SÉRGIO COELHO DA SILVA

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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A)

JUIZ(A) DE DIREITO DA 1ª VARA DO TRABALHO
DA COMARCA DE PARAUAPEBAS/PA
 

Processo n°. 000985-02.2022.5.08.0114

Reclamante: JOSEMAR PEREIRA DE MAGALHAES
Reclamada: OMEGA SERVICOS E MONTAGENS INDUSTRIAIS LTDA

ÔMEGA SERVIÇOS E MONTAGENS INDUSTRIAIS LTDA,

devidamente qualificada nos autos da RECLAMAÇÃO TRABALHISTA que lhe
move JOSEMAR PEREIRA DE MAGALHAES, igualmente qualificado, não se
conformando, data venia, com a r. Sentença de fls. 1.255/1.267 – ID. 732536b,
vem, respeitosamente, com fundamento no artigo 895, inciso I, da
Consolidação das Leis do Trabalho interpor RECURSO ORDINÁRIO nos
termos das razões anexas, requerendo seja a recorrida intimada a apresentar
contrarrazões no prazo legal, com a consequente remessa dos autos ao
Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região.

Termos em que, pede deferimento.

Parauapebas/PA, data do protocolo eletrônico.

SERGIO COELHO DA SILVA

ADVOGADO OAB/PA 25.839/A

Rua 98, Qd. 640, Lote 37, Nova Carajás, Parauapebas-PA, CEP: 68515-00
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RAZÕES DO RECURSO ORDINÁRIO

  
RECORRENTE: ÔMEGA SERVIÇOS E MONTAGENS INDUSTRIAIS LTDA

RECORRIDO: JOSEMAR PEREIRA DE MAGALHAES

PROCESSO nº. 000985-02.2022.5.08.0114

VARA DE ORIGEM: 1ª VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE
PARAUAPEBAS/PA

EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 8ª REGIÃO,

COLENDA TURMA,
ÍNCLITOS JULGADORES! 
 
A decisão recorrida merece reforma porque, data venia, vez que,
dissociada da realidade fática, bem como contraria a doutrina jurisprudência
dominante no País.

 Assim, pretende a Recorrente buscar, pela via do duplo grau de

jurisdição, a decisão final que possa derramar justiça no deslinde da demanda
em tela. 
Para tanto, respeitosamente, vem expor suas razões,
articuladamente, como a seguir:

I. PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE

I.I. DA TEMPESTIVIDADE
Antes de adentrar na análise do mérito do julgado, cumpre
salientar que a presente medida é tempestiva, o que se depreende unicamente
da verificação da data constante de seu protocolo.

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Isto porque, tendo sido a ora recorrente

intimada, da Sentença via Diário Oficial no dia
23/06/2023 (sexta-feira), o dies a quo de seu prazo começou a fluir em
26/06/2023 (segunda-feira), fixando-se o seu termo final, por consequência, no
dia 05/07/2023 (quarta-feira).

Portanto, plenamente tempestiva a presente medida.

I.II. DO PREPARO

Optou a recorrente por contratar seguro garantia judicial para

fins de depósito recursal, com prazo de validade nos termos do artigo 899, §
11, da CLT : "O depósito recursal poderá ser substituído por fiança bancária ou
seguro garantia judicial", solicitando que, cumpridas as formalidades de praxe,
seja o presente recurso remetido à Instância Superior, para conhecimento e
provimento.

I.III. DA REGULARIDADE DA REPRESENTAÇÃO

A regularidade da representação processual é pressuposto de

validade da relação jurídica processual e, como consequência, é pressuposto
recursal.

A regularidade da representação processual da parte deve ser

demonstrada por meio da apresentação do instrumento original de mandato
outorgado ao advogado ou cópia devidamente autenticada. Cuida-se de
pressuposto processual objetivo.

Assim, sendo imprescindível a juntada do instrumento

procuratório, em que a parte confere poderes ao patrono para representá-la,
este pode ser visualizado na f. 1138 dos autos (ID. 386856e).

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II. DA DECISÃO RECORRIDA

Trata-se de reclamatória trabalhista em face da reclamada,

neste ato recorrente, onde o Reclamante aduz, em síntese que foi contratado
no dia 05/08/2021 para laborar como Operador de empilhadeira, tendo sido
demitido sem justa causa em 16/10/2022, quando recebia salário de R$
1.982,09
(mil novecentos e oitenta e dois reais e nove centavos).

Requerendo, pois, ao final, em síntese: acúmulo de funções,

horas extras, intervalo intrajornada, aviso prévio não trabalhado e da
multa do Art. 477, § 8º da CLT, adicional de insalubridade 40%, integração
do adicional de insalubridade sobre as demais parcelas, dentre outros.

Devidamente intimada, a recorrente apresentou contestação de

fls. 133 a 149 no ID. 7c39643, impugnando todos os pedidos apresentados na
Inicial.
A r. Sentença foi proferida no ID. f9bd13f, onde o D. juízo
julgou parcialmente procedente a ação, condenando a recorrente:

(...)
Julgo PROCEDENTES EM PARTE os pedidos formulados por
JOSEMAR PEREIRA DE MAGALHÃES em face das reclamadas
OMEGA SERVICOS E MONTAGENS INDUSTRIAIS LTDA e VALE
S.A., para condenar a 1ª reclamada, e, subsidiariamente a 2ª
reclamada, ao pagamento de:

- Aviso prévio indenizado;

- Multa do art. 477, § 8°, CLT;
- Honorários advocatícios sucumbenciais.
(...)

Dessa forma, não obstante os judiciosos critérios de sua

fundamentação a r. Sentença está a merecer reparo, vez que proferida em
desacordo a dispositivos legais e constitucionais, pedindo esta recorrente,

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venia, para demonstrar o cabimento e motivação de

provimento do presente apelo.

III. MÉRITO RECURSAL

III.I. DA INAPLICABILIDADE DA MULTA DO ARTIGO 477,

§8ª DA CLT.

Requer o Reclamante em sede de petição inicial, a declaração

de nulidade do aviso prévio, requerendo a condenação da Reclamada no
pagamento de aviso prévio indenizado e multa do artigo 477, §8° da CLT.

O pedido do Reclamante foi acolhido pelo juízo de 1° grau,

condenando a Reclamada ao pagamento de 30 dias de aviso prévio
indenizado, além da multa do artigo 477, §8° da CLT. A decisão da forma que
está deve ser reformada, vez que, destoante ao entendimento jurisprudencial
aplicáveis à espécie.

Considerando o cumprimento do aviso prévio em casa por

parte do Reclamante (o que equivale à dispensa do cumprimento, com
aplicação do disposto na alínea "b", § 6º, do art. 477 da CLT, conforme OJ
14 da SBDI-1 do TST), entende-se que o empregado pôde desfrutar da
faculdade prevista na regra consolidada (CLT, art. 488, parágrafo único),
ou seja, teve disponibilidade integral de tempo para procurar novo emprego,
não havendo que falar em nulidade.

Esse é o entendimento do TRT da 8ª Região:

MULTA DO ART. 477 DA CLT. AVISO PRÉVIO CUMPRIDO

EM CASA. A Lei nº 13.467/2017 alterou o Art. 477, § 6º, da
CLT para igualar o prazo para pagamento das verbas

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rescisórias, independentemente da modalidade

de aviso prévio, de modo que não há
irregularidade na conduta do empregador que,
eventualmente, determine a ausência de prestação dos
serviços durante o período de aviso-prévio, no todo ou
em parte. Recurso desprovido. ADICIONAL DE
INSALUBRIDADE. INDEVIDO. Em análise ao acervo
probatório, observa-se que todos os agentes potencialmente
insalubres estavam abaixo dos limites de tolerância ou
neutralizados pelo uso de EPI's, adequados ao risco e
frequência. Recurso desprovido. (TRT da 8ª Região;
Processo: 0000742-22.2022.5.08.0126 ROT; Data:
28/04/2023; Órgão Julgador: 1ª Turma; Relator: ROSITA DE
NAZARE SIDRIM NASSAR)

(TRT-8 - ROT: 00007422220225080126, Relator: ROSITA DE

NAZARE SIDRIM NASSAR, 1ª Turma, Data de Publicação:
28/04/2023)

I - ILEGITIMIDADE PASSIVA. O tomador dos serviços,

enquanto beneficiário da prestação de serviços, é parte
legítima para figurar no polo passivo da ação em que se
postula a sua responsabilização pelos créditos decorrentes
do contrato de trabalho havido com a empresa prestadora de
serviços e empregadora formal do trabalhador. II -
ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. ÔNUS DA PROVA. É
devido o pagamento do adicional de insalubridade quando a
reclamada não consegue provar o fornecimento de todos os
equipamentos de proteção necessários à neutralização do
agente insalubre. III - HORAS EXTRAS. AUSÊNCIA DE
PROVA DE HORÁRIO EXTRAORDINÁRIO. Na ausência de
prova de trabalho além da 44ª hora semanal, improcede o
pedido de horas extras. IV - AVISO PRÉVIO CUMPRIDO EM

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CASA. INSTITUTO INEXISTENTE NO

ORDENAMENTO JURÍDICO. Não existe previsão
legal da figura do "aviso prévio cumprido em casa", logo,
na prática, comprovado que o trabalhador cumpriu o
período em casa, sem trabalhar, significa que houve
dispensa do cumprimento do aviso prévio por parte do
empregador, gerando em consequência os mesmos
efeitos jurídicos do aviso prévio indenizado. V -
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SUCUMBENCIAIS.
PERCENTUAL. MAJORAÇÃO DEVIDA. Observados os
critérios estabelecidos no artigo 791-A, § 2º, da CLT para
arbitramento de honorários sucumbenciais, é devida a
majoração de percentual dos honorários advocatícios de
sucumbência. VI - TOMADOR DE SERVIÇOS.
RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. O inadimplemento das
obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a
responsabilidade subsidiária do tomador de serviços quanto
aquelas obrigações. (TRT da 8ª Região; Processo: 0000824-
87.2021.5.08.0126 RORSum; Data: 01/09/2022; Órgão
Julgador: 2ª Turma; Relator: GABRIEL NAPOLEAO
VELLOSO FILHO)

(TRT-8 - RORSum: 00008248720215080126, Relator: GABRIEL

NAPOLEAO VELLOSO FILHO, 2ª Turma, Data de Publicação:
01/09/2022)

Assim também é o entendimento de outros Tribunais:

(...) O aviso prévio cumprido em casa

equivale à dispensa de seu cumprimento, de forma que
não há falar em nulidade, pois, de fato, foi atingida a

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finalidade do instituto que é a de propiciar tempo

ao empregado para a tentativa de recolocação
profissional. O aviso prévio cumprido em casa apenas
influi no prazo para pagamento das verbas rescisórias a
teor da OJ nº 14 da SDI-1 do C. TST. Por fim, ressalte-se
que os comprovantes de pagamento demonstram a quitação
de salários durante o período em que o reclamante ficou em
casa (ID d64712d - Págs. 46- 48). Nego provimento ao
recurso. (0025170-24.2017.5.24.0021 (RO) - Rel. Des. Nery
Sá e Silva de Azambuja - Data da publicação: 7.8.2019.

"Embora não exista no ordenamento jurídico a hipótese do

cumprimento do aviso prévio em casa, evidente que constitui
ampliação da obrigação legal e, por equivaler à dispensa do
seu cumprimento, atinge o objetivo de possibilitar ao
empregado procurar nova colocação no mercado de trabalho.
Desse modo, não se vislumbra qualquer prejuízo ao
empregado que "cumpre aviso prévio" em casa, posto que o
benefício é maior que aquele determinado no art. 488 da
CLT" (TRT-R0-00194- 2012-303-09-00-0 - publicado em
09/07/2013 - Relator: Des. Archimedes Castro Campos
Júnior).

Diante do exposto, a sentença de 1° grau deve ser reformada nesse

ponto, visto que, não há causa de nulidade do aviso prévio, tendo em vista que
a Lei nº 13.467/2017 trouxe importante alteração no artigo 477, §6° da CLT, ao
igualar o prazo para pagamento das verbas rescisórias, independentemente da
modalidade do aviso prévio. Dessa forma, não há que se falar em
irregularidade na conduta da Recorrente, vez que, a ausência de prestação dos
serviços durante o período do aviso prévio, no todo ou em parte não é passível
de nulidade.

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Por fim, como o Reclamante cumpriu o aviso

prévio em casa, sem trabalhar, significa que houve
dispensa do aviso prévio por parte do empregador, portanto, não há que se
falar em pagamento de aviso prévio indenizado, visto que, não há o dever de
indenizar.

Sendo este o entendimento desse tribunal e dos demais TRTs

brasileiros, requer a reforma da sentença nesse ponto, não havendo o que falar
em nulidade do aviso prévio, logo não há que se falar em pagamento de aviso
prévio na forma indenizada.

IV – EFEITO DEVOLUTIVO

Ao final, requer a recorrente a observância da regra inserta no

artigo 515 do CPC, ou seja, para que o efeito devolutivo submeta ao Tribunal
todas as questões ventiladas por esta recorrente em defesa, nos termos da
Súmula nº 393, do TST.

V – PREQUESTIONAMENTO

Caso seja negado provimento ao presente recurso, o que se

admite por mera argumentação, requer-se seja emitido Juízo explícito sobre a
violação de todos os dispositivos legais acima invocados, para efeito de
prequestionamento, sob pena de, não o fazendo, incorrer em omissão.

VI – DOS PEDIDOS

Pelo exposto, requer-se que o presente Recurso Ordinário seja

conhecido e provido, a fim de que a respeitável sentença prolatada pelo Ilustre
Juízo da Vara do Trabalho da comarca de Parauapebas/PA seja reformada nos
termos acima elencados, ademais, reitera-se os termos da Contestação
apresentada.

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VII. DAS PUBLICAÇÕES

Outrossim, requer que todas as publicações e intimações

sejam realizadas em nome de Sérgio Coelho da Silva - OAB/PA 25. 839/A
sob pena de nulidade, nos termos do artigo 272, §2º do Código de Processo
Civil.

Termos em que,
Pede deferimento.

Parauapebas/PA, data do protocolo eletrônico.

SERGIO COELHO DA SILVA

ADVOGADO OAB/PA 25.839/A

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