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PARECER PSICOLÓGICO
1. Identificação
2. Descrição da demanda
§ 30. Esta avaliação será realizada, preferencialmente, com base nos documentos
juntados nos Autos, podendo envolver, a critério do profissional responsável,
atendimento à criança ou adolescente, familiares ou levantamento de dados junto a
profissionais da Rede da Proteção, objetivando-se evitar a exposição desnecessária da
vítima a situações institucionais que possa vir a violar seus direitos.
§ 40. Mesmo tendo sido indicada, por meio da avaliação preliminar, a utilização do
Depoimento Especial, pode o profissional, durante a realização do referido Depoimento,
com base nos dados observados no dia do atendimento à criança ou ao adolescente,
reformar a avaliação anteriormente realizada e, de forma fundamentada, sugerir a
mudança para o método de Perícia Técnica, ou de que a suposta vítima ou testemunha
não seja submetida a qualquer forma de oitiva ou coleta de informações, tendo como
norte a preservação de seus direitos fundamentais.
§ 50. Deverá ser verificada previamente, antes de se submeter o caso à análise do NAE,
a existência de relatórios de avaliação ou laudos periciais já realizados na fase
inquisitorial ou perante outros juízos, principalmente pelas Varas de Família e Infância
e Juventude, juntando-os ao processo.
§ 60. Caso a avaliação preliminar leve à conclusão de que a submissão a qualquer dos
procedimentos poderá gerar a violação dos direitos fundamentais da criança ou
adolescente vítima ou testemunha, deve ser emitido parecer justificado pela não
intervenção.
3. Análise
Em análise aos documentos presentes nos Autos observa-se que a suposta vítima
encontra-se com 12 (doze) anos de idade. A adolescente encontra-se em faixa etária cujas
competências cognitivas permitem o desenvolvimento de narrativa a partir de evocação
mnemônica. As crianças mais velhas detêm mais habilidades cognitivas, o que lhes
facilita recordarem informações (EYSENCK, 20111).
4. Conclusão
1
EYSENCK, M. W. A memória na infância. In. BADDELEY, A.; ANDERSON, M. C.; EYSENCK, M. W.
Memória. Porto Alegre: Artmed, 2011.
2
ORNSTEIN, P. A., HADEN, C. A. The Development of memory: Toward an understaing of hildren’s
testimony. In Eisen, M. L.; Quas, J. A. & Goodman, G. S. Memory & Suggestibility in the Forensic
Interview. Mahwah, Lawrence Erlbaum Associates, 2002. p. 29-61.
3
STEIN, L. M.; PERGHER, G. K.; FEIX, L. F. Desafios Da oitiva De Crianças no Âmbito forense. Brasília-DF:
Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República/Subsecretaria de Promoção dos
Direitos da Criança e do Adolescente Programa Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual contra
Crianças e Adolescentes. Childhood Brasil (Instituto WCF-Brasil). Projeto Culturas e Práticas não
Revitimizantes: Reflexão e Socialização de Metodologias Alternativas para Inquirir Crianças e
Adolescentes em Processos Judiciais, 2009.