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FÍSICA VER CAPÍTULO

CAP. 02
MOVIMENTOS: VERTICAL, OBLÍQUO E HORIZONTAL Escaneie com o
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Conteúdo

SLIDES DO CAPÍTULO
Olhar de cientista

Rotina de pensamento:
3-2-1 Ponte
 ROTINA DE PENSAMENTO

Em outros capítulos, foram estudadas as formas gerais dos movimentos, como


sendo acelerados ou retardados, progressivos ou retrógrados. Agora,

dedicaremos a atenção aos movimentos que ocorrem sob ação de um campo


gravitacional, como os movimentos verticais, parabólicos e seus casos

particulares. Considerando-se as experiências cotidianas e os conhecimentos


prévios, observe o GIF e leia o texto a seguir.

3-2-1 inicial

GIPHY

Após observar o GIF, registrem em seus cadernos – ou em dispositivos digitais


– e depois compartilhem, conforme o(a) professor(a) pedir na aula, acerca do
movimento dos objetos envolvidos:

• 3 palavras;

• 2 perguntas;

• 1 metáfora ou comparação.

3-2-1 final

1
Salviati falando para Simplício:

— Fechai-vos com algum amigo no maior compartimento existente sob a coberta de


algum grande navio, e fazei que aí existam moscas, borboletas e semelhantes
animaizinhos voadores; seja também colocado aí um grande recipiente com água,
contendo pequenos peixes; suspenda-se ainda um balde, que gota a gota verse água
em outro recipiente de boca estreita, que esteja colocado por baixo: e, estando em
repouso o navio, observai diligentemente como aqueles animaizinhos voadores com
igual velocidade vão para todas as partes do ambiente; ver-se-ão os peixes nadarem
indiferentemente para todos os lados; as gotas cadentes entrarem todas no vaso posto
embaixo; e vós, lançando alguma coisa para o amigo, não deveis lançar com mais força
para esta que para aquela parte, quando as distâncias sejam iguais; e saltando, como se
diz, com os pés juntos, transporíeis espaços iguais em todas as partes.

Assegurai-vos de ter diligentemente todas essas coisas, ainda que não exista dúvida
alguma de enquanto o navio esteja parado as coisas devem acontecer assim, e fazei
mover o navio com quanta velocidade desejardes porque (sempre que o movimento
seja uniforme e não flutuante de cá para lá) não reconhecereis uma mínima mudança
em todos os mencionados efeitos, nem de nenhum deles podereis compreender se o
navio caminha ou está parado: saltando, percorreríeis no tablado os mesmos espaços
que antes, nem daríeis saltos maiores para a popa que para a proa, porque o navio se
move velocissimamente, ainda que, no tempo durante o qual estejais no ar, o tablado
subjacente deslize para a parte contrário ao vosso salto; e jogando alguma coisa
ao companheiro não será necessário atirá-la com mais força para alcançá-lo, se ele
estiver para a proa e vós para a popa, que estivésseis colocados ao contrário; e as gotas
continuarão a cair como antes no recipiente inferior, sem que nenhuma caia em direção
à popa, ainda que, enquanto a gota está no ar, o navio navegue muitos palmos; os
peixes na sua água nadarão sem maior esforço tanto para a parte precedente quanto
para a parte subsequente do vaso, e com a mesma facilidade chegarão ao alimento
colocado em qualquer lugar da borda do recipiente; e finalmente as borboletas e as
moscas continuarão seus voos indiferentemente para todas as partes, e nunca
acontecerá que se concentrem na parte endereçada para a popa, como se estivessem
cansadas de acompanhar o curso veloz do navio, do qual seriam separadas, por
manterem-se no ar por longo tempo; e se queimando alguma lágrima de incenso
produzísseis um pouco de fumaça, veríeis que ela se eleva para o alto e como uma
pequena nuvem aí se mantém, movendo-se indiferentemente não mais para esta que
para aquela parte. E a razão de toda esta correspondência de efeitos é ser o
movimento do navio comum a todas as coisas contidas nele e também no ar, razão pela
qual sugeri que se estivesse sob a coberta do navio.

GALILEI, G. Diálogo sobre os dois máximos sistemas do mundo ptolomaico e


copernicano. 1. ed. São Paulo: Editora 34/Associação Filosófica Scientiae Studia, 2011.

2
Considerando-se a experiência de pensamento oferecida pelo personagem
Salviati, registrem em seus cadernos – ou em dispositivos digitais – e depois

compartilhem, conforme o(a) professor(a) pedir na aula, acerca do significado


desse relato para a movimentação dos corpos em um navio:

• 3 palavras;

• 2 perguntas;

• 1 metáfora ou comparação.

Teorias do movimento na História


O conceito de movimento promoveu debates ao longo da História. Tais debates se

sustentaram por muitos séculos, pois não se chegava a um acordo acerca do que causaria o
movimento. Neste capítulo, direcionaremos a atenção a tipos específicos de movimento: a

queda livre e os lançamentos.

O movimento dos corpos segundo Aristóteles

Estátua em homenagem ao pensador grego Aristóteles, na Grécia.


shutterstock.com

Sabe-se que Aristóteles (384-322 a.C.) muito contribuiu para as diversas áreas do

3
conhecimento. Talvez sua formação como biólogo oferecia-lhe uma destacada atenção aos
processos da natureza, como o desenvolvimento e morte de seres humanos, vegetais e

animais, o que influenciaria sua filosofia.

De maneira geral, Aristóteles argumentava que todas as mudanças resultavam de um


propósito que era intrínseco às coisas. Assim, por exemplo, uma criança cresce e vira

adulta, pois é de sua natureza tornar-se adulta. Além disso, tudo era constituído de quatro
elementos básicos: ar, terra, água e fogo.

Todos os constituintes desses corpos tenderiam a voltar para seu lugar original, por

exemplo: a pedra é feita de terra, logo, procuraria a terra para repousar; a chama do fogo
aponta para cima porque procura sua origem, no caso, o Sol. Aristóteles ainda afirmava
que essa tendência natural promovia uma velocidade de aproximação da fonte, que era

proporcional à massa do objeto. Esses movimentos eram classificados como movimentos


naturais. Segundo essa filosofia, o repouso dos corpos em seus lugares naturais não
necessita de maiores explicações.

Ainda segundo o filósofo grego, há outra categoria de movimentos, chamados de


movimentos forçados (ou violentos). Nesses casos, um corpo deixaria seu lugar natural de
repouso apenas se fosse violentado por uma ação contínua de um agente externo, um
motor. Assim, para explicar o lançamento de uma pedra para o alto, Aristóteles

argumentaria que a mão imprimou uma força inicial à pedra. Após esse momento, a pedra
continuará subindo, pois nela age um motor externo devido ao ar, que possui duas funções.
A primeira, dada pelo ar localizado atrás da pedra, atuaria com uma função cinética,

mantendo o corpo em movimento. Contudo, Aristóteles nunca explicou o mecanismo pelo


qual o ar mantinha o movimento do objeto. A segunda, dada pelo ar na frente do objeto,
atuaria com uma função resistiva, desgastando o movimento, enfraquecendo-o.

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O movimento segundo Aristóteles, ilustrado em um texto matemático de 1561. No primeiro trecho, entre os pontos B
e F, ocorre um movimento em linha reta, conhecido como movimento violento. Após esse momento, entre os pontos
F e G, o objeto cai também em linha reta devido ao seu movimento natural. A repentina mudança angular do
movimento não era uma descrição física real, servia apenas para facilitar os cálculos matemáticos da época.
European Journal of Physics

Se você pudesse voltar no tempo, como convenceria Aristóteles a mudar de ideia a respeito
da movimentação dos corpos?

A Teoria do Impetus

Com a autoridade intelectual de Aristóteles, sua teoria para a movimentação dos corpos

perdurou por muito tempo. Hiparco de Niceia (190-120 a.C.) e Plutarco (46-119) chegaram a
se opor à concepção aristotélica, defendendo que alguma coisa se mantinha no corpo e esta
seria responsável por manter o movimento dos projéteis. Segundo eles, um corpo

armazenaria uma força interna, transmitida pelo lançador ao arremessá-lo. Esse conceito
não vingou, e só foi revisitado por outros pensadores durante a Idade Média.

No século VI, Filopono de Alexandria (490-570) retomaria a concepção de uma força interna

que seria transmitida pelo lançador e daria início à Teoria do Impetus. Seu trabalho foi
então retomado por alguns pensadores no século XIV, em particular pelo filósofo francês e
reitor da Universidade de Paris, Jean Buridan (1301-1358).

Segundo Buridan, quando um corpo é lançado, o lançador imprime ao corpo um certo


impetus, isto é, uma força que permite ao corpo se mover na direção que o lançador
externo a submeteu inicialmente. Esse impetus varia tanto com a velocidade do corpo

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quanto pela quantidade de matéria do corpo em movimento.

Desse modo, o ato de lançar um corpo transmitiria a ele uma força interna, ou impetus, que
serviria para manter o movimento. Além disso, o impetus de um corpo se extingue com o

tempo, fazendo o objeto se mover mais cada vez mais devagar até atingir o repouso.

Ilustração de 1684 representa o movimento de uma bola de canhão no ar. Na imagem, reconhece-se o movimento
violento que ocorre linearmente até um momento de movimento misto, no qual o movimento reduz com o tempo até
retomar um movimento em linha reta, de tendência natural do objeto. Nesse momento, já era conhecido o movimento
parabólico do projétil, descrito por Galileu em 1638. Contudo, considerar matematicamente a resistência do ar era
uma tarefa difícil, que só receberia devida atenção após o trabalho de Newton, em 1687.
European Journal of Physics

Em resumo, a Teoria do Impetus determina que um objeto colocado em movimento adquire

um impetus que serve para mantê-lo em movimento. O impetus era tido como uma
qualidade do objeto, transferida pelo lançador que o colocaria em movimento, e ele se
esgota com o tempo, a depender da força inicial transmitida, de influências externas como
a resistência do ar e de algumas características do objeto, como sua forma e peso.

Veremos mais adiante, no capítulo, como o entendimento clássico de movimentação dos

corpos em um campo gravitacional surgiu com as contribuições de Galileu Galilei (1564-

1642).

6
Agora é com você

Questão 01

Compare a interpretação de movimento segundo Aristóteles e segundo a Teoria do


Impetus.

Campo gravitacional
Felix Baumgartner salta da estratosfera a partir de uma cápsula criada apenas para a realização desse feito.
GIPHY

O domingo do dia 14 de outubro de 2012 não foi um domingo qualquer. Nesse dia, o
paraquedista austríaco Felix Baumgartner superou 8 recordes mundiais saltando de uma

altura de metros. Essa altitude é mais do que quatro vezes a elevação do Monte

Everest, montanha mais alta da Terra. Então, como ele realizou tal feito e o que isso
significa para o estudo do campo gravitacional?

Sabemos que a Terra promove uma ação atrativa sobre os corpos que apresentam massa e
estão a certa distância dela. Essa atração é responsável por manter os corpos celestes em

órbita, como a Lua e os outros planetas. O campo gravitacional é quantificado pela

grandeza aceleração do campo gravitacional.

A aceleração gravitacional é uma grandeza vetorial, sendo representada por Sua direção
e seu sentido são sempre verticais, apontando para o centro do planeta. O valor dessa

aceleração depende de vários fatores, como o local do globo e a distribuição de massa no

planeta. Ao nível do mar e a uma latitude de 45 graus, a aceleração da gravidade é de:

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As regiões em vermelho têm intenso campo gravitacional, logo, um valor de

maior, ao contrário das regiões em azul. (Imagem sem escala).


International Centre for Global Earth Models (ICGEM)

O campo gravitacional terrestre apresenta variações em diferentes pontos do globo, em

especial pelo formato não esférico do planeta e pela distribuição não uniforme de massa.

Em 2011, uma parceria da Agência Espacial Europeia e do Grupo Explorador da Circulação


Oceânica divulgou um geoide atualizado da Terra, conforme ilustrado na figura.

Com isso, no contexto do salto, a aceleração gravitacional era de, aproximadamente,

na altitude de metros. Seres humanos não sentem essa diferença, mas

estudá-la pode ajudar a prever catástrofes, a entender melhor a dinâmica do planeta, e a


realizar cálculos e estimativas mais precisas do movimento. Para fins de cálculos gerais, ao

longo do capítulo, considera-se a aproximação

Curiosidade

A aceleração gravitacional varia entre os planetas do Sistema Solar. A maior

aceleração gravitacional é na superfície de Júpiter, com e, a menor, na

superfície de Mercúrio, com Devido à grande massa do Sol, a aceleração


gravitacional em sua superfície é de

Queda livre

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Queda livre

Mulher brasileira bombeando água a partir de um poço subterrâneo no século XXI.


shutterstock.com

Muitas regiões do país ainda não têm acesso à água encanada. Muitos municípios

brasileiros são total ou parcialmente dependentes de poços subterrâneos para obtenção de


água. Esse recurso é, ainda, inversamente proporcional ao tamanho das cidades: quanto

menor a cidade, mais se utilizam poços subterrâneos para obtenção de água.

Desse modo, esses poços são uma alternativa para a obtenção de água em lugares onde não

há abastecimento feito por uma rede de distribuição estatal ou privada. Mesmo nas grandes
cidades, há condomínios com poços artesianos como uma forma de lidar com as crises

hídricas que, de tempos em tempos, afetam-nas. As características desses poços mudam

conforme sua função e profundidade.

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Poço para captação de água subterrânea através do uso de balde e polias.
shutterstock.com

Até o século XVI, não havia tecnologia para bombear água dos poços. Então, na época de

Galileu, utilizavam-se poços tradicionais, nos quais era necessário descer um balde para

captar a água.

Imagine que você precise determinar a profundidade de um poço de captação de água

subterrânea e não possui medidores ou equipamentos modernos. Como resolveria esse


problema?

Que tal deixar um objeto – como uma pedra – cair a partir do repouso e escutar o barulho

de sua queda na água? Intuitivamente, sabemos que, quanto maior o tempo entre soltar a

pedra e escutar o barulho de sua queda, maior será a profundidade do poço. Essa relação
deriva da formulação do conceito de queda livre.

Queda livre é o movimento de um corpo, em direção ao solo, sob ação exclusiva do

campo gravitacional.

Aceleração de um corpo em queda livre

Em nossos estudos, desconsideraremos a resistência do meio no qual os corpos se

encontram, geralmente o ar. Portanto, quando os corpos estão caindo livremente na

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superfície da Terra, eles ficam sujeitos somente à ação da força peso.

Relembre: a força peso

Todos os corpos possuem uma propriedade intrínseca: a massa. A força peso, uma

grandeza vetorial usualmente representada pela letra é a força por meio da qual

os corpos são atraídos à Terra. Sua intensidade é calculada pelo produto da massa
pela aceleração da gravidade. Assim, tem-se, matematicamente, a seguinte expressão:

A unidade da força peso, no SI, é o newton (N).

Sabemos que a força resultante é igual à massa multiplicada pela aceleração:


Também sabemos que Como na queda livre os corpos são sujeitos somente à

ação da força peso, então, a força peso é a própria força resultante, de tal modo que:

Assumindo a aceleração gravitacional constante, tem-se que o corpo realiza um movimento


uniformemente variado. Ou seja, sendo o módulo da aceleração igual a então, o

corpo que é abandonado do repouso terá sua velocidade aumentando em uma razão linear

de 10 metros por segundo a cada segundo.

Variação da velocidade no tempo de um corpo em queda.

Sabe-se que o movimento depende do referencial. Assim, é necessário adotarmos algum


referencial que indique o sentido positivo. Nesse momento, vamos orientar a trajetória para

baixo, com sua origem na posição de liberação do corpo em repouso Assim,

teremos um movimento de queda acelerado. Contudo, a depender do problema investigado,


pode ser mais conveniente adotar o referencial positivo para cima.

11
Adotando o sistema de referência do movimento como sendo positivo para baixo, o vetor aceleração da gravidade é
tido como positivo.

O módulo da aceleração do corpo será dado pela própria constante da aceleração


gravitacional:

Essa igualdade, entre a aceleração gravitacional e a aceleração do corpo, ao desconsiderar a

resistência do meio, indica que a massa do corpo não influencia em sua aceleração (ou a
velocidade de queda). Esse resultado foi indicado por Galileu, em 1638, do seguinte modo:

Se verificarmos efetivamente que os móveis de diferentes pesos específicos diferem cada vez
menos em velocidade à medida que os meios são cada vez menos resistentes e que,
finalmente, embora extremamente desiguais em peso, no meio mais tênue, ainda que não
vazio, a desigualdade das velocidades é pequeníssima e quase inobservável, parece-me que
poderemos admitir, como conjectura altamente provável, que no vazio suas velocidades
seriam totalmente iguais.

GALILEI, G. Duas novas ciências. 2. ed. São Paulo: Nova Stella, 1988.

Conforme o exposto, elencam-se três propriedades do movimento em queda livre:

• A orientação do movimento pode ser feita de modo arbitrário pelo observador. Pode-
se tanto assumir o solo como o ponto zero quanto a posição de início da queda como
ponto zero. Contudo, evitam-se complicações desnecessárias orientando a trajetória

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como sendo positiva para baixo.

• A causa da queda é pela ação do campo gravitacional, em que a aceleração do corpo


tem módulo, aproximadamente, igual a

• A velocidade do corpo aumenta em iguais proporções em iguais intervalos.

No salto realizado por Felix Baumgartner, o tempo de queda livre foi de 4 minutos e 19
segundos, quebrando a barreira do som, que ao nível do mar e em temperatura de 20
graus Celsius é de Devido à progressiva resistência do ar (a densidade do ar

não foi constante durante o salto), Felix atingiu a velocidade terminal (a velocidade máxima
atingida por um corpo em queda) de em apenas 40 segundos.

Representação gráfica de um corpo em queda livre

Nota-se que a aceleração da gravidade se mantém constante, ao passo que a velocidade do

corpo aumenta. Dessa forma, entende-se como se comporta o gráfico da aceleração por
tempo e da velocidade pelo tempo de um móvel em queda livre.

A aceleração da gravidade se mantém constante durante todo o trajeto, por isso é representada por uma reta
horizontal. A velocidade aumenta linearmente com o tempo de queda e sua representação gráfica é uma reta
inclinada.

Como o movimento é uniformemente variado, os espaços estão variando com o quadrado

do tempo, conforme o gráfico seguinte.

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O espaço é diretamente proporcional ao quadrado do tempo, e seu gráfico é um arco de parábola.

Sendo a queda livre uma aplicação de movimento uniformemente variado, serão usadas as

mesmas equações do MUV. Não é necessário na queda livre que a velocidade inicial seja
nula. Porém, para introduzir o conceito, consideraremos um corpo que possua velocidade
inicial nula (abandonado do repouso). Com isso, no gráfico, o corpo parte da origem.

Como o deslocamento na vertical é chamado de altura e a aceleração do corpo é a

aceleração da gravidade tem-se que as funções horárias da velocidade e do espaço


serão representadas do seguinte modo:

Devido à aceleração da gravidade, o movimento na vertical é uniformemente variado.

Exemplo: determinação da altura no problematização inicial da queda da pedra no


polo. Desconsidere a resistência do ar e o tempo que o som da pedra atingindo a água leva
até ser ouvido.

Suponha que se escuta a pedra cair na água do fundo do poço após 4 segundos do

lançamento. Nesse caso, pode ser expressa como a metade do módulo da aceleração
gravitacional multiplicado pelo tempo de queda ao quadrado. Matematicamente, tem-se:

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Perfil

Fonte: Reprodução

Galileu Galilei (1564-1642) foi um dos principais nomes do desenvolvimento da ciência


moderna. A queda de corpos sob a ação da aceleração da gravidade foi o primeiro
tema de estudo que se assemelha ao que, atualmente, chamamos de Física. Apesar de

outras pessoas terem contribuído com esse estudo, é notória a participação de Galileu
Galilei. Além da mecânica, Galileu dedicou-se ao estudo de fluidos, da Astronomia e
da

construção e do aperfeiçoamento de instrumentos básicos de laboratório, como o


relógio de pêndulo, a balança hidrostática e o telescópio refrator. Ao campo da
Astronomia, são feitas

as referências mais positivas a Galileu, como a descoberta das luas de Júpiter e das
manchas solares. Suas contribuições para a Física e para a Astronomia lhe renderam
prestígio científico ao mesmo tempo que fez inimigos. Em 1616, a Igreja Católica

condenou o seu livro Mensageiro Sideral, escrito em italiano, e publicado em 1610.


Com isso, Galileu foi obrigado a abandonar sua defesa do sistema copernicano de
Universo – o heliocentrismo – sob pena de heresia. Contudo, em 1632, o cardeal

Barberini, então amigo de Galileu, tornou-se o papa Urbano VIII. Galileu considerou
que esse fosse um momento propício para disseminar suas ideias a respeito da
movimentação dos corpos e dos sistemas de mundo na sua principal obra Diálogo

sobre os dois principais sistemas de mundo. Sua estratégia não deu certo e ele foi
perseguido pela Inquisição, ficando em prisão domiciliar de 1633 até a sua morte.

15
Acesse: uma exploração da história de Galileu

Muitas das contribuições de Galileu para a história da Ciência estão reunidas no

Museu Galileo, em sua homenagem, em Florença. É possível realizar um tour virtual


pelas alas do museu e conferir os diferentes vídeos, experimentos utilizados e até
objetos curiosos, como o dedo médio do próprio Galileu. O tour virtual está

disponível apenas nos idiomas italiano e inglês.

Exercício resolvido

1.
Um corpo é abandonado a do solo. Considerando que e que o
corpo esteja livre de forças dissipativas, determine o instante em que o móvel atingiu
o solo, bem como sua velocidade nesse momento.

Resolução:

Utilizando a equação demonstrada de queda livre, tem-se:

Substituindo os dados do enunciado, temos:

Sendo então:

Agora é com você

Questão 01

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O "Baby Clay", da Acme, entrou para o Guinness, o livro dos recordes, como o maior tijolo do
mundo. Ele pesa toneladas, tem 3 metros de comprimento e demorou 13 meses para ser

feito.

Assinale a única alternativa correta acerca do que acontecerá se esse tijolo gigante for

abandonado no vácuo com uma bola de futebol a uma altura de 40 metros, em um planeta
hipotético X, onde a gravidade é o dobro da gravidade da Terra.

A Por ser mais pesado, o tijolo cairá primeiro do que a bola de futebol, chegando ao solo
após 2 segundos.
B Por possuir uma menor área de contato com o ar, a bola de futebol chegará ao solo
primeiro após 4 segundos de queda.
C Ambos chegarão ao solo no mesmo instante, após 2 segundos, pois os dois corpos não
sofrerão nenhuma força de resistência.
D Por estarem em queda livre, a força resultante nos dois corpos será nula. Eles atingirão
uma velocidade limite e, depois, realizarão um movimento uniforme, chegando ao solo
após 4 segundos.
E Independentemente do meio de onde foram abandonados, os dois corpos chegarão
juntos, após 2 segundos, ao solo.

Questão 02

Rita e Cecília querem descobrir a altura de um mirante em relação ao nível do mar.


Para isso, lembram-se de suas aulas de Física básica e resolvem soltar uma moeda do

alto do mirante e cronometrar o tempo de queda até a água do mar. Cecília solta a

17
moeda, e Rita (lá embaixo) cronometra Considerando-se é correto
afirmar que a altura desse mirante será de, aproximadamente:

A
B
C
D
E

Lançamento vertical
Presidente americano Ronald Reagan lançando uma moeda para decidir quem começa com a posse de bola na final do
futebol americano, Super Bowl XIX, em 20 de janeiro de 1985.
GIPHY

As diversas culturas e sociedades humanas apresentam os mais diversos tipos de rituais


sociais. Por exemplo, o lançamento de moedas para tomar decisões. A origem desse
procedimento não é clara. Atualmente, utiliza-se desse recurso em competições

esportivas. Tradicionalmente, em alguns países, como no Brasil, as partidas de futebol se


iniciam após um lançamento de moedas. Em geral, quem realiza o lançamento é o árbitro,
mas há momentos que celebridades, políticos ou outras pessoas são convidadas para

realizar o lançamento, prática comum nos Estados Unidos.

Imagine uma moeda nas mãos de um árbitro de futebol americano. Ele a arremessa
verticalmente e depois a segura em suas mãos. Considerando nula a resistência que o ar

exerce sobre os corpos e desprezando os efeitos de rotação da moeda, tem-se um


lançamento vertical.

Importante: o lançamento vertical é o caso geral da queda livre

No lançamento vertical, o objeto é lançado para cima com velocidade inicial Com
o ganho de altura, a velocidade deve diminuir pela ação da força peso até chegar ao

ponto mais elevado, no qual o objeto para momentaneamente Como a força


peso continua atuando sobre o objeto, ele passa a descer, agora com velocidade
crescente, seguindo o padrão da queda livre.

Assim como na queda livre, no movimento vertical também é possível orientar o sentido
positivo da trajetória tanto para cima quanto para baixo. Perceba, com as ilustrações a

seguir, que o sinal da aceleração da gravidade é determinado observando a orientação da


trajetória e não depende do fato de o corpo estar subindo ou descendo. O movimento de

18
subida ou descida irá determinar o sinal que acompanha a velocidade escalar do corpo.

1.
Trajetória orientada para cima: no movimento de subida, a velocidade será positiva e a
aceleração negativa. No movimento de descida, inverte-se apenas o sinal da velocidade.

2.
Trajetória orientada para baixo: no movimento de subida, a velocidade será negativa e a
aceleração positiva. No movimento de descida, inverte-se apenas o sinal da velocidade.

Note que, em ambos os cenários, velocidade e aceleração apresentam sinais contrários

(positivo ou negativo) na subida. Por outro lado, elas apresentaram o mesmo sinal (positivo
ou negativo) durante a descida.

Na próxima página, serão analisadas as equações que descrevem o lançamento vertical.


Note que não foram analisadas as causas do movimento, mas sim o movimento enquanto

tal. As teorias que buscavam uma justificativa para os movimentos que vimos na página 2,
especialmente de Aristóteles e o impetus medieval, foram abandonadas ao longo do século
XVI devido a contribuições de diversos cientistas, em particular, Galileu.

19
Com Galileu, houve uma importante mudança no estudo da movimentação dos corpos.
Diferentemente dos seus antecessores, o italiano foi o primeiro a estudar o movimento
enquanto tal, sem se preocupar com as suas causas. Nessa perspectiva, os movimentos se

conservam, não porque é um "movimento natural" resultado da propriedade de um corpo


como pregava Aristóteles, ou porque acontece devido a um agente, como defendia o
impetus; mas sim porque ele simplesmente é movimento. O estudo da causa dos

movimentos seria retomado posteriormente por Isaac Newton (1643-1727), conforme


apresentado nos capítulos de Dinâmica.

Leitura Complementar

Galileu e a história do experimento na torre de Pisa

20
Representação da queda de um móvel feita por Galileu em seu livro "Duas
novas ciências", de 1638. Na figura, o segmento

indica o tempo decorrido, enquanto que o segmento

representa os espaços percorridos durante os tempos indicados em

Duas novas ciências

Assim como você já deve ter ouvido falar sobre a história da maçã que caiu na
cabeça de Newton enquanto ele repousava sob uma macieira, também há a história

de que Galileu realizou um experimento público do alto da torre de Pisa para refutar
a lei aristotélica, a qual diz que a velocidade de queda dos corpos seria proporcional
ao seu peso.

21
Alguns(mas) físicos(as), historiadores(as) e outros(as) estudiosos(as), como Alexandre

Koyré (1892-1964), Lane Cooper (1875-1959), Leon Lederman (1922-2018) e Michael


Segre (1950-) argumentam que esse episódio não ocorreu. Caso tenha de fato
ocorrido, foi apenas para exibição, pois Galileu já conhecia o resultado

antecipadamente, e o experimento não teve impacto sobre o pensamento dele.

Entenda o contexto do surgimento dessa narrativa feita pelo primeiro biógrafo de


Galileu, Vincenzo Viviani (1622-1703):

Viviani escrevia durante uma época em que uma biografia tinha que seguir certos padrões,
como os adotados por Giorgio Vasari (1511-1574), o pintor e arquiteto maneirista que
escreveu o Vite, a mais famosa coleção de biografias da História da Arte. Um dos elementos
recorrentes nesse estilo de biografia é o embelezamento da imagem do artista por meio de
anedotas, muitas vezes inventadas. O importante, então, era embelezar a imagem de Galileu,
mesmo que por meio de histórias inventadas. Mas até mesmo esse embelezamento estava
sujeito a certas regras, ditadas pelos gostos do público de Viviani. Um público geral educado,
muitos da nobreza, do clero e das universidades. Esse público preferia ouvir sobre coisas
físicas práticas, em vez de questões matemáticas abstratas.

[...]

Viviani, ao descrever a história da Torre de Pisa, não estava escrevendo como cientista ou
como historiador da ciência, mas como um escritor, dirigindo-se a um público interessado em
literatura. Ele deve ser elogiado por ter conseguido produzir tal prosa, com tanta verdade
nela. E, como Lane Cooper deixou claro em sua obra, ele é provavelmente mais confiável
como historiador da ciência do que muitos historiadores modernos da ciência que
amplificaram o que ele escreveu. Assim como é importante reconhecermos o experimento da
Torre de Pisa como mito e não como fato histórico, para não sermos convencidos por
argumentos de autoridades no assunto, também é válido de se levar em consideração o
contexto literário que vivia Viviani ao se escrever essa lenda.

[...]

"Foi então que, para grande indignação de todos os filósofos, ele [Galileu] demonstrou – com
o auxílio de experiências, provas e raciocínios exatos – a falsidade de numerosíssimas
conclusões de Aristóteles sobre a natureza do movimento, conclusões que, até então, eram
tidas como perfeitamente claras e indubitáveis. Assim, entre outras, a de que as velocidades
de móveis da mesma matéria, mas desigualmente pesados e movendo-se através do mesmo
meio, não obedecem à proporção de seus pesos, como é declarado por Aristóteles, mas se
movem, todos, com a mesma velocidade. O que demonstrou em repetidas experiências, feitas
no alto do campanário de Pisa, na presença de todos os outros professores e filósofos e de
toda a Universidade. (Relato de Vincenzo Viviani, o primeiro biógrafo de Galileu, publicado em

22
1717.)"

[...]

Galileu não fez o experimento da Torre de Pisa, pois sabia que a resistência do ar influenciaria
no movimento da queda de objetos.

ALVES, W. R. S. Galileu e o experimento da torre de pisa no ensino médio. Dissertação (Mestrado


Profissional em Ensino de Física). Universidade Federal de São Carlos, Sorocaba, 2019.

Assista: a queda de objetos no vácuo

O apresentador Brian Cox visita a maior câmara de vácuo do mundo, localizada em

uma das instalações da NASA, no estado americano de Ohio. Nesse vídeo, é


mostrada a queda de uma bola de boliche e de um conjunto de penas soltas ao mesmo
tempo. Como previsto por Galileu, ambos os objetos chegam ao chão no mesmo

instante.

Agora é com você

Questão 01

Um projétil de brinquedo é arremessado verticalmente para cima, da beira da sacada de um


prédio, com uma velocidade inicial de O projétil sobe livremente e, ao cair, atinge a
calç ada do prédio com uma velocidade de módulo igual a Indique quanto tempo o

projétil permaneceu no ar.

Dados: despreze os efeitos de atrito sobre o movimento do projétil; considere

A
B
C
D
E

Equações do movimento vertical


Até o momento, entendemos conceitualmente o significado do lançamento vertical. Em

23
palavras, poderíamos descrever o movimento vertical do seguinte modo: o corpo é lançado

verticalmente para cima, logo, sua velocidade inicial é diferente de zero. À medida que o
corpo sobe, o módulo de sua velocidade diminui, até que ela se anule. Nesse instante,
temos a altura máxima do corpo. Assim, o corpo retorna à superfície de lançamento,

chegando a ter a mesma velocidade inicial. À medida que o corpo desce e o módulo de sua
velocidade aumenta, passa-se a ter um movimento de queda livre. Ao considerar a
aceleração da gravidade constante e diferente de zero, desprezando a resistência do ar, o
tempo de queda do corpo é o mesmo tempo gasto na subida.

Pode-se expressar matematicamente o trecho anterior a partir de algumas expressões


matemáticas, semelhantes às expressões da queda livre. As fórmulas utilizadas são as

mesmas, acrescidas de uma velocidade inicial e de uma eventual altura de lançamento

Por isso, tem-se:

Como no lançamento vertical para cima, a velocidade inicial não é zero. As equações que caracterizam o movimento
não podem ser reduzidas como as equações da queda livre.

Cálculo do tempo de subida

Considere um objeto lançado com velocidade em módulo igual a em uma trajetória


orientada para cima, em um lugar onde a aceleração da gravidade seja constante, com

módulo igual a e os efeitos do ar sejam desprezíveis.

24
Movimento vertical para cima com orientação positiva da trajetória no sentido do movimento. Na altura máxima a
velocidade é nula.

Para se calcular o tempo de subida do objeto, usa-se a equação horária da velocidade

do movimento uniformemente variado:

Sabemos que o corpo para de subir, pois sua velocidade foi diminuindo até zerar devido à

aceleração gravitacional estar atuando em sentido contrário. Considere o sentido positivo da


trajetória para cima, conforme ilustrado.

Assim, podemos substituir os elementos de tal forma que:

Logo, o tempo de subida do corpo é expresso por:

Cálculo da altura máxima

Para determinar a altura máxima atingida pelo corpo, usa-se a equação de Torricelli do
movimento uniformemente variado:

Na altura máxima acontece a inversão do sentido do movimento. Ou seja, a velocidade

final é nula. Mantendo a orientação do sentido positivo da trajetória para cima, temos:

25
Logo, a altura máxima será expressa por:

Note que as equações para determinar o tempo de subida e a altura que o corpo alcança
derivam da aplicação das equações mais gerais do movimento uniformemente variado.

Organizando as ideias: características do lançamento vertical

• A velocidade inicial é diferente de zero

• O módulo da velocidade diminui ao subir, resultando em um movimento


retardado.

• O instante de repouso acontece ao alcançar a altura máxima. Nesse instante, a


velocidade final de subida é zero fazendo com que o corpo volte à
posição de lançamento, desenvolvendo um movimento de queda livre.

• A velocidade inicial de lançamento é igual à velocidade final de descida. E o


tempo gasto para subir é igual ao tempo gasto para descer.

• Tomando dois pontos distintos e na trajetória vertical, o intervalo


decorrido na subida de até é igual ao da descida de até

Exercício resolvido

1.
Uma criança joga uma pedra verticalmente para o alto e observa que ela volta às
suas mãos depois de Desprezando a resistência do ar e admitindo
responda aos itens seguintes.
a) Com que velocidade a criança lançou a pedra?
b) Qual a altura máxima atingida pela pedra?
c) Com que velocidade a pedra passa pela altura de

Resolução:

26
a) Fixa-se a origem na posição de lançamento Como a pedra volta a essa

posição depois de então, para Para obter aplica-se:

Substituindo os dados do enunciado, temos:

Logo, velocidade inicial da pedra será:

b) Para determinar a altura máxima, temos que considerar Da expressão de

Torricelli:

Substituindo os dados do enunciado, temos:

Logo, a altura máxima atingida pela pedra será:

c) Para determinar a velocidade da pedra na altura dada, precisamos substituir


e os dados obtidos nos itens anteriores na equação de Torricelli:

Note que ambas as respostas são válidas: quando a pedra está subindo e

quando a pedra está caindo, como o esperado.

27
Agora é com você

Questão 01

Um móvel é atirado verticalmente para cima a partir do solo, com velocidade inicial de

Despreze a resistência do ar e adote a origem dos espaços no solo com a


trajetória orientada para cima. Determine o que se pede nos itens seguintes.

Dado:

1.a)

As funções horárias do movimento.

1.b)

O tempo de subida.

1.c)

A altura máxima atingida.

1.d)

Em o espaço e o sentido do movimento.

1.e)

O instante e a velocidade escalar quando o móvel atinge o solo.

Questão 02

Uma moeda é lançada verticalmente para baixo com velocidade inicial de sob a

ação da gravidade. Qual é a distância percorrida pela moeda durante o quinto segundo

de movimento?

Dados: desconsidere a resistência do ar. Aceleração da gravidade:

A
B
C
D
E

Determinação da aceleração gravitacional

28
Determinação da aceleração gravitacional
Ao longo do capítulo, estudamos o desenvolvimento histórico do conceito físico do
lançamento vertical e seu caso particular de queda livre. Agora, vamos estimar qual o valor

da aceleração gravitacional na região onde estamos.

Investigando:
aceleração gravitacional
 PRÁTICA ATIVA

O primeiro registro mais preciso da aceleração gravitacional foi realizado pelo

físico e matemático holandês Christian Huygens (1629-1695), em 1659, 17 anos


após a morte de Galileu. Na época, Huygens encontrou o valor de,

aproximadamente, um erro de apenas 3% do valor atual.

Junte-se em duplas ou trios e resolvam o seguinte problema: como determinar


a aceleração gravitacional experimentalmente? Utilizem os materiais que

julgarem necessário.

Pratique: queda livre e lançamento vertical


Questão 01

Um astronauta está na superfície da Lua quando solta, simultaneamente, duas bolas

maciças, uma bola de chumbo e outra de madeira, de uma altura de em relação à

superfície. Nesse caso, pode-se afirmar que:

A a bola de chumbo chegará ao chão um pouco antes da bola de madeira, mas


perceptivelmente antes.
B a bola de chumbo chegará ao chão um pouco depois da bola de madeira, mas
perceptivelmente depois.
C a bola de chumbo chegará ao chão ao mesmo tempo que a bola de madeira.
D a bola de chumbo chegará ao chão bem antes da bola de madeira.
E a bola de chumbo chegará ao chão bem depois da bola de madeira.

Questão 02

29
Uma das grandes revoluções conceituais na Física foi o rompimento com a ideia de que

objetos com massas diferentes demorariam tempos diferentes para cair de uma mesma

altura, tendo a mesma velocidade inicial. Essa ideia predominou durante séculos até ser
refutada por Galileu Galilei. Ele argumentou que dois objetos (mesmo com massas

diferentes), quando soltos ao mesmo tempo, de uma mesma altura a partir do repouso,

chegariam ao solo simultaneamente. Esse fato, juntamente de outras descobertas científicas


e culturais da época, marcou o início de uma revolução na história da humanidade.

Qual a revolução histórica ocorrida no período em que Galileu estava inserido e qual a explicação
física que fundamenta o argumento fornecido por ele?

Note e adote: admita que Galileu tenha desconsiderado a resistência do ar em seu argumento.

A A Escolástica e o fato de que a energia mecânica dos objetos é a mesma.


B O Iluminismo e o fato de que a Terra atrai os objetos com a mesma força.
C O Renascimento e o fato de que os objetos estão sujeitos à mesma aceleração.
D O Positivismo e o fato de que a variação de energia cinética dos objetos é a mesma.
E A Revolução Industrial e o fato de que os objetos estão sujeitos à mesma força gravitacional.

Questão 03

A castanha-do-pará (Bertholletia excelsa) é fonte de alimentação e renda das populações


tradicionais da Amazônia. Sua coleta é realizada por extrativistas que percorrem quilômetros de

trilhas nas matas, durante o período das chuvas amazônicas. A castanheira é uma das maiores

árvores da floresta, atingindo facilmente a altura de O fruto da castanheira, um ouriço, tem


cerca de e contém, em média, sementes. Baseando-se nesses dados e considerando o

valor-padrão da aceleração da gravidade pode-se estimar que a velocidade com que o

ouriço atinge o solo, ao cair do alto de uma castanheira, é de, em m/s, aproximadamente:

A
B
C
D
E

Questão 04

A laje do teto de uma sala deixa gotejar água de chuva, caindo as gotas com frequência constante.

Uma fotografia instantânea mostra que as distâncias entre três gotas consecutivas são,
respectivamente, e (ver figura).

30
Conclui-se que, desde que a resistência do ar seja desprezível, a gota que caiu antes da gota se

encontra, abaixo dessa, a uma distância de:

A
B
C
D
E

Questão 05

Um objeto é solto do repouso de uma altura no instante Um segundo objeto é

arremessado para baixo com uma velocidade vertical de após o primeiro objeto.

Sabendo que os dois atingem o solo ao mesmo tempo, calcule

́
Dados: resistência do ar desprezivel;

A
B
C
D
E

Questão 06

Numa filmagem, no exato instante em que um caminhão passa por uma marca no chão, um
dublê se lança de um viaduto para cair dentro de sua caçamba. A velocidade v do

caminhão é constante e o dublê inicia sua queda a partir do repouso, de uma altura de

da caçamba, que tem de comprimento. A velocidade ideal do caminhão é aquela


em que o dublê cai bem no centro da caçamba, mas a velocidade real v do caminhão

poderá ser diferente e ele cairá mais à frente ou mais atrás do centro da caçamba.

31
Para que o dublê caia dentro da caçamba, v pode diferir da velocidade ideal, em módulo, no

máximo:

A .
B .
C .
D .
E .

Questão 07

Uma torneira, situada a uma altura de acima do solo, pinga lentamente à razão de

gotas por minuto.

Dado:

a) Com que velocidade uma gota atinge o solo?

b) Que intervalo de tempo separa as batidas de gotas consecutivas no solo?

Questão 08

Uma bola cai em queda livre, a partir do repouso. Quando a distância percorrida for h, a

velocidade será Quando a distância percorrida for a velocidade será Calcule

a razão Considere desprezível a resistência do ar.

Lançamento oblíquo
Os Jogos Olímpicos surgiram na Grécia Antiga, no século VIII a.C., época ainda anterior a

Aristóteles. Após esse período grego e num período de formação de grandes impérios,

conquistas e disputas religiosas, as Olimpíadas não aconteceram, sendo retomadas apenas


no final do século XIX, em 1896. A cidade sede da primeira Olimpíada da Era Moderna foi

Atenas.

Desde então, os jogos olímpicos acontecem a cada quatro anos, com exceção dos anos de

1914, 1918, 1939 e 1945, devido às duas grandes guerras. Em 2020 houve a pandemia do

coronavírus. Por esse motivo, as Olimpíadas, que aconteceriam em 2020, em Tóquio, foram,
excepcionalmente, adiadas para 2021.

32
Observe as imagens que representam 5 diferentes esportes olímpicos. O que todos esses

esportes têm em comum?

Jogo de voleibol paralímpico entre as equipes da Rússia e Holanda, realizado em 2014, na Rússia.
Pukhov K / shutterstock.com

A jogadora L. Jackson realiza um arremesso livre em uma partida válida pela Liga Europeia Internacional de basquete.
Mirt Alexander / shutterstock.com

33
O atleta francês Bastien Auzeil realiza um arremesso de dardo nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016.
Celso Pupo / shutterstock.com

Jogador espanhol realiza uma cobrança de falta.


Maxisport / shutterstock.com

34
Atleta profissional Kiira Vegananen, da Finlândia, realiza um arremesso de martelo na final do campeonato mundial,
em 2018.
Denis Kuvaev / shutterstock.com

Todos os esportes retratados são praticados a partir de lançamentos oblíquos.


Diferentemente do lançamento vertical, agora, os corpos (geralmente bolas, no caso dos

esportes) se deslocam simultaneamente em duas direções. Esse é o caso do lançamento

oblíquo e do lançamento horizontal, que constituem os lançamentos não exclusivamente


verticais.

35
Relembre: Princípio de Galileu e decomposição vetorial

O Princípio de Galileu, também conhecido como Princípio da Independência dos

Movimentos Simultâneos, diz: para um corpo que realiza um movimento composto,


cada um dos movimentos que o compõem se processa como se os demais não

existissem e no mesmo intervalo de tempo. Isso significa que, para descrever um

movimento composto, basta analisar individualmente cada movimento que o


compõe.

Um dos casos mais importantes de decomposição vetorial é quando os vetores são


perpendiculares entre si; assim, é possível aplicar as relações trigonométricas do

triângulo retângulo.

Na decomposição vetorial são utilizadas as relações trigonométricas do


triângulo retângulo.

Na direção horizontal, o módulo da velocidade é:

então: logo:

Analogamente, na direção vertical:

então: logo:

Decomposição de movimentos no lançamento oblíquo

Em 2015, dados divulgados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que o futebol é a principal


modalidade esportiva praticada no Brasil, com mais de 15 milhões de adeptos. Assim,

utilizaremos o exemplo do futebol para entender o lançamento oblíquo, mesmo sabendo

36
que ele é válido para qualquer esporte ou para outros lançamentos, como o de canhão e

catapultas, vistos na página 2.

É possível perceber, ao assistir a uma partida de futebol, que, quando um(a) atleta que está

de um lado do campo chuta a bola, esta viaja até o outro lado do gramado, descrevendo

uma trajetória parabólica. Considere que o deslocamento da bola ocorra em um ambiente


com resistência do ar desprezível e que ela esteja sujeita somente à aceleração da

gravidade. Assim, a partir do Princípio de Galileu, pode-se decompor o lançamento oblíquo

nas direções horizontal e vertical.

• Na direção horizontal, o movimento é retilíneo uniforme (MRU).

• Na direção vertical, o movimento é retilíneo uniformemente variado (MRUV).

As figuras a seguir ilustram a aplicação do Princípio de Galileu. Cada componente do

movimento parece se realizar como se o outro não existisse.

O movimento oblíquo é analisado em duas dimensões: no movimento uniforme, que acontece na horizontal, e no
movimento uniformemente variado, que acontece na vertical. Na vertical, o movimento é uniformemente variado
devido à presença da aceleração da gravidade, já na horizontal, como a aceleração é zero, o movimento é uniforme.

Nas figuras anteriores, a projeção horizontal realiza um movimento retilíneo uniforme,

portanto, sua aceleração é nula Já a projeção vertical realiza um movimento

retilíneo uniformemente variado, portanto, sua aceleração é constante e não nula,


tendo módulo igual ao da aceleração da gravidade ( ).

37
Esse resultado independe da altura do lançamento da bola. Note que, na segunda imagem, a
trajetória da bola não se inicia em 0, mas isso não modifica a análise anterior.

Composição do movimento no lançamento oblíquo


Lançamento oblíquo no cenário do jogo Angry Birds.
GIPHY

Além dos esportes, o lançamento oblíquo também está nos jogos digitais, tanto em

aplicativos para celulares quanto para computadores, entre outros equipamentos. Em

especial, o lançamento oblíquo ficou famoso no mundo dos games com o jogo Angry
Birds, lançado em 2009. Em 2013, ele chegou a ser o jogo com maior número de downloads

no mundo.

O jogo consiste em atirar um pássaro para atingir porcos verdes que ficam protegidos por
estruturas. A depender do ângulo de lançamento e da velocidade inicial que os

pássaros são lançados, é possível atingir os porcos. Pode-se representar o lançamento no

plano cartesiano como:

Quando for lançada, a ave sairá em movimento com uma velocidade inicial

formando um ângulo

com o plano horizontal, velocidade que será decomposta nos planos horizontal e vertical, simultaneamente,
proporcionando ao corpo lançado um movimento bidimensional.

Na figura, é possível analisar os parâmetros desse lançamento. A distância horizontal que a


ave percorre, desde que foi lançada até o instante em que retorna ao solo, é chamada de

alcance O deslocamento máximo do corpo na vertical é denominado altura máxima

Movimento na direção horizontal

38
Na direção horizontal, o corpo se move com velocidade constante e diferente de zero, o que
caracteriza um movimento uniforme (MU). O módulo da velocidade é obtido pela

decomposição da velocidade de lançamento e representado por:

Lançamento oblíquo e o componente vetorial da velocidade na direção horizontal e vertical.

Note que a velocidade horizontal é constante em módulo, uma vez que a aceleração é

portanto, esse movimento horizontal será descrito pela função horária do espaço

do movimento uniforme,

Por conveniência de notação, em geral, substituem-se as letras por por e

por para caracterizar melhor o eixo sobre o qual está projetado o lançamento:

Importante: componente horizontal da velocidade

Note que, em todos os momentos da trajetória, a componente horizontal da

velocidade se mantém constante. Portanto, módulo, direção e sentido são

conservados. Assim, a igualdade da velocidade inicial na horizontal com a


velocidade horizontal em um ponto qualquer é válida. Isto é, na horizontal:

Desse modo, determina-se o deslocamento horizontal (alcance) realizado pelo corpo


durante o seu movimento através da função horária do espaço do movimento uniforme.

39
Considerando que o corpo é lançado da origem, então, sua posição inicial é 0. Isso significa
que na equação destacada anteriormente:

Portanto:

Quando o instante for o tempo total do lançamento, é comum explicitar a equação

anterior substituindo a variável por para explicitar o alcance do corpo:

Movimento na direção vertical

Na direção vertical, o corpo desenvolve o movimento uniformemente variado (MUV). A

velocidade varia linearmente com o tempo, já que a aceleração é constante com

módulo igual ao da aceleração da gravidade

Observe novamente a figura. Note que a velocidade na vertical, no início do movimento, é

representada por Com o passar do tempo, o corpo vai desacelerando, diminuindo sua
velocidade nessa direção. Assim, durante o momento de subida, o módulo da velocidade na

vertical mudará a cada instante. O segundo ponto na figura apresenta Note que o

comprimento do vetor é menor que o retratando corretamente a situação física.

Lançamento oblíquo e o componente vetorial da velocidade na direção horizontal e vertical.

Portanto, esse movimento vertical será descrito pelas mesmas equações do MUV:

40
função horária do espaço

função horária da velocidade

equação de Torricelli

Também trocam-se as letras das variáveis por conveniência. Assim, substitui-se por

por por Orientando a trajetória para cima , temos:

Função horária da posição:

Função horária da velocidade:

Equação de Torricelli:

Ao desenvolver um movimento uniformemente variado no plano vertical, utiliza-se a


equação de Torricelli em situações nas quais o tempo de movimento é desconhecido.

41
Organizando as ideias: características do lançamento oblíquo

• A velocidade inicial é diferente de zero

• O corpo descreve uma trajetória parabólica, com o tempo de subida igual ao


tempo de queda. Na altura máxima, a velocidade no eixo y é nula.

• Na direção horizontal, o movimento é retilíneo uniforme (MRU), a velocidade


nessa direção é constante com módulo

• Na direção vertical, o movimento é retilíneo uniformemente variado (MRUV), a


velocidade não é constante, pois há aceleração gravitacional. O módulo da
velocidade de lançamento nessa direção é dada por e a velocidade
a qualquer instante será determinada por

• No final do movimento, a componente vertical da velocidade tem a mesma


direção e módulo de sua velocidade inicial, porém, apresenta sentido oposto.

Agora é com você

Questão 01

Allen força prorrogação com cesta milagrosa, e Miami Heat sobrevive na final. Em jogo
alucinante, repleto de reviravoltas, equipe de Miami supera noite inconstante de LeBron

James e vai buscar título no jogo 7, dentro de casa.

Ray Allen recolhe com a mão direita, salta diante da marcação de Tony Parker e

arremessa. A cinco segundos do fim, a bola percorre um trajeto parabólico e desce pelo

aro sem quase tocar a rede.

Disponível em: <http://globoesporte.globo.com/basquete/noticia/2013/06/ray-allen-faz-cesta-milagrosa-


forca-prorrogacao-e-heat-derruba-os-spurs.html>.

Analisando o arremesso de Ray Allen, no ponto mais alto da trajetória da bola:

A a velocidade e a aceleração são nulas.


B a aceleração é nula.
C o vetor velocidade e o vetor aceleração são horizontais.
D a componente vertical da velocidade é nula.
E a aceleração diminui.

42
Questão 02

Há relatos de competições de lançamento de disco há mais de 2 mil anos, e é um

esporte atualmente praticado por homens e mulheres. O disco utilizado pelos homens

possui de massa e o utilizado pelas mulheres, tem massa de O objetivo é


lançar o disco o mais distante possível após um giro e meio do atleta em torno do seu

próprio eixo.

Após o lançamento, o disco descreve uma trajetória parabólica, atingindo o solo após

certo tempo. Desprezando-se a influência da resistência do ar, analise as afirmações a

seguir e assinale a alternativa correta:

A No eixo y, o movimento do disco pode ser interpretado como um lançamento


vertical para cima.
B No ponto mais alto da trajetória, a velocidade do disco é nula.
C O ângulo de lançamento não interfere no alcance obtido pelo disco.
D o lançamento do disco descreve apenas o Movimento Uniforme nos eixos x e y.

Casos particulares no lançamento oblíquo


Nem sempre os exercícios que demandam conhecimento de lançamento oblíquo informam

a respeito dos módulos da velocidade nas direções x e y. Em geral, nos lançamentos, sabe-se

apenas do ângulo que o lançador faz com a horizontal (o chão, por exemplo) e a velocidade
com que ele lança o corpo. Nesses casos, é necessário reescrever as equações gerais vistas

anteriormente para determinar altura máxima tempo de subida alcance


horizontal e equação da trajetória.

43
Na componente vertical, a velocidade do corpo na subida é reduzida até que seja nula na altura máxima, depois, o
movimento se inverte e o corpo desce acelerando.

Determinação da altura máxima

No esquema anterior, pode-se notar que, no ponto mais alto da trajetória, há apenas a
velocidade no eixo horizontal Considerando que o corpo é lançado na origem, isto

é, altura inicial igual a 0, e que o ponto mais alto da trajetória será dado por então,

podemos utilizar a equação de Torricelli:

Substituindo os parâmetros:

Sabemos que o termo pode ser expresso como então:

Isolando temos:

Determinação do tempo de subida

O tempo de subida é o tempo necessário para atingir a altura máxima

Novamente, reconhecemos que no ponto mais alto da trajetória e agora utilizamos

44
da função horária da velocidade:

Substituindo os parâmetros, temos:

Mais uma vez, podemos substituir o termo por então:

Isolando temos:

Determinação do alcance horizontal

Define-se alcance horizontal ou simplesmente alcance, a distância horizontal

percorrida pela partícula desde o instante em que foi lançada até o instante em que retorna
ao mesmo nível horizontal do lançamento. Analisando esse movimento, verifica-se que o

tempo que a partícula leva para percorrer essa distância horizontal é igual ao tempo gasto

por ela para subir e descer.

Quando o corpo é lançado do solo e retorna ao solo, o tempo de subida é igual ao tempo de

descida. Logo, para esse caso, o tempo total de voo será Utilizando a
função horária do espaço, temos:

Substituindo os parâmetros e na expressão anterior:

Sabemos que o termo pode ser expresso como então:

Como calculado anteriormente, sabemos que então, sabendo que

temos:

o que é equivalente a

45
Das propriedades trigonométricas, sabe-se que então, isolando

temos:

O alcance horizontal de um projétil será máximo quando o ângulo de lançamento for igual
a Note que, para (maior valor que o seno pode assumir).

Então, substituindo esse valor na fórmula do alcance horizontal obtém-se seu valor

máximo dado por:

Determinação da equação da trajetória

No início deste capítulo, afirmou-se que a trajetória descrita por uma partícula lançada
obliquamente em um ambiente de resistência do ar desprezível é uma parábola. É possível

desenvolver uma equação que relaciona a posição com a posição em um certo instante

de tempo Essa equação, além de estabelecer essa relação, acaba sendo uma prova de que
a trajetória é realmente parabólica.

Considere as equações do movimento na horizontal (I) e na vertical (II):

I.

II.

Isolando na equação I e tomando tem-se:

Substituindo na equação II e considerando tem-se:

46
Reconhecendo que temos:

Note que a função anterior é do 2º grau. Seu gráfico é uma parábola, como o termo que

precede é negativo, então, a parábola tem concavidade para baixo.

Exercício resolvido

1.
(MACKENZIE – Adaptado) Um corpo é lançado horizontalmente do alto de uma torre
e atinge o solo horizontal com velocidade de formando com a
horizontal. Determine a altura da torre, desprezando as resistências ao movimento.
Dados:

Resolução:

A componente vertical da velocidade final é dada por:

Então, usando a equação de Torricelli aplicada a essa componente vertical, tem-se:

2.
(UECE – Adaptado) Uma menina chamada Clara de Assis, especialista em salto a
distância, consegue, na Terra, uma marca de Determine a distância horizontal

que a atleta conseguiria saltar na Lua, onde a aceleração da gravidade é de seu

valor na Terra. Considere que o ângulo do salto é o mesmo em ambas as situações.

47
Resolução:

Trata-se de um lançamento oblíquo. Pode-se usar a fórmula do alcance horizontal


em cada situação, com o ângulo de lançamento (ou seja, de salto) sendo o

mesmo.

Na Terra:

Na Lua:

Agora é com você

Questão 01

Um corpo é lançado obliquamente com velocidade inicial de formando um

ângulo de com a superfície horizontal. Qual é a menor velocidade atingida pelo

corpo? Despreze a resistência do ar.

A
B
C
D
E 0.

Lançamento horizontal

48
Físico alemão Philipp Lenard (1862-1947), prêmio Nobel de Física e autor de um
dos mais influentes livros didáticos, Física Alemã, de 1936.
Wikimedia Commons

Na Alemanha no período Entreguerras, o estudo da Física era mais uma forma de controle

do Estado. A disciplina de Física na escola passou a ser nomeada "Física da Defesa". Na


época, como forma de contextualização, os livros de Física da década de 1930 continham

exemplos relacionados à balística, à logística, à manipulação de armamentos e ao

lançamento de bombas por aviões.

Enquanto o lançamento de projéteis é compreendido como lançamento oblíquo, estudado

nas páginas anteriores, o lançamento de cargas por aviões é um caso particular deste,

chamado lançamento horizontal.

O lançamento horizontal também está presente nos jogos de acertar o alvo, em que muitas

vezes mira-se na direção certa, mas, em virtude da distância, acerta-se um ponto mais baixo

49
que o devido. Essa mudança de orientação ocorre em razão da ação da aceleração da

gravidade, que faz com que o movimento do corpo em relação à vertical seja alterado.

Caixa de suprimentos sendo lançada horizontalmente de um avião. A trajetória de um corpo em lançamento horizontal
é um arco de parábola. (Cores-fantasia; imagem sem escala.)

O raciocínio, em termos de componentes, é essencialmente o mesmo do lançamento


oblíquo. Considerando a caixa se deslocando em um ambiente com resistência do ar

desprezível e sujeita somente à aceleração da gravidade é possível afirmar, mais uma

vez, que:

• Na direção horizontal, o corpo percorre espaços iguais em tempos iguais, ou seja, tem-
se um movimento uniforme (velocidade constante) no eixo x.

• Na direção vertical, o corpo está em queda livre (MUV acelerado) a partir do repouso.
Pode-se afirmar isso pelo fato de que apenas a aceleração da gravidade age na queda e,
como já foi visto, é considerada constante para pequenas diferenças de altitudes.

Tanto o avião quanto a bomba têm a mesma velocidade, constante, na horizontal. O movimento na vertical, queda
livre da bomba, não altera o movimento ao longo do eixo x.
GIPHY

Assim, considere um avião movendo-se a uma velocidade constante carregando um

objeto a ser lançado do repouso (em relação ao avião). No momento do lançamento, o avião

move-se apenas na direção horizontal, paralela à superfície.

A partir do lançamento, a velocidade do corpo na horizontal se manterá constante. Em

compensação, a aceleração da gravidade fará com que o corpo descreva, na vertical,

um movimento de queda livre. Essa composição de movimento na vertical e na horizontal

dará origem à trajetória descrita no GIF e na figura, um arco de parábola. Apesar

disso, trabalha-se com os movimentos em cada eixo de maneira independente, conforme

indica o Princípio de Galileu.

50
Saiba mais: a natureza e o lançamento horizontal

Queda d'água nas Cataratas do Iguaçu, no Paraná.


Shch / shutterstock.com

É possível observar o lançamento horizontal na natureza através das cataratas e das


quedas d'água. No Sul do Brasil, existem as Cataratas do Rio Iguaçu. Devido ao

desnível do terreno, a água que se move na horizontal realiza diversos movimentos

de lançamento horizontal com quedas que variam de 40 a 82 metros.

As cataratas estão espalhadas em diversos países ao redor do mundo, como no

Canadá, Estados Unidos, França, Zimbábue, entre outros. A maior queda d'água, de
979 metros, é conhecida como Angel Falls, localizada na Venezuela, no Parque

Nacional Canaima.

Composição do movimento no lançamento


horizontal
A análise do lançamento horizontal se dá de maneira análoga à composição do movimento

no lançamento oblíquo. A diferença é que o móvel não realiza um trajeto parabólico

completo, mas sim a sua segunda metade, um arco de parábola.

51
O lançamento horizontal apresenta os vetores

na direção horizontal e vertical, respectivamente. Note que, com o tempo,

se mantém constante e

aumenta em módulo.

Movimento na direção horizontal

O movimento na direção horizontal no lançamento horizontal é igual ao do lançamento

oblíquo quando o ângulo de lançamento for zero: Assim, o corpo se move com

velocidade constante e diferente de zero, o que caracteriza um movimento uniforme (MU).

Por conveniência de notação, em geral substituem-se as letras por por e por

para caracterizar melhor o eixo sobre o qual está projetado o lançamento.

O módulo da velocidade é obtido pela decomposição da velocidade de lançamento e

representado por:

Mas logo, a expressão anterior se resume a:

Pode-se utilizar a função horária da posição do movimento uniforme com as devidas

substituições na notação, apresentadas anteriormente, para chegar à expressão:

52
Em geral, assume-se que, no momento do lançamento, o corpo se encontra na posição 0 do
eixo horizontal, logo, e a expressão anterior se resume:

Movimento na direção vertical

No jogo de tênis de mesa, que também é um esporte olímpico, é possível rebater a bolinha

de tal maneira que ela chegue ao outro lado da mesa praticamente sem pingar. Essa é uma

jogada difícil realizada pelos(as) atletas profissionais e que, às vezes, contam com a sorte (a

bolinha raspar na rede, perdendo velocidade). Quando a bolinha rola pela mesa até cair,
temos um cenário de lançamento horizontal

No jogo de tênis de mesa, é possível que a bolinha role até cair da mesa, caracterizando um lançamento horizontal.

No caso do movimento na direção vertical do corpo, este passa a sofrer ação da aceleração
da gravidade e a desenvolver uma queda livre, já que sua velocidade inicial em relação ao

plano vertical é nula

Com isso, o corpo perde altitude e sua velocidade vertical aumenta, descrevendo um

movimento uniformemente variado. Assim, serão utilizadas as equações desse movimento

aplicadas à queda livre, como já foi desenvolvido anteriormente.

Relembrando a função horária da posição (sentido positivo para baixo):

Por simplicidade, adota-se a altura de lançamento igual a 0 no momento do lançamento:

53
Como e denominando a altura vertical com tem-se que:

Da função horária da velocidade do MUV, temos:

Mas logo:

Caso o tempo de movimento seja um fator desconhecido, é preciso aplicar a equação


de Torricelli:

Igualando e reconhecendo que temos:

54
Organizando as ideias: características do lançamento horizontal

• O corpo desenvolve um movimento composto em duas direções. Na horizontal, o


corpo descreve um movimento uniforme. Na vertical, o corpo descreve
um movimento uniformemente variado.

• O vetor velocidade mantém constantes módulo, direção e sentido.

• O vetor velocidade mantém constantes apenas a direção e o sentido (vertical


para baixo). O módulo cresce uniformemente com o tempo, pois a aceleração do
corpo é constante igual a

• O tempo de queda no lançamento horizontal é o mesmo caso de um corpo solto


em queda livre.

O navio de Galileu

Na rotina de pensamento do início do capítulo, Galileu – no personagem de Salviati – disse:

"[...] suspenda-se ainda um balde, que gota a gota verse água em outro recipiente de boca

estreita, que esteja colocado por baixo: e, estando em repouso o navio [...] ver-se-ão as gotas
cadentes entrarem todas no vaso posto embaixo".

Mais adiante, Salviati completa "[...] Assegurai-vos de ter diligentemente todas essas coisas,

ainda que não exista dúvida alguma de enquanto o navio esteja parado as coisas devem

acontecer assim, e fazei mover o navio com quanta velocidade desejardes porque (sempre

que o movimento seja uniforme e não flutuante de cá para lá) não reconhecereis uma

mínima mudança".

Em 1632, Galileu reconhecia que o movimento ocorre da mesma maneira caso aconteça em

repouso, e caso aconteça em movimento uniforme. A igualdade nos tempos de queda entre

os movimentos de queda livre e o de lançamento horizontal é um resultado esperado, pois

ambos derivam da escolha do referencial. No texto, Salviati se posiciona dentro do navio,

portanto, observará as gotas caindo em linha reta, na vertical.

Caso o observador estivesse externo ao navio, em repouso na Terra – como num porto ou

numa praia – então, ele veria as gotas d'água realizarem uma trajetória de arco parabólico

(não caindo atrás do recipiente, como imaginara Simplício no papel de Aristóteles).

55
Um objeto cai a partir do repouso no alto de um barco em movimento uniforme. Para os tripulantes, o objeto cai no
pé do mastro, pois realizou um movimento de queda livre na vertical. Para o observador externo, o corpo realizou uma
trajetória como a indicada na figura.

Assim, quando dois objetos são soltos do repouso simultaneamente, sendo um em queda

livre e outro no lançamento horizontal, ambos chegarão ao solo após o mesmo intervalo.
Isso ocorre pois, na direção vertical, ambos estão sujeitos à mesma aceleração gravitacional;

portanto, desenvolvem a mesma velocidade vertical.

Sequência de fotos feitas com o mesmo intervalo para o lançamento horizontal e para a queda livre. As linhas azuis
horizontais indicam o momento de cada fotografia.
Reprodução

56
Agora é com você

Questão 01

Um drone voando na horizontal, em relação ao solo (como indicado pelo sentido da seta

na figura), deixa cair um pacote de livros. A melhor descrição da trajetória realizada

pelo pacote de livros, segundo um observador em repouso no solo, é dada pelo percurso

descrito na:

A trajetória 1.

B trajetória 2.

C trajetória 3.

D trajetória 4.

E trajetória 5.

Casos particulares no lançamento horizontal


O lançamento horizontal também apresenta equações para o cálculo de casos particulares.

Utilizam-se as equações do MU para a componente horizontal e do MUV para a componente


vertical.

57
Os vetores velocidades representados durante o lançamento horizontal de uma
caixa que parte com velocidade inicial

e chega ao repouso no solo.

Determinação do tempo de queda

O tempo gasto pela partícula para cair uma altura a partir do ponto de lançamento, é

dado pela função horária da posição da trajetória vertical:

Observando a figura anterior, pode-se notar que e Considerando

e e substituindo na expressão anterior:

Isolando o tempo de queda:

Determinação do alcance horizontal

Percebe-se, pela figura, que a componente horizontal é a responsável por quanto a

partícula avança horizontalmente, ou seja, pelo seu alcance horizontal. Da função horária

da posição no MU, temos:

58
Das propriedades desse lançamento, pode-se dizer que e Considerando

e e substituindo esses valores na função horária da posição da projeção

horizontal, tem-se:

Como então:

Exercício resolvido

1.
Um pequeno bloco desliza, sem atrito e com velocidade constante em um movimento
horizontal, sobre uma mesa de de altura e cai no solo a uma distância
horizontal de dela. Sabendo que a aceleração gravitacional pode ser considerada
constante e igual a determine a velocidade do bloco enquanto ele deslizava
sobre a mesa antes de cair.

Resolução:

Das equações do lançamento horizontal, sabemos que a altura de queda pode ser

expressa como:

Substituindo os dados do enunciado:

Portanto, a velocidade horizontal será:

59
Agora é com você

Questão 01

De um avião descrevendo uma trajetória paralela ao solo, com velocidade v, é abandonada uma

bomba de uma altura de do solo, exatamente na vertical, que passa por um

observador no solo. O observador ouve o "estouro" da bomba no solo depois de 23 segundos

do lançamento da mesma.

Dados: aceleração da gravidade velocidade do som no ar =

A velocidade do avião no instante do lançamento da bomba era, em quilômetros por hora, um

valor mais próximo de:

A 200.
B 210.
C 180.
D 300.
E 150.

Experimentação com os diferentes lançamentos


Ao longo do capítulo, estudamos os diferentes tipos de lançamento e como eles dependem
dos parâmetros ângulo de lançamento, velocidade inicial e altura. Agora, vamos

compreender a cinemática dos movimentos vertical, oblíquo e horizontal.

Mão na massa:
simulação dos lançamentos
 PRÁTICA ATIVA

Nesta atividade, analisaremos, com o auxílio do software PhET de

simulação, desenvolvido pela Universidade de Colorado, Estados Unidos, como a

mudança em um ou no conjunto de parâmetros altera o tempo que o corpo

permanece no ar e seu alcance horizontal. Utilizaremos os conhecimentos

adquiridos ao longo do capítulo para promover uma síntese do conteúdo.

60
Procedimentos

1.
Ao entrar no simulador, haverá 4 opções de cenário. Escolha a opção "vetores"
e desative a resistência do ar no canto superior direito.

2.
No lado esquerdo inferior, há o comando para alterar a velocidade. Escolha
uma delas. Estipule a velocidade inicial para

3.
Selecione a altura e o ângulo de lançamento movendo o canhão. Coloque a
altura inicial no solo e o ângulo inicial como

4.
Antes de atirar a bala de canhão, mova o alvo no chão para a marca de 15
metros.

Para pensar e refletir

1.
Nas condições estipuladas, a bala de canhão atingiu o alvo? Caso não, ela caiu
antes ou depois do alvo?

2.
Como se comportam os vetores de força e de velocidade durante o movimento?

3.
Faça previsões, com base em cálculos, sobre qual seria o alcance da bala de
canhão se a altura fosse modificada para 5 metros.

4.
Faça previsões, com base em cálculos, sobre qual seria o alcance da bala de
canhão se o ângulo de lançamento fosse alterado para

5.
O que acontecerá com a altura máxima e com o alcance horizontal caso dobre
a massa da bala de canhão?

Pratique: lançamento oblíquo e horizontal


Questão 01

Quatro bolas são lançadas horizontalmente no espaço, a partir da borda de uma mesa que

61
está sobre o solo. Veja, na tabela abaixo, algumas características dessas bolas.

A relação entre os tempos de queda de cada bola pode ser expressa como:

A
B
C
D
E

Questão 02

O movimento executado pela personagem da tirinha, após a perda de contato com o skate,

pode ser classificado como:

A movimento circular.
B lançamento vertical.
C lançamento horizontal.
D movimento retilíneo uniforme.

Questão 03

Clarissa chuta, em sequência, três bolas, e cujas trajetórias estão representadas

62
na figura anterior. Sejam e os tempos gastos, respectivamente, pelas bolas
e desde o momento do chute até o instante em que atingem o solo. Considerando essas

informações, é correto afirmar que:

A
B
C
D
E

Questão 04

Em um treinamento militar, para ajudar uma população com medicamentos, um avião deve
lançar um caixote em determinado local. O avião possui velocidade horizontal igual a

e está voando a uma altitude H de do solo, conforme mostrado na figura a

seguir.

O caixote é lançado com velocidade vertical nula e deve atingir o ponto P.

Sabendo que a aceleração gravitacional no local vale e desconsiderando a

resistência do ar, para que o caixote caia no ponto P, qual deve ser a distância horizontal d

de lançamento?

A
B
C
D

Questão 05

Três pedras são atiradas, horizontalmente, do alto de um edifício, tendo suas trajetórias

63
representadas a seguir.

Admitindo-se a resistência do ar desprezível, é correto afirmar que, durante a queda, as

pedras possuem:

A acelerações diferentes.
B tempos de queda diferentes.
C componentes horizontais das velocidades constantes.
D componentes verticais das velocidades diferentes, a uma mesma altura.
E componentes verticais das velocidades iguais em todas as posições da trajetória
vertical.

Questão 06

Um corpo A é lançado horizontalmente de uma determinada altura. No mesmo instante, um

outro corpo é solto em queda livre, a partir do repouso, dessa mesma altura, como

mostra a figura a seguir.

Sejam e os módulos das velocidades dos corpos respectivamente,

imediatamente antes de tocarem o chão, e e os tempos despendidos por cada corpo


nesse percurso. Despreze os efeitos da resistência do ar. Nessas condições, pode-se afirmar

que:

64
A e
B e
C e
D e
E e

Questão 07

Um projétil é lançado segundo um ângulo de com a horizontal, com uma velocidade de

Supondo a aceleração da gravidade igual a e desprezando a resistência

do ar, o intervalo entre as passagens do projétil pelos pontos de altura acima do


ponto de lançamento, em segundos, é

Dados:

A
B
C
D
E

Questão 08

A figura a seguir mostra três trajetórias de uma bola de futebol chutada de um mesmo

ponto.

Sejam t o tempo de permanência da bola no ar, a componente vertical da velocidade

inicial da bola e a componente horizontal da velocidade inicial. Em relação a essas três


grandezas físicas e considerando as três trajetórias anteriores, livres da resistência

do ar, pode-se concluir que:

65
E

Pratique: Vestibulares e Enem


Questão 01

Foi veiculada na televisão uma propaganda de uma marca de biscoitos com a seguinte cena:

um jovem casal está em um mirante sobre um rio e alguém deixa cair lá de cima um

biscoito. Passados alguns segundos, o rapaz se atira do mesmo lugar de onde caiu o biscoito

e consegue agarrá-lo no ar. Em ambos os casos, a queda é livre, as velocidades iniciais são

nulas, a altura da queda é a mesma, e a resistência do ar é nula. Para Galileu Galilei, a


situação física desse comercial seria interpretada como:

A impossível, porque a altura da queda não era grande o suficiente.


B possível, porque o corpo mais pesado cai com maior velocidade.
C possível, porque o tempo de queda de cada corpo depende de sua forma.
D impossível, porque a aceleração da gravidade não depende da massa dos corpos.

Questão 02

Uma bola é lançada verticalmente para cima. Pode-se dizer que no ponto mais alto de sua
trajetória:

A a velocidade da bola é máxima, e a aceleração da bola é vertical e para baixo.


B a velocidade da bola é máxima, e a aceleração da bola é vertical e para cima.
C a velocidade da bola é mínima, e a aceleração da bola é nula.
D a velocidade da bola é mínima, e a aceleração da bola é vertical e para baixo.
E a velocidade da bola é mínima, e a aceleração da bola é vertical e para cima.

Questão 03

Um helicóptero está descendo verticalmente e, quando está a de altura, um pequeno objeto

se solta dele e cai em direç ão ao solo, levando para atingi-lo. Considerando a

velocidade de descida do helicóptero, no momento em que o objeto se soltou, vale, em

Dado: despreze a resistência do ar.

A
B
C

66
D
E

Questão 04

Um corpo em queda livre sujeita-se à aceleração gravitacional Ele passa por

um ponto A com velocidade de e por um ponto com velocidade de A

distância entre os pontos e é:

A
B
C
D
E

Questão 05

Na Antiguidade, algumas pessoas acreditavam que, no lançamento oblíquo de um objeto, a

resultante das forças que atuavam sobre ele tinha o mesmo sentido da velocidade em todos
os instantes do movimento. Isso não está de acordo com as interpretações científicas

atualmente utilizadas para explicar esse fenômeno.

Desprezando a resistência do ar, qual é a direção e o sentido do vetor força resultante que
atua sobre o objeto no ponto mais alto da trajetória?

A Indefinido, pois ele é nulo, assim como a velocidade vertical nesse ponto.
B Vertical para baixo, pois somente o peso está presente durante o movimento.
C Horizontal no sentido do movimento, pois devido à inércia o objeto mantém seu
movimento.
D Inclinado na direção do lançamento, pois a força inicial que atua sobre o objeto é
constante.
E Inclinado para baixo e no sentido do movimento, pois aponta para o ponto onde o
objeto cairá.

Questão 06

Um projétil é lançado em uma direção que forma um ângulo de com a horizontal. No

ponto de altura máxima, o módulo da velocidade desse projétil é Considerando-se

que a resistência do ar é desprezível, pode-se concluir que o módulo da velocidade de

lançamento é, em igual a:

67
B
C
D
E

Questão 07

A imagem abaixo ilustra uma bola de ferro após ser disparada por um canhão antigo.

Desprezando-se a resistência do ar, o esquema que melhor representa as forças que atuam

sobre a bola de ferro é:

Questão 08

Um projétil de massa é lançado obliquamente a partir do solo, para o alto, em uma

direção que forma com a horizontal, com velocidade de primeiro na Terra e


posteriormente na Lua. Considerando a aceleração da gravidade da Terra o sêxtuplo da

gravidade lunar, e desprezíveis todos os atritos nos dois experimentos, analise as

proposições a seguir.

I. A altura máxima atingida pelo projétil é maior na Lua que na Terra.

II. A velocidade do projétil, no ponto mais alto da trajetória, será a mesma na Lua e na

Terra.

68
III. O alcance horizontal máximo será maior na Lua.

IV. A velocidade com que o projétil toca o solo é a mesma na Lua e na Terra.

Está(ão) correta(s):

A III e IV.
B I.
C III.
D todas.
E nenhuma delas.

Questão 09

No Campeonato Paulista de Futebol, um jogador presenteou os torcedores do seu time com

um gol, no qual, ao correr para receber um lançamento de um dos atacantes, o goleador

parou a bola no peito do pé e a chutou ao gol. Analisando a jogada pela TV, verifica-se que

a bola é chutada pelo armador da jogada a partir do chão com uma velocidade inicial de
fazendo um ângulo com a horizontal de para cima.

Dados:

Determine a distância horizontal percorrida pela bola entre o seu lançamento até a posição

de recebimento pelo jogador.

Questão 10

O Comitê Olímpico se preocupa com alguns fatores aparentemente "irrelevantes" na

realização das provas, como a velocidade do vento, o tempo chuvoso, a altitude etc., os
quais podem influenciar os resultados e recordes mundiais. Por exemplo, na prova de salto

em distância, a atleta brasileira Maurren Maggi ganhou a medalha de ouro em Pequim com

a marca de enquanto a medalha de prata foi obtida com a marca de

Tipicamente, o ângulo de projeção para esse tipo de prova varia entre e

Considerando que, em Pequim, o salto de Maurren Maggi foi realizado com um ângulo de

responda aos itens a seguir.

69
Dados:

a) Qual o módulo da velocidade da atleta no momento do salto?

b) Se esse salto fosse realizado em outro local, cuja aceleração da gravidade fosse

menor, qual seria a marca atingida por Maurren Maggi?

Questão 11

Um motociclista deseja saltar um fosso de largura que separa duas plataformas

horizontais. As plataformas estão em níveis diferentes, sendo que a primeira se encontra a

uma altura acima do nível da segunda, como mostra a figura.

O motociclista salta o vão com certa velocidade e alcança a plataforma inferior, tocando-

a com as duas rodas da motocicleta ao mesmo tempo. Sabendo que a distância entre os
eixos das rodas é e admitindo determine:

a) o tempo gasto entre os instantes em que ele deixa a plataforma superior e atinge a

inferior.

b) a menor velocidade com que o motociclista deve deixar a plataforma superior, para que

não caia no fosso.

Resumo

• A queda livre é um caso de movimento uniformemente variado na vertical, no qual se


despreza a resistência do ar e considera-se a aceleração da gravidade constante e
diferente de zero. Nesse movimento, a velocidade inicial do corpo aumenta em iguais
proporções em iguais intervalos.

• No lançamento vertical, a velocidade inicial é diferente de zero e, na subida, o móvel


realiza um movimento retardado. O instante de repouso acontece ao alcançar a altura
máxima. Nesse instante, a velocidade final de subida é zero fazendo com que o

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corpo volte à posição de lançamento, desenvolvendo um movimento de queda livre.

• No lançamento vertical, o tempo de subida é dado por e a altura máxima é

expressa como sendo a velocidade inicial de lançamento.

• No lançamento oblíquo, deve-se considerar a combinação do movimento horizontal,


com velocidade constante (MRU) e com o movimento vertical, de aceleração constante
(MRUV). Nesse movimento, o corpo descreve uma trajetória parabólica, com o tempo
de subida igual ao tempo de queda. Na altura máxima, a velocidade no eixo y é nula.

• Na horizontal, a equação que descreve o lançamento oblíquo é a função horária da


posição do movimento uniforme Com ela, encontra-se o alcance
horizontal: A velocidade nessa direção é constante, com módulo

• Na vertical, as equações que descrevem o lançamento oblíquo são a função horária da

posição: a função horária da velocidade ea

equação de Torricelli: O módulo da velocidade de lançamento


nessa direção é dado por

• No lançamento oblíquo, a altura máxima é expressa por o tempo de

subida é dado por o alcance horizontal é determinado por

e a equação da trajetória é Essas não devem

ser decoradas. Elas decorrem da aplicação das equações do MUV e de Torricelli.

• No lançamento horizontal, o corpo percorre espaços iguais em tempos iguais, ou seja,


tem-se um movimento uniforme (velocidade constante) na direção horizontal.
Na direção vertical, o corpo está em queda livre (MUV acelerado) a partir do repouso.

• A função horária da posição descreve o movimento na horizontal. Na

vertical, a expressão é dada por e o tempo de queda no lançamento

horizontal é o mesmo, caso o corpo tenha sido solto do repouso.


O tempo de queda no lançamento horizontal é dado por: e o alcance

horizontal é

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