Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
“(...) quando [a fotografia] se toma ela mesmo por objeto, isto é, quando ela é fotografia
da fotografia, não apenas ela realiza plenamente a dimensão de inacabável que a constitui, mas
além disso ela cria, às vezes, obras capitais e reforça sempre esta dimensão essencial de toda
arte que é a capacidade à reflexividade, à interrogação e à crítica. A fotografia é, portanto,
insubstituível, porque, sendo um questionamento dela mesma, ela nos esclarece sobre a arte e
sobre a imagem.” 2
2
Leonardo Ventapane trecho da Dissertação de Mestrado "O olhar movimento no projeto fotográfico de Jeff Wall" UFRJ-PPGAV-2008
“(...) que todas as fotografias que poderiam intencionar/significar qualquer coisa não
apenas já haviam sido tiradas, mas também que o processo de institucionalização ao qual elas
foram necessariamente submetidas já havia falsificado seus significados e invalidado os
projetos emancipatórios sobre os quais o mundo ético de seus projetos poéticos foi fundado.” 4
3 Título original: Being John Malkovich./ EUA, 1999 / Direção: Spike Jonze / Roteiro: Charlie Kaufman.
4 WALL, 2007: 119.
Leonardo Ventapane trecho da Dissertação de Mestrado "O olhar movimento no projeto fotográfico de Jeff Wall" UFRJ-PPGAV-2008
E este não era um fato lamentável para Benjamin, mas sim a confirmação de que
“o significado social da reprodução, particularmente em sua forma mais positiva, é
inconcebível sem o aspecto destrutivo, catártico, sua liquidação dos valores tradicionais
da herança cultural” 9 . Simplesmente não havia como voltar atrás, ou fingir que esta
tomada de consciência da qualidade ‘maquinal’ da fotografia não atravessaria, daquele
ponto em diante, toda criação visual. O apagamento/deslocamento da aura se confirma,
através do fotográfico, como uma característica da arte contemporânea.
Talvez, o exemplo mais emblemático do impacto deste conceito, ou desta tomada
de consciência nas artes visuais, esteja, novamente, centrado na figura de Andy Warhol.
A repetição através do maquinal presente em seus trabalhos, refere-se diretamente a
esta lógica de reprodutibilidade técnica, atuando como estratégia de arte que opera o
desligamento final entre as velhas estruturas críticas sustentadas até então por
Greenberg e a compreensão pós-histórica da arte. É possível dizer que a abordagem do
artista, nos anos 60, aproxima-se das re-fotografias realizadas por Levine, no sentido
em que agrava o distanciamento executado pela instância maquinal virtualmente
original. Em Warhol, as gradações da matriz fotográfica dão lugar às cores fortes
impressas pela serigrafia, dando forma a Marilyns, Elvis, Elizabeths, Maos e Andys; as
caixas Brillo do artista desafiam as caixas Brillo nos supermercados; e quando é a
fotografia que está em questão, ela se apresenta também multiplicada e destituidora de
qualquer noção de origem, de verdadeiro ou falso, seja na série “Death and Disaster”,
da década de 60, ou em trabalhos mais recentes, como Untitled (Brooke Shields), já na
década de 80.
Apesar disto, não existe uma evidência forte que permita afirmar um interesse de
Warhol em privilegiar o fotográfico enquanto campo e ferramenta de investigação, da
arte ou simplesmente da própria fotografia. No caso deste artista, a fotografia inseria-se
no contexto maior de estratégias que colaboravam para a crença Pop no principio de
“ser tão conhecido quanto a lata de sopa Campbell’s” 10 , e, neste sentido, não havia
espaço dentro da estratégia Pop de discussão e polemização das relações entre arte e
mídia, arte e vida, high-art e low-art, através de imagens ao mesmo tempo banais e
pregnantes, entre outras ‘ações’ fronteiriças que reclamavam seu reconhecimento
enquanto arte, para que a fotografia pudesse ser explorada em grande parte das
possibilidades inerentes a sua dimensão tecno-cultural. Em Warhol, como em
Duchamp, a fotografia não está separada de outras formas e mídias de arte, e como
conseqüência desta postura niveladora de especificidades díspares, alguns destes
trabalhos envolvendo fotografias, e outros que se seguiram, pela força do exemplo, nos
anos 60 e 70, se distanciavam de qualquer critério de fotografia. Segundo Wall,
“Todo jovem artista conceitual que usava a fotografia mas se recusava a ser chamado de
fotógrafo poderia apontar para os exemplos maçantes da fotografia tradicional como evidência
da necessidade de se escapar dos confinamentos da tradição e de suas normas estéticas.” 11
Ele prossegue,
“Infelizmente, esta mistura de fotografia com outras coisas, como pintura, impressos, ou
artes tridimensionais, conduziu quase que imediatamente para os híbridos inconvincentes que
são, de maneira lamentável, tão característicos da arte desde então. Um argumento igualmente
forte que poderia ser tirado daí é que escapar dos confinamentos da ‘fotografia’ era um caminho
para a ruína porque não havia nenhum critério válido no mundo intermídia, nem poderia ter
algum. A fotografia, podemos argumentar, tem uma natureza muito específica como uma forma
de arte e como um medium, e combiná-la com outras coisas não resultou em nada novo como
fotografia além da simples redução do fotográfico em elementos de uma estética de colagem
que não estava sujeita a julgamentos em termos fotográficos, e talvez não estivesse sujeita a
nenhum tipo de julgamento estético.” 12
13 Cauquelin (Cf. CAUQUELIN, 2005: 87-88) cita a definição de ‘embreante’ dada por Roman Jakobson em seu
Essais de linguistique générale (Le Seuil, 1963). Segundo ele, “o termo ‘embreante’ designa, em lingüística, unidades
que têm dupla função e duplo regime, que remetem ao enunciado (a mensagem, recebida no presente) e ao
enunciador que a anunciou (anteriormente). Os pronomes pessoais são considerados embreantes, pois ocupam um
lugar determinado no enunciado, onde são tomados como elementos do código, além de manterem uma relação
existencial com um elemento extralingüístico: o de fazer ato da palavra.”
14 CAUQUELIN, op. cit.: 87.
15 TAMISIER, 2007: 103.
Leonardo Ventapane trecho da Dissertação de Mestrado "O olhar movimento no projeto fotográfico de Jeff Wall" UFRJ-PPGAV-2008
16 COLLINS, 2002.
17 A família de Eichgrun fotografou, por três gerações, a corte prussiana.
18 COLLINS, 2002.
Leonardo Ventapane trecho da Dissertação de Mestrado "O olhar movimento no projeto fotográfico de Jeff Wall" UFRJ-PPGAV-2008
19 Id. Ibid.
20 TAMISIER, 2007: 109.
Leonardo Ventapane trecho da Dissertação de Mestrado "O olhar movimento no projeto fotográfico de Jeff Wall" UFRJ-PPGAV-2008
10
Leonardo Ventapane trecho da Dissertação de Mestrado "O olhar movimento no projeto fotográfico de Jeff Wall" UFRJ-PPGAV-2008
11
como se nunca estivessem estado ali, as fotos permaneceram” 21 , sustentando algo que
apenas elas foram capazes de revelar, mesmo quando aquelas estruturas ainda estavam
de pé.
No início dos anos 60, os Becher passaram a organizar e a apresentar estas
fotografias em grupos tipológicos, ainda que estas imagens fossem tratadas como
unidades autônomas. Esta organização desenvolve-se, basicamente, por duas razões,
segundo Collins. Primeiramente, a rigorosa abordagem fotográfica do casal dava origem
a um levantamento detalhado destas estruturas, “revelando grupos e sub-grupos,
próximo do que era feito pelos zoologistas do século XIX” 22 , favorecendo a comparação.
“Quanto mais delicadas as diferenças, melhor eram ilustradas pela tipologia.” 23 Em
segundo lugar, “a tipologia utilizada pelos Becher favorece enfaticamente o escrutínio, e
é isso o que torna cada uma de suas imagens fascinantes.” 24 Assim sendo, organizadas
em grupos de 15 fotografias, por exemplo, um comportamento instintivo de
aproximação e afastamento era naturalmente despertado no observador.
Em todo este contexto, é compreensível que os primeiros trabalhos dos Becher
tenham andado à margem da arte. E é compreensível também, pelas relações que
colocava em jogo, que o reconhecimento destas fotografias enquanto arte tenha partido
de Andre e Smithon, do outro lado do Atlântico – ainda que o trabalho dos alemães não
tivesse aspirações exatamente conceituais. Para Andre e Smithson, ficava claro que
estas fotografias estavam comprometidas com o esvaziamento do objeto, com um ‘além
da imagem’ que não se revelaria a não ser através da própria imagem, e que regras
claras capazes de fornecer uma leitura de transmutação temporal, ou explicitar uma
“temporalidade superior” 25 , como afirma Tamisier, ao que poderia ser tomado à conta
de pura catalogação, atribuíam ao trabalho uma seriedade diante do não-estético que é
sustentada pela ‘aura de seriedade em si’.
No entanto, apesar da sensibilidade dos artistas norte-americanos frente aos
propósitos dos Becher, seus trabalhos estavam voltadas para uma abordagem
primordialmente filosófica da arte, onde a fotografia, apesar de importante, não era
simplesmente a mídia escolhida, como no caso de Andre, ou assumia, na maioria das
21 COLLINS, 2002.
22 COLLINS, 2002.
23 Id. Ibid.
24 Id. Ibid.
25 TAMISIER, 2007: 107.
Leonardo Ventapane trecho da Dissertação de Mestrado "O olhar movimento no projeto fotográfico de Jeff Wall" UFRJ-PPGAV-2008
12
vez, um aspecto de registro diferenciado daquele desenvolvido pelo casal alemão, como
no caso das fotografias conceituais de Robert Smithson. Gostassem ou não, os Becher
tiveram sua arte situada na esfera do conceitualismo, e a seriedade com que seus
trabalhos eram desenvolvidos colaborava para o reconhecimento destas imagens como
inseridas no campo da arte e, conseqüentemente, para o estabelecimento da noção de
fotografia-como-arte, nas agitações iniciais da arte pós-histórica.
A arte norte-americana dos anos 60 e 70 não era insensível às abordagens de
frontalidade envolvendo a fotografia, ainda que os trabalhos desenvolvidos nesse
sentido assumissem características distintas da rigorosa fotografia dos Becher. Não se
pode afirmar, porém, que a fotografia de Bernd e Hilla tenha sido fundamental ao
desenvolvimento desta compreensão do fotográfico em meio à pop, ao minimalismo e
ao conceitualismo, ou se esta percepção se daria por si só, de uma maneira ou de outra.
De fato, o artigo de Andre 26 , na Artforum, de 72, deve ter influenciado fortemente toda
uma geração de artistas / fotógrafos dos Estados Unidos, mas à época, as imagens dos
Becher já eram realizadas há mais de 10 anos. Ainda assim, considerando o primor
técnico como uma dos pilares da fotografia dos Becher, é irônico assistir, na arte norte-
americana, esta frontalidade do fotográfico sendo conjugada a uma estratégia de
‘empobrecimento’ da mídia – numa linha que já vinha sendo desenvolvida pelo
fotógrafo Robert Frank e por outros nos anos 50 – mimetisando um amadorismo não
apenas técnico, mas também temático. Este empobrecimento manifestava-se como
crença metodológica generalizada da arte da década de 60 e 70, no não-estético
enquanto estratégia de arte. Não foi diferente com a fotografia. Segundo Jeff Wall,
26A atenção para o trabalho dos Becher nos Estados Unidos foi despertada a partir do artigo “A Note on Bernd and
Hilla Becher”, de Carl Andre, na Artforum, de dezembro de 1972, pp. 59-61.
27 WALL, 2007: 165.
Leonardo Ventapane trecho da Dissertação de Mestrado "O olhar movimento no projeto fotográfico de Jeff Wall" UFRJ-PPGAV-2008
13
Para Wall, foi através deste processo de ‘amadorização’ que a fotografia pôde,
mais uma vez, aprofundar a reflexão sobre suas particularidades, superando
definitivamente a investigação no plano do objeto-fotografia em prol dos
desdobramentos incitados por uma idéia, um conceito, por algo para além da imagem,
que não o referente nem mesmo o plano da imagem em si, em termos formais e
técnicos. É neste sentido que, em seu texto Marks of Indifference, Jeff Wall procura
traçar “os caminhos que levaram a fotografia a realizar-se decisivamente como uma arte
modernista nos experimentos dos anos 60 e 70” 28 , onde ele aponta como um dos
principais componentes (ou motivações) desta realização o fato de a fotografia ser uma
arte de figuração, “o único resultado possível da câmera” 29 . O estímulo dado à pintura e
à escultura, durante o modernismo, para questionar o valor da técnica e da habilidade
na representação, engendra-se tardiamente no meio fotográfico com esse encolhimento
do apuro técnico, permitindo testar “o meio a partir de seus elementos indispensáveis,
sem abandonar a figuração”. 30
14
15
16
performance hilária, uma mímesis [mimicry] quase sinistra do modo como “as pessoas” fazem
imagens das moradias e construções com as quais estão envolvidas.” 34
Dessa maneira, para Wall, o que estas séries de fotografias de postos de gasolina,
de piscinas, e fachadas deixavam expostas as relações que a pessoa comum desenvolve
com o meio no qual está inserida e como essa incapacidade de distanciamento pode
atuar em favor da não-estética enquanto estratégia de arte, através do fotográfico.
As especificidades da fotografia expostas por esta abordagem eram
aprofundadas, como no caso dos Becher, pela estratégia de exibição destas imagens.
Ainda que repletas de “erros de amador”, de limitações técnicas, essas imagens eram
organizadas em livros que nada informavam além dos locais onde as fotografias foram
tiradas e do ano de sua realização, reforçando, entre outros aspectos, a noção de que
estas fotografias se apropriavam de uma experiência direta do mundo como estratégia
de reflexão sobre suas próprias particularidades, e não como método de
reconhecimento ou preservação documental de um referente pré-existente a sua
realização. Ainda de acordo com Wall, “enquanto trabalhos redutivistas,” essas
fotografias são “modelos de nossas relações reais com seus assuntos/temas, em vez de
representações dramatizadas que transfiguram essas relações ao tornarem impossível
para nós estabelecer tais relações com eles.” 35 Estas relações reais, no entanto, devem
ser compreendidas no âmbito do acesso direto, viabilizado tanto pela fotografia de
Ruscha quanto pela dos Becher, àquilo que subsiste como fundamental e específico do
assunto fotografado. Piscinas, postos de gasolina, prédios, ruas e fachadas tornavam-se
suplementos de uma realidade exclusivamente fotográfica.
Assim, enquanto as investidas fotográficas posteriores, através de Smithson e
Graham, por exemplo, pareciam sempre pender para fora da imagem (e em direção à
linguagem), os postos de gasolina ou as piscinas de Ruscha acabam de certa forma por
enfatizar a idéia de que “uma foto é sempre invisível”. 36 Não no sentido das barreiras
impostas pelo que Barthes chamava de “teimosia do referente” 37 , mas sim, levando em
consideração a inextrincável capacidade de figuração da fotografia que, segundo Wall, a
impediria de “seguir o conceitualismo puro ou lingüístico, até suas fronteiras” e assim
17
“(...) não se trata de revelar uma ordem ou uma estética do mundo, um formalismo que
ultrapassaria a superfície fotográfica, que estruturaria o mundo, e faria retornar o Referente
fotográfico como vínculo da fotografia enquanto representação.” 39
Esta oscilação, por fim, talvez tenha sido a lição mais importante deixada por
estes embreantes para a fotografia pós-histórica. O arraigamento das especificidades da
fotografia nas abordagens dos Becher e de Ruscha, em vez de enclausurar a mídia
fotográfica em seus próprios círculos, esterilizando-a – como no processo de
18
Leonardo Ventapane trecho da Dissertação de Mestrado "O olhar movimento no projeto fotográfico de Jeff Wall" UFRJ-PPGAV-2008
19
“(...), a fim de que esta fotografia contemporânea seja possível, a fim de que a arte
contemporânea a receba e a instaure como um dos pólos-maiores de sua vitalidade, é preciso
que ela seja instituída, definida, normatizada. (...) Para que a imagem fotográfica participe da
hibridação, se mestice, contamine e seja contaminada, é preciso que ela tenha algo como um
20
código genético através do qual ela fusiona, recupera, substitui, gene por gene ou totalmente os
códigos dos outros materiais.” 42
E foi exatamente isto o que reflexão suscitada pelos trabalhos sérios dos Becher e de
Ruscha, para além de toda e qualquer estratégia utilizada, imprimiu à fotografia: um
esforço em tornar-se capaz, a sua maneira, de acessar e permitir o acesso às outras
artes, certa de que suas especificidades estão asseguradas. A influência destes
embreantes na arte não se daria de forma tão irrepreensível, caso o sentido final de seus
trabalhos não estivessem voltados antes para uma abertura do que para uma tautologia
fotográfica. E é a própria contemporaneidade que confirma o papel decisivo destes
artistas na arte como um todo e na fotografia em particular. Os Becher passaram a
lecionar, a partir de 1976, na universidade onde estudavam 43 , a Kunstakademie
Düsseldorf, e entre seus alunos encontravam-se alguns dos mais destacados fotógrafos
da atualidade, entre eles, Thomas Struth, Andreas Gursky, Candida Höffer e Thomas
Ruff. Edward Ruscha foi nomeado, em 2006, conselheiro do Museum of Contemporary
Art de Los Angeles, e sua embreante atemporalidade pode ser ilustrada por um trecho
de um artigo de Douglas Crimp, que narra sua surpresa ao encontrar um exemplar do
livro de Ruscha, Twenty-six Gasoline Stations, de 1963, nas estantes da biblioteca
pública de Nova York, na seção de ‘Transportes’, quando realizava, na década de 80,
uma pesquisa encomendada sobre a história dos transportes. Ele recorda:
“Lembro-me de ter pensado como era curioso que o livro tivesse sido catalogado
errôneamente e estivesse situado entre os livros de automóveis, estradas e similares. (...) Mas
agora, devido às considerações surgidas do debate pós-moderno, mudei de opinião. Agora sei
que os livros de Ed Ruscha não correspondem às categorias de arte que servem para catalogar
livros na biblioteca, e que nisto consiste parte de seu valor. O fato de que não haja lugar para
Twenty-six Gasoline Stations dentro do atual sistema de classificação é um índice do
radicalismo desta obra em relação aos modos de pensar estabelecidos.” 44
21
“(...) impossíveis em outras condições: elas requereram, com efeito, uma estética e uma
tecnologia que não podiam existir quando se estava ainda na época do modernismo. Se, com
Clement Greenberg, admitimos a idéia de que o modernismo se define pelo acesso à consciência
de si e, por conseqüência, de que a arte deve ser o tema da arte modernista, estamos, na época
pós-moderna, libertos dessa auto-análise e, por conseqüência, novamente capazes de reatar
com a grande tradição da obra-prima, na busca de visões mais formidáveis.” 45
22
REFERÊNCIAS
ARCHER, Michael. Arte Contemporânea – Uma história concisa. Tradução: Alexandre Krug e Valter Lellis
Siqueira. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
BARTHES, Roland. A Câmara Clara – Nota sobre a fotografia. Tradução: Júlio Castañon Guimarães. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 1984.
BAUDELAIRE, Charles. Sobre a modernidade – O pintor da vida moderna. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1996. – (Coleção Leitura).
BENJAMIN, Walter. A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica in Walter Benjamin, Obras
Escolhidas. Magia e técnica, arte e política – São Paulo: Brasiliense, 1987.
BOURRIAUD, Nicolas . Esthétique relationnelle – Collection Documents sur l’art. Les presses du réel: 1998.
_______________. O que é um artista (hoje)? in Revista Arte & Ensaios, nº 10. Tradução Felipe Barbosa. Rio
de Janeiro: Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais / Escola de Belas Artes, UFRJ, 2003. FERREIRA, Glória e
VENÂNCIO FILHO, Paulo (org.) – pp. 77-78.
CAUQUELIN, Anne. Arte Contemporânea: uma introdução. (tradução: Rejane Janowitzer) – São Paulo:
Martins, 2005.
CHASSEY, Éric de. Platitudes. Une histoire de la photographie plate. Paris: Gallimard, 2006.
COLLINS, Michael. The Long Look in TATE Magazine, issue 1, sept./oct. 2002.
http://www.tate.org.uk/magazine/issue1/thelonglook.htm
COTTON, Charlotte. La Photographie dans l’art contemporain. Paris: Thames & Hudson, 2005. (traduzido do
original em inglês, de 2004)
COUTO, Maria de Fátima Morethy, Duas visões sobre a Pop Art: Clement Greenberg e Arthur Danto in
Arte & Ensaios, nº 10, ano 2003, pp. 51-57.
____________. A atividade fotográfica do pós-modernismo. In: Revista Arte & Ensaios n. 11. Rio de
Janeiro. Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais/Escola de Belas Artes. UFRJ. 2004: 127-133. Tradução:
Claudia Tavares.
____________ . A idéia de obra-prima na arte contemporânea. In: Revista Arte & Ensaios n. 10. Rio de
Janeiro. Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais/Escola de Belas Artes. UFRJ. 2003: 85-91. Tradução:
Guilherme Bueno.
____________. Após o Fim da Arte: A Arte Contemporânea e os Limites da História. Tradução: Saulo
Krieger. São Paulo: Odysseus Editora, 2006.
DE DUVE, Thierry. Voici, 100 ans d’art contemporain. Gand-Amsterdam: Ludion, 2000.
DELEUZE, Gilles. A imagem-tempo. Tradução de Eloisa de Araújo Ribeiro; revisão filosófica de Renato Janine
Ribeiro. São Paulo: Brasiliense, 2007 – (Cinema 2).
FRIED, Michael. Being There : Michael Fried on two pictures by Jeff Wall. ArtForum, setembro de 2004.
http://www.findarticles.com/p/articles/mi_m0268/is_1_43/ai_n7069043
Leonardo Ventapane trecho da Dissertação de Mestrado "O olhar movimento no projeto fotográfico de Jeff Wall" UFRJ-PPGAV-2008
23
____________ . Arte e objetidade. In: Revista Arte & Ensaios n. 09. Rio de Janeiro. Programa de Pós-
Graduação em Artes Visuais/Escola de Belas Artes. UFRJ. 2002: 130-147. Tradução: Milton Machado.
___________. Jeff Wall, Wittgenstein et le quotidien. Les Cahiers du Mnam, no. 92, verão de 2005.
GALASSI, Peter. Jeff Wall. New York : The Museum of Modern Art, 2007. (Publicado em conjunto com a exposição
Jeff Wall, organizada pelo MoMA, de Nova York, e pelo San Francisco Museum of Modern Art, em 2007-2008).
GRUNDBERG, Andy. Crisis of the real: writings on photography since 1974 (Aperture Writers & Artists
on photography), New York: Aperture, 2005.
HEGEL, Friedrich. Estética: a idéia e o ideal. In: Hegel. Tradução de Orlando Vitorino. São Paulo: Nova Cultural,
1991. (coleção: Os Pensadores)
KEARNEY, Richard. Poetics of Imagining: From Husserl to Lyotard (Problems of Modern European
Thought). London: Harper Collins, 1991.
KRAUSS, Rosalind. Sculpture in the Expanded Field. In: October, vol. 8 (Spring, 1979), pp. 30-44.
MARIÑO, Melanie. Almost not photography. In “Conceptual art: theory, myth, and practice”, editado por
Michael Corris, Cambridge University Press, 2004.
NEWHALL, B. (ed.) Photography: Essays & Images. Boston: MoMA, New York Graphic Society, 1980.
PICAZO, Gloria e RIBALTA, Jorge (eds.) Indiferencia y Singularidad. Barcelona: Gustavo Gilli, 2003.
ROUILLÉ, André. La photographie: Entre document et art contemporain. Paris: Gallimard, 2005.
TUMLIR, Jan. The Hole Truth – Jeff Wall Interview. ArtForum, março de 2001.
www.findarticles.com/p/articles/mi_m0268/is_7_39/ai_75761314
WALL, Jeff. “Marks of Indifference”: Aspects of Photography in, or as, Conceptual Art. In:
“Reconsidering the object of art:1965-1975”, publicação que acompanhou a exposição homônima, org. por Ann
Goldstein e Anne Rorimer, entre 15 de outubro de 1995 e 4 de fevereiro de 1996.
________. Jeff Wall: Selected Essays and Interviews. New York: The Museum of Modern Art, 2007.
(Publicado em conjunto com a exposição Jeff Wall, organizada pelo MoMA, de Nova York, e pelo San Francisco
Museum of Modern Art, em 2007-2008)
WOOD, Paul. Arte Conceitual. Tradução: Betina Bischof. São Paulo: Cosac Naify, 2002.
Bad at Sports
http://badatsports.com