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Arnaldo Walter
DE/FEM
awalter@fem.unicamp.br
EM 360
Financiamento (convencional) e
Alavancagem de Empreendimentos
Bibliografia
• Woodruff, EA, Turner, WC. 1998. Financial Arrangements
for Energy Management Projects. Energy Engineering, 95(3):
23-71).
• Carey, OL, Essayyad, MMH. 1996. The Essentials of
Financial Management. Piscataway: Research & Education
Association.
• Thumann, A, Woodroof, E. 2005. Handbook of Financing
Energy Projects. The Fairmont Press & CRC.
• Brasil, HG. 2004. Avaliação Moderna de Investimentos.
Qualitymark Editora Ltda.: Rio de Janeiro.
• Instituto de Estudos Financeiros. Finanças Corporativas.
Disponível em (http://www.ief.com.br/index.htm)
Objetivos
4
Financiamento (alavancagem) – 1
• Alavancagem é o termo empregado para o procedimento de financiamento
dos custos fixos visando a melhor remuneração do capital próprio (Carey e
Essayyad, 1996).
• Empreendimentos energéticos, mesmo que economicamente viáveis (“cost
effective”), muitas vezes não são viabilizados por falta de capacidade de
investimento com capital próprio. Alternativas de financiamento podem
não apenas viabilizar o empreendimento, mas também torná-lo mais
atrativo do ponto de vista financeiro (i.e., melhorar a viabilidade).
• Para as instituições financeiras, empreendimentos em energia têm
particularidades que muitas vezes impedem a viabilização do
financiamento, por dificuldades de entendimento da natureza do
empreendimento e dos riscos envolvidos.
• Por outro lado, para o investidor muitas vezes a terminologia financeira, os
detalhes contratuais, a burocracia e as garantias exigidas, são assustadoras.
Financiamento – 2
• As opções clássicas de financiamento são:
• 1) a compra com recursos próprios, ou o auto-financiamento.
• 2) a obtenção de um empréstimo para viabilizar o investimento;
• 3) a obtenção de recursos para viabilizar o investimento via emissão
de títulos;
• 4) a venda de ações para a capitalização da empresa empreendedora;
• 5) o aluguel dos equipamentos necessários;
• 6) o “leasing” dos equipamentos necessários;
• 7) a terceirização (i.e., sub contratação) do serviço;
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1. Custo
• Cada novo financiamento afeta o custo médio ponderado de capital da
empresa. Este parâmetro deve ser menor do que o retorno obtido pela
empresa em suas atividades para que o financiamento proporcione
alavancagem financeira e, assim, seja compensador.
• O conceito de custo médio ponderado de capital permite que alguns
financiamentos sejam contratados por uma taxa de juros mais alta do que o
retorno da empresa, desde que esse excesso de custo seja compensado por
custos mais reduzidos em outras fontes de financiamento, inclusive o
capital próprio.
Comentários Adicionais sobre
Financiamento Empresarial – IEF – 2
• É possível, por exemplo, que uma empresa com uma
rentabilidade de 15% ao ano contrate um financiamento a uma
taxa real de juros de 18% ao ano e, ainda assim, consiga
alavancagem financeira. Nesse caso, é preciso que o custo
médio de capital dessa empresa – que, inclui, entre outros, o
novo financiamento com o custo de 18% ao ano e o custo do
capital próprio – fique abaixo de 15% ao ano.
• Na apuração do custo de financiamento não deve ser
considerada apenas a taxa cobrada pela instituição financeira.
Caso a empresa seja tributada pelo lucro real, o custo final do
financiamento será menor do que a taxa de juros cobrada pela
instituição financeira porque os juros do financiamento são
dedutíveis para fins de cálculo do lucro tributável.
Comentários Adicionais sobre
Financiamento Empresarial – IEF – 3
2. Risco de taxas de juros
• Os financiamentos podem ser contratados a taxas de juros prefixadas ou
pós-fixadas. As taxas prefixadas permanecem inalteradas ao longo de todo
o prazo de financiamento. Esta característica sugere que as taxas prefixadas
não têm risco. Entretanto, se um financiamento for contratado a uma taxa
prefixada num momento em que as taxas de juros estiverem elevadas,
reduções posteriores nessa taxa de juros não beneficiarão o tomador. As
taxas de juros pós-fixadas são do tipo flutuante e, assim, possuem um maior
potencial de risco.
• A proteção contra o risco de taxas de juros pode ser realizada diretamente
nos mercados futuros ou através de uma instituição financeira. Quando a
volatilidade das taxas de juros é elevada, a eficácia das operações de
proteção (“hedge”) fica bastante comprometida. Seus custos se elevam e o
potencial de cobertura de risco se reduz.
Comentários Adicionais sobre
Financiamento Empresarial – IEF – 4
3. Risco da taxa cambial
• Quando a dívida é contratada em moeda estrangeira, o
tomador precisa assumir risco cambial. O risco cambial
associado a um financiamento pode ser administrado através
de operações de hedge nos mercados futuros ou junto a uma
instituição financeira. O custo do hedge pode se tornar muito
alto e ineficaz caso haja excessiva flutuação da taxa de
câmbio.
• Existe um outro risco relacionado com a taxa cambial. Ele
decorre da flutuação, em relação ao dólar norte-americano, da
moeda em que o financiamento foi contratado. Por exemplo,
um financiamento contratado em Euros, pode se tornar caro
ainda que a taxa cambial R$/U$ permaneça estável.
Comentários Adicionais sobre
Financiamento Empresarial – IEF – 5
4. Cronograma de pagamento
• O cronograma de pagamento de um financiamento,
principalmente quando este é de longo prazo, deve estar
atrelado ao fluxo de caixa do projeto suportado por esse
financiamento. Quando isto acontece, dizemos que o
financiamento observa o conceito de “project finance”.
• Nos mercados de capitais dos países desenvolvidos, devido à
abundante oferta de crédito, é bem mais fácil contratar
financiamentos dentro da filosofia de “project finance”.
Comentários Adicionais sobre
Financiamento Empresarial – IEF – 6
5. Efeito sobre os índices de endividamento
• A contratação de um financiamento aumenta o grau de
endividamento da empresa e este fato pode afetar
negativamente a avaliação desta. Desse modo, índices
elevados de endividamento podem dificultar a obtenção de
crédito comercial (financiamento concedido pelos
fornecedores) e restringir a obtenção de novos financiamentos
de curto e de longo prazo.
• Uma alternativa para evitar o aumento do grau de
endividamento é a utilização do “leasing” em substituição aos
financiamentos tradicionais. Esta solução é naturalmente
limitada porque só atende a parte das necessidades de
financiamento.
Comentários Adicionais sobre
Financiamento Empresarial – IEF – 7
6. Efeito sobre os índices de liquidez
• A contratação de financiamentos afeta os índices de liquidez
da empresa. Esses parâmetros indicam a capacidade da
empresa para honrar seus compromissos financeiros no curto
prazo. Os índices de liquidez não são afetados quando o
financiamento é contratado para substituir outro existente.
Práticas Financeiras Consagradas – IEF – 1
• Algumas práticas financeiras têm aceitação universal pelas empresas
de diversos portes e com atuação em diferentes setores. Algumas
dessas práticas são apresentadas a seguir:
1) Manter os custos fixos reduzidos de modo a reduzir o risco
econômico
• Considerando que os preços de venda dos produtos e os custos
variáveis de uma empresa como dados, quanto menor for o seu custo
fixo, mas baixo será o ponto de equilíbrio (“break-even”) – que
representa o volume de vendas necessário para igualar a receita ao
custo total da empresa – e menor será o volume de vendas exigido
para obtenção de lucro.
• Na empresa “ideal” só haveria custos variáveis, e o seu pior
resultado seria “lucro zero”, o que aconteceria quando ela nada
vendesse.
Práticas Financeiras Consagradas – IEF – 2
2) Manter um apropriado grau de endividamento de modo a limitar
o risco financeiro
• Quando a empresa usa recursos financeiros de terceiros, presume-se que
paga por eles uma taxa de juros menor do que sua taxa de retorno
empresarial. Desse modo, quando seu lucro operacional (resultado antes do
pagamento dos juros - ~ Ebitda é a sigla em inglês para Earnings before
interest, taxes, depreciation and amortization) for normal, a empresa estará
fazendo alavancagem financeira e, assim, obterá sobre o capital próprio
uma taxa de retorno maior do que aquela obtida pelo capital total.
• Entretanto, quando o lucro operacional for reduzido, a alavancagem
financeira funcionará em sentido contrário, fazendo com que a
rentabilidade do capital próprio seja menor do que a rentabilidade do
capital total. Portanto, como o lucro operacional está sujeito a oscilações, o
endividamento precisa ser controlado para limitar o risco financeiro da
empresa.
Práticas Financeiras Consagradas – IEF – 3
3) Minimizar os estoques para reduzir os custos financeiros
• Estoques reduzidos provocam menor necessidade de financiamento e,
consequentemente, menores despesas com juros. Se os estoques estiverem
sendo financiados com capital próprio, sua redução significa liberação de
recursos financeiros para outras finalidades.