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Página Textos da Reforma

Sola Scriptura, Sola Gratia, Sola Fide, Solus Christus, Soli Deo Gloria
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Responsável: Dawson Campos de Lima
E-mail: dawson@samnet.com.br

PECADO ORIGINAL E DEPRAVAÇÃO TOTAL


Salmo 51.5

As Escrituras diagnosticam o pecado como uma deformidade


universal da natureza humana, deformidade que se manifesta em cada
pormenor da vida de cada pessoa (1 Rs 8.46; Rm 3.9-23; 7.18; 1 Jo 1.8-
10). Ambos os Testamentos descrevem o pecado como rebelião contra
as normas de Deus, como deixar de atingir o alvo que Deus estabeleceu
para nós, transgredir a lei de Deus, ofender a pureza de Deus pela nossa
corrupção e incorrer em culpa diante de Deus, o Juiz. É uma
mentalidade que luta contra Deus para fazer o papel de Deus. A raiz do
pecado é o orgulho e a inimizade contra Deus, o espírito visto na
primeira transgressão de Adão. E os atos pecaminosos têm sempre, atrás
de si, pensamentos e desejos que, de um modo ou de outro, expressam a
deliberada oposição do coração às reivindicações de Deus sobre nossa
vida.
O pecado pode ser definido como quebra da lei de Deus ou falta
de conformidade com essa lei, em qualquer aspecto da vida, quer nos
pensamentos, nas palavras ou nas ações. Entre as passagens das
Escrituras que ilustram diferentes aspectos do pecado, encontram-se Jr
17.9; Mt 12.30-37; Mc 7.20-23; Rm 1.18-3.20; 7.7-25; 8.5-8; 14.23
(Lutero afirmou que Paulo escreveu a Carta aos Romanos para “ampliar
o pecado”); Gl 5.16-21; Ef 2.1-3; 4.17-19; Hb 13.2; Tg 2.10-11; 1 Jo
3.4; 5.17.
“Pecado Original”, que quer dizer pecado derivado de nossa
origem, não é uma expressão bíblica (a expressão é de Agostinho), mas
coloca em foco a realidade do pecado no nosso sistema espiritual. A
expressão “pecado original” não significa que o pecado faça parte da
natureza humana como tal, pois “Deus fez o homem reto” (Ec 7.29).
Nem significa que o processo de reprodução e nascimento seja
pecaminoso; a impureza associada à sexualidade na Lei (Lv 12; 15) era
típica e cerimonial e não moral. Mais exatamente, “pecado original”
significa que a pecaminosidade marca a cada um desde o nascimento,
na forma de um coração inclinado para o pecado, antes de quaisquer
pecados de fato cometidos. Essa pecaminosidade íntima é a raiz e a
fonte desses pecados atuais. Ela nos foi transmitida por Adão, nosso
primeiro representante diante de Deus. A doutrina de pecado original
nos diz que nós não somos pecadores porque pecamos, mas pecamos
porque somos pecadores, nascidos com uma natureza escravizada ao
pecado.
A expressão “depravação total” é comumente usada para tornar
explícitas as implicações do pecado original. Significa a corrupção de
nossa natureza moral e espiritual, que é total em princípio, ainda que
não em grau (porque ninguém é tão mau quanto poderia ser). Nenhuma
parte de nosso ser está isenta de pecado, e nenhuma de nossas ações é
tão boa quanto devia ser. Em conseqüência, nada do que fazemos é
meritório aos olhos de Deus. Não podemos ganhar o favor de Deus,
pouco importando o que fazemos; se a graça não nos salvar, estamos
perdidos.
Depravação total inclui incapacidade total, o que significa não Ter
poder para crer em Deus ou na Sua Palavra (Jo 6.44; Rm 8.7-8). Paulo
diz que essa incapacidade é uma forma de “morte”, pois o coração
decaído está “morto” (Ef 2.1,5; Cl 2.13). Como diz a Confissão de
Westminster (IX.3): “O homem, ao cair no estado de pecado, perdeu
inteiramente todo o poder de vontade quanto a qualquer bem espiritual
que acompanhe a salvação; de sorte que um homem natural,
inteiramente avesso a esse bem e morto no pecado, é incapaz de, pelo
seu próprio poder, converter-se ou mesmo preparar-se para isso.” Para
essa escuridão só a Palavra de Deus traz a luz (Lc 18.27; 2 Co 4.6).

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