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Capítulo 5 - Custo de Capital

Finanças Empresariais I

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Objectivos da aula

 Compreender os fundamentais subjacentes ao custo de


capital, seu conceito básico e as fontes específicas de
capital.

 Determinar o custo da dívida, custo das acções


preferenciais, custo das acções ordinárias e dos lucros
retidos.

 Calcular o custo médio ponderado de capital (CMPC ou


WACC).

 Descrever os procedimentos usados para determinar os


pontos de ruptura e o custo marginal ponderado de
capital (CMgPC ou WMCC).

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Estrutura da Apresentação

1. Introdução
2. Componentes e custo de capital:
2.1 Custo da dívida;

2.2 Custo das acções preferenciais;


2.3 Custo das acções ordinárias; e
2.4 Custo dos lucros retidos.
3. Custo Médio Ponderado de Capital (CMPC ou WACC).
4. Custo Marginal Ponderado de Capital (CMgPC ou WMCC).
5. Algumas Áreas Problemáticas no Custo de Capital.

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Introdução

 O custo de capital de uma empresa reflete, em essência, a


remuneração mínima exigida pelos proprietários de suas
fontes de recusrsos (credores e accionistas).

 É utilizado como taxa mínima de atratividade das decisões


de investimentos, indicando criação de riqueza
económica quando o retorno operacional auferido superar
a taxa requerida de retorno determinada pela alocação
de capital.

 Esse critério básico de aceitação de uma proposta de


investimento, o qual leva ao incrimento do valor de
mercado da empresa e, em consequência, da riqueza dos
accionistas.

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Conceito

O que deve-se entender por Custo de Capital?


 O preço pago pelos fundos contratados pela empresa.
 É a taxa de retorno que uma empresa precisa obter nos
projectos em que investe, para manter o valor de mercado
de sua acção.
 O retorno mínimo que a empresa deve obter nos seus
projectos de investimento, de formas a ganhar o suficiente
para pagar o retorno esperado pelos investidores;
 O custo de oportunidade pois se os investidores não
ganharem dentro das expectativas, podem colocar os seus
capitais em “outros investimentos”.

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Conceito

 O custo de capital é estimado em um momento


específico. Reflete o custo futuro médio esperado dos
fundos no longo prazo. Embora as empresas costumem
levantar dinheiro em lotes, o custo de capital deve refletir a
inter-relação das actividades de financiamento.
 Por exemplo, se uma empresa levantar fundos de terceiros
(empréstimos) agora, é provável que algum tipo de capital
próprio, como acções ordinárias, tenha que ser usado da
próxima vez que necessitar de recursos.
 A maioria das empresas procura manter um mix ideal de
capital de terceiros e capital próprio.

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Conceito

 Na prática, essa combinação costuma ser uma faixa,


digamos “entre 40% e 50% de capital de terceiros”, não um
ponto, como “55% de capital de terceiros”. A isso
chamamos estrutura de capital ideal.

 Para captar a ideia de inter-relação entre as fontes de


financiamento, supondo a existência de uma estrutura de
capital ideal, devemos considerar o custo de capital
global, não o custo da fonte específica usada para
financiar um determinado investimento.

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Algumas premissas fundamentais
 O custo de capital é um conceito dinâmico, afectado por
diversos factores económicos da empresa. Para identificar a
estrutura básica do custo de capital, existem algumas
premissas quanto ao risco e ao imposto de renda:
1. O risco económico é o risco de que a empresa seja incapaz
de fazer face aos custos operacionais.
 Essa premissa implica que a aceitação de um determinado projecto não afecta a capacidade da empresa
de arcar com o custo operacional.

2. O risco financeiro é o risco de que a empresa seja incapaz


de fazer face às obrigações financeiras.
 Essa premissa, implica que os projectos serão financiados de tal maneira que a capacidade da empresa de
honrar seus custos de financiamento seja constante.

3. Os custos relevantes são aqueles apurados após o imposto


de renda. Em outras palavras, o custo de capital é medido
depois do imposto de renda.
 Essa premissa condiz com o contexto pós-imposto de renda adoptado na tomada de decisões de orçamento
de capital.

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Componentes do custo de capital

 Este capítulo concentra-se na identificação dos custos


de fontes específicas de capital e sua combinação
para determinar o custo médio ponderado de capital.
 Nosso interesse limita-se às fontes de fundos de longo
prazo disponíveis para a empresa, porque são elas que
proporcionam o financiamento permanente. O
financiamento de longo prazo sustenta os investimentos
da empresa em activo imobilizado.
 As empresas contam com quatro fontes básicas de
fundos de longo prazo: dívida de longo prazo; accções
preferenciais; accções ordinárias; e lucros retidos.

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Componentes do custo de capital

 Componente de capital é cada um dos tipos de


capital empregados pelas empresas para
levantar dinheiro.
 Os componentes de capital são os seguintes:
 Custo da dívida ou capital alheio ou custo
do capital de terceiros de longo prazo
(dívida de longo prazo);
 Custo das acções preferenciais;
 Custo das acções ordinárias; e
 Custo dos lucros retidos.

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Componentes do custo de capital

Definições Básicas
𝒌𝒅 - taxa de juros sobre a nova dívida da empresa, igual ao custo da
dívida antes dos impostos do componente.
𝒌𝒅 (𝟏 − 𝑻) - custo da divida pós-imposto, em que 𝑻 é alíquota
marginal do imposto de renda da empresa.
𝒌𝒑 - custo das acções preferenciais.
𝒌𝒔 - custo dos lucros retidos (ou capital próprio interno), é idêntico ao
símbolo 𝒌𝒔 , desenvolvida no capítulo da avalição de títulos, aqui é
definido como sendo a taxa de retorno exigida sobre as acções
ordinárias, é bastante difícil estimar 𝒌𝒔 .
𝒌𝒆 - custo do capital obtido de fontes externas, como a emissão de
novas acções ordinárias.
𝑪𝑴𝑷𝑪 ou 𝑾𝑨𝑪𝑪 - Custo médio ponderado de capital.

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Custo da Dívida, 𝒌𝒅 (𝟏 − 𝑻)

 O custo da dívida pós-impostos é a taxa de juros sobre


divida 𝒌𝒅 , menos a economia fiscal resultante porque os
juros são dedutíveis. Isso é o mesmo que 𝒌𝒅 multiplicado
por (𝟏 − 𝑻), em que 𝑻 constitui a alíquota marginal do
imposto de renda da empresa.

 Componente pós-imposto do custo da dívida = Taxa de


juros – Economia fiscal

= 𝒌 𝒅 − 𝒌𝒅 𝑻
= 𝒌𝒅 (𝟏 − 𝑻)

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Custo da Dívida, 𝒌𝒅 (𝟏 − 𝑻)

 A razão para o uso do custo da dívida pós-


imposto é a seguinte: o valor das acções de uma
empresa, a qual queremos maximizar, depende
dos fluxos de caixa pós-imposto.
 Uma vez que os juros constituem uma despesa
dedutível, eles produzem ganhos fiscais que
reduzem o custo da dívida, tornando o custo da
dívida pós-imposto inferior ao custo antes de
imposto.

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Custo das Acções Preferenciais, 𝒌𝒑
 O custo das acções preferencias, 𝑘𝑝 , é a taxa de retorno que
os investidores exigem sobre a acção preferencial da
empresa.
 O custo das acções preferencias é representado pela
equação:
𝑫𝒑
𝒌𝒑 =
𝑷𝒏
Onde: 𝑫𝒑 - dividendo preferencial; 𝑷𝒏 - preço de emissão líquido; 𝑷𝒏 = 𝑷𝒑 − 𝒇; 𝑷𝒑 -
preço do mercado da acção preferencial e 𝒇 é o custo de emissão.

 Nenhum ajuste fiscal é feito no cálculo da 𝑘𝑝 já que os


dividendos preferenciais, ao contrário das despesas de juros
sobre a dívida, não são dedutíveis, e portanto não há
economia fiscal associada com o uso das acções
preferenciais.

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Custo dos Lucros Retidos, 𝒌𝒔
 O custo dos lucros retidos, 𝑘𝑠 , é a taxa de retorno exigida pelos
accionistas sobre as acções ordinárias de uma empresa.
 O motivo pelo qual devemos designar um custo de capital os lucros
retidos envolve o princípio de custo de oportunidade. Os lucros pós-
imposto da empresa literalmente pertencem a seus accionistas.
Taxa de retorno exigida = Taxa de retorno esperada

𝒌𝒔 = 𝒌𝒔𝑹 + 𝑷𝑹 = 𝑫𝟏 𝑷𝟎 + 𝒄
 Já que as duas devem ser iguais, podemos estimar 𝒌𝒔 , seja como
𝒌𝒔𝑹 + 𝑷𝑹 , seja como 𝑫𝟏 𝑷𝟎 + 𝒄 . Na verdade, três técnicas são
usadas para medir o custo dos lucros retidos: (1) abordagem CPAM;
(2) a abordagem do título mais o prémio de risco; e a (3)
abordagem do fluxo de caixa descontado (FCD ou DCF em inglês).

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Custo dos Lucros Retidos, 𝒌𝒔

(1) Abordagem CPAM


 Para usarmos o CPAM, procedemos da seginte forma:
 Etapa 1. Estimamos a taxa de retorno livre de risco, 𝑘𝑆𝑅 ,
geralmente obtida, seja da taxa do título de Tesouro, seja taxa
das letras de curto prazo.
 Etapa 2. Estimamos o coeficiente beta da acção, 𝑏𝑖 , e o
usamos como índice do risco da acção. O 𝑖 significa o 𝑖-ésimo
beta da 𝑖-ésima empresa.
 Etapa 3. Estimamos a taxa de retorno esperada no mercado
ou de uma acção “média”, 𝑘𝑀 .
 Etapa 4. Substituímos os valores precedentes na equação do
CAPM para estimar a taxa de retorno exigida sobre a acção
em questão:

𝒌𝒔 = 𝒌𝑺𝑹 + (𝒌𝑴 − 𝒌𝑺𝑹 )𝒃𝒊

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Custo dos Lucros Retidos, 𝒌𝒔

(2) Abordagem do rendimento de títulos mais prémio de


risco

 Embora seja um procedimento ad hoc e subjectivo,


os analistas frequentemente estimam o custo das
acções ordinárias de uma empresa acrescentado de
um prémio pelo risco de 3 a 5 pontos percentuais à
taxa de juros da própria dívida de longo prazo da
empresa.

𝒌𝒔 = rendimento do título + prémio pelo risco

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Custo dos Lucros Retidos, 𝒌𝒔

(3) Abordagem do retorno de dividendos mais a taxa de crescimento


ou abordagem do fluxo de caixa descontado (FCD) -1/4
 Vimos que o valor de uma acção é igual ao valor presente de
todos os seus dividendos futuros, que, em um modelo, presumia-se
crescer a uma taxa anual constante ao longo de um horizonte de
tempo infinito.
 Esse é o modelo de avaliação com crescimento constante,
também conhecido como modelo de Gordon.
 A principal expressão derivada desse modelo foi apresentada
como na equação a seguir:
𝑫𝟏
𝑷𝟎 =
𝒌𝒔 − 𝒄
Onde: 𝑷𝟎 - valor da acção ordinária; 𝑫𝟏 - dividendo por ação esperado ao final do
primeiro ano; 𝒌𝒔 - retorno requerido da acção ordinária; 𝒄 - taxa de crescimento
constante dos dividendos.

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Custo dos Lucros Retidos, 𝒌𝒔

Abordagem do retorno de dividendos mais a taxa de crescimento ou


abordagem do fluxo de caixa descontado (FCD) – 2/4
 Podemos resolver 𝒌𝒔 para obter a taxa de retorno exigida sobre a
acção ordinária, que para o investidor marginal, também é igual
à de retorno esperada (𝒌𝒔 ):
𝑫𝟏
𝒌 𝒔 = 𝒌𝒔 = + 𝒄 𝒆𝒔𝒑𝒆𝒓𝒂𝒅𝒂
𝑷𝟎
 Assim, os investidores esperam receber uma taxa de retorno de
dividendos, 𝑫𝟏 𝑷𝟎, mais um ganho de capital, 𝒄, para um retorno
esperado total de 𝒌𝒔 . E, em equilíbrio, esse retorno esperado
também é igual ao retorno exigido, 𝒌𝒔 .
 Esse método de estimar o custo de capital é chamada de
método do fluxo de caixa descontado (FCD).

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Custo dos Lucros Retidos, 𝒌𝒔

Abordagem do retorno de dividendos mais a taxa de crescimento ou


abordagem do fluxo de caixa descontado (FCD) – 3/4

 Os analistas de títulos fazem regularmente projecções de


crescimento de lucros e dividendos, procurando factores como
vendas projectadas, margens de lucros e factores competitivos.
 Uma estimativa de custo de capital pode obter várias
projeccções de analistas, chegar a média, emprega-lá como
substituta das expectativas de crescimento dos investidores em
geral e então, combinar 𝑐 com a taxa de retorno do dividendo
corrente para estimar 𝑘𝑠 como segue:
𝑫𝟏
𝒌𝒔 = + 𝑻𝒂𝒙𝒂 𝒅𝒆 𝒄𝒓𝒆𝒔𝒄𝒊𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 𝒅𝒂 𝒇𝒐𝒓𝒎𝒂 𝒑𝒓𝒐𝒋𝒆𝒄𝒕𝒂𝒅𝒂 𝒑𝒆𝒍𝒐𝒔 𝒂𝒏𝒂𝒍𝒊𝒔𝒕𝒂𝒔 𝒅𝒆 𝒕í𝒕𝒖𝒍𝒐𝒔.
𝑷𝟎

 Novamente, observe que essa estimativa de 𝑘𝑠 é baseada na


suposição de que 𝑐 deverá permanecer constante no futuro.

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Custo dos Lucros Retidos, 𝒌𝒔

Abordagem do retorno de dividendos mais a taxa de crescimento ou


abordagem do fluxo de caixa descontado (FCD) – 4/4

 Outro método para estimar 𝑐 envolve projectar inicialmente a


razão média de pagamento futuro do dividendo da empresa e
seu complemento, a taxa de retenção, e, então, multiplicar esta
última pela taxa media futura projectada de retorno sobre o
património (ROE) da empresa:

𝒄 = 𝑻𝒂𝒙𝒂 𝒅𝒆 𝑹𝒆𝒕𝒆𝒏ção 𝑹𝑶𝑬 = 𝟏, 𝟎 − 𝑻𝒂𝒙𝒂 𝒅𝒆 𝒑𝒂𝒈𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 𝑹𝑶𝑬

 Os analistas de títulos muitas vezes utilizam esse procedimento


quando estimam as taxas de crescimento.

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Custo das Acções Ordinárias Recém-emitidas
ou Capital Accionário Externo, 𝒌𝒆
 Custo das acções ordinárias, 𝒌𝒆 , é o custo do capital
accionário externo, é baseado no custo dos lucros retidos,
mas aumentado devido aos custo de lançamento de
mercado.
 Em geral o 𝒌𝒆 é encontrada aplicando-se a seguinte fórmula:
𝑫𝟏
𝒌𝒆 = + 𝒄; se 𝑷𝒏 = 𝑷𝟎 (𝟏 − 𝑭)
𝑷𝒏

 Aqui, F é o custo percentual do lançamento no mercado


interno na venda da emissão de novas acções, de forma que
𝑷𝟎 (𝟏 − 𝑭) é o preço líquido por acção recebido pela empresa.
Teremos:
𝑫𝟏
𝒌𝒆 = +𝒄
𝑷𝒏

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Custo das Acções Ordinárias Recém-
emitidas ou Capital Accionário Externo, 𝒌𝒆

 Os recebimentos líquidos provenientes da venda de novas


acções ordinárias, 𝑷𝒏 , serão menores do que o preço
corrente de mercado, 𝑷𝒐 .
 Portanto, o custo de novas emissões, 𝒌𝒆 , será sempre maior
do que o das acções existentes, que corresponde ao custo
dos lucros retidos, 𝒌𝒔 .
 O custo das acções ordinárias adicionais é, normalmente,
maior do que o de qualquer outro tipo de financiamento
de longo prazo.
 Como os dividendos das acções ordinárias são pagos com
fluxos de caixa depois do imposto de renda, não há
necessidade de ajuste ao imposto.

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Custo Médio Ponderado de Capital (CMPC)

 O custo médio ponderado de capital (CMPC, ou WACC do


inglês, weighted average cost of capital), reflete o custo futuro
médio esperado dos fundos no longo prazo.
 Esse custo é obtido por meio da ponderação do custo de cada
tipo específico de capital por sua participação na estrutura de
capital da empresa. Como equação, o CMPC, pode ser
especificado da seguinte maneira:

𝑪𝑴𝑷𝑪 = 𝒘𝒅 𝒌𝒅 𝟏 − 𝑻 + 𝒘𝒑 𝒌𝒑 + 𝒘𝒆 (𝒌𝒔 𝒐𝒖 𝒌𝒆 )
 Onde: 𝒘𝒅 - participação do capital de terceiros de longo prazo
na estrutura de capital; 𝒘𝒑 - participação das ações
preferenciais na estrutura de capital; 𝒘𝒔 - participação do
capital próprio na estrutura de capital.

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Custo Médio Ponderado de Capital (CMPC)

Observações

1. 𝒘𝒅 + 𝒘𝒑 + 𝒘𝒔 = 𝟏.

2. A ponderação do capital próprio da empresa, 𝒘𝒔 , é


multiplicada pelo custo dos lucros retidos, 𝒌𝒔 , ou pelo custo
das novas acções ordinárias, 𝒌𝒆 .

3. O custo usado depende do capital próprio da empresa,


pode ser com lucros retidos, 𝒌𝒔 , ou com novas acções
ordinárias, 𝒌𝒆 .

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Custo Médio Ponderado de Capital (CMPC)

 O custo de capital da empresa é tradicionalmente obtida


mediante o cálculo da média dos custos de captação,
ponderado pela participação de cada fonte de fundos na
estrutura de capital a longo prazo.
 Nessa determinação, os investidores de capital próprio
(accionista) devem exigir uma remuneração maior que os
credores (capital de terceiros), baseados em dois importantes
argumentos:
 O primeiro demostra que o retorno de capital do proprietário está
vinculado ao desempenho esperado da empresa, são os lucros que
efectivamente remuneram o investimento.
 O outros apecto é de natureza fiscal, envolvendo a dedutibilidade dos
encargos financeiros no cálculo da provisão para imposto de renda. Essa
vantagem não existe na distribuição dos lucros aos accionistas, os quais
são definidos após a respectiva provisão tributária.

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Custo Marginal Ponderado de Capital (CMgPC ou
WMCC)

 O Custo marginal ponderado de capital (CMgPC ou


WMCC na sigla em inglês) é definido como sendo o custo
do último $ ou MTn de capital novo que a empresa capta,
e o custo marginal eleva-se a medida que mais e mais
capital é capitado.
 É útil calcular o CMgPC, que constitui simplesmente o
CMPC da empresa associado ao seu próximo dólar de
novo financiamento total.
 Esse custo marginal é relevante para as decisões correntes.
O CMgPC, portanto, representa uma função crescente do
nível do novo financiamento total.

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Custo Marginal Ponderado de Capital (CMgPC ou
WMCC)

Determinação dos pontos de ruptura


 Para obter o CMgPC, devemos calcular os pontos de
ruptura, que refletem o nível do novo financiamento total no
qual aumenta o custo de um dos componentes do
financiamento.
 Para encontrar os pontos de ruptura, podemos usar a
equação genérica a seguir:
𝑽𝑭𝒋
𝑷𝑹𝒋 =
𝒘𝒋
Onde: 𝑷𝑹𝒋 - ponto de ruptura da fonte de financiamento 𝒋;
𝑽𝑭𝒋 - volume de fundos disponível a partir da fonte de
financiamento 𝒋 a um dado custo; 𝒘𝒋 - peso na estrutura de
capital (em formato decimal) da fonte de financiamento 𝒋.

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Custo Marginal Ponderado de Capital (CMgPC ou
WMCC)

Cálculo do CMgPC
 Uma vez determinados os pontos de ruptura, o passo seguinte é calcular o
CMgPC para cada faixa de novo financiamento total entre os pontos de
ruptura.
 Primeiro, encontramos o CMPC para um nível de novo financiamento total entre
zero e o primeiro ponto de ruptura.
 Em seguida, encontramos o CMPC para o nível de novo financiamento total
entre o primeiro e o segundo pontos de ruptura, e assim por diante.

 Por definição, para cada faixa de novo financiamento total entre dois
pontos de ruptura, os custos de determinados componentes do capital
(como capital próprio ou capital de terceiros) aumentarão. Isso fará com
que o CMgPC atinja um nível superior ao da faixa anterior.
 Juntos, esses dados podem ser usados para elaborar uma escala de
CMgPC. Esse gráfico relaciona o custo médio ponderado de capital da
empresa com o nível do novo financiamento total.

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Custo Marginal Ponderado de Capital (CMgPC ou
WMCC)

Escala de oportunidades de investimento (EOI)


 Escala de oportunidades de investimento (EOI) representa
um ordenamento das possibilidades de investimento,
desde as melhores (retornos mais altos) até as piores
(retornos mais baixos).
 De modo geral, o primeiro projecto seleccionado terá o
maior retorno, o seguinte apresentará o segundo maior
retorno, e assim por diante.

 O retorno sobre os investimentos diminuirá à medida que a


empresa aceite mais projectos.

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Custo marginal ponderado de capital (CMgPC ou
WMCC)

Uso do CMgPC e da EOI para tomada de decisões de financiamento/


investimento – 1/2
 Desde que a taxa interna de retorno de um projeto seja maior do que o
custo marginal ponderado do novo financiamento, a empresa deverá
aceitar o projeto.
 O retorno diminuirá com a aceitação de mais projetos, ao passo que o
custo marginal ponderado de capital aumentará, pois será necessário um
maior volume de financiamento.
 A regra de tomada de decisão seria, portanto: aceitar projetos até o
ponto em que o retorno marginal sobre um investimento seja igual ao
custo marginal ponderado de capital. Para além desse ponto, o retorno
do investimento será inferior ao custo de capital.

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Custo marginal ponderado de capital (CMgPC ou
WMCC)

Uso do CMgPC e da EOI para tomada de decisões de


financiamento/ investimento - 2/2
 Essa abordagem condiz com a maximização do valor presente
líquido (VPL) dos projetos convencionais, por dois motivos:
 (1) O VPL será positivo desde que a TIR supere o custo médio
ponderado de capital.
 (2) Quanto maior a diferença entre TIR e CMPC, maior o VPL
resultante. Portanto, a aceitação de projectos começando por
aqueles com maior diferença positiva entre TIR e CMPC e até o ponto
em que a TIR é igual ao CMPC deve resultar no VPL total máximo para
todos os projetos independentes aceitos. Esse resultado é totalmente
condizente com o objectivo da empresa de maximizar a riqueza dos
proprietários.

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Algumas Áreas Problemáticas no Custo de Capital (1/3)

 Uma série de questões difíceis relativas ao custo de capital não foi


mencionada ou coberta, esses tópicos são abrangidas nos cursos de
finanças avançadas, mas merecem alguma menção afim de alertá-lo
para os perigos em potencial.

 1. Recursos gerados pela depreciação – a maior fonte individual de capital


para muitas empresas é a depreciação, no entanto, não abordamos o custo a
partir dessa fonte. Em suma, os fluxos de caixa de depreciação podem ser
reinvistidos ou devolvidos aos investidores (accionistas e credores).

 2. Empresas de propriedade privada – nossa abordagem do custo de capital


próprio foi relativo às empresas de capital aberto, e nos concetramos na taxa
de retorno exigido pelos accionistas comuns. Entretanto, há uma séria questão
sobre como deveriamos medir o custo de capital próprio de uma empresa
cujas acções não são transacionadas. As questões fiscais tornam-se
especialmente importantes nesses casos.

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Algumas Áreas Problemáticas no Custo de Capital – (2/3)

 3. Pequenas empresas – As pequenas empresas são em


geral privadas de capital fechado, o que torna difícel
estimar seu custo de capital próprio, e algumas delas
também obtém dívida de fontes governamentais.

 4. Problemas de mensuração – não se pode subestimar as


dificuldades práticas encontradas quando tentamos
efetivamente estimar o custo de capital próprio.

 5. Custo de capital para projectos de risco diferentes – é


difícel atribuir taxas de desconto apropriadas e ajustadas
de risco a projectos de orcamento de capital de vários
graus de risco.

34
Algumas Áreas Problemáticas no Custo de Capital (3/3)

 6. Ponderações da estrutura de capital – simplismente


consideramos como dada a estrutura-alvo de capital e a
empregamos para obter ponderações usadas para calcular o
CPMC.

 7. Considerações dinâmicas – a elaboração do orçamento de


capital e o custo das estimativas de capital fazem parte do
processo de planemaneto, pois abordam os dados ex ante, ou
estimados, em vez de os dados ex post, ou históricos.

 Dessa forma, podemos estar errados a respeito da localização do EOI e do


CMPCg. Por exemplo, podemos subestimar o CMMPCg, e então aceitar
projectos que em bom retrospecto, deveríamos ter rejeitado. Em um
mundo dinâmico e em mutação, esse é um problema real.

35
Bibliografia

1. Assaf Neto, A. (2014). Finanças Corporativas e Valor (7 ed.).


Editora Atlas S.A.: São Paulo.
2. Brigham, E. F. G. e Weston, J. F. (2000). Fundamentos da
Administração Financeira (10 ed.). Editora MARKON Books: São
Paulo.
3. Gitman, L. J. (2010), Princípios de Administração Financeira (12
ed.). Pearson Prentice Hall: São Paulo.

36
Fim

Muito obrigado pela atenção


dispensada

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