MODO DE ORAÇÃO

2 JUN 2023

Evangelho Jo 5, 31-47
Naquele Naquele tempo, Jesus, depois de ser aclamado pela multidão, entrou em Jerusalém e foi ao
templo. Observou tudo à sua volta e, como já era tarde, saiu para Betânia com os Doze. No dia
seguinte, quando saíam de Betânia, Jesus sentiu fome. Viu então de longe uma gueira com folhas e
foi ver se encontraria nela algum fruto. Mas, ao chegar junto dela, nada encontrou senão folhas, pois
não era tempo de gos. Então, dirigindo-Se à gueira, disse: «Que ninguém coma mais dos teus
frutos». E os discípulos escutavam. Chegaram a Jerusalém. Quando Jesus entrou no templo, começou
a expulsar os que ali vendiam e compravam: derrubou as mesas dos cambistas e os bancos dos
vendedores de pombas e não deixava ninguém levar nada através do templo. E ensinava-os, dizendo:
«Não está escrito: "A minha casa será chamada casa de oração para todos os povos"? E vós zestes
dela um covil de ladrões». Os príncipes dos sacerdotes e os escribas souberam disto e procuravam
maneira de o fazer morrer. Mas temiam Jesus, porque toda a multidão andava entusiasmada com a
sua doutrina. Ao cair da noite, Jesus e os discípulos saíram da cidade. Na manhã seguinte, ao
passarem perto da gueira, os discípulos viram-na seca até às raízes. Pedro recordou-se do que tinha
acontecido na véspera e disse a Jesus: «Olha, Mestre. A gueira que amaldiçoaste secou». Jesus
respondeu: «Tende fé em Deus. Em verdade vos digo: Se alguém disser a este monte: "Tira-te daí e
lança-te no mar", e não hesitar em seu coração, mas acreditar que se vai cumprir o que diz, assim
acontecerá. Por isso vos digo: Tudo o que pedirdes na oração, acreditai que já o recebestes e assim
sucederá. E quando estiverdes a orar, se tiverdes alguma coisa contra alguém, perdoai, para que o
vosso Pai que está nos Céus vos perdoe também as vossas faltas.

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 Para guiar a oração

O Evangelho de hoje toca em dois pontos muito interessantes: o primeiro é a
necessidade de nos largarmos dos nossos desejos desordenados e do que nos ocupa
o coração e o nosso tempo e que nos afasta de Jesus; o segundo é o papel da oração.

Começando com o primeiro tema, parece estranho porque é que Jesus, sem razão,
amaldiçoa a gueira. A gueira não tinha frutos, mas “não era tempo de gos” por
isso, porque é que Jesus a amaldiçoa?

A gueira é um símbolo do povo de Israel. Jesus esteve a prepará-los para a

santidade, a mostrar-lhes o caminho para Deus. No fundo, os gos que daria a gueira
são os frutos de santidade que o povo de Israel deveria ter dado, e esses frutos são a
caridade e o amor a Deus.

Quando Jesus derruba as mesas dos “cambistas” e dos “vendedores de pombas”,

pretende que os corações humanos expulsem de si tudo aquilo que os afasta de Deus
e da oração, tal como os vendedores que ocupavam o templo. O povo em vez de ir ao
templo entregar-se a Deus em sacrifícios ia apenas lucrar.

Hoje cada vez mais vivemos apegados ao que não interessa – às redes sociais, às
festas constantes, às futilidades…. Evidentemente que não nos é pedido que não
vamos a nenhuma festa, nem as redes sociais implicam apenas negatividade, mas o
que é mau é quando transformamos o centro da nossa vida em tudo menos Deus –
quando fazemos da “casa de oração” um “covil de ladrões”. Tantas vezes priorizamos
futilidades e insigni câncias ao que realmente importa e que nos leva a sermos
verdadeiramente felizes. Quando o centro deixa de ser Deus e a caridade, está na
hora de parar e pensar no que posso fazer melhor.

Jesus, ao amaldiçoar a gueira amaldiçoa esta forma de viver que tantas vezes nos é
familiar.
Estas últimas semanas têm sido de estudo. Como tenho vivido a entrega aos
estudos que me é pedida?

Tenho-me distraído com saídas/redes sociais/séries em horas em que devia estar

a estudar?

Tenho entregado o sacrifício de estudar horas a o a Deus?

Tenho-me preocupado com os meus amigos?

Tenho sido presente em casa? Tenho sido caridoso na ajuda à família? Ou
convenço-me de que o facto de andar a estudar me dispensa da caridade?
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 Desa o: quando me estiver a custar fazer o que quer que seja (estar sentado à
secretária a estudar, ajudar os maus pais/irmãos/amigos/desconhecidos) entrego
esse momento pelas almas do purgatório.

Neste Evangelho, Jesus pede-nos ainda para fazermos coisas boas, mas com fé. Isto é
simples, mas tem uma condição: Quando rezares pede também isto, se tens alguma
coisa contra alguém, pede para o perdoares. Esta é a única condição, para que o
Senhor nos perdoe, da mesma forma.

Jesus amaldiçoa a gueira, porque é estéril, porque não fez nada para dar frutos.
Representa as pessoas que não fazem nada para ajudar, que vivem sempre para si
mesmas, para que nada lhe falte. Esta gueira somos nós. Não saímos deste nosso
mundinho irrelevante, das redes que era falado anteriormente. A nossa vida não gira à
volta de um ecrã. Jesus quer que nos entreguemos todos os dias, não é só quando
temos um tempo livre e podemos ali encaixar uns 5 minutos de oração à pressa.

O Senhor pede-nos para entrarmos em diálogo com Ele. E este diálogo é feito, como
ele próprio diz neste Evangelho, através da oração.

Façamos esta pergunta para dentro de cada um: Como é que eu posso pedir perdão e
perdoar o meu inimigo? Aquele com quem eu tenho falado mal, o irmão que respondi
com irritação, o pai a quem eu não obedeci. Sem pedir a Jesus que me ajude a
humilhar-me e a responder a este seu pedido, di cilmente vamos conseguir.

Pedimos, então, este dom da Humildade, e que do mesmo modo possamos libertar-
nos deste Orgulho que nos persegue e que não nos deixa “morrer” por aquele que de
quem nós gostamos tanto, mas que nos chateia constantemente.
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