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PESQUISA INDIVIDUAL

FÍSICA ARISTOTÉLICA E FÍSICA NEWTONIANA

Aristóteles viveu entre 384 a.C. e 322 a.C., foi discípulo de Platão e é considerado um
dos maiores pensadores do Ocidente. Suas contribuições alcançam diversas áreas do
conhecimento humano e, no contexto da Física, “muitas de suas citações sobre os
movimentos tiveram, no mínimo, relevância histórica, já que estimularam outros pensadores
a iniciar uma discussão mais fundamentada sobre o assunto” (Tópicos de Física, p. 134).
Em relação à dinâmica dos corpos, Aristóteles utilizava os conceitos filosóficos de ato
e potência e entendia que todo movimento necessariamente deve possuir uma causa e,
portanto, é inconcebível que algo esteja se movendo sem ser continuamente provocado a
isso. Em resumo, movimento é a passagem da potência ao ato e tudo que se move é movido
por algo, por uma causa externa. Essa ideia, levada ao extremo, fará Aristóteles desenvolver
o conceito de motor imóvel, um princípio de todo movimento no Universo e que não é movido
por ninguém. É ele que encontraremos se voltarmos, ao infinito, em busca das causas de
todos os movimentos que existem. Seria ele, por exemplo, o responsável pelo movimento das
estrelas e das esferas celestes. Aliás, por falar no Universo, Aristóteles concebia uma divisão
entre mundo terrestre e mundo celeste e rejeitava como absurdo a ideia de vácuo, vazio, e
infinito; por isso, defendia um modelo de Universo completamente preenchido e finito.
Utilizando a teoria dos quatro elementos (terra, água, ar e fogo como elementos constitutivos
de tudo que existe na Terra), Aristóteles explica a gravidade que se observa no mundo
terrestre como o movimento que é fruto da busca de cada objeto para chegar em seu lugar
natural. A própria origem do termo gravidade se deve à explicação que se dá para a queda
dos corpos pesados, chamados de graves.

Aristóteles estudou também astronomia e sobre essa ciência ele propôs a teoria do
geocentrismo colocando a terra no centro do movimento do universo, para ele a
terra era formada por quatro elementos: a terra o ar o fogo e a água e a composição
desses quatro elementos forma tudo que existe sobre a terra. Cada elemento tinha
duas das quatro características ou atributos da matéria: o seco (terra e fogo), o
úmido (ar e água), o frio (água e terra) e o calor (fogo e ar). Cada elemento tem a
tendência a permanecer ou a retornar ao seu lugar próprio na natureza que para a
terra e a água é embaixo e para o ar e o fogo é o alto. Portanto a terra como planeta
tem que estar no centro do universo pois ela é formada por dois elementos que
tendem a ficar por baixo e o absolutamente baixo é o centro do universo. Acreditava
ainda que fora da terra existia um quinto elemento chamado éter pois ele não
acreditava na existência do vazio. O éter, que não existe sobre a terra, não tem massa,
é invisível, eterno e inalterável.
(Fonte: https://www.filosofia.com.br/historia_show.php?id=29 )
Como se pode ver, a Física Aristotélica é mais qualitativa e bastante diferente daquela
ciência moderna que conhecemos como “Física”. Talvez por isso, ela seja muitas vezes
chamada de Filosofia Natural.
Avançando na História, conhecemos Isaac Newton, que viveu entre 1642 e 1727 e,
inspirado em algumas ideias de seus predecessores como Galileu Galilei, desenvolveu um
vasto trabalho que o faz ser considerado um dos maiores nomes da Física Clássica. Foi ele
que publicou, em 1687, o livro “Os Princípios Matemáticos da Filosofia Natural”, por onde
conhecemos as suas três famosas leis para o movimento.
Na Física Newtoniana, o conceito de inércia tem grande relevância. Se, por um lado, a
física aristotélica diria que um corpo que não sofre a ação de uma força deve permanecer em
repouso, a Primeira Lei de Newton estabelece que objetos que se movem em linha reta com
velocidade constante não podem estar sujeitos a ação de uma força resultante; eles seguem
se movendo como fruto da inércia e não como consequência da aplicação de uma força. Um
jeito de enunciar essa lei seria: “Todo corpo mantém o seu estado de repouso ou de
movimento retilíneo uniforme, a menos que seja compelido a modificar esse estado pela ação
de uma força resultante externa”. Em outras palavras, a lei da inércia traz à luz uma classe de
movimentos que não têm a força como causa, que não acontecem devido a uma causa
externa.
As forças externas, na Física Newtoniana, portanto, não são a causa do movimento em
si, mas da modificação do estado de movimento. A Segunda Lei de Newton deixa muito claro
que a força resultante externa está na origem da aceleração, aquela propriedade que
justamente modifica a velocidade – e, portanto, o estado de movimento – de um corpo.
Outra grande inovação trazida pela Física Newtoniana vem da percepção de que a
força que mantém os corpos celestes em órbita é da mesma natureza que a força que nos
prende ao chão ou que faz uma maçã cair na superfície da Terra. Todos esses fenômenos são
frutos de uma mesma interação física: a interação gravitacional, popularmente conhecida
como força da gravidade. Mais ainda, a gravidade não se aplica apenas aos planetas, ou
apenas a sistemas na superfície da Terra; a gravidade é um fenômeno que surge sempre que
houver massa. Dois corpos quaisquer, em qualquer lugar do Universo, simplesmente pelo
fato de possuírem massa, são capazes de interagir entre si através de uma força, conhecida
agora como a força da gravidade. Esse resultado ficou conhecido como Lei de Newton para
Atração dos Corpos ou como Lei da Gravitação Universal e seu modelo matemático pode ser
resumido conforme abaixo:
(NEWTON, V. B., Tópicos de Física, 2012)

Em síntese, a Física Newtoniana dá uma descrição mais quantitativa e mecânica do


funcionamento do Universo e do movimento em si. As três leis de Newton e a lei da gravitação
universal constituem como que os enunciados mais fundamentais sobre os quais se
construirão os modelos físicos a partir do século XVIII. Além disso, Newton se tornou
importante pelo desenvolvimento da Óptica, pelo estudo da decomposição da luz branca e
pelo desenvolvimento do Cálculo Diferencial Integral que serviu de grande ferramental
matemático para o desenvolvimento posterior da Física.

Referências Bibliográficas:
NEWTON, V. B. Tópicos de Física. Volume 1. São Paulo: Saraiva, 2012.
NICOLAU, G. F. Física Básica. 4ª ed. São Paulo: Saraiva, 2019.
PORTO, C. M. A física de Aristóteles: uma construção ingênua? Rev. Bras. Ensino Fís. 31 (4), 2019.
https://filosofiadoinicio.com/
https://www.filosofia.com.br/

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