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Faculdade de Direito

Ética I
CHRISTIAN ANDERSEN DE ANDRADE
Noturno
3 JUN 22
PRIMEIRA ATIVIDADE AVALIATIVA
Texto: A definição de Ética
A ética “é daquelas coisas que todo mundo sabe o que são, mas que não são fáceis de
explicar, quando alguém pergunta” (autor desconhecido). Seja em uma pesquisa rápida na internet
ou em referências ao termo no dia-a-dia, como sugere a frase acima, o conceito de ética se mostra
bastante confuso, principalmente quando o que se deseja é saber a diferenciação entre ética e
moral. Segundo o Dicionário Aurélio Buarque de Holanda, Ética é o estudo dos juízos de
apreciação que se referem à conduta humana susceptível de qualificação do ponto de vista do bem
e do mal, seja relativamente à determinada sociedade, seja de modo absoluto. Mesmo a definição
precisa encontrada no dicionário, não será suficiente para compreendermos o conceito de ética à
luz do modelo aristotélico. A definição de ética, dentro do modelo aristotélico, pressupõe uma
distinção racional, lógica, dividindo-se em duas: ética nominal e ética real. A definição nominal
corresponde ao primeiro acesso, ocorre mediante o sentido etimológico da palavra. E a definição
real é aquela que se dá, na lógica aristotélica por gênero próximo e diferença específica.
Quanto à sua definição nominal, ou seja, etimológica, ética é uma palavra de origem
grega, com duas acepções possíveis. A primeira tem origem na palavra grega éthos, com “e”
breve, ou seja, iniciando com a letra grega épsilon (ε), que pode ser traduzida por costume. A
segunda tem origem também na palavra éthos, mas com “e” longo, ou seja, iniciando com a letra
grega eta (η), que pode ser traduzida por caráter. Éthos, significando costume, é objeto das
ciências sociais, o qual é estudado, observado, analisado, à partir de uma perspectiva neutra, sem
juízos de valor. Para o éthos significando caráter, ao contrário, qualquer perspectiva adotada
pressupõe um valor e também a noção de dever. Esta última é a que orienta a utilização da palavra
ética numa perspectiva filosófica, à partir da reflexão sobre o pensamento racional e o agir
humano, que repetindo-se, transforma-se em hábitos.
Esclarecido o sentido etimológico da palavra ética, partimos agora para o entendimento
da sua definição real. No entanto, já de pronto, nos deparamos com um problema concreto, a
saber: não se usa o termo ética sempre da mesma forma, ou seja, a ética não possui um conceito
unívoco. A ética, em sua definição real, apresenta três registros diferentes para seu emprego,
caracterizando-se por serem conceitos análogos. Dessa forma, ainda que sejam conceitos
diferentes, apresentam um denominador comum. O primeiro registro é o emprego da palavra ética
com sinônimo de moral. Neste caso, a ética possui o mesmo tamanho da moral. O segundo registro
emprega a ética como a ciência que estuda a moral, aqui a ética se apresenta maior do que a moral.
No terceiro registro temos a ética também como ciência que estuda moral, porém de forma
qualificada ou restritiva, como por exemplo “A ética aristotélica”, “A ética do dia-a-dia”, “A ética
marxista”, etc.
Da leitura dos registros acima, observa-se três empregos diferentes da ética com seu
denominador comum, que é a moral. Desse analogado, os três registros tratam da definição real da
ética, porque os elementos que fazem com que a ética seja uma teoria sobre a práxis moral, estão
presentes em todos eles.
Do exposto sobre a definição de ética, levando-se em conta o modelo filosófico
aristotélico, podemos, de maneira sintética e assertiva, nos valer das palavras do sacerdote jesuíta
Joseph De Finance, para o qual a Ética é “uma ciência categoricamente normativa dos atos
humanos, segundo a luz natural da razão.
Ευχαριστώ κύριε!

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