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Realidade e ficção da “barriga de aluguel”


Postado por Clinica Fertilitat no dia 01/06/2021
Por Adriana Arent, ginecologista do Fertilitat

Trinta anos atrás, chegava ao fim a novela “Barriga de Aluguel”. Na trama, exibida no horário
nobre, um casal que não conseguia engravidar buscava a ajuda de uma moça humilde do Rio de
Janeiro, em troca de 30 mil dólares. Com o auxílio da inseminação artificial, a gestação ocorre,
mas a personagem Clara, que emprestou o útero, é tomada pelo sentimento da maternidade e
se recusa a entregar a criança.

Embora a maternidade substitutiva seja até hoje popularmente chamada de “barriga de


aluguel”, o termo não é adequado à nossa realidade. Uma situação como a da novela, portanto,
não poderia ocorrer, já que nossa legislação proíbe a cobrança para emprestar um útero ou
pagar para convencer uma mulher a fazer isso. No entanto, a lembrança da trama suscita
alguns aspectos pertinentes.

A ideia de uma outra mulher gestar um filho para um casal cuja mulher seja estéril remonta ao
Antigo Testamento, quando Sarah diz a Abraão: “…Eis que o Senhor me fez estéril para que não
dê a luz, toma pois minha escrava, a ver se ao menos por ela posso ter filhos…” (Gênesis, 30, 1-
2, 22). Com a evolução tecnológica e o surgimento das técnicas de fertilização in vitro, esse
processo se tornou prático e efetivo. O útero de substituição é indicado quando há
impossibilidade de se gerar a criança, como pacientes que retiraram o útero, ou casais
homoafetivos masculinos.

Os embriões podem ser produzidos com material genético do casal, ou também doação de
óvulos e espermatozoides, que é anônima no Brasil. Posteriormente, os embriões gerados
serão transferidos para a mulher que cederá seu útero para a gestação. O procedimento é
regulado pelo Conselho Federal de Medicina, estabelecendo que as cedentes do útero devem
pertencer à família de um dos parceiros, até o quarto grau, como mães, filhas, avós, irmãs, tias,
sobrinhas e primas. Deve-se, ainda, respeitar o limite de idade de 50 anos.
Caso não seja possível encontrar uma doadora nesta situação e for preciso envolver uma
terceira, o caso deve ser autorizado pelo Conselho Regional de Medicina. Quando a doadora
temporária for casada, ou tiver união estável, seu/sua companheiro/a também deve referendar
o processo. Durante a realização nas clínicas de reprodução assistida, devem ser levados em
conta alguns aspectos fundamentais: a indicação médica corroborando a impossibilidade dos
pais solicitantes em gerar uma criança; a relação entre a mãe substituta e os solicitantes deve
ser extremamente saudável, sem nenhum tipo de coerção e com uma avaliação psicológica e
emocional; e, por fim, que o procedimento siga os princípios e orientações legais.

É preciso, ainda, estabelecer adequadamente o papel da mãe substituta nessa relação,


pensando num ambiente de amor, afeto e que leve em consideração o bem estar da futura
criança. Concluído o processo, a certidão de nascimento será feita no nome dos pais biológicos,
bastando apresentar no cartório os documentos que comprovem a legalidade do
procedimento.

Apesar das diferenças da ficção, a maternidade substitutiva é uma importante opção para
tornar realidade o sonho de uma gravidez. Se conduzido adequadamente, com princípios
éticos, amor, carinho e com todos cientes de seus lugares nesse processo, as chances de
sucesso são bastante expressivas.

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