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PROF. MA.

DANIELA MARQUES

FOTOGRAFIA
PUBLICITÁRIA
A CRENÇA NA "OBJETIVIDADE" DA
FOTOGRAFIA - DO MIMETISMO AO
TRAÇO DE REAL
AS CÚPULAS DE MORAN POINT, 1880.
FOTÓGRAFO: CARLETON WATKINS.
MULHERES EM FÁBRICA DE BISCOITOS, SIDNEY, 1920. FOTÓGRAFO:MILTON KENT
FOTOGRAFIA
COMO ESPELHO DO REAL
DO REAL
"Em matéria de pintura e estatuária, o Credo atual
das pessoas de sociedade (...) é o seguinte: "Acredito
na natureza e só acredito na natureza (...) Acho
que a arte só é e só pode ser a reprodução exata
da natureza. Assim, a indústria que nos desse
um resultado idêntico à natureza seria a arte
absoluta." Um Deus vingador acolheu
favoravelmente os desejos dessa multidão. Daguerre
foi seu Messias. E então ela disse para si: "Como a
fotografia nos proporciona todas as garantias
desejáeis de exatidão (eles acreditam nisso, os
insensatos!), a arte é a fotografia". A partir desse
momento, a sociedade imunda preciptou-se, como um
único narciso, para contemplar sua imagem trivial no
metal."
Charles Baudelaire, Le public modern et la
fotografia
FOTOGRAFIA
COMO ESPELHO
DO REAL
DO REAL
Medo e atração despertados pelo
surgimento da fotografia no fim do século
XIX
Reação dos artistas contra o domínio
crescente da indústria técnica na arte
"Sinistro visível" x "Riquezas do
imaginário"
Neutralidade objetiva do aparelho x
Subjetividade imaginária do artista
FOTOGRAFIA
COMO ESPELHO DO REAL
DO REAL

"Por que o artista


continuaria a tratar de
sujeitos que podem ser
obtidos com tanta precisão
pela objetiva de um
aparelho de fotografia?
Seria absurdo, não é? A
fotografia chegou no
momento certo para
libertar a pintura(...)"
Pablo Picasso

RETRATO DA MÃE DO ARTISTA, 1896


BUSTO DE UMA MULHER, 1944
FOTOGRAFIA
COMO ESPELHO DO REAL
DO REAL

Compreensão da fotografia como mimese -


como dispositivo que produz representações
com a máxima verossimilhança -
diretamente associado à noção de Ícone
Peirceana:
"Um ícone é um signo que remete ao objeto
que ele denota simplesmente em virtude
das características que ele possui, quer esse
objeto exista realmente, quer não"
FOTOGRAFIA
COMO ESPELHO
DO REAL
DO REAL

Pictorialismo e a busca pela afirmação


da fotografia como arte;
Reação contra o culto dominante da
foto como simples técnica de registro
fiel e objetivo da realidade
Manipulações visuais diversas que
acabam por assemelhar a fotografia à
pintura

STRUGGLE,1903
ROBERT DEMACHY
FOTOGRAFIA
COMO TRANSFORMAÇÃO
DO REAL
Discursos combatem a ideia mimética
da fotografia como transparência para
o real
Fotografia como uma interpretação-
transformação do real, como uma
formação arbitrária, cultural,
ideológica, percentualmente codificada.
Sua recepção necessita de um
aprendizado dos códigos de leitura

DIANE ARBUS - T WO LADIES AT THE AUTOMAT, N.Y.C. 1966


FOTOGRAFIA
COMO TRANSFORMAÇÃO
DO REAL
A foto é um conjunto de códigos
convencionados socialmente, um
símbolo.
"Para mim as fotos têm uma realidade
que as pessoas não têm. Só por intermédio
das fotos é que conheço essas pessoas"
Richard Avedon

TWIGGY - 1967 - RICHARD AVEDON


FOTOGRAFIA
COMO TRAÇO
DO REAL
FOTOGRAFIA
COMO TRAÇO
DO REAL
Definição baseada não no produto icônico concluído, mas no processo de
produção do mesmo
Princípio do traço marca apenas um momento no conjunto do processo
fotográfico:
- Momento prévio: escolhas e decisões do operador fotográfico (sujeito,
aparelho, película, tempo de exposição, ângulo de visão)...
- Momento "tomada"
- Distribuição imagética em circuitos de difusão culturalmente codificados
FOTOGRAFIA
COMO TRAÇO
DO REAL
“Assim, o detalhe que me interessa,
não é, ou pelo menos não é
rigorosamente, intencional, e
provavelmente não é preciso que o
seja; ele se encontra no campo da coisa
fotografada como um suplemento ao
mesmo tempo inevitável e gracioso; ele
não atesta obrigatoriamente a arte do
fotógrafo; ele diz apenas que o
fotógrafo se encontrava lá (...)”
Roland Barthes - A Câmara Clara

GARE SAINT LAZARE. 1932. PARIS. DE HENRI CARTIER BRESSON


FOTOGRAFIA
COMO TRAÇO
DO REAL
"A foto é em primeiro lugar índice. Só
depois ela pode tornar-se parecida
(ícone) e adquirir sentido (símbolo)"
"Índice são signos que mantêm ou
mantiveram uma relação de conexão
real, de contiguidade física, de co-
presença imediata com seu referente"
Philippe Dubois - O Ato Fotográfico

READING POSITION FOR SECOND DEGREE BURN1970 - DENNIS OPPENHEIM


RELAÇÃO QUE OS SIGNOS INDICIAIS MANTÉM


COM SEUS REFERENTES É SEPRE REGIDA POR
UMA CONEXÃO FÍSICA, RELAÇÃO ORDENADA
PELOS SEGUINTES PARÂMETROS:
JOSEPH KOSUTH, ONE AND THREE
CHAIRS,1965 - SINGULARIDADE
- ATESTAÇÃO
- DESIGNAÇÃO
"NO ÍNDICE, A FOTOGRAFIA É POR NATUREZA UM TESTEMUNHO
IRREFUTÁVEL DA EXISTÊNCIA DE CERTAS REALIDADES. ELA PROCEDE
(...) DIZENDO-NOS: "EIS O QUE VI, EIS O QUE TOQUEI, AGORA CABE A VÓS
TOCAR ATRAVÉS DOS OLHOS"
PHILIPPE DUBOIS - O ATO FOTOGRÁFICO
LINK DE ACESSO DRIVE COM
SLIDES, TEXTOS E PASTAS PARA
ENVIO DE ATIVIDADES

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