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ASPECTOS QUE ENVOLVEM A GESTÃO E O MARKETING DO PERSONAL

TRAINER: UMA REVISÃO DE LITERATURA

Jean Junior, DAL CASTEL¹


Luiz Henrique, DA SILVA¹
Everton Paulo, ROMAN²

RESUMO

Introdução: A atuação do profissional de Educação Física, dentro da atividade do


Personal Trainer passou ser um fator a ser estudado, pois essa atividade vem se
transformando cada vez mais em um grande direcionamento da área fitness, com
enfoque na busca de melhor condicionamento físico, voltado a saúde e a qualidade de
vida. Nesse sentido, torna-se cada vez mais importante abordar as questões que
envolvem a gestão e o marketing dentro de todo esse contexto. Objetivo: descrever os
aspectos e as principais estratégias de gestão e marketing que os Personal Trainers
utilizam na organização e impulsionamento do seu negócio. Procedimentos
Metodológicos: Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, baseada em livros, artigos
científicos, sites, documentos e outras fontes que tratam da temática abordada.
Considerações Finais: Pode-se considerar que para ter sucesso na carreira de Personal
Trainer deve-se estar sempre em constante aperfeiçoamento e paralelo a isso cuidar da
estratégia de marketing pessoal. No mundo atual, todas as profissões estão muito
competitivas e o Personal Trainer necessita reinventar valores, produzindo ações que
venham valorizar a sua imagem e a valorizar seus clientes. Clientes estão cada vez mais
exigentes e buscam o máximo de informações, as condições de negociação do Personal
e de seus concorrentes. O marketing é importante, pois o mercado atual está bastante
dinâmico e competitivo e somente os melhores se destacarão.

PALAVRAS-CHAVE: Personal Trainers. Administração. Atendimento. Exercício


Físico. Gestão. Marketing.

Graduados em Educação Física, Pós-Graduandos pela FAG¹


Doutor em Saúde da Criança e do Adolescente (UNICAMP) e docente orientador do
curso de Educação Física da FAG²
1 INTRODUÇÃO

Atualmente, muitas pessoas estão preocupadas com a saúde, estética corporal,


condicionamento físico e principalmente sua qualidade de vida, com isso a procura de
profissionais que oferecem esse tipo de trabalho personalizado esta cada dia mais em
evidência. Um dos principais fatores que estão levando as pessoas a procurarem esse
atendimento é o estilo de vida que a sociedade moderna proporciona para as pessoas,
prejudicando de forma elevada seus níveis de saúde.
De acordo com Barbosa (2008), o treinamento personalizado chegou ao Brasil
na década de 1980, mas o desenvolvimento científico sobre os seus benefícios, a
divulgação da mídia e a importância de ser uma prática orientada por profissionais
graduados na área, ocorreu a partir da década de 1990.
Esse atendimento personalizado é oferecido pelo Personal Trainer. Segundo
Sanches (2006), é o profissional de Educação Física que ministra aulas personalizadas,
formulando e executando programas de treinamentos específicos para cada aluno.
O Personal Trainer pode ter sua atuação realizada em diversos locais como em
residências, parques, praias, clubes, no entanto, as academias de ginástica estão sendo o
principal palco de atuação deste profissional (GUEDES, et al., 2008).
Atualmente, são poucos os profissionais que investem na gestão e no marketing
do seu trabalho, para que seja bem visto na sociedade. Nesse sentido, Pitts e Stotlar
(2002), descrevem que a principal incumbência do marketing é programar estratégias de
produção, formação de preço, promoção e distribuição do produto esportivo, visando
satisfazer as necessidades e desejos dos clientes ao mesmo tempo em que atinge os
objetivos da empresa.
Segundo Azevedo, Barros e Sauiden (2004), a gestão para ser profissional, deve
ser transparente, passa a ter visão de rentabilidade e lucro, e ocorre uma constante busca
por parcerias com outras empresas, ficando sob constante fiscalização e a única forma
de permanência no mercado competitivo é a apresentação de resultados positivos ao
longo dos anos.
Observa-se na atualidade que uma das principais ferramentas de divulgação de
trabalho são as redes sociais, os meios mais visitados pela sociedade na procura de
qualquer serviço. A internet apresenta oportunidade sem paralelo no mundo do
empreendedorismo e não precisa ser um especialista em tecnologia para aproveitar este
momento oportuno e fazer um negócio rentável com base na web (VILAS BOAS,
DORNELAS, 2010). Com isso esse trabalho vai mostrar algumas estratégias que o
Personal Trainer deve adotar para que alavanque ainda mais sua carreira nesse mercado
que esta cada dia mais competitivo.
O Personal Trainer é uma peça de extrema importância no que se diz em saúde
e qualidade de vida. Esta pesquisa tem motivação para a sua realização por se tratar de
um assunto de poucas informações sobre o que alguns Personal Trainers de sucesso
fazem para ter uma carreira promissora e mostrar algumas estratégias que devem adotar
para também terem uma posição de destaque nesse mercado tão concorrido como o de
hoje.
Por ser uma área em pleno evolução e crescimento, naturalmente surgem
preocupações quanto à “formatação” de gestão e marketing da carreira do Personal
Trainer que onde acabam envolvendo alguns tópicos fundamentais, dentre eles a
divulgação do seu trabalho, a forma de atendimento desses profissionais perante os seus
clientes e a fidelização dos seus clientes.
De acordo com os fatos expostos anteriormente e sabendo da importância desse
trabalho para a ampliação do conhecimento na área de gestão e marketing
especificamente na área de Educação Física, este trabalho teve como objetivo descrever
quais as principais estratégias de gestão e marketing que Personal Trainers utilizam na
organização e impulsionamento do seu negócio.

2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, baseada em livros, artigos científicos,


sites, documentos e outras fontes que tratam da temática abordada.

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1 PERSONAL TRAINER


Personal Trainer para Sanches (2006), é considerado o profissional de
Educação Física que ministra aulas personalizadas, formulando e executando programas
de treinamentos específicos para cada aluno. O Personal Trainer pode ter sua atuação
realizada em diversos locais como em residências, parques, praias, clubes, mas as
academias de ginastica são o principal palco de atuação deste profissional (GUEDES, et
al., 2008).
O Conselho Federal de Educação Física (CONFEF, 2003), reconhece, em seu
código de ética, o Personal Trainer com uma das denominações do profissional de
Educação Física. Portanto, o profissional que deseja atuar nesse segmento deve possuir
bacharelado em Educação Física e registro neste conselho, por meio do CREFs
(Conselhos Regionais de Educação Física), sob pena de lei diante do exercício ilegal da
profissão.
O mesmo Conselho também afirma que e de competência de qualquer
profissional de Educação Física o comprometimento com a preservação da saúde do
indivíduo e da coletividade e com o desenvolvimento físico, intelectual, cultural e social
do beneficiário da sua ação. Esse conceito demonstra a grande responsabilidade e
comprometimento que este profissional deve ter com seus alunos.
Para Oliveira (1999), o Personal Trainer consiste em um profissional licenciado
ou bacharel em Educação Física com qualificação em treinamento desportivo, fisiologia
do exercício, anatomia e biomecânica, apto para treinamento individualizado. O mesmo
autor enfatiza que o Personal Trainer, além de sério, deverá ser entre outras qualidades,
gentil, amigo, humilde, cortês, pontual, simpático, educado, atencioso, preocupado,
respeitoso, motivado, criativo, seguro e confiante. Domingues Filho (2006), afirma
também que, para ser um Personal Trainer, além da formação em Educação Física, faz-
se necessário conhecimento nas áreas de treinamento desportivo, marketing esportivo,
primeiros socorros, atividades aquáticas, esportes coletivos e individuais, avaliação
física, fisiologia do exercício, entre outras áreas.
Dentro dessas qualidades expostas, o Personal Trainer é um profissional que
acompanha e interfere de forma direta no funcionamento do corpo através de
planejamento e controle de treino visando sempre o bem estar e a qualidade de vida de
seus alunos (clientes).
O histórico do Personal Trainer deu início em 1980 que teve o ápice da mídia
nos centros de exercícios físico nos EUA, e a procura teve um aumento considerável
pelos atores norte-americanos ocasionando a expansão da modalidade (BROOKS,
2008).
Domingues Filho (2006), já definia Personal Trainer como “o profissional de
Educação Física que atua como professor particular de atividade física”. O mesmo autor
ainda sita que a modalidade cresceu com o aumento da procura desses profissionais por
estrelas de Hollywood e do Showbiz, por falta de tempo e para evitar o assédio de seus
fãs. O sentido de professor particular ganha notoriedade a partir da década de 1990,
quando artistas renomadas dos Estados Unidos da América como Demi Moore e
Madonna explanava seus resultados estéticos oriundos do treinamento personalizado
por seus instrutores particulares (DELIBERADOR, 1998). Em 1970, Arnold
Schwarzenegger colabora para a disseminação do mundo fitness com seus exercícios e
vitórias em campeonatos de fisiculturismo e Jane Fonda, já em 1980, como sendo a
primeira atriz a produzir mídia em vídeo contendo exercícios físicos para mulheres
gestantes (BARBOSA; SIMÃO, 2008).
A chegada ao Brasil ocorreu em meados de 1980. Os estudos científicos sobre os
benefícios do treinamento sistematizado, e a divulgação da mídia sobre a importância
que a atividade orientada por profissionais da área foi em a partir de 1990 (BARBOSA,
2008).
O Personal Trainer usualmente atende individualmente uma pessoa de cada
vez. Mas mesmo se tratando de um treinador personalizado, ele pode atender a mais de
um aluno, em grupos pequenos formados por afinidade, objetivos, gênero, idade ou
disponibilidade de horário. Não ha limite de faixa etária para esta modalidade: crianças,
adolescentes, adultos e idosos fazem parte do público atendido pelo Personal Trainer.
As aulas ou treinamentos precisam ser flexibilizados e diversificados pelo Personal
Trainer para que estejam adequadas as características de cada faixa etária, objetivos e
preferências (BOSSLE, 2009ª).
Barbosa (2008), destaca que o mercado de trabalho para o Personal Trainer já e
muito positivo e promissor, e, por isso, deve ser encarado com muita responsabilidade.
O profissional é bem remunerado, tem boa visibilidade e ótimo status profissional.
Embora essa competência profissional seja regulamentada pelo Conselho Federal, é no
dia-a-dia que o Personal Trainer consolida o seu trabalho junto à sociedade e seus
alunos.
Atualmente, o mercado está saturado devido ao aumento das ofertas do curso em
mais universidades. Daí vem a necessidade de se destacar em algo e ser muito bom no
que faz, porque as pessoas estão mais exigentes devido principalmente a informação
acessível nas redes sociais. Sobre o mercado, Joana também afirma que percebeu
aumento de 60% na procura por Personal Trainer nos anos de 2014 e 2015. A
preferência pelo treino particular faz parte da preocupação com a saúde. Muita gente
alega procurar um Personal para mais estímulos motivacionais, resultados mais rápidos
com treinos curtos e segurança, além de ter a opção de se exercitar sem sair de casa. A
profissional destaca ainda que hoje todos os seus alunos treinam em casa e que o
mercado Fitness não foi tão afetado como outras áreas, apesar de as pessoas estarem
buscando opções para economizar como os treinamentos em grupo (BARROS, 2016).

3.2 MARKETING ESPORTIVO

O surgimento do marketing esportivo foi no ano de 1978 abordado pela primeira


vez pela Revista Advertising Age (MIHAI, 2013).Marketing esportivo e uma junção de
ações direcionadas divulgação e a prática de modalidades esportivas, associações e
clubes, tanto para promoções de torneios e eventos, quanto para o patrocínio de equipes
e clubes esportivos (Bertoldo 2000).
Segundo Araújo (2002), destaca alguns objetivos do marketing no esporte como:
elevar o reconhecimento público; determinar identificação com elementos específicos
do mercado; fortalecer a imagem corporativa; incluir a empresa com a comunidade,
entre outros.
De acordo com Pitts e Stotlar (2002), a principal incumbência do marketing é
programar estratégias de produção, formação de preço, promoção e distribuição do
produto esportivo, visando satisfazer as necessidades e desejos dos clientes ao mesmo
tempo em que atinge os objetivos da empresa.
Os 4 Ps foram propostos por McCarthy, em 1960 (apud Kotler, 2000, p. 37), que
classificou as ferramentas de marketing em quatro grupos amplos que denominou:
produto, pre- ço, praça (ou ponto-de-venda ou distribuição) e promoção, do inglês
product, price, place e promotion. As variáveis que compõem cada um dos Ps estão
apresentadas na figura a seguir. Esses nomes já foram mencionados quando se trabalhou
anteriormente sobre o conceito de marketing, pois não podemos falar no conceito de
marketing sem se referir a estes quatro grupos.
Os 4 P΄s ou mix de marketing é um conceito desenvolvido pelo americano
Jerome McCarthy para simplificar as variáveis necessárias para comercialização de um
produto ou serviço (MULLER,2008).
Mix de Marketing, Composto de Marketing ou 4 Ps são termos idênticos e
utilizados nestas diferentes nomenclaturas, mas que na prática significam a mesma
coisa. Referem-se ao conjunto de ferramentas de marketing que a empresa utiliza para
perseguir seus objetivos de marketing no mercado-alvo. Dito de outra forma, o
composto mercadológico pode ser entendido como o grupo de variáveis controláveis de
marketing que a empresa emprega para produzir a resposta que deseja no mercado-alvo.
O mix de marketing consiste em todas as ações da empresa com a intenção de
influenciar a demanda do seu produto. (DARONCO 2008)
Kotler e Armstrong (2007, p. 42), por sua vez, atribuem ao mix de marketing “o
conjunto de ferramentas de marketing táticas e controláveis que a empresa combina para
produzir a reposta que deseja no mercado-alvo”. Para os autores o composto de
marketing consiste em tudo o que a empresa pode fazer para influenciar a demanda de
seu produto.
Para Kotler (2009, p. 126) a estrutura dos quatro Ps exige que os profissionais de
marketing decidam sobre o produto e suas características, definam o preço, decidam
como distribuir seu produto e escolham os métodos para promovê-lo. No entanto, a
Teoria dos quatro Ps de marketing tem sofrido oposições de alguns críticos consideram
que a teoria exclui, ou subestima, certas atividades do mix de marketing, como os
serviços, ou produto-serviços e a força de vendas. Em contrapartida, Kotler (2009),
apesar de manter o composto de marketing com apenas os quatro Ps, sugere a inclusão
de dois outros Ps, de significativa relevância no marketing global: A política e a
Opinião Pública.

3.2.1 PRODUTO

O Produto tem como definição segundo Kotler (2003), algo que pode ser
oferecido ao mercado para satisfazer uma necessidade ou um desejo.
Referente aos serviços, Las Casas (2007), afirma que constituem em uma
transação realizada por uma empresa ou por um indivíduo, cujo objetivo não está
associado à transferência de um bem. Para Kotler (1998), serviço é considerado
qualquer ato ou desempenho que uma parte possa oferecer a outra e que seja
essencialmente intangível e não resulte na propriedade de nada. Sua produção pode ou
não estar vinculada a um produto físico. Corroborando, Jardim (2005), assegura que “os
serviços têm o que se chama de Dominância do Intangível. Daí não possuírem
propriedades físicas e não poderem ser examinados nem avaliados pelos clientes antes
da compra. Uma forma bem sucedida de serviço deve possuir uma percepção de
imagem com qualidade e confiança, a qual será construída com o tempo, visto que os
consumidores não possuem conhecimento de como será o serviço, as empresas devem
demonstrar o máximo de eficiência.
Kotler e Armstrong (2007), definem produto como algo que pode ser oferecido a
um mercado para apreciação, aquisição, uso ou consumo e que pode satisfazer um
desejo ou uma necessidade.
Kotler (2009), afirma que a base de qualquer negócio é o produto ou a oferta. A
empresa tem por objetivo fabricar um produto ou fazer uma oferta diferente e melhor,
de maneira que o mercado-alvo o favoreça e até pague um preço superior. Ainda para o
autor, são variáveis específicas de marketing para o P de produto: variedade de
produtos, qualidade, design, características, nome de marca, embalagem, tamanhos,
serviços, garantias e devoluções.
Uma das dificuldades segundo Kotler (2009), para os profissionais de marketing
de produto é a formação de uma diferenciação de produto relevante e distintiva num
mercado com um crescente e amplo número de marcas disponíveis no mercado. Para o
autor, a diferenciação pode se basear em aspectos físicos (por ex., características,
desempenho, adaptação, durabilidade, confiabilidade, design, estilo, embalagem);
disponibilidade (por ex., entrega instalação, treinamento, consultoria, manutenção,
reparo); preço (por ex., muito alto, alto, médio, baixo, muito baixo); e, imagem (por ex.,
símbolos, atmosfera, evento, mídia).

3.2.2 PROMOÇÃO

Kotler e Armstrong (2007), conceitua a promoção como sendo a quantia em


dinheiro que se cobra por um produto ou serviço, é a soma de todos os valores que os
consumidores trocam pelos benefícios de obter ou utilizar um produto ou serviço.
Também para Kotler e Keller (2006). Las Casas (2006), afirma que a concorrência é,
sem dúvidas, uma das grandes influenciadoras da determinação do preço. Porém, o
autor indica os fornecedores e até mesmo os consumidores como variáveis importantes
a serem analisadas para desenvolver as estratégias de preços das empresas.
A Promoção para Muller (2008), consiste em colocar o produto em evidência.
No caso do Personal Trainer, o produto e própria pessoa e seu serviço.
Para Kotler (2009), o quarto P abrange todas as ferramentas de comunicação que
veiculam determinada mensagem para o público-alvo. Constituem cinco categorias as
ferramentas específicas à Promoção: publicidade, promoção de vendas, relações
públicas, força de vendas e marketing direto.

3.2.3 PRAÇA

A Praça tem como localização onde ocorre a distribuição do produto, que e a


leva do produto final ao consumidor (PITTS e STOTLAR, 2002). Como ponto de
distribuição pode-se citar academias, clínicas personalizadas, ginásios de esportes,
piscinas (PITTS e STOTLAR, 2002; MIHAI, 2013; FLEURY et al., 2014). A internet
também pode ser definida com um ponto/praça sendo usada para melhor atingir o
público alvo (FLEURY, 2014).
A Praça é o modo como seu produto ou serviço irá chegar até o seu cliente ou
vice e versa de acordo com Las Casas (2011): “O que caracteriza esse tipo de
distribuição é que os fornecedores devem estar presentes nos mercados que desejem
atuar”.
Kotler (2009) atribui à Praça as atividades específicas relacionadas às atividades
de canais, cobertura, sortimento, localização, estoque e transporte. Kotler afirma ainda
que a Praça inclui as decisões que a parte de vendas da empresa precisa assumir para
tornar seus bens disponíveis para o mercado-alvo.
De acordo com Kotler e Armstrong (2007), canal de marketing (ou canal de
distribuição) é o “conjunto de organizações interdependentes que ajudam a tornar um
produto ou serviço disponível para o consumo ou uso por um consumidor final ou
usuário organizacional”.
3.2.4 PREÇO

Ao se referir ao preço, prefere a utilização do termo “investimento”, pois passa a


ideia de algo que proporcionará retorno. No caso do Personal Trainer, retorno
intangível em saúde, estética e qualidade de vida (DOMINGUES FILHO, 2006).
Kotler (2009, p. 132), afirma que “o preço difere dos outros três elementos de
marketing porque produz receita, enquanto os outros elementos geram custos”. O
mesmo autor ainda relaciona os benefícios e flexibilidade do preço no composto de
marketing, uma vez que esse elemento pode ser modificado rapidamente. Em
consequência disto, as empresas trabalham arduamente para elevar seus preços ao
máximo que a diferenciação permitir. Ainda segundo o autor, engloba ao preço os
seguintes elementos específicos: preço de lista, descontos, concessões, prazo de
pagamento, condições de financiamento.
As relações públicas são outros componentes que fazem parte da comunicação,
os quais envolvem segundo de acordo com Kotler e Armstrong (2007), o
desenvolvimento de boas relações com os diversos públicos da empresa pela obtenção
de publicidade favorável, construção de uma boa imagem corporativa e administração
de boatos, historias ou eventos desfavoráveis. A força de vendas representa mais uma
opção de promoção. Venda pessoal é a “apresentação pessoal feita pela força de vendas
da empresa com o propósito de efetuar e de desenvolver relacionamentos com o
cliente”. Para os mesmos autores, a força de vendas representa a ferramenta mais eficaz
em certos estágios do processo de compra, pois elas envolvem interações pessoais de
modo que cada indivíduo possa observar as necessidades do outro e possam resolvê-las
imediatamente (KOTLER e ARMSTRONG, 2007).
Ainda Kotler e Armstrong (2007), explicam que é preciso estabelecer o preço
entre dois extremos, além de considerar fatores externos e internos – incluindo sua
estratégia e mix de marketing gerais, a natureza do mercado, da demanda, e as
estratégias e preços dos concorrentes -, são eles: o teto para o preço, que são as
percepções que o consumidor tem do valor do produto; e, o piso para o preço,
estabelecidos pelos custos do produto.
3.3 MARKETING PESSOAL DO PERSONAL TRAINER

Segundo Muller (2008), além do conhecimento técnico relevante no que diz


respeito a avaliação e prescrição de exercícios, planejamento de sessões, periodização
do treinamento, orientação e acompanhamento personalizados que a função exige, o
Personal Trainer deve ter ciência da importância da estratégia de divulgação de seus
conhecimentos, o potencial de suas habilidades e que tipo de público ele tem
competência para atender. Esse mesmo autor define o marketing pessoal como tipo de
marketing voltado para pessoa, afim de que sua imagem seja consolidada e se torne
patrimônio.
Segundo Brooks (2007), a capacidade de atrair novos clientes é tão importante
quanto manter os antigos, porque as duas situações refletem quão bem o Personal
Trainer tem divulgado a si próprio e se os seus negócios estão progredindo ou
estagnaram.
O próprio Personal Trainer, na maioria dos casos, é o empresário ou o
empreendedor individual e o empregado ou o prestador de serviço, ao mesmo tempo.
Por isso, segundo o ACSM (2010, p. 425), “... o Personal Trainer deve ter habilidades
comerciais para vender, divulgar o serviço a possíveis clientes, estabelecer o preço das
sessões e manter padrões profissionais que protejam a reputação do negócio...”.
O Brasil está em primeiro no ranking em número de usuário de academias nos
países da América Latina, e é o quarto no mundo. Como publicado na revista
internacional IHRSA (2015), tínhamos 08 milhões de indivíduos matriculados em
academias.
Apesar disto, no Brasil, a realidade é que 08 milhões e menor que 5% da
população total brasileira praticando um programa de exercícios, sendo que menos de
4% estão matriculadas em academias (IHRSA, 2015). O Brasil ultrapassou a marca de
208 milhões de habitantes (IBGE, 2018), com isso mais de 200 milhões de pessoas
ainda precisam do trabalho oferecido pelo Personal Trainer.
Apesar do Brasil estar em crise, a tendência é que as pessoas busquem
informação para manterem-se saudáveis. Por isso, aliado ao marketing: “A indústria do
treinamento personalizado está fadada a um enorme crescimento” (ACSM, 2010).
O marketing de conteúdo é o uso de conteúdo em volume e qualidade suficientes
para permitir que o consumidor encontre, goste e se relacione com uma marca, empresa
ou produto. Portanto, marketing de conteúdo é uma das ferramentas online disponíveis
para utilização em sua estratégia de marketing (TORRES 2009).
Ou seja, o objetivo dessa estratégia de marketing é gerar conteúdo útil, relevante
e genuíno para o consumidor, sem ter como intenção promover algum produto ou fazer
propaganda. É basicamente gerar valor, sem pedir nada em troca (RENNER, 2017).
Varias estratégias de marketing são prescritas pela bibliografia com vistas ao
êxito nesta fabricação de clientes para a empresa Personal Trainer, como estabelecer
parcerias ou consultores como: médicos, fisioterapeutas, nutricionistas, massagistas,
academias, quiropratas, spas (RODRIGUES, CONTURSI, 1998; BROOKS, 2004),
mandar mensagens de felicitação em datas especiais para os clientes (RODRIGUES,
CONTURSI, 1998), fazer propaganda em todos os meios de comunicação, criar seu
próprio slogan e o seu cartão de visitas, entre outras.
Sites promocionais, malas diretas, cartazes, folders, slogans, propagandas em
vias publicas, em rádios e televisão, matérias em jornais e revistas de tiragem diversas,
constituem-se em instrumentos de marketing indicados pela bibliografia para promoção
do Personal Trainer (DOMINGUES FILHO, 2006)

3.4 GESTÃO

Segundo Azevedo, Barros e Sauiden (2004), a gestão para ser profissional, deve
ser transparente, passa a ter visão de rentabilidade e lucro e ocorre uma constante busca
por parcerias com outras empresas, ficando sob constante fiscalização e a única forma
de permanência no mercado competitivo e a apresentação de resultados positivos ao
longo dos anos.
No âmbito de qualquer negócio esportivo, esse profissional será o gestor, ou um
dos gestores do empreendimento e, na visão empresarial, o objetivo do gestor é a
direção da empresa a que se pertence, sendo também credor do trabalho e, de modo
específico, tem como interesse os lucros econômicos e simbólicos para a sua
organização (AZEVEDO, 1999).
A gestão esportiva, de acordo com Zouian e Pimenta (2003), é um
conglomerado de diversas áreas do esporte dentre elas os equipamentos, as instalações
esportivas, os investimentos no setor de fitness e esportes profissionais e escolares. Para
Mullin (2004), a gestão tem o intuito de promover as atividades, produtos e serviços
esportivos, focando nas funções de planejamento, organização, direção e controle.
Segundo Maximiano (2004), existem quatro tipos de processos decisórios ou
funções na gestão: planejamento, organização, direção e controle.
Maximiano (2011), relata que o planejamento é a ferramenta para administrar as
relações com o futuro. A organização é a ferramenta de distribuir recursos de maneira a
facilitar a realização dos objetivos esperados. O processo de organizar incide em colocar
em ordem os recursos, como também, em dividir um conjunto de recursos em partes
coordenadas. O mesmo autor cita ainda que. o processo de controle procura assegurar a
realização de objetivos”, além disso, é indispensável saber a identificação da
necessidade de modificar tais objetivos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do que foi abordado, podemos considerar que para ter sucesso na
carreira de Personal Trainer, além de ser um ótimo profissional, deve-se sempre estar
se aperfeiçoando, trazendo para si e seus alunos novos conhecimentos, dando também
importância em executar com perfeição sua estratégia de marketing pessoal.
Atualmente, em meio a um alto índice de competitividade, somente trabalhar a
qualidade do serviço já não é mais o foco diferencial que atrai os clientes, o Personal
Trainer necessita reinventar valores, produzindo ações que venham valorizar a sua
imagem e a valorizar seus clientes. Nesse sentido, atuar nessa área significa demonstrar
o compromisso que temos com a sociedade e ainda se apresentar competitivo no
mercado. Nesse foco as ações de marketing são desenvolvidas com o intuito de reter,
fidelizar e conquistar clientes.
Os clientes estão cada vez mais exigentes, procuram conhecer bem o serviço
antes de começar com o Personal Trainer, buscam o máximo de informações, as
condições de negociação do Personal e de seus concorrentes para optar pela melhor
proposta, aquela que apresente melhor custo benefício. As ofertas são cada vez mais
variadas e atraentes, por isso, os clientes estão cada vez mais inconstantes e infieis.
Assim, o público alvo de seu trabalho terá conhecimento do profissional que é,
agregando visibilidade de suas competências, pois o mercado atual está bastante
dinâmico e competitivo e somente os melhores se destacarão.
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