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Componente da Formação: Formação Tecnológica

Módulo: Práticas de Segurança, Higiene e Saúde


Formadora: Marlene Santos

Material de Apoio à Formação


Primeiros Socorros e Suporte Básico de Vida 1

O que são os primeiros socorros?

São a resposta rápida e inicial a uma emergência médica, através da aplicação de técnicas
simples e eficazes para reduzir a gravidade da situação, melhorando as hipóteses de
sobrevivência de uma vítima e diminuindo o seu grau de sofrimento.

A prestação de primeiros socorros não deve substituir nem atrasar a ativação dos
serviços de emergência médica.

Como ativar os serviços de emergência médica?

LIGAR PARA O 112 – Número Europeu de Emergência

▪ Mantenha-se calmo, de modo a facultar a informação


relevante – sempre que possível, deverá ser a vítima
a fazer a chamada
▪ Identifique-se pelo nome.
▪ Faculte um contato de telefone para se manter contactável.
▪ Indique a localização exata onde se encontra a(s) vítima(s) - sempre que possível
Freguesia, Código Postal, pontos de referência – Onde?
▪ Diga o que aconteceu e quando – O quê?
▪ Quem está envolvido (número, género, idade das vítimas) – Quem?
▪ Diga quais as queixas principais, o que observa, situações que exijam outros meios
– Como?
▪ Responda às questões que lhe são colocadas e siga os conselhos do operador
▪ Não desligue até indicação do operador
▪ Se a situação se alterar antes da chegada dos meios de socorro, ligue novamente
112.

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A prestação de Primeiros Socorros

Conteúdo da Caixa de Primeiros Socorros

Segundo a Direção Geral de Saúde (DGS), a


caixa/mala/armário de primeiros socorros deve
conter:

▪ Compressas de diferentes dimensões

▪ Solução antisséptica – por exemplo,


Betadine (unidose)

▪ Pensos rápidos

▪ Rolo adesivo

▪ Ligadura não elástica

▪ Álcool etílico 70% (unidose)

▪ Soro fisiológico (unidose)

▪ Tesoura de pontas rombas

▪ Pinça

▪ Luvas descartáveis em látex

O conteúdo da caixa de primeiros socorros deve ser devidamente listado e ser revisto
periodicamente, dando especial atenção às datas de validade dos componentes.
Suporte Básico de Vida (SBV)

O SBV consiste num conjunto de procedimentos realizados sem


recurso a equipamento específico, e que tem como objetivo a
manutenção da vida e o ganho de tempo, até à chegada de ajuda
especializada

É utilizado no socorro a uma pessoa em paragem cardiorrespiratória.

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1. Avaliação das condições de segurança (reanimador, vítima e terceiros)

Antes de se aproximar de alguém que possa eventualmente estar em perigo de vida deve
assegurar-se de que não irá correr nenhum risco:
▪ Ambiental (ex. choque elétrico, derrocadas, explosão, tráfego)
▪ Toxicológico (ex. exposição a gás, fumo, tóxicos)
▪ Infecioso (ex. tuberculose, hepatite)

2. Avaliação do estado de consciência da vítima

Coloque-se lateralmente em relação à vítima, se


possível. Abane os ombros com cuidado e pergunte em
voz alta: “Está-me a ouvir?”.

No caso de vítima reativa:

▪ Garanta a inexistência de perigo para a vítima


▪ Mantenha-a na posição encontrada
▪ Identifique situações causadoras da aparente alteração do estado da vítima
▪ Solicite ajuda (ligue 112), se necessário
▪ Reavalie com regularidade

No caso de vítima não reativa: permeabilizar a Via Aérea


3. Permeabilização da via aérea

Como proceder?

▪ Colocar a vítima em decúbito dorsal (barriga para cima)

▪ Colocar uma mão na testa e inclinar a cabeça para trás


(extensão da cabeça)

▪ Elevar o queixo usando os dois dedos da outra mão – colocando os dedos debaixo
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do queixo

A permeabilização da via aérea e o restabelecimento da ventilação são objetivos


essenciais em SBV, com o propósito de evitar lesões por insuficiente oxigenação dos
órgãos nobres, em particular do cérebro.

3. Avaliação da respiração

Mantendo a via aérea permeável, verificar se a vítima respira normalmente:

▪ Ver os movimentos torácicos


▪ Ouvir os sons respiratórios saídos da boca/ nariz
▪ Sentir o ar expirado na face do reanimador

De salientar que se a vítima apresentar uma respiração lenta, ruidosa e irregular, esta
não pode ser considerada uma respiração “normal” e, portanto, deve atuar como agiria
perante a ausência de respiração.

Se a vítima respira normalmente (e não houver suspeita da existência de


traumatismos) coloque-a em Posição Lateral de Segurança (PLS).

Posição Lateral de Segurança - passo a passo:


▪ Ajoelhe-se e alinhe o corpo da
vítima, que deve ficar com os braços
estendidos ao longo do corpo. Retire-
lhe óculos e objetos volumosos dos
bolsos.

▪ Coloque o braço da vítima que está


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junto a si dobrado, com a palma da mão
virada para cima e ao nível da cabeça.

▪ Permaneça onde está e pegue na outra mão da vítima. Dobre-lhe o braço por forma
a cruzar o peito e a colocar as costas da mão na face da vítima do seu lado. Após
este movimento, segure do lado oposto ao seu a perna da vítima na zona do joelho,
levante-a e dobre-a.

▪ Utilize a perna dobrada para ajudar a rolar a vítima para o seu lado. Durante este
movimento mantenha uma mão a apoiar a cabeça da vítima enquanto a faz rolar.

4. Ligar para o 112

Se a vítima não responde e não tem respiração normal ative de imediato o serviço de
emergência médica, ligando 112.

5. Realização de compressões torácicas

Realize 30 compressões deprimindo o esterno 5-6 cm a uma frequência de pelo menos


100 por minuto e não mais que 120 por minuto.

Para que as compressões torácicas sejam corretamente realizadas, deverá:


▪ Posicionar-se ao lado da vítima
▪ Certificar-se que a vítima está deitada de
costas, sobre uma superfície firme e plana;
▪ Afastar/remover as roupas que cobrem o
tórax da vítima
▪ Posicionar-se verticalmente acima do
tórax da vítima
▪ Colocar a base de uma mão no centro do tórax (sobre a metade inferior do esterno) 6
▪ Colocar a base de uma mão no centro do tórax (sobre a metade inferior do esterno)
▪ Colocar a outra mão sobre a primeira entrelaçando os dedos
▪ Manter os braços e cotovelos esticados, com os ombros na direção das mãos
▪ Aplicar pressão sobre o esterno, deprimindo-o 5-6 cm a cada compressão (as
compressões torácicas superficiais podem não produzir um fluxo sanguíneo
adequado)
▪ Aplicar 30 compressões de forma rítmica a uma frequência de pelo menos 100
por minuto, mas não mais do que 120 por minuto (ajuda se contar as compressões
em voz alta)
▪ No final de cada compressão garantir a descompressão total do tórax sem remover
as mãos;

6. Realização de insuflações

Após 30 compressões efetuar 2 insuflações.

Relembrando que, na impossibilidade de utilizar um dispositivo na via aérea (máscara


de bolso ou insuflador manual), a insuflação “boca a boca” é uma maneira rápida e
eficaz de fornecer oxigénio à vítima.

Insuflações boca a boca – passo a passo:

❖ Posicionar-se ao lado da vítima

❖ Permeabilizar a via aérea

❖ Aplicar 2 insuflações na vítima, mantendo a via aérea permeável:


▪ Comprima as narinas usando o dedo
indicador e o polegar da mão que colocou na
testa.

▪ Permita que a boca se abra, mas mantenha a


elevação do queixo

▪ Inspire normalmente e coloque os seus


lábios em torno da boca da vítima, certificando-se que não há fugas
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▪ Sopre a uma velocidade regular e controlada para a boca da vítima enquanto
observa a elevação do tórax (deve durar cerca de 1 segundo, tal como na
respiração normal)

▪ Mantendo a inclinação da cabeça e o queixo elevado, afaste-se da boca da vítima


e observe o tórax a baixar quando o ar sai

▪ Inspire novamente e volte a soprar na boca da vítima para conseguir um total


de duas insuflações.

Se não se sentir capaz ou tiver relutância em fazer insuflações, faça apenas compressões
torácicas. Se apenas fizer compressões, estas devem ser contínuas, cerca de 100 - 120
por minuto (não existindo momentos de pausa entre cada 30 compressões).

Insuflações com máscara de bolso – passo a passo:

Uma máscara de bolso adapta-se à face da vítima, sobre o nariz e boca, e possui uma
válvula unidirecional que desvia do reanimador o ar expirado da vítima.

❖ Posicionar-se ao lado da vítima


❖ Permeabilizar a via aérea
❖ Aplicar 2 insuflações na vítima, mantendo a via aérea permeável:
▪ Colocar a máscara sobre o nariz e boca da vítima (a parte mais estreita da
máscara de bolso deverá ficar sobre o dorso do nariz e a parte mais larga da
máscara deverá ficar sobre a boca)
▪ Colocar o polegar e o indicador na parte mais estreita da máscara
▪ Colocar o polegar da outra mão na parte mais larga da máscara e usar os outros
dedos para elevar o queixo da vítima, criando uma selagem hermética
▪ Soprar suavemente pela válvula unidirecional durante cerca de 1 segundo (por
cada insuflação), por forma a que o tórax da vítima se eleve
▪ Retirar a boca da válvula da máscara após insuflar

No final das duas insuflações, volte rapidamente a colocar as suas mãos na posição
correta no esterno e repita mais 30 compressões torácicas.

Caso uma ou ambas as tentativas de insuflação se revelem ineficazes, deve avançar


imediatamente para as compressões torácicas.

7. Manutenção do SBV

Mantenha as manobras de reanimação (30 compressões alternando com 2 insuflações)


até:

▪ Chegar ajuda
▪ Ficar exausto
▪ A vítima retomar sinais de vida (vítima desperta e reativa; movimento; abertura
espontânea dos olhos; respiração normal).

De salientar que, é raro reanimar a vítima apenas com manobras de SBV; Caso não
tenha a certeza que a vítima recuperou, mantenha SBV.

Suporte Básico de Vida Pediátrico - particularidades:

▪ Logo que verifique que o latente/criança não respira normalmente, faça 5


insuflações apenas com a quantidade de ar necessária para expandir eficazmente
o tórax.
▪ Adapte as compressões ao tamanho da vítima: se bebé até um ano use apenas 2
dedos e se criança até 8 anos apenas uma mão, deprimindo até 1/3 da altura do
tórax.

Mais algumas dicas…

Como agir em caso de:


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1. Obstrução das Vias Aéreas (OVA)

A obstrução da via aérea consiste no que habitualmente se designa por “engasgamento”.


Quando se trata de uma obstrução por um corpo estranho a vítima vai ter dificuldade em
respirar porque o ar não chega aos pulmões.

Se a vítima conseguir tossir, ainda passa algum ar para os pulmões e estamos perante
uma Obstrução Ligeira. Se a vítima deixar de conseguir tossir, estamos perante
uma Obstrução Grave da Via Aérea.

Num adulto ou numa criança, o procedimento é basicamente o mesmo, apenas com


algumas adaptações em função da idade da vítima.

Como proceder perante uma obstrução da via aérea?

• Enquanto a vítima conseguir tossir, encoraje a tosse na tentativa de expelir o corpo


estranho;
• Se resolver, avalie a situação e recorra a um serviço de saúde se necessário;
• Se a vítima não conseguir tossir, aplique cinco pancadas nas costas (pancadas
interescapulares):
1. Coloque-se ao lado e ligeiramente por detrás
da vítima;
2. Passe o braço por baixo da axila da vítima e
suporte-a a nível do tórax com uma mão,
mantendo-a inclinada para a frente, numa
posição tal que se algum objeto for deslocado
com as pancadas possa sair livremente pela
boca; 10
3. Aplique até 5 pancadas com a base da outra mão, na parte superior das costas,
entre as omoplatas.

• Se não resolver a obstrução efetue até cinco compressões abdominais (Manobra


de Heimlich).:

1. Coloque-se por trás da vítima e circunde o abdómen da vítima com os seus braços;
2. Feche o punho de uma mão e posicione-o acima do umbigo, com o polegar voltado
contra o abdómen da vítima;
3. Sobreponha a 2ª mão por cima da outra e aplique uma compressão rápida para
dentro e para cima;
4. Repita até cinco vezes este processo

• Intercale as pancadas nas costas com as compressões abdominais até a situação se


resolver ou a vítima ficar inconsciente;
• Se a vítima ficar inconsciente, ligue de imediato 112 e inicie Suporte Básico de
Vida.

Qualquer vítima que tenha sido sujeita a este tipo de manobras, deve ser encaminhada ao
Hospital para prevenir algum tipo de lesão associada (ligue 112).
Particularidades da OVA Pediátrica:
No caso de um bebé (até um ano), realize as pancadas nas costas segurando-o de barriga
para baixo com a cabeça levemente mais baixa do que o tórax, apoiada no seu antebraço
e apoie a cabeça e a mandíbula do lactente com a sua mão;

Substitua as compressões abdominais por compressões torácicas, usando apenas 2 dedos


para comprimir o tórax. Verifique a boca no final de cada ciclo de 5 compressões.
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2. Enfarte Agudo do Miocárdio

O Enfarte Agudo do Miocárdio (EAM), vulgarmente conhecido por ataque cardíaco, é


uma emergência médica em que cada minuto conta porque há o risco de o coração parar.
O seu objetivo é confortar, apoiar e monitorizar a condição da vítima enquanto espera
pelos serviços de emergência.

São sinais e sintomas de um possível Enfarte:

• Dor apertada no peito com uma sensação de esmagamento e que não acalma
quando a vítima se põe em repouso
• Irradiação da dor para o braço, pescoço, mandíbula ou costas
• Dificuldade em respirar
• Pele pálida, acinzentada, pegajosa ou suada
• Desconforto abdominal, náuseas e vómitos

Encontrando-se perante sinais e sintomas de um Enfarte, deve ter em atenção o


seguinte:

• Coloque a vítima confortável: tranquilize a vítima, sente-a numa posição


confortável e impeça-a de fazer qualquer tipo de esforços
• Não perca tempo e ligue imediatamente para o 112: colabore com o Operador do
INEM informando quais os sinais e sintomas que a vítima apresenta - siga as
instruções que lhe forem dadas
• Monitorize a vítima: observe a atividade respiratória e a pulsação enquanto
aguarda pelas equipas de emergência. Se existir alguma alteração deverá
transmiti-la às equipas;
• Não deve ir para o hospital por meios próprios: o hospital mais perto pode não ser
o mais indicado;
• Nunca espere que a dor passe por si: o tempo de atuação é fundamental!

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3. Acidente Vascular Cerebral (AVC)

O Acidente Vascular Cerebral (AVC), também vulgarmente conhecido por trombose ou


embolia cerebral, acontece quando o fornecimento de sangue para uma parte do cérebro
é impedido, devido a um bloqueio ou derrame. É uma emergência médica que exige
uma atuação rápida.

Se suspeitar que alguém está a ter um AVC, tenha em atenção os seguintes sinais e
sintomas:

• Falta de força num braço


• Boca ao lado
• Dificuldade em falar

Encontrando-se perante sinais e sintomas de um AVC, deve:

• Pedir à vítima para sorrir. Se notar alguma assimetria, ou seja, se a vítima sorrir
apenas de um lado, poderá ser um indicador que o outro lado da cara está
paralisado;
• Verificar se a vítima consegue levantar os braços. Se estiver a sofrer um AVC
poderá apenas conseguir levantar um deles;
• Tentar estabelecer contacto verbal com a vítima e verificar se comunica com
clareza. Normalmente a dificuldade em falar é um dos sintomas mais
característicos.

Na presença destes sinais, não perca tempo e ligue de imediato 112!

4. Queimaduras

As queimaduras são lesões que resultam do contato com o calor ou frio extremo,
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substâncias químicas, eletricidade ou radiações.

❖ Queimadura 1º grau (Menos grave):

• Vermelhidão
• Calor
• Dor

❖ Queimadura 2º grau (Gravidade moderada):

• Dor intensa
• Bolhas

Queimadura 3º grau (Mais grave):

• Pele acastanhada, negra ou branca


• Destruição de tecidos
• Sem dor

Como atuar?

• Avalie a situação e garanta as suas condições de segurança


• Afaste o agente que provoca a queimadura ou em alternativa a vítima do agente
• Lave e arrefeça abundantemente a zona da queimadura com água tépida (se não
estiver na presença de um químico que reaja na presença da água) até alívio
substancial da dor
• Cubra as áreas queimadas com compressas humedecidas com soro fisiológico ou
água
• Controle a temperatura corporal, a hipotermia pode acontecer depois do
arrefecimento
• Não remova as roupas se estas estiverem coladas ao corpo da vítima
• Não utilize gelo, pasta de dentes, manteiga, azeite, ou outro tipo de produtos para
arrefecer ou hidratar a queimadura pois os mesmos poderão agravar as lesões
• Caso a queimadura seja ligeira, procure aconselhamento médico
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Em caso de emergência, ligue 112

5. Crise Convulsiva

As crises convulsivas são provocadas por um excesso de atividade elétrica no cérebro que
resulta numa breve rutura das mensagens que passam entre as células cerebrais. Podem
ser causadas por crises de epilepsia, por traumatismos cranianos, entre outras causas. O
melhor primeiro socorro é evitar que a vítima se magoe durante todo o episódio, que
normalmente demora apenas alguns minutos.

Como identificar?

• Perda súbita da consciência


• Movimentos involuntários de parte ou de todo o corpo, tipo tremores
• Cor arroxeada da face
• Maxilares cerrados
• Mordedura da língua (poderá aparecer sangue na boca)
• Incontinência urinária
• Após acordar, a vítima recupera a consciência, mas poderá apresentar-se
desorientada
• Possível sonolência e sem memória do episódio, que gradualmente vai
recuperando

O que fazer?

• Torne a área segura e, se conseguir, ampare a vítima na queda. Afaste todos os


objetos que estejam em redor da vítima, evitando que esta se magoe
• Proteja a cabeça da vítima: coloque almofadas, toalhas enroladas, cobertores ou,
em último caso, estabilize a cabeça da vítima com as suas mãos para que esta não
embata contra algo
• Não coloque nada na boca. Nada!
• Coloque a vítima em Posição Lateral de Segurança, assim que parar de tremer;
• Ligue 112.

6. Hipoglicémia 15

A Hipoglicemia (baixa de açúcar) acontece quando os níveis de açúcar no sangue descem


para valores abaixo do normal. Embora possa acontecer a qualquer pessoa, é mais comum
acontecer a pessoas que sofram de diabetes, uma vez que são mais vulneráveis a este tipo
de variações.

Numa crise hipoglicémica esteja atento aos seguintes sinais e sintomas, que se podem
manifestar isoladamente ou em conjunto:

• Tremores e fraqueza
• Pele pálida, fria e húmida ao toque
• Confusão e comportamento irracional
• Pulsação acelerada e respiração superficial
• Perda de consciência (desmaio)

Perante uma vítima consciente com uma crise hipoglicémica, deve tranquilizá-la e ajudá-
la a sentar-se, dar-lhe uma bebida doce, como um sumo de fruta ou mesmo uma papa de
água e açúcar. Se a vítima melhorar, ofereça-lhe de seguida uma peça de fruta ou uma
barra de cereais. Se a vítima não reagir e o seu estado se agravar, ligue 112.

Se a vítima estiver inconsciente não lhe deve dar nada a beber ou comer. Deve, sim,
esfregar uma papa de açúcar no interior da boca (bochechas). Ligue 112!
7. Intoxicações

Intoxicações por ingestão

A ingestão de produtos tóxicos pode ocorrer


acidentalmente ou deliberadamente. Em ambos os casos
é uma emergência que pode mesmo colocar em risco a
vida. Crianças e idosos tendem a ser grupos de risco no
que respeita a este tipo de intoxicação, quer pela atração
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que as embalagens possam representar para as crianças,
quer pelo engano na toma dos medicamentos pelos
idosos.

Sinais e sintomas:

• Queimaduras ou bolhas, junto da boca


• Fortes dores de barriga
• Vómitos e diarreia com a possibilidade da presença de sangue
• Dificuldade respiratória
• Convulsões
• Alterações da consciência – desmaios, sonolência, agitação

Como atuar?

• Recolha informação sobre o produto ingerido, pedindo ajuda à vítima se esta


estiver capaz de falar
• Acalme a vítima
• Caso ainda exista alguma substância na boca, peça à vítima para a expelir
• Dê a beber alguns goles de água ou leite
• Se a vítima vomitar espontaneamente, incline-a ligeiramente para a frente por
forma a escoar o produto
• Não provoque o vómito
• Contacte o Centro de Informação Antivenenos (CIAV) através do número 800
250 250

Intoxicação por contato (com os olhos ou com a pele)

O contacto com produtos químicos pode resultar em queimaduras graves que precisam
de cuidados urgentes. A gravidade da queimadura depende da substância envolvida e de
quanto tempo esteve em contacto com o corpo.
Contacto com os olhos
Determinados produtos podem provocar lesões graves e até cegueira.

Sinais e Sintomas

• Dor e vermelhidão
• Lacrimejo e irritação
• Incapacidade de abrir os olhos 17
• Pálpebras inchadas
• Perda de visão ou vista turva

Como atuar?

• Avalie a situação – segurança, proteção (ex.: luvas), riscos, qual o produto.


• Lave com água corrente durante 15 minutos mantendo as pálpebras afastadas.
• Tape o olho atingido, podendo mesmo tapar os dois por forma a evitar
movimentos.
• Ligue para o Centro de Informação Antivenenos – 800 250 250.

Contato com a pele


A localização das lesões normalmente surge na parte do corpo exposta ao químico. No
entanto, pode ser absorvido pelo organismo e apresentar alterações noutras regiões do
corpo.

Sinais e Sintomas:

• Vermelhidão e possível formação de bolhas


• Comichão
• Inchaço
• Queimaduras

Como atuar?

• Avalie a situação – segurança, proteção (ex.: luvas), riscos, qual o produto,


queimaduras (algumas podem não ser visíveis imediatamente).
• Coloque a vítima em segurança – local seguro e bem ventilado.
• Ajude a vítima a retirar roupas contaminadas.
• Lave abundantemente com água corrente durante 15 minutos – tenha cuidado para
que o produto não escorra sobre partes do corpo não afetadas.
• Ligue para o Centro de Informação Antivenenos – 800 250 250.

Fonte: Serviço Nacional de Saúde


https://www.sns.gov.pt/
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