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DIÁLOGO ABERTO
Porém, podemos sinalizar que as mudanças mais drásticas Ocorreram a partir da Revolução
Industrial do século XIX. Desde Esse momento até a atualidade, vimos que as mudanças no
mundo Do trabalho foram cada vez mais rápidas e radicais. A Psicologia, Como ciência e
profissão, e mais especificamente a psicologia Organizacional e do trabalho, tem evoluído em
consonância com Esse movimento, assumindo, de certa forma, as demandas que Emergem do
contexto.
A essência da palavra “trabalho”. Uma Versão bastante aceita para a etimologia (estudo da
origem e Evolução das palavras) é que a palavra “trabalho” tem origem no Latim, e teria vindo
do termo tripalium, que era um instrumento Utilizado na lavoura, que por sua vez originou o
termo tripaliare, Ou seja, trabalhar, que poderia ser entendido como estar sujeito Ao tripalium
ou como uma espécie de tortura. Essa referência foi Tomando novos significados ao longo da
história e, atualmente, Temos diferentes formas de pensar o trabalho.
Podemos entender que o trabalho pode ser Considerado como uma forma de aplicação de
energia, esforço, Que tem algum propósito, um objetivo, ou seja, o trabalho é uma Ação
humana que promove transformação.
O trabalho vem sendo objeto de estudo da psicologia há muito Tempo e pode ser tomado por
um ou mais dos aspectos envolvidos, De muitas formas e por diferentes abordagens.
Por outro lado, os termos “trabalho”, “ocupação” e “emprego” Muitas vezes são utilizados
como sinônimos na literatura, mas, Por questões didáticas, é importante diferenciá-los, como o
fez Melgasso (1998):
• O “trabalho” como forma de aplicação das capacidades Humanas que transforma a natureza
gerando produtos e Serviços existe desde a antiguidade.
• A “ocupação”, por sua vez, demonstra uma certa organização De atividades específicas a
partir do que hoje poderíamos Entender como “área de atuação” ou, mais especificamente,
“profissão”;
• Já o “emprego” diz respeito à uma ideia mais contemporânea Da existência de uma “força de
trabalho” que é negociada Entre quem a detém (trabalhador) e quem dela precisa, a quer E
pode comprá-la (detentores de capital ou empregadores). Assim, é possível compreender que
o trabalho sempre esteve Presente na história da humanidade, enquanto as
ocupações/Profissões surgiram posteriormente e o emprego é um termo Utilizado até os dias
atuais, designando uma relação de trabalho Legalmente estabelecida.
Quando dizemos que a história do trabalho está ligada à História da humanidade, não é
exagero, pois desde a Pré-história O homem já trabalhava. Nesse período, o trabalho era
aplicado Na busca da sobrevivência da espécie humana, sendo inicialmente Baseado na caça,
pesca e colheita de frutos silvestres. Nesse Período, o homem já vivia em grupos, residia em
cavernas e era Nômade, ou seja, mudava de lugar em função da disponibilidade de Recursos
para sua sobrevivência. Já nesse período, o ser humano Teve que desenvolver ferramentas
(pedra lascada, ossos) e técnicas Específicas para essas atividades.
Já na Idade Antiga, começaram a se formar agrupamentos Maiores, que mais tarde deram
origem às cidades (polis), sendo Que as grandes civilizações da época situavam-se na Europa,
Ásia E norte da África (por exemplo, as civilizações romana, grega e Egípcia). Conforme as lutas
pelo domínio de terras aumentavam, O comércio se expandia e os “mais fortes” foram
acumulando Poder e recursos. Assim, foi se criando uma divisão do trabalho, Em que os
senhores de terras eram donos da “força de trabalho” Dos demais, que eram escravos. Havia,
também, parte da população Que era “livre”, tal como os artesãos, que tinham como ocupação
a produção de armas e artefatos ligados à necessidade dos senhores E guerreiros. O fim dessa
era foi marcado pela queda dos impérios. Já havia, então, o que chamamos de trabalho
(escravo) e ocupação.
Na transição para a Idade Média, o trabalho escravo foi sendo Substituído pelo trabalho dos
camponeses, e a relação estabelecida Era de “servidão”. Essa relação era diferente da
escravidão, pois o Servo era livre para sair dos domínios do senhor das terras e ir para Onde
quisesse, desde que não tivesse dívidas junto ao “senhor”.
Na Idade Moderna, com o comércio cada vez mais crescente E lucrativo, e com o crescimento
da população nas cidades, teve Início uma nova configuração econômica e social. Os donos do
Capital, predominantemente mercadores (hoje seriam como Empresários e comerciantes),
começaram a formar uma nova Classe social: a burguesia (comparável a atual classe
média/alta). Com isso, foram constituindo empresas, baseadas no comércio E nas primeiras
indústrias.
Foi ainda nesse período que ocorreu a Revolução Industrial, Também na Inglaterra,
transformando de forma significativa a Forma de trabalhar e as relações de trabalho, a partir da
criação de Máquinas à vapor, que produziam mais e em menos tempo. Ao Mesmo tempo, as
indústrias começaram a substituir a força braçal e absorver mais mão de Obra qualificada.
Quando se trata das formas de Trabalho no Brasil o quadro das relações de trabalho sofreu
Alterações significativas. Porém, mantivemos, concomitantemente, Uma mistura de trabalho
escravo com o aumento da diversidade De ocupações, como o trabalho autônomo (artesãos,
trabalho De intelectuais e políticos) e o fortalecimento do empresariado (comércio, agricultura
e primeiras indústrias), gerando algumas Formas de emprego mais próximas das que
conhecemos hoje.
A Revolução Industrial, que ocorreu na Inglaterra, no final do Século XVIII, alcançou o Brasil
apenas por volta de 1930. Essa Nova forma de trabalho, agora “emprego assalariado”, gerou
Desemprego dos trabalhadores brasileiros sem qualificação, que foram substituídos por
imigrantes europeus, com mais Qualificação, na época.
• Uma pesquisa divulgada pela Revista Você S.A., em 2016, Mostra o Brasil em 5º lugar entre
os países que tem maior Jornada de trabalho semanal (45 horas), igual aos EUA. Isso Nos
coloca atrás, apenas, de países como: Índia (52 horas), México, Singapura e China (48 horas),
Suíça e Grécia (47 Horas) e Japão (46 horas). Estes são dados de uma pesquisa Realizada por
uma empresa de consultoria, envolvendo 25 Países, dos 5 continentes.
• No Brasil, atualmente, vivemos uma fase de transição, Em que, embora o nível de emprego
esteja aumentando (em fevereiro de 2018 tivemos o melhor resultado desde Fevereiro de
2014), o número de pessoas desempregadas Que procuraram e não encontraram “emprego
fixo” ainda é Muito alto (cerca de 12,2% da população, segundo dados do IBGE) (PATI, 2016).
A centralidade do trabalho é definida como o grau de Importância geral que o trabalho possui
na vida de um Indivíduo em determinado momento, independentemente Das razões às quais
se atribui tal importância.