiramente viúva e de­ só ociosas, mas também paroleiras e
samparada espera em Deus e persevera curiosas, falando o que não convém,
de noite e de dia em rogos e orações. 14 Quero, pois, que as que são moças se
6 Mas a que vive em deleites, vivendo, casem, gerem filhos, governem a casa
está morta. e não deem ocasião ao adversário de
maldizer,
7 Manda, pois, estas coisas, para que
elas sejam irrepreensíveis. 15 Porque já algumas se desviaram, indo
após Satanás.
8 Mas, se alguém não tem cuidado dos
16 Se algum crente ou alguma crente tem
seus e principalmente dos da sua família,
viúvas, socorra-as, e não se sobrecar­
negou a fé e é pior do que o infiel.
regue a igreja, para que se possam
9 Nunca seja inscrita viúva com menos sustentar as que deveras são viúvas.

INTRODUÇÃO versículo seguinte (1 Tm 5.2) o mesmo


0 texto bíblico desta lição faLa do vocábulo aparece em sua forma feminina,
tratamento adequado que o jovem pastor referindo-se a “mulheres idosas".
deveria dispensar a todas as pessoas da Timóteo tinha o dever de ensinar a
igreja (de idades distintas e de ambos os todos na igreja, inclusive aos mais velhos.
sexos), especialmente as viúvas, e nos Contudo, tinha uma maneira adequa­
desafia a refletir sobre nossos deveres da para cada faixa etária. Os homens
familiares, sinal essencial de nossa fé.1 idosos não poderíam ser repreendidos
asperamente ou com dureza no falar.
1 - O PADRÃO FAMILIAR Paulo está se referindo à abordagem
1. O s anciãos. Diferentemente de e, principalmente, ao tom de voz a ser
outros textos, com o Atos 20.17, em 1 empregado no momento da repreensão.
Tim óteo 5.1 o termo “ancião” não é o Timóteo deveria se dirigir aos anciãos
equivalente ao ofício de presbítero, que como um filho se dirige ao pai, com o de­
era o dirigente ou pastores das igrejas vido respeito, usando palavras adequadas
locais (Tt 1.5), Significa “homem idoso". para a transmissão da repreensão. Não
Isso se confirma, inclusive, porque no deveria ser rude e impor sua autoridade

JOVENS 57
através de expressões ásperas. Não havia (5.1,2). Como uma transição do conselho
impedimento atgum para a repreensão do apóstolo a respeito do relacionamento
dos homens idosos, conquanto se ob­ de Timóteo com categoria específicas
servasse a maneira correta de fazê-to. d e p e sso as na co ng reg ação , Paulo
2. Os jovens. Vivemos em uma gera­ Lida primeiramente com as questões
ção marcada por uma extrema rejeição relacionadas à juventude de Timóteo.
a todo o tipo de repreensão. Em parte, Em 4.12 o apóstolo exortou: 'Ninguém
isso tem sido observado tam bém em despreze a tua m ocidade’. Agora diz
algumas igrejas. Aceitar a correção nos (v. 1), 'não reprendas asperamente os
torna sábios, mas rejeitá-La impõe graves anciões, m as a d m o e sta -o s co m o a
prejuízos à nossa atma (Pv 8.33; 1531- 33)' pais’. Podemos parafrasear, 'nunca seja
Se Timóteo poderia e deveria repre­ severo com os mais velhos'. Paulo não
ender aos idosos, sempre que necessário, só transmite confiança ao jovem pastor,
quanto mais aos jovens. Mais uma vez, com o tam bém exige cortesia para o
contudo, precisaria observar um padrão rebanho. ’Na administração da casa de
adequado, e o parâmetro, em função de Deus existe um modo apropriado para
sua idade, era o relacionamento entre ir­ o lider tratar as pessoas — exatamente
mãos. A afetividade deveria estar presente com o faria com a sua própria família
na transmissão da repreensão, assim (supondo uma ideia cultural de grande
Timóteo evitaria qualquer distanciamento deferência e respeito no lar. Semelhante­
ou indiferença em sua conduta. Afinal ali mente. Pauto aconselha: 'trate os jovens
estava um pastor que também era jovem. como irmãos; as mulheres idosas como
3. As mulheres idosas. O trato com mães, as moças como irmãs11. Parece que
as mulheres idosas deveria ser pautado o relacionamento com as mais jovens
no mesmo respeito e afeto que se deve era uma área de especial preocupação
devotar às mães. Nenhum filho deve na congregação em Éfeso (cf. 511; 2 Tm
dirigir-se à sua mãe com arrogância ou
3.6,7), porque o apóstolo especifica que
dureza, mesmo que eta tenha cometido
é exigida ‘toda [absoluta! pureza 'em
algum erro. Deve devotar-lhe profundo
relação a estas muLheres."
respeito, dirigindo-lhe palavras brandas.
0 exemplo de Timóteo, como Líder (Comentário Bíblico Pentecostat Novo Testa­
espiritual deveria ser observado petos
mento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003. p. 1472.)
crentes de Éfeso (1 Tm 4.12) e nos se v e
de inspiração para todas as áreas da vida. II - O RELACIONAMENTO COM
Honrar os idosos é mandamento divino para AS MOÇAS
todos nós: "Diante das cãs te Levantarás, 1. “Em toda a pureza". Quando trata da
e honrarás a face do velho, e terás temor admoestação às moças Paulo acrescenta:
do teu Deus. Eu sou o Senhor" (Lv 19.32). "U em toda a pureza" (v. 2). O apóstolo
está mostrando a Timóteo que é preciso
SUBSÍDIO O evitar atitudes inapropriadas com relação
Prezadota) professorta), explique que às pessoas sob seus cuidados. O pastor
Paulo exorta a Timóteo a respeito de precisa tratar a todos como membros da
como tratar os mais velhos e os jovens família de Deus, seja solteiro ou casado,

58 IOVENS
jo vem ou idoso. Todos precisam ser pessoas sob seus cuidados, tratando-as
respeitados e o líder deve estar sempre como membros da família. Se eles consi­
vigilante (Mt 26.41). derarem todas as pessoas como membros
2. Pureza em tudo. O jovem pastor da família de Deus, eles a protegerão e
precisava dirigir a igreja e lidar com pes­ as ajudarão a crescer, espíritualmente.”
soas de ambos os sexos e de todas as
(Bíblia de Estudo Cronológica Aplicação
idades, incluindo moças. Nesses contatos Pessoal Rio de Janeiro: CPAD, 2015. p, 1755.)
pessoais, precisava ser vigilante para
não ser atacado por pensamentos ou
III - MANDAMENTOS ÂS VIÚVAS
sentimentos lascivos, e, muito menos,
1. Verdadeiramente viúvas. Na opinião
descambar para atitudes impuras, que
de alguns estudiosos, havia, na igreja
poderíam afetar sua vida espiritual e
dos primeiros séculos, uma espécie de
seu ministério.
“ordem de viúvas”, como um ministério
A expressão "em toda a pureza”nos específico, que consistia na inscrição
indica a necessidade de ser puros nos de viúvas idosas que faziam um voto de
pensamentos, no olhar, no falar e no agir. se dedicarem exclusivamente a Deus,
No contato com pessoas do sexo oposto, servindo na igreja. Em contrapartida,
precisamos rejeitar desde os pensamentos
eram inscritas para serem sustentadas.
pecaminosos, confessando-os a Deus Mas o texto de 1 Timóteo 5.1-16 não nos
em nosso íntimo e abandonando-os. permite concluir que havia essa organi­
Para isso, é fundamental que enchamos
zação formal em torno de um "ministério
nossa mente de coisas boas, de coisas
das viúvas", em bora fique claro que
puras (Tg 4.8).
havia, sim, um rol específico daquelas
3. Ninhos na cabeça. Atribui-se a que seriam alvo da ajuda material ou
Lutero a frase que diz: “Não podemos
financeira da igreja. Elas são chamadas
impedir que os pássaros voem sobre
de “verdadeiramente viúvas”. Tinham
as nossas cabeças, mas podemos im­
que ter, no mínimo, sessenta anos de
pedir q ue e le s façam ninhos sobre
idade, não terem família e terem um largo
elas”. Nenhum de nós está livre de ter
“testemunho de boas obras”(1 Tm 5.4-10).
pensamentos impuros, mas todos nós
2. O cuidado das viúvas. Havia um
podem os refutar tais pensam entos e
controle das viúvas que eram reaLmente
não cuttivá-los em nossa mente, para
dignas do auxílio da igreja. O texto paulino
que não germinem e produzam seus fala em “inscrição", seguindo alguns critérios:
frutos, que nunca serão bons (Mt 15.19).
a) Responsabilidade da fam ilia: as
Cultivamos maus pensamentos quando viúvas que tivessem filhos ou netos
os alimentamos com objetos de nossos deveríam ser assistidas por eles. Paulo
desejos, seja em atitude apenas mental,
enfatiza a necessidade de a piedade
seja abrindo os canais da audição ou da ser exercida primeiro dentro de casa,
visão para receber impulsos externos. para com a própria família: “porque isto
é bom e agradável diante de Deus" (1
SUBSÍDIO © Tm 5.4). Está aí, portanto, a vontade de
Professor(a), explique que "aqueles Deus para esse assunto de tanto apelo
que participam do ministério podem evitar público: a família deve ser encorajada a
atitudes ínapropriadas com relação às cumprir o seu papel.

JOVENS 59
A Bíblia não abona nenhum sistema 3. Viúvas mais novas. As viúvas mais
político ou ideológico, mas é fato que novas não deveríam ser admitidas no
reprova mais alguns do que outros. Do serviço de atendimento social da igreja,
texto em estudo podemos extrair uma porque “quando se [tornavam] levianas
clara refutação do socialismo, que nega contra Cristo, [queriam] casar-se" (íT m
as responsabilidades pessoais do indiví­ 5.11). O texto nos indica que algum as
duo e de suas famílias, procurando criar delas, que provavelmente haviam de­
um sistema de dependência do Estado. cidido permanecer viúvas e se dedicar
Um paternalismo doentio. a Deus (1 Tm 5 -5). rompiam o compro­
misso e adotavam um comportamento
b) Idade: Paulo faz um recorte de
incompatível para qualquer mulher cristã:
idade, indicando que não deveria ser
viviam ociosas, de casa em casa, como
inscrita viúva com menos de sessenta
fofoqueiras, se importando com a vida
anos. A idade era um dos requisitos a
dos outros. Verdadeiras transmissoras de
ser conjugado com os demais. Certa­
maledicências (íTm 5,13). Para evitar isso,
mente considerava os fatores próprios
Paulo recomenda às "viúvas mais novas"
da época, como a natureza do trabalho
(NAA) Io equivalente à expressão “moças"
da m ulher e as dificuldades que po-
em 5.14] que se casassem , gerassem
deria ter para atender ao seu sustento
filhos e cuidassem de suas próprias casas,
na condição de viúva sem filhos. Além
fugindo de todo 0 mau testemunho. Mais
disso, poderia indicar a improbabilidade
uma vez, portanto, Paulo estimula e honra
de um novo casamento.
a constituição da familia.
c) Testemunho pessoal: A viúva d e­
veria ser piedosa e tem ente a Deus,
0 PENSE!
“Iperseverandol de noite e de dia em
A verdadeira piedade começa em
rogos e orações”(1 Tm 5.5). Não deveria,
casa, no seio de nossa família.
portanto, ter atitude de reclamação ou
exigência. Em relação às viúvas que
viviam em “deleites" ou prazeres, o
Q PONTO IMPORTANTE!
No contexto da época, não havia
apóstolo reputa como espiritualmente
previdência social, razão que toda a
mortas. A viúva tinha que ter sido “mulher
viúva, sem filhos ou netos, dependia
de um só marido”. Isso ressalta a digni­
diretamente da igreja.
dade da viuvez, especialm ente como
oportunidade de m aior d ed icação a
Deus. Contudo, não é interpretado como s u b s íd io ©
Professor(a) explique que “a primeira
uma proibição inflexível para um novo
preocupação expressa pelo apóstolo é
casamento (íT m 5.14). Diz respeito, so­
que as Verdadeiramente viúvas' recebam
bretudo, à conduta de inteira fidelidade
o auxílio que merecem. A frase ‘honra
conjugal. Além disso, a viúva deveria ter
as viú vas que verdadeiram ente são
se dedicado à prática de boas obras,
viúvas' (v. 3) significa literalmente, 'dê
criado os filhos, recebido e atendido bem
o reconhecimento apropriado àquelas
as pessoas em sua casa, se dedicado a
viúvas que realmente precisam’."
práticas serviçais humildes, como lavar
os pés aos santos e socorrido aos aflitos 6Comentário Bíblico PentecostalNovo Testa­
mento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003. p. 1473-1
( íT m 5 -9 .10).
60 JOVENS
ESTANTE DO PROFESSOR
r
COLEMAN, Robert. Como
Avivar sua Igreja. 15 ed.
Rio de Janeiro: CPAD, 2005.

© CONCLUSÃO
A Palavra de Deus é completa, ela tem
lições para todas as áreas de nossa
vida. Vimos hoje como é importante
© HORA DA REVISÃO
ter relacionamentos saudáveis em
i. Qual o significado do termo "ancião" família, para que nos sirvam de padrão
em 1 Timóteo 5.1? inspirativo na igreja e em outras áreas
Significa 'homem idoso' de nossa vida, Vimos, também, que um
z O que significa a frase "atribuída a sinal vital da verdadeira espiritualidade
Lutero", citada nesta lição? é a maneira como cuidamos de nossos
Significa que nenhum de nós está familiares, especialmente nossos pais
livre d e ter pensam entos impuros, e avós, em suas necessidades.
mas todos nós podemos refutar tais
pensamentos e não os cultivar em
nossa mente, para que não germinem
e produzam seus frutos, que nunca
serão bons.
3. Quais os requisitos principais para ser
considerada uma “verdadeira viúva”? ANOTAÇÃO
Tinham que ter, no mínimo, 60 anos
de idade, não terem família e terem
um largo ‘testemunho de boas obras."
4. Q u al a re co m e n d a çã o de Paulo
para as viúvas novas?
Paulo recom enda às "viúvas mais
novas" que se casem , gerem filhos
e cuidem de suas próprias casas,
fugindo de todo o mau.
5. O que ressalta 0 fato de que a viúva
tinha que ter sido "mulher de um
só marido”?
Isso ressalta a dignidade da viuvez,
especialm ente como oportunidade
de maior dedicação a Deus.
CONSELHOS DE
PAULO A TIMÓTEO
TEXTO PRINCIPAL LEITURA SEMANAL

"Conjuro- te, diante de Deus, SEGUNDA-a Tm 522


C o n selh o em relação às atitudes
e do Senhor Jesus Cristo, e
dos anjos eleitos, que, sem TERÇA - 1 Tm 5 23
prevenção, guardes estas coisas, C o n selh o em relação à saúde
nada fazendo por parcialidade.'1 QUARTA - 1 Tm 1.2
(1 Tm 5.21) O am or d e um p ai na fé
QUINTA - 1 Tm 4 16
RESUMO DA LIÇÃO C o n selh o em relação ao
cuid ad o de si m esm o
O líder deve ser imparcial, SEXTA - 1 Tm 6.20
sem se deixar influenciar por C o n selh o para guard ar a fé
quaisquer fatores que o leve SÁBADO - 2 Tm 2.1
a favoritismos. C o n se lh o para se
fortificar na graça

62 JOVENS
OBJETIVOS
COMPREENDER qual deveria ser o julgam ento dos presbíteros;
MOSTRAR como deve ser a designação de líderes;
EXPLICAR por que Paulo aconselha Tim óteo a usar um pouco de
vinho na água.

INTERAÇÃO
Prezado(a) professor(a), na lição deste dom ingo vam os concluir o estudo da
Primeira Carta a Timóteo. Verem os a responsabilidade que os pastores têm na
escolha dos presbíteros e a disciplina aplicada a eles.
No decorrer da lição, enfatize que aqueles que exercem juízo não podem se
esquecer de que todos estamos sujeitos ao julgam ento do Juiz de toda a Terra,
que a tudo vê. O caráter público da repreensão do presbítero fica bastante evi­
dente no texto em estudo. Precisam os ter consciência de que o encobrimento
de pecados enfraquece a igreja.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor(a), peça que um aluno ou aluna, leia em voz alta 1 Timóteo 5.21.
Em seguid a pergunte: “Com o o líder deve agir em caso de disciplina?" O uça
os alunos com atenção. Em seg u id a expliq ue q ue “a lid erança da igreja é
uma grande responsabilidade. Por m ais difícil que pudesse ser, Tim óteo não
deveria vacilar em nenhum a das instruções de Paulo (e, particularmente, nas
instruções a respeito da repreensão aos presbíteros). Q ualq uer d iscip lin a
ou repreensão necessária deveria ser adm inistrada sem considerar as in cli­
nações pessoais de Tim óteo ou seu eventual favoritismo. Hoje, da m esm a
maneira, a liderança na igreja deve ser abordada com maturidade, fidelidade,
piedade e ausência de favoritismo. A saúde de um corpo de crentes é muito
mais importante que ter preferência por alguém que não satisfaz os padrões
aqui estabelecidos" (B íblia de Estudo Cronológica A p licação Pessoal. Rio de
Janeiro: CPA D, 2015, p. 1756).
1 Timóteo 5.21-25
21 Conjuro- te, diante de Deus, e do Senhor estômago e das tuas frequentes enfer­
Jesus Cristo, e dos anjos eleitos, que, midades.
sem prevenção, guardes estas coisas, 24 O s p e ca d o s d e a lg u n s ho m ens são
nada fazendo por parcialidade.
manifestos, precedendo o juízo; e em
22 A ninguém imponhas precipitadamente alguns m anifestam -se depois.
as mãos, nem participes dos pecados
alheios; conserva-te a ti m esm o puro. 25 Assim m esm o também as boas obras
são m anifestas, e as que são doutra
23 Não bebas mais água só, m as usa de
um pouco de vinho, por causa do teu maneira não podem ocultar-se,

INTRODUÇÃO*I O juízo deveria ser exercido “sem


prevenção", isto é, sem prejulgamentos ou
A lição de hoje conclui o estudo da
motivações subjetivas que o inclinassem
Primeira Carta de Paulo a Timóteo. Estu­
previamente a favor ou contra alguém,
daremos a respeito da responsabilidade
Timóteo deveria ser imparcial, sem se
pastoral de escolha dos presbíteros e
deixar influenciar por quaisquer fatores que
da disciplina a eles aplicada. O apóstolo
o levassem a favoritismos. Paulo o lembra
volta a advertir ao jovem pastor acerca
de que estava diante de Deus, o Juiz de
da indispensável cautela para a orde­
toda a terra, do Senhor Jesus, perante
nação desses lideres, apontando para
quem todos deveremos comparecer, e
a necessidade de um tempo de obser­
dos anjos de Deus, que participarão do
vação para conhecer eventuais pecados
Juízo Final (Gn 18.25; Hb 12.23; Ap 14.14-20).
do candidato, assim como para ciência
2. A honra devida. No versículo 17 do
inequívoca de suas boas qualificações.
capítulo 5 o apóstolo prevê a retribuição
Em um tem po em que im pera a
especial que os pastores locais deveríam
cultura da pressa, fruto da profunda
ansiedade que insiste em afetar a todos ter, em conformidade com o trabalho
nós, é salutar considerar o que a Palavra prestado. Os presbítero, que governas­
de Deus nos ensina. Precisam os ser sem bem, deveríam ser “estimados por
moderados e esperar, sempre, 0 tempo dignos de duplicada honra”. Isso incluía
a remuneração pelo trabalho, como está
de Deus para tudo (Ec 3.1).
explícito no versículo 18, no qual Paulo
I - O JULGAMENTO DOS PRES­ usa a figura “do boi que debulha”, citando
o Antigo Testamento (Dt 254), como já
BÍTEROS
havia feito na carta à igreja de Corinto (1
1. Sem prejulgamento ou parcialida­
Co 9.9). Também se refere ao ensino de
de. Timóteo tinha a missão de observar
Jesus registrado por Lucas; “I...1 digno é
a conduta dos presbíteros e fazer o
devido juízo, para honra ou para repre­ o obreiro de seu salário" (Lc 10.7).
O reconhecimento deveria ser maior
ensão. Para isso Paulo o responsabilizou
solenemente (“conjuro-te"), “diante de ainda para os presbíteros que trabalhassem
Deus, e do Senhor Jesus Cristo, e dos “na palavra e na doutrina”, ou seja, pregan­
do e ensinando as Escrituras. Conforme 1
anjos eleitos” (1 Tm 5.21).

64 JOVENS
Timóteo 3.2, todos os presbíteros deveríam Acobertar pecados, sob a alegação
ser aptos para ensinar, mas certamente d e proteger a “imagem" do faltoso,
nem todos o faziam. Por isso, aqueles que além de não contribuir para sua ver­
se dedicassem ao ministério da Palavra dadeira recuperação espiritual serve
deveríam ser ainda mais honrados. para en fraq uecer o tem or no corpo
O texto não abona, contudo, que eclesiástico, criando um círculo vicioso
haja um p asto r-d irig ente q ue cu id e de pecados e escândalos. Repreender,
somente de questões administrativas e na presença de todos, o presbítero que
não ensine a igreja, pois é a exposição pecasse, levaria “os outros” a terem
da Palavra o que realmente identifica a temor ( íT m 5.20).
essência da missão pastoral (Hb 13.7). Pela natureza pú blica do p ro ce­
3. A repreensão devida. O tratamen­ dimento, podem os afirmar que a ex­
to justo aos presbíteros impunha, ao pressão “os outros" abrangería a todos
m esm o tempo, a repreensão para os da igreja, já que de todos seria dado a
que pecassem. A igreja precisa ser um conhecer os fatos e a disciplina aplicada.
am biente onde impere a justiça. Não
pode ser um lugar onde a cu sa çõ e s SU BSÍD IO 9
levianas tenham espaço. Por isso, Paulo Prezadola) professoría), explique
diz a Tim óteo e para conhecim ento que ‘uma vez que ninguém é exposto
de todos, que não deveria ser aceita a tantas reclamações e calunias como o
acusação contra presbítero senão com ministro que serve fielmente, os presbí­
duas ou três testemunhas. teros merecem mais do que somente a
O apóstolo apresenta a necessidade proteção financeira Merecem a confiança
de um verdadeiro juízo de admissibili­ da congregação a menos que as recla­
dade, para evitar que qualquer tipo de mações sejam substanciadas por várias
acusação sem lastro em provas pudesse testemunhas. Em outras palavras, os mi­
pôr em dúvida a conduta do obreiro e nistros devem ser considerados inocentes
m acular a sua reputação, Na verdade, até que seja provado o contrário, como
essa exigência de apresentação mínima ocorre com todas as pessoas (2 Co 13,1;
de testem unhas é ap licável a todos, cf. Dt 19.15; Jo 8.17; Hb 10.28). Calvíno disse
desde o Antigo Testamento (Dt 19.15; Mt que tal prática é um remédio necessário
18.15-17). Deveria ser observada também contra a malícia dos homens; ninguém
em relação ao presbítero, certamente esta mais sujeito a calúnia e difamações
porque o próprio exercício do ministério do que os mestres piedosos'.
pode suscitar oposições e calúnias. No entanto, se as reclam ações po­
4 . 0 caráter público. A repreensão dem ser substanciadas, os pecados do
ao presbítero deveria ser feita de forma presbítero não devem ser ocultados e
pública. Não se poderia “abafar" o caso, sim expostos publicamente (v. 20.) Este
ou tratá-lo reservadamente, evitando exemplo púbüco não será apenas uma
que se tornasse público. Pelo contrário! forte advertência aos demais presbitério,
A expressão “na presença de todos" não m as tam bém a toda a congregação.’
deixa dúvida de que não havia espaço
<Comentário Bíblico Pentecostat Novo Testa­
para acobertamento de pecados. mento. Rio de Janeiro: CPAD. 2003. p. 1478.)

JOVENS 65
II - A DESIGNAÇÃO DE LÍDERESé submetida, tam bém serão julg ad o s
1. Sem precipitação. Vivem os em pelo Senhor.
3. B oas obras. Da m esm a form a
uma sociedade na qual tem im pera­
que os pecados, também existem boas
do a cultura da pressa. É a cham ada
obras que facilm ente são percebidas.
“so c ie d a d e fast food", cheia de a n ­
siedade, estresse e depressão. V o cê Outras, contudo, que não são feitas em
já d eve ter ouvido falar da Síndrom e público, som ente com 0 tem po ap a­
do Pensamento Acelerado (SPA), que recem. Essas, na verdade, costum am
a lg u n s e sp e c ia lis ta s afirm am estar ser as m ais autênticas. Assim , ao se
atingindo mais de 8 0 % da população. impressionar com boas ações logo no
Precisamos tomar muito cuidado para começo, Timóteo podería ser enganado.
não sermos envolvidos nesse turbilhão Com o diz 0 conhecido adágio: “Nem
de inquietação mundial. tudo que reluz é ouro”.
Em um aspecto prático da ad m i­ A lguns exegetas entendem que a
nistração eclesiástica, Paulo trata disso expressão “as que são doutra maneira
com Timóteo ao falar sobre a designa­ não podem ocultar-se" (1 Tm 5.25) diz
ção de líderes para a igreja de Éfeso. O respeito a más obras e não a boas obras.
jo vem pastor deveria ser cauteloso e Assim, o sentido seria: boas obras apa­
não impor precipitadam ente as mãos recem facilmente, m as as más obras
sobre ninguém (1 Tm 5.22). A ordena­ costum am ser ocultadas. Por isso, é
ção de obreiros precisa ser fruto de preciso esperar com paciência, para
um processo rigoroso de observação que os verdadeiros frutos apareçam,
de co ndutas, v isan d o id entificar as sejam bons, sejam maus (Mt 7.15-23).
q ualificações previstas no capítulo 3
em Primeira a Timóteo. SUBSÍDIO 0
2. Pecados evidentes. No versículo Professor(a), explique que “existem
24, Paulo trata dos pecados evidentes, pessoas, Paulo assinala, cujos pecados
que podem ser observados com mais são im ediatam ente óbvios, estando
facilidade na vida de um candidato a diante d e le s para julg am ento - um
líder espiritual. Todavia, o apóstolo ad­ outro modo de dizer que até o pastor
verte a Timóteo de que alguns pecados mais inexperiente e sem discernim en­
som ente se manifestam ao longo do to não tem d esculp as por não tê-lo s
tempo, daí a necessidade de espera e notado. Existem outros, porém, cujos
análise da conduta. pecados vêm como rastro de cada um
De fato, existem pecados que po­ d eles; isto é, só serão trazidos à luz
dem os cham ar de flagrantes. Outros, quando com parecerem na presença
contudo, costum am ficar escondidos, do Juiz que tudo vê. A existência de tais
e até disfarçados em comportamentos pessoas sublinha a necessidade de se
aparentemente sadios. Pecados menos ter um extremo cuidado ao selecionar
patentes, com o o orgulho, a soberba os ministros."
e a rebeldia, q ue g era lm en te só se
(1Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testa­
manifestam com o tempo, diante de mento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003. p. 1478.)
situações específicas às quais a pessoa

66 JOVENS
III - UM POUCO DE VINHO 3. As enferm idades de Timóteo.
!• A questão da abstinência. Paulo O texto bíblico não explicita que e n ­
recomenda a Timóteo que não bebesse ferm idades Tim óteo enfrentava. Pela
som ente água, m as que usasse “um expressão paulina, acredita-se que ele
pouco de vinho” d Tm 5.23), A lgun s tinha p ro b lem as esto m acais, o que
eruditos veem neste versiculo certo se atribui à baixa qualidade da água.
embaraço para 0 entendimento vigente Conform e Donald Stam ps, “Tim óteo
em nossas igrejas, de abstinência total com eçara a ter distúrbios gástricos,
de vinho ou de quaisquer bebidas alco­ provavelmente devido ao teor de álcali
ólicas. Por outro lado, alguns intérpretes [metais alcalinos com o o lítio, o sódio
consideram que a referência do após­ e o potássiol na água em Éfeso. Paulo,
tolo seria ao vinho não fermentando ou portanto, d eclara que ele devia usar
não embriagante. um pouco de vinho com aquela água
A dificuldade apontada pelos eru­ para neutralizar os efeitos daninhos
d ito s é ap e n a s aparente, porque o da alcalinidade." Mas Paulo menciona
texto é absolutam ente claro quanto também “frequentes enfermidades”, de
ao propósito do uso do vinho, que era forma indeterm inada. Talvez fossem
m edicinal e não embriagante. Assim, e feito s coLaterais, d e c o rre n te s do
se fermentado ou não, não há, na reco­ problema estomacal, o que indica que
mendação de Paulo, a mínima margem Tim óteo tinha uma certa d eb ilid ad e
para se interpretar 0 sancionamento do em sua saúde. Isso p ro vave lm ente
uso do vinho para fins embriagantes. O representava um desafio a m ais na
exame da motivação resolve a equação. vida daq uele jo vem obreiro. Uma ra­
2, Os m ales do vinho. São diversos zão a mais para seu mentor espiritual
os textos bíblicos que apontam para os demonstrar preocupação e encoraja­
perigos do vinho, razão que bem faze­ mento. É reconfortante quando vemos
mos em nos manter longe dele, assim líderes que se preocupam, de verdade,
como de qualquer bebida embriagante co m a vid a d e se u s lid e rad o s, d e ­
(Pv 23.29-32; Is 28.7; Ef 5.18). Provérbios monstrando como, no Reino de Deus,
20.1 diz: “O vinho é escarnecedor, e a se valoriza não apenas o trabalho do
bebida forte, alvoroçadora; e todo aquele obreiro, m as a p esso a em todos os
que neles errar nunca será sábio”. aspectos. Isso é fruto de verdadeiro
Com o já afirmamos em lição ante­ am or e sincera afeição.
rior, não são poucos os exem plos de
terríveis tragédias na vida de pessoas 0 PEN SE!
que escolheram relativizar essa reco­ 0 caminho da obediência é 0 que re­
mendação. Em Jeremias 35.6-19 temos almente agrada a Deus (1 Sm 15.22).
o b e líssim o exem p lo dos recabitas.
Eles se mostraram zelosos pelo ensino ® PONTO IM PO RTANTE!
de seu pai Jonadabe, filho de Recabe, Deus valoriza não apenas o trabalho
ab ste n d o -se totalm ente de vinho e do obreiro, mas a pessoa em todos
foram honrados por Deus. os aspectos.

JOVENS 67
ESTANTE DO PROFESSOR
RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da
Bíblia. 10 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.

© CONCLUSÃO # ür
Concluímos essa lição com essa nota © HORA DA REVISÃO
da afetuosidade que havia entre Paulo
1. Q ue fato re s se ria m m o tivo s de
e Timóteo, um jovem cooperador que
duplicada honra aos presbíteros?
servia ao lado do apóstolo "como filho
Os presbíteros, que governassem
ao pai”(Fp 2.22). Timóteo havia se en­ bem e o s q u e tra b a lh a sse m “na
tregado à mentoria de Paulo desde os palavra e na doutrina".
primeiros anos de sua fé (At 16,1-5). Foi
2. Por que os presbíteros deveríam ser
obediente e fiel em todas as missões
repreendidos na presença de todos?
que recebeu. Que o Senhor continue
Para que os outros que não haviam
levantando “Paulos" e “Timóteos ’ para
pecado tivessem temor. Tam bém
o bem de sua Igreja. para que não houvesse espaço para
acobertamento de pecados.
3. Por q ue é p reciso ter ca u te la na
ordenação de obreiros?
Porque a o rd enação d e obreiros
precisa ser fruto de um processo

ANOTAÇAO rigoroso de observação de conduta,


visando identificar as qualificações
previstas no capítulo 3 em Timóteo.
4. Por q u e Tim óteo deveria tom ar um
p o u co d e vinho?
Devido suas frequentes enfermida­
des e do estômago.
5. Q ue liç ã o tiram o s da atitu d e de
preocupação de Paulo com Timóteo?
Que é reconfortante quando vemos
líderes que se preocupam, de ver­
dade, com a vida de seus liderados,
demonstrando como, no Reino de
Deus, se valoriza não apenas o tra­
balho do obreiro, mas a pessoa em
todos os aspectos.
A SEGUNDA CARTA
A TIMÓTEO
TEXTO PRINCIPAL LEITURA SEMANAL

"A Timóteo, meu amado filho:


graça, misericórdia e paz, da
SEGUNDA - 2 Tm 2.9
Paulo, apóstolo de Cristo
parte de Deus Pai, e da de Cristo
Jesus, Senhor nosso." TERÇA - 2 Tm 2.4
O real interesse de Paulo
(2 Tm 1.2)
QUARTA - 2 Tm 1.1
O que nutria Paulo
RESUMO DA LIÇÃO
QUINTA - 2 Tm 4 8
A tônica da Segunda Carta

O líder deve manifestar


SEXTA - Fp 3.20,21
A esperança do apóstolo
sua afeição aos seus fiéis
cooperadores. SÁBADO - 2 Tm 3.12
Sofre comigo

JOVENS 69
INTERAÇÃO
Na Lição d esse dom ingo vam os dar início ao estudo da Segunda Carta a
Timóteo. Sabem os que a Carta a Tito foi escrita antes, m as nossa reflexão sera
feita seaundo a sequência bíblica.
Professor(a), você já parou para pensar no fato de que Paulo foi um jovem
ju d e u devoto e culto (Fp 34-8), m as deixou um a carreira pesso al altam ente
prom issora e abraçou um ministério que lhe trouxe intensos sofrimentos,
exem plo de Paulo nos mostra que precisam os abraçar a fe em Cristo e viver
conforme a vontade de Deus por toda a nossa vida.
Assim como Paulo, precisamos ser vigilantes e não viver de falsas esperanças,
manter um a visão espiritual plena, focada na eternidade.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor(a), peça que um aluno ou aluna, leia em voz alta 2 Timoteo 4 1 a m
seguida explique aos alunos que o segundo aprisionamento de Paulo fo, bem
mais rigoroso que a prisão dom iciliar quando ele veio a Roma pela primeira e
(At 28 30-31) Alguns de seus amigos o abandonaram nesta ocasiao. Onesiforo nao
se envergonhou das cadeias de Paulo. Ele o procurou, veio ate a prisão e serviu
o apóstolo (2 Tm 1.13-18). Onesiforo era um exemplo de fidelidade em contraste
com aqueles que tinham abandonado Paulo. O versículo 18 do capítulo l e uma
expressão do desejo de Paulo de que Onesífero persevere, prosseguindo em
fidelidade, não deixando se afastar petos falsos cam inhos (Adaptado de Bíblia
de Estudo Homam. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p. 1950).
TEXTO

2 Timóteo 1.1,2; 2.1,2; 3.1-5 1 Sabe, porém, isto: que nos últimos dias
1 Paulo, apóstolo de Je su s Cristo, pela sobrevirão tem pos trabalhosos.
vontade de Deus, segundo a promessa 2 Porque haverá hom ens am antes de
da vida que está em Cristo Jesus.
si m esm os, avarentos, presunçosos,
2 A Tim óteo, m eu am ado filho: graça, soberbos, blasfem os, desobedientes
m isericórdia e paz, da parte de Deus a pais e mães, ingratos, profanos.
Pai, e da de Cristo Jesus, Senhor nosso.
3 S em afeto natural, irre c o n c iliá v e is,
1 Tu, pois, meu filho, fortifica-te na graça calu n ia d o res, incontinentes, cruéis,
que há em Cristo Jesus. sem am or para com os bons.
2 E o que de mim, entre m uitas teste­ 4 Traidores, obstinados, orgulhosos, mais
m unhas, ouviste, co n fia -o a hom ens amigos dos deleites do que amigos de Deus.
fiéis, que sejam idôneos para tam bém
5 Tendo aparência de piedade, m as ne­
ensinarem os outros.
gando a eficácia dela. Destes afasta-te.

INTRODUÇÃO " Jg fH ao final de sua vida e de seu ministério


Vamos iniciar 0 estudo da segunda com a mesma firmeza que demonstrou
carta de Paulo a Timóteo. Na ordem ao longo de sua carreira. Mesmo preso
cronológica, a Carta a Tito foi escrita e tratado com o um crim inoso (2 Tm
antes desta. Contudo, para q ue te­ 2.9), ele se identifica com o “apóstolo
nham os um a continuidade im ediata de Jesus Cristo”.
do processo histórico de comunicação Paulo se converteu por volta do
entre Paulo e Timóteo, nossa reflexão ano 35 d.C. Desde então, experimentou
será feita nesta ordem, com o consta terríveis sofrimentos por causa de sua
da sequência bíblica. fé e do apostolado que abraçou. Um
Nesta lição abordaremos a diferença relato p a rcial d e su a s afliç õ e s está
de contexto em que a carta foi escrita. em 2 Corintios 11.23-27. Inclui açoites,
Paulo estava preso novamente em Roma prisões, apedrejam ento, naufrágios,
e sentia a proximidade de sua morte. Seu fome e sede, frio e nudez. Agora, cerca
texto tem um tom mais pessoal, diferente de 32 anos depois (provaveLmente em
da primeira carta, em que transmitiu 67 d.C.), ele perm anece firme na fé e
ensinos relacionados à vida da igreja, na m issão apostólica.
0 velh o ap óstolo m anifesta sua Paulo jam ais pôs 0 seu interesse em
profunda afeição ao seu fiel cooperador “negóciolsl dessa vida” (2 Tm 2.4). Não
e em ite claros sinais de que está lhe que Paulo não fosse conhecedor da
passando a tocha ministerial. realidade de seu tempo! Aliás, estava
preso por ordem de Nero, que governou
1 - A FIRMEZA DE PAULO Roma de 54 a 68 d.C. A cidade havia
1. Apóstolo até o fim. Das 13 cartas sido incendiada, talvez pelo próprio
de autoria paulina, a Segunda Carta a imperador sanguinário, que, contudo,
Timóteo é a última delas. O prefácio da pôs a c u lp a nos cristão s. O m undo
obra nos apresenta Paulo chegando estava em grande agitação.

JOVENS 71
Paulo passa totalm ente ao largo que essa esperança que aponta para a
“cidade [que] está nos céus" (Fp 3.20,21)
de tudo isso. Seu texto não faz uma
referência sequer a esses fatos, nem seja sufocada por nada,
Nos últimos tempos, teologias im­
mesmo indiretamente. Envolver-se com
portadas pela igreja evangélica brasileira
os tem as do mundo somente prejudi­
têm difundido um a visão de mundo
cariam o exercício de seu ministério. Ele
muito voltada para o presente século, A
entendeu, até o fim, que era apóstolo
pregação escatológica - do Jesus que
de Jesus Cristo, pela vontade de Deus".
breve voltará! - tem sido substituída, em
2. A promessa da vida. A firmeza de
grande parte, por discursos sobre temas
Paulo quanto à sua fé e ao exercício de
seculares, com ênfase no aqui e agora.
seu ministério estava na compreensão do
A c re n ç a em um a “re d en ção da
propósito escatológico (últimas coisas) de
cultura" tem ganhado muito espaço
sua conversão e chamado. O que nutria o
e sua ve rb aliza ção vem expondo o
apóstolo e o fazia permanecer firme em
en fra q u e cim e n to da e sp e ra n ç a no
sua carreira era “a promessa da vida que
Reino Celestial. Vigiem os (Mt 25.1-13)!
está em Cristo Jesus”(2 Tm 1.1). Essa “vida
em Cristo" tem o caráter presente, mas
tem, acima de tudo, o caráter futuro, da SUBSÍDIO O
eternidade (1 Tm 48). Como Paulo já havia Prezado(a) professor(a), explique
dito aos coríntios: “Se esperamos em Cristo que a Segunda Carta de Paulo a Tim ó­
só nesta vida, somos os mais miseráveis teo é pessoal, Ela é a última mensagem
que temos do apóstolo. Provavelmente,
de todos os homens" (1 Co 1&19).
A grand e tônica d e ssa seg u n d a foi escrita poucos anos após as cartas
carta é a esperança final do apóstolo, de 1 Tim óteo e Tito, depois que Paulo
em relação a ele m esm o e a todos os havia sido preso, novamente, em Roma.
Desta vez, aparentemente, Paulo não
que amarem a vinda de Jesus (2 Tm 48).
Se não fosse assim, as circunstâncias sairia da prisão, ele escreveu essa carta
para 'passar o bastão' para uma nova
vividas por Paulo seriam absolutamente
geração de líderes cristãos. Paulo dá
desanimadoras.
a Tim óteo co nselho s úteis para per­
Com o um jo v e m ju d e u devoto e
m anecer firm em ente fundam entado
culto (Fp 34-8), Paulo deixou uma car­
no serviço cristão, e para suportar o
reira pessoal altam ente promissora e
sofrim ento, d urante os d ias d ifíceis
abraçou um ministério que lhe trouxe
que viriam. É fá c il servim o s a Cristo
intensos sofrimentos e agora o fazia viver
p e las razões erradas; porque isso é
desam parado em uma terrível cadeia
estimulante, recompensador, ou pesso­
romana (2 Tm 4.9-16). Se não fosse a
almente enriquecedor. No entanto, sem
esperança celestial, teria valido a pena?
uma fundação apropriada, acharem os
3, Conservando a esperança. Paulo
tam bém fácil, desistir, nos momentos
nos deixa um exem plo inspirador de
díficeis. Todos os crentes precisam de
como devemos conservar a esperança
uma forte fundação para seu serviço.”
em Cristo para a vida eterna (1 Tm 1.16;
6.12); uma vida além dessa passageira (Bíblia de Estudo Cronológica A plicação
realidade terrena. Não podemos deixar Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2015. p. 1762.)

72 JOVENS
II - o AMADO FILHO T IM Ó T E O exercício de um ministério eficaz. Uma
1. Um tom mais pessoal, Na Primeira de suas mais profundas experiências
Carta Paulo dirige-se a Timóteo usando com 0 poder da graça foi quando rece­
a expressão “meu verdadeiro filho na beu o "espinho na carne”(2 Co 12.1-10).
fé". Agora, há uma expressão ainda mais 3. “Sofre, pois comigo". A vida cristã
afetuosa. O tratamento de “amado filho" é dinâm ica e cheia de vitórias. Mas é,
revela o profundo sentimento de Paulo também, um cham ado ao sofrimento
por seu principal cooperador. (Lc 9.23; 1 Pe 4.12-16). Paulo d isse a
O difícil momento que o apóstolo Timóteo: “[...I todos os que piam ente
vivia, o tempo longe de Timóteo e a ex­ querem viver em Cristo Jesus padece­
pectativa de sua morte, produziram em rão perseguições”(2 Tm 3.12). Abraçar o
Paulo lembranças singulares e ainda mais evangelho de Cristo e vivê-lo em sua
afetivas de seu fiel cooperador (2 Tm 1.4). inteireza nos impõe uma luta constante
2. “Fortifica-te na graça”. Outra ca­ contra a nossa própria natureza e o
racterística específica dessa Segunda m undo hostil, que está sob o poder
Carta é a em issão de claros sinais de do Maligno (Rm 12.1,2).
que Paulo está passando a tocha m i­ C o n fro n tar o siste m a m und ano
nisterial para Timóteo: “Tu, pois, meu co m a titu d e s in d iv id u a is d e am or,
filho, fortifica-te na graça que há em pureza, ju stiç a e ho nestidade é um
Cristo Jesus. E o que d e mim, entre desafio diário para todo o cristão (Mt
muitas testemunhas, ouviste, confia-o 5.38-48). Mais que um mero ativism o
a hom ens fiéis, q u e sejam id ô neo s religioso, político ou ideológico, nosso
para tam bém ensinarem os outros" grande desafio é cum prir a vontade
(2 Tm 2.1,2), de Deus em nossa vida, com o indiví­
Para atender a e sse co m issio na­ duos. Os reflexos disso na sociedade
mento, Timóteo precisaria se fortificar. são c o n se q u ê n c ia s d e no sso v ive r
No grego, “fortifica-te" é endynam oõ com o s a l da terra e luz do m undo
e q u er d izer "crescer em fo rç a ” ou (Mt 5,13-16).
“continue a se fortificar". Isso exigiría de A vocação ao serviço cristão nos
Timóteo uma resposta pessoal contínua. traz responsabilidades ainda maiores.
Crescer com a ajuda de Deus sempre; Por isso, P au lo an im a a T im ó te o a
fortalecido pela graça divina. compartilhar de suas aflições: “Sofre,
Do g re g o ch aris, g ra ç a é “favor pois, comigo, com o bom soldado de
imerecido". Por meio dela, Cristo opera Cristo" (2 Tm 2.3). O sofrimento de T i­
em nós no aspecto salvífico (Ef 2.8) e no móteo, assim como de todos quantos
aspecto capacitador, nos habilitando a com preendem o que é servir a Cristo
viver a vida cristã e servi-lo (“trabalhei e o aceitam com resignação, será re­
muito mais do que todos eles; todavia, com pensado por Jesus em seu reino
não eu, mas a graça de Deus, que está eterno (2 Tm 2.11,12).
comigo", 1 Co 15.10).
Paulo tinha plena consciência do SUBSÍDIO 0
quanto a graça de Deus era imprescin­ Professor(a). explique que “Paulo
dível para uma vida cristã vitoriosa e o orava constantem ente por Tim óteo,

JOVENS 73
seu amigo, seu com panheiro de via­ 2, “Haverá homens". A falência do
gens, seu filho na fé, e um forte líder corpo começa com a degeneração das
na igreja cristã. Embora os dois homens células. Paulo era bem consciente de
estivessem distantes um do outro, suas que a origem do problema da humani­
orações proporcionaram uma fonte de dade não era estrutural ou coletiva, mas
mútuo encorajamento. individual. Por isso, não nutria esperança
Enfatize que também devemos orar alg um a em estruturas hum anas. Os
constantem ente pelos outros, e sp e ­ "tempos trabalhosos” são uma conse­
cialm ente os que realizam a obra de quência da perversão pessoal (2 Tm 3 2).
Deus. Na sua lista de orações, incluia As características apontadas por Pau­
seu pastor, outros lideres da igreja, e lo são um nítido retrato do que vivemos
missionários pelo mundo, Eles precisam em nossos dias: egoísmo (“amantes de
si mesmos"), materialismo (“avarentos ),
das nossas orações”,
arrogância (“presunçosos, so b e rb o s),
(Adaptado de Bíblia de Estudo Cronológica rebeldia ("desobedientes a pais e mães”),
A p licação Pessoal. Rio de Janeiro: CP A D ,
ingratidão, profanação, desprezo aos
2015. p, 1763.)
valores familiares (“sem afeto natural),
III - TEMPOS TRABALHOSOS hostilidade, calúnia, crueldade, ódio ao
1. “Últimos dias". De acordo com a bem e apego ao mal, busca desenfreada
Bíblia de Estudo Pentecostal a expres­ de prazeres (hedonismo) (2 Tm 3.2-4).
Em uma sociedade tão corrompida,
são “últim os dias" ap arece no Novo
Testam ento com o “a era cristã na sua o p a p e l da Igreja continua sen do o
totalidade”. Em Atos 2.17, Pedro cita mesmo: pregar o Evangelho, “poder
“últimos dias" com o a era da Igreja, já de Deus para salvação de todo aquele
presente no dia de Pentecostes. Há que crê” (Rm 1.16).
textos, contudo, que indicam se tratar 3. “D estes a fa sta -te ”. Quando a l­
dos tempos do fim, os dias que antece­ guém é um pecador confesso, nossa
dem a volta de Cristo, quando 0 quadro convivência com um serve para que
moral da humanidade seria ainda mais esta p esso a teste m u n h e a obra de
degradante (2 Pe 3.3; Jd 17.18). Deus em nós e possa desejar a mesma
E s s e a g ra v a m e n to é in d ic a d o transformação e graça para viver liberto
por P aulo a T im ó teo tam b ém pelo do pecado (Fp 2.15).
uso da e x p re ssã o “d e m a l a pior", No texto de 2 Tim óteo 3 5 . Paulo
co n tid a em 2 T im ó teo 3 -13. O s dias trata, contudo, daqueLes que buscam
de Paulo e Tim óteo já eram difíceis, encobrir suas iniq uidades com um a
m a s d ia s a in d a m a is tra b a lh o s o s “aparência de piedade”. Um a religio­
e sta v am por vir. E ssa e s c a la d a do sidade falsa, na qual fala-se em Deus,
m al é crescente, infelizm ente, e não mas vive-se de acordo com os próprios
será elim inada senão com o retorno desejos. É a negação da eficácia da
triunfal d e C risto para ju lg a r as n a­ piedade, isto é, do poder do Evangelho.
çõ es e im plantar seu Reino M ilenial N esse caso de extrem a hipocrisia, a
recom endação bíblica é: “afasta-te ,
(Mt 25.31.32; Ap 20.1-6).

74 JOVENS
©HORA DA REVISÃO
i Quais as diferenças circunstanciais
entre a Primeira e a Segunda Carta
a Tim óteo?
Pauto agora estava preso em condi­
ções ainda piores que da sua prislo
domiciliarem Roma, Ele estava em
uma masmorra e sabia que nio sairia
mais de lá,
. Que exemplo inspirador Paulo nos
deixa com sua firmeza espiritual? A missão de Timoteo ja não era fáctt
O exemplo de que mesmo preso e e se tornaria ainda mais difícil com o
tratado como um criminoso, ele se
identifica como "apóstolo de Jesus recido na fe e*proximo de sua morte,
Cristo", Paulo precisava conscientizar seu
3. Que característica específica a S e ­
gunda Carta a Tim óteo apresenta?
È uma Carta pessoal, A grande tônica ministerial.
dessa segunda Carta é a esperança
escatotógica do apóstolo, em rela­
ção a ele mesmo e a todos os que
amarem a vinda de Jesus.
4. Por que a vida cristã é um chamado
ao sofrim ento?
A vida cristã é um chamado ao
sofrimento, pois "U todos os que
piamente querem viver em Cristo
Jesus padecerão perseguições' (2 Tm ANOTAÇAO
3 1 2 ), Abraçar 0 evangelho de Cristo
e vivê-lo em sua inteireza nos impõe
uma luta constante contra a nossa
própria natureza e 0 mundo hostil
que està-sob 0 poder do maligno,
5. Q ual o sig n ifica d o da exp ressão
“últimos d ias” em 2 Tim óteo 3.1?
De acordo com a Bíblia Pentecostal
de Estudos expressão "últimos dias"
aparece no Novo Testamento como
*a era cristã na sua totalidade", Há
textos, contudo, que indicam se
tratar dos tempos do fim, os dias qu©
antecedem a volta de Cristo, quando
0 quadro moral da humanidade seria
ainda mais degradante.
SEJA FIRME
TEXTO PRINCIPAL LEITURA SEMANAL

"C o n se rva o m o d elo d as sãs SEGUNDA - At 2414


palavras q ue d e m im tens Sirvo a Deus crendo
o uvido, na fé e no am or q ue há TERÇA - Jo 6.69
em C risto Jesu s. G u a rd a o bom "Temos crido e conhecido
d ep ó sito p e lo Espírito Santo q ue que tu és o Cristo"
habita em nós." (2 T m 1 . 13 , 14) QUARTA - l Co 4 2
Fiel despenseiro
RESUMO DA Llf^O ÜÜ
QUINTA - Hb 10.22
Inteira certeza de fé
O líd er deve estim ular seus
SEXTA - 1 Tm 1.12
lid erad o s a serem firmes,
Aquele que nos conforta
valorizando e investindo no dom
q ue receberam d e Deus.
SÁBADO - Pv 25.13
O mensageiro fiel

76 JOVENS
O B JE T IV O S
MOSTRAR quais eram as lem branças de Paulo dos momentos que
passou com seu filho na fé Timóteo;
EXPLICAR o fato de que Paulo exortou a Timóteo para que desper­
tasse o dom;

SABER que não devem os nos envergonhar do Evangelho de Cristo.

INTERAÇÃO
Professor(a), como é bom receber uma palavra de estímulo, especialm ente
quando essa palavra vem de alguém a quem temos como referência e que d e­
monstra profundo e sincero interesse em nosso progresso. Diante dos traços de
timidez vistos em Timóteo, Paulo procurava estim ulá-lo a ser firme, valorizando
e investindo no dom que havia recebido de Deus. Na primeira Carta, d isse a
Timóteo que não desprezasse o dom d Tm 4.14). Na Segunda, que despertasse
o dom (2 Tm 1,6).

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor(a), no primeiro tópico da lição fale que produzir boas lem b ran­
ç a s no co ração de alg u é m é um a g ran d e fonte de b ê n ção s para nós. Em
seguida, faça a seguinte pergunta: “Q uais lem b ranças vo cê tem produzido
no co raçã o d e se u s líd e re s ?” “Q uais le m b ra n ça s v o cê tem pro duzido no
coração de seu s pais em sua ju v e n tu d e ?” Incentive a participação de todos
e ouça os alu n o s com atenção. Em se g u id a expliq ue q ue a co nstrução de
bons relacionam entos exige sacrifício s mútuos, m as é vital para um a vida
d e re alizações só lid as recíprocas.

c
TEXTO mmmmmmmmh
10 E q u e é m anifesta, agora, pe ta ap arição
2 Timóteo 1.3-18
d e n o sso S a lv a d o r Jesu s C risto, o q u a l
3 D o u g ra ç a s a D eus, a q u e m . d e s d e os a b o liu a m o rte e tro u x e à lu z a v id a e a
m e u s a n te p a s s a d o s , s irv o c o m u m a in c o rru p ç ã o , p e lo e va n g e lh o .
c o n s c iê n c ia pu ra, p o rq u e s e m c e s s a r
11 Para o q u e fu i c o n s titu íd o p re g a d o r, e
fa ç o m e m ó ria d e ti nas m inhas orações,
a p ó s to lo , e d o u to r d o s ge n tio s.
n o ite e dia.
12 P o r c u ja c a u s a p a d e ç o ta m b é m isto,
4 D esejando m u ito ve r-te , le m b ra n d o -m e
m a s n ã o m e e n v e rg o n h o , p o rq u e e u
d a s tu a s lá g rim a s , pa ra m e e n c h e r d e
sei e m q u e m te n h o c rid o e e s to u c e rto
gozo. d e q u e é p o d e ro s o para g u a rd a r o m e u
5 Trazendo à m e m ória a fé não fingida qu e d e p ó s ito a té à q u e le Dia,
e m ti há, a q u a l ha b ito u p rim e iro e m tu a
13 C o n s e rv a o m o d e lo d a s sãs p a la v ra s
a vó Lo id e e e m tu a m ã e Eunice, e esto u
q u e d e m im te n s o u v id o , na f é e no
c e rto d e q u e ta m b é m h a b ita e m ti.
a m o r q u e há e m C risto Jesus.
6 Por este motivo, te lem b ro que despertes
14 G u a rd a o b o m d e p ó s ito p e lo E s p írito
o d o m d e D eus, q u e e x is te e m ti p e la
S a n to q u e h a b ita e m nós.
im p o s iç ã o d a s m in h a s m ãos.
15 B e m s a b e s isto; q u e o s q u e e s tã o na
7 P o rq u e D eus não nos d e u o e s p írito d e
Á sia to d o s se a p a rta ra m d e m im ; e n tre
te m o r, m a s d e fo rta le z a , e d e a m o r, e
o s q u a is fo ra m F íg e lo e H e rm ó g e n e s .
d e m o d e ra ç ã o ,
16 O S e n h o r c o n c e d a m is e ric ó rd ia à casa
8 P ortanto, não te e n v e rg o n h e s d o te s te ­
d e O ne sífo ro, p o rq u e m u ita s v e z e s m e
m u n h o d e n o sso S enhor, n e m d e m im ,
re c re o u e n ã o se e n v e rg o n h o u das
q u e sou prisione iro seu; antes, pa rticip a
m in h a s cadeias.
d a s a fliç õ e s d o e v a n g e lh o , s e g u n d o o
17 A n te s , v in d o e le a R om a , c o m m u ito
p o d e r d e Deus.
c u id a d o m e p ro c u ro u e m e ach ou.
g Que nos salvou e chamou com uma santa
18 0 S enhor lhe co n ce d a que, na q u e le Dia,
voca ção; não s e g u n d o as nossas obras,
a c h e m is e ric ó rd ia d ia n te d o S enhor. E,
m as s e g u n d o o seu p ró p rio p ro p ó s ito e
q u a n to m e a ju d o u e m Éfeso, m e lh o r o
g ra ç a q u e nos fo i d a d a e m C risto Jesus,
a n te s d o s te m p o s d o s séculos, s a b e s tu.

MMR INTRODUÇÃO MM que atualmente tem sido conceituado


com o memória afetiva. Os momentos
No texto em estudo, Paulo demonstra vividos por Paulo com Timóteo vieram
sua confiança na sinceridade de fé de seu à sua mente de maneira mais profunda
principal cooperador, fundamento para 0 e afetuosa quando ele estava preso em
exercício de seu dom no poder do Espírito Roma. As condições difíceis desse seu
Santo. É isso que daria ao jovem pastor segundo aprisionamento e o avanço de
as condições para perm anecer firme, seu processo judicial, que apontava para
participando das aflições do Evangelho.I- um fim fatídico (2 Tm 4.6), certamente
contribuíram para que o apóstolo bus­
I - A S L E M B R A N Ç A S D E PAULO casse, em sua memória, momentos que
1. M om entos q u e m arcam . V o cê lhe trouxessem alegria. Foi exatamente
já ouvir falar em m em ória afetiva? 0 o que disse em relação a Timóteo: “U
texto estudado hoje nos apresenta um lem brando-m e das tuas lágrimas, para
cenário q ue se encaixa bem com o me encher de gozo” (2 Tm 1.4),

78 JOVENS
É bem provável que Paulo se re­ diante de Deus, um grande serviço a
co rdasse de m om entos de devoção nosso favor, fundam ental para nosso
com partilhados com Tim óteo ou de progresso em todas as áreas da vida.
quando se despediram na Ásia, durante Precisamos reconhecê-las e honrá-las,
sua viagem, depois de seu primeiro apri- além de serm os, tam bém nós, bons
sionamento (1 Tm 1.3). O que sabemos, intercessores (Ef 6.18,19; 1 Ts 5.25; 2 Ts
pelo texto paulino, é que as memórias 3.1,2). Temos produzido boas lembranças
eram boas e bem reconfortantes naque­ com quem convivem os?
le difícil momento que o apóstolo vivia,
2, Construindo bons relacionamen­ SUBSÍDIO O
tos. O extraordinário relacionam ento “É a memória das lágrimas de Timó­
entre Paulo e Timóteo é um dos muitos teo que move em Paulo o desejo de ver
fatores de inspiração na vida desses dois seu jovem amigo novamente, para que
grandes vultos do Novo Testamento. São em sua próxima visita a dor presente
exemplos de fé e dedicação, Além de possa ser substituída pela alegria. Não
exemplos de companheirismo, lealdade há dúvida de que o apóstolo mais velho
e afetuosidade. está recordando o sofrimento de sua
Como já estudamos, Timóteo servia última despedida. Podem os ver uma
Paulo como a um pai (Fp 2.22), e Paulo sugestão da solidão de Paulo durante
o tratava como filho. Além de ser muito sua vigília final e como deseja a com ­
importante para nossa vida no presente, panhia de Timóteo, embora a obra em
construir bons relacionamentos serve Éfeso ainda não esteja concluída. Outra
com o fonte de alegria e conforto no memória aquece 0 coração do apóstolo: a
futuro. Quando temos boas lem bran­ fé sincera de Timóteo. O adjetivo significa
ças, sentimos alegria. Mas quando as 'genuíno11(literalmente, 'sem hipocrisia
recordações não são boas, o quadro é cristã'); o substantivo 'fé' (pistis) podería
de tristeza. referir-se à sua confiança em Deus,
Que em tempos de tanto egoísmo porém é mais provável que indique a
Deus nos dê a graça de am ar e servir fidelidade de Timóteo.”
uns aos outros, a começar pelos nossos
(Comentário Bíblico Pentecostal Rio de Janeiro'
fam iliares, d e d ic a n d o -lh e s atenção; CPAD, 2003. p. 1486.)
tempo de qualidade e gestos concretos
de respeito e muito apreço (Rm 12.9,11), II - “DESPERTES 0 DOM"
3. Lem branças e orações. Não era 1. Cham a acesa. A força ministerial
so m ente Paulo que era ab en ço ad o de Tim óteo vinha do dom divino que
pelas boas lem branças que tinha de recebera pela imposição das mãos do
Tim óteo. Este tam bém era alvo de presbitério (incluindo Paulo) (1 Tm 4.14;
bênçãos. Todas as vezes que se lem ­ 2 Tm 1.6). Era um poder interior que
brava de seu “amado filho" Paulo fazia o capacitava para o exercício de sua
orações por ele, noite e dia (2 Tm 1.3). missão. Agora, precisava '‘despertar”
É um a g ran d e riqueza esp iritual o dom. O sentido metafórico do verbo
termos alguém que se lembra de nós “despertar”é como 0 assoprar de brasas
em suas orações. Tais pessoas prestam, vivas para manter aceso o fogo.

JOVENS 79
cado de “atitude interior". Para a maioria,
N ão era, portanto, q ue Tim ó teo
contudo, trata-se de uma referência ao
estivesse desanimado ou frio na fé, mas
Espirito Santo, porque Ele é a fonte do
que precisava manter-se ativo, avivando
poder, do am or e da m oderação que
o dom que já havia recebido. O texto
recebemos para viver como cristãos e
sugere que o jovem pastor necessitava
servir a Deus segundo o dom recebido
de um novo encorajamento. Talvez uma
dEle(Rm 124-8).
nova inspiração para o pleno desenvol­
O exercício de nossa vocação deve
vimento de seu ministério, diante de sua
ser feito com a conjugação dessas três
inclinação à timidez (2 Tm \ J).
virtudes espirituais, para que seja pleno
Ninguém está isento de viver fases es­
e perfeito: o poder não deve ser exer­
pirituais difíceis na vida, nas quais a busca
cido em prejuízo ao amor, e tudo deve
de uma experiência mais profunda com
ser feito com equilíbrio. Enganam -se os
Deus seja fundamental para prosseguir
que pensam que o verdadeiro poder de
na jornada de fé, como aconteceu com
Deus se manifesta de forma grosseira e
o profeta Elias (l Rs 19,1- 19)-
imoderada (1 Co 1440).
2. Comunhão diária. Nossa vida espi­
ritual depende da prática de disciplinas
SUBSÍDIO O
d iárias para q ue nos m antenham os
Professor(a), explique que “a con­
acesos quanto à nossa fé, devoção e
fiança de PauLo na herança religiosa e
dedicação ao serviço cristão. Se assim
na fé genuína de Timóteo é a base da
não fizermos, a tendência é chegar ao
recomendação para que Timóteo des­
desânimo. As cinzas vão tomando conta
perte' seu dom espírítuaL É com o se o
do altar e o fogo pode se apagar de vez.
apóstolo estivesse dizendo a seu amigo
Para o fogo continuar a ce sso , é
tímido; 'Agora é o momento, a situação
preciso, diariamente, retirar a cinza, pôr
exige que você faça pleno uso do dom
lenha no altar e oferecer nosso sacri­
da graça de Deus’. Em 1 Tim óteo 4 14
fício pessoal a Deus (Lv 6.12). Tirar um
lemos sobre 0 dom espiritual de Timóteo,
tempo a sós para falar com o nosso Pai
e em 1.18 e 4.14 sobre as profecias a seu
celestial - especialm ente na primeira
respeito; agora vemos que as mãos que
hora da manhã - e cultivar uma vida de
lhe foram impostas não foram somente
adoração e serviço é fundamental para
as dos presbíteros, m as tam bém as
que perm aneçam os espiritualm ente
m ãos do apóstolo. Paulo enfoca sua
avivados (Sl 5.3', Pv 8.17; Ts 5 T 7).
própria situação pessoal ao autenticar
3. Poder, amor e moderação. Paulo
o ministério de Timóteo, em um esforço
lembra a Timóteo que o “espírito” que
de encorajar o jovem inseguro .1
Deus nos deu não é de “temor (timidez,
covardia ou medo; deilia, no grego), mas (Com entário B íb lico Pentecostal. Rio d e
de “fortaleza" (ou poder), “amor" e "mo­ Janeiro: CPAD, 2003 •p. U 8 7 J
deração" (equilíbrio, dominio próprio ou
autocontrole).
III - “NÃO TE ENVERGONHES"
Os exegetas se dividem acerca do 1. O testem unho de Cristo. A vida
sentido do termo “espírito” no versículo cristã às vezes é vista com um certo
7 de 2 Tm 1. Para alguns, teria o signifi­ glamour ou encantamento. Isso tem se

80 JOVENS
a c e n tu a d o p r in c ip a lm e n te p o r c a u s a d o viagens que fizeram juntos (At 17.14,15;
c re s c im e n to d o c h a m a d o “m u n d o g o s p e l”, 18.1-5; 19.20,21; 20.1-5).
d e f o r t e v ié s a r tís tic o e m e r c a d o ló g ic o .
O próprio Tim óteo já teria experi­
In fe liz m e n te , a lg u m a s ig re ja s tê m s e n /id o
mentado ou viria a experimentar cadeia,
d e p a lc o p a r a e s s a “g la m o r iz a ç ã o " d o como se infere da m enção feita a ele
e v a n g e lh o c o m o d e s p re z o d a v id a c ú ltic a pelo escritor aos hebreus (Hb 13.23). E
c o tid ia n a , s im p le s e p ie d o s a .
segundo a tradição, assim como Paulo,
Servir a Deus é, realm ente, uma Tim óteo foi martirizado por causa da
extraordinária oportunidade. Enche-nos pregação do Evangelho.
de alegria e empolgação. O problema 3. “Sei em quem tenho crido". Nesse
é quando a atração a esse cristianismo texto está uma das mais belas declara­
é feita desconsiderando o aspecto fun- ções de fé feitas por Paulo. Diante de
dante do Evangelho, que é compartilhar tudo o que ele enfrentava, sofrendo
o testemunho de Cristo, não apenas por dentro de uma masmorra romana - o
palavras, mas, principalmente, por ações. que, por algum tempo, provavelmente
Em um mundo tão secularista, materia­ incluiu a fria e escura Prisão Mamertina
lista e hedonista, viver de acordo com a - o apóstolo fala de seu padecimento,
pureza e a simplicidade do Evangelho para, em seguida, expressar sua mais
é um grande desafio. É remar contra a profunda convicção espiritual: “eu sei em
maré (Rm 12.2). A mensagem da cruz, que quem tenho crido e estou certo de que é
importa renúncia, é vista como loucura, poderoso para guardar o meu depósito
pois a visão cristã bíblica não confere com até àquele Dia" (2 Tm 1.12).
a cultura vigente (1 Co 1.18-24). A fé de Paulo era na pessoa de Jesus
Vivemos em uma sociedade que se Cristo. Sua fé era fruto de seu relacio­
autodenomina plural e inclusiva, mas que nam ento com o Mestre, d esd e o dia
não tolera quem pensa e vive diferente de seu encontro com Ele no caminho
(Jo 15.19). Assim como Timóteo, preci­ de Dam asco (At 9.1-6). Sua inabalável
samos do encorajamento que vem do confiança o estimulava a continuar pa­
Espirito Santo para viver como cristãos decendo sem se envergonhar, porque
convictos. Somente uma transformação tinha certeza de sua salvação eterna e
profunda, a partir de nosso interior, nos da recompensa que recebería no Dia de
capacita a manifestar o caráter de Cristo Cristo (2 Tm 1.12; 4.8).
ao mundo (Gl 4.4).
Ancorado nessa fé, o apóstolo exorta
2. 0 prisioneiro de Cristo. As prisões
Timóteo a permanecer firme, conservan­
de Paulo não poderíam intimidar Timóteo. do “o modelo das sãs palavras”, ou seja,
Pelo contrário, deveríam servir de estí­ a correta doutrina, como havia recebido
mulo para que o jovem pastor também de Paulo, “na fé e no amor que há em
participasse “das aflições do evangelho, Cristo Jesus”(2 Tm 1.13). Timóteo também
segundo o poder de Deus”(2 Tm 1.8). Além deveria guardar o seu próprio “bom de­
dos sofrimentos comuns ao exercício de pósito" (2 Tm 1.14), no fiel cumprimento
sua missão pastoral em Éfeso, Timóteo da obra espiritual de proclam ação e
já havia compartilhado de muitas das defesa da verdade do Evangelho, para
aflições do apóstolo durante as várias a qual fora chamado.

JOVENS 81
O HORA DA REVISÃO
1. Que exem plo temos, no texto, de
memória afetiva?
O s m om ento s vivid o s por Paulo
com Timóteo quando estava preso
em Roma
2. Qual a importância de se construir
© CONCLUSÃO bons relacionam entos?
A lição de hoje nos faz refletir sobre Além de ser muito importante para
a importância de se construir bons e nossa vida no presente, construir
profundos relacionamentos Como bons relacionamentos serve com o
estamos administrando o nosso tem­ fonte de alegria e conforto no futuro.
Quando tem os boas lem branças,
po’ Estam os valorizando m ais as
sentim os alegria. M as quando as
coisas ou as pessoas’ Tiramos mais
recordações não são boas, o quadro
tempo para dar atenção a quem nos
é de tristeza.
3. Qual o sentido da expressão “d e s­
pertes o dom 1'?
O sentido metafórico do verbo ‘des­
pertar’ é como o assoprar de brasas
vivas para manter aceso o fogo. Não
era, portanto, que Timóteo estivesse
desanim ado ou frio na fé. m as que
precisava manter-se ativo, avivando
o dom que já havia recebido.

ANOTAÇAO 4. O que fazer para perm anecer e s ­


piritualmente avivado?
Para o fogo continuar a ce s so , é
preciso, diariamente, retirar a cinza,
pôr tenha no altar e oferecer nosso
sacrifício pessoal a Deus. Tirar um
tempo a sós para falar com o nosso
Pai celestia l - e sp e cialm e n te na
primeira hora da manhã - e cultivar
uma vida de adoração e serviço é
fundamental para que perm aneça­
mos espiritualmente avivados.
5. Segundo a lição, qual foi a d e cla ­
ração m ais bela feita por Paulo?
"Sei em quem tenho crido”.
Dia Nacional
da Escola
Dominical

| l9 3 J|
m ks ,

VENHA DEPRESSA

TEXTO PRINCIPAL LEITURA SEMANAL


SEGUNDA - Rm 1.16
"C o m b atí o bom com bate, O Evangelho e o poder de Deus
acab ei a carreira, g uard ei a fé." TERÇA - 1 Co 2.4
(2 Tm 4 .7 ) A pregação do
autêntico Evangelho
QUARTA - 2 Tm 4.2
Pregando a correta doutrina
RESUMO DA LIÇÃO
QUINTA - 2 Tm 4.8
D e um a das cad e ias rom anas, A coroa da justiça: A recompensa
po ssivelm en te acorrentado e que Paulo almejava
e sp era n d o por sua execução, SEXTA - 2 Tm 4.6
Paulo escreveu a T im ó te o e Sacrifício vivo
ap elou para v ê -lo depressa. SÁBADO - 2 Co 7,5
Fiel em meio à oposição

JOVENS 83
(
OBJETIVOS
* MOSTRAR a importância da pregação da Palavra segundo PauLo;
lí. EXPLICAR a declaração de Paulo diante da iminência da morte,

« CONHECER o desfecho da vida do apóstolo Paulo.


Professor(a), na Lição d este dom ingo verem os a d esp e d id a de um líder
experiente, Paulo, e o seu desejo de instruir seu filho na fé e am igo que estava
iniciando sua carreira, Tim óteo (2 Tm 4.6). Em um tom de despedida, Paulo é
bem enfático ao encorajar seu fiel cooperador. Ele sabia que era o momento
certo de passar-lhe o cajado, a tocha ministerial, A atitude de Paulo evidencia
m aturidade e convicção espiritual. Ele foi um líder extraordinário que além de
cumprir o seu ministério, soube formar outros lideres, dando-lhes oportunidade
e espaço para servir. Já no final da vida, teve a tranquilidade de comissionar seus
auxiliares, especialm ente Timóteo, a dar prosseguimento na obra de propagaçao
do Evangelho. A prendem os com Paulo que um dos sinais da boa liderança é
uma transição tranquila.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor(a), sugerim os que você reproduza o quadro abaixo. Utilize-o para
mostrar as quatro ordens que Paulo deu a Timóteo. Peça que em grupo, os alu­
nos, façam um contraste entre as ordens de Paulo e a obra dos falsos mestres.

As 4 ordens de Paulo:

"Se sóbrio em tudo".

"Sofra as aflições".

‘Faça a obra de um evangelista" (continue pregando a mensagem).

“Cumpre 0 teu m inistério”, ou seja, cumpre sua responsabilidade da meLhor maneira


possível.

84 JOVENS
TEXTO

2 Timóteo 4.1-9
5 M as tu s ê só b rio em tudo, sofre as
1 Conjuro-te, pois, diante de Deus e do aflições, faze a obra de um evangelista,
Senhor Jesu s Cristo, que há de julg ar cum pre o teu ministério.
os vivos e os mortos, na sua vinda e no
seu Reino. 6 Porque eu já estou send o oferecido
por aspersão de sacrifício, e o tem po
2 Que pregues a palavra, instes a tempo
da minha partida está próximo.
e fora de tempo, redarguas, repreendas,
exortes, com toda a longanim idade e 7 Co m b a ti o bom co m b ate, a c a b e i a
doutrina, carreira, guardei a fé.

3 Porque virá tempo em que não sofrerão 8 Desde agora, a coroa da justiça me está
a sã doutrina; mas, tendo comichão nos guardada, a qual o Senhor, justo juiz,
ouvidos, amontoarão para si doutores m e dará naquele Dia; e não som ente
conforme as suas próprias concupiscêndas. a mim, m as tam bém a todos os que
4 E d e s v ia rã o o s o u v id o s d a v e rd a d e , am arem a sua vinda.
v o lta n d o às fá b u la s . 9 Procura vir ter com igo depressa.

INTRODUÇÃO pessoal, fica evidente a preocupação


No ano 67 da era cristã, Nero, um dos primordial de Paulo com a continuidade
mais sanguinários imperadores romanos, da pregação do Evangelho. Consciente
que ordenou a execução da própria de que a missão precisava prosseguir, ele
mãe, havia desencadeado uma terrível não dedicou o texto, em primeiro plano,
perseguição aos cristãos, a quem atribuiu para a exposição de suas preocupações
a autoria do incêndio ocorrido em Roma individuais.
no ano 64 d.C. As prisões e os martírios A segunda carta a Timóteo é repleta
se m ultiplicavam por todo o império. de apelos, incentivos e orientações para
Roma era uma cidade espetáculo com que o jo v e m ministro co ntinuasse o
tantas atrocidades praticadas. Corpos serviço de pregação e defesa do Evan­
de cristãos, atados em postes, ardiam gelho. Em 2 Timóteo 4.1, Pauto emprega
em chamas. novamente a expressão “conjuro-te" (no
Paulo foi uma das vítimas de Nero. É grego, diamartyromai; um apelo solene),
de uma das cadeias romanas, possivel­ como em 1 Timóteo 5.21. Agora, para dar
mente acorrentado e esperando por sua uma incumbência missional a Timóteo.
execução, que ele escreve a Timóteo e 2. A missiologia paulina. O método
apela para que vá vê-lo depressa. missional de Paulo sempre esteve pau­
Na lição de hoje, vam os m editar tado na ordem imperativa de Cristo: a
acerca desse momento crucial da vida pregação (Mc 16.15; At 1.8). Atualmente,
de Paulo e seu anseio de ver Timóteo método tidos como inovadores, apre­
mais uma vez. sentados como alternativas para que as
igrejas sejam "relevantes", defendem um
I - PREGUE A PALAVRA jeito humanista secular de fazer missão,
1. Consciência da missão. Embora no qual a essência não é a pregação do
essa segunda carta tenha um tom mais evangeLho.

JOVENS 85
A igreja pode sim desenvolver outras Sempre que se rejeita esse ou aquele
ações no seu dia a dia - de cunho social trecho da Bíblia, forçando interpretações
ou cultural, por exemplo mas nenhuma que se ajustam aos nossos próprios dese­
delas pode substituir sua missão precípua, jos, opera-se um mortal desvio da verdade,
que é a pregação do Evangelho no poder culminando em apostasia (2 Tm 44).
do Espirito, fruto de constante busca em
oração (At 4 -31)' SUBSÍDIO H
Q ualquer proposta m issional que "Considerando 'a vinda' e 0 'reino'
não considere o valor da pregação do de Cristo, Timóteo é instruído a 'pregar
Evangelho em primeiro plano não tem a Palavra1, ou seja, anunciar ou ser um
respaldo bíblico. Somente a pregação arauto da verdade, Esta instrução solene
da Palavra de Deus gera a fé salvífica aojovem pastor é modificada com quatro
(Rm 10.17). O Evangelho é “o poder de ordens adicionais;
Deus para salvação de todo aquele que 1) pregues a palavra', mantenha-se
crê" (Rm 1.16). firme nisto, guarde seu posto (isto é, sua
Paulo sempre enfatizou a essenciali- pregação), quer isto seja quer nlo seja
dade da pregação poderosa do autêntico conveniente para você e seus ouvintes;
Evangelho, como escreveu aos coríntios: 2) Instes a tempo e fora de tempo', cor­
“A minha palavra e a minha pregação não rija ‘com tal sentimento eficaz.., seja para
consistiram em palavras persuasivas de trazer alguns ao menos a uma confissão,
sabedoria humana, mas em dem ons­ ou á simples convicção de pecado;
tração do Espírito e de poder" (1 Co 2.4). 3) 'Repreendas' ou censure claramente
3. 0 conteúdo da pregação. Pauloaqueles que estão no erro;
adverte a Timóteo para que pregasse a 4) 'Exorte', 'encoraje' (quer dizer, im­
palavra “a tempo e fora de tempo”, sendo
plore, exorte, advogue, admoeste) a
perseverante na exposição da correta
todos, Estas ordens e instruções devem
doutrina (2 Tm 4.2). 0 jovem pastor deveria
ser executadas ‘com toda a longanímí-
preservar a essência da verdade revelada
dade e doutrina' - um temperamento
a despeito do desejo dos ouvintes.
caracterizado pela paciência, que tolere
Esta era uma advertência essencial,
as pessoas que sio lentas a responder
inclusive porque o apóstolo já previa
à correção e à instrução,"
tempos em que as multidões iriam rejeitar (Comentário Bíblico Pentecostal, R P de
a “sã doutrina"; a doutrina ortodoxa, pura, Janeiro; CPAD, 2003 p, 1500.)
como contida na Palavra de Deus, pre­
ferindo mensagens que estivessem de II - "COMBATÍ O BOM COMBATE"
acordo com seus desejos pecaminosos. 1. A expectativa do apóstolo. Por
Paulo estava desenhando, profetica­ muito tempo Paulo teve a expectativa
mente, o quadro que hoje vemos. Cresce de que Cristo voltaria em seus dias (1 Co
o número de “doutores” que torcem as 15.51; 1 Ts 4.17). Em princípio, esse deve ser
Escrituras a partir de suas concepções, a o anseio e a esperança de todo o cristão
fim de amoldar seus ensinos aos desejos (2 Pe 3.9-14; 1 Jo 2.18; 3.2,3).
de seus ouvintes (2 Tm 43) Em tais igrejas, Fato é, contudo, que as circunstâncias
nada mais é pecado. que passou a viver produziram em Paulo

86 JOVENS
a consciência de que seu encontro com
muitos males (2 Tm 414). Mas o apósto­
Cristo provavelmente não se daria por
lo permaneceu firme e concluiu a sua
meio do arrebatamento, como esperava.
carreira sem perder a fé.
Ele precisaria, como tantos outros santos,
3. O ferecid o com o libação. Em 2
passar pela morte e aguardar o dia da
Timóteo 4.6 Paulo volta a usar a mesma
ressurreição, com o já havia ensinado
figura de linguagem que usou em Fili-
para consolo dos cristãos (1 Ts 4.13-18).
penses 2.17. Segundo a Bíblia de Estudo
Isso está explícito na referência que fez
Pentecostal, sua vida estava sendo ofe­
ao recebimento da “coroa da justiça”, a
recida como libação” ou “aspersão de
recompensa que Paulo espera receber
sacrifício”; uma demonstração concreta
do justo Juiz "naquele Dia” (2 Tm 4.8),
de sua entrega pessoal à causa do Evan­
perante o Tribunal de Cristo (1 Co 3.11-14).
gelho: de seu “amor sacrificial pelos seus
2. A transição. Em 2 Timóteo 4.6 Paulo
filhos espirituais na fé".
indica claram ente que o seu enfático
O que isso significa? Que Paulo não re­
propósito com o encorajam ento e as
teve sua vida para si mesmo em momento
reco m endações transm itidas ao seu
algum, mas se deixou gastar completa­
fiel cooperador era mesmo passar-lhe
o cajado, a tocha ministerial. O apóstolo mente para alcançar muitas almas para
Cristo (At 20.24; 2 Co 12.15). O resultado
tinha plena consciência da iminência de
sua morte. No versículo imediatamente de seu trabalho alcançaria milhões de
anterior (2 Tm 4.5), o apóstolo fecha o pessoas em todas as eras da Igreja, Quase
ensino com a sentença “cum pre o teu dois mil anos depois, continuamos sendo
ministério”, enquanto abre a próxima edificados por seu exemplo e palavras.
seção indicando o porquê: “Porque eu Assim como Paulo, milhares de cris­
já estou sendo oferecido por aspersão tãos têm sido martirizados ao longo de
de sacrifício, e o tempo da minha partida toda a história da Igreja. Nos nossos dias,
está próximo”(2 Tm 4.6). muitos estão sob forte perseguição por
Esse é um grande sinal de maturidade causa da fé em Cristo. Oremos por eles!
e convicção espiritual Paulo foi um líder E oremos também pelo Brasil, para que
extraordinário. Além de cumprir o seu continuemos tendo liberdade religiosa.
ministério, soube formar outros líderes,
dando-lhes oportunidade e espaço para SUBSÍDIO ©
servir. Já no final da vida, teve a tranquilidade Professor(a), explique que “Paulo
de comissionar seus auxiliares, especial­ descreve antecipadamente seu fimpor
mente Timóteo, a dar prosseguimento na meiode quatro retratos vividos da palavra:
obra de propagação do Evangelho. 1) Retrata seu martírioiminente como
Um dos sinais da boa liderança é uma se oseu sanguefosse uma libaçãoprestes
transição tranquila, Paulo havia combatido a ser derramada no altar do sacrifício;
o bom combate". Enfrentou oposição de 2) Descreve sua partida desta vida
todos os lados (2 Co 7.5; 11.26), batalhas como se fosse umnaviolevandoa âncora
espirituais (1 Ts 2.18) e fortes resistências ao deixara orla, ou como umsoldado que
ao seu ministério, como a de um certo rapidamente desmonta sua barraca antes
Alexandre, o latoeiro, que lhe causou de uma marcha. 'O que para Timóteo

JOVENS 87
foi muito animador no que diz respeito à
poderia parecer o fim, para o apóstolo
assistência de seus companheiros. Paulo
parece ser uma gloriosa nova quando será
cita Demas nominalmente, que estava
libertado de todas as aflições presentes;
entre seus colaboradores por ocasião
3) Paulo conclui dizendo que sua
de sua primeira prisão em Roma, ao lado
competição ou luta, representada pelo
de Lucas (Cl 4 -14). Talvez a intensidade
sim bolism o atlético ou militar, foi um
das últimas perseguições o tivesse feito
bom combate;
desanimar, “amando o presente século ,
4) Comenta que concluiu sua carreira,
expressão que indica que ele trocou as
usando a metáfora atlética de uma corrida
promessas de uma recompensa celestial,
a pé. Sua preocupação não era chegar
por alguma facilidade ou oportunidade
antes dos outros, mas terminar sua carreira
da vida presente. Outros cooperadores
tendo feito o melhor possível,"
certamente se deslocaram a serviço da
(Comentário Bíblico Pentecostal. Rio de obra de Deus, como Crescente e Tito (2
Janeiro: CPAD, 2003■ P 1487J Tm 4.10), e o próprio Tíquico, que Paulo
enviou a Éfeso, provavelmente para subs­
III - O DESFECHO PAULINO tituir Timóteo em sua ausência (2 Tm 412).
1 . 0 apelo a Timóteo. Paulo se enca­ De qualquer sorte, por ocasião da
minha para o final de sua carta fazendo “primeira defesa”, a audiência preliminar
um forte apelo ao seu jovem e fiel coo- a que Paulo foi submetido (2 Tm 416),
perador; “Procura vir ter comigo depressa. “todos” haviam desam parado o após­
[.„] antes do inverno”(2 Tm 4 9 .21), Naquela tolo, certamente temerosos diante da
época, as navegações costumavam ser implacável e cruel perseguição de Nero.
interrom pidas na estação invernosa, 3. Triunfo escatológico. Apesar de
geralmente entre novembro e março. sentir-se abandonado por seus compa­
Se Timóteo se atrasasse, seu tempo de nheiros, Paulo estava firme em sua fé e
chegada a Roma seria muito prolongado propósito, porque nunca se sentiu só em
em função do inverno, Paulo também relação a quem servia, ao Senhor Jesus.
menciona a necessidade de sua capa, Ele 0 havia assistido, fortalecido e livrado
que havia deixado em Trõade (2 Tm 413). da “boca do leão" (2 Tm 4.17).
e era útil para protegê-lo do frio. Não O mesmo Senhor o livraria de toda
se sabe se Timóteo chegou à Roma a má obra" e o guardaria para o seu Reino
tempo de rever Paulo e entregar-lhe celestial (2 Tm 418). A morte não seria o
suas encomendas (a capa, os livros e os seu fim. Os céus o esperavam.
pergaminhos). Historiadores clássicos,
como Eusébio de Cesareia, registram que 0 PENSE!
Paulo foi martirizado por ordem de Nero. Bajular os líderes em função de suas
Isso deve ter ocorrido ainda no ano 67 d.C. posições é uma atitude muito antiéti-
Com o já registramos, Nero suicidou-se ca. 0 correto é ser leal às pessoas.
em junho de 68 d.C.
2. As decepções de Paulo. Como todo @ PONTO IMPORTANTE!
Paulo se sentia desamparado por seus
grande líder, Paulo também experimen­
companheiros, mas não desanimado.
tou decepções com seus liderados. Na
Sua esperança sempre esteve em Cristo.
verdade, o final da vida do apóstolo não

88 JOVENS
ESTANTE DO PROFESSOR

Dicionário Bíbtico Wyciiffe.


Rio de janeiro: CPAD.

O CONCLUSÃO
Paulo teve Timóteo como fiel coo-
perador, pronto tanto para assistí-lo
HORA DA REVISÃO pessoalm ente como para cumprir
Qual a característica predominante missões distantes, quando designado,
da m issiologia paulina? Que o Espirito Santo incline o nosso
O método missionalde Pauto sempre coração para o serviço cristão humilde,
esteve pautado na ordem imperativa em nossas igrejas locais, ao lado de
de Cristo: a pregação (Mc 16,15: At 1.8). nossos líderes; ou onde quer que Ele
2. Q ual o conteúdo da pregação de nos envie, sempre sob a autoridade
Paulo? de nossa liderança.
A Palavra de Deus: a sã doutrina.
Que quadro profético Paulo desenhou
para o fim dos tempos em relação à
doutrina?
Paulo estava desenhando, profeti­
camente, o quadro que hoje vemos.
Cresce o número de “doutores”que
fANOTAÇÁO
torcem as E scritu ra s a partir de
suas concepções, a fim de amoldar
seus ensinos aos desejos de seus
ouvintes.
4 - Q ual o sentido da expressão “a s -
persão de sacrifício”?
Significa que Paulo não reteve sua
vida para si m esm o em momento
algum, mas se deixou gastar com ­
pletam ente para alca n ça r m uitas
alm as para Cristo.
5- S e g u n d o a lição, porque "todos"
haviam desam parado a Paulo?
Certamente temerosos diante da im­
placável e cruel perseguição de Nero.
TITO: ORGANIZAR A IGREJA
EM CRETA E REPRIMIR OS
FALSOS DOUTORES
TEXTO PRINCIPAL LEITURA SEMANAL

"A Tito, meu verdadeiro filho,


segundo a fé comum: graça, SEGUNDA- Tt 1.10
O cuidado com os enganadores
misericórdia e paz, da parte de
Deus Pai e da do Senhor Jesus TERÇA-Tt l . l l
Cristo, nosso Salvador.1' O cuidado com os gananciosos

(Tt 1 .4 ) QUARTA- Tt 1.12


O cuidado com o mal testemunho
RESUMO DA LIÇÃO QUINTA-Tt 1.13
O testemunho verdadeiro
Paulo escreveu a Tito para
orientá-lo acerca da organização SEXTA-Tt 1.14
Não se desvie da verdade
da igreja e enfatizar a
necessidade de refutar os SÁBADO- Tt 1.15
falsos doutores. A contaminação dos infiéis

90 JOVENS
OBJETIVOS
MOSTRAR qual era a missão de Tito em Creta;
• COMPREENDER a missão de Tito;
■ CONHECER as exortações gerais de Paulo na Carta a Tito.

INTERAÇÃO
Professor(a), chegam os ao fim de mais um trimestre. Parabéns pelo seu e s­
forço e dedicação! Nesta última auLa, seria interessante fazer uma recapitulação
de todas as lições. Se possível, peça aos alunos que falem a respeito de qual
lição mais gostaram e o porquê. Aproveite a oportunidade para sanar algum a
dúvida, caso elas existam. Caso seja possível, permita que os alunos falem a
respeito dos pontos positivos e negativos das aulas e da temática estudada. Não
esqueça de comentar a respeito do tema do próximo trimestre. Crie nos alunos
uma expectativa positiva para o trimestre que será iniciado. Que Deus continue
abençoando você e seus alunos(as).

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor(a), faça a seguinte pergunta aos alunos: “Qual o propósito de Paulo
ao escrever a Tito?" O uça os alunos com atenção. Em seguida, utilize o quadro
abaixo para mostrar quais eram os propósitos de Paulo.

Paulo escreveu primeiramente para instruir Tito na sua tarefa de:


1. Pôr em ordem o que ele (Paulo) deixaria inacabado nas igrejas de Creta,
inclusive a instituição de presbíteros nessas igrejas (1.5);
2. Ajudar as igrejas a crescerem na fé, no conhecim ento da verdade e em
santidade (1.1);
3. Silenciar falsos m estres (1.11);
4. Vir até Paulo, uma vez substituído por Ártenas ou Tíquio (3.12).

Adaptado de Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD, p. 1887.


TEXTO BÍBLICO

Tito 1.1-9
1 Paulo, servo de Deus e apóstolo de de, estabelecesses presbíteros, como
Jesus Cristo, segundo a fé dos eleitos já te mandei:
de Deus e o conhecimento da verdade, 6 Aquele que for irrepreensível, marido de
que é segundo a piedade. uma mulher, que tenha filhos fiéis, que
2 Em esperança da vida eterna, a qual não possam ser acusados de dissolução
Deus, que não pode mentir, prometeu nem são desobedientes.
antes dos tempos dos séculos, 7 Porque convém que o bispo seja irre­
3 Mas, a seu tempo, manifestou a sua preensível como despenseiro da casa
palavra pela pregação que me foi con­ de Deus, não soberbo, nem iracundo,
fiada segundo o mandamento de Deus, nem dado ao vinho, nem espancador,
nosso Salvador, nem cobiçoso de torpe ganância.
4 A Tito, meu verdadeiro filho, segundo 8 Mas dado à hospitalidade, amigo do bem,
a fé comum: graça, misericórdia e paz, moderado, justo, santo, temperante.
da parte de Deus Pai e da do Senhor g Retendo firme a fiel palavra, que é
Jesus Cristo, nosso Salvador. conforme a doutrina, para que seja
5 Por esta causa te deixei em Creta, para poderoso, tanto para admoestar com
que pusesses em boa ordem as coisas a sã doutrina como para convencer os
que ainda restam e, de cidade em cida- contradizentes.

tinha um pouco mais de idade que Timó­


INTRODUÇÃO
teo. Seu nome não é citado em Atos, mas
A Carta a Tito é bastante sim ilar à
uma referência feita por Paulo na Carta
Primeira Carta a Timóteo. Ambas foram
aos Gálatas nos faz entender que Tito se
escritas por Paulo durante a viagem mis­
tornou seu cooperador antes de Timóteo.
sionária que fez depois de seu primeiro
Em Gálatas 2.1-5, Paulo descreve uma
aprisionamento em Roma (63- 65 d.C.).
viagem que fez a Jerusalém para tratar de
O texto nos dá uma clara ideia da livre
conflitos que tinha com osjudeus, principal­
m ovim entação do apóstolo naquele
mente por causa da circuncisão. Tito estava
período e sua intenção de plena conti­
nessa viagem (Gl 2.1-3), provavelmente a
nuidade da missão, o que não sabemos
mesma narrada por Lucas em Atos 15.2,
até que ponto ocorreu. A carreira de
que trata do Concilio de Jerusalém.
Paulo foi interrompida com sua nova
Tito não era judeu, m as grego (Gl
prisão e envio a Roma.
2.3). Tinha uma personalidade um pouco
Paulo escreveu a Tito para orientá-lo
diferente da de Timóteo. As referências
acerca da organização da igreja na ilha,
que Paulo faz dele na Segunda Carta
enfatizar a necessidade de refutar os falsos
aos Coríntios nos permite entender que
mestres e ensinar aos crentes cretenses
a liderança de Tito era m ais incisiva.
sobre o modelo ideal de vida cristã.
Estava sem pre pronto para grandes
desafios, como os de Corinto e de Creta.
I - TITO, CRETA EOS CRETENSES
Timóteo, como já analisamos, tinha uma
1 0 perfil de Tito. A exemplo de Timó­
teo, Tito também erajovem. Provavelmente certa timidez.

92 JOVENS
O perfil de Tito pode ser assim resu­ seria a própria presença, em uma mesma
mido: pronto, entusiasmado, diligente, ilha, de múltiplos cultos, religiões, filosofias
proativo (2 Co 8.17): de posições firmes
e linhas de pensamento. Bürki assinala,
(2 Co 714,15); ético e respeitoso (2 Co
ainda, que é da palavra "cretense”que
12.18), am oroso (2 Co 7.13-15); am igo
deriva o verbo cretizo, no grego, que
leal e fraterno: um irmão (2 Co 2.13), um
significa “mentir”. Mas o evangelho havia
homem de confiança (2 Co 8.23),
chegado à ilha. No dia de Pentecostes,
2. A ilha de Creta. Localizada a sudeste
havia jud eus cretenses em Jerusalém
da Grécia, Creta é a quarta maior ilha do
(At 2.11). Certam ente alguns d eles se
mar Mediterrâneo. Tem uma área de apro­
converteram e levaram a fé para as suas
ximadamente 8,200 km2 Possui uma forma
cidades. Depois de solto de sua primeira
alongada: 256 km de leste a oeste e 10 a
prisão em Roma (At 28.30), Paulo viajou
56 km de norte a su l No primeiro século,
para Creta, levando Tito. Trabalhou ali por
possuía mais de 100 cidades, muitas delas
algum tempo e deixou seu fiel colaborador
com excelentes portos, como o porto de
para prosseguir a obra (Tt 1.5).
Fenice, citado em Atos 27,12,
Paulo esteve em Creta durante sua
SUBSÍDIO O
conturbada viagem a Roma, por ocasião de
seu primeiro aprisionamento. O navio que ‘Provavelmente, Paulo escreveu a Tito
o levava atracou em Bons Portos e ali ficou na mesm a ocasião em que escreveu 1
por algum tempo (At 27.8,9). Atualmente, Timóteo. Paulo enviou Tito para trabalhar
Creta tem mais de 600 mil habitantes. c°m as igrejas da ilha de Creta, e esta carta
3 - Os cretenses. Um povo de péssima reflete os problemas particulares que Tito
fama. A ilha era um lugar de confusão enfrentava ao servir ali. Paulo quer a ordem
cultural e religiosa, violência, banditismo na igreja e um modo de vida correto, em
e imoraLidade. Os cretenses eram men­ uma ilha conhecida pela presença, pela
tirosos, preguiçosos e glutões. Paulo guia, pela mentira e pelo m al Os cristãos
denuncia isso na Carta a Tito, num a têm que ser indivíduos disciplinados, e
referência a Epimênides, um conhecido devem ser ordeiro, como pessoas que
poeta e filósofo cretense do século VI a.C.: formam um só corpo — a igreja. Preci­
“Um deles, seu próprio profeta, disse: Os samos obedecer a esta mensagem em
cretenses são sempre mentirosos, bestas nossa época, quando a disciplina não for
ruins, ventres preguiçosos" (Tt 1.12). respeitada ou recompensada pela nossa
Segundo 0 teólogo suíço Hans Bürki sociedade Embora os outros possam não
(1925-2002), o termo sincretismo é inspira­ apreciar nossos esforços, devemos viver
do nessa ebulitiva característica dos cre­ na igreja, e ser exemplos vivos de nossa
tenses. 0 prefixo grego syn tem o sentido fé para a sociedade contemporânea.”* 1
de em companhia de, junto com", como
(Biblia de Estudo Cronológica Aplicação
em sinergia, sincronia, sinfonia etc. Assim, PessoaLRio de Janeiro: CPAD. 2015. p, 1758J
o sin-cretismo era o “fenômeno" que se
dava quando os cretenses se uniam, com
I I - A MISSÃO DE TITO
todas as suas diferenças, para juntos se 1. Estabelecer presbíteros. A missão
defenderem de um inimigo comum. Ou, primordial de Tito era organizar as igrejas
em um sentido figurado, o sincretismo locais, "de cidade em cidade”. Isso denota

JOVENS 93
que o Evangelho havia se espalhado O trato com esses ardilosos falsos
pela ilha, mas a organização das igrejas mestres deveria ser firme, Paulo usa a
ainda era incipiente. Em Éfesojá havia expressão “tapar a boca”para demonstrar
um presbitério estabelecido (At 20.17,28), como Tito deveria ser diligente em seu
o que não excluía a responsabilidade de trabalho. De igual modo, o presbítero
Timóteo de ordenar novos presbíteros, precisaria ter suficiente autoridade moral
pelo crescim ento da obra. e espiritual, a fim de que fosse “poderoso,
Em Creta, contudo, embora Paulo tanto para admoestar com a sã doutrina
tivesse trabaLhado por algum tempo para como para convencer os contradizentes”
pôr as “coisas [...] em boa ordem”, havia (1.9). Não se pode confundir amor com
a premente necessidade de exercer a condescendência. Os erros devem ser
disciplina ecLesiástica e estabelecer corrigidos (Hb 12.5-9).
presbíteros em cada igreja, para pros­ 3. A má influência na igreja. A correção
seguirem na missão de ensinar (1.5,13). a ser feita por Tito visava não apenas os
O perfil dos presbíteros segue os falsos mestres. A expressão “repreende-os
m esm os requisitos transmitidos a T i­ severamente para que sejam sãos na fé",
móteo, destacando a necessidade de feita logo após a referência aberta aos
maturidade (1 Tm 3.1-6). Difere somente cretenses (1.12,13), nos permite entender
a expressa inclusão de uma observação que as igrejas em Creta deveríam receber
implícita na carta a Timóteo: a boa condu­ semelhante ensino (3.1-9). A má conduta
ta dos fiLhos (Tt 1.6). Em uma linguagem dos cretenses, impregnada na cultura da
de hoje, diriamos que eles precisam ser ilha, estaria reinando entre os cristãos, o
bons crentes; darem bom testemunho que também se denota pela necessidade
como cristãos, Isso é valioso para os filhos de pôr “em boa ordem as coisas que ainda
dos líderes e contribui muito para o êxito [restavam!”(15).
do ministério de seus pais. De fato, não é íncomum que vícios
2. C o rreção aos falso s doutores. impregnados em culturas locais insistam
Assim como em Éfeso, em Creta havia em se infiltrar e perm anecer no seio
falsos mestres, que perturbavam a vida das igrejas cristãs. Comportamentos e
da igreja. Paulo os chama de “desorde­ costum es antiéticos que parecem ser
nados, faladores, vãos e enganadores" inofensivos, mas que são destrutivos,
e aponta principalmente “os da circun­ com o raposinhas que fazem tão mal
cisão"; judeus que insistiam que para se às vinhas (Ct 2.15). Por exemplo, os atos
desonestos são praticados em nosso
salvar os gentios precisavam cumprir
país em nome do "jeitinho brasileiro".
leis, regras e ritos judaicos (1.10).
Viver em meio aos “cretenses" não
Paulo fala novamente da sorrateira
nos autoriza com partilhar de sua má
ação desses falsos mestres, que “trans­
conduta. Precisamos ser “sãos na fé" (1.13).
tornavam casas inteiras”, o que denota o
mesmo problema de Éfeso, envolvendo as
mulheres (1 Tm 47 :2 Tm 3.6,7). É provável SUBSÍDIO 0
que tais mestres estivessem explorando Professor(a), explique que “Paulo
a imprudência dessas mulheres, enga­ descreve de maneira resum ida alg u ­
nando-as assim como o Diabo fez com mas qualificações que os presbíteros
Eva no Éden (Gn 3.1-6; 1 Tm 2.14). deveríam ter, Paulo deu a Timóteo um

94 JOVENS
conjunto similar de instruções, para a
para a família, com nítidos reflexos na
igreja de Éfeso. Observe que a maior
igreja e em toda a sociedade. A vida cristã
parte das qualificações envolve caráter,
deve ser pautada sempre nas Escrituras
e não conhecimento ou habilidade. O
Sagradas, que jam ais envelhecem ou se
modo de vida e os relacionamentos de
tornam ultrapassadas (Sl 119.89). Final­
uma pessoa permitem que seu caráter
mente, Paulo se dirige aos jovens, aos
seja visto. Considere essas qualificações
quais destaca a moderação (2.6). Exercer
ao avaliar uma pessoa para uma posição
o autocontrole é fundamental para que o
de liderança na sua igreja. É importante
jovem não tome decisões erradas na vida.
ter lideres que possam pregar a Palavra
É melhor suportar o jugo dos tempos de
de Deus de maneira eficaz; mas é ainda
mocidade (Lm 3.27-29). “Tudo tem o seu
mais importante ter pessoas que possam
tempo determinado, e há tempo para
colocar a Palavra de Deus em prática
todo o propósito debaixo do céu”(Ec 3.1).
e serem exemplos que outras pessoas
2. Salvação para todos. Paulo tam­
possam seguir."
bém aborda na Carta a Tito um a das
(Biblia de Estudo Cronológica A plicação doutrinas centrais da fé cristã: Soteriologia,
Pessoat Rio de Janeiro: CPAD, 2015. p. 375SJ a doutrina da salvação. A graça de Deus
foi manifestada “trazendo salvação para
III - EXO R T A Ç Õ E S GERA IS todos os homens" (2.11). Por sua graça,
1. Ensino para toda a família. O tom Deus não apenas nos salva no presen­
de praticidade do ensino de Paulo a te, mas nos ensina, ao longo da vida, a
Tito é sem elhante ao que transmitiu a renunciar a todo o pecado e viver bem
Timóteo (1 Tm 5,6). De igual forma, Tito conosco mesmo, com o nosso próximo
deveria transmitir a correta doutrina para e com Deus (2.14).
toda a igreja, dos mais velhos aos mais Essa vida deve ser alimentada na es­
jovens. O apóstolo volta a enfatizar a perança da volta de Jesus, que prometeu
importância da educação cristã para as buscar “um povo seu especial, zeloso
m ulheres idosas, destacando o papel de boas obras”(2.14). Portanto, não basta
delas no ensino das mais novas (2.3-5). receber a salvação. É preciso viver de
O valor de constituição da família acordo com a vocação celestial (Ef 4.1-3).
é mais uma vez enfatizado por Paulo,
ao tratar da nobre m issão da mulher, SUBSÍDIO D
como esposa e mãe, dedicada ao lar, “a Oapóstolo agora fornece uma exten­
fim de que a Palavra de Deus não seja
sa seçao de instruções a vários grupos
blasfemada”(2.5), isto é, para que Deus de crentes com relação a seu caráter e
seja glorificado pela vida exemplar das conduta. O vocabulário empregado não
famílias cristãs. Essas tarefas atribuídas é tào específico, e a seção e tão seme­
à mulher têm sido muito desprezadas
lhante às antigas discussões extrabiblicas
pela sociedade moderna.
relativas ao comportamento virtuoso,
A mulher cristã pode exercer ativida­ que Paulo parece não estar tratando dos
des fora do lar, desde que não negligencie
problemas das congregações de Creta,
a missão mais importante que Deus lhe mas 'de modo geral está incentivando
outorgou, A ausência da mulher como seus leitores às boas obras e a um estilo
esposa e mãe traz prejuízos incalculáveis de vida cristão de modo que, ‘em tudo.

JOVENS 95
O HORA DA REVISÃO
1. Há aLguma diferença de personali­
dade entre Tito e Timóteo?
Sim. Tito era grego e tinha uma perso­
nalidade um pouco diferente. Timoteo,
tinha uma certa timidez, O perfil de
Tito pode ser assim resumido: pronto,
O CONCLUSÃO entusiasmado, diligente, proativo; de
posições firmes; ético e respeitoso,
Com alegria e gratidão estamos con­
amoroso; amigo teal e fraterno; um
cluindo mais um trimestre de nossa
irmão, um homem de confiança,
Escola Dominical. Que oportunidade
ímpar tivemos de aprender juntos 2 . Como eram os cretenses?
valiosas lições espirituais extraídas Um povo de péssima fama. A ilha era
um lugar de confusão, miscigenação
das cartas pastorais!
cultural e religiosa, violência, banditis­
Deus está nos instruindo a cada dia.
mo e imoralidade. Os cretenses eram
para que vivamos de acordo com
mentirosos, preguiçosos e glutões,
a sua vontade, para a gloria de seu
nome. Que inspirados no exemplo de 3. O que a Carta a Tito traz de dife­
Timoteo e Tito nos ofereçamos mais rente em reLação aos requisitos do
para servir a Deus, presbítero?
O perfil dos presbíteros se g u e os
m esm os requisitos transmitidos a
Timóteo, destacando a necessidade
de maturidade. Difere somente a ex­
pressa inclusão de uma observação
ANOTAÇAO implícita na carta a Timóteo: a boa
conduta dos filhos.
----------------------------------------------------— — - 4. O q u e Pauto volta a enfatizar na
Carta a Tito quanto à constituição
da família?
O valor da constituição da família è
mais uma vez enfatizado por Paulo,
ao tratar da nobre missão da mulher,
com o esposa e mãe, dedicada ao
lar. “a fim de que a Palavra d e Deus
não seja blasfemada" (2.5). isto é,
para que Deus seja glorificado peta
vida exemptar das famílias cristãs.
Que conseLho Paulo dá aos jovens?
Pauto se dirige aos jovens, aos quais
destaca a moderação (2.6!.
VOCÊ SABE O QUE É
CRISTOLOGIA PAULINA?
“mas nóspregamos a Cristo crucificado, que é escândalopara
osjudeus e loucurapara osgregos. ”1Co 1.23

Qualquer pessoa que ler, ao menos, uma parte dos escritos de Paulo reco­
nhecerá já de início que asua devoção a Cristo era a principal realidade epaixão
da sua vida. 0 que ele disse emuma das suas últimas cartas serve como uma
espécie de lema para toda a sua vida cristã: “Porque para mimoviver é Cristo,
eomorrer éganho”(Fp 1.21).

Se Cristo éapaixãosingular da vida de Paulo, ocentro desta paixão está na


obra salvífica de Cristo; e Paulo deixa isto claro commuita frequência: “Cristo
morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras” (1Co 15.3b).

Portanto, a Cristologia Paulina trata da compreensão de Paulo acerca da


pessoa de Cristo. Segundo oteólogo e exegeta Gordon D. Fee, estudar as suas
epístolas nos permite ver a pessoa de Cristo emtermos de quemPaulo entendia
que Ele era, e de como Paulo enxergava orelacionamento entre Cristo, como o
Filho de Deus eSenhor, eoDeus Único, como oPai doNossoSenhor Jesus Cristo,
que agora tambémse revelou como nosso Pai.

CPAD
MAIS QUE UMA
BÍBLIA DE ESTUDOS,
UMA COMPANHEIRA
DE TODAS AS HORAS
Em mais de 25 anos de existência, a Bíblia de Estudo Pentecostal
(BEP) se tornou uma companheira presente nos cultos, nos devocionais
e na leitura diária de centenas de milhares de brasileiros, indo muito
além de sua função primária de ser uma Bíblia para estudos segundo
a doutrina pentecostal.

Ao longo de todo esse tempo, o projeto da BEP ampliou-se, passando


a incluir as impressões em várias cores de capa e formatos, a edição
com a Harpa Cristã e as versões com conteúdo próprio e exclusivo
para crianças e jovens.

Neste ano de 2 0 2 2 , ela passa por uma grande reformulação, com a


revisão dos materiais de estudo, reorganização das notas e adequação
do texto conforme o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.

A Bíblia de Estudo Pentecostal se aperfeiçoa para continuar sendo o


que sempre foi: a Bíblia número 1 no coração dos cristãos brasileiros.

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