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Capítulo 4.

Organização e Metodologia 95

sempre manifestará a existência de elementos que sinalizam este desgaste. Uma atenção
especial deve ser dada à evolução temporal de presença de cada elemento avaliado,
observando os limites estabelecidos para eles.
Holmes (1993) menciona que o alumínio, o cobre, o chumbo, o cromo, o ferro, o estanho
e o silício são elementos metálicos que contribuem para o desgaste dos componentes de
motores, e especifica limites de concentração nas amostras de óleos lubrificantes. Caines e
Haycock (2004) estabelecem níveis típicos e críticos para diversos elementos encontrados
em análises de óleo usado de motores a diesel de médio e grande porte. Entretanto, é
preciso levar em conta que os fabricantes de motores estabelecem limites da presença
de partículas de desgaste metálico, baseados nas experiências em serviço obtidas em
muitos anos de observação, e que estes valores limite não valem para outros fabricantes ou
usuários com outras condições de serviço Ipiranga (s. d.). A Tabela 4.8 descreve possíveis
origens e causas da presença de diferentes elementos no lubrificante, assim como os limites
de concentração estabelecidos por Holmes (1993) e Caines e Haycock (2004).

Tabela 4.8 – Indicação de origem/causa desgaste no motor e concentrações limites encon-


tradas na análise óleo lubrificante5 .

Indicação de Desgaste Nível típico Nível crítico Limite


Parâmetro
(Possível origem ou causa)2 (ppm)3 (ppm)3 (ppm)4
Desgaste do bloco do motor,
cilindros, engrenagens, camisas
de cilindro, guias de válvulas,
pinos da biela, anéis, árvore de
Ferro (F e) comando de válvulas (árvore de 30 − 70 100 100−120
cames), bomba de óleo,
virabrequim (árvore de
manivelas), rolamento de roletes
e de esferas, ferrugem.
Rolamentos, rolamentos axiais,
Chumbo
mancais principais, Retentores 20 − 40 50 100
(P b)
de rolamentos.
Desgaste em buchas, tubos de
refrigeração do óleo, arruelas de
pressão (anéis de pressão),
Cobre (Cu) 15 − 25 50 40
guias de válvulas, bielas, anéis
de pistão, rolamentos, luvas,
mancais principais.
(continua)
5
Adaptado de Caines e Haycock (2004), Nadkarni (2011) e Holmes (1993).
Capítulo 4. Organização e Metodologia 96

(continuação)
Indicação de Desgaste Nível típico Nível crítico Limite
Parâmetro
(Possível origem ou causa)2 (ppm)3 (ppm)3 (ppm)4
Estanho As superfícies de rolamentos e
2 − 10 20 20
(Sn) os revestimentos das bielas.
Desgaste de anéis, vazamento
do sistema de Refrigeração,
Cromo (Cr) 2 − 10 20 40
hastes das válvulas, camisas de
cilindro, anéis de vedação.
Desgaste de pistão e mancais
Alumínio
do motor, bielas, intercooler, 10 − 20 25 40
(Al)
sujeira.
Invasão de sujeira do filtro de ar
Silício (Si) 10 − 20 25 20 − 30
e materiais de vedação.
Rolamentos deslizantes,
Níquel (N i) NA NA NA
válvulas, buchas dos balancins.
Desgaste em ligas de
Molibdênio
rolamentos, resfriadores do óleo NA NA NA
(M o)
e anéis de pistão.
Mancais da árvore de manivelas
Antimônio
e da árvore comando de NA NA NA
(Sb)
válvulas.
Bário (Ba) Aditivo detergente e de graxa. NA NA NA
Cádmio
Rolamentos de mancais. NA NA NA
(Cd)
Altas concentrações de sódio
Sódio (N a),
(N a), potássio (K ) e/ou boro (B )
Potássio
podem indicar um vazamento de 5 − 10 (B) 25 (B) 50 (Na)
(K ) ou Boro
líquido de arrefecimento.
(B )
Intercooler.
Os revestimentos superficiais
Vanádio (V ) NA NA NA
dos anéis de pistão.

2
Para Nadkarni (2011) a indicação do original trata-se de elementos de motores a diesel ferroviários,
caminhões pesados, locomotivas e motores de frotas de ônibus ou aviões. Os itens específicos de
locomotivas e de aviões não estão aqui apresentados.
3
Análises de vestígios metálicos em óleos usados para médios e grandes motores a diesel (CAINES;
HAYCOCK, 2004).
4
Holmes (1993) considerou limites de concentração para motores.

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