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Agência Europeia de Defesa

Origem

A Agência Europeia de Defesa (EDA) criada no âmbito de uma Ação Comum do Conselho de
Ministros da União Europeia de 12 de julho de 2004, "para apoiar os Estados-Membros e o
Conselho nos seus esforços para melhorar as capacidades de defesa europeias no domínio da
gestão de crises e para sustentar a Segurança Europeia e Política de Defesa como está agora e
se desenvolve no futuro”.

Em conformidade com o disposto no Tratado de Lisboa (artigo 42º TUE), a referida Ação
Comum foi primeiramente substituída por uma Decisão do Conselho de 12 de julho de 2011 e
mais tarde revista pela Decisão do Conselho (PESC) 2015/1835, de 12 de outubro de 2015,
relativa ao estatuto, sede e regras operacionais da Agência.

Há mais de 15 anos que a Agência Europeia de Defesa está na vanguarda dos esforços para
aumentar a cooperação europeia no domínio da defesa.

A ideia de Defesa Europeia coletiva remonta à própria história da integração Europeia após a
2ª Guerra Mundial até aos dias de hoje

Fundamento (Como surgiu/ o que faz/ onde intervém/ Princípios que orientam a sua ação)

Nascida de uma Ação Comum dos Ministros e na sequência do Tratado de Lisboa, a agência foi
criada sob os auspícios do Conselho Europeu.

Agência Europeia de Defesa, no âmbito da missão global definida na decisão do Conselho


acima referida, possui três missões principais:

1. Apoiar o desenvolvimento de capacidades de defesa e cooperação militar entre os


Estados-Membros da União Europeia;
2. Estimular a investigação e tecnologia no domínio da defesa (I&T) e reforçar a indústria
europeia de defesa;
3. Atuar como uma interface militar para as políticas da UE.

A EDA, é o único fórum de Defesa da União Europeia e atua como um catalisador, promove
colaborações, lança novas iniciativas e apresenta soluções para melhorar as capacidades de
defesa. É o local onde os Estados-Membros dispostos a desenvolver capacidades em
cooperação o fazem. É também um facilitador fundamental no desenvolvimento das
capacidades necessárias para sustentar a Política Comum de Segurança e Defesa da União e
atua em complementaridade com a NATO.

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Em 2017, viu a sua missão reforçada, nomeadamente:

- A EDA passou adicionalmente a ser reconhecida como principal instrumento


intergovernamental de priorização a nível da UE para apoiar o desenvolvimento de
capacidades, em coordenação com o Serviço Europeu de Ação Externa (SEAE), incluindo o
Estado-Maior da União Europeia (EUMS) e o Comité Militar da União Europeia (EUMC) nas
respetivas áreas de responsabilidade.

- Passou a ser reconhecida como o fórum de cooperação e estrutura de apoio à gestão


preferencial a nível da União Europeia para os Estados-Membros participantes no que respeita
às atividades de desenvolvimento tecnológico e de desenvolvimento de capacidades militares.

- Solidificou o papel de intermediária dos Estados-Membros para com a Comissão Europeia e


demais agências da UE, explorando políticas mais amplas da UE em benefício da defesa e
atuando como operadora central no que diz respeito às atividades relacionadas com a defesa
financiadas pela EU (Fundos Europeus para a Defesa – EDIDP/EDF).

Dependência e articulação de ação:

Quais os órgãos que a compõem e como funcionam

A agência não decide. Quem decide são os Estados-Membros que a compõem (26 Estados dos
28 que compõem a União Europeia, excluindo o Reino Unido e a Dinamarca).

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Os Estados-Membros:

• São os detentores das capacidades e dos produtos desenvolvidos pela Agência.

• Asseguram a disponibilidade de técnicos e especialistas nos diferentes fora mantidos


pela Agência (4000 peritos envolvidos em projetos colaborativos).

Os órgãos que a compõem são os seguintes:

No entanto, é nos Estados-Membros que a compõem que recai o poder de decisão e estes
reúnem-se sob 4 diferentes composições consoante as áreas e as matérias a abordar,
nomeadamente sob a forma de Comité Diretor (Steering Board - SB) da EDA, o qual é o seu
principal órgão de decisão. Este reúne-se 1x ano (em regra) na composição ministerial e
noutras três composições a nível sub-ministerial:

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*EMs – Estados-Membros
*I&D – Investigação e Desenvolvimento

O SB MoD, ou o Comité Diretor no formato de Ministros de Defesa, ocorre habitualmente


back-to-back com o Conselho dos Negócios Estrangeiros (reunido em formato de Ministros de
Defesa).

Áreas de Atuação

Na seguinte imagem encontram-se as respetivas áreas, em termos gerais, de atuação da


Agência:

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O Capability Development Plan (CDP) ou Plano de Desenvolvimento de Capacidades encontra-
se na base do seu trabalho e é acordado tendo em conta os requisitos da NATO e as lacunas de
capacidades de Defesa dos seus Estados-Membros e divide-se em quatro áreas, a saber:

Após analisados as quatro vertentes acima identificadas, foram encontradas as prioridades da


Defesa, anteriormente mencionadas, que de momento se encontram em vigor e sob as quais
recai todo o trabalho desenvolvido pela Agência:

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O Coordinated Annual Review of Defence ou Análise Coordenada Annual para a Defesa tem
como objetivo de fornecer aos Estados-Membros e à UE uma imagem do panorama da
capacidade de defesa existente na Europa e identificar potenciais áreas de cooperação. A ideia
é que, com o tempo, isso leve a uma sincronização gradual e adaptação mútua dos ciclos de
planeamento de defesa nacional e boas práticas no âmbito do desenvolvimento coerente e
harmonizado de capacidades. O que, por sua vez, garantirá uma melhor utilização e coerência
dos planos nacionais de investimento da Defesa. Para além disso permite a identificação de
novas oportunidades para projetos cooperativos, evitando, a duplicação com a NATO e
reforçando a complementaridade de ação da Agência.

Relativamente à Permanent Structure Cooperation (PESCO) ou Cooperação Estruturada


Permanente, estabelecida após uma Decisão do Conselho, esta oferece um quadro legal para
que os Estados-Membros planeiem de forma conjunta, desenvolvam e invistam em projectos
colaborativos que partilham entre sim aumentando a rapidez e a prontidão militares
contribuindo para fortalecer as forças armadas dos Estados-Membros participantes.

Por conseguinte, EDA faz parte do secretariado da PESCO (juntamente com o Serviço Europeu
de Ação Externa, incluindo o Estado Maior da União Europeia) que serve como uma
plataforma onde os Estados-Membros participantes da PESCO podem identificar, avaliar e
consolidar possíveis projetos para garantir que respondem às lacunas de capacidades e
prioridades identificadas no CDP.

A EDA facilita assim e apoia a implementação da PESCO, a pedido dos Estados Membros, e
garante que não haja duplicação de esforços no geral, inclusive com a NATO.

Além disso, desempenha um papel de liderança na avaliação anual das contribuições dos
Estados-Membros participantes da PESCO no que respeita aos compromissos políticos
vinculativos assumidos por unanimidade.

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Os projetos PESCO são elegíveis para cofinanciamento do orçamento da UE – através do Fundo
Europeu de Defesa (FED), que serve de incentivo à cooperação. Esse fundo divide-se em duas
janelas, a da investigação e desenvolvimento (Preparatory Action on Defence Research - PADR)
e a janela de Capacidades (European Defence Industrial Development Programme - EDIDP)
ambas com valores dedicados a garantir o desenvolvimento de projetos de ambas as áreas.

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