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II JORNADA DO PPGCP DA UNIRIO

Apresentação da pesquisa (0-2 min)


Da UNIRIO à USP – Iniciação Científica – Mestrado

Introdução (2-4 min)


Tema: corrente liberal-igualitária da teoria política normativa contemporânea.
Problema de pesquisa: quais são os méritos relativos da crítica de Sen ao liberalismo-
igualitário de John Rawls?
Objetivos: avaliar méritos relativos e oferecer leitura do liberalismo-igualitário que
responde às críticas.
Método: interpretação mais razoável decorrente do conjunto da obra.
Estrutura argumentativa: apresentar críticas e respostas sinteticamente.

Críticas de Sen (4-7 min)


1) Métrica dos bens primários: inflexibilidade para heterogeneidades interindividuais;
variável focal errada, que se concentra nos meios para a liberdade, não na liberdade
de realizar bem-estar; 2 casos críticos: deficiências e destituição/privação extrema.

2) Prioridade absoluta das liberdades: possível desconsideração de necessidades


econômicas agudas; prioridade deveria decorrer do papel das liberdades para a
vantagem individual; Sen defende preeminência (Development as Freedom).

3) Institucionalismo transcendental: identificação de um ideal de justiça, um arranjo


institucional “perfeitamente justo”; desnecessário e insuficiente para combater
injustiças, pois não nos permite comparar arranjos sociais possíveis.

Respostas do liberalismo-igualitário (7-13 min)


1) Métrica dos bens primários: concordância quanto à essência dos bens primários,
desencontro das bases teóricas (SUGDEN, p. 1957; REIS, p. 45).
1ª linha de resposta (2 casos críticos): destituição/privação é respondida com
concepção geral e “mínimo social”; deficiências não implicam capacidade de cooperar
abaixo de patamar mínimo essencial para exercício das faculdades morais; aplicação
em 4 estágios.
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2ª linha de resposta (necessidades básicas): princípio anterior de atendimento
das necessidades básicas; Daniels (1981) e o atendimento das necessidades de
saúde como capacidade de funcionar normalmente como um ser humano típico. Mas
e os cidadãos que não podem ter sua capacidade de cooperar restaurada, como os
terminalmente doentes? Richardson (2006) e a garantia de um conjunto de
capacidades básicas justificada por uma noção “geral” – em oposição a uma
“universal” – de reciprocidade (paralelo com “personalidade jurídica” no Direito
brasileiro).
3ª linda de resposta (entendimento amplo dos bens primários): capacidades de
funcionar são “codeterminadas” por recursos institucionais (Pogge, 2002), que evita a
produção e o reforço de fragilidades na capacidade de funcionar; linha limitada, pois
não enfrenta as “necessidades básicas”.
Sen não responde à própria crítica, pois sua contraproposta é suficientista e
não nos oferece critério para criticar/condenar as desigualdades.

2) Prioridade absoluta das liberdades: crítica ambígua; no contexto da posição


original, prioridade garante a cidadãos livres e iguais condições de exercício de suas
duas faculdades morais (ter um senso de justiça e uma concepção abrangente do
bem); ademais, prioridade não se aplicaria em contextos de necessidades
econômicas agudas, cenário em que se aplicaria a concepção “geral” de justiça.

3) Institucionalismo transcendental: problema da “significância prática”, inserido no


debate entre teorias ideais e não ideais, caracterizadas, de um lado, pelo pressuposto
de obediência estrita, e, por outro, pela possibilidade de realização de suas
recomendações.
Os princípios de justiça recomendados por Rawls são realizáveis pela
sequência de 4 estágios, sendo referenciais para as decisões práticas tomadas no
processo político.
Rawls se preocupa com fatos e consequências, haja vista sua consideração
das circunstâncias da justiça (fatos inerentes às sociedades democráticas),
particularmente do fato de pluralismo razoável, e a busca pela realização do ideal de
pessoas morais livres e iguais; Freeman (2012) fala de uma “deontologia sensível a
consequências”.

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Portanto, à luz dos desafios colocados pelas circunstâncias da justiça, a teoria
de Rawls é necessária e suficiente para pensarmos o que queremos ser socialmente.

Conclusão (13-14 min)


Críticas são injustas e não sobrevivem a uma leitura mais razoável do liberalismo-
igualitário, mas contribuem para o aperfeiçoamento do liberalismo-igualitário,
desafiando-o a pensar problemas que aproximam mais explicitamente a teoria política
normativa dos debates políticos e econômicos correntes.

Encerramento (14-15 min)


Agradecimentos à organização do evento, ao Prof. Quintana, à UNIRIO e à USP e à
universidade pública brasileira (a quem dediquei minha dissertação)

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