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Concreto Protendido

SISTEMAS DE APLICAÇÃO DA PROTENSÃO


Prof. Letícia R. Batista Rosas
Introdução

Armadura ativa (de protensão): constituída por barras, fios isolados ou cordoalhas, destinada à
produção de forças de protensão, ou seja, na qual se aplica um pré-alongamento inicial.

Armadura passiva: qualquer armadura que não seja usada para produzir forças de protensão,
isto é, que não seja previamente alongada.
Introdução
As armaduras ativas podem ser:
 Pré-tracionadas – O pré-alongamento é feito utilizando-se apoios independentes do elemento
estrutural, antes do lançamento do concreto. A armadura fica aderente ao concreto em toda a
extensão do elemento. Os sistemas pré-tracionados são mais adequados para instalações fixas
(fábricas e pistas de protensão)
 Pós tracionadas – Os cabos são esticados após a cura do concreto. A armadura protendida é
ancorada nas extremidades do próprio elemento estrutural, podendo ficar aderente ao concreto
ao longo do elemento por meio da injeção de nata de cimento (dentro de bainhas). Pode-se
também ter protensão sem aderência. Os sistemas pós-tracionados são mais utilizados quando
a protensão é realizada na obra.
Sistemas com armaduras pré-tracionadas

Vídeos –> Pré-tração


CP - Pré-tensão.mp4
Sistemas com armaduras pré-tracionadas
Sequência construtiva:
 As armaduras de protensão são esticadas entre dois apoios rígidos onde são ancoradas;

 O concreto é lançado e adensado dentro das formas, envolvendo as armaduras;

 Quando o concreto atinge resistência suficiente, solta-se as ancoragens dos encontros,


transferindo-se a força para a viga por aderência entre o aço e o concreto.

 Quando os apoios são liberados, ou quando se corta a armadura distendida, ela tende a voltar
ao seu diâmetro sem carga. Esse aumento no diâmetro mobiliza atrito no concreto, o que
auxilia na ancoragem. A tendência de retorno ao comprimento inicial é impedida pela aderência,
resultando na compressão do concreto.
Sistemas com armaduras pré-tracionadas
Pista de protensão - as cordoalhas são previamente estiradas com o auxílio de macacos
hidráulicos que se apoiam em blocos de cabeceira. Só então as peças são concretadas, e após
suficiente ganho de resistência do concreto, os fios são liberados.
Sistemas com armaduras pré-tracionadas
Pista de protensão
Sistemas com armaduras pré-tracionadas
Pista de protensão – fluxograma de operação
Sistemas com armaduras pós-tracionadas

Vídeos – Pós-tração
CP - Pós-tração.mp4
CP - Pós-tração execução.mp4
Sistemas com armaduras pós-tracionadas
As armaduras são esticadas após o endurecimento do concreto, ficando ancoradas na face do
mesmo.

CLASSIFICAÇÃO:
 Quanto à posição relativa entre os cabos e a peça de concreto:
a) Cabos internos: são colocados no interior da peça de concreto, evolvidos por bainhas que
impedem o contato direto com o concreto. Após a protensão, enche-se a bainha com
material inerte para proteger os cabos contra a corrosão e auxiliar a aderência. Pode-se
também utilizar bainhas plásticas com cordoalhas envolvidas por graxa.
b) Cabos externos: ficam no exterior da peça de concreto recebendo uma proteção química e
mecânica.
Sistemas com armaduras pós-tracionadas
Sistemas com armaduras pós-tracionadas
Quanto à ligação entre as armaduras ativas e o concreto:
a) Cabos aderentes: utilizam-se bainhas metálicas onduladas (pra melhorar a aderência) com
injeção de nata de cimento. No entanto, a aderência nesse caso é inferior à obtida nas
armaduras pré-tracionadas.

b) Cabos não aderentes: os cabos internos com bainhas de plástico são considerados não
aderentes. Os cabos externos sem ligação direta com a viga ao longo do cabo, são
evidentemente do tipo não aderente; muito utilizado em reforços de obras. As bainhas
geralmente possuem graxa inerte em seu interior para proteger os cabos contra a corrosão.
Sistemas com armaduras pós-tracionadas
Bainha metálica
Sistemas com armaduras pós-tracionadas
Bainha plástica engraxada
Sistemas com armaduras pós-tracionadas
Quanto à constituição dos cabos:
a) Isolados ou independentes
b) Concentrados
Sistemas com armaduras
pós-tracionadas
Quanto à trajetória:
a) Retilínea
b) Curva
Sistemas com armaduras pós-tracionadas
Sequência construtiva (com aderência):
 Montagem das formas e amarração (formas, escoramentos, armadura passiva e bainhas)
 Lançamento do concreto (não entrando em contato direto com a armadura de protensão)
 Após o endurecimento do concreto e alcançada sua resistência mínima, é feita a protensão e
ancoragem
 Injeção da nata de cimento nas bainhas: as bainhas alojam os cabos com certa folga e, com o
intuito de promover a aderência entre a armadura e o concreto, é necessário preencher o vazio
entre ambos. Após a protensão e ancoragem dos cabos, injeta-se a nata de cimento sob pressão
em uma das extremidades do cabo
 Acabamento das extremidades dos cabos
Sistemas com armaduras pós-tracionadas
Sistemas com armaduras pós-tracionadas
Sistemas com armaduras pós-tracionadas
Sequência construtiva (sem aderência):
 Neste caso não se faz a injeção da nata de cimento
 As cordoalhas são envolvidas por graxa e encapadas com capa plástica protetora

O uso de cordoalhas engraxadas simplifica a execução de peças protendidas, porém o


funcionamento em serviço das peças com aderência é melhor.
Para um mesmo carregamento, vigas com protensão sem aderência rompem para uma carga
menor do que com protensão aderente, e também apresentam flechas mais pronunciadas.
Sistemas com armaduras pós-tracionadas
Cordoalha não aderente
Sistemas com armaduras pós-tracionadas
Extremidades dos cabos após a protensão
Sistemas com armaduras pós-tracionadas
A aderência da armadura também influencia grandemente no comportamento à fissuração do
concreto.
Em vigas com cabos não aderentes forma-se um pequeno número de fissuras com grande
abertura.
Os cabos aderentes, semelhantemente às armaduras de concreto armado, limitam a abertura de
fissuras, conduzindo a um grande número de fissuras de pequena abertura (situação preferível)

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