Você está na página 1de 228

Gestão e saneamento

ambiental
Gisela Cristina Richter

2018
Copyright © UNIASSELVI 2018

Elaboração:
Gisela Cristina Richter

Revisão, Diagramação e Produção:


Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

Ficha caalográca elaborada na one pela Biblioeca Dane Alighieri


UNIASSELVI – Indaial.

352.60981
R535g Richter, Gisela Cristina
Gestão e saneamento ambiental / Gisela Cristina Richter.
Indaial: UNIASSELVI, 2018.

218 p. : il.

ISBN 978-85-515-0136-8

1.Saneamento - Brasil.
I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.

Impresso por:
apresentação
Caro acadêmico,

A gesão ambienal a cada dia orna-se mais aual e necessária para odo
o âmbio da sociedade, de crianças, jovens, adulos e idosos, conhecedores ou
não dos ermos mais preocupanes da relação ambienal. É na preocupação
de ermos um planea, país, esado, cidade, bairro ou casa com melhores
condições de saneameno ou com menos degradação dos recursos naurais
que inuenciam nosso coidiano, ano na esera de saneameno como em
uma alimenação mais saudável, que insigamos a conhecer mais cada um
desses conhecimenos que azem a dierença para a humanidade nos dias de
hoje. Nossa ineração com esses conhecimenos inicia-se na Unidade 1 onde
serão apresenadas as denições de gesão ambienal, a legislação vigene
em nosso país, seu gerenciameno em beneício, ano ao meio produivo
como ao cidadão comum. Para que enhamos menos impacos nanceiros,
o gerenciameno auxilia na uilização correa dos recursos oerecidos pela
naureza, seu manejo, sua melhor uilização como produo, desinos nais e
consequenemene uma diminuição de problemas relacionados à saúde de
odos envolvidos nessa cadeia.

A Unidade 2 raa dos recursos hídricos, uma das maiores


preocupações no âmbio mundial, já que é condição primordial para a vida
no planea e pare inegrane de qualquer sisema produivo. Como raar
a água e os euenes indusriais para que sejam um recurso que possa ser
uilizado sem resrição por seres humanos em seu dia a dia, no seu sisema
de planio, manuaura, por animais em odo o planea, sem compromeer
suas vidas.

Na Unidade 3 será apresenada a preocupação com o raameno dos


resíduos sólidos desde a sua geração, acondicionameno nal ou raameno,
consequências de sua disponibilização sem criério no meio ambiene e a
visão de reaproveiamenos múliplos de alguns resíduos para a preservação
e limiação de exração dessem maeriais no meio ambiene, assim como
ranspore seguro, cuidados com o seu acondicionameno nese ranspore,
operacionalização, segundo a legislação e raameno minisrado quando de
um acidene deses resíduos pelos responsáveis e órgãos compeenes e um
seguro acondicionameno nal. Nosso planea só permanecerá com a vida
se cada um zer a sua pare para preservá-lo, seja em casa como no rabalho.
Que ese livro de esudos possa lhe ajudar no âmbio prossional e pessoal.

Bons esudos!

III
NOTA

Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enm, tanto


para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.

Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é


o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura.

O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.

Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente,


apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.

Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto
em questão.

Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.

Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de


Desempenho de Estudantes – ENADE.

Bons estudos!

UNI

Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos


materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais
os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais
que possuem o código QR Code, que é um código
que permite que você acesse um conteúdo interativo
relacionado ao tema que você está estudando. Para
utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos
e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar
mais essa facilidade para aprimorar seus estudos!

IV
V
VI
sumário
UNIDADE 1 – GERENCIAMENTO AMBIENTAL........................................................................... 1

TÓPICO 1 – REVISÃO HISTÓRICA DO SANEAMENTO AMBIENTAL .................................. 3


1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3
2 A HISTÓRIA DO SANEAMENTO AMBIENTAL ......................................................................... 3
2.1 O CLUBE DE ROMA....................................................................................................................... 4
2.2 A ONU............................................................................................................................................... 4
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 9
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 11

TÓPICO 2 – DEFINIÇÕES E CONCEITOS........................................................................................ 13


1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 13
2 CONCEITOS.......................................................................................................................................... 13
2.1.DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL...................................................................................... 18
2.2 AGENDA 21 ..................................................................................................................................... 19
2.3 AGENDA 21 LOCAL ...................................................................................................................... 20
2.4 SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL ....................................................................................... 21
2.5 ISO 14000........................................................................................................................................... 22
2.6 CONTEXTO DA ORGANIZAÇÃO .............................................................................................. 26
2.7 LIDERANÇA .................................................................................................................................... 26
2.8 PLANEJAMENTO ........................................................................................................................... 27
2.9 OPERAÇÃO...................................................................................................................................... 28
2.10 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO E MELHORIA ................................................................... 28
2.11 AUDITORIA AMBIENTAL ......................................................................................................... 29
2.12 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO .............................................................................................. 29
3 AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS – AIA..................................................................... 30
3.1 A REALIZAÇÃO DO AIA.............................................................................................................. 31
3.1.1 Como azer um AIA?.............................................................................................................. 31
3.1.2 Relaório de Conrole Ambienal (RCA).............................................................................. 32
3.1.3 Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) ...................................................... 32
3.1.4 Como elaborar o EIA/RIMA.................................................................................................. 33
4 O RIMA................................................................................................................................................... 34
4.1 QUALIDADE, DEGRADAÇÃO, RECUPERAÇÃO E DANO AMBIENTAL......................... 35
4.2 ROTULAGEM AMBIENTAL ......................................................................................................... 35
4.2.1 Tipos de roulagem ambienal .............................................................................................. 36
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 39
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 40

TÓPICO 3 – DOENÇAS DA CARÊNCIA DE SANEAMENTO..................................................... 41


1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 41
2 HISTÓRICO DO SANEAMENTO ................................................................................................... 41
3 SANEAMENTO NO BRASIL............................................................................................................. 43
4 DOENÇAS CAUSADAS PELA FALTA DE SANEAMENTO ...................................................... 44
4.1 DOENÇAS RELACIONADAS COM A ÁGUA........................................................................... 44

VII
4.2 DOENÇAS INFECCIOSAS RELACIONADAS COM EXCRETAS (ESGOTOS) .................... 45
4.3 DOENÇAS INFECCIOSAS RELACIONADAS COM O LIXO ................................................ 45
4.4 DOENÇAS INFECCIOSAS RELACIONADAS COM A HABITAÇÃO .................................. 45
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 46
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 47

TÓPICO 4 – CONDIÇÕES SANITÁRIAS E DE CONFORTO NOS LOCAIS DE


TRABALHO....................................................................................................................... 49
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 49
2 INSTALAÇÕES SANITÁRIAS.......................................................................................................... 49
3 VESTIÁRIOS ......................................................................................................................................... 50
4 REFEITÓRIOS....................................................................................................................................... 50
5 COZINHAS............................................................................................................................................ 51
6 ALOJAMENTOS ................................................................................................................................... 52
RESUMO DO TÓPICO 4........................................................................................................................ 54
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 55

TÓPICO 5 – LEGISLAÇÃO ................................................................................................................... 57


1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 57
2 LEGISLAÇÃO DE SANEAMENTO NO BRASIL.......................................................................... 57
3 LICENCIAMENTO AMBIENTAL..................................................................................................... 59
LEITURA COMPLEMENTAR............................................................................................................... 63
RESUMO DO TÓPICO 5........................................................................................................................ 65
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 66

UNIDADE 2 – RECURSOS HÍDRICOS.............................................................................................. 67

TÓPICO 1 – RECURSOS ........................................................................................................................ 69


1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 69
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 72
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 73

TÓPICO 2 – HISTÓRICO ...................................................................................................................... 75


1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 75
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 81
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 82

TÓPICO 3 – CONCEITOS ..................................................................................................................... 83


1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 83
2 O QUE É A ÁGUA?............................................................................................................................... 83
2.1 A ÁGUA NO PLANETA TERRA .................................................................................................. 84
2.2 O CICLO DA ÁGUA ....................................................................................................................... 85
2.3 CLASSIFICAÇÕES E USO DA ÁGUA ......................................................................................... 86
2.4 TIPOS DE ÁGUA ............................................................................................................................. 87
2.4.1 Água desilada ........................................................................................................................ 87
2.4.2 Água mineral........................................................................................................................... 88
2.5 USOS DA ÁGUA ............................................................................................................................ 88
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 95
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 96

TÓPICO 4 – TIPOS DE TRATAMENTOS DE EFLUENTES........................................................... 99


1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 99

VIII
2 FONTES DE POLUIÇÃO DA ÁGUA ............................................................................................... 103
2.1 A POLUIÇÃO CAUSADA PELAS INDÚSTRIAS ...................................................................... 104
2.2 A MINERAÇÃO, A EXTRAÇÃO E O TRANSPORTE DE PETRÓLEO .................................. 105
2.3 AS ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DA ÁGUA ......................................................................... 106
2.4 PADRÕES PARA OS AGROTÓXICOS......................................................................................... 109
2.5 TRATAMENTO DE ÁGUA CONVENCIONAL......................................................................... 114
2.6 FILTRAÇÃO LENTA....................................................................................................................... 115
2.7 FILTRAÇÃO DIRETA ..................................................................................................................... 116
2.8 QUANDO NÃO HÁ ESTAÇÃO DE TRATAMENTO................................................................ 117
3 O DESTINO DA ÁGUA UTILIZADA ............................................................................................. 119
3.1 DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO (DBO) ................................................................... 121
3.2 DEMANDA QUÍMICA DE OXIGÊNIO (DQO).......................................................................... 122
3.3 CARBONO ORGÂNICO TOTAL (COT)...................................................................................... 122
3.4 OXIGÊNIO DISSOLVIDO (OD)..................................................................................................... 122
3.5 E COMO É O TRATAMENTO DE ESGOTO? ............................................................................. 123
3.6 TRATAMENTO PRIMÁRIO........................................................................................................... 124
3.7 TRATAMENTO BIOLÓGICO OU SECUNDÁRIO..................................................................... 125
3.8 TRATAMENTO TERCIÁRIO ......................................................................................................... 126
3.9 TRATAMENTO DE LODO............................................................................................................. 127
3.10 LEITOS DE SECAGEM ................................................................................................................. 129
4 MÉTODOS DE TRATAMENTOS AVANÇADOS DA ÁGUA .................................................... 130
4.1 FILTRAÇÃO EM MARGEM ......................................................................................................... 130
4.2 FILTRAÇÃO POR MEMBRANA .................................................................................................. 131
4.3 UTILIZAÇÃO DE MEMBRANAS NA CLARIFICAÇÃO E NA DESINFECÇÃO ............... 132
5 LEGISLAÇÃO ....................................................................................................................................... 133
LEITURA COMPLEMENTAR............................................................................................................... 135
RESUMO DO TÓPICO 4........................................................................................................................ 137
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 138

UNIDADE 3 – GESTÃO DE RESÍDUOS............................................................................................ 139

TÓPICO 1 – RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS E INDUSTRIAIS............................................... 141


1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 141
2 DEFINIÇÃO DE RESÍDUO SÓLIDO............................................................................................... 141
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 145
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 146

TÓPICO 2 – GESTÃO E GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS...................................................... 147


1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 147
2 O PROCESSO DE GESTÃO DE RESÍDUOS.................................................................................. 147
2.1 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS ........................................................................... 149
2.1.1 Quano à origem ..................................................................................................................... 149
2.1.2 Quano à periculosidade........................................................................................................ 149
2.2 POLÍTICA NACIONAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS (PNRS)................................................... 150
2.3 LOGÍSTICA REVERSA ................................................................................................................... 152
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 157
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 158

TÓPICO 3 – CUIDADOS NO TRANSPORTE INTERNO E EXTERNO...................................... 159


1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 159
2 TRANSPORTE DE PRODUTOS PERIGOSOS .............................................................................. 159
3 RISCOS E DESASTRES AMBIENTAIS ........................................................................................... 164

IX
4 LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA............................................................................................................... 166
5 RÓTULO DE RISCO ............................................................................................................................ 167
6 PAINEL DE SEGURANÇA ................................................................................................................. 169
7 PRÁTICA NAS EMERGÊNCIAS ...................................................................................................... 172
8 EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL......................................................................... 173
9 TRANSPORTE E ACONDICIONAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS.................................. 173
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 183
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 185

TÓPICO 4 – TÉCNICAS DE DISPOSIÇÃO FINAL AMBIENTALMENTE CORRETA............ 187


1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 187
2 BIODIGESTÃO..................................................................................................................................... 187
3 ATERROS SANITÁRIOS.................................................................................................................... 188
4 COMPOSTAGEM................................................................................................................................. 190
5 INCINERAÇÃO .................................................................................................................................... 191
5.1 INCINERAÇÃO DE RESÍDUOS INDUSTRIAIS ........................................................................ 192
6 PIRÓLISE................................................................................................................................................ 193
6.1 REATOR PIROLÍTICO .................................................................................................................... 193
6.2 APLICAÇÕES DA PIRÓLISE......................................................................................................... 194
RESUMO DO TÓPICO 4........................................................................................................................ 196
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 197

TÓPICO 5 – GESTÃO DE SUSTENTABILIDADE ........................................................................... 199


1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 199
1.1 CONCEITOS DE SUSTENTABILIDADE ..................................................................................... 200
2 OS TRÊS PILARES DA SUSTENTABILIDADE ............................................................................ 200
2.1 SOCIAL ............................................................................................................................................. 200
2.2 ECONÔMICO .................................................................................................................................. 200
2.3 AMBIENTAL .................................................................................................................................... 201
3 ECOEFICIÊNCIA.................................................................................................................................. 201
4 NEUTRALIZAÇÃO DE CARBONO................................................................................................. 202
5 MECANISMO DE DESENVOLVIMENTO LIMPO (MDL) E O PROTOCOLO DE
KYOTO ................................................................................................................................................... 203
5.1 PROTOCOLO DE KYOTO ............................................................................................................. 204
5.2 MECANISMOS DE DESENVOLVIMENTO LIMPO – MDL..................................................... 204
5.3 O MERCADO DE CARBONO ....................................................................................................... 205
LEITURA COMPLEMENTAR............................................................................................................... 207
RESUMO DO TÓPICO 5........................................................................................................................ 211
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 212
REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................... 213

X
UNIDADE1

GERENCIAMENTO
AMBIENTAL

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade, você deverá ser capaz de:

• compreender o hisórico da gesão ambienal e alguns conceios;

• conhecer o que é o saneameno ambienal e as consequências de sua ala;

• saber como devem ocorrer as condições saniárias e de conoro nos locais


de rabalho e sua legislação.

PLANO DE ESTUDOS
Esa unidade esá dividida em cinco ópicos. No decorrer da unidade você
enconrará auoaividades com o objeivo de reorçar o coneúdo apresenado.

TÓPICO 1 – REVISÃO HISTÓRICA DO SANEAMENTO AMBIENTAL

TÓPICO 2 – DEFINIÇÕES E CONCEITOS

TÓPICO 3 – DOENÇAS DA CARÊNCIA DE SANEAMENTO

TÓPICO 4 – CONDIÇÕES SANITÁRIAS E DE CONFORTO NOS LOCAIS


DE TRABALHO

TÓPICO 5 – LEGISLAÇÃO

1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1

REVISÃO HISTÓRICA DO SANEAMENTO


AMBIENTAL

1 INTRODUÇÃO
Nesa unidade, você irá compreender alguns conceios sobre gesão
ambienal e uma de suas écnicas, que é o gerenciameno ambienal, além de
desenvolver um paralelo do que é realizado em ermos ambienais e o que é
correo para se uilizar em ermos empresariais. Que a preocupação ambienal
não precisa ser sempre dispendiosa, que pode vir de ações simples para
minimização dos mais variados ipos de recursos e que nossos anepassados,
para muias ações, os usavam com maesria, sem causar o impaco ambienal.
Por que se ala cada vez mais na quesão de gerenciameno ambienal de orma
susenável? Essa preocupação não aconecia na década de 1950 e eram poucos
cienisas que alavam sobre os impacos a respeio do meio ambiene e como ele
poderia ransormar de orma negaiva odas as ormas de vida no planea como
esamos presenciando nos dias de hoje. É sob esa óica que raaremos o assuno
Gerenciameno Ambienal.

2 A HISTÓRIA DO SANEAMENTO AMBIENTAL


A gesão ambienal em sua hisória iniciada na década de 1950 com o
surgimeno de ambienalisas, enidades governamenais sem ns lucraivos e
agências governamenais voladas para a proeção ambienal em razão dos eeios
dos impacos ambienais da ação do homem que propiciou a queda da qualidade
de vida em algumas regiões do planea. A gesão ambienal, segundo Andrade,
Tachizawa e Carvalho (2002), nasceu em 1949, na Conerência Cieníca da
ONU (UNSCCUR) sobre Conservação e Uilização de Recursos, em Lake Sucess,
nos EUA. Em 1962, com a publicação do livro Primavera silenciosa, de Rachel
Carson, iniciaram-se maniesações enre ecologisas e aqueles que aposavam
no desenvolvimeno. A publicação de Carson (1962) alerava sobre a uilização
de pesicidas na agriculura e mobilizou pare da opinião pública americana,
que começava a perceber o impaco das aividades anrópicas ao meio ambiene.
Em unção dese livro oi proibida a uilização do DDT e ouros pesicidas. E
os ambienalisas conseguiram que o governo americano criasse a EPA (Agência
Americana de Proeção Ambienal), que aua aé nos Esados Unidos e que é
reerência em legislação e em esudos ambienais no mundo. Em 1968, aconeceu
a Conerência sobre biosera realizada em Paris, que raou da problemáica da

3
UNIDADE 1 | GERENCIAMENTO AMBIENTAL

conservação e do uso susenável da biosera. Tendo desenvolvido o Programa


o Homem e a Biosera, que é responsável pelas reservas da biosera, um ipo
de área proegida.Mas o marco ambienalisa mais imporane oi a publicação do
Relaório Limies do Crescimeno, elaborado pelo Clube de Roma.

2.1 O CLUBE DE ROMA


O clube de Roma oi criado em 1968, pelo o empresário ialiano Aurélio
Peccei, presidene honorário da Fia e o cienisa escocês Alexander King que
se junaram e desenvolveram um enconro para discuir as condições humanas
no planea para o uuro. Foram cerca de 20 personalidades da época, enre
acadêmicos, cienisas, políicos, empresários e membros da sociedade civil,
para avaliar quesões de ordem políica, econômica e social com relação ao meio
ambiene. A primeira reunião se deu em uma vila de Roma, surgindo aí o nome,
Clube de Roma, e onde oi elaborado um projeo a parir dos princípios de seus
paricipanes. Na aualidade, coninua rabalhando como uma organização não
governamenal que oca na busca por enxergar problemas, discui-los e diundi-
los enre a população para chegar a uma resolução. O rabalho que evidenciou o
Grupo de Roma oi o realizado em 1972 com uma equipe de cienisas do Insiuo
de Tecnologia de Massachusets (MIT, sigla em inglês), liderada por Dennis e
Donella Meadows, quando oi soliciado pelo grupo a elaboração de um relaório
iniulado “Os limies do crescimeno”. O esudo desenvolveu uma simulação de
softwares de inormáica para vericar a ineração do homem e o meio ambiene,
observando as variáveis de aumeno populacional e a uilização dos recursos
naurais. Nese esudo, os cienisas concluíram que os recursos se esgoariam em
menos de 100 anos, endo um impaco muio grande na mídia (PENSAMENTO
VERDE, 2014).

2.2 A ONU
Em 1972, a ONU convocou a Conerência das Nações Unidas sobre o
Ambiene Humano, em Esocolmo, na Suécia (I CNUMAD). Esse eveno em
sua declaração nal desenvolveu 26 princípios que represenam o manieso
ambienal para a aualidade e as bases para a nova agenda ambienal do Sisema
das Nações Unidas ao “inspirar e guiar os povos do mundo para a preservação e
a melhoria do ambiene humano” (ONUBR, 2017, s.p.).

4
TÓPICO 1 | REVISÃO HISTÓRICA DO SANEAMENTO AMBIENTAL

UNI

Se você quer conhecer os 26 princípios, acesse:


<www.mma.gov.br/estruturas/agenda21/_arquivos/estocolmo.doc>.

Os dois enconros, o de Clube de Roma e a Conerência das Nações Unidas


sobre o ambiene humano, iveram por objeivo conscienizar os países sobre
a imporância da conservação ambienal para a maner oda espécie humana.
Em 1972, a Assembleia Geral criou o Programa das Nações Unidas para o Meio
Ambiene (hoje conhecida como PNUMA), que coordena os rabalhos da ONU
para o meio ambiene global. Suas aividades esão ligadas aos aspecos ambienais
das caásroes e conios, à gesão dos ecossisemas, à governança ambienal, às
subsâncias nocivas, à eciência dos recursos e às mudanças climáicas.

Em seguida emos o desenvolvimeno de ouro relaório: o Relaório Nosso


Fuuro Comum (ou Relaório Brundland), em que o secreário geral da ONU
convidou a médica Gro Harlem Brundland, ex-primeira minisra da Noruega e
mesre em saúde pública, para desenvolver e presidir a Comissão Mundial sobre o
Meio Ambiene e Desenvolvimeno. E em 1987, a Comissão Brundland publica o
relaório “Nosso Fuuro Comum” com assunos relacionados ao desenvolvimeno
susenável para o público:

O desenvolvimeno susenável é o desenvolvimeno que enconra


as necessidades auais sem compromeer a habilidade das uuras
gerações de aender suas próprias necessidades.
Um mundo onde a pobreza e a desigualdade são endêmicas esará
sempre propenso a crises ecológicas, enre ouras…O desenvolvimeno
susenável requer que as sociedades aendam às necessidades
humanas ano pelo aumeno do poencial produivo como pela
garania de oporunidades iguais para odos.
Muios de nós vivemos além dos recursos ecológicos, por exemplo,
em nossos padrões de consumo de energia… No mínimo, o
desenvolvimeno susenável não deve pôr em risco os sisemas
naurais que susenam a vida na Terra: a amosera, as águas, os solos
e os seres vivos.
Na sua essência, o desenvolvimeno susenável é um processo de
mudança no qual a exploração dos recursos, o direcionameno dos
invesimenos, a orienação do desenvolvimeno ecnológico e a
mudança insiucional esão em harmonia e reorçam o aual e uuro
poencial para saisazer as aspirações e necessidades humanas
(ONUBR, 2017, s. p.).

Oura ação da ONU aconeceu em 1992, no Rio de Janeiro, a Conerência


das Nações Unidas para o Meio Ambiene e Desenvolvimeno ou “Cúpula da
Terra”, como cou conhecida, desenvolveu um documeno a “Agenda 21”, que
conorme a ONU (2017)é um diagrama para a proeção do nosso planea e seu
desenvolvimeno susenável.
5
UNIDADE 1 | GERENCIAMENTO AMBIENTAL

Você sabe o que compõe a Agenda 21?

Segundo a ONU (2017), na Agenda 21, os governos desenvolveram um


programa dealhado de ação para aasar o mundo do aual modelo insusenável
de crescimeno econômico, direcionando para aividades que proejam e renovem
os recursos ambienais, no qual o crescimeno e o desenvolvimeno dependem.
As áreas de ação incluem: proeger a amosera; combaer o desmaameno, a
perda de solo e a desericação; prevenir a poluição da água e do ar; deer a
desruição das populações de peixes e promover uma gesão segura dos resíduos
óxicos. Mas ela ambém eve a preocupação com o desenvolvimeno das nações,
como podemos observar (ONUBR, 2017 s.p.):

Com a pobreza e a dívida exerna dos países em desenvolvimeno;


padrões insusenáveis de produção e consumo; pressões demográcas
e a esruura da economia inernacional. O programa de ação ambém
recomendou meios de oralecer o papel desempenhado pelos grandes
grupos – mulheres, organizações sindicais, agriculores, crianças e
jovens, povos indígenas, comunidade cieníca, auoridades locais,
empresas, indúsrias e ONGs – para alcançar o desenvolvimeno
susenável.

Na assembleia geral (ONU,2017), para er cereza de que os objeivos da


Agenda 21 ossem er apoio, esabeleceu a Comissão para o Desenvolvimeno
Susenável como uma comissão uncional do Conselho Econômico e Social.
Vamos er mais adiane um ópico especíco alando da Agenda 21. Além disso,
a Cúpula da Terra, além da a Convenção sobre Mudanças Climáicas, ambém
aprovou e assinou na Convenção da ONU, o exo sobre diversidade biológica, e
a Convenção da ONU de Combae à Desericação em Países que sorem com a
seca e/ou a desericação (UNCCD), principalmene da Árica. A UNCCD enrou
em vigor em 26 de dezembro de 1996. O Brasil ornou-se pare dela em 25 de junho
de 1997 e, hoje, 191 países são pares da convenção. A principal obrigação dos
países que azem pare é elaborar um Programa de Ação Nacional de Combae à
Desericação, conhecido por PAN.

UNI

Você pode ver mais em:


<http://www.mma.gov.br/gestao-territorial/combate-a-deserticacao>.

6
TÓPICO 1 | REVISÃO HISTÓRICA DO SANEAMENTO AMBIENTAL

Em 1994, a ONU desenvolve a Conerência Mundial sobre


o Desenvolvimeno Susenável dos Pequenos Esados Insulares em
Desenvolvimeno, realizada em Barbados, que desenvolveu um Programa
de Ação onde esabelece políicas, ações e medidas em odos os níveis para
promover o desenvolvimeno susenável para eses Esados (ONUBR, 2017,
s.p.).

Ainda, conorme a ONUBR (2017), em 1997, em-se o Proocolo de Kyoo,


que consiui um raado complemenar à Convenção-Quadro das Nações Unidas
sobre Mudança do Clima, denindo meas de redução de emissões para 37 países
desenvolvidos e para comunidade européia, considerados os responsáveis
hisóricos pela mudança aual do clima,esabelece meas obrigaórias no inuio
de reduzirem as emissões de gases esua e o aquecimeno global. O Proocolo
enrou em vigor no dia 16 de evereiro de 2005, logo após o aendimeno às
condições que exigiam a raicação por, no mínimo, 55% do oal de países-
membros da Convenção e que ossem responsáveis por, pelo menos, 55% do oal
das emissões no ano de 1990. O Brasil raicou o documeno em 23 de agoso
de 2002. A aprovação inerna se deu por meio do Decreo Legislaivo nº 144 de
2002. Enre os maiores emissores de gases de eeio esua, o único país que não
raicou o proocolo de Kioo Esados Unidos.

Em 2002, aconeceu a Rio+10, em Johanesburgo, na Árica do Sul.


Reuniu a Cúpula Mundial sobre Desenvolvimeno Susenável com milhares de
paricipanes, enre eles chees de Esado e de Governo, delegados nacionais e
líderes de organizações não governamenais (ONGs), empresas e ouros grandes
grupos preocupados nos desaos de melhorar a vida das pessoas e conservar
os recursos naurais em um mundo que esá crescendo em população, com
necessidades cada vez maiores de alimenos, água, abrigo, saneameno, energia,
serviços de saúde e segurança econômica. Em 2012, a reunião reorna ao Rio de
Janeiro, a Rio+20, com Conerências das Nações Unidas sobre Desenvolvimeno
Susenável, endo como objeivo raicar o compromisso políico com o
desenvolvimeno susenável, azendo um paralelo com o progresso e as
dierenças na implemenação das decisões adoadas pelas principais cúpulas
sobre o assuno e do raameno de novos emas. A Conerência eve dois objeos a
serem debaidos: a economia verde no conexo do desenvolvimeno susenável
e a erradicação da pobreza e a esruuração insiucional para o desenvolvimeno
susenável.

UNI

Quer conhecer mais, veja em:


<https://sustainabledevelopment.un.org/rio20 e https://rio20.un.org/papersmart>.

7
UNIDADE 1 | GERENCIAMENTO AMBIENTAL

A Cúpula de Desenvolvimeno Susenável reuniu-se em seembro de 2015,


em Nova York, na sede da ONU. Nesse enconro, os paricipanes deniram novos
Objeivos de Desenvolvimeno Susenável (ODS) como pare de uma nova agenda
de desenvolvimeno susenável que deve gerar um rabalho com objeivos de
desenvolvimeno do Milênio (ODM). A daa limie para seu alcance é o ano de 2030.
Essa agenda é conhecida como a Agenda 2030. Os 17 objeivos de desenvolvimeno
do milênio a serem realizados, você pode conhecer aqui, acessando o link: <htps://
nacoesunidas.org/pos2015/agenda2030/>.

8
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico você estudou que:

• A preocupação com o Saneameno ambienal iniciou-se na década de 1950 com


o surgimeno de ambienalisas, mais propriamene na Conerência Cieníca
da ONU (UNSCCUR) sobre Conservação e Uilização de Recursos.

• Em 1962, iniciaram-se as maniesações enre ecologisas com a publicação do


livro Primavera silenciosa, de Rachel Carson, que alerava sobre a uilização de
pesicidas na agriculura e mobilizou pare da opinião pública americana.

• A criação do Clube de Roma em 1968, para se discuir as condições humanas


no planea para o uuro. E em 1972 oi um relaório iniulado “Os limies
do crescimeno”, quando se desenvolveu uma simulação de softwares de
inormáica para vericar a ineração do homem e o meio ambiene, observando
as variáveis de aumeno populacional e a uilização dos recursos naurais. O
esudo mosrou que os recursos se esgoariam em menos de 100 anos, endo
um impaco muio grande na mídia.

• A Conerência das Nações Unidas sobre o Ambiene Humano, em 1972, em


Esocolmo, na Suécia (I CNUMAD) com a declaração que desenvolveu 26
princípios que represenam o manieso ambienal para a aualidade e as bases
para a nova agenda ambienal do Sisema das Nações Unidas.

• Em 1987 oi publicado o relaório “Nosso Fuuro Comum” com assunos


relacionados ao desenvolvimeno susenável para o público.

• Em 1992 aconeceu no Rio de Janeiro, a Conerência das Nações Unidas para


o Meio Ambiene e Desenvolvimeno ou “Cúpula da Terra”, como cou
conhecida. Desenvolveu o documeno a “Agenda 21”, que é um diagrama para
a proeção do nosso planea e seu desenvolvimeno susenável.

• Em 1994, a ONU desenvolveu a Conerência Mundial sobre o Desenvolvimeno


Susenável dos Pequenos Esados Insulares em Desenvolvimeno, realizada
em Barbados, que esabeleceu um Programa de Ação que esabelece políicas,
ações e medidas em odos os níveis para promover o desenvolvimeno
susenável para eses Esados.

• Em 1997 oi rmado o Proocolo de Kyoo, que consiui um raado


complemenar à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do
Clima, denindo meas de redução de emissões para 37 países desenvolvidos
e para comunidade europeia e esabelece meas obrigaórias no inuio de
reduzirem as emissões de gases esua e o aquecimeno global.

9
• Em 2002, aconeceu a Rio+10, em Johanesburgo, na Árica do Sul. Reuniu a
Cúpula Mundial sobre Desenvolvimeno Susenável que raou dos desaos
de melhorar a vida das pessoas e conservar os recursos naurais no mundo com
população crescene e com necessidades cada vez maiores de alimenos, água,
abrigo, saneameno, energia, serviços de saúde e segurança econômica.

• Em 2012, no Rio de Janeiro, com a Rio+20, a Conerências das Nações


Unidas sobre Desenvolvimeno Susenável, endo como objeivo raicar o
compromisso políico com o desenvolvimeno susenável, com dois objeos
a serem debaidos: a economia verde no conexo do desenvolvimeno
susenável e a erradicação da pobreza e a esruuração insiucional para o
desenvolvimeno susenável.

• Em 2015, a Cúpula de Desenvolvimeno Susenável reuniu-se em Nova York, na


sede da ONU e deniram os novos Objeivos de Desenvolvimeno Susenável
(ODS) como pare de uma nova agenda de desenvolvimeno susenável com
objeivos de desenvolvimeno do Milênio (ODM) com daa limie para 2030. É
conhecida como a Agenda 2030.

10
AUTOATIVIDADE

1 Relacione as principais conerências mencionadas, daas e objeivos.

2 Quais oram as duas aividades que precederam o movimeno ambienalisa


na aualidade?

3 Qual é o objeivo da ONU aé 2030?

11
12
UNIDADE 1
TÓPICO 2

DEFINIÇÕES E CONCEITOS

1 INTRODUÇÃO
Vejamos agora alguns assunos imporanes sobre o gerenciameno
ambienal que nos ajudará ao longo dese curso. O gerenciameno ambienal
az pare de uma das écnicas da gesão ambienal que, segundo Sanchéz (2013),
são ações responsáveis pela uilização, proeção, conrole e conservação do meio
ambiene, bem como avaliar se a ocorrência de uma aividade esá de acordo com
a políica ambienal.

Já a gesão ambienal, além do gerenciameno ambienal, em como pare


inegrane a políica ambienal e o planejameno ambienal. A políica ambienal
denro da gesão ambienal são princípios desenvolvidos pela sociedade e
governanes para regulamenar modicações de uso, conrole, proeção e
conservação do meio ambiene. O planejameno ambienal segundo Sanos (2004,
p. 24) é:

[...] um processo conínuo que envolve colea, organização e análise


sisemaizada das inormações, por meio de procedimenos e méodos,
para se chegar a decisões ou escolhas acerca das melhores alernaivas
para o aproveiameno dos recursos disponíveis em unção de suas
poencialidades, e com a nalidade de aingir meas especícas no
uuro, ano em relação a recursos naurais quano à sociedade.

2 CONCEITOS
A conceiuação conemporânea como conhecemos hoje, iniciou-se em
1950 com a palavra poluição, primeiro no meio acadêmico e poseriormene na
impressa, mas não oi um conceio abrangene o suciene para as inúmeras
siuações do meio ambiene, sendo subsiuída em 1970 por impaco ambienal
(SÁNCHEZ, 2013).

13
UNIDADE 1 | GERENCIAMENTO AMBIENTAL

FIGURA 1 – POLUIÇÃO / IVAN GROZNI / CREATIVECOMMONS 2.0

FONTE: Disponível em: <http://www.ickr.com/photos/22494683@


N06/2185279085/sizes/z/in/photostream>. Acesso em: 9 ago. 2017.

Enão, segundo a Udesc (2013), poluição é qualquer aleração provocada


no meio ambiene, que pode ser um ecossisema naural ou agrário, um sisema
urbano ou aé mesmo em microescala. O ermo poluição deriva do laim “poluere”,
que signica “sujar”. Já o impaco ambienal segundo a resolução do Conselho
Nacional do Meio Ambiene – CONAMA n° 1, de 1986, em seu Arigo 1º, considera
impaco ambienal como sendo:

Qualquer aleração das propriedades ísicas, químicas e biológicas do


meio ambiene, causada por qualquer orma de maéria ou energia
resulane das aividades humanas que, direa ou indireamene,
aeam:
A saúde, a segurança e o bem-esar da população;
II. As aividades sociais e econômicas;
III. A bioa;
IV. As condições eséicas e saniárias do meio ambiene;
V. A qualidade dos recursos ambienais.

A mesma resolução do Conama arma que odo impaco ambienal em


uma ou mais causas e consiui-se do resulado das ações humanas sobre os
aspecos ambienais. Sua causa muias vezes, em relação direa e indirea com
a poluição ambienal. A denição de poluição ambienal é muio semelhane
à denição de impaco ambienal, no enano, um impaco ambienal pode ser
negaivo ou posiivo, ou seja, ele pode ano razer prejuízos como beneícios. Ou
seja, um impaco ambienal é signicaivo quando ese é imporane em relação
a ouros impacos, que poderiam ser julgados mais como eeios, ou seja, como
simples consequências de uma modicação induzida pelo homem, sem um valor
econômico (PORTAL DA EDUCAÇÃO, 2013).

14
TÓPICO 2 | DEFINIÇÕES E CONCEITOS

A Lei nº 6.938, de 1981, que raa da Políica Nacional de Meio Ambiene,


raz denições sobre: degradação da qualidade ambienal e da poluição, como:
II - degradação da qualidade ambienal, a aleração adversa das
caracerísicas do meio ambiene;
III - poluição, a degradação da qualidade ambienal resulane de
aividades que direa ou indireamene:
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-esar da população;
b) criem condições adversas às aividades sociais e econômicas;
c) aeem desavoravelmene a bioa;
d) aeem as condições eséicas ou saniárias do meio ambiene;
e) lancem maérias ou energia em desacordo com os padrões
ambienais esabelecidos (BRASIL, 1981, s.p.).

Devemos observar que a poluição pode ser causada por empreendimenos


que descarreguem no meio ambiene: euenes, emissões, resíduos ou energia
acima dos padrões ambienais, ou, valores limies esabelecidos. Esses padrões
ambienais esão relacionados ao conceio de capacidade de supore do meio,
que é o nível de uilização dos recursos naurais que um sisema ambienal ou
um ecossisema pode suporar, para garanira conservação deses. Assim, o
esabelecimeno de padrões ambienais visa maner a exploração dos recursos
naurais denro do limie do meio, não deixando aconecer a degradação ambienal,
e eliminando a necessidade no uuro de recuperaras áreas degradadas.

Volando aos conceios, emos aqui que o aspeco ambienal, segundo a


NBR ISO 14001:2004 apud (SÁNCHEZ, 2013, p. 42) é o “elemeno das aividades
produos ou serviços de uma organização que pode ineragir com o meio
ambiene”. Já o eeio ambienal é a aleração de um processo naural ou social
decorrene de uma ação humana. Como degradação ambienal em-se, segundo
Johnson e al. (1997, p. 583-584) apud Sánches, (2013 p. 26), “é geralmene uma
redução percebida das condições naurais ou do esado de um ambiene, sempre
causado por um ser humano, processos naurais não degradam o meio ambiene,
apenas causam mudanças”. A recuperação ambienal é a aplicação de écnicas
visando azer com que um ambiene deeriorado possa er uma nova uilização
produiva e susenável. Já o diagnósico ambienal são os levanamenos das
condições ambienais da área em esudo na daa presene. Já a avaliação do
impaco ambienal é o processo de vericação das consequências uuras de uma
inenção de ação ou ação presene. A ecologia, ão mencionada em exos, é o
esudo do “lugar onde se vive”, ou as relações dos organismos enre si e com seu
ambiene.

Como você já percebeu, a aividade humana é quem gera poluene e o


impaco ambienal, endo a indúsria como principal one. Segundo Sousa (2017)
esa elimina os resíduos de rês ormas:

1- Na água: geralmene, no corpo hídrico que abasece cidades, sem o devido


raameno, por ser a orma mais baraa.
2- Na amosera: No esado gasoso sem a uilização dos devidos lros.

15
UNIDADE 1 | GERENCIAMENTO AMBIENTAL

3- Em áreas isoladas: que podem ser os lixões ou aerros saniários a dierença


enre um e ouro irá depender se o lixo em sua separação ou se é assisido para
er o isolameno adequado conorme sua classicação.

Em sua classicação, Sousa (2017) dene os ipos de resíduos como:

Resíduos óxicos: sua periculosidade esá na quesão de que dependendo


de suas concenrações, podem provocar a more de seres ou reações adversas
nos organismos vivos. Como exemplos de geradores desses poluenes êm-se as
indúsrias produoras de resíduos de cianeos, cromo, chumbo e enóis.

Resíduos minerais: apesar de serem esáveis, as subsâncias químicas


minerais êm a condição de alerar as condições ísico-químicas e biológicas do
meio ambiene. Como as indúsrias mineradoras, mealúrgicas, renarias de
peróleo enre ouras.

FIGURA 2 – DERRAMAMENTO DE PETRÓLEO

FONTE: Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Oil-


spill.jpg>. Acesso em: 10 ago. 2017.

Resíduos orgânicos: os esgoos domésicos são as principais ones desses


poluenes, assim como os rigorícos, laicínios ec. Esses resíduos são as maérias
orgânicas que enram em decomposição em conao com o meio ambiene.

Resíduos misos: são resíduos provenienes de associações de produos


químicos e biológicos e podem er como exemplo de produores as indúsrias
êxeis, papel ou borracha e lavanderias.

Resíduos aômicos: são poluenes que conêm isóopos radioaivos, o


chamado lixo aômico, capazes de emiir radiações ionizanes, alamene danosas
e aé morais às ormas vivas.

16
TÓPICO 2 | DEFINIÇÕES E CONCEITOS

de
autoativida

Vamos fazer uma pausa e recordar os conceitos ambientais. Relacione os


conceitos com suas respectivas expressões:

1 - Aspecto ambiental ( ) Estudo do lugar onde se vive.


( ) Levantamento das condições ambientais da área em
2 - Diagnóstico ambiental estudo.
( ) É qualquer alteração provocada no meio ambiente.
3 – Ecologia ( ) Princípios desenvolvidos pela sociedade e governantes
para regulamentar, modicações de uso, controle,
4 - Política ambiental proteção e conservação do meio ambiente.
( ) Elemento das atividades, produtos ou serviços de uma
5 - Impacto ambiental organização que pode interagir com o meio ambiente.
( ) Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas
6 – Poluição e biológicas do meio ambiente, causadas por qualquer
forma de matéria ou energia resultante das atividades
humanas.

DICAS

O crescimento das nações, com a contínua exploração do sistema natural


que as sustenta, ao mesmo tempo em que lhe provém de insumos na sua transformação
para produto acabado, gera resíduos que impactam no meio ambiente. Assista ao vídeo
denominado “Formas de consumo que estão mudando o mundo”:
Disponível em: <www.youtube.com/watch?v=ZYBcM6bwleU>.

Vejamos mais alguns conceios imporanes para darmos coninuidade


aos nossos esudos: o que é conservação e preservação ambienal?

Esses conceios são de duas aiudes losócas daqueles que se preocupam


com meio ambiene: os que luam pela conservação e aqueles que apoiam a
preservação ambienal. O preservacionismo, segundo Lima (2008), é a correne
que deende que abordar a proeção da naureza independenemene de seu valor
econômico ou uiliário, apona o homem como o causador desequilíbrio ambienal.
Essa visão possui caráer proeor, propõe a criação de sanuários inocáveis, que
não devem er a inererência dos avanços do progresso e as degradações advindas
desa ação. Para essa correne, ocar, explorar, consumir e, muias vezes, aé
pesquisar, são aiudes conrárias a esse pensameno, sendo os radicais e grupos,
responsáveis pela criação de parques nacionais. Para os conservacionisas, o amor
à naureza deve esar aliado ao manejo racional e crierioso pelo próprio homem,
é um conceio inermediário enre o preservacionismo e o desenvolvimenismo,
17
UNIDADE 1 | GERENCIAMENTO AMBIENTAL

e hoje, consiuem a maior pare dos movimenos ambienais. E onde ancoram as


políicas susenáveis na busca de modelos de desenvolvimeno que garanam
qualidade de vida sem desruir os recursos naurais ão necessários a odas as
gerações.

Enre o preservacionismo e o desenvolvimenismo, caraceriza-se a


maioria dos movimenos ambienalisas. O pensameno preservacionisa em
como premissa a políica de desenvolvimeno susenável baseado na qualidade
de vida, desde que não desrua os recursos necessários às uuras gerações, reduza
o uso de maérias-primas e energias renováveis, bem como reduza o crescimeno
populacional, combaa à ome, esimule mudanças na maneira de consumo,
busque a equidade social, respeio à biodiversidade e inclusão de políicas
ambienais no processo de omada de decisões econômicas, são eses alguns de
seus princípios. Essa correne em como losoa desinar áreas de preservação,
como os ecossisemas rágeis, com um grande número de espécies endêmicas e/
ou em exinção (LIMA, 2008).

2.1 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL


Em 1987, o desenvolvimeno do relaório “Nosso Fuuro Comum”, ambém
conhecido como Relaório Brundland, apresenou um debae sobre a inerligação
enre as quesões ambienais e o desenvolvimeno. Deixou claro que o crescimeno
econômico, sem melhorar a qualidade de vida das pessoas e das sociedades,
não deve ser considerado desenvolvimeno e que odo desenvolvimeno pode
ser alcançado sem desruir os recursos naurais. A denição conorme a WWF
(2017, s.p.) é de “que o desenvolvimeno susenável é o desenvolvimeno capaz
de suprir as necessidades da geração aual, sem compromeer a capacidade de
aender às necessidades das uuras gerações. É o desenvolvimeno que não esgoa
os recursos para o uuro”. Lembrando que essa denição surgiu na Comissão
Mundial sobre Meio Ambiene e Desenvolvimeno, criada pelas Nações Unidas
para discuir e propor meios de harmonizar dois objeivos: o desenvolvimeno
econômico e a conservação ambienal. Os conceios-chave do desenvolvimeno
susenável,conorme Ruppenhal (2014, p. 33) são:

• As necessidades essenciais dos pobres no mundo devem receber a


máxima prioridade.
• A noção das limiações que o eságio da ecnologia e da organização
social impõe ao meio ambiene, impedindo-o de aender às
necessidades presenes e uuras.O desenvolvimeno susenável
requer o apereiçoameno dos sisemas:
• Sisema políico com eeiva paricipação dos cidadãos no processo
decisório esimulando a auação responsável.
• Sisema econômico capaz de gerar excedenes e conhecimenos
écnicos em bases conáveis possibiliando o desenvolvimeno sem
degradação.
• Sisema social capaz de resolver as ensões causadas por um
desenvolvimeno desequilibrado e que esabeleça criérios para o
crescimeno populacional.

18
TÓPICO 2 | DEFINIÇÕES E CONCEITOS

• Sisema de produção que preserve a base da origem dos recursos


naurais com aproveiameno mais eciene desses e dos resíduos
gerados.
• Sisema ecnológico que busque coninuamene novas soluções
voladas para a ecoeciência dos processos e dos produos.
• Sisema inernacional que esimule padrões susenáveis de comércio
e nanciameno, gerando vanagens para a empresa.
• Sisema adminisraivo exível e capaz de se auoavaliar em um
processo de melhoria conínua.
A inerligação dos sisemas cria um ripé que apoia o desenvolvimeno
susenável, adoando medidas que envolvam o poder público, a
iniciaiva privada e a sociedade.

De acordo com o Relaório Brundland apud ONUBR (2017), as medidas


que devem ser omadas pelos países para promover o desenvolvimeno
susenável, são:

• Limiar o crescimeno populacional.


• Garanir recursos básicos (água, alimenos, energia) em longo prazo.
• Preservar a biodiversidade e dos ecossisemas.
• Diminuir o consumo de energia e desenvolvimeno de ecnologias
com uso de ones energéicas renováveis.
• Aender às necessidades básicas (saúde, escola, moradia).
• Aumenar a produção indusrial nos países não indusrializados
com base em ecnologias ecologicamene adapadas.
• Conrolar a urbanização desordenada e inegração maior enre
campo e cidades.

Segundo Ruppenhal (2014), o desenvolvimeno susenável deve ser


conduzido pelas lideranças de uma empresa para produzir, sem degradar, o meio
ambiene, esendendo essa culura a odos os níveis da organização. Precisa-se
ormalizar um processo de idenicação do impaco da produção da empresa
no meio ambiene resulando em um projeo que alia produção e preservação
ambienal, com uso de ecnologia adapada a esse preceio. As possíveis medidas
para a implanação de um programa de desenvolvimeno susenável nas mais
variadas áreas, são:

• Uso de novos maeriais na consrução.


• Reesruuração da disribuição de zonas residenciais e indusriais.
• Aproveiameno e consumo de ones alernaivas de energia, como
a solar, a eólica e a geoérmica.
• Reciclagem de maeriais reaproveiáveis.
• Consumo racional de água e de alimenos.
• Redução do uso de produos químicos prejudiciais à saúde na
produção de alimenos (AMBIENTAL BRASIL, 2017, s.p.).

2.2 AGENDA 21
Desenvolvida na Conerência Rio-92, a Agenda 21 é um documeno que
esabeleceu a cada país o compromisso de reeir, global e localmene, sobre
a orma pela qual governos, empresas, organizações não governamenais e
odos os seores da sociedade pudessem cooperar no esudo de soluções para
19
UNIDADE 1 | GERENCIAMENTO AMBIENTAL

os problemas socioambienais. Buscou reunir e aricular proposas para iniciar


a ransição de modelos de desenvolvimeno convencionais para modelos
de sociedades susenáveis. Logo, é um programa de ação raduzido num
documeno consensual de mais de 500 páginas para o qual conribuíram governos
e insiuições da sociedade civil de 179 países. Os emas undamenais da Agenda
21 esão raados em41 capíulos organizados em quaro seções:

I – Dimensões sociais e econômicas – aborda os problemas ambienais


sobre o pono de visa social, iso é, relacionados ao modelo de
produção e consumo, considerando o crescimeno populacional, as
ormas de uso e ocupação do solo e as consequências na saúde humana
do modelo predaório adoado.
II – Conservação e gesão dos recursos para o desenvolvimeno –
enoca os recursos naurais (ar, oresas, água, solo e biodiversidade)
aponado a necessidade de denição de criérios para a sua uilização,
de orma a assegurar sua preservação para as gerações uuras.
III – Foralecimeno do papel dos principais grupos sociais – conceio
de grupos em desvanagem e suas esraégias de sobrevivência,
ressalando o papel dos governos locais, universidades e insiuos
de pesquisa como parceiros indispensáveis para o processo de
empoderameno desses grupos.
IV – Meios de implemenação – indicam recursos maeriais, humanos
e mecanismos de nanciameno exisenes a serem criados, com ênase
à cooperação enre nações, insiuições e dierenes segmenos sociais
(RUPPENTHAL, 2014, p. 36).

2.3 AGENDA 21 LOCAL


A Agenda 21 é exível e pode ser elaborada para o país como um odo,
para regiões especícas, esados e municípios. A maneira mais uilizada no
Brasil vem sendo a de realizá-la por municípios. Não há uma obrigaoriedade de
seguir algum modelo para a consrução das agendas. A Agenda 21 local é um
planejameno paricipaivo de uma deerminada localização na qual desenvolve-
se um órum da Agenda 21 com represenações de cidadãos locais e poder público.

DICAS

Ficou curioso, quer saber mais? Acesse a Agenda 21.Disponível em:<http://


www.mma.gov.br/responsabilidadesocioambiental/agenda-21/agenda-21-global>.

20
TÓPICO 2 | DEFINIÇÕES E CONCEITOS

“O órum é responsável pela consrução de um plano local de


desenvolvimeno susenável, que dene as prioridades locais por meio de
projeos e ações de curo, médio e longo prazos. No órum são, ambém, denidos
os meios de implemenação e as responsabilidades do governo e dos demais
seores da sociedade local na implemenação, acompanhameno e revisão desses
projeos e ações” (MMA, 2017, s.p.). Os princípios da Agenda 21 local são:

• Paricipação e cidadania.
• Respeio às comunidades e dierenças culurais.
• Inegração.
• Melhoria do padrão de vida das comunidades.
• Diminuição das desigualdades sociais.
• Mudanças de menalidade.

de
autoativida

Verique junto ao seu município se a sua região ou cidade possui a Agenda 21


e quais são as propostas e se já foram realizadas algumas delas.

2.4 SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL


Agora vamos alar dos sisemas de gesão ambienal, orienação
imporane para empresa melhorar o gerenciameno das suas aividades na
quesão ambienal e que é conrmado por Ruppenhal (2014, p. 41):

como um conjuno de procedimenos que visa ajudar a organização


empresarial a enender, conrolar e diminuir os impacos ambienais de
suas aividades, produos ou serviços. Esá baseado no cumprimeno
da legislação ambienal vigene no país e na melhoria conínua do
desempenho ambienal da organização. Possibilia às empresas um
gerenciameno melhor na quesão dos impacos ambienais, além
de preocupar-se com aiudes e a culura da organização em prol do
meio ambiene. Desenvolve um markeing posiivo e pode melhorar a
capação de recursos nanceiros aravés do próprio markeing como
na melhoria dos processos inernos.

A ISO 14000, cericação reconhecida inernacionalmene, é um exemplo


de sisema de Gesão Ambienal com o objeivo de ajudar as empresas em seu
papel de melhorar e auxiliar na preservação do ambiene naural. Sendo uma
cericação reconhecida, possibilia a empresa dierenciar-se de ouras que não
possuam a preocupação com meio ambiene, residindo aí um marketing poderoso
com mencionado por Ruppenhal (2014).

21
UNIDADE 1 | GERENCIAMENTO AMBIENTAL

2.5 ISO 14000


As normas da série ISO 14000 oram apresenadas à comunidade
inernacional em 1996, endo como objeivo a criação de um sisema de gesão
ambienal que auxilie as organizações a cumprir os compromissos assumidos
com o meio ambiene e com a probabilidade de cericação (ISO14001)
rene à comunidade em geral. Como processo de cericação é reconhecido
inernacionalmene, que dierencia as empresas que se preocupam com o meio
ambiene e asseguram al procedimeno daquelas que só seguem a legislação
ambienal do seu país. A ISO 14000 em por nalidade desenvolver um sisema
de gesão ambienal ou apereiçoar o que a empresa esá desenvolvendo. A
melhoria conínua é o processo de apereiçoar o sisema de gesão ambienal para
alcançar melhorias no desempenho ambienal oal em alinhameno às políicas
da organização.

FIGURA – 3 ISO 14000 E MELHORIA CONTÍNUA

Análise
crítica

Melhoria
contínua

Implementação
e operação
Política
Ambiental

Planejamento

FONTE: Adaptado de Ruppenthal (2014)

A norma ISO 14001 é a única norma do conjuno da ISO 14000, que cerica
ambienalmene uma organização, embora não exija que ela já enha aingido o
melhor desempenho ambienal possível. A norma ISO 14004 é um guia para o
esabelecimeno e implemenação de seu Sisema de Gesão Ambienal – SGA e
não enseja cericação.

A principal caracerísica das empresas que buscam a cericação com a


ISO 14001 é a busca de melhores processos produivos para diminuir os impacos
ao meio ambiene. Os impacos ambienais são levanamenos das aividades da
empresa, eapa essa necessária para a melhoria dos processos, e consequenemene
para a cericação ambienal. A NBR ISO 14001 dene o aspeco ambienal como
elemeno das aividades, produos e serviços de uma organização, que possam
ineragir com o meio ambiene. O aspeco pode esar relacionado a uma máquina
ou equipameno, assim como, a uma aividade execuada por ela ou por alguém

22
TÓPICO 2 | DEFINIÇÕES E CONCEITOS

que produza ou apresene a possibilidade de azer algum eeio sobre o meio


ambiene. A NBR ISO 14001 prioriza o levanameno dos aspecos ambienais
signicaivos, já que os aspecos envolvidos em um processo são muios. Aspeco
ambienal signicaivo é aquele que em um impaco ambienal considerável no
ambiene, podendo ser posiivo ou negaivo (ABNT NBR ISO 14001,2015).

O que mudou na NBR14001 de 2004 para a revisão de 2015? Podemos


vericar, em seguida, o documeno original publicado em ouubro de 2015 em
que demonsra, na esruura sublinhada, o que oi modicado ou acrescenado à
norma:

FIGURA 4 – ESTRUTURA DA ISO 14001:2015

FONTE: Disponível em: <http://www.youblisher.com/p/1201229-FIESP-DEPARTAMENTO-DE-


MEIO-AMBIENTE/>. Acesso em: 2 jun. 2017.

DICAS

Esta é a versão ocial, mas o que mudou efetivamente na ISO14001: 2015?


Lembre-se de que o prazo para empresas que possuem para adequar a ISO 14001 é de três
anos desde a publicação da nova versão em setembro de 2015.

23
UNIDADE 1 | GERENCIAMENTO AMBIENTAL

Como vimos na gura a seguir, o princípio básico de um SGA é o ciclo de


planejar, execuar, vericar e agir (plan, do, check, action–PDCA), que permie que
as organizações busquem a melhoria conínua de seu sisema de gesão. O ciclo
PDCA em como objeivos em cada pare: o planejar (plan),esabelecendo objeivos
e processos necessários para aingir os resulados, como supore na políica da
organização, o execuar (do) que é colocar em práica o que oi planejado, vericar
(check),avaliar e medir os processos em conormidade com a políica, incluindo
objeivos, meas, requisios legais e compromissos assumidos pela organização e
o agir (action) que é implemenar ações necessárias para melhorar coninuamene
o desempenho do sisema de gesão (FIESP, 2015, p. 6).

FIGURA 5 – CICLO DE MELHORIA CONTÍNUA

FONTE: Disponível em: <http://www.youblisher.com/p/1201229-FIESP-


DEPARTAMENTO-DE-MEIO-AMBIENTE/>. Acesso em: 02 jun.
2017.

Quando o SGA é implemenado, conorme a ISO 14001, dá o direio à


obenção de cericação pela empresa, após audioria por organismo cericador
acrediado (pela ABNT). Se as empresas se preocupam em ober a cericação
da ISO 14001 é devido a demanda de mercado, pois mosra sua preocupação
com práicas susenáveis e padrões inernacionais de gesão ambienal. A
ISO 14001 ambém permie a inegração com os demais sisemas de gesão já
implemenados pela empresa ou que serão implemenados, como, o sisema de
gesão da qualidade, ISO 9001.

Vericando a revisão da norma ISO 14001, ambém se observou que oram


uilizados os resulados do esudo da ISO/TC 207 SC 1 – Future challenges for SEM
(Desaos uuros para os Sisemas de Gesão Ambienal) para sua composição.

24
TÓPICO 2 | DEFINIÇÕES E CONCEITOS

Seguem as principais mudanças que esão relacionadas conorme apresena


FIESP (2015, p.7):

•Ao enendimeno do conexo da organização, às necessidades e às


expecaivas das pares ineressadas.
•À consideração de uma perspeciva de ciclo de vida.
•À ênase em uma abordagem de riscos.
•À liderança como papel cenral para o alcance dos objeivos do
sisema de gesão.
•Ao desaque para o oralecimeno do desempenho ambienal da
organização, por meio da melhoria conínua do Sisema de Gesão
Ambienal.

No quadro a seguir emos uma comparação enre as modicações na


esruura das versões 2004 para 2015 de orma simplicada:

QUADRO 1 – COMPARAÇÃO ENTRE AS MODIFICAÇÕES NA VERSÕES 2004 PARA 2015

Estrutura de alto Nível – Anexo SL Estrutura ISO 14001:2004


Inrodução Inrodução
1. Escopo 1. Escopo
2. Reerências normaivas 2. Reerências normaivas
3. Termos e denições 3. Termos e denições
4. Requisios do Sisema de
4. Conexo da organização
Gesão Ambienal
5. Liderança –
6. Planejameno –
7. Apoio –
8. Operação –
9. Avaliação de desempenho –
10. Melhoria –
FONTE: Adaptado de FIESP (2015)

DICAS

Se você quiser, pode encontrar o diferencial entre a estrutura da norma ISO


14001:2015 e da ISO 14001:2004 em FIESP 2015, na página 15, no endereço disponível em:
<http://www.youblisher.com/p/1201229-FIESP-DEPARTAMENTO-DE-MEIO-AMBIENTE/>.

25
UNIDADE 1 | GERENCIAMENTO AMBIENTAL

2.6 CONTEXTO DA ORGANIZAÇÃO


Você percebe na Figura 4, que as modicações começaram a ser
apresenadas no iem 4, da nova esruura da ISO14001:2015, no conexo das
organizações. E dizem respeio à organização e o conexo em que a empresa esá
inserida, ou seja, o ambiene em que se az presene, como a empresa reagem no
conexo compeiivo do seor em que aua, conorme a sua disponibilidade de
recursos e ec.

Conorme FIESP (2015 p. 8):

A organização deverá esabelecer aores inernos e exernos relevanes


para seu negócio, os quais podem aear a habilidade de aingir
resulados esperados do Sisema de Gesão. Desa orma, a organização
pode se concenrar em quesões esraegicamene relevanes para o
negócio, a m de desenvolver um sisema de gesão ambienal ecaz.
Além disso, deverá idenicar as pares ineressadas (clienes, governo,
ornecedores, empregados, organizações não governamenais ec.) e
especicar aquelas que são relevanes para a organização, enendendo
suas necessidades e expecaivas. Denre as necessidades e expecaivas
das principais pares ineressadas da organização, é preciso denir
quais são relevanes e, denre esas, quais serão adoadas. Todo o
processo de enendimeno da organização e do seu conexo resulará
em um conhecimeno que será base para a denição do escopo do
sisema de gesão, bem como orienar a implemenação, a manuenção
e o processo de melhoria conínua do Sisema de Gesão. As grandes
organizações, ao desenvolverem suas esraégias de susenabilidade,
já azem o levanameno das necessidades e expecaivas de suas pares
ineressadas relevanes. Desa orma, ese conhecimeno ambém pode
ser uilizado no planejameno do SGA.

Nas pequenas empresas propõe-se desenvolver os processos de maneira


simplicada com a idenicação e priorização das necessidades e expecaivas de
suas pares ineressadas e relevanes.

2.7 LIDERANÇA
Na quesão Liderança e Compromeimeno, a ala direção erá um papel
undamenal na implemenação do SGA para oralecer a inegração da gesão
ambienal (esraégico) e a esraégia de negócios da organização (operacional). O
objeivo é desencadear o ordenameno dos enre os objeivos gerais do negócio,
os objeivos ambienais e de susenabilidade, agregando valor e melhorando a
eciência dos processos. Ou seja, a ala direção necessia garanir que as ações
necessárias sejam omadas para que o sisema de gesão ambienal alcance os
resulados esperados.

No requisio de compromisso com a políica, a versão ISO 14001:2015


especica rês aiudes principais que devem esar presenes na políica ambienal
da organização sendo elas: proeção ao meio ambiene, aendimeno aos requisios

26
TÓPICO 2 | DEFINIÇÕES E CONCEITOS

legais e ouros requisios que a empresa seja responsável e o oralecimeno do


seu desempenho ambienal. A nova mudança-chave é que a políica ambienal da
organização deverá coner um compromisso com a “proeção do meio ambiene”,
incluindo a prevenção da poluição e ouros emas relevanes relacionados ao
conexo da organização. Esa nova preocupação surge porque as organizações são
cada vez mais aeadas pelo ambiene onde esão em unção da disponibilidade
de recursos, a qualidade do ar e da água e aos impacos associados à mudança
climáica ec. Segundo a FIESP (2015, p. 10):

O compromisso da organização com a proeção do meio ambiene esá


relacionado com sua própria compeiividade e com a susenabilidade
do negócio ao longo do empo.Como a organização irá se compromeer
com a proeção do meio ambiene dependerá de suas aividades, bens
e serviços, sua localização e do conexo em que esá inserida.

2.8 PLANEJAMENTO
Na quesão do planejameno a organização deve projear quais são os
aspecos do meio ambiene que ela deverá agir, nos requisios legais e ouros
requisios, ou seja, a organização irá avaliar seus processos e idenicar os aspecos
ambienais que ela possa conrolar ou inuenciar em unção da perspeciva
do ciclo de vida, no requisio maéria-prima, desenvolvimenos, produção,
disribuição, uso e desino nal.

Você pode vericar que a organização deverá denir quais são os


signicaivos e propor ormas de conrole, não esquecendo de deerminar os
requisios legais e ouros requisios, idenicando aqueles que se relacionam
aos seus aspecos ambienais, riscos e oporunidades necessários ao alcance dos
resulados.

Você sabe que os riscos e as oporunidades da organização esão


relacionados aos exemplos de requisios legais e ouros requisios como:

• Os requisios legais relacionados aos aspecos ambienais da organização são:

a. Leis e regulações.
b. Condicionanes de licenças ec.

• Requisios de pares ineressadas, os quais a organização deve ou escolhe


adoar:

a. Acordos com órgãos públicos ou clienes.


b. Princípios volunários ou códigos de condua.
c. Róulos ou compromissos ambienais volunários ec.

• Aspecos ambienais.
• Requisios legais e ouros requisios.

27
UNIDADE 1 | GERENCIAMENTO AMBIENTAL

• Ouros aores exernos e inernos relacionados ao conexo da organização e


os requisios relevanes das pares ineressadas.

Nese aspeco não é necessário que a organização implemene um processo


ormal de gesão de riscos, e sim que no objeivo do planejameno considere a
abordagem baseada em riscos, agindo prevenivamene, anecipando possíveis
cenários e consequências indesejáveis.

Você percebeu que esamos alando sobre cada iem da ISO 14001,
dando ênase a cada ópico modicado conorme a Figura 4. Nese iem, apoio,
o dierencial da versão de 2004 é que raz o iem Comunicação com uma oura
subdivisão, ou seja, dividindo em Comunicação inerna e Comunicação exerna,
e mencionando que as organizações devem esabelecer, implemenar e maner
esse processo com expliciação do que irão comunicar, como, quando, e a quem
(FIESP, 2015).

2.9 OPERAÇÃO
Nese iem o planejameno e conrole operacional dos processos devem ser
os mais explicados para aender o sisema de gesão ambienal. Com um olhar no
ciclo de vida dos produos e serviços, com pleno conrole ambém dos processos
erceirizados, especicados pelo sisema de gesão ambienal da organização e
que, conorme Fiesp (2015, p. 12): “prevê a gesão das mudanças planejadas ou
não planejadas, é endereçada no subiem Conrole e planejameno operacional,
bem como em ouros requisios da norma, para que a organização possa anecipar
ações de miigação de possíveis eeios adversos, se necessário, de orma a não
prejudicar os resulados preendidos pelo SGA.”

2.10 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO E MELHORIA


Na ISO 14001: 2015 a avaliação do desempenho é um novo iem, que
agrega de 2004, o moniorameno, medição, audioria inerna e análise críica.

Aqui, nese iem em-se maior ênase que o oralecimeno do desempenho


ambienal é um dos resulados esperados com a implemenação do SGA, em que a
organização deverá demonsrar, por meio de criérios e indicadores apropriados,
que conseguiu melhorar o seu desempenho ambienal.

Oura observação para a ISO 14001:2015 e que nesa versão em-se a


preocupação com a prevenção como elemeno cenral de orma implícia nos
subiens: 4.1 – Enender a organização e seu conexo, e no subiem: 6.1 – Ações
para endereçar riscos e oporunidades. A gesão de mudanças, que possui o oco
em prevenção, ambém esá implícia em vários requisios da versão 2015, por
exemplo: Aspecos ambienais (6.1.2), Comunicação inerna (7.4.2), Conrole
operacional (8.1) e Análise pela adminisração (9.3).
28
TÓPICO 2 | DEFINIÇÕES E CONCEITOS

2.11 AUDITORIA AMBIENTAL


As audiorias ambienais são denidas como procedimenos sisemáicos,
aravés das quais a organização irá avaliar sua adequação a criérios ambienais
(ISO 14001, EMAS–Sisema Comuniário de Ecogesão e Audioria). É uma
erramena imporane para a vericação e scalização das empresas e uma
avaliação de seus sisemas de gesão. Desenvolvida pela amília: NBR ISO
19011:2012, que raa das direrizes para audioria de sisemas de gesão e a NBR
ISO 19015:2003, que raa da Avaliação Ambienal de Locais e Organizações –
AALO. Essas normas vericam o desempenho dos equipamenos insalados,
buscando scalizar e limiar o impaco de suas aividades sobre o meio ambiene.
É realizada por uma equipe mulidisciplinar de audiores especializados nos
campos conábil, nanceiro, econômico e ambienal. Deve ser independene,
sisemáica, periódica, documenada e objeiva. As normas sobre audioria
ambienal ornecem os princípios comuns gerais e os procedimenos para a
condução de audiorias ambienais incluindo os criérios para qualicação de
audiores ambienais.

As audiorias ambienais podem variar dependendo do seu âmbio de


aplicação, podem ser como aquelas realizadas por órgãos scalizadores, enidades
de conrole exerno (Tribunal de Conas da União – TCU ou audiorias gerais)
e empresas privadas. As audiorias de órgãos scalizadores seguem normas
especícas de acordo com a legislação perinene (municipal, esadual ou ederal
ou do próprio órgão scalizador). As audiorias são scalizadoras das aividades
em relação ao aendimeno da legislação ambienal na concessão de licenças,
vericação do cumprimeno aos condicionanes do processo de licenciameno,
quanicação e qualicação de danos, aendimeno a demandas e cronogramas de
scalização esabelecidos por lei, além de apurar denúncias (CAMPOS; LERÍPIO,
2009).

2.12 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO


E de que orma podemos medir o desempenho do sisema de gesão
ambienal nas organizações?

De acordo com a ABNT NBR ISO 14001:2004 e 2015, o desempenho


ambienal corresponde na medida dos resulados da gesão de uma organização
sobre os aspecos ambienais. No sisema da gesão ambienal, os resulados
podem ser medidos com base na políica ambienal, objeivos ambienais e meas
ambienais da organização e ouros requisios de desempenho ambienal.

A necessidade de parâmeros sérios para a medida do desempenho


ambienal pode ser vericada na norma NBR ISO 14031:2015, que raz indicadores
de desempenho ambienal para avaliar as organizações e raçar um paralelo com
os criérios do sisema de gesão ambienal (SGA) da empresa.

29
UNIDADE 1 | GERENCIAMENTO AMBIENTAL

3 AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS – AIA


Para alar sobre a avaliação de impaco ambienal, vamos recordar
de alguns conceios: para meio ambiene inclui-se aí objeos maeriais e seu
meio, assim como as relações, condições e limies que devem ser conhecidos e
inerpreados pela sociedade. O ambiene naural engloba aores bióicos (meio
biológico), aores abióicos (meio ísico) e o ambiene anrópico (relações sociais,
econômicas e culurais). Aspecos ambienais são enendidos como elemenos
das aividades ou produos ou serviços de uma organização que podem ineragir
com o meio ambiene. (ABNT ISO 14001:2015). Impacos ambienais são as
alerações induzidas pelas aividades humanas. O impaco deve ser enendido
como uma aleração no valor de um deerminado parâmero ambienal ao longo
do empo, com relação ao seu valor, caso nenhuma aividade humana ivesse sido
realizada (ABNT ISO 14001:2015). O impaco ambienal, segundo o CONAMA –
Conselho Nacional do Meio Ambiene na Resolução 001/1986, em seu Arigo 1,
inclui, ano as alerações negaivas ou adversas como posiivas ou benécas, em
consequência das ações de deerminado projeo ou empreendimeno. Também,
qualquer aleração das propriedades ísicas, químicas e biológicas do meio
ambiene, causada por qualquer orma de maéria ou energia, resulane das
aividades humanas, que direa ou indireamene, aeam a saúde, a segurança
e o bem-esar da população nas aividades sociais e econômicas. As condições
eséicas e saniárias do meio ambiene e a qualidade dos recursos ambienais
esão areladas ao pono de visa legal.

FIGURA 6 – RELAÇÃO ENTRE POLUIÇÃO E IMPACTOS AMBIENTAIS

Respiração
Atmosfera Absorção
animal

Emissão

Vida animal Vegetação

Fonte
Poluidora

Despejo Inltração Micro-


organismos

Deposição
Água Solo

FONTE: Adaptado de Adissi, Pinheiro e Cardoso (2012)

30
TÓPICO 2 | DEFINIÇÕES E CONCEITOS

É necessário lembrar que impaco ambienal e poluição ambienal não


advêm somene da liberação de energia prejudicial e de maeriais, ambém podem
vir de aores de sociais ou culurais e ainda assumir posições benécas. De que
orma? Se pensarmos que:

Poluição é uma grandeza ísica, por meio de uxos de maéria e


energia, que podem promover alerações das propriedades químicas,
ísicas e biológicas do meio ambiene (conoação negaiva ou adversa).
Os ipos de poluição são oriundos do elemeno naural aingido. O ar é
poluído por emissões de gases e poeiras. A água é poluída por despejo
de euenes. E o solo é poluído por deposição de resíduos (sólidos
ou líquidos). Movimenos naurais como inempéries, ransormações
químicas ou ações biológicas azem com que o agene poluidor seja
propagado, anulado ou poencializado (RUPPENTHAL, 2014, p. 56).

3.1 A REALIZAÇÃO DO AIA


Como a avaliação do impaco ambienal é um processo ormal para
idenicar eeios esperados de aividades ou projeos no ambiene (inerpreado
pelos componenes ísico, biológico e social) e uiliza meios e medidas de miigar
e moniorar eses impacos.

UNI

Você sabe o que é mitigação?


É a implementação de medidas desenhadas para reduzir os efeitos indesejáveis de
uma ação proposta sobre o ambiente.

3.1.1 Como fazer um AIA?


A ase 1, ou inicial, que deve compreender as aividades proposas, a
caegorização, condução e a avaliação preliminar (só passamos para a ase 2 do
processo AIA se a ase 1 indicar que um esudo compleo AIA se az necessário).

Na ase 2, ou de esudo compleo, ou o EIA (Esudo de Impaco


Ambienal) em-se um esorço muio mais compleo e signicaivo comparado
coma avaliação preliminar. Ele só é desenvolvido para aividades as quais uma
avaliação preliminar mosra que há prováveis impacos signicaivos.

No esudo compleo emos que denir o escopo, avaliar a siuação de base,


idenicar e escolher alernaivas, idenicar e caracerizar os impacos poenciais
das aividades proposas e cada alernaiva, desenvolver o plano de miigação e
moniorameno, comunicar e documenar.
31
UNIDADE 1 | GERENCIAMENTO AMBIENTAL

O AIA é um insrumeno da Políica Nacional do Meio Ambiene, de


grande imporância para a gesão insiucional de planos, programas e projeos,
em nível ederal, esadual e municipal e para a consecução desse objeivo, a Lei
6.938/81 prevê a Avaliação de Impaco Ambienal – AIA e ouros insrumenos
complemenares e iner-relacionados, como por exemplo: o licenciameno e
a revisão de aividades eeivas ou poencialmene poluidoras, que exige a
elaboração de EIA/RIMA e/ou de ouros documenos écnicos, os quais consiuem
insrumenos básicos de implemenação da AIA: como o zoneameno ambienal,
o esabelecimeno de padrões de qualidade ambienal e a criação de unidades
de conservação, os cadasros écnicos, os relaórios de qualidade ambienal, as
penalidades, os incenivos à produção enre ouros.

Exisem ouros documenos écnicos necessários ao Licenciameno


Ambienal como o Plano de ConroleAmbienal (PCA) que é exigido pela Resolução
CONAMA009/90 para concessão de Licença de Insalação (LI) de aividade de
exração mineral de odas as classes previsas no Decreo-Lei nº 227/67. O PCA
é uma exigência adicional ao EIA/RIMA apresenado na ase anerior (Licença
Prévia – LP). O PCA em sido exigido por alguns órgãos esaduais de meio
ambiene ambém para o licenciameno de ouros ipos de aividade.

3.1.2 Relatório de Controle Ambiental (RCA)

O Relaório de Conrole Ambienal é exigido pela Resolução CONAMA


010/90, quando da dispensa do EIA/RIMA, para a obenção de Licença Prévia
(LP) de aividade de exração mineral da Classe II, previsa no Decreo-Lei nº
227/67. Tem que ser elaborado de acordo com as direrizes esabelecidas pelo
órgão ambienal regulador.

3.1.3 Plano de Recuperação de Áreas Degradadas


(PRAD)
O Plano de Recuperação de Áreas Degradadas em sido mais uilizado para
a recomposição de áreas degradadas pela aividade de mineração. É elaborado
em conormidade com as direrizes da NBR 13030, da Associação Brasileira de
Normas Técnicas, e ouras normas perinenes.

32
TÓPICO 2 | DEFINIÇÕES E CONCEITOS

3.1.4 Como elaborar o EIA/RIMA


• Inormações gerais:

Nome, razão social, endereço ec.


Hisórico do empreendimeno.
Nacionalidade de origem e das ecnologias.
Pore e ipos de aividades desenvolvidas.
Objeivos e jusicaivas.

Conexo econômico-social do país, região, esado e município.


Localização geográca, vias de acesso.
Eapas de implanação.
Empreendimenos associados e/ou similares.

• Caracerização do empreendimeno

Para cada uma das ases (planejameno, implanação, operação e


desaivação):
Objeivos e jusicaivas do projeo, sua relação e compaibilidade com
as políicas seoriais, planos e programas governamenais.
A descrição do projeo e suas alernaivas ecnológicas e locacionais,
especicando: área de inuência, maéria-prima, mão de obra, ones de energia,
processos e écnica operacionais, prováveis euenes, emissões, resíduos de
energia, geração de empregos.

• Área de inuência (AI)

Limiação geográca das áreas:


Direamene aeada e indireamene aeada.
Sempreconsiderarabaciahidrográcaondeselocalizaoempreendimeno
como unidade básica para a AIA.
Apresenar jusicaivas para a deerminação das AIs.
Ilusrar aravés de mapeameno.

• Diagnósico Ambienal da AI

Caracerização aual do ambiene naural, ou seja, anes daí Implanação


do projeo, considerando:
As variáveis susceíveis de sorer direa ou indireamene eeio sem
odas as ases do projeo.
Os aores ambienais ísicos, biológicos e anrópicos de acordo com o
ipo e pore do empreendimeno.
Inormações carográcas com as AIs em escalas compaíveis com o
nível de dealhameno dos aores ambienais considerados.

33
UNIDADE 1 | GERENCIAMENTO AMBIENTAL

Meio ísico: subsolo, as águas, o ar e o clima:


Condições meeorológicas e o clima.
Qualidade do ar.
Níveis de ruído.
Caracerização geológica e geomorológica.
Usos e apidões dos solos.
Recursos hídricos:
Hidrologia supercial.
Hidrogeologia.
Oceanograa ísica.
Qualidade das águas.
Usos das águas.

Meio biológico e os ecossisemas naurais auna e ora:


Ecossisemas erresres
Descrição da coberura vegeal
Descrição geral das iner-relações auna-auna e auna-ora
Ecossisemas aquáicos
Mapeameno das populações aquáicas
Idenicação de espécies indicadoras biológicas
Ecossisemas de ransição como banhados, manguezais, brejos,
pânanos, ec.

Meio anrópico ou socioeconômico;


Dinâmica populacional;
Uso e ocupação do solo;
Nível de vida;
Esruura produiva e de serviços;
Organização social (AMORIM, s.d., p. 31).

4 O RIMA
O Relaório de Impaco Ambienal (RIMA), segundo Amorim (s.d.)
o documeno que apresena os resulados dos esudos écnicos e cienícos
de AIA. Ele desina-se à comunidade, e deve ser elaborado em linguagem
acessível, ilusrado por mapas, caras, quadros, grácos e demais écnicas de
comunicação visual, de modo que as pessoas possam enender, claramene, as
possíveis consequências ambienais do projeo e suas alernaivas, comparando
as vanagens e desvanagens de cada uma delas.

Segundo a Resolução do CONAMA, nº 237 (BRASIL, 1986, s. p.), o RIMA


deverá reeir as conclusões do EIA e coner, no mínimo:

1- Objeivos e jusicaivas do projeo e sua relação com políicas


seoriais e planos governamenais.
2- Descrição e alernaivas ecnológicas do projeo (maéria prima,
ones de energia, resíduos ec.).

34
TÓPICO 2 | DEFINIÇÕES E CONCEITOS

3- Sínese dos diagnósicos ambienais da área de inuência do


projeo.
4- Descrição dos prováveis impacos ambienais da implanação
da aividade e dos méodos, écnicas e criérios usados para sua
idenicação.
5- Caracerizar a uura qualidade ambienal da área, comparando
as dierenes siuações da implemenação do projeo, bem como a
possibilidade da não realização do mesmo.
6- Descrição do eeio esperado das medidas miigadoras em relação
aos impacos negaivos e o grau de aleração esperado.
7- Programa de acompanhameno e moniorameno dos impacos.
8- Conclusão e comenários gerais.

Com a possibilidade de se avaliar o impaco ambienal, conseguimos


produzir lado a lado o desenvolvimeno econômico e social com proeção e
a melhoria da qualidade ambienal, endo como objeivo desenvolvimeno
susenável para melhor qualidade de vida.

4.1 QUALIDADE, DEGRADAÇÃO, RECUPERAÇÃO E DANO


AMBIENTAL
Qualidade ambienal é medida com base em indicadores da condição de
um deerminado ambiene em relação aos requisios e necessidades humanas
e de ouras espécies. A degradação é uma aleração dos processos, unções
ou componenes ambienais ou, ainda, aleração da qualidade ambienal.
Recuperação ambienal é realizada aravés da ação humana que devolve a níveis
compaíveis o meio ambienal, quando esse mesmo meio ambiene não consegue
recuperar-se por si só. O dano ambienal segundo Ruppenhal (2014), é uma
lesão aos recursos ambienais caracerizando uma degradação da qualidade do
ambiene proegido por lei.

4.2 ROTULAGEM AMBIENTAL


O que é roulagem ambienal?

A roulagem ambienal (selo verde) – Ecolabelling é uma cericação


volunária ornecida pela ABNT NBR ISO 14020 e ISO14024 de produos e
serviços que vêm sendo praicados ao redor do mundo. Tem como objeivo a
cericação de produos/serviços com qualidade ambienal que aesa, por meio
de uma marca colocada no produo ou na embalagem, que deerminado produo/
serviço (adequado ao uso) apresena menor impaco ambienal em relação a
ouros produos semelhanes e disponíveis no mercado e podem ser classicados
com róulo do ipo I,ou II ou III.

35
UNIDADE 1 | GERENCIAMENTO AMBIENTAL

O surgimeno do róulo ambienal, ou selo verde, mais anigo é o Anjo


Azul e oi criado em 1978, na Alemanha e verica-se que hoje a maioria dos
alemães, cerca de 85%, segundo Barbieri, (2016), dão preerências a empresas que
possuem alguma roulagem.

FIGURA 7 – ANJO AZUL

FONTE: Barbieri (2016)

4.2.1 Tipos de rotulagem ambiental


Tipo I NBR ISO 14024: Esa norma esabelece criérios para criação de programa
de roulagem, em como objeivo avaliar e demonsrar sua conormidade, além
dos procedimenos de cericação para a concessão do róulo, em a inenção
de reduzir o impaco e possui criérios de organização bem como leva em
consideração alguns do ciclo de vida que devem esar denidos.

FIGURA 8 – EXEMPLOS DE RÓTULOS

FONTE: Barbieri (2016)

Tipo II – NBR ISO 14021 – requisios para auodeclarações ambienais, incluindo


exos, símbolos e grácos, no que se reere aos produos. Descreve somene o
aspeco ambienal do seu produo, ou seja, a armação da qualidade ambienal
do produo ou serviço, não obriga a realização de uma Análise do Ciclo de Vida
reduz os cusos para aender de uma orma rápida às demandas do marketing e
seu exo ou símbolo inorma que o produo oi elaborado com cero percenual
de maerial reciclado ou que o equipameno economiza energia.

36
TÓPICO 2 | DEFINIÇÕES E CONCEITOS

FIGURA 9 – EXEMPLOS DE SÍMBOLOS

FONTE: Barbieri (2016)

Rotulagem tipo III – ISO 14025 – Declarações ambienais do produo possuem


alo grau de complexidade devido à inclusão da erramena avaliação do Ciclo de
Vida (ACV).Traa de róulos volunários, vericados por erceiros e que avaliam
o ciclo de vida compleo do produo. Segundo Ruppenhal (2014, p. 48), “são
considerados os mais sosicados e complexos quano a sua implanação, pois
exigem exensos bancos de dados ou invenários para avaliar o produo em odas
as suas eapas, ornecendo a dimensão exaa dos impacos que provoca”. Como
é complexa a sua implanação de erramena de análise, ese ipo de roulagem
é uilizado apenas enre empresas – business to business. Ele viabiliza a um
imporador soliciar o selo ao produor inernacional, sem que esa aiude seja
considerada barreira alandegária.

Conorme a ABNT (2004), a cericação de um selo ambienal em um


produo segue um roeiro especíco:

• Demanda – classicação em caegoria perinene.


• Pesquisa de criérios no GEN (Global Ecolabelling Network), caso exisa az-se a
adequação, do conrário, é preciso desenvolvê-los.
• Elaboração de procedimenos.
• Cericação.

37
UNIDADE 1 | GERENCIAMENTO AMBIENTAL

FIGURA 10 –TIPOS DE MATERIAIS

FONTE: Barbieri (2016)

UNI

LEMBRE-SE
Que o Rótulo Ecológico ABNT é um programa de rotulagem ambiental (Ecolabelling),
caracterizando-se por ser uma metodologia voluntária de certicação e rotulagem de
desempenho ambiental de produtos ou serviços que vem sendo praticada ao redor do
mundo, sendo um importante mecanismo de implementação de políticas ambientais
dirigida aos consumidores, auxiliando-os na escolha de produtos com impacto ambiental
reduzido.

38
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico você aprendeu:

• O que é o desenvolvimeno susenável, como se deve rabalhar a preservação


e conservação ambienal e a idenicação dos elemenos que apoiam o
desenvolvimeno susenável. Compreendemos os conceios, a esruura e os
princípios da Agenda 21.

• As pares que compõem o sisema de gesão ambienal e a conribuição de cada


norma para esse sisema. A apresenação da ISO 14001:2015, com as principais
modicações e implemenações, a comparação do SGA aual com os novos
requisios da ISO 14001, o desenvolvimeno de um plano de ação com base na
análise comparaiva para aendimeno da nova versão da norma.

• Vimos como se avaliam o Impaco Ambienal e o RIMA é o relaório que


apresena os resulados dos esudos écnicos e cienícos do AIA (Avaliação
do Impaco Ambienal), a qualidade ambienal como base em indicadores da
condição de um deerminado ambiene em relação aos requisios e necessidades
humanas e de ouras espécies.

• A degradação como aleração dos processos, unções ou componenes


ambienais ou, ainda, aleração da qualidade ambienal. E a recuperação
ambienal realizada aravés da ação humana, que devolve a níveis compaíveis
o meio ambienal, quando esse mesmo meio ambiene não consegue recuperar-
se por si só.

• Vericamos que a Roulagem Ambienal ou Ecolabelling é uma cericação


volunária ornecida pela ABNT NBR ISO 14020 e ISO14024 de produos e
serviços que êm qualidade ambienal aesada por apresenar menor impaco
ambienal em relação a ouros produos semelhanes e disponíveis nos
mercados.

39
AUTOATIVIDADE

Vamos agora recordar e conceiuar cada expressão:

1- Impaco ambienal:

2- Recuperação ambienal:

3- Dano ambienal:

4- Qualidade ambienal

5- Audiorias ambienais:

6- Roulagem ambienal:

40
UNIDADE 1
TÓPICO 3

DOENÇAS DA CARÊNCIA DE SANEAMENTO

1 INTRODUÇÃO
Segundo o Manual de Saneameno (BRASIL, 2015), saneameno é o
conjuno de ações socioeconômicas que êm por objeivo alcançar níveis de
salubridade ambienal, por meio de abasecimeno de água poável, colea
e disposição saniária de resíduos sólidos, líquidos e gasosos, promoção da
disciplina saniária de uso do solo, drenagem urbana, conrole de doenças
ransmissíveis e demais serviços e obras especializadas, com a nalidade de
proeger e melhorar as condições de vida urbana e rural. Já a OMS (2002, s.p.)
apud BRASIL (2015) dene saneameno como “o conrole de odos os aores do
meio ísico do homem, que exercem ou podem exercer eeios deleérios sobre
seu esado de bem-esar ísico, menal ou social”.

2 HISTÓRICO DO SANEAMENTO
A preocupação com o saneameno não é de hoje, a imporância do
saneameno e da sua associação com a saúde humana remona às mais anigas
culuras. O saneameno, segundo BRASIL (2015) desenvolveu-se de acordo coma
evolução das diversas civilizações.

Na época das civilizações anigas, a preocupação com ações de naureza


saniária era relaiva ao suprimeno e água para consumo humano, irrigação e à
disposição dos euenes.

Há escrios em ruínas de civilizações na Índia com mais 4000 anos que


oram enconrados em banheiros e esgoos, nas consrução e drenagem nas
ruas. O Anigo Tesameno Bíblico (ano apud BRASIL, 2015) em escrio diversas
passagens vinculadas às práicas saniárias do povo judeu como, por exemplo,
o uso da água para limpeza: “roupas sujas podem levar a doenças como a
escabiose”. Desa orma os poços para abasecimeno eram manidos ampados,
limpos e longe de possíveis ones de poluição.

No ano 2000 a.C., de radições médicas, na Índia, recomendava-se que a


água impura deveria ser puricada pela ervura sobre ogo, pelo aquecimeno
no sol, mergulhando um erro em brasa denro dela ou, ainda, ser puricada por
lração em areia ou cascalho, e poseriormene resriada.

41
UNIDADE 1 | GERENCIAMENTO AMBIENTAL

Segundo publicação da Comissão de Serviços de Inraesruura do Senado


Federal de Saneameno Básico:

“emos resquícios do saneameno básico em oda hisória da humanidade,


como na:

Idade Aniga aé o século V - d.C. onde houve desenvolvimeno de écnicas


essenciais como: irrigação, consrução de diques, canalizações superciais e
suberrâneas.

Grécia: as ezes eram enerradas ou as aasavam para longe das residências.

Em Roma, as ruas inham encanamenos que ligavam a ones públicas e aos


lares de cidadãos ricos que pagavam pelo privilégio.

Idade Média (século V d.C. ao século XV d.C.) A água era o elemeno principal
para o desenvolvimeno econômico das rodas d’água para moagem, ecelagem,
inuraria e curimeno.

Na Idade Moderna (1453 a 1789), desenvolve-se a hidrologia com a meodologia


de medição de velocidades das águas. É esabelecido que os rios, ones e águas
suberrâneas dependem das chuvas.

Idade Conemporânea (1790 aé os dias de hoje), em–se a revolução


ermodinâmica (1764) com a criação da máquina a vapor que acelera o processo
produivo e causa ore impaco socioeconômico e ambienal. Na França (1829)
há o combae à poluição das águas, em quese previa mula ou prisão àqueles
que airassem nas águas produos que provocassem o envenenameno ou
desruição dos peixes.

Na meade do século XIX, inicia-se a implanação de adminisração e legislação


do saneameno e os esudos de Edwin Chadwick, em 1842, dão início à medicina
preveniva com o ornecimeno da base para o desenvolvimeno das relações
enre saneameno e saúde.”

Na aualidade emos em orno de 1 bilhão de pessoas que não êm acesso


à água poável. Aé meados dese século, 2 bilhões de pessoas sorerão com a
escassez de água poável, caso não haja adoção de políicas para preservar e
recuperar os recursos hídricos.

Diariamene morrem cerca de 6.000 crianças devido a doenças ligadas à


qualidade da água e deciência de saneameno, 80% de odas as doenças ainda se
relacionam com a ala de conrole adequado da água.

42
TÓPICO 3 | DOENÇAS DA CARÊNCIA DE SANEAMENTO

Podemos concluir que mesmo com os diversos meios de comunicação


exisenes e projeos, ainda se observa a ala de divulgação dos conhecimenos
relaivos ao de saneameno básico e sua imporância em relação à saúde. Em áreas
rurais, a população ainda consrói suas residências sem incluir poço proegido,
ossa sépica, enre ouras. Assim sendo, o processo saúde versus doença não deve
ser enendido como uma quesão puramene individual e sim como um problema
geral. (BRASIL, 2015)

3 SANEAMENTO NO BRASIL
No Brasil Colônia, período que vai de 1500 aé o início do século XIX, pouca
preocupação exisiu quano ao saneameno. O que se verica são os aqueduos
rurais de água, necessários para a moagem da cana de açúcar e as planações
de caé para a lavagem dos grãos. As vilas em geral eram consruídas próximas
de riachos, nascenes e ribeirões de onde podiam exrair a água. O governo da
época não inha preocupação com o saneameno, ano que no Rio de Janeiro,
o primeiro aqueduo que ransporava água do rio Carioca aé um chaariz no
largo da Carioca só oi consruído em 1723. Modelo ampliado e poseriormene
adoado em ouras cidades do país.

Em 1808, com a vinda da Família Imperial ao Rio de Janeiro, ocorreram


várias ransormações nas cidades da colônia. Algumas delas oram os serviços
de inraesruura, de abasecimeno de água e de esgoameno saniário. Observa-
se que aé enão o Brasil não obinha políica saniária relevane alguma nas
políicas públicas.

No decorrer do século XIX, o Brasil passou a incenivar as populações


para se deslocarem das pequenas comunidades rurais para os cenros urbanos
em ormação, criando condições propícias às doenças epidêmicas. Devido
à ala de saneameno e de inraesruura urbana o poder público une-se a
empresas privadas para desenvolver um modelo saneameno e, com isso, em-
se nos maiores cenros do país, a delegação de presação de serviços públicos
a concessionárias esrangeiras, principalmene da Inglaerra, que desenvolvia o
abasecimeno de água e o esgoameno saniário. Todo maerial, como as caixas
d’água, canalizações, moores e os chaarizes em erro undido, écnica e insumos
vinham do esrangeiro.

Essa realidade eve uma modicação somene em 1910, em unção das


pressões da sociedade por melhorias na qualidade dos serviços presados pelas
empresas privadas azendo com que o esado cobrasse mais desas. Essa siuação
permaneceu aé pare do século XX, em que odas as concessões oram canceladas
em unção da ala de manuenção, ampliação e da baixa qualidade dos serviços
presados.

43
UNIDADE 1 | GERENCIAMENTO AMBIENTAL

Com o adveno da Segunda Guerra Mundial, o Brasil recebe verbas


nore-americanas, que êm ineresse em maner a salubridade na exploração dos
maeriais econômicos. Em 1950, o SESP começava a assinar convênios com os
municípios para a consrução, nanciameno e operação de sisemas de água e
esgoos, dando origem aos serviços auárquicos (municipal) no país.

Na década de 1970, o governo ederal implemena o Plano Nacional de


Saneameno Básico (PLANASA), buscando diminuir o baixo abasecimeno de
água e esgoameno saniário em unção crescimeno populacional na década de
1960.

O PLANASA cria as Companhias Esaduais de Saneameno Básico


(CESB), que ao oal compõem 26 companhias regionais. Nos anos 80, em unção
da exinção do Banco Nacional de habiação, que nanciava o PLANASA, esa
enra em declínio. Aé a primeira década do século XXI o Brasil cou sem políica
de saneameno denida, sendo que somene em janeiro de 2007 oi promulgada
a Lei Nacional de Saneameno, a Lei nº 11.445/2007, esabelecendo direrizes
nacionais para o saneameno no Brasil (BRASIL. MMS 2015).

4 DOENÇAS CAUSADAS PELA FALTA DE SANEAMENTO


Vimos pela hisória, ao logo dos séculos, que o saneameno é exremamene
imporane à saúde de uma população e que a sua ala causa inúmeras doenças.
O que pode ser bem expressado pela rase: para cada R$ 1,00 invesido no seor de
saneameno, economiza-se R$ 4,00 na área de medicina curaiva (BRASIL, 2015).
Saneameno básico é composo pelo raameno da água, esgoo e lixo.

Quano à classicação, emos doenças inecciosas relacionadas à água, às


excreções (esgoo), ao lixo, bem como com a habiação.

4.1 DOENÇAS RELACIONADAS COM A ÁGUA


As doenças inecciosas razidas pela água podem ser de causa química
(agroóxicos e liberação de euenes indusriais) e microbiano. Esas doenças
êm probabilidade de serem conraídas pelo conao e ingesão de alimenos
conaminados ou pela própria água. Algumas das doenças conraídas pela
ingesão de água conaminada são: hepaie inecciosa, cólera, ebre ioide
e diseneria bacilar. A ala da água na higienização em geral ambém pode
provocar inecções por piolho, diarreias e inecções oculares (conjunivies) e de
pele. A melhor maneira de eviá-las é uilizar água raada ou ervida.

44
TÓPICO 3 | DOENÇAS DA CARÊNCIA DE SANEAMENTO

4.2 DOENÇAS INFECCIOSAS RELACIONADAS COM


EXCRETAS (ESGOTOS)
A doenças inecciosas advindas do esgoo são por: helminos, vírus,
bacérias e proozoários e as que podem ser conraídas pela conaminação por
esgoos, direamene pelo conao ou ingesão são: salmonelose, cólera, diarreia,
ascaridíase, eníase, hepaie A e, indireamene, pelo mosquio conaminado a
cólera. A melhor maneira de eviar é o conrole dos locais de muliplicação de
inseos, melhoria das disposições saniárias, colea, raameno, disposição nal
e reuilização (irrigação) dos euenes, ornecimeno de água em quanidades e
qualidade adequada para a população e assepsia adequada dos alimenos.

4.3 DOENÇAS INFECCIOSAS RELACIONADAS COM O


LIXO
As inecções relacionadas ao lixo são provenienes da prolieração de
inseos, roedores e chorume. Eses podem causar doenças como a pese bubônica,
lepospirose (por raos), ebres com a dengue (mosquio).

Para eviar as doenças é necessário impossibiliar a prolieração dos


ransmissores e isso só será possível com o acondicionameno adequado da one
de produção, que deve ser manida ampada para eviar raos e inseos, um
sisema de colea de lixo eciene, aerros saniários, composagem e incineração
adequada.

4.4 DOENÇAS INFECCIOSAS RELACIONADAS COM A


HABITAÇÃO
As doenças inecciosas relacionadas à habiação são adquiridas em unção
da localização inadequada das moradias, da ala de insalações hidrossaniárias e
a proeção da habiação de lixo, água parada, e a própria melhorias nas condições
ísicas das casas, rebocando as paredes de barro e sapé, reormando os elhados,
pisos, melhorando a iluminação e venilação e as condições domiciliares como
galinheiros, cercas, paióis, chiqueiros são medidas relevane para assegurar a
saúde de seus moradores.

45
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico você estudou:

• As doenças inecciosas razidas pela água por causa química (agroóxicos e


liberação de euenes indusriais) e microbiano.

• A doenças inecciosas advindas do esgoo por conao direo ou por via indirea,
aravés da picada de mosquio.

• As inecções relacionadas ao lixo que são provenienes da prolieração de


inseos, roedores e chorume.

• As doenças inecciosas relacionadas à habiação adquiridas em unção da


localização inadequada das moradias, da ala de insalações hidrossaniárias
e a proeção da habiação de lixo, água parada, e a própria melhoria nas
condições ísicas das casas, rebocando as paredes de barro e sapé, reormando
os elhados, pisos, melhorando a iluminação e venilação e as condições
domiciliares exernas.

46
AUTOATIVIDADE

1 Vamos exerciar? Assinale com V ou F as seguines armações e depois


escolha a alernaiva correa:

( ) As doenças inecciosas relacionadas ao esgoo são em unção da localização


inadequada das moradias.
( ) As doenças inecciosas advindos do esgoo são por helminos, vírus,
bacérias e proozoários e podem ser conraídas pela conaminação por
esgoos, direamene pelo conao ou ingesão.
( ) Para cada R$ 1,00 invesido no seor de saneameno economizam R$ 4,00
na área de medicina curaiva.
( ) As doenças inecciosas razidas pela água podem ser de causa química
(agroóxicos e liberação de euenes indusriais) e microbiano.
( ) As inecções relacionadas ao lixo são provenienes da prolieração de
inseos, roedores e chorume.

Assinale a alernaiva correa para as escolhas que você ez acima:


a) ( ) V – V – V – F – V.
b) ( ) F – V – F – V – F.
c) ( ) F – V – V – V – V.
d) ( ) V – V – V – V – F.
e) ( ) V – F – V – V – V.

2 Quando iniciaram os serviços de saneameno no Brasil?

47
48
UNIDADE 1
TÓPICO 4

CONDIÇÕES SANITÁRIAS E DE
CONFORTO NOS LOCAIS DE
TRABALHO

1 INTRODUÇÃO
Podemos buscar inormações sobre a quesão de condições saniárias e
de conoro nos locais de rabalho aravés da NR24 (BRASIL, 2017e), que raa
das condições adequadas ao rabalhador para melhores insalações de banheiros,
vesiários, reeiórios, cozinhas e alojamenos. Você deve lembrar que esses
ambienes são áreas onde os rabalhadores (hoje considerados colaboradores)
passam a maior pare de suas vidas, merecendo uma aenção basane grande
dos órgãos scalizadores como o Minisério e Trabalho e Emprego com a criação
cada vez mais das NRs (Normas Regulamenadores) para orienar e promover
uma equalização posiiva deses ambienes. Nas próximas linhas em consonância
coma a legislação, você erá um maior conhecimeno de como deverá proceder
conorme cada insalação, denro de uma empresa.

2 INSTALAÇÕES SANITÁRIAS
Todas as insalações saniárias devem ser separadas por gênero
(masculino e eminino). Todas as áreas desinadas aos saniários deverão aender
às dimensões mínimas essenciais. A meragem correa para cada saniário é de 1
mero, por 20 operários em aividade.

As insalações saniárias deverão ser submeidas a um processo


permanene de higienização, sem quaisquer odores, durane oda a jornada de
rabalho.

Os vasos saniários deverão ser sionados e possuir caixa de descarga


auomáica exerna de erro undido, maerial plásico ou brocimeno.

Os chuveiros poderão ser de meal ou de plásico, e deverão ser


comandados por regisros de meal a meia alura na parede.

É exigido pela NR 24 (BRASIL, 2017e), no conjuno de insalações saniárias,


um lavaório para cada 10 (dez) rabalhadores nas aividades ou operações
insalubres, ou nos rabalhos com exposição às subsâncias óxicas, irrianes,
inecanes, alergizanes, poeiras ou subsâncias que provoquem sujidade.

49
UNIDADE 1 | GERENCIAMENTO AMBIENTAL

O lavaório deverá ser provido de maerial para a limpeza, enxugo ou


secagem das mãos, sendo proibindo o uso de oalhas coleivas.

Há necessidade de canalização com omada d’água, exclusivamene para


uso conra incêndio.

Todo banheiro, segundo a NR24 (BRASIL, 2017e), que possua chuveiros,


deverá:

a) Ser manidos higienizados.


b) Ter local adequado de insalação.
c) Dispor de água quene.
d) Ter poras de acesso de modo a maner privacidade.
e) Ter piso e paredes revesidos de maerial resisene, liso, impermeável e lavável.

Segunda a NR 24 (BRASIL, 2017e), o ambiene deverá er 1 um chuveiro


para cada 10 (dez) rabalhadores nas aividades ou operações insalubres, ou nos
rabalhos com exposição a subsâncias óxicas, irrianes, inecanes, alergizanes,
poeiras ou subsâncias que provoquem sujidade, e nos casos em que esejam
exposos a calor inenso.

A iluminação nos banheiros deve ser de, no mínimo 100 lux, bem como
ser insaladas lâmpadas incandescenes de 100 W/8,00 m² de área com pé-direio
de 3,00m máximo, ou luminária que produza a mesma luminosidade.

3 VESTIÁRIOS
O esabelecimeno indusrial que exigir roca de roupas ou seja imposo
o uso de uniorme ou guarda-pó, deverá er local apropriado para vesiário
doado de armários individuais, observando a separação de gêneros (masculino
e eminino).

A área mínima de um vesiário é dimensionada em unção de 1,50 m² para


1 rabalhador.

A iluminação mínima para ese ambiene é de 100 lux e deverão ser


insaladas lâmpadas incandescenes de 100 W/ 8,00 m² de área com pé-direio de
3.00 m, ou ouro ipo de luminária com o mesmo eeio.

4 REFEITÓRIOS
Em empresas com mais de 300 (rezenos) operários, é obrigaória a
exisência de reeiório, não sendo permiido aos rabalhadores azerem suas
reeições em ouro local do esabelecimeno que não seja o reeiório.

50
TÓPICO 4 | CONDIÇÕES SANITÁRIAS E DE CONFORTO NOS LOCAIS DE TRABALHO

Ese necessariamene precisa er as dimensões de área de 1,00m² (um


mero quadrado) por usuário, abrigando, de cada vez, 1/3 (um erço) do oal de
empregados por urno de rabalho, sendo ese urno o que em maior número
de empregados e uma circulação principal com largura mínima de 75 cm, e a
circulação enre bancos e banco/parede deverá er a largura mínima de 55 cm.

A iluminação deverá ser realizada por lâmpadas incandescenes de 150


W/6,00 m² de área com pé direio de 3,00 m máximo ou ouro ipo semelhane. O
piso será impermeável, revesido de cerâmica, plásico ou ouro maerial lavável.
Venilação e iluminação de acordo com as normas xadas na legislação ederal,
esadual ou municipal.

Água poável deve ser ornecida em condições higiênicas, por meio de


copos individuais, ou bebedouros de jao inclinado e guarda-proeora, proibindo-
se sua insalação em pias e lavaórios, e o uso de copos coleivos.

O reeiório deverá ser insalado em local apropriado, não se comunicando


direamene com os locais de rabalho, insalações saniárias e locais insalubres
ou perigosos.

Em esabelecimenos em que rabalhem mais de 30 aé 300 empregados,


apesar da não exigência de reeiório, deverão ser asseguradas aos rabalhadores
condições sucienes de conoro para a ocasião das reeições.

As condições de conoro conorme a NR 24 (BRASIL, 2017e) são:

a) Local adequado, ora da área de rabalho.


b) Piso lavável.
c) Limpeza, arejameno e boa iluminação.
d) Mesas e assenos em número correspondene ao de usuários.
e) Lavaórios e pias insalados nas proximidades ou no próprio local.
) Fornecimeno de água poável aos empregados.
g) Esua, ogão ou similar, para aquecer as reeições.

5 COZINHAS
As cozinhas devem car ao lado dos reeiórios e com ligação enre si, por
meio de aberuras por onde serão servidas as reeições. As áreas desinadas para
cozinha e depósio de gêneros alimenícios deverão er a proporção de 35% (rina
e cinco por ceno) e 20% (vine por ceno) respecivamene, da área do reeiório.

A iluminação deverá ser com lâmpadas incandescenes de 150 W/4,00m²


com pé-direio de 3,0 m máximo, ou semelhanes.

51
UNIDADE 1 | GERENCIAMENTO AMBIENTAL

Lavaório com água correne para uso dos uncionários do serviço de


alimenação e dispondo de sabão e oalhas. O lixo deve ser raado, de acordo
com as normas locais do Serviço de Saúde Pública.

Os uncionários da cozinha encarregados de manipular alimenos,


reeições e uensílios, necessiam er de saniário e vesiário próprios e exclusivos,
e que não se comuniquem com a cozinha.

6 ALOJAMENTOS
Um alojameno é o local desinado ao descanso de operários de
orma adequada deve er capacidade máxima de 100 (cem) operários e o seu
dimensionameno segue as caracerísicas gerais do Quadro 1 da NR 24(BRASIL,
2017e), endo áreas mínimas dimensionadas de acordo com os módulos (camas/
armários) para aender como um alojameno

QUADRO 2 – DIMENSÕES DO ALOJAMENTO

Área
Tipos de cama e área Área de circulação Área de armário
total
respectiva (m2) lateral à cama (m2) lateral à cama (m2)
(m2)
simples
1 1,45 x 0,6 = 0,87 0,6 x 0,45 = 0,27 2,47
1,9 x 0,7 = 1,33
2 1,9 x 0,7 = 1,33 1,45 x 0,6 = 0,87 0,6 x 0,45 = 0,27 2,47
FONTE: Adaptado de Brasil (2017e)

Os alojamenos deverão er área de circulação inerna, nos dormiórios,


com a largura mínima de 1,00 mero.

As poras dos alojamenos deverão ser meálicas ou de madeira, abrindo


para ora, medindo no mínimo 1,00m x 2,10m para cada 100 operários.

A iluminação mínima é de 100 lux, podendo ser insaladas lâmpadas


incandescenes de 100W/8,00 m² de área com pé-direio de 3 (rês) meros ou
iluminação semelhane. Todos alojamenos devem possuir bebedouros.

No caso de alojamenos possuir dois andares deverá haver, no mínimo,


duas escadas de saída, guardada a proporcionalidade de 1,0m de largura para
cada 100 operários.Os dormiórios não poderão er venilação somene de orma
indirea.

Nos alojamenos deverão ser obedecidas as seguines insruções gerais de


uso:

52
TÓPICO 4 | CONDIÇÕES SANITÁRIAS E DE CONFORTO NOS LOCAIS DE TRABALHO

a) Todo quaro ou insalação deverá ser conservado limpo e odos eles serão
pulverizados de 30 em 30 dias.
b) Os saniários deverão ser desineados diariamene.
c) O lixo deverá ser reirado diariamene e deposiado em local adequado.
d) É proibida, nos dormiórios, a insalação para elerodomésicos e o uso de
ogareiro ou similares.

Em odos os locais de rabalho deverá ser ornecida aos rabalhadores água


poável, em condições higiênicas, sendo proibido o uso de recipienes coleivos.
Onde houver rede de abasecimeno de água, deverão exisir bebedouros de jao
inclinado e guarda proeora, proibida sua insalação em pias ou lavaórios, e na
proporção de 1 bebedouro para cada 50 empregados.

A desinação e raameno de odo resíduo, para que se orne inócuos aos


empregados e à coleividade proveniene dos esabelecimenos indusriais, é de
responsabilidade da empresa conraane.

Vimos que na quesão do raameno das condições saniárias de conoro


nos ambienes de rabalho, a legislação na orma da NR24 é basane rigorosa na
quesão de propiciar segurança, higiene, conoro e ergonomia aos rabalhadores,
com uma visão de ambiene propicio a melhores condições de rabalho qualidade
de vida e saúde.

53
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você aprendeu:

• As quesões de condições saniárias e de conoro nos locais de rabalho aravés


da NR24 (BRASIL, 2017e).

• As condições adequadas em que o rabalhador deve usuruir denro da empresa


no ocane de melhores insalações, ais como banheiros, vesiários, reeiórios,
cozinhas e alojamenos.

• As medidas adequadas, iluminação, higiene, amanhos de cada insalação e


número de unidades respecivamene ao número de colaboradores de cozinha,
insalações saniária, vesiário, reeiório e alojameno.

54
AUTOATIVIDADE

1 Quano às insalações saniárias, assinale V ou F e poseriormene marque a


alernaiva correa:

( ) Todas as insalações saniárias devem ser separadas por gênero (masculino


e eminino).
( ) Todas as áreas desinadas aos saniários deverão aender às dimensões
mínimas essenciais com meragem para cada saniário de 1 mero, por 10
operários em aividade.
( ) As insalações saniárias não necessiam ser submeidas a um processo
permanene de higienização, sem quaisquer odores, durane oda a jornada
de rabalho.
( ) Os vasos saniários deverão ser sionados e possuir caixa de descarga
auomáica exerna de erro undido, maerial plásico ou brocimeno.
( ) Os chuveiros poderão ser de meal ou de plásico, e deverão ser comandados
por regisros de meal a meia alura na parede.

a) ( ) V – F – F – V – V.
b) ( ) V – F – V – F – V.
c) ( ) F – F – F – V – V.
d) ( ) V – V – F – F – F.
e) ( ) F – V – F – V – F.

2 Assinale a armação correa, quano às condições de conoro do reeiório,


conorme a NR 24 (BRASIL, 2017e):

a) ( ) Local adequado, ora da área de rabalho e piso lavável.


b) ( ) Limpeza, arejameno boa iluminação e esua, ogão ou similar, para
aquecer as reeições.
c) ( ) Mesas e assenos em número correspondene ao de usuários.
d) ( ) Lavaórios e pias insalados nas proximidades ou no próprio local e
ornecimeno de água poável aos empregados.
e) ( ) Todas as alernaivas aneriores esão correas.

55
56
UNIDADE 1
TÓPICO 5

LEGISLAÇÃO

1 INTRODUÇÃO
Nese ópico vamos enender um pouco da regulamenação do saneameno
básico no Brasil e a legislação sobre o assuno. A Consiuição Federal, como
legislação superior, mosra as regras gerais dos esados e disrio ederal aé onde
cada um pode proporcionar uma melhor condição de vida a odas as pessoas
com a implemenação de políicas públicas de saneameno, que são a colea
de lixo, desinação de esgoo domésico e de euenes indusriais, a capação e
disribuição de água poável, enre ouros (ROCHA, s.d.). E ainda segundo Rocha
(s.d., p. 1), o “ saneameno básico é essencial à sadia qualidade de vida que é
um direio de odo cidadão, pois esá inimamene ligado à dignidade humana.
O meio ambiene deve ser observado crieriosamene, haja visa que a ala de
saneameno básico, ou seu mau planejameno, aea direamene o ambiene,
podendo causar danos irreparáveis”.

2 LEGISLAÇÃO DE SANEAMENTO NO BRASIL


A primeira legislação no âmbio ambienal no Brasil ocorreu em 1934
com a criação do Código de Águas e do Código Floresal, mas podemos vericar
que houve um grande avanço na legislação com a inrodução da Lei nº 6.938, da
Políica Nacional de Meio Ambiene, que é uma das mais avançadas legislações
no mundo. Essas legislações criaram órgãos regulaórios, ações puniivas, guras
jurídicas dierenciadas, o licenciameno e zoneameno ambienal, além das áreas
de preservação permanene, enre ouros mecanismos de preservação ambienal.

A Lei Federal nº 6.938, de 31 de agoso de 1981, criou a políica nacional do


meio ambiene, apresenando seus ns e mecanismos de ormulação e aplicação.
Essa mesma legislação criou o Sisema Nacional do Meio Ambiene (SISNAMA),
que é regulamenada pelo Decreo nº 99.274, de 6 de junho de 1990, sendo
consiuído por órgãos e enidades da União, dos esados, do disrio ederal,
dos municípios e pelas undações insiuídas pelo poder público, que em a
responsabilidade de proeger e melhorar a qualidade ambienal (BRASIL, 1986).

57
UNIDADE 1 | GERENCIAMENTO AMBIENTAL

FIGURA11 – O SISNAMA

FONTE: Disponível em: <http://www.mma.gov.br/governanca-ambiental/sistema-nacional-


do-meio-ambiente>. Acesso em: 2 jun. de 2017.

O Brasil possui legislação avançada, com um capíulo exclusivo na


Consiuição de 1988 para raar sobre o meio ambiene.

DICAS

Quer conhecer o capítulo que trata do meio ambiente na íntegra? Procure na


Constituição Federal de 1988, capítulo VI, em:
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.
htm>.

De orma geral, a Consiuição Federal de 1988, no capíulo VI, arigo 225


responsabiliza o Poder Público e a Coleividade para proeger o meio ambiene,
como direio de odos cidadãos presenes e das uuras gerações.

Para ano, cria uma série de mecanismos de vericação e proeção, que


conheceremos logo em seguida:

58
TÓPICO 5 | LEGISLAÇÃO

3 LICENCIAMENTO AMBIENTAL
O licenciameno ambienal ederal oi criado pela PNMA (Lei nº
6.938/1981), Arigo 9, inciso IV. E em como preocupação o licenciameno e a
revisão de aividades eeivas ou poencialmene poluidoras que apresenados
pelo Decreo nº 99274/1990, Capíulo IV, Arigo 17:

A consrução, insalação, ampliação e uncionameno de esabelecimenos


e aividades uilizadoras de recursos ambienais, consideradas eeiva ou
poencialmene poluidoras, ou aquelas que podem causar degradação ambienal,
dependerão de prévio licenciameno do IBAMA ou de órgão esadual compeene,
inegrane do SISNAMA, sem prejuízo de ouras licenças exigíveis.

O licenciameno ambienal é de responsabilidade comparilhada enre a


União e os esados da ederação, disrio ederal e os municípios, de acordo com
as respecivas compeências.

O objeivo do licenciameno ambienal é regulamenar as aividades


e os empreendimenos que uilizam os recursos naurais e que podem causar
degradação ambienal. É realizado em 3 pares: licença prévia, licença de
insalação e licença de operação.

A licença prévia é concedida na ase preliminar do planejameno do


empreendimeno ou aividade. O Esudo de Impacos Ambienais (EIA) pode ser
exigido, ou não.

O início da insalação do empreendimeno ou aividade só deve ocorrer


após a expedição da licença de insalação.

A licença de operação é a que nalmene auoriza o início das operações


do empreendimeno ou aividade objeo do projeo, após a vericação do
aendimeno das condicionanes.

O Decreo nº 99.274/1990, em seu Arigo 23 menciona que “as enidades


governamenais de nanciameno ou gesoras de incenivos, condicionarão a sua
concessão à comprovação do licenciameno previso”(BRASIL, 1990, p. 8).

O licenciameno ambienal, por ser uma auorização conerida pelo poder


público, em caráer emporário, bem como o órgão que expediu a licença poderá
modicar suas condições e medidas de conrole, ou ainda, suspender ou cancelar
uma licença em vigor diane de algumas siuações.

Pode er, ambém, a licença suspensa ou cancelada no senido de


desesimular o relaxameno das condições esabelecidas na ase inicial de
licenciameno, após a expedição da licença. Todo esudo ambienal, segundo
legislação do CONAMA 237/1997, arigo 11, em que ser realizado por prossional
legalmene habiliado e os cusos dese, pagos pelo empreendedor.

59
UNIDADE 1 | GERENCIAMENTO AMBIENTAL

O Licenciameno Ambienal (LA), a Avaliação de Impacos Ambienais


(AIA), o Esudo de Impacos Ambienais (EIA) e respecivos relaórios de Impaco
Ambienal (RIMA), conorme o arigo 2 do Decreo nº 88.351/86, são exigências
no processo de licenciameno ambienal em obras com grandes possibilidades de
impacos, como as aividades relacionadas a seguir:

Esradas de rodagem com duas ou mais aixas de rolameno.


Ferrovias.
Poros e erminais de minério, peróleo e produos químicos.
Aeroporos.
Oleoduos, gasoduos, mineroduos, roncos coleores e emissários de
esgoos saniários.
Linhas de ransmissão de energia elérica, acima de 230 kV.
Obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos, ais como:
Barragem para ns hidreléricos, acima de 10 MW, de saneameno ou
de irrigação, aberura de canais para navegação, drenagem e irrigação,
reicação de cursos d’água, aberura de barras e embocaduras,
ransposição de bacias, diques.
Exração de combusível óssil (peróleo, xiso, carvão).
Exração de minério, inclusive os da classe II, denidas no Código de
Mineração.
Aerros saniários, processameno e desino nal de resíduos óxicos
ou perigosos.
Usinas de geração de elericidade, qualquer que seja a one de energia
primária, acima de 10 MW
Complexos, unidades indusriais e agroindusriais (peroquímicos,
siderúrgicos, cloroquímicos, desilarias de álcool, hulha, exração e
culivo de recursos hídricos).
Disrios indusriais e Zonas Esriamene Indusriais – ZEI.
Exploração econômica de madeira ou de lenha, em áreas acima de 100
hecares ou menores, quando aingir áreas signicaivas em ermos
percenuais ou de imporância do pono de visa ambienal.
Projeos urbanísicos, acima de 100 hecares, ou em áreas consideradas
de relevane ineresse ambienal a criério do IBAMA e dos órgãos
municipais e esaduais compeenes.
Qualquer aividade que uilize carvão vegeal, em quanidade superior
a dez oneladas por dia.
Projeos Agropecuários que conemplem áreas acima de 1.000 ha ou
menores, nese caso, quando se raar de áreas signicaivas em ermos
percenuais ou de imporância do pono de visa ambienal, inclusive
nas áreas de proeção ambienal
Empreendimenos poencialmene lesivos ao parimônio espeleológico
nacional (BRASIL, 1997, s.p.).

Ainda segundo a legislação do CONAMA 237/97 (BRASIL, 1997, s.p.) é de


responsabilidade do IBAMA o licenciameno de empreendimenos com grande
impaco ambienal, de âmbio nacional e regional, como:

• Localizadas ou desenvolvidas conjunamene no Brasil e em país limíroe; no


mar erriorial, na plaaorma coninenal, na zona econômica exclusiva; em
erras indígenas ou em unidades de conservação do domínio da União.
• Localizadas ou desenvolvidas em dois ou mais esados.
• Cujos impacos ambienais direos ulrapassem os limies errioriais do País
ou de um ou mais Esados.

60
TÓPICO 5 | LEGISLAÇÃO

• Desinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneciar, ransporar, armazenar


e dispor maerial radioaivo, em qualquer eságio, ou que uilizem energia
nuclear em qualquer de suas ormas e aplicações, mediane parecer da
Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN.
• Bases ou empreendimenos miliares, quando couber, observada a legislação
especíca.

Os empreendimenos ou aividades de compeência de Esados e Disrio


Federal são denidos pela Resolução CONAMA 237/ (BRASIL, 1997, s.p.), e são:

• Localizados ou desenvolvidos em mais de um Município ou em unidades de


conservação de domínio esadual ou do Disrio Federal.
• Localizados ou desenvolvidos nas oresas e demais ormas de vegeação
naural de preservação permanene relacionadas no Arigo 2º da Lei 4.771,
de 15 de seembro de 1965, e em odas as que assim orem consideradas por
normas ederais, esaduais ou municipais.
• Cujos impacos ambienais direos ulrapassem os limies errioriais de um ou
mais Municípios.
• Delegados pela União aos Esados ou ao Disrio Federal, por insrumeno
legal ou convênio.

Observe que no Licenciameno Ambienal (LA) municipal a Resolução


CONAMA 237/1997 regulamena delegando ou desenvolvendo convênios com o
esado, podendo o município licenciar empreendimenos e aividades de menor
pore e com poencial de impaco ambienal local, cujas alerações ambienais (os
impacos) resringem-se aos limies do município.

NOTA

ALGUMAS SIGLAS E SEUS SIGNIFICADOS QUE VOCÊ IRÁ PRECISAR AO


LONGO DO SEU ESTUDO:

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas


AIA - Avaliação de Impacto Ambiental
BID - Banco Interamericano de Desenvolvimento
BIRD - Banco Mundial
BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
CNEN - Comissão Nacional de Energia Nuclear
CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente
CONDEMAS - Conselhos Municipais de Meio Ambiente
CONSEMAS - Conselhos Estaduais de Meio Ambiente
COPAM - Conselho Estadual de Política Ambiental
DER - Departamento de Estradas de Rodagem
DNER - Departamento Nacional de Estradas de Rodagem
DNPM - Departamento Nacional de Produção Mineral
EIA - Estudo de Impacto Ambiental

61
UNIDADE 1 | GERENCIAMENTO AMBIENTAL

EIS - Environmental Impact Statement


EMAS - Sistema Comunitário de Ecogestão e Auditoria (sistema desenvolvido pela
Comunidade Europeia)
FEAM - Fundação Estadual do Meio Ambiente
FUNAI - Fundação Nacional do Índio
FUNASA – Fundação Nacional de Saúde
IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis
ICMbios- Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade é uma autarquia em
regime especial vinculada ao Ministério do Meio Ambiente e integrada ao Sistema Nacional
do Meio Ambiente (Sisnama).
INCRA - Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
LO - Licença de Operação
LP - Licença Prévia
LI - Licença de Instalação
LPO - Licença Precária de Operação
LRP - Licença de Reformulação de Processo
LRQ - Licença de Reequipamento
MMA – Ministério do Meio Ambiente
NEPA - National Environmental Policy Act
OEMA - Órgão Estadual do Meio Ambiente
PBQP - Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade
PCA - Plano de Controle Ambiental
PLANASA - Plano Nacional de Saneamento
PNMA - Política Nacional do Meio Ambiente
PRAD - Plano de Recuperação de Áreas Degradadas
RCA - Relatório de Controle Ambiental
RIMA - Relatório de Impacto Ambiental
SISNAMA - Sistema Nacional do Meio Ambiente

(FONTE: ABSY et al. 1995)

62
TÓPICO 5 | LEGISLAÇÃO

LEITURA COMPLEMENTAR

Situação Saneamento no Brasil

Água:

83% dos brasileiros são aendidos com abasecimeno de água raada. São
mais de 35 milhões de brasileiros sem o acesso a ese serviço básico. A cada 100
liros de água coleados e raados, em média, apenas 63 liros são consumidos.
Ou seja, 37% da água no Brasil é perdida, seja com vazamenos, roubos e ligações
clandesinas, ala de medição ou medições incorreas no consumo de água,
resulando no prejuízo de R$ 8 bilhões.

A soma do volume de água perdida por ano nos sisemas de disribuição


das cidades daria para encher 6 (seis) sisemas Canareira. A região Sudese
apresena 91,16% de aendimeno oal de água; enquano isso, o Nore apresena
índice de 56,9%. A região Nore é a que mais perde, com 46,25%; enquano isso,
o Sudese apresena o menor índice com 32,92%. A média de consumo per capia
de água no Brasil em rês anos é de 165,3 liros por habiane ao dia. Em 2014,
ese valor oi 162l/hab.dia. Em rês anos, a região Sudese apresenou o maior
índice com 192, l/hab.dia e o menor oi o Nordese com 125,3 l/hab.dia. Em 2014,
o Sudese coninuou como maior índice 187,9 l/hab.dia e o Nordese se maner
como o menor com 118,9 l/hab.dia.

110 litros/dia é a quanidades de água suciene para aender às


necessidade básicas de uma pessoa, segundo a ONU (Organização das Nações
Unidas). 50,3% da população êm acesso à colea de esgoo. Mais de 100 Milhões
de brasileiros não êm acesso a ese serviço.

Mais de 3,5 milhões de brasileiros, nas 100 maiores cidades do


país, despejam esgoo irregularmene, mesmo endo redes coleoras disponíveis.

47% das obras de esgoo do PAC, monioradas há 6 anos, esão em


siuação inadequada. Apenas 39% de lá para cá oram concluídas e, hoje, 12% se
enconram em siuação normal.
Cerca de 450 mil pessoas nos 15 municípios paulisas êm disponíveis
os serviços de colea dos esgoos, porém não esão ligados às redes, e, porano,
despejam seus esgoos de orma inadequada no meio ambiene.

Traameno Esgoo:

42,67% dos esgoos do país são raados. A média das 100 maiores cidades
brasileiras em raameno dos esgoos oi de 50,26%. Apenas 10 delas raam
acima de 80% de seus esgoos.

63
UNIDADE 1 | GERENCIAMENTO AMBIENTAL

Regiões do Brasil: Nore apenas 16,42% do esgoo é raado, e o índice


de aendimeno oal é de 8,66%. A pior siuação enre odas as regiões.
Nordese apenas 32,11% do esgoo é raado. Sudese 47,39% do esgoo é raado.
O índice de aendimeno oal de esgoo é de 77,23%. Sul 41,43% do esgoo é
raado, e o índice de aendimeno oal é de 41,02%. Cenro-Oese 50,22% do
esgoo é raado. A região com melhor desempenho, porém a média de esgoo
raado não ainge nem a meade da população. Em ermos de volume, as capiais
brasileiras lançaram 1,2 bilhão de m³ de esgoos na naureza em 2013.

Universalização:

O cuso para universalizar o acesso aos 4 serviços do saneameno (água,


esgoos, resíduos e drenagem) é de R$ 508 bilhões, no período de 2014 a 2033.
Para universalização da água e dos esgoos esse cuso será de R$ 303 bilhões em
20 anos. O Governo Federal, aravés do PAC, já desinou recursos da ordem de R$
70 bilhões em obras ligadas ao saneameno básico. Houve um invesimeno de R$
1.69 bilhão a mais em 2014 comparado a 2013.

Os maiores invesimenos em saneameno básico (água e esgoo), durane


rês anos, oram nos esados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro
e Bahia, oalizando 63,3%. Já os esados do Amazonas, Acre, Amapá, Alagoas e
Rondônia são os que menos invesiram em rês anos, oalizando 1,7%.

FONTE: Instituto Trata Brasil. Disponível em: <http://www.tratabrasil.org.br/saneamento-no-


brasil>. Acesso em: 25 ago. 2017.

64
RESUMO DO TÓPICO 5
Neste tópico, você estudou:

• O conceio de saneameno ambienal e o hisórico da legislação brasileira de


saneameno.

• A Lei Federal nº 6.938, de 31 de agoso de 1981, que criou a políica nacional do


meio ambiene, e o Sisema Nacional do Meio Ambiene (SISNAMA)(BRASIL,
1986).

• O objeivo do licenciameno ambienal, como auorização conerida pelo poder


público, de caráer emporário, e suas medidas de conrole.

• O licenciameno ambienal em obras com grandes impacos e suas exigências


como a Avaliação de Impacos Ambienais (AIA), o Esudo de Impacos
Ambienais (EIA) e respecivos Relaórios de Impaco Ambienal (RIMA) bem
como o que são considerados grandes obras segunda o Arigo 2 do Decreo nº
88.351.

65
AUTOATIVIDADE
1 Responda cada uma das quesões que seguem abaixo como uma orma de
resumo para seus esudos:

a) Segundo o licenciameno ambienal o que é considerado como grandes


obras ?

b) Quais são as responsabilidades do IBAMA no licenciameno de


empreendimenos com grande impaco ambienal, de âmbio nacional e
regional?

c) Qual é o objeivo do licenciameno ambienal e como esá subdividido?

66
UNIDADE2

RECURSOS HÍDRICOS

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

A partir desta unidade, você deverá ser capaz de:

• conhecer e compreender os conceios de recursos hídricos e a imporância


para qualquer vida presene no ecossisema do planea;

• conhecer e aprender como deve ser realizado o raameno de euenes da


maneira mais simples aé a mais avançada;

• saber da imporância da poabilidade da água na aual conjunura mun-


dial;

• conhecer os raamenos ecazes para euenes líquidos e gasosos.

PLANO DE ESTUDOS
Esa unidade esá dividida em quaro ópicos. No decorrer do exo, você en-
conrará auoaividades com o objeivo de reorçar o coneúdo apresenado.

TÓPICO 1 – RECURSOS

TÓPICO 2 – HISTÓRICO

TÓPICO 3 – CONCEITOS

TÓPICO 4 – TIPOS DE TRATAMENTOS DE EFLUENTES

67
68
UNIDADE 2
TÓPICO 1

RECURSOS

1 INTRODUÇÃO
Veremos nesa unidade conceios e écnicas para raameno de euenes,
viso que a conservação e/ou raameno da água, seja ela para uilização em
processo abril ou para consumo humano, é algo que preocupa as auoridades
de odo mundo, pois empos virão quando o conrole das reservas de água será
moivo para dispuas e aé guerras enre nações. Essa armação é ão verdadeira
que Falco (2016, s.p.) coloca que as Nações Unidas para Agriculura e Alimenação
(FAO) na quesão água apresena dados que:

[...] quase odos os 261 rios “inernacionais” do mundo – aqueles que


cruzam roneiras – êm sido oco de ensões nas úlimas décadas. A
maioria deles localiza-se na Árica, no Oriene Médio e no sudese
da Ásia. Um dos casos mais emblemáicos de guerra por água é o
conio enre árabes e israelenses que começou em 1964 e maném-
se vivo aé hoje. Naquele ano, Israel bombardeou a Síria depois que
o país começou a desviar água do rio Banias e alguns auenes do
Jordão. A dispua oi evoluindo aé dar origem à Guerra dos Seis Dias,
em 1967, quando os israelenses ocuparam as colinas de Golã (região
com imporanes ones renováveis de água) e passaram a conrolar
a cidade de Jerusalém ineira. Especialisas em hidropolíica armam
que, aé 2020, a ala d´água será crônica em odo o Oriene Médio. Isso
poderá esquenar ainda mais a já umuluada relação enre os países
daquela região.

Imagine que a parir dessa preocupação emos que repensar como


uilizaremos a água poável para manê-la em níveis compaíveis para os seres
de hoje e as uuras gerações. A ONU lançou, em 1999, uma declaração que para
levar saneameno e água a baixos cusos a quem não a em, aé 2009, em um
cuso equivalene a gasos para alimenação de animais de esimação na Europa
e América do Nore. Fez ambém uma observação que a maior pare das doenças
coninua a ser em unção da qualidade da água.

É possível vericar que com essa armação dada pela ONU, a imporância
da água na vida de nosso planea, a começar com o corpo humano, que é composo
por 70% de água e denro dele cada órgão em porcenagem dierenciada.

69
UNIDADE 2 | RECURSOS HÍDRICOS

FIGURA 12 – PORCENTAGEM DE ÁGUA EM ALGUNS ÓRGÃOS DO CORPO


HUMANO

Cérebro - 75%

Músculos - 75%
Pulmões - 86%

Coração - 75%

Fígado - 86%
Rins - 83%

Sangue - 81%

FONTE: Disponível em: <http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Agua/


Agua2.php>. Acesso em: 15 jul. 2017.

O nosso planea, da mesma orma que nosso corpo, possui 70% de


água, sendo 97%, composo por água dos mares e oceanos que, por serem
exremamene salgadas, são impróprias para consumo. Em alguns locais, praica-
se a dessalinização da água, mas esse processo é caro e pouco eciene, sendo
ainda pouco praicado (PENA, 2015).

Da água resane do mundo, conorme Pena (2015) 71% dela esão em


orma de gelo nas caloas polares. Como o processo de ranspore dessas geleiras é
caro e ambém pouco ecaz, quase não há aividades reerenes ao abasecimeno
de localidades aravés do manuseio de icebergs. Os ouros 29% resanes de água
poável no mundo esão disribuídos em águas suberrâneas (18%), rios e lagos
(7%) e umidade do ar (4%).

Você já percebeu que se cuidarmos melhor da uilização da água, aravés


do conhecimeno do uso mais susenável, reduzirá nossa preocupação com sua
ala, viso que o Brasil é o segundo maior consumidor do mundo com 42.957m2/
hab. Ficando arás somene do Canadá que possui um consumo mais que o dobro
do brasileiro, com 98.462m2/hab. Esaisicamene cada casa em média gasa 200
liros por dia em consumo de água, com 33% com descarga de banheiro, 27%
em cozinha e no beber, 25% no banho e escovação de denes, 12% na lavação de
roupa e 3% lavando o carro, que são as aividades mais comuns do brasileiro
(VICTORINO, 2007).

70
TÓPICO 1 | RECURSOS

As preocupações além da má uilização da água é a sua conaminação em


variados níveis como dos lençóis reáicos com o solo conaminado por agroóxico,
a exploração de rios para ns comerciais como despejo de dejeos, enre ouros.

O Brasil em uilizado mais as bacias hidrográcas, do que os mananciais


suberrâneos endo ese úlimo, inclusive, qualidade superior à da água da
superície por ser mais diícil de ser poluída em unção do solo azer, às vezes,
papel de lro nas camadas permeáveis, isena de bacérias que são enconradas
na superície, se não esiverem em conao com one poluidora. A Suíça e
a Alemanha êm o consumo de sua população baseado na capação de águas
suberrâneas em quase 100%.

No Brasil emos o maior volume de água em lençóis de água suberrâneos


do mundo com 111 rilhões e 661 milhões de meros cúbicos de água em suas
reservas. Se levarmos em cona só a reserva que se localiza no Nordese, consegue
maner a população brasileira durane cerca de 60 anos com seus 11 rilhões de
meros cúbicos (OLIVEIRA, 2009; VICTORINO, 2007).

Observe nossas bacias hidrográcas e sua reserva em percenuais:

QUADRO 3 – ÁREAS DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS NO BRASIL

Amazônia ................................... 45,7%


Uruguai....................................... 21%
Paraná ......................................... 14,3%
Nore e Nordese ....................... 1,6%
Tocanins .................................... 9,5%
São Francisco.............................. 7,5%
Lese ............................................ 6,7%
Sudese........................................ 2,6%

FONTE: Disponível em: <www.uniagua.org.br>. Acesso em: 15 jul. 2017.

O Brasil possui grande vanagem no requisio de reservas mundiais de


água cando com 12% ou seja 0,2 bilhões de km das reservas mundiais e o maior
volume de água (6.959 km) disponível para consumo humano a rene de países
como Esados Unidos e Rússia, observando que Alemanha e França possuem 171
km e 198 km de mananciais de água disponíveis para população (VICTORINO,
2007).

É real que em algumas pares do país, como Nordese, emos problemas


com a escassez e racionalização da água, que possui um poencial hídrico renovável
per capita, que deixa a desejar a sua população. São exemplos: Pernambuco com
1234 m3/hab./ano e Paraíba com 1348 m3/hab./ano. Um desses agravanes oi que
nos úlimos 50 anos houve a quadriplicação do consumo de água doce puxada
oremene pela agriculura, indúsria e consumo domésico.

71
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu:

• É imporane lembrarmos que esse recurso água, em especial na água doce,


enconra-se de orma reduzida na naureza e que as novas ecnologias para
dessalinização ainda são muio caras para a população pagar. Mas esse assuno
veremos e discuiremos mais à rene.

• O volume de água em nosso planea é de 70% de sua superície, sendo 97%,


composo por água dos mares e oceanos, que ao naural não podem ser
uilizadas e a porção de água doce endo um gerenciameno inadequado ou
sendo inacessível para sua uilização como é o caso dos icebergs

• Os levanamenos desacados pela ONU desde 1999, com preocupações com o


raameno e conios causados pela posse de água.

• Como esão divididos os recursos hídrico poáveis no Brasil.

• A problemáica da capação, consumo e o saneameno da água no Brasil e as


responsabilidades da população e poder público.

72
AUTOATIVIDADE

1 Vamos recordar algumas quesões! Você pode dizer onde enconramos


o maior número de água doce, que é a que uilizamos nos mais variados
consumos, de orma cada vez mais crescene? (Se quiser pode colocar seu
percenual).

2 Quais são os percenuais em água doce das maiores bacias hidrográca


brasileiras?

3 Qual é o poencial de reserva hídrica do Brasil?

4 Segundo a ONU, qual é o poencial de água disponível desejável para


consumo humano? E o consumo diário necessário por pessoa?

73
74
UNIDADE 2 TÓPICO 2
HISTÓRICO

1 INTRODUÇÃO
No passado a água era de suma imporância para as populações que
passaram do eságio nômade para grupos com locais xos, como a preocupação
com água para suprir as necessidades primárias de alimenação, de maar a sede
e no desenvolvimeno da agriculura e mais arde para a dissolução dos dejeos
humanos. A preocupação dessas comunidades humanas, de orma geral, era
de sempre viver em locais próximos a lagos e rios sem preocuparem-se com a
qualidade da água e ão somene com a cor, sabor e odor.

Se reornarmos ao passado, odas as águas possuíam boa qualidade,


bem como eram limpas. Por muio empo não se relacionavam as doenças
à água conaminada e não possuíam maneiras de deecar as impurezas ou a
conaminação por microrganismos. A preocupação não era grande porque a
população ambém não era numerosa e a quanidade de dejeos levados pelos
mananciais ambém não possuía muios microrganismos danosos à saúde. Esses
parâmeros só se mosraram preocupanes quando a população xa ganhou
conornos urbanos e a água supercial eve sua conaminação elevada.

Você sabe que desde que o homem exise, ele necessia da água do planea
para viver e, de alguma maneira, aprendeu a dominar seu uso. No decorrer
dos empos o homem oi aprimorando as diversas ormas de uso e aprendeu a
enconrar, armazenar, raar e disribuir a água para seu consumo próprio. Há
cerca de 4500 anos oi desenvolvido o primeiro sisema de disribuição de água,
mas anes disso, o homem já armazenava a água para beneício próprio em poes
de barro não cozidos por vola de 9.000 a.C. A cerâmica, aparece em 7.000 a.C., e
consolida-se de orma imporane para a capacidade de armazenameno de água
(PITERMAN; GRECO, 2005).

A consrução de poços, canais, represas, aqueduos daam 10.000 anos


arás juno à Revolução Agrícola. Na Índia, há 4000 anos surgiu uma das primeiras
écnicas para raameno de água, que consisia na sua ervura, para puricá-
la e é de lá que exisem evidências que algumas cidades já possuíam redes de
esgoos e sisemas de drenagem por vola de 3.200 a.C. (PITERMAN; GRECO,
2005). Há dois mil anos, os egípcios descobriram que a água inapropriada podia
causar doenças e os levaram a usar o sulao de alumínio na claricação da água.
Os escrios sânscrios mencionavam os cuidados que deveriam er com a água
de consumo e que o seu armazenameno deveria ser em vasos de cobre, sua
exposição ao sol e a lração aravés do carvão. Os escrios mencionam a maneira

75
UNIDADE 2 | RECURSOS HÍDRICOS

de desenvolver a puricação da água pela ervura ao ogo, aquecimeno ao sol ou


a inrodução de uma barra de erro aquecida na massa líquida, poseriormene
realizar lração com areia e cascalho grosso. A primeira represa para armazenar
água oi consruída no Egio em 2.900 a.C., pelo araó Menes, para abasecer a
capial, Memphis (ROSEN, 1994; RESENDE; HELLER, 2002). No passado, ou
seja, na aniguidade, a população evacuava no solo e somene os mais nobres
usavam recipienes especícos, que eram poseriormene despejados em locais
nas proximidades das casas. Durane as chuvas, as ezes eram lançadas nos rios,
conaminando a água e levando doenças à população.

Alguns povos como os egípcios e os japoneses, para ornarem a água limpa


anes de ser uilizada nas aividades domésicas lravam o líquido em vasos de
porcelana. Os gregos perceberam que era imporane organizar e disciplinar o
uso da água ano nas cidades, quano no campo para uma melhor organização
social e políica da humanidade (PINTO-COELHO; HAVENS, 2015). O lósoo
Plaão (427-347 a.C.) oi um dos primeiros a se preocupar com a necessidade
de disciplinar o uso da água e prescreveu algumas ormas de penalização para
aqueles que causassem algum dano a um recurso por ele considerado essencial
para a manuenção das planações (ARRUDA, 1977). Um dos primeiros aqueduos
conhecidos oi consruído em 700 a.C., por Ezequiel, rei de Judá, e inha o objeivo
de abasecer Jerusalém. O objeivo dos aqueduos, era abasecer dezenas de
ermas (ou os chamados banhos públicos). E eses aqueduos raziam ambém
a água dos lagos para ones ariciais na cidade. Oura curiosidade é que, já
naquela época, os romanos consruíram redes de esgoos e de canalizações para
escoameno das águas de chuvas nas cidades. Na Idade Média, a população não
inha muia preocupação com o asseio, mas o pouco invesido em saneameno era
para uilizar o rio como meio de ranspore e capação de água (ROSEN, 1994).
Os aqueduos são uma das ormas mais anigas de ranspore de água a grandes
disâncias.

FIGURA 13 – EXEMPLO DE AQUEDUTO

FONTE: Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Aqueduto>. Acesso em:


11 jul. 2017.

76
TÓPICO 2 | HISTÓRICO

A água sempre oi o moor propulsor para grandes eios seja para
ranspore aravés das grandes navegações, culminando nas grandes descoberas
de erriórios nas Américas, Árica e Ásia a orça moriz nos engenhos de cana-de-
açúcar movidos a água. Seguido no renascimeno do oralecimeno enre saúde
e saneameno com a descobera dos engenheiros da época da obra “De aquis urbis
Romae” endo acesso aos dealhes da consrução e manuenção desse sisema em
1425 (SILVA RODRIGUES, 1998). A imporância dada à are grega e romana no
Renascimeno inspirou arisas da época a consruírem chaarizes e ones com
inuências miológicas.

E mais uma vez a água oi imporane na segunda grande revolução


ecnológica da humanidade que oi a Revolução Indusrial. Com a descobera e
o domínio da écnica de produzir rabalho mecânico a parir do vapor de água, o
rumo da humanidade mudou com o desenvolvimeno das manuauras que eram
movidas pela orça moriz de animais ou dos seres humanos. O vapor de água
ez surgir as indúsrias êxeis o desenvolvimeno das errovias os ranspores
maríimo e uvial (WIKIPEDIA, 2017).

Com esse crescimeno ivemos a passagem da população de eminenemene


rural a uma sociedade de maioria urbana, que como al, para época (1760-1850)
viu-se com sérios problemas de saneameno e com o assolameno de epidemias
na Europa. Os grandes proprieários de erras e de indúsrias não aceiavam
as desapropriações demandadas pela execução de obras de drenagem e de
abasecimeno. Esas obras oram posergadas, dado o seu caráer impopular
(RESENDE; HELLER, 2002). Mas os ingleses, conseguiram grandes avanços
em saneameno e raameno de água no século XIX com a primeira esação de
raameno da água que oi consruída em Londres, em 1829, e inha como base
a lração da água do Rio Tâmisa com areia. Mesmo com esse raameno, em
1854, ocorreu um suro de cólera em uma área resria de Londres, causando a
more de grande número de pessoas em curo período, e provocando pânico na
população local (RODRIGUES 1998 apud VICTORINO, 2007). Mas o médico
inglês, John Snow, em seus esudos descobriu que a cólera era uma doença
que esava associada ao consumo de água conaminada com ezes humanas. O
médico suspeiou que essa água poluída coninha um microrganismo, que hoje se
conhece como Vibrae cholerae. O cloro como raameno, só oi inroduzido no nal
século XIX e, poseriormene, em 1951, o úor, como agene para a prevenção
de cáries e ouras inecções, passou a ser regularmene usado nas esações de
raameno.

Veja que somene no século XX oi percebido o abuso na uilização dos


dierenes recursos hídricos do planea. A maior uilização indiscriminada do uso
da água oi para o uso da energia poencial da água para com o desenvolvimeno das
usinas hidreléricas. Considerada para época limpa e susenável se comparadas
com ouras como as ermoeléricas movidas a carvão ou óleo combusível. Mas
essa argumenação caiu por erra com as pesquisas em Limnologia e Ecologia
aplicada, percebeu-se a gravidade dos impacos ambienais (“pegada ecológica”)
em relação à consrução das hidreléricas.

77
UNIDADE 2 | RECURSOS HÍDRICOS

UNI

Caro aluno! Você sabe o que é limnologia?


A limnologia é o estudo das reações funcionais e produtividade das comunidades bióticas
de lagos, rios, reservatórios e região costeira em relação aos parâmetros físicos, químicos
e bióticos ambientais.
POMPÊO, M. L. M.; MOSCHINI, C. V. Água USP – IB, Departamento de Ecologia. São Paulo,
[s.d.]. Disponível em: <http://www.ib.usp.br/limnologia/Oqueelimnologia/>. Acesso em:
25 jul. 2017.

Signicado de cada desenho da pegada ecológica:

1- Floresas – Represenação de área de oresas, ão necessárias para o


ornecimeno de produos madeireiros, celulose e lenha.
2- Pasagens – Represenação da exensão de áreas de pasagens necessárias ao
gado de core e leieiro e para produção de couro e produos de lã.
3- Oceanos – Esimaiva de produção necessária para susenar peixes e mariscos
capurados, com base em dados de capura relaivos a espécies marinhas e de
água doce.
4- Área Consruída – Represenação da exensão de área cobera por inraesruura
humana, inclusive ranspore, habiação, esruuras e reservaórios para
geração de energia hidrelérica.
5- Áreas agrícolas – Represenação da exensão das áreas de culivo usados para
produção de alimenos e bras para consumo humano, bem como para a
produção da ração para gado, oleaginosas e borracha.

FONTE: Marcas que você quer deixar no planeta Disponível em: <http://www.autossustentavel.
com/2010/04/que-marcas-voce-quer-deixar-no-planeta.html>. Acesso em: 15 jul. 2017.

78
TÓPICO 2 | HISTÓRICO

UNI

E a pegada ecológica?

Tudo que zemos gera um determinado impacto no meio ambiente, pois “a pegada
ecológica é nossa caminhada pela Terra que deixa “rastros”, “pegadas”, que podem ser
maiores ou menores, dependendo de como caminhamos. Ou seja, a pegada ecológica
é uma metodologia de contabilidade ambiental que avalia a pressão do consumo das
populações humanas sobre os recursos naturais” (AUTOSSUSTENTAVEL, 2010, s.p.).
FONTE: AUTOSSUSTENTAVEL. Marcas que você quer deixar no Planeta. 2010 Disponível
em: <http://www.autossustentavel.com/2010/04/que-marcas-voce-quer-deixar-no-
planeta.html>. Acesso em: 15 jul 2017.

E ainda, segundo WWF (s.d,s.p.) é:


Expressada em hecares globais (gha), permie comparar dierenes
padrões de consumo e vericar se esão denro da capacidade ecológica
do planea. Um hecare global signica um hecare de produividade
média mundial para erras e águas produivas em um ano. Já a
biocapacidade, represena a capacidade dos ecossisemas em produzir
recursos úeis e absorver os resíduos gerados pelo ser humano. Sendo
assim, a pegada ecológica conabiliza os recursos naurais biológicos
renováveis (grãos e vegeais, carne, peixes, madeira e bras, energia
renovável ec.), segmenados em agriculura, pasagens, oresa,
pesca. Área consruída e energia e absorção de Dióxido de carbono
(CO2).

de
autoativida

Você sabia que podemos calcular a nossa pegada ecológica individualmente?


Como? Veja no site:
<http://www.pegadaecologica.org.br/2015/index.php> e depois descreva como é a sua
pegada ecológica e compare com a pegada do Brasil e do Mundo. (Você espantar-se-á):
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________

79
UNIDADE 2 | RECURSOS HÍDRICOS

Esse impaco oi causado pela crescene indusrialização do século XX


que esava concenrado na Europa e América do Nore, em primeiro momeno
no século XIX e espalhou-se por odos os coninenes no século XX. E oi essa
globalização da indusrialização que causou rápida degradação das águas
nos diversos coninenes que passaram a ser impacados por esse novo ciclo
econômico, inclusive com doenças inecciosas ransmiidas aravés das águas em
odos os países do globo (ROSEN, 1994). Em conraparida emos ambém que
muias populações vêm enrenando crescene escassez de abasecimeno de água
pura, com porcenuais de aendimeno às populações em ermos de esgoameno
e de raameno de esgoos muio reduzidos.

Cada vez mais os governos erão de invesir em saúde pública e em


saneameno para elevar o padrão geral de vida das pessoas e erão ainda que
invesir em recuperação ambienal para lagos, reservaórios, rios e aquíeros
degradados.

O nosso século XXI iniciou com grandes desaos em relação ao uuro dos
recursos hídricos, com problemas chegando ao pono de irreversibilidade e que
necessiam de novas ecnologias ou uma parada obrigaória da exploração desses
recursos para deer a degradação ou a adapação da humanidade a esse novo
quadro mundial. A perspeciva que esá à rene é a do esudo da recuperação e
miigação dos impacos gerados nas águas de odo o planea omenando novas
ecnologias para recuperação do degradado para que possamos enregar esse
recurso precioso, a água, às uuras gerações em um eságio seguro e propício
para a vida.

80
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:

• A hisória da uilização da água ao longo do empo, bem como a preocupação


desa água para humanidade, que vem desde os empos do eságio nômade,
passando pelos agrupamenos humanos com locais xos, as cidades, a Revolução
Indusrial aé a aualidade. E que hoje, como no passado, a preocupação com
água em como objeivo suprir as necessidades de alimenação, de sede,
saneameno, do desenvolvimeno da agriculura, e da indúsria. E que o
homem eve que aprender ao logo dese empo como manejá-la e raá-la para
oerecer esa água com melhor qualidade as suas populações.

• Que já exise como mensurar o impaco ambienal do ser humano sobre o


planea a parir da vericação do coidiano de cada ser humano denro do
conexo em que vive. Um exemplo de meodologia é a pegada ecológica que
é conceiuada como uma conabilidade ambienal que avalia a pressão do
consumo das populações humanas sobre os recursos naurais.

81
AUTOATIVIDADE

1 Relacione as colunas com a sequência emporal correa da uilização da água


pelo homem.

1- Homem nômade ( ) preocupação com o saneameno.


2- Homem da aualidade ( ) água eminenemene para maar a sede.
( ) uilização para indúsria.
( ) uilização para grandes planações.
( ) para alimenação.

2 Como a WWF caraceriza a pegada ecológica?

82
UNIDADE 2 TÓPICO 3

CONCEITOS

1 INTRODUÇÃO
A água é ão imporane para vida na Terra, seja ela água do mar ou água
doce, que para esudarmos precisamos saber o maior número de dados a seu
respeio, e é aravés desse conhecimeno maior que veremos a seguir, poderemos
ser agenes de ransormação, como nas colocações de PINTO-COELHO;
HAVENS, (2015, p. 17) que armam que:

Muios cienisas vêm alerando que esamos nos aproximando de


um pono de “não reorno” para alguns casos, ou seja, de um pono
a parir do qual não será mais possível reornar às condições do
passado (exemplo: aumeno do nível dos oceanos). Será que eremos
que chegar a um ou vários desses ponos para enão começarmos a
agir? Vivemos uma crise nas águas da biosera? O pequeno empo de
residência da água dos rios sugere que esses sisemas possuem uma
elevada dinâmica. Os rios desacam-se pela sua elevada capacidade
de ranspore de sólidos em suspensão, nurienes dissolvidos.
São verdadeiras “esradas da vida”, já que cenenas de espécies de
peixes, aves e mamíeros e milhares de espécies de inseos e de ouros
inverebrados os usam como roas de migração e locais de reprodução
ou ali vivem oda a sua vida. As dierenças na oera de água, quando
somadas às mudanças climáicas, à crescene desruição de hábias e
à pressão por novos usos ormam um cenário sombrio que caraceriza
a aual “crise nas águas”. Como odas as crises enrenadas pela
humanidade aravés dos séculos, essa será uma crise que irá deixar
marcas permanenes na hisória de nossa civilização.

2 O QUE É A ÁGUA?
Vamos ver do que é composa a água em sua essência sem qualquer
inererência ou reação por poluene. Como a água é uma das subsâncias em
abundância em nosso planea, desa orma, basane comum, é enconrada na
naureza na orma da molécula pela órmula química H2O. Em cada grama de água
há cerca de 30 000 000 000 000 000 000 000 (leia: "rina sexilhões") de moléculas
de água. Inimaginável quaniaivamene conando. Veja uma molécula de água
como é esruuralmene com seus respecivos áomos de oxigênio e hidrogênio:

83
UNIDADE 2 | RECURSOS HÍDRICOS

FIGURA 14 – MOLÉCULA DE ÁGUA

FONTE: Disponível em <http://www.sobiologia.com.br/


conteudos/Agua/>. Acesso em: 24 jul. 2017.

2.1 A ÁGUA NO PLANETA TERRA


Como esudamos, 71% da superície da Terra é cobera por água em esado
líquido. Dese oal em volume, 97,4% aproximadamene, esá nos oceanos, em
esado líquido. A água dos oceanos é salgada por coner muio cloreo de sódio,
além de ouros sais minerais. Além do oceano ela é enconrada nos rios, nos
lagos e nas represas, inlrada nos espaços do solo e das rochas, nas nuvens e nos
seres vivos. Nesses ouros locais a concenração de sais é inerior à água do mar,
porano, chamada de água doce e corresponde a apenas cerca de 2,6% do oal de
água do planea. Observe ambém que em orno de 1,8% da água doce do planea
esá em esado sólido, com ormação de grandes geleiras nas regiões próximas
dos polos e no opo de monanhas elevadas. As águas suberrâneas compõem
0,96% da água doce, o resane esá disponível em rios e lagos.

FIGURA 15 – PORCENTAGEM DE ÁGUA NA TERRA

Oceanos e mares - 97%


Geleiras inacessíveis - 2%
Rios, lagos e fontes subterrâneas - 1%

FONTE: Disponível em: <http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Agua/>. Acesso em:


24 jul. 2017.

84
TÓPICO 3 | CONCEITOS

2.2 O CICLO DA ÁGUA


Nenhuma água no planea se maném sem passar pelo ciclo da água. Para
o enendimeno de como esse ciclo se processa podemos iniciar com a água no
esado líquido que ocupa os oceanos, lagos, rios, açudes ec. De orma conínua
e lena, à emperaura ambiene, aconece a evaporação, quando a água passa do
esado líquido para o gasoso.

Devemos observar que quano maior or a superície de exposição da


água (como exemplo, um oceano ou nas olhas de árvores de uma oresa), maior
será a evaporação. E esse vapor de água quando chega às camadas mais rias
da amosera, vola ao esado líquido, em goículas de água ou crisais de gelo
minúsculos concenrados chamados por nós de nuvens.

As nuvens ao serem ormadas por um acúmulo de água muio grande, as


goas ornam-se cada vez maiores, há a precipiação da água que chamamos de
chuva. Nas regiões muio rias da amosera, o dierencial é que a água passa do
esado gasoso para o esado líquido e, rapidamene, para o sólido, ormando a
neve ou os granizos (pedacinhos de gelo).

Com a água da chuva e da neve derreida, emos a inlração no solo, para


ormação ou renovação dos lençóis reáicos, e eses em algum lugar propício,
emergem para a superície para ormar as nascenes de córregos, rios e maner
seus níveis de água.

Oura maneira da uilização da água do solo é a absorção pelas raízes


das planas. E poseriormene por ranspiração, as planas eliminam água no
esado de vapor novamene para o meio ambiene (olhas) para suprir a cadeia
alimenar, onde as planas, pelos ruos, raízes, semenes e olhas, ranserem
água para os seus consumidores. Imagine se ela se uilizar de one conaminada
como cariam os consumidores dessa cadeia!

Esse não é o único ciclo que ocorre no meio ambiene, pois além de ingerido
pela alimenação, os animais obêm água bebendo-a direamene. E devolvem-na
para o ambiene pela ranspiração, pela respiração e pela eliminação de urina e
ezes. Essa água evapora e reorna à amosera. Ese ciclo da água permanene em
odo o nosso planea.

85
UNIDADE 2 | RECURSOS HÍDRICOS

FIGURA 16 - CICLO DA ÁGUA

FONTE: Disponível em: <http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Agua/Agua5.


php>. Acesso em: 15 jul. 2017.

2.3 CLASSIFICAÇÕES E USO DA ÁGUA


Todos os seres vivos dependem da água. Necessiamos no nosso dia a
dia para limpar as nossas casas, lavar as nossas roupas, o nosso corpo, limpar
máquinas e equipamenos, irrigar planações, dissolver produos químicos, criar
novas subsâncias, gerar energia e ouras anas soluções. Sim, soluções porque
a água em seu esado normal, límpida é solução para odas as aividades de
nossas vidas. Mas as nossas aividades humanas, muias vezes, compromeem
a qualidade da água. Casas e indúsrias se não iverem preocupações na área de
susenabilidade, podem despejar em rios e mares subsâncias sem raameno
adequado que prejudicam a nossa saúde. Dessa orma é necessário que cada
um aça a sua pare para escolher bem a água que usamos e cobrar de órgãos
scalizadores a proeção de rios, lagos e mares de agenes nocivos à vida de nosso
planea.

Como a água é necessária a odas aividades humanas, ela serve ano para
consumo como insumo nas indúsrias, a sua classicação depende do seu uso.
Mesmo na água capada de ones êm-se ouras subsâncias além das moléculas
de hidrogênio e oxigênio, sem que cause danos aos seres vivos, não esando por
isso poluída. Mas dependendo da sua localização ela pode apresenar-se com
subsâncias que prejudicam sua uilização.

86
TÓPICO 3 | CONCEITOS

2.4 TIPOS DE ÁGUA


Enconramos vários ipos de classicação para água baseada em sua
poabilidade. A água poável é aquela conhecida como água pura e necessia er
as caracerísicas como ser incolor, insípida (sem sabor) e inodora (sem cheiro).
Não deve apresenar maerial óxico e microrganismos, como proozoários,
bacérias ec., prejudiciais a nossa saúde, mas sim sais minerais em quanidade
necessária. A água poável desejável, como já esudamos, é enconrada em
pequena quanidade no nosso planea e não é innia. Por ese moivo devemos
pensar em uilizá-la de orma planejada.

2.4.1 Água destilada


A água desilada dierene da água poável que possui cera quanidade
de sais minerais dissolvidos, que são imporanes para a nossa saúde, não pode
er qualquer oura subsância dissolvida. Para conseguir a água desilada deve-
se reirar os sais minerais e ouros produos dissolvidos na água, aravés de
um processo chamado de desilação. A água desilada que é o produo dessa
desilação, é uilizada na abricação de remédios e em baerias de carros e ouros
produos não é a água uilizada para beber, já que não possui os sais minerais
necessários ao nosso organismo. O aparelho uilizado para produzir a água
desilada é chamado de desilador, como podemos ver a seguir:

FIGURA 17 – APARELHO DESTILADOR

FONTE: Disponível em: <http://www.sobiologia.com.br/conteudos/


Agua/Agua2.php>. Acesso em: 13 jul. 2017.

Observe que a água erve (1) com ajuda do (2) Bico de Bunsen (chama
que aquece a água), ransormando-se em vapor (3), e depois se condensa (4),
volando ao esado líquido. Os sais minerais não vaporizam, mas cam denro
do vidro onde a água oi ervida, chamado de balão de desilação (SOBIOLOGIA,
s.d.).

87
UNIDADE 2 | RECURSOS HÍDRICOS

2.4.2 Água mineral


A água mineral, dierene a do mar, que é salgada, por coner cloreo
de sódio, o sal que uilizamos em nossa alimenação, não pode ser consumida
para saciar a sede, ou seja, não é poável. O excesso de consumo de sal nos ará
eliminar mais água na urina do que o normal nos deixando desidraados. A água
doce proveniene de rios, lagos e ones é possível de ser bebida desde que seja
isena de micróbios e produos óxicos ou que enha passado por raameno para
eliminar a oxidez ou microrganismos.

A água mineral é aquela que broa de ones do subsolo, os lençóis reáicos.


Ela possui alguns sais minerais quase sempre em quanidades superiores à água
uilizada nas residências. A água mineral é, em sua maioria poável podendo ser
bebida na one ou após engarraada, desde que a one não eseja poluída ou
conaminada, e com as respecivas auorizações dos órgãos reguladores endo o
processo de engarraameno higiênico.

FIGURA 18 – MÁQUINA DE ENGARRAFAMENTO AUTOMÁTICO DA ÁGUA MINERAL

FONTE: Disponível em: <http://portuguese.liquidbottlellingmachine.com/sale-


2108611-fully-automatic-mineral-water-bottling-machine-lling-plant-
high-speed.html>. Acesso em: 14 jul. 2017.

2.5 USOS DA ÁGUA


A água pode ser uilizada em:

• Na indúsria: como insumo ou maéria-prima, na produção de alimenos e


produos armacêuicos, em sisemas de rerigeração, na mealurgia, lavagem
nas áreas de produção de papel, ecido, abaedouros, como vapor para
caldeiras, enre ouros.

88
TÓPICO 3 | CONCEITOS

• Para abasecimeno domésico: para preparação de alimenos, bebidas, higiene


pessoal, limpeza na habiação, irrigação de jardins e horas pariculares, criação
de animais domésicos, enre ouros.

• Abasecimeno público: moradias, escolas, hospiais, irrigação de parques e


jardins, limpeza de ruas e logradouros, paisagismo, combae a incêndios, enre
ouros.
.
• Abasecimeno comercial: em escriórios, ocinas, nos cenros comerciais e
lojas, em bares, resauranes, enre ouros.

• Abasecimeno agrícola e pecuário: na irrigação para produção de alimenos,


para raameno de animais, lavagem de insalações, máquinas e uensílios.

• Na recreação: em áreas do urismo, lazer, em piscinas, lagos, parques, rios,


enre ouros.

• Para geração de energia elérica: produzindo energia aravés de hidreléricas


ou moinhos de água

• Saneameno: diluição e raameno de euenes.

O CONAMA, em sua Resolução 357/2005, (BRASIL, 2005, p. 1)


classica os corpos d´água, quano a sua qualidade requerida para os seus usos
preponderanes, em reze classes subdivididas em águas salobras, águas salinas
e águas doces. São consideradas águas doces as águas com salinidade igual ou
inerior a 0,5 ‰. Águas salobras COM salinidade superior a 0,5 ‰ e inerior a 30
‰. E águas salinas com salinidade igual ou superior a 30 ‰.

UNI

O mar pode "morrer"?

A resposta é sim. Como? Temos um exemplo na Ásia, o famoso mar Morto, que é um
exemplo de que um mar ou lago pode "morrer". Quando o nível de sal está tão alto que
não permite a vida da fauna, (os peixes) e ora nele. No mar morto esse fenômeno ocorreu
devido à pouca chuva aliada à sua grande evaporação em função do clima quente e seco,
somado à diminuição de escoamento de rios.

Os resíduos que normalmene poluem a água são os meais, plásicos,


vidros, papéis, embalagens longa vida, isopor, mas que podem er um desino
nobre, serem reciclados, livrando a água de boa pare dos seus maiores (em
amanho) e mais comuns poluidores. Já os maeriais poluidores orgânicos

89
UNIDADE 2 | RECURSOS HÍDRICOS

enconrados na água são as sobras de alimeno, cascas de ruas, cigarros, papel


higiênico, guardanapo, enre ouros. Sem levar em consideração os lixos de
grandes proporções como soás, resos de ecidos, madeiras e udo aquilo que
não é mais necessário e que não é recolhido pelo poder público.

Esse é um desrespeio pela naureza enconrado na população dos


empresários e governos, pois no Brasil exisem 12 mil lixões, 63% insalados na
beira de rios e mananciais. Ouro moivo da deerioração dos mananciais que
servem de abasecimeno às cidades são as insalações de indúsrias, ocupações
imobiliárias sem qualquer planejameno urbano. A população precisa er noção
que a movimenação das águas que saem das ones e ormam pequenos riachos
são os abasecedores de rios e se inlram nos mananciais suberrâneos.

Nos úlimos empos há muia uilização de capação de água do subsolo,


principalmene nos países desenvolvidos, mas há necessidade de cuidado para
que esas águas não sejam poluídas eviando uuras resrições de abasecimenos.
Essa conenção da poluição pode ser gerenciada a parir do conhecimeno
hidrogeológico associado a um processo conínuo de conscienização aravés da
educação e da uilização da ecnologia de odos as pares envolvidas: população,
empresários e governo.

Você sabia que o aquíero ca em grandes proundidades e alimena


perenemene os rios? E que o aquíero Guarani é considerado o maior reservaório
suberrâneo de água doce da Terra, chega a car a 1800 meros da superície
e passa pelos esados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mao Grosso do Sul,
Paraná, Sana Caarina e Rio Grande do Sul. O aquíero Guarani ocupa 840.000
km2 do erriório brasileiro, ele se esende pela Argenina (255.000 km2), Uruguai
(58.500km2) e Paraguai (58.500 km2). Em proporções o aquíero Guarani ocupa
áreas equivalenes a países como França, Espanha e Inglaerra, possui água para
abasecer a população da erra por uma década ou só a população brasileira por
3500 anos endo 70% de suas águas no erriório brasileiro.

UNI

Outra curiosidade sobre o aquífero Guarani, é que suas águas chegam a atingir
temperaturas elevadas entre 50 e 85oC em algumas regiões em que se situa. Suas águas,
em função da temperatura podem ser utilizadas economicamente em alguns processos
industriais, hospitalares, no combate à geada e para ns de recreação e lazer.

90
TÓPICO 3 | CONCEITOS

A ormação do aquíero Guarani daa nos empos dos dinossauros e é


consiuído em rocha de arenio, endo seu nome dado pelo geólogo Uruguaio
Danilo Dalon em homenagem à nação Guarani que habiava a sua região no
período Colonial. Aneriormene, em unção da grande exensão do aquíero
e por passar por quaro países, seu nome era Gigane do Mercosul. Com a
uilização cada vez maior de seus recursos os países inegranes do aquíero esão
desenvolvendo uma gesão susenável para preservá-lo às uuras gerações.

Como exemplo emos o Código das Águas de 1934. No arigo 98, arma
que é expressamene proibido azer consruções capazes de poluir ou inuilizar,
para uso ordinário, a água do poço ou nascene alheia, a elas preexisenes. E, no
arigo 99 lê-se: “Todo aquele que violar as disposições dos arigos anecedenes é
obrigado a demolir as consruções e respondendo responde por perdas e danos”
(BRASIL, 1934 apud VITORINO, 2007, p. 10).

FIGURA 19 – O AQUÍFERO GUARANI

FONTE: Disponível em: <https://goo.gl/uaBTJW>. Acesso em: 7 fev. 2018.

Em orno de 15 milhões de pessoas, hoje, vivem na região do Sisema


Aquíero Guarani, e o seu consumo deve aumenar em unção do aumeno
demográco, consequenemene, o número de pessoas a uilizá-lo deve aumenar,
somado ao consumo pela indúsria e o seor agrícola.

Para preservar o aquíero, aconeceu em Foz do Iguaçu no ano de 2000,


um enconro para aprovação de um projeo sobre a proeção Ambienal e
Desenvolvimeno Susenável do Sisema Aquíero Guarani e, em 2003, oi criado
o programa Pró-Rio Uruguai (que é abasecido pelo Aquíero) em cooperação

91
UNIDADE 2 | RECURSOS HÍDRICOS

com o Banco Ineramericano de Desenvolvimeno – BID, que doou mais de 1


milhão de dólares para complear o monane esimado em mais de 2,5 milhões
de dólares de invesimenos para sua preservação.

Por esar em menos conao com a superície, o lençol reáico do aquíero


conserva ainda água com excelene qualidade, dessa orma, em um grande valor
esraégico aos países em que passa e em seu risco de poluição aumenado nas áreas
de recarga e na escavação de poços proundos. O projeo enre os países (Brasil,
Argenina Paraguai e Uruguai) em como objeivo aproundar os conhecimenos
sobre o comporameno hidrodinâmico do aquíero, de aproveiameno de seus
gradienes érmicos na produção de energia, e na área de recarga que deveriam
receber proeção especial para diminuir os riscos de conaminação.

A Agência Nacional de Águas (ANA) dá o apore ao governo brasileiro


no senido de ajuda aos governos esaduais, por onde se siua o aquíero, para
implanação de um sisema de cadasrameno, moniorameno e scalização de
aividades poluidoras em áreas de recarga e de poços, mobilizando cenros de
esudos na área pelo país.

Em pesquisas desenvolvidas por saniarisas, na pare caarinense,


em áreas de recarga oi enconrado nirao como maior poluene, que é um
componene gerado por erilizanes nirogenados em zonas irrigadas com solos
permeáveis e aquíeros livres. Devemos lembrar que a auodesconaminação do
aquíero pode levar séculos, daí a imporância de sua preservação.

Em sua ormação, o aquíero, sendo uma rocha arenosa, com mais ou


menos 5km2, acumula a água da chuva a grandes proundidades, como uma
esponja e, como essa inlração aconece lenamene, a sua renovação ambém é
lena levando milhares de anos para se recompor.

FIGURA 20 – DISTRIBUIÇÃO DAS ÁGUAS NA TERRA

1
2
3
4

1
2
3
4

FONTE: Disponível em: <http://www.pucrs.br/edipucrs/online/planetaagua/


planetaagua/capitulo1.html>. Acesso em: 14 jul. 2017.
92
TÓPICO 3 | CONCEITOS

FIGURA 21 – CONSUMO DE ÁGUA NO PAÍS




 

FONTE: Disponível em: <http://www.pucrs.br/edipucrs/online/planetaagua/


planetaagua/capitulo1.html>. Acesso em: jul. 2017.

QUADRO 4 – DISTRIBUIÇÃO DA ÁGUA NA TERRA POR KM²

FONTE: Disponível em: <www.aguasubterranea.hpg.ig.com.br/ciclo.htm>. Acesso


em: 14 jul. 2017.

Os recursos hídricos de água doce, hoje por coninenes, conorme Geo


Brasil (2007) apud VICTORINO (2007) se dão, da seguine orma:

• América do Nore: 36%


• América Cenral: 6%
• América do Sul: 60%
• Árica 9%

93
UNIDADE 2 | RECURSOS HÍDRICOS

• Ásia: 32%
• Ausrália e Oceania: 6%
• Europa: 7%.

UNI

Da América do Sul, 28% da água está no Brasil, 180 mil m³ vazão média anual
de água nos rios brasileiros. Só a região Amazônica possuiu 74% de toda água disponível
no Brasil, 46% da água extraída dos rios no Brasil vai para irrigação e outros 27% para área
urbana (GEO BRASIL, 2007 apud VICTORINO 2007).

UNI

Você sabia que existe a Declaração Universal dos Direitos da Água? Ela foi
proclamada em 1992 pela ONU e tem como objetivo atingir todos os povos e todas as
nações, para que todos os homens, tendo esta Declaração constantemente para si, tenham
consciência e que utilizem da educação de seus povos, desenvolvam o respeito aos direitos
e obrigações mencionados nesta declaração.

94
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu:

• Como a água é em sua essência sem qualquer inererência ou reação por


poluene, ou seja, na orma da molécula, ou como órmula química de H2O,
poseriormene, os principais ipos de poluenes que a ainge.

• A classicação dos ipos de água em desilada e mineral e suas uilizações na


indúsria, para abasecimeno domésico, abasecimeno público, abasecimeno
comercial, abasecimeno agrícola e pecuário; na recreação, para geração de
energia elérica e saneameno.

• Que as águas que uilizamos saem das ones (muios delas provenienes
de aquíeros), ormam pequenos riachos, abasecem os rios e que eses rios
ambém se inlram nos mananciais suberrâneos, anes de serem capados
pelo homem para suas diversas uilizações.

• A disribuição da água doce na erra por coninene, o seu consumo no Brasil,


endo como maior uilização a agriculura, seguida pela geração de energia
elérica, comércio e consumo e indúsria. Além de mosrar consumo desa água
doce por coninene com: América do Sul 60%, América do Nore 36%, Ásia:
32%, Árica 9%, Europa 7%, América Cenral 6%, Ausrália e Oceania 6%.

95
AUTOATIVIDADE

1 Coloque V para as senenças verdadeiras ou F para as alsas e depois assinale


a alernaiva correa:

( ) A água desilada, dierene da água poável que possui cera quanidade de


sais minerais dissolvidos, os quais são imporanes para a nossa saúde, não
pode er qualquer oura subsância dissolvida.
( ) A água pode ser uilizada: na indúsria, no abasecimeno domésico,
no abasecimeno comercial, no abasecimeno agrícola e pecuário e na
recreação.
( ) A água mineral, dierene da do mar que é salgada por coner cloreo
de sódio, que é o sal que uilizamos em nossa alimenação, não pode ser
consumida para saciar a sede ou seja não é poável.
( ) No abasecimeno público – a água em como uilidade servir para
abasecimeno de moradias, escolas, hospiais, irrigação de parques e
jardins, limpeza de ruas e logradouros, paisagismo, combae a incêndios,
enre ouros.
( ) No lazer, a água em como objeivo abasecer indúsrias, irrigação de parques
e jardins, limpeza de ruas e logradouros, paisagismo, combae a incêndios,
enre ouros.

Selecione a alernaiva correa:


a) ( ) V – V – V – V – V.
b) ( ) V – F – V – F – V.
c) ( ) V – V – F – V – F.
d) ( ) F – V – V – V – V.
e) ( ) V – V – V – V – F.

2 Quano ao Aquíero Guarani assinale V ou F e poseriormene selecione a


alernaiva correa:

( ) A ormação do aquíero Guarani daa nos empos dos dinossauros e


é consiuído em rocha de arenio, endo seu nome dado pelo geólogo
Uruguaio Danilo Dalon em homenagem a nação Guarani que habiava a
região no período Colonial
( ) A Agência Nacional de Águas (ANA) dá o apore ao governo brasileiro
no senido de ajuda aos governos esaduais, por onde se siua o Aquíero
Guarani, para implanação de um sisema de cadasrameno, moniorameno
e scalização de aividades poluidoras em áreas de recarga e de poços,
mobilizando cenros de esudos na área pelo país.
( ) Em orno de 15 milhões de pessoas, hoje, vivem na região do Sisema
Aquíero Guarani, e o seu consumo não deve aumenar em unção do
aumeno demográco.

96
( ) Por esar em menos conao com a superície o lençol reáico do aquíero
conserva ainda água com baixa qualidade, dessa orma, em um baixo valor
esraégico aos países em que se localiza.
( ) Para proeger o Aquíero Guarani emos o Código das Águas de 1934, que
arma no arigo 98 que é expressamene proibido consruções capazes de
poluir ou inuilizar, para uso ordinário, a água do poço ou nascene alheia,
a elas preexisenes.

Selecione a alernaiva correa:


a) ( ) V – V – V – V – V.
b) ( ) V – F – V – F – V.
c) ( ) V – V – F – F – V.
d) ( ) F – V – V – V – V.
e) ( ) V – V – V – V – F.

97
98
UNIDADE 2
TÓPICO 4

TIPOS DE TRATAMENTOS DE EFLUENTES

1 INTRODUÇÃO
Conhece-se a educação de um povo pela orma que raa coisas ou mesmo
as pessoas, sem anever ou perceber beneício algum, é o que mais ou menos diz
o diado popular. Mas o que dizer se pensarmos no valor de algo ão imporane
para vida como é a água. Devemos er odo cuidado com a água, não pela
imposição da legislação, mas sim por er cereza que sem ela, nós seres vivos não
sobreviveremos.

Por um lado ou por ouro, é nossa responsabilidade preservá-la ou


azer com que ela reorne à naureza e àqueles que êm necessidade dela para
sobreviver. Para isso, o homem vem a séculos desenvolvendo maneiras de
ornar a água poluída pela sua má uilização ou pela não preocupação de dar
um m correo a dejeos, lixos, enulhos, em uma água poável e de uilidade a
odas as ormas de vida, ano é verdade que nós "Somos o maior desruidor da
naureza, considerando que, nos úlimos 15 anos, a disponibilidade quaniaiva
e qualiaiva de água por pessoa diminuiu 37% e que 93% da Maa Alânica
esá devasada. Mas, ao mesmo empo, somos a única esperança da naureza"
(WARTCHOW 2004 apud VICTORINO, 2007, p. 7).

Além da inormação de um dos secreários Geral da ONU, o Sr. Ko


Annan, que no dia Inernacional do Meio Ambiene de 2004 declarou: "O lixo
marinho maa anualmene mais de um milhão de aves marinhas e cerca de 100
mil mamíeros marinhos e ararugas. Como mais de 40% da população mundial
vive em aé 60 km da aixa liorânea e, ese índice vem aumenando, os problemas
endem a se agravar” (ONU, 2004 apud VICTORINO, 2007). Por esa armação
podemos relaar práicas comuns do ser humano que impacam no meio ambiene,
como o jogar o lixo de orma indiscriminada nos mananciais de água. Vejamos, a
seguir, algumas ormas de desruição ambienal, que o homem esá acosumado
a praicar, sem se dar cona.

O desperdício de água no Brasil com banho esá em 70%, nas residências


e chega a um oal de 78%. Os índices com essa práica, por exemplo, em uma
ducha com duração de 15 minuos, perdem-se 60 liros de água. No banho de
imersão são gasos 350 liros, no vaso saniário são gasos 18 liros de água ou 6
liros quando há descarga acoplada.

Uma escovação de denes com orneira abera ininerrupa, gasa 25 liros


de água poável. Na máquina de lavar roupa de 10 kg são uilizados 140 liros,

99
UNIDADE 2 | RECURSOS HÍDRICOS

no anque com orneira abera em 15 minuos são gasos 117 liros de água em
uma casa, em aparameno a esaísica mosra que são 280 liros gasos. Uma
orneira abera gasa por minuo o equivalene de 12 a 20 liros, lavar a calçada
durane 1 minuo gasa 4 liros e lavar o carro, durane 25 minuos, são 100 liros
desperdiçados. Esaisicamene cada pessoa, sem preocupação com o consumo
de água, gasa por dia de 150 a 200 liros de água.

No raado Esraégias da Biodiversidade Global, especialisas de odo


o mundo mosraram que as alerações das diversas aividades (agriculura,
agropecuária, urbanizações, indúsria e mineração), ocasionaram mudanças
proundas nas caracerísicas dos ecossisemas com a adição novas subsâncias,
como oxinas e erilizanes de diícil raameno, principalmene na água, para
orná-la própria, no mínimo, para o consumo humano.

Só para ermos ideia, em 1996, pesquisas mosraram que a economia


global praicamene quinuplicou nos úlimos 45 anos. O consumo de água,
grãos e carne riplicou enquano o uso do papel sexuplicou. Imagine como esão
esses dados hoje em dia. As pessoas do grupo dos 40% mais pobres do planea
sobrevivem com uma renda de menos de 2 dólares/dia, menos de 7% da renda
global (VICTORINO, 2007). Enreano, o grupo dos 20% mais ricos duplicaram
o consumo de madeira, energia e quadruplicaram o número de seus auomóveis,
(sobre consumo humano, na Unidade 2, Tópico 2 dese livro). Percebemos que os
mais abasados degradam pela sua voracidade em uilizar e desperdiçar resíduos
enquano a camada da população mais pobre por subsisência ou ignorância.

A preocupação com a poabilidade da água já é uma realidade das nações


e de algumas ONGs, seja pelos gasos de ornar essa água poável novamene,
e a população livre de doenças provenienes de água poluída. Para isso, além
de preservar é necessário diagnosicar os poluenes, desenvolver práicas mais
saudáveis no raameno e com auxílio da naureza (SENZ, 2016). Segundo
Vicorino (2007, p. 12),

é preciso que essa busca pelas coisas que geram mais e mais poder,
seja canalizada para ações que visualizem a busca pelo bem-esar
econômico e social de odos, e a água em esse objeivo. Algumas
experiências mosram que os recursos hídricos exisenes no planea
oram criados para que o homem, não impora de qual nação ou raça,
possa azer desses recursos uma orma de busca e de saisação de
ineresses em uma oporunidade de cooperação e desenvolvimeno
conjuno denro de um sisema de regulamenação que rae essa água
como um bem comum.

A cobrança pelo uso racional da água será cada vez maior pelo cuso de
capação e raameno e poseriormene depois de ser uilizado.

Esudaremos as ormas de raameno desses euenes conorme os vários


ipos de conaminações para que você possa er uma noção de como conseguir o
raameno de água mais compaível com sua realidade.

100
TÓPICO 4 | TIPOS DE TRATAMENTOS DE EFLUENTES

O gerenciameno dos recursos hídricos baseia-se na percepção da água


como pare inegral do ecossisema, recurso naural e bem social e econômico, cuja
quanidade e qualidade deerminam a naureza de sua uilização (VICTORINO,
2007).

A uilização hoje cada vez maior de capação de águas provenienes da


chuva sem ser para consumo direo ao homem e sim para uilização em descarga
de banheiros, ou para molhar jardins, já é uma preocupação de algumas empresas
na consrução de casas e prédios como mosra o projeo abaixo do engenheiro
Paulo Garcia, pós-graduado em engenharia ambienal, recebeu no ano de 2004,
o Case Premiun, em Poro Alegre, por projeo dierencial de qualidade e respeio
com o meio ambiene (VICTORINO, 2007).

FIGURA 22 – SISTEMA DE ARMAZENAMENTO DE ÁGUA DE CHUVA BASEADA NAS


CISTERNAS
1 - Captação água da chuva
7 - Reservatório para
abastecimento das bacias 2 - Recolhimento através de
sanitárias e combate a calhas e conduzidas às colunas
incêndio
9 - Bacia Sanitária
8 - Caixa de incêndio

6 - Através de um conjunto de
bombas, a água é recalcada
para os reservatórios superiores 3 - Remoção das partículas
com a utilização de um ltro

10 - Poço artesiano
Sistema complementar
5 - A água ltrada será encaminhada
a um reservatório exclusivo
4 - As partículas são
conduzidas ao esgoto pluvial

FONTE: Disponível em: <http://www.pucrs.br/edipucrs/online/planetaagua/


planetaagua/capitulo5.html>. Acesso em: 14 jul. 2017.

101
UNIDADE 2 | RECURSOS HÍDRICOS

O sisema baseia-se na capação de água da chuva capada e conduzida pela


rede pluvial aé um lro insalado no subsolo. No lro são reirados os resíduos
sólidos e água vai para um reservaório na base inerior do prédio, e bombas
enviam a água para o reservaório no alo do ediício. Ese reservaório abasece
os vasos saniários e a rede de combae a incêndio do prédio. Um poço aresiano,
localizado no subsolo, unciona como um sisema complemenar (VICTORINO,
2007).

Deve-se lembrar de que a primeira causa da poluição dos rios é o esgoo


domésico que não é raado pela maior pare das cidades do Brasil e que a água
para ser uilizada pela população em de ser, no mínimo, de boa qualidade.

Os cusos para oerecer água de abasecimeno esão direamene ligados


à sua qualidade e das ones e o valor de consumo de água depende dos usos e da
esruura da one de consumo. Nos países de baixa renda per capita (enre U$200
e U$500), 4% são desinados para consumo domésico, 5% para a indúsria e 91%
para a agriculura. Já em países com ala renda (isso enre U$5.000 e U$ 20.000) o
consumo é de 14% para uso domésico, 47% para as indúsrias e 39% são usados
para agriculura (TUNDISI, 2003).

Veja como em média é o consumo de água por produtos agrícolas:

1- Produtos agrícolas Necessidade de água


(Quilo) (Litros)
Trigo 900
Milho 1.400
Arroz 1.910
Carne de Frango 3.500
Carne de Boi 100.000

Consumo médio de água por produtos industriais:

Necessidade de água
2- Produtos industriais
(Litros)
1 liro de gasolina 10
1 quilo de açúcar 100
1 quilo de papel 250
1 dia de papel para imprensa
1,4 bilhões
mundial
1 quilo de alumínio 100.000
4 pneus de carro 9.400

FONTE: Disponível em: <http://www.pucrs.br/edipucrs/online/planetaagua/planetaagua/>.


Acesso em: 14 jul. 2017.

102
TÓPICO 4 | TIPOS DE TRATAMENTOS DE EFLUENTES

A água raada que já oi um iem muio barao a cada dia vem aumenando
para azer jus ao seu gaso desordenado, bem como pelo seu raameno após ser
uilizado (ornando-se esgoo) que já aconece em alguma cidade (que é a minoria
em nosso país). Podemos ver na Agenda 21 (lembra-se já alamos sobre ela na
Unidade 1), uma nova maneira de vislumbrar os conceios de desenvolvimeno
susenável, à nível municipal, esadual e ederal iso é volado as especicidades
de cada região é o que az a análise crieriosa da Agenda 21 com odos os cidadãos
que quiserem envolver-se.

2 FONTES DE POLUIÇÃO DA ÁGUA


Quais são os conaminanes da água? Em sua essência, podem coner
barro, areia e ouras impurezas provenienes do meio naural onde esá, como a
coloração errugem em um leio com minério de erro.

O maior problema na conaminação da água esá na presença de produos


químicos óxicos ou microrganismos que ornam a água poluída, provenienes
da ação humana. A água pode ser poluída de várias ormas e a cada orma há
um raameno especíco. Exisem rês siuações de poluição e cada uma raz o
eságio de desenvolvimeno social e indusrial, segundo Fiocruz (2015, p. 9):
Primeiro eságio: poluição paogênica. Nese eságio, as exigências
quano à qualidade da água são relaivamene pequenas, ornando-
se comuns as enermidades veiculadas pela água. O uso de esações
de raameno de água e sisemas de adução podem prevenir os
problemas saniários nese eságio;
Segundo eságio: poluição oal. Ese eságio dene-se como aquele
em que os corpos recepores ornam-se realmene aeados pela
carga poluidora que recebem (expressa como sólidos em suspensão
e consumo de oxigênio). Ese eságio normalmene ocorre durane
o desenvolvimeno indusrial e o crescimeno das áreas urbanas. Os
prejuízos causados ao corpo recepor e, em consequência, à população
podem ser reduzidos com a implanação de sisemas ecienes de
raameno de água e de esgoos;
Terceiro eságio: poluição química. Ese eságio é o da poluição
insidiosa, causada pelo conínuo uso da água. O consumo de água
aumena em unção do aumeno da população e da produção
indusrial. Cada dia é maior a quanidade de água reirada dos rios e
maior e mais diversa a poluição neles descarregada.

E os principais processos poluidores da água segundo Barros e al. (1995),


no quadro a seguir, são:

103
UNIDADE 2 | RECURSOS HÍDRICOS

QUADRO 5 – NOME PROCESSOS POLUIDORES DA ÁGUA

FONTE: Barros et al. (1995)

FIGURA 23 – TIETÊ EM OBRAS EM SÃO PAULO PARA RETIRADA DE


LIXO DEPOSITADO

FONTE: Disponível em: <http://www.sobiologia.com.br/


conteudos/Agua/>. Acesso em: 14 jul. 2017.

2.1 A POLUIÇÃO CAUSADA PELAS INDÚSTRIAS


Ainda é recorrene que as empresas não esão ineressadas no raameno
de seus resíduos. A maior quesão é econômica, pois raar seus euenes ou
direcioná-los a aerros saniários em um cuso alo para as empresas, sendo
mais ácil despejar nos mananciais que abasecem as cidades. Mesmo que as
leis enham endurecido nos úlimos anos, raando eses aos como criminosos,
exisem empresas que jogam seus euenes não raados nos rios que abasecem
suas cidades.

104
TÓPICO 4 | TIPOS DE TRATAMENTOS DE EFLUENTES

Pode-se noar um rio poluído quando se observa em sua superície a


ormação de pequena espuma ácida, que, dependendo da one de poluição, pode
ser composa principalmene de chumbo e mercúrio. A espuma causa a more
da ora e da auna desses rios ano pela oxidade quano pela não absorção
de oxigênio pela água. A oxidade pode aear ambém aqueles que uilizam
essa auna como alimeno como o próprio consumo da água por populações
ribeirinhas.

FIGURA 24 – MORTANDADE DE PEIXES NO RIO TIETÊ EM 2014 POR POLUIÇÃO


INDUSTRIAL

FONTE: Disponível em: <http://correio.rac.com.br/_conteudo/2014/11/capa/


nacional/226587-manchas-negras-no-tiete-causam-a-mortandade-de-
peixes.html>. Acesso em: 14 jul. 2017.

2.2 A MINERAÇÃO, A EXTRAÇÃO E O TRANSPORTE DE


PETRÓLEO
As aividades que geram grandes recursos econômicos que não oram
desenvolvidas por empresa que possuam preocupação ambienal podem causar
acidenes graves no meio ambiene. Se isso já aconece com empresas que êm em
seus valores a preocupação com o meio ambiene, como exemplo são as empresas
perolíeras que conam com acidenes ecológicos graves no meio ambiene. Como
o peróleo exraído dos mares e os meais dios pesados usados na mineração (por
exemplo, o mercúrio, no Pananal), lançados na água por acidene, ou negligência,
em gerado poluição das águas com prejuízos ambienais irreversíveis, um
exemplo é o caso de Mariana em Minas Gerais.

105
UNIDADE 2 | RECURSOS HÍDRICOS

FIGURA 25 – TRAGÉDIA DE MARIANA – BBC

FONTE: Disponível em: <http://www.bbc.com/portuguese/


noticias/2015/11/151125_onu_brasil_mariana_fd>. Acesso em: 14 jul. 2017.

2.3 AS ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DA ÁGUA


De orma geral nas cidades grandes recebe-se água encanada, vinda de
rios e lagos. Todas essas águas são submeidas a raamenos especícos para
eliminar as impurezas e os micróbios que são prejudiciais à saúde.

Para ser raada, a água do rio ou lago é levada aravés de canos grossos,
chamados aduoras, para esações de raameno de água. Depois de puricada, a
água é levada para grandes reservaórios e daí é disribuída para as casas.

No Brasil, 49% de odo o esgoo produzido é coleado aravés de rede,


endo pouco mais de 10% do esgoo raado. Só nas grandes cidades há uma
grande quanidade de esgoo que é jogado sem raameno nos rios e mares que
servem de corpos recepores. Em unção desa posura emos maior poluição
das águas nas áreas urbanas com aumeno do cuso de raameno da água de
abasecimeno

Em princípio oda água pode ser raada, mas dependendo dos


conaminanes eremos cuso maior ou menor para azê-lo. Nese pono reside
a imporância das esações de raameno que êm como objeivo remover
poluenes ano para orná-la própria para consumo humano como para raar
águas residuárias para reornar ao corpo d’água.

106
TÓPICO 4 | TIPOS DE TRATAMENTOS DE EFLUENTES

UNI

Você sabia que chamamos de água residuária os esgotos sanitários e


industriais, sendo que este último, de maneira geral, é tratado pela própria indústria ou
removido para empresas que fazem este tratamento antes de enviar ao rio ou lago (corpo
receptor)?

Conorme o Minisério da Saúde, em sua Poraria no 2914/11, (BRASIL,


2011) os parâmeros que devem ser seguidos para a poabilidade de água para
consumo humano são:

QUADRO 6 – PARÂMETRO DE POTABILIDADE DA ÁGUA

FONTE: (BRASIL, 2011 apud SENS, 2016, p. 14)

Segundo a Poraria 2914/11 MS (BRASIL, 2011 apud SENS, 2016, p. 15),


emos:

(1) valor máx. permitido – inensidade máxima de percepção para qualquer


caracerísica de goso e odor com exceção do cloro livre, nesse caso por ser
uma caracerísica desejável em água raada.

107
UNIDADE 2 | RECURSOS HÍDRICOS

(2) Os valores recomendados para a concenração de íon uoreo devem observar


a legislação especíca vigene relaiva à uoreação da água, em qualquer caso
devendo ser respeiado o VMP desa abela.

QUADRO 7 – VALOR MÁXIMO PERMITIDO

FONTE: (BRASIL, 2011 apud SENS 2016, p. 15)

Em ermos microbiológicos, conorme a Poraria de no 2914/11 (BRASIL,


2011), emos os seguines parâmeros:

QUADRO 8 – PADRÃO MICROBIOLÓGICO DE ÁGUA PARA CONSUMO

Valores de
microorganismos por Quantidade desejável para
Microorganismo
quantidade de água potabilidade
coletada

Ausência em
Escherichia coli NMP/ 100 mL
100 mL

Ausência em
Coliormes Toais NMP/ 100 mL
100 mL

Conagem Padrão de Ausência em


NMP/ 100 mL
Bacéria 100 mL

Microcisinas µg/L 1,0

108
TÓPICO 4 | TIPOS DE TRATAMENTOS DE EFLUENTES

Cilindrospermopsina(2) µg/L 1,0

Saxioxinas µg/L equivalene STX/L 3,0

Frequência de moniorameno de
cianobacérias no manancial de
Cianobacérias Cél./mL abasecimeno de água:
< 10000 ----> Mensal
> 10000 ----> Semanal

FONTE: Sens (2016, p. 12)

Vericar cianooxinas com valor máximo permiido quando or deecada


a presença de gêneros poencialmene produores de cilindrospermopsinas no
moniorameno de cianobacérias previso no § 1º do ar. 40 Poraria 2914/11
(BRASIL, 2011 apud SENS 2016, p. 12).

2.4 PADRÕES PARA OS AGROTÓXICOS


Você deve vericar que para a análise, o plano de amosragem para os
parâmeros de agroóxicos deve considerar a avaliação dos seus usos na bacia
hidrográca do manancial de conribuição, bem como a sazonalidade das
culuras/ planios e uilização deses (§ 5º ar. 40 da Poraria 2914/11 MS).

Observe no quadro a seguir os mais variados ipos de agroóxicos que


podem ser enconrados na água e que devem receber raameno adequado, em
muios casos, disino do convencional.

109
UNIDADE 2 | RECURSOS HÍDRICOS

QUADRO 9 – PADRÃO PARA AGROTÓXICOS


Parâmetro VMP(1) (µg/L)
Alaclor 20
Aldrin + Dieldrin 0,03
Atrazina 2
Diuron 90
Clordano 0,2
2,4 D + 2,4,5 T 30
DDT + DDD + DDE 1
Endossulfan 20
Endrin 0,6
Glifosato + AMPA 500
Heptacloro e Heptacloro êpóxico 0,03
Hexaclorobenzeno 1
Lindano 2
Metolacloro 10
Metoxicloro 20
Molinato 6
Pendimetalina 20
Pentaclorofenol 9
Permetrina 20
Propanil 20
Simazina 2
Trifuralina 20

FONTE: (BRASIL, 2011 apud SENS 2016, p. 16)

Ouro padrão a ser observado quano à água é o de radioaividade. Deve-


se vericar se se enconra nos padrões permiidos pelo Minisério da Saúde. Veja
no quadro a seguir:

QUADRO 10 – PADRÕES DE RADIOTIVIDADE

Parâmetro VMP(1) (Bq/L)

Rádio - 226 1

Rádio - 228 0,1

FONTE: (BRASIL, 2011 apud SENS 2016, p. 17)

110
TÓPICO 4 | TIPOS DE TRATAMENTOS DE EFLUENTES

Ouras subsâncias que são novas preocupações para os prossionais


da área de raameno de água são os chamados novos conaminanes:
perurbadores endócrinos ou inererenes endócrinos. Essas subsâncias podem
agir como agonisas ou anagonisas. São os agenes exógenos ou misuras que
modicam a unção do sisema endócrino e consequenemene causam vários
eeios negaivos em um organismo, ou na sua progene ou em subpopulações
(WHO, 2012 apud SENS, 2016). São eles os esrógenos, hormônios responsáveis
pelo desenvolvimeno sexual eminino, os andrógenos, hormônios responsáveis
pelas caracerísicas do sexo masculino e a Tiroxina e ri-iodoironina, que
esimulam diversas células do corpo e conrolam o crescimeno, a reprodução, o
desenvolvimeno e o meabolismo. Muios desses perurbadores endócrinos vêm
com a água após a uilização da lavação de uensílios uilizados pela população.
Como exemplo de produos que uilizamos e que ransporam esses perurbadores
endócrinos emos produos de higiene pessoal e cosméicos, ármacos, reardanes
de chamas bromados (PBDEs), praguicidas, coranes ec.

FIGURA 26 – CONTAMINANTES EMERGENTES:


INTERFERENTES ENDÓCRINOS

FONTE: Who (2012 apud Sens, 2016, p. 19)

FIGURA 27 – CONTAMINATES EMERGENTES: INTERFERENTES


ENDÓCRINOS

FONTE: Who (2012 apud Sens, 2016, p. 19)

111
UNIDADE 2 | RECURSOS HÍDRICOS

FIGURA 28 – CONTAMINATES EMERGENTES: INTERFERENTES


ENDÓCRINOS

FONTE: Who (2012 apud Sens, 2016, p. 19)

FIGURA 29 – RETARDANTES DE CHAMAS BROMADOS


(PBDES) E NANOMATERIAIS

FONTE: Who (2012 apud Sens, 2016, p. 19)

Ouros parâmeros que necessiam ser vericados nas esações de


raameno em ermos de um esgoo saniário ou indusrial são a demanda
bioquímica por oxigênio – DBO. Que é aplicada na medição da carga orgânica na
esação de raameno de esgoos e na avaliação da eciência das esações, desa
orma quano maior a DBO maior a poluição orgânica. Para escolher o sisema de
raameno é necessário conhecer as condições esabelecidas para a qualidade da
água dos corpos recepores. Todo desenvolvimeno de um projeo de sisema de
raameno deve esar baseado no conhecimeno de diversas variáveis do esgoo
a ser raado, ais como a vazão, o pH, a emperaura, o DBO, DQO, composos
óxicos e meais pesados, oxigênio dissolvido, H2S, CH4, N, e quanidade de
sólidos (suspensos, sedimenáveis, oais e dissolvidos) ec. (BARÃOEMFOCO,
s.d.).

112
TÓPICO 4 | TIPOS DE TRATAMENTOS DE EFLUENTES

UNI

O que é DBO?
DBO ou Demanda Bioquímica de Oxigênio é a quantidade de oxigênio necessária a oxidar
a matéria orgânica biodegradável sob condições aeróbicas ou quanto de plantas e/ou
animais presentes na água utilizarão certa quantidade de oxigênio.
FONTE: Disponível em: <http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/demanda-
bioquimica-oxigenio.htm>. Acesso em: 14 jul. 2017.

E a DQO?

A DQO ou Demanda Química de Oxigênio, verica a quantidade de Oxigênio Dissolvido


(OD) consumido em meio ácido que leva à degradação de matéria orgânica, podendo
ser biodegradável ou não, ou seja, quanto de produto químico presente na água que
consumirá determinada quantidade de oxigênio.
FONTE: Disponível em: <http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/demanda-
quimica-oxigenio.htm>. Acesso em: 14 jul. 2017.

FIGURA 30 – TRATAMENTO DA ÁGUA


reservatório elevado

represa
rede de distribuição

cloro e úor
sulfato de
adutora de adutora
alumínio
captação canal de água
cal, cloro
ltrada carvão ativado
areia
cascalho

reservatório de
água tratada
oculação decantação ltração

FONTE: Disponível em: <http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Agua/>. Acesso em:


14 jul. 2017.

A água vinda do corpo recepor começa a ser raada na esação razida


dos duos. É levada a anques, na esação de raameno recebendo inicialmene
o sulao de alumínio e o hidróxido de cálcio (cal hidraado) que em a nalidade
de azer as parículas nas de areia e de argila presenes na água se junarem,
ormando ocos, por isso esse processo em o nome de oculação. Como essas

113
UNIDADE 2 | RECURSOS HÍDRICOS

parículas são maiores e mais pesadas, elas vão sendo deposiadas no undo
de ouro anque, chamado de anque de decanação. Nesa primeira pare do
raameno já se consegue raar pare das impurezas sólidas.

Segundo Sens (2016, p. 7),

a nalidade da coagulação e oculação é ransormar as impurezas


que se enconram em suspensão na, em esado coloidal ou em
solução, bacérias, proozoários e/ou plâncon, em parículas maiores
(ocos) para que possam ser removidas por sedimenação ou oação,
e/ou lração. Na práica, a coagulação corresponde ao lançameno do
reagene (coagulane) sob agiação rápida durane um empo curo e
a oculação corresponde à ase de crescimeno dos ocos sob agiação
lena durane um empo maior.

Depois de passar algumas horas decanando, a água, acima das impurezas,


vai para eapa de lração, que se compõe de um lro com várias camadas de
cascalho, de areias mais grossas as mais nas, que reêm ouras parículas que
não se deposiaram na decanação e que nesa eapa são reidas nos espaços
enre os grãos de areia. Também nese lro de areia ca pare dos micróbios.
Como não são odos os micróbios que são reidos na eapa de lração da água,
há a necessidade de usar a pare chamada de desinecção que pode ser eia por
cloro, ozonização, porém, no Brasil, por ser mais barao é usado o cloro. O úor,
um mineral para prevenção de cáries ambém é colocado nesa ase nal. Após
o raameno, a água é levada para aduoras dos municípios ou para as casas e
indúsrias para ser uilizada.

A água é, enão, levada aravés de encanamenos suberrâneos para as


casas ou os ediícios. O cuidado com a água não deve ser pensado somene pelo
poder público, mas os consumidores devem azer a sua pare manendo as caixas
de águas limpas, ampadas e azendo a devida manuenção a cada seis meses.

Exisem várias maneiras de desenvolver os raamenos de água como


veremos a seguir.

2.5 TRATAMENTO DE ÁGUA CONVENCIONAL


A água que chega à população pelo raameno convencional é água brua
que passa por uma ETA (Esação de Traameno de Auenes), doado de
processos de oculação, decanação, lração, correção de pH, desinecção
(cloração) e uoreação, anes de chegar à população. Esse processo em como
caracerísicas: dar raameno a uma água com menor qualidade, absorvendo as
variações da qualidade da água brua, exige mão de obra especializada e possuí
cusos alos de implanação, operação e manuenção.

114
TÓPICO 4 | TIPOS DE TRATAMENTOS DE EFLUENTES

FIGURA 31 – TRATAMENTO CONVENCIONAL

FONTE: Adaptado de Sens (2016, p. 38)

FIGURA 32 – TRATAMENTO CONVENCIONAL

FONTE: Adaptado de Sens (2016, p. 38)

As principais caracerísicas para o raameno de euenes no sisema


convencional, além do apresenado no esquema da anerior, são: possui
maiores cusos de implanação, de operação, manuenção e requer mão de obra
especializada. Tem indicação para poabilizar águas com menor qualidade, êm
a capacidade de absorver as variações na qualidade da água brua (SENS, 2016).

2.6 FILTRAÇÃO LENTA


A lração lena é a écnica mais aniga para a puricação de água, uilizada
há muios séculos e ainda considerada eciene. Em sisemas desse ipo, a água
é inroduzida no lro com baixas axas de lração o que permie o raameno
principalmene por meio das aividades biológicas. Esses sisemas ambém são

115
UNIDADE 2 | RECURSOS HÍDRICOS

reconhecidos por sua simplicidade na consrução e operação, por poderem ser


uilizados recursos locais e de não precisar de dosagem de produos químicos
(SOUSAGIMBEL e al., 2006; LANGENBACH e al., 2010; SÁ e al., 2004 apud
SOUZA, 2017).

Por ser uma écnica considerada aniga para o raameno de água, perdeu
espaço devido ao aparecimeno de ecnologias mais avançadas e com a necessidade
de menores áreas para implemenação. Ainda hoje é uilizada principalmene para
a poabilização de água em comunidades que não êm acesso ao sisema público
de abasecimeno, em que a insalação e operação dessas é algo inviável. Assim, a
lração lena orna-se ineressane por ser de ácil operação, pois geralmene não
demanda de dosagem de produos químicos, apenas a cloração para desinecção
nal da água. (BRASIL, 2011; LOGSDON, G. e al., 2002 apud SOUZA, 2017).

FIGURA 33 – FILTRAÇÃO LENTA

FONTE: Adaptado de Sens (2016, p. 35)

Tem como caracerísica axa de lração 2 a 10 m³/m².dia. É uma operação


simples, para pequenas comunidades, comumene é usado no Brasil, em cidades
com menos de 10.000 habianes, exigem áreas grandes para sua implanação e
em processo de limpeza rabalhoso, não requer adição de produos químicos e
é uilizado para águas com urbidez e cor menor de 40. O processo de lração
é predominanemene biológico, com boa capacidade na remoção de micro-
organismos paogênicos e urbidez. Uma plana de lração lena em a capacidade
de raameno de 2 a 10 m³/m² de água ao dia, mas é mais comum vericar nese
ipo de planas de 2 a 6 m3/m2 de água raada ao dia.

2.7 FILTRAÇÃO DIRETA


A Filração direa pode ser descendene ou ascendene, normalmene em
axas de lração FDA 120 a 280 m³/m².dia (lração direa ascendene) e FDD 120
a 300 m³/m².dia (lração descendene). Possuí cuso de implanação e operação
menor do que o raameno convencional, mas deve haver conrole basane
rigoroso quano à dosagem de produos químicos.

116
TÓPICO 4 | TIPOS DE TRATAMENTOS DE EFLUENTES

UNI

As medidas (Taxa de ltração) para ns de tratamento de água (nomenclatura)


são o m³/m².dia metros cúbicos (volume) por metro quadrado (área) tratados, em um dia
ou m³/m². em uma hora...

Taxa de ltração q = Q ( vasão, m3) / A (área de ltração m2).

FIGURA 34 – FILTRAÇÃO DIRETA

FONTE: Adaptado de Sens (2016, p. 37)

2.8 QUANDO NÃO HÁ ESTAÇÃO DE TRATAMENTO


Para auxiliar as pessoas em locais onde não há esações de raameno, a
água emos sua obenção de orma direa de rios, lagos, nascenes, represas ou
poços. Se a água or obida por um desses meios ela pode esar conaminada por
micróbios e poluenes e são necessários alguns cuidados, que veremos a seguir
(SOBIOLOGIA, s.d.).

117
UNIDADE 2 | RECURSOS HÍDRICOS

FIGURA 35 – QUANDO NÃO HÁ ESTAÇÃO DE TRATAMENTO

FONTE: Disponível em: <http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Agua/>. Acesso em: 14 jul.


2017.

Quando se desenvolve um poço, o ipo mais uilizado é o de 20 meros de


proundidade considerado um poço raso. Devem ser vericados alguns cuidados,
como ser consruído longe das ones de poluição e conaminação, de no mínimo
25 meros da ossa, que serve para armazenar os resíduos da casa e as ezes. O
poço deve er uma ampa de preerência de laje de concreo armado com aberura
de pelo menos 20 cenímeros acima do solo, para proegê-lo conra a enrada de
águas que escorrem pela superície do solo em chuvas ec. Além disso, nos rês
primeiros meros do poço é necessário que ele seja impermeável à água da chuva
que cai na superície do erreno e que pode ser absorvida polo poço aravés da
erra. Observando que a água que se inlra a mais de rês meros enrando no
poço já soreu um processo naural de lração ao passar pelo solo. Para consaar
que o poço esá ornecendo água de boa qualidade, é necessário que esa seja
analisada por um laboraório periodicamene, do conrário a água deve ser ervida
por 15 minuos ou lrada (para remover vermes) e azer desinecção com cloro,
seguindo as normas do abricane quano ao uso para não haver inoxicação.

118
TÓPICO 4 | TIPOS DE TRATAMENTOS DE EFLUENTES

FIGURA 36 – ONDE INSTALAR UM POÇO ARTESIANO

FONTE: Disponível em: <http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Agua/>. Acesso em: 14 jul. 2017

Ouros ipos de poços são os artesianos consruídos com equipameno


especial, que uram a erra, mais ou menos a 100 meros de proundidade e
iram a água de lençóis suberrâneos mais proundos. Esa água, apesar de
ser considerada a mais limpa, ambém deve ser analisada para vericação de
parâmeros de poabilidade.

UNI

Se você quer ver uma problemática sobre água assista à Water Changes
Everything. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=3WovptJrH3c>.

3 O DESTINO DA ÁGUA UTILIZADA


Caro aluno, você já parou para pensar para onde vai a água depois
de uilizada em lavagens de roupas, banho, descarga de banheiros e ouras
aividades do nosso coidiano domésico? Esse é um grande problema no Brasil,
em que poucas cidades em o raameno de seu esgoo, ou seja, um problema
de saneameno básico. Aé agora vimos o esudo de raameno de água de um
corpo hídrico para o consumo humano e agora veremos dese corpo hídrico já
uilizado por esa população. Como? Siga sua leiura!

119
UNIDADE 2 | RECURSOS HÍDRICOS

Em muios locais, a única maneira uilizada para o raameno do esgoo


é a ossa sépica e sumidouro, só que essa ecnologia para regiões populosas é
inviável, vericando-se soluções melhores e ecienes, pois os sumidouros e
ossas sépicas seriam insucienes para o volume gerado de água consumida
por esses usuários. E para essas siuações é necessária a implanação de redes de
esgoos. Você sabe quais são os ipos de esgoos que emos? São eles:

• os esgoos domésicos: que são as águas que conêm maéria ecal e as águas
resulanes de banho e de lavagem de uensílios e roupas;
• de esgoos indusriais com resíduos orgânicos, de indúsria de alimenos,
maadouros, as águas residuárias agressivas, procedenes de indúsrias de
meais, as águas residuárias de indúsrias de cerâmica, água de rerigeração
ec.;
• as águas pluviais procedenes das águas das chuvas;
• as águas de inlração: são as águas do subsolo que se inroduzem na rede.

E quano às caracerísicas ísicas, você sabe quais são os principais


poluenes do esgoo domésico? É o que veremos a seguir, assim como o eor de
maéria sólida, emperaura, odor, cor e urbidez que explicaremos melhor:

O eor de maéria sólida são odos os conaminanes da água, sem levar


em cona os gases dissolvidos, são a carga de sólidos, denida como a maéria
que permanece como resíduo após evaporação a 103˚C. É devido ao percenual
de 0,1% de sólidos nos esgoos, que ocorrem os problemas de poluição das
águas, e a necessidade do raameno de esgoos. Os sólidos em suspensão são
responsáveis direamene com a medida de urbidez. A respeio da emperaura,
normalmene o esgoo domésico em emperaura um pouco superior à das águas
de abasecimeno e da emperaura do ar, não levando em cona aqui os meses
mais quenes de verão. Verica-se que a decomposição do esgoo é proporcional
ao aumeno da emperaura dese.

O cheiro que vem do esgoo é causado pelos gases ormados pela


decomposição, porano, a semelhança com o odor de moo é normalmene
enconrada em esgoo mais novos, o odor de ovo podre enconrado em esgoo
velho ou sépico, pela presença de gás sulídrico.

A cor e urbidez são indicadores do esado de composição do esgoo,


podendo ser acinzenada e com urbidez caracerizando um esgoo novo e cinza
escura ou prea para esgoo velho.

Quano às caracerísicas químicas, 70% dos sólidos no esgoo são


de origem orgânica (sólidos voláeis). Os elemenos orgânicos são combinações
de carbono, hidrogênio e oxigênio (maéria orgânica carbonácea), e podendo er
nirogênio (maéria orgânica nirogenada). Os grupos de subsâncias orgânicas
nos esgoos são composos enconrados normalmene nas proporções de 40 a
60% de proeínas, 25 a 50% de carboidraos e 10% de gorduras e óleos, ureia,
suracanes, enóis e ouros.

120
TÓPICO 4 | TIPOS DE TRATAMENTOS DE EFLUENTES

O cheiro desagradável que vem do esgoo é proveniene do enxore


das proeínas, e se maniesa na orma de gás sulídrico. Lembre-se de que as
proeínas vêm e ormam os organismos animais e ambém alguns vegeais, são
as principais produoras de nirogênio e carbono, hidrogênio, oxigênio, ambém
podendo coner os elemenos ósoro, enxore e erro. Já os carboidraos são
consiuídos de carbono, hidrogênio e oxigênio. São as principais subsâncias a
serem consumidas pelas bacérias, resulando na produção de ácidos orgânicos,
essa produção mais ácida é percebida nos esgoos mais velhos. As gorduras são
maéria graxa e óleos, provenienes do esgoo domésico pelo consumo de óleos
vegeais de carne, maneiga e ouros, que são hábios alimenares da população.
Os óleos de orma geral são prejudiciais em unção do enupimeno que podem
causar nas unidades de raameno e nas redes, pela ormação de escumas que
são uma camada uuane prejudiciais na operação de raameno do euene.

Os enóis, originados de euenes indusriais ambém são de origem


orgânica, ou seja, possuem carbono em sua consiuição. E os suracanes são
subsâncias que ormam espuma na esação de raameno ou no corpo hídrico,
em como composição composos de moléculas orgânicas. Os composos
uilizados pela comunidade que possuem esses suracanes são os deergenes,
os sabonees e xampus.

Segundo Brasil (2015), não há a necessidade de saber qual a composição


da maéria orgânica no esgoo, mas sim a sua oalidade, sendo usado para a
deerminação méodos direos e indireos. No méodo direo é medido o
Carbônico Orgânico Toal (COT) e os indireos medem a Demanda Bioquímica
de Oxigênio (DBO) e a Demanda Química de Oxigênio (DQO).

3.1 DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO (DBO)


A DBO, segundo Brasil (2015, p.141), “é a orma mais uilizada para se
medir de orma indirea a quanidade de maéria orgânica no esgoo, ou seja,
medir a quanidade de oxigênio necessário para esabilizar bioquimicamene
a maéria orgânica presene no volume padronizado de uma amosra, pela
ação de bacérias aeróbias, num deerminado período de empo e numa dada
emperaura”. A DBO é um padrão de medida da maéria orgânica carbonácea,
realizando-se a análise no quino dia com emperaura 20º na amosra durane
odo o ese. Ese ese é denominado DBO5. Quano maior a poluição orgânica
maior será a DBO5. E essa DBO irá reduzindo-se aos poucos durane o processo
aeróbio aé exinguir, caracerísica da esabilização oal da a maéria orgânica.
De orma geral, em emperaura de 20°C, e passados 20 dias, é possível esabilizar
cerca de 99% da maéria orgânica dissolvida ou em esado coloidal que se enconra
nos esgoos domésicos. Esa demanda oal é chamada de demanda úlima de
oxigênio (DBOu), cujo valor para os esgoos domésicos é em orno de 1,5 vezes a
DBO5. Para ns de esudo, a DBO é represenada por miligrama por liros (mg/l)
e nos esgoos domésicos bruos varia enre 200 e 400 mg/l, podendo ser maiores

121
UNIDADE 2 | RECURSOS HÍDRICOS

conorme a caracerísica do esgoo. Ou seja, o número em miligramas indica a


quanidade de oxigênio necessária para esabilizar bioquimicamene a maéria
orgânica presene em um liro de esgoo. Observe que a esabilização oal da
maéria orgânica esá associada à DBOu enquano a DBO50 é normalmene usada
devido à rapidez na realização do ese.

3.2 DEMANDA QUÍMICA DE OXIGÊNIO (DQO)

É uma indicação indirea do eor de maéria orgânica presene na


amosra de esgoo. Tem o objeivo de medir o consumo de oxigênio para a sua
oxidação química obida aravés de um ore oxidane, como o dicromao de
poássio, enquano na DBO, a oxidação é realizada oalmene pela ação dos
microrganismos. O ineressane nese méodo é a rapidez, pode levar de duas a
rês horas para ser realizado e dá uma boa indicação do oxigênio requerido para
a esabilização da maéria orgânica carbonácea ano biodegradável quano não
biodegradável. Um pono não ão avorável é que ambém oxida a ração inere,
que são os maeriais inorgânicos presenes no esgoo aumenando a quanidade
de oxigênio exigida no raameno biológico do esgoo. Para o esgoo domésico
bruo o índice relação DQO/DBO deve variar de 1,7 a 2,4, nese caso adoando o
2,0 (CAMPOS, 2017).

3.3 CARBONO ORGÂNICO TOTAL (COT)

É um ese de medida insrumenal direo em amosras com baixa


quanidade de maéria orgânica uilizada em corpos d’água. É uilizado em
laboraórios convencionais com requência.

3.4 OXIGÊNIO DISSOLVIDO (OD)


Também é um méodo para vericar a qualidade da água dos cursos
de água. O oxigênio dissolvido é imporane para se maner a vida marinha e
auolimpeza de odo os sisemas aquáicos dos corpos hídricos e nas esações de
raameno de euenes. Para maner-se a vida marinha a legislação Brasileira
esabelece que eseja presene 5mg/l de oxigênio dissolvido (OD), podendo er
variações conorme o corpo hídrico e a espécie de vida marinha que aí esá.
Também a emperaura e a aliude do local êm ore impaco sobre a quanidade
de oxigênio presene na água. Em alas aliudes, onde a pressão amosérica é
menor, há solubilidade menos do oxigênio dissolvido e as águas com emperauras
baixas êm maior capacidade de dissolver o oxigênio.

122
TÓPICO 4 | TIPOS DE TRATAMENTOS DE EFLUENTES

3.5 E COMO É O TRATAMENTO DE ESGOTO?


Em resumo, ele aconece dessa orma: após sua uilização pela população
da cidade essa água (esgoo) vai à esação de raameno. O esgoo inicialmene
passa por grades de meal separando os objeos (como laas, papéis, plásico,
ecidos, vidros ec.) da areia, da maéria orgânica e de ouras parículas. Ese
passa por grandes anques, de orma lena para o depósio da areia e as ouras
parículas. O lodo mais a maéria orgânica seguem para o biodigestor, que pela
ação das bacérias decompõem esse maerial resulando nos gases como o meano,
pode ser uilizado como um dos componenes do combusível. O líquido acima
do lodo é agiado por grandes hélices para oxigenar a água pois ainda possui
maéria orgânica e bacérias. Ouras écnicas para oxigenação são a uilização
bombas de ar ou mesmo deerminados ipos de algas, que produzirão o oxigênio
na oossínese.

FIGURA 37 – PROCESSO AERÓBICO

Água da chuva

Caixas de
Captação

Gradeamento Tanques de
Estação Aeração Adensador
Rede Elevatória Mecânico de Lodo
Coletora Desarenador

Decantadores Secagem
Água
Fluvial Mecânica de
Lodo

FONTE: Disponível em: <http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Agua/>. Acesso em: 14 jul. 2017.

Se esudarmos mais proundamene, podemos vericar alguns ipos


de raameno de euenes, e que em seu raameno classicados em ísicos,
químicos e biológicos. Essa classicação se dá conorme os poluenes a serem
reirados ou das operações uniárias uilizadas no raameno. A classicação
ambém pode ser eeuada em razão da eciência dos raamenos, chamados de
primário, secundário e erciário (RUPPENTHAL, 2014).

123
UNIDADE 2 | RECURSOS HÍDRICOS

3.6 TRATAMENTO PRIMÁRIO


Traameno primário ou ísico químico em como objeivo adicionar
produos químicos que aciliem os processos. Inicia após o processo preliminar
de gradeameno onde o euene passa, aravés de um sisema de grades, de rês
classes: grosseiras, com aberura de 5 a 10 cm; médias, com aberuras enre 2 e 4
cm; e nas, com aberuras enre 1 e 2 cm. Esse processo em como objeivo reirar
sólidos de vários amanhos, eviando obsruções de ubulações e desgase de
bombas e aciliar o raameno primário para a passagem pela caixa de areia ou
desarenação que possui a unção de reirar sólidos suspensos de rápida deposição.
São esses sólidos suspensos os cascalhos, as parículas de meal, carvão areia
ec., o objeivo aqui ambém é não danicar bombas, canos e ouros maeriais
uilizados nesa eapa e nas uuras. Poseriormene, passa a caixa reenora para
a remoção de óleos e graxas.

O raameno primário propriamene dio se dá com a adição de produos


químicos nos processos de sedimenação, que é a remoção dos sólidos em
suspensos não removidos no pré-raameno. Ocorre nos decanadores ou
sedimenadores e o euene deve permanecer nesse anque reangular de 3
a 4 meros de proundidade durane o período de 2 a 3 horas. Ao sedimenar,
o euene em sua velocidade reduzida e o seu sedimeno é direcionado para
baixo do anque. Os sólidos sedimenados são raspados por uma régua xa e são
direcionados para um poço que os armazena.

A equalização em como objeivo conrolar a vazão e a concenração do


euene, ou uma das operações para não haver uma disribuição variável dos
poluenes ou sobrecarga no sisema.

A neuralização em como objeivo a correção do pH do euene, com


a misura de dierenes ipos de euenes ácidos ou básicos), chamado de
neuralização por equalização. E ambém por adição direa de ácidos ou bases
para a correção direa do pH.

A coagulação realizada por elerólios é a ase para reunir as subsâncias


que se enconram em suspensão nos ou ainda dissolvidos, que poseriormene
são removidas por decanação ou lração. Assim o coagulane é misurado de
orma rápida por agiadores em câmara de misura rápida, que por sua ação
reagem com a água, ormando espécies hidrolisadas com carga posiiva, que
desesabilizam a carga supercial dos poluenes. Poseriormene, a coagulação
é realizada a oculação em que os poluenes se aglomeram em ocos aravés
da quebra da velocidade (que deve esar em 0,1 e 0,4 m/s) do uxo do euene
permiindo o conao enre os poluenes (ormando o oco) e novamene reornam
ao decanador para que eses ocos sedimenarem.

124
TÓPICO 4 | TIPOS DE TRATAMENTOS DE EFLUENTES

3.7 TRATAMENTO BIOLÓGICO OU SECUNDÁRIO


O raameno biológico ou secundário, conorme Ruppenhal (2014),
em como objeivo remover a maéria orgânica dissolvida e em suspensão
ao ransormá-la em ocos biológicos ou sólidos sedimenáveis e gases. Esse
processo é o mesmo enômeno que ocorre na naureza, porém mais acelerado
devido à necessidade de raameno. Seus processos são: aeróbios, aculaivos e
anaeróbios. Os processos aeróbios são os sisemas de lodo como os sisemas de
aeração prolongada, lagoas aeradas aculaivas e lagoas aeradas aeróbias. Nos
denominados de processos aculaivos uilizam-se lagoas aeradas aculaivas,
lros biológicos e lagoas oossinéicas. A sua sequência quano raameno é:
em anques de aeração, o euene com vasões deerminadas pela DBO recebem o
lodo aivado, ou culura microbiológica em orma de ocos. Esses microrganismos
oxidarão a maéria orgânica remanescene no euene, na presença de oxigênio.
O oxigênio, é ornecido por um sisema de aeração mecânica ou pela inrodução
do gás oxigênio puro, em concenrações de 1,50 a 2,0 mg/L. Essa misura de
euene com o lodo aivado é conhecida como licor. Poseriormene, a ese
raameno, em-se a decanação com a separação dos ocos de lodo aivado do
licor e na sequência o raameno erciário quando necessário. O lodo aivado é
reaproveiado ou descarado.

FIGURA 38 - LAGOA FOTOSSINTÉTICA

FONTE: Adaptado de Ruppenthal (2014, p. 103)

Os processos anaeróbios ocorrem em lagoas anaeróbias e biodigesores.

125
UNIDADE 2 | RECURSOS HÍDRICOS

FIGURA 39 – LAGOA ANAERÓBICA (SEM A PRESENÇA DE AR)

FONTE: Adaptado de Ruppenthal (2014, p. 103)

FIGURA 40 – LODO ATIVADO

FONTE: Adaptado de Ruppenthal (2014, p. 103)

3.8 TRATAMENTO TERCIÁRIO


O raameno erciário em como objeivo remover poluenes especícos,
anes de enviar o euene raado ao corpo hídrico recepor ou para recirculação
em sisema echado (em indúsrias). Esse raameno é chamado de polimeno.
Os processos são especícos para as necessidades de cada ipo de indúsria
ou quando o corpo recepor não possui vazão suciene para diluir o euene
originado dos raamenos primários e secundários, ou ainda, se deseja a
reuilização da água originada do raameno do euene, porém com uma
qualidade superior. Suas principais eapas são: lração, cloração ou ozonização
para a remoção de bacérias, absorção por carvão aivado, e ouros processos
de absorção química para a remoção de cor, redução de espuma e de sólidos
inorgânicos, ais como elerodiálise, osmose reversa e roca iônica. Os méodos
empregados no raameno erciário são mais caros e a escolha de cada um
irá depender da qualidade da água necessária (na indúsria ou para o corpo
hídrico). Por exemplo, se desejamos que o euene enha como desino um rio
que irá abasecer cidades se az necessária sua desinecção, que nada mais é
que a reirada de microrganismos paogênicos além de reirar maéria orgânica
remanescene, o nirogênio e ósoro responsáveis pela eurozação. Para maéria

126
TÓPICO 4 | TIPOS DE TRATAMENTOS DE EFLUENTES

orgânica uiliza-se o méodo de lros de carvão aivado e de ozonização para


oxidação dos composos orgânicos. E para o ósoro, az-se o raameno com sais
de erro ou alumínio que o precipiarão ransormando o ósoro em um lodo
de diícil raameno, mas acilmene removível. O nirogênio pode ser reirado
por bacérias desniricanes, com carência de oxigênio, ou ainda converido em
amônia e liberados por orres de remoção especíca. A desinecção e reirada de
odores do euene são realizadas com a cloração que possui ação bacericida.

Somene após o raameno, esse esgoo, agora água, pode reornar aos
rios, lagos ou mares. Muias vezes, com melhor qualidade do que o capado,
prevenindo a conaminação da água e não colocando em risco a saúde de odo
o meio ambiene que desa água se serve. Sem o raameno do esgoo eremos a
conaminação, além da água, a do solo e o desenvolvimeno de várias doenças.
Como você percebeu, o raameno do esgoo, além de melhorar a saúde, aumena
a qualidade de vida da população.

UNI

Você sabe o que é eutrozação?

É a fertilização excessiva da água por recebimento de nutrientes (nitrogênio, fósforo),


causando o crescimento descontrolado (excessivo) de algas e plantas aquáticas.
FONTE: Disponível em: <https://goo.gl/TWtujV>. Acesso em: 14 jul. 2017.

3.9 TRATAMENTO DE LODO


Os lodos aivados são provenienes de inúmeros resíduos de raamenos
de euenes das ETE – Esações de Traameno de Euenes). Para não serem
prejudiciais ao meio ambiene, os lodos aivados podem ser raados e depois
levados para um aerro saniário ou dependendo sua composição, uilizada para
ouros ns como adubo para agriculura ou ser uilizada pela própria ETE.

E como se dá esse raameno?

Ele inicia-se pelo adensameno, que é o aumeno da concenração de


sólidos. As écnicas que podem ser uilizadas são: por gravidade, oação,
cenriugação ou por adensadores de eseira e ambor roaivo. Poseriormene,
em-se a esabilização que é a redução de maerial orgânico voláil, ocorrendo
em um reaor, de orma aeróbica, (presença de ar) eviando a concenração de
microrganismos paogênicos e pureação do lodo.

127
UNIDADE 2 | RECURSOS HÍDRICOS

Após a esabilização, a operação a ser realizada é o condicionameno,


que objeiva melhorar as caracerísicas de separação das ases do lodo (sólida
e líquida). A écnica de condicionameno é realizada com raameno químico,
uilizando de sais de alumínio ou erro, ou enão, por processos ísicos, por
raameno érmico.

Após o condicionameno emos a desidraação, que em como objeivo


reduzir a umidade no lodo, diminuindo seu volume para melhor armazenameno
nal. Devemos lembrar que o lodo do esgoo possui um grande número de
organismos paogênicos e necessia sorer esabilização em sua ração orgânica
biodegradável para ser conduzido à disposição nal. Deve-se uilizar processos
érmicos aquecendo o lodo a emperauras próximas de 180º, por no mínimo 30
minuos. O aquecimeno leva ao exermínio da maior pare dos microrganismos
paogênicos. Ao nal, o lodo é denominado biossólido, e nese esado pode ser
levado ao aerro saniário ou aproveiado no solo como adubo. Ouros méodos
uilizados para esabilização do lodo podem ser por adição de produos químicos
e adição de calor e a digesão anaeróbica ou aeróbica. Conorme Ruppenhal
(2014, p. 102):

o grau de esabilização do lodo produzido varia conorme o


processo de raameno de esgoo adoado. Naqueles em que ocorre
esabilização do lodo durane o próprio processo de raameno, não
há uma unidade especíca para a digesão do lodo. Caso conrário,
precisa passar por um digesor de lodo anes de seguir para as demais
ases. Após ser digerido, o lodo deverá passar por um processo de
desaguameno para aciliar o manuseio e o ranspore nal.

O desaguameno do lodo pode ser realizado por meios mecanizados ipo


lração, compacação ou cenriugação, ou os naurais que são: evaporação e
percolação (leios de secagem e lagoas de lodo). Ainda, de maneira cada vez maior,
devido às acilidades e como solução, esão sendo usados maeriais geossinéicos
para o desaguameno do lodo, como geoormas ou geoconainers.

Os geossinéicos são produos poliméricos (sinéicos ou naurais)


indusrializados, desenvolvidos para aplicação em obras geoécnicas, com uma ou
mais unções, como reorço, lração, drenagem, separação, impermeabilização
e conrole de erosão.

UNI

E aí, caro estudante! Você sabe o que é percolação?

Bem, segundo o dicionário Aurélio (FERREIRA, 1999) é a passagem lenta de um líquido


através de um meio ltrante; método de puricação ou extração por meio de ltros.

128
TÓPICO 4 | TIPOS DE TRATAMENTOS DE EFLUENTES

Observa-se que em locais onde as ETE são de pequeno pore, a solução para
o raameno do lodo são os processos naurais de desaguameno do lodocomo os
leios de secagem.

3.10 LEITOS DE SECAGEM


Os leios de secagem podem ser consruídos em ambiene cobero ou ao ar
livre, são projeados para receber o lodo de digesores, ou seja, são as unidades de
oxidação oal ou ambém chamados reaores UASB, são em sua maioria anques
reangulares, onde se processa a redução da umidade com evaporação e drenagem
da água liberada durane o período de secagem. É normalmene ormada pelos:
anques de armazenameno, camada drenane e coberura.

Em leios de secagem com coberura uilizam-se elhas ransparenes,


iguais às uilizadas em esuas de planas. Observe que em países ropicais, em
regiões sem precipiações pluvioméricas requenes, não é usual a coberura
neses. A insalação de uma coberura em leios de secagem é basane cara. Já em
países de clima rio e/ou com elevada requência de chuvas, ou precipiação de
neve, devem er coberura como obrigaoriedade para o sisema uncionar.

Os leios de secagem como um processo naural de perda de umidade


uncionam da seguine orma:

• primeiro há a liberação dos gases dissolvidos ao serem ranseridos do digesor


(pressão elevada) e submeidos à pressão amosérica nos leios de secagem;
• após, há a liqueação em unção da dierença de peso especíco aparene do
lodo digerido e da água;
• em seguida, em-se a evaporação naural da água ao conao próximo da
amosera;
• ocorrendo a evaporação devido ao poder caloríco do lodo.

Observe que o lodo em condições normais de secagem poderá ser


removido do leio de secagem após e um período de 20 a 40 dias, vericando que
a umidade reduziu de 60% a 70%.

Segundo Ruppenhal (2014) há experiências realizadas na região Sudese


do Brasil, onde o lodo uilizado no leio de secagem com umidade média de 95%
poseriormene aingiu valores de 50% após 20 dias com climas avoráveis. Foi
observado que na região Nordese, os dias para a ocorrência de secagem é de 15
dias em média.

129
UNIDADE 2 | RECURSOS HÍDRICOS

FIGURA 41 – ATERROS SANITÁRIOS EM SANTA CATARINA

FONTE: Disponível em: <http://www.ambiental.sc/servicos/limpeza-urbana/tratamento-e-


disposicao-nal-de-residuos/>. Acesso em: 14 jul. 2017.

4 MÉTODOS DE TRATAMENTOS AVANÇADOS DA ÁGUA


Aé aqui esudamos os méodos de raameno de água mais uilizados
no Brasil e no mundo. Agora, veremos alguns ouros, não ão comuns em unção
de pouca diusão e esudo na área, mas que podem ser um dierencial na busca
do raameno da água com menor uilização de produos químico, mas com
excelenes resulados em poabilidade para consumo humano e consequenemene
uma água de melhor qualidade para a população.

4.1 FILTRAÇÃO EM MARGEM


A maioria dos sisemas da Filração de Margem em Rio (FMR), são
consruídos em aquíeros aluviais siuados ao longo das margens dos rios e lagos.
Eses aquíeros consisem em depósios de camadas de dierenes maeriais,
denre os quais enconra-se, areia, areia grossa ao cascalho e grandes seixos
rolados. As circunsâncias ideais incluem ipicamene grãos-grosseiros, os quais
a permeabilidade dos sedimenos acilia o direcionameno da água para o poço,
e que sejam conecados hidraulicamene com o leio do rio/lago. Eses depósios
são enconrados denro de vales proundos e largos ou em vales esreios e rasos.

A lração em margem aconece de maneira que a água é exposa a


diversos processos hidrodinâmicos, mecânicos, biológicos e ísico-químicos que
ocorrem pela sua passagem aravés dos sedimenos das margens e dos leios
dos corpos d´água aé o poço. As eapas que ocorrem nese meio são: dispersão,
diluição, lração, colmaação, adsorção, sedimenação, reação de redox, roca
iônica e biodegradação (DONALD; e al. 2002; TUFENKJI e al., 2002 e SENS e
al. 2006).

130
TÓPICO 4 | TIPOS DE TRATAMENTOS DE EFLUENTES

FIGURA 42 - FILTRAÇÃO EM MARGEM

FONTE: Adaptado de Freitas (2010 apud FERREIRA 2011, p. 27)

4.2 FILTRAÇÃO POR MEMBRANA


Uma membrana, pode se dizer que é um lro que elimina odos os
composos maiores do que seu peso molecular de core. O uso do ipo de
membrana a ser uilizada para ober uma água de qualidade desejável depende
das subsâncias a serem eliminadas da água brua. O emprego de lração por
membranas é dividido em quaro caegorias, de acordo com seus ponos de cores.
Eses são: Microlração (MF), Ulralração (UF), Nanolração (NF) e Osmose
Reversa (OR). Os dois primeiros processos necessiam de uma pressão de serviço
menor que 5 bars e são mais uilizados para separação sólido/líquido e eliminação
de parículas. A UF reira parículas minerais e orgânicas e parículas biológicas,
como as algas, bacérias e vírus. A UF pode ambém ser usada juno à adsorção
sobre carvão aivado em pó, para reirar moléculas orgânicas dissolvidas.

Já a Osmose Reversa e a Nanolração podem reirar parículas do amanho


de um íon. A NF é mais uilizada para diminuir e, em pare, para desmineralizar
água salobra ou pouco salina e a OR para dessalinizar a água do mar ou águas
salobras. A uilização de membranas poliméricas para puricação e produção de
água poável vem cada vez mais crescendo. A uilização de membrana já vem
desde os anos de 1960, nos quais oram desenvolvidas membranas de aceao
de celulose para a osmose reversa, vericando as possibilidades de uilizá-la no
raameno de águas e águas residuárias. Algumas desas aplicações incluem
dessalinização, abrandameno, remoção de Maéria Orgânica Naural (MON),
remoção de pesicidas, micropoluenes orgânicos e meálicos e remoção de

131
UNIDADE 2 | RECURSOS HÍDRICOS

niraos. Hoje muias empresas de abasecimeno de água do Japão, Ausrália,


Holanda, Inglaerra, Esados Unidos, Nações Árabes, e aqui no Brasil esão
consruindo insalações de lração por membranas para a produção de água
poável (HOFMAN e al., 1994).

4.3 UTILIZAÇÃO DE MEMBRANAS NA CLARIFICAÇÃO E


NA DESINFECÇÃO
A membranas de ulralração com seu pono de core de 0,01 mm, são
barreiras deendo odos os sólidos suspensos incluindo urbidez e microrganismos
(proozoários, bacérias e vírus). Muio dierene dos processos convencionais,
em que há necessidade de produos químicos, na lração a remoção é oal, sem
er que adicionar reagenes e independe da qualidade da one de abasecimeno.
A eciência oal da UF para desinecção em sido amplamene pesquisada e
demonsrada (JACANGELO e al., 1995).

Segundo Jacangelo e al. (1995 apud RIBEIRO, 2009, p. 14):

Por comparação, processos de claricação convencional (normalmene


coagulação – oculação – lração e desinecção) são de conança
e eciência limiadas, dependendo da qualidade da one de água
e das condições de operação para a esação, iso é, concenrações
dos reagenes, pH, emperaura, empo de conao e de parâmeros
hidráulicos. Em quase odos os rabalhos sobre membranas, ena-
se denir, a grosso modo, as dierenes ecnologias de membranas
uilizáveis em raameno de água em unção do amanho dos poros
das membranas e do diâmero médio das “parículas” que ocorrem
nas águas naurais. Por exemplo, a microlração é aconselhada para
amanhos enre 10 e 0,1 mm, a ulralração para amanhos enre 0,2
e 0,001 mm e a nanolração, para amanhos enre 0,01 e 0,0004 mm.
Em consequência, da ormação de subproduos por desineanes /
desinecção, esá havendo uma preocupação maior pelas indúsrias
sobre a remoção de maéria orgânica naural (MON) das águas bruas
de abasecimeno. Três imporanes opções na remoção de MON
podem ser a coagulação/sedimenação, a adsorção sobre carvão aivado
granular (CAG), e a lração por membranas. Deses rês processos, a
coagulação é o mais amplamene usado nas águas indusriais. Mas
quando a coagulação não pode aingir a concenração adequada de
NOM ou conrolar a ormação de subproduos, ouras ecnologias ais
como CAG e nanolração podem ser usadas.

132
TÓPICO 4 | TIPOS DE TRATAMENTOS DE EFLUENTES

FIGURA 43 – TRATAMENTO BIORREATOR COM OSMOSE PROCESSO RETENÇÃO E


PRELIMINAR COM MEMBRANA REVERSA OXIDATIVO E RETENÇÃO AVANÇADO

FONTE: Disponível em: <http://revistapesquisa.fapesp.br/2015/09/15/agua-reciclada/. Acesso


em: jul. 2017>. Acesso em: 14 jul. 2017.

5 LEGISLAÇÃO
E a qualidade da água?

A lei que insiuiu a Políica Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) e


ambém que criou o Sisema Nacional de Gerenciameno de Recursos Hídricos
(SINGREH) é a Lei nº 9433/1997.

A Agência Nacional das Águas – ANA, enidade ederal de implemenação


da PNRH e de coordenação do SINGREH, oi criada pela Lei nº 9984/2000. Tem
como objeivo regular o uso das águas dos rios e lagos de domínio da União e
implemenar o SINGREH, garanindo o seu uso susenável, eviando a poluição
e o desperdício e assegurando água de boa qualidade e em quanidade suciene
para a aual e as uuras gerações.

Ouras resoluções imporanes perinenes à água são: a Resolução do


CONAMA 357/2005, que ala sobre a classicação dos corpos de água e direrizes
ambienais para o seu enquadrameno, bem como esabelece as condições e
padrões de lançameno de euenes e dá ouras providências. A Resolução
CONAMA 430/2011, que dispõe sobre condições e padrões de lançameno de
euenes e que complemena e alera a Resolução nº 357, de 2005 do CONAMA.

133
UNIDADE 2 | RECURSOS HÍDRICOS

UNI

Se você quer pesquisar mais sobre água, acesse os sites a seguir:

<www.ana.gov.br>.
<www.aguaonline.com.br>.
<www.aguasubterranea.hpg.ig.com.br>.
<www.amigodaagua.com.br>.
<www.ate.com.br>.
<www.abrh.org.br/agua>.
<www.worldwater.org>.
<www.ondazul.org.br>.
<www.rededasaguas.org.br>.
<www.sosaguas.org.br>.
<www.mma.gov.br>.
<www.uniagua.org.br>.
<www.solociencia.com>.

UNI

Para saber mais sobre a ANA, acesse ao link disponível em: <http://www2.
ana.gov.br/Paginas/default.aspx>.

134
TÓPICO 4 | TIPOS DE TRATAMENTOS DE EFLUENTES

LEITURA COMPLEMENTAR

ESCASSEZ DE ÁGUA NO BRASIL

Para enender a escassez de água no Brasil, é preciso considerar que


exisem aores geográcos, políicos e climáicos associados a esse problema.

O Brasil passou a viver, a parir de 2014, os primeiros grandes ocos


daquilo que pode ser a maior crise hídrica de sua hisória. Com um problema
grave de seca e ambém de gesão dos recursos naurais, o país vem apresenando
níveis baixos em seus reservaórios em épocas do ano em que eles cosumam
esar bem mais cheios. Essa ocorrência, de cera orma, represena uma grande
conradição, pois o Brasil é considerado a maior poência hídrica do planea.

Mas se há muia água disponível no Brasil, por que esá alando água?

Para enender a quesão da escassez de água no Brasil, é preciso primeiro


enender algumas quesões geográcas concernenes ao erriório nacional.

Em primeiro lugar, embora o país possua as maiores reservas de água por


unidade erriorial do planea, é preciso desacar que elas esão desigualmene
disribuídas no espaço geográco brasileiro. A região Nore, noadamene a Bacia
do Rio Amazonas, é aquela que possui a maior concenração de água no país,
ano pelo rio em quesão quano pela presença do Aquíero Aler do Chão, o
maior em volume d'água.

Em segundo lugar, é preciso enender a quesão demográca. A maior


pare da população brasileira não reside nos ponos onde a água enconra-se
disponível de orma mais abundane, pois há uma concenração populacional
muio elevada nas regiões Sudese e Nordese, respecivamene. Curiosamene,
são essas as regiões cujos esados possuem os maiores hisóricos de secas e
escassez de água ao longo do empo.

Esse panorama conribui consideravelmene para o problema em quesão,


haja visa que a exploração dos recursos hídricos da Amazônia é oalmene
inviável em virude dos grandes cusos de ranspore e ambém pelos iminenes
impacos naurais, que podem compromeer as reservas de água enão disponíveis.

Mas isso não é udo para enender a escassez de água no Brasil. Exisem
ambém as quesões reerenes à uilização e gesão dos recursos hídricos no país.

Pela Consiuição Federal de 1988, cabe aos governos esaduais a missão


de gerir e adminisrar a capação e disribuição de água, embora o governo ederal
ambém precise auar por inermédio do ornecimeno de verbas públicas e obras
ineresaduais. Nesse senido, alguns governos, por quesões adminisraivas ou
aé políicas, podem apresenar algumas alhas, principalmene no que se reere
ao planejameno no manejo dos recursos hídricos.
135
UNIDADE 2 | RECURSOS HÍDRICOS

No Brasil, aualmene, o esado que vem passando por maiores diculdades


é São Paulo, o que vem araindo uma grande aenção da mídia, pois a capial
paulisa, que é a área mais povoada do país, é a proagonisa desse cenário.
Nesse caso, uma seca oal pode aear a vida de dezenas de milhões de pessoas.
O reservaório do Sisema Canareira, o principal da cidade, vem apresenando
sucessivos recordes de baixas em seu volume, o que orna o conexo em quesão
ainda mais desavorável.

Além da má disribuição dos recursos hídricos e dos problemas de gesão


no erriório nacional, o problema da escassez de água no Brasil ambém perpassa
pelas recenes secas que vêm aeando o país. Nos úlimos anos, principalmene
em 2014, os níveis de precipiação caram muio abaixo do esperado, por isso,
os reservaórios em odo país maniveram baixas hisóricas, principalmene na
região Sudese.

Vale lembrar, anal, que a ala de água no Brasil não aea somene a
disponibilidade de água raada nas residências. As indúsrias e a agriculura (os
principais consumidores) são os seores que mais poderão sorer com o problema,
o que pode acarrear impacos na economia como um odo – lembrando que a maior
pare das indúsrias do país esá jusamene na região Sudese. Além disso, cabe a
ressalva de que o principal modal energéico do país é o hidrelérico, que possui
como pono negaivo jusamene a dependência em relação à disponibilidade,
de modo que uma seca exrema pode levar o país a um novo racionameno de
energia, al qual o ocorrido em 2001.

PENA, R. F. A. Escassez de água no Brasil.  Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/


geograa/escassez-agua-no-brasil.htm>. Acesso em: 24 jul. 2017.

136
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você aprendeu que:

• Esudamos a poluição da água e aprendemos os ipos e principais processos de


raameno de euenes.

• No processo de raameno emos a água vinda do corpo recepor e que começa


a ser raada na esação razida dos duos. É levada para os anques, na esação
de raameno recebendo inicialmene o sulao de alumínio e o hidróxido de
cálcio, que êm a nalidade de azer as parículas nas de areia e de argila
presenes na água se junarem, ormando ocos. Como essas parículas
são maiores e mais pesadas, elas vão sendo deposiadas no undo de ouro
anque, chamado de anque de decanação. Depois de passar algumas horas
decanando a água acima das impurezas, a limpa, vai para eapa de lração.
Esse lro é ormado de várias camadas de cascalho, de areias mais grossas as
mais nas, que reêm ouras parículas que não se deposiaram na decanação
e que nesa eapa são reidos nos espaços enre os grãos de areia, além de
micróbios. Poseriormene é eia a desinecção com cloro para reirar os
micróbios que ainda se enconram na água e a uoreação, para daí ir para as
casas e indúsrias por meio de ubulações.

• No raameno de euenes empos o processo de limpeza da água de esgoo


domésico e indusrial nas ETEs que se compõem das seguines eapas: pré-
raameno com grade média (limpeza manual, siuada na esação elevaória);
o raameno primário: reaor anaeróbio de uxo ascendene (UASB); o
raameno secundário: biolros aerados submersos; o raameno erciário
desidraação do lodo: leios de secagem e o bombeameno da água. Além
de raamenos avançados como a lração em margem e o raameno por
membranas ambém são uilizados para raamenos de auenes e euenes.

• Para vericação de oda legislação da água emos a ANA (Agência Nacional


de Águas) órgão ederal que em como objeivo regular o uso das águas dos
rios e lagos de domínio da União assegurando água de boa qualidade e em
quanidade suciene para a aual e as uuras gerações.

137
AUTOATIVIDADE

1 Assinale a alernaiva correa das armações abaixo da armação a seguir:

É a erilização excessiva da água por recebimeno de nurienes (nirogênio,


ósoro), causando o crescimeno desconrolado (excessivo) de algas e planas
aquáicas, é o conceio de:

a) ( ) Lodo aivado.
b) ( ) DBO.
c) ( ) DQO.
d) ( ) Eurozação.
e) ( ) Percolação.

2 Relacione a primeira coluna com os conceios da segunda coluna:

a. Traameno biológico ou secundário.


b. Lodo aivado.
c. Demanda química de oxigênio (DQO).
d. Filração em margem.
e. Membranas.

( ) Tem como objeivo remover a maéria orgânica dissolvida e em suspensão


ao ransormá-la em ocos biológicos ou sólidos sedimenáveis e gases.
( ) São resíduos provenienes de raamenos de euenes das Esações de
Traameno de Euenes – ETE.
( ) É uma indicação indirea do eor de maéria orgânica presene na amosra de
esgoo e em o objeivo de medir o consumo de oxigênio para a sua oxidação
química.
( ) É um lro que elimina odos os composos maiores do que seu peso
molecular de core.
( ) Aconece quando a água é exposa a diversos processo hidrodinâmicos,
mecânicos, biológicos e ísico-químicos que ocorrem pela sua passagem
aravés dos sedimenos das margens e dos leios dos corpos d´água.

3 Na área de meio ambiene qual é a denição de Percolação?

138
UNIDADE3

GESTÃO DE RESÍDUOS

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

A partir desta unidade, você deverá ser capaz de:

• conhecer quais são os resíduos sólidos e urbanos e a imporância da gesão


e desino para preservação de nosso planea;

• conhecer e aprender como deve ser realizado o ranspore inerno e exer-


no deses resíduos, bem como a legislação perinene;

• saber a imporância da disposição correa dos resíduos;

• conhecer como desenvolver a susenabilidade em nosso país, conorme


normas e legislações.

PLANO DE ESTUDOS
Esa unidade esá dividida em cinco ópicos. No decorrer da unidade você en-
conrará auoaividades com o objeivo de reorçar o coneúdo apresenado.

TÓPICO 1 – RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS E INDUSTRIAIS

TÓPICO 2 – GESTÃO E GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS

TÓPICO 3 – CUIDADOS NO TRANSPORTE INTERNO E EXTERNO

TÓPICO 4 – TÉCNICAS DE DISPOSIÇÃO FINAL AMBIENTAL CORRETA

TÓPICO 5 – GESTÃO DE SUSTENTABILIDADE

139
140
UNIDADE 3
TÓPICO 1

RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS E


INDUSTRIAIS

1 INTRODUÇÃO
Com o aumeno da população mundial, consequenemene com a
urbanização, a melhoria da renda, o aumeno de produção e de consumo de
produos manuaurados, verica-se um maior impaco no manejo e disposição
nal inadequado de vários ipos de resíduos. A cada inovação ecnológica
desenvolvida pelo homem, verica-se em paralelo um aor poluene novo ou um
desequilíbrio ecológico (PINTO, 2009). Como exemplo, no passado, a máquina
de vapor que uilizou o carvão incenivou o desmaameno e, na aualidade,
a indúsria peroquímica que desenvolve novos ipos de plásicos, alguns não
biodegradáveis. A bioecnologia rouxe a preocupação como o bioerrorismo
(RIFKIN apud PINTO 2009).

Volando à quesão mais próxima, no âmbio das cidades emos a


deciência e/ou ineciência do seor público em gerenciar a disposição nal e
da população em cobrar deses a alocação dos resíduos em locais próprios. A
preocupação em haver um recolhimeno deses resíduos, az com que haja um
impaco crescene na siuação do meio ambiene em absorver sem impacar odo
um ecossisema.

2 DEFINIÇÃO DE RESÍDUO SÓLIDO


Conorme a Consiuição Federal capu do arigo 225 (BRASIL, 1988, p.
170), “meio ambiene ecologicamene equilibrado, bem de uso comum do povo e
essencial à sadia qualidade de vida”.

O desao hoje é para os gesores públicos com auxílio de uma população


mais esclarecida e preocupada com a saúde pública, aravés do conhecimeno da
legislação, bem como os ipos de resíduos exisenes a rabalharem para colocar
em práica a implemenação de sisemas de gerenciameno inegrado de resíduos
sólidos. A melhor maneira para aingir esse objeivo será o aproveiameno deses
resíduos na adoção de raameno (composagem e reciclagem) e disposição nal
segura com uma parcela mais reduzida deses resíduos em aerro saniários.

Segundo o PNRS (Políica Nacional de Resíduos Sólidos) Lei nº 12.305/2010,


regulamenada pelo Decreo nº 7.404/2010, resíduo sólido é

141
UNIDADE 3 | GESTÃO DE RESÍDUOS

[...] maerial, subsância, objeo ou bem descarado resulane de


aividades humanas em sociedade, a cuja desinação nal se procede,
se propõe proceder ou se esá obrigado a proceder, nos esados sólido
ou semissólido, bem como gases conidos em recipienes e líquidos
cujas paricularidades ornem inviável o seu lançameno na rede
pública de esgoos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções
écnica ou economicamene inviáveis em ace da melhor ecnologia
disponível.

E conorme a ABNT (2004, p. 1) na NBR 10004/2004, resíduos sólidos são:

[...] aqueles nos esados sólidos e semissólidos, que resulam de


aividades da comunidade de origem: indusrial, domésica, hospialar,
comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos, nesa
denição os lodos provenienes de sisemas de raameno de água,
aqueles gerados em equipamenos e insalações de conrole de
poluição, bem como deerminados líquidos, cujas paricularidades
ornem inviável seu lançameno na rede pública de esgoo ou corpos
de água, ou exijam para isso soluções écnica e economicamene
inviáveis em ace à melhor écnica disponível.

D’almeida e Vilhena, (2000) apresena resíduo sólido ou lixo, como odo


maerial sólido ou semissólido indesejável e que necessia ser removido por er
sido considerado inúil por quem o descara, em qualquer lugar desinado a ese
m.

Já o lixo, expressão de cunho popular mais uilizada, conorme Rufno


(2009), esá relacionado à aversão, em que esse lixo é composo de elemenos
inúeis, malcheirosos e prejudiciais à saúde humana, devendo ser manido em
locais aasados. Enquano o “resíduo” esá relacionado a maeriais (ou pare deles)
que não apresenam uilidade direa, podendo ser descarados adequadamene
ou reaproveiados, omando pare em um ciclo (RUFFINO 2009)

E o “rejeio” é considerado como algo inservível e que a única aplicação


seria a disposição nal.

E qual é a divisão do lixo quano à origem?

142
TÓPICO 1 | RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS E INDUSTRIAIS

FIGURA 44 – DIVISÃO EM ÁREAS QUANTO À ORIGEM

FONTE: Disponível em: <www.senado.gov.br/noticias/jornal/emdiscussao/saiba.../0604_Valdir_


Schalch.ppt>. Acesso em: 1 ago. 2017.

Segundo Oliveira (2014b), “é a práica do consumo que “dispara” sem


precedenes. No mundo, ao ano, são mais de 70 milhões de veículos consumidos.
O consumo da humanidade em bens e serviços em 1960 aingiu o equivalene
a US$ 4,9 rilhões (dólares de 2008); em 1996, chegou a US$ 23,9 rilhões e, dez
anos depois, aingiu mais de US$ 30 rilhões. Na França, a média do consumo
de proeínas é de 115 gramas/dia, ao passo que em Moçambique é de apenas
32 gramas. Cada cidadão dos Esados Unidos, na média, consome 120 quilos
de carnes ao ano (10 quilos por mês), enquano um angolano consome 24
quilos/ano, (2 quilos/mês). Os 315 milhões de esadunidenses (dados de 2012)
comem 9 bilhões de aves odos os anos. Na Ásia ineira, com 3,5 bilhões de
pessoas, consome-se 16 bilhões de aves ao ano. Há 150 carros para cada mil
habianes na China, enquano nos países da Organização para a Cooperação e
Desenvolvimeno Econômico (OCDE) essa relação é de 750, e na Índia, apenas 35.
Oiena e dois por ceno da população da Índia, 65% da população da Indonésia,
55% da chinesa e 17% da brasileira ganham menos de U$$ 2/dia, segundo dados
do esudo Susainable Consumpion: A Global Saus Repor, produzido pela
Unied Naions Environmen Programme (2002)”.

143
UNIDADE 3 | GESTÃO DE RESÍDUOS

E ainda emos ouros como segundo Oliveira (2014 b):

• Os cosméicos nos EUA, que por ano são gasos US$ 8 bilhões.
• Os gasos com cigarros na Europa chegam a mais de US$ 50 bilhões e mais US$
105 bilhões em bebidas alcóolicas.
• Os armamenos e equipamenos bélicos no mundo giram, ao ano, próximo de
US$ 780 bilhões, enquano apenas US$ 9 bilhões seriam sucienes para levar
água e saneameno básico para oda a população mundial.
• 80% do consumo privado mundial é abocanhado por 20% da população
mundial residene nos países mais ricos, o que az “sobrar” para 80% da
população (5,6 bilhões de pessoas), residene nos países mais pobres e em vias
de desenvolvimeno, apenas 20% da produção mundial.
• Só os EUA, com 4,5% da população mundial consomem 40% de odos os
recursos disponíveis.
• Enquano os mais ricos exageram no consumo, os mais pobres sorem de pero
as consequências do desequilíbrio ambienal.
• Nos úlimos 30 anos o consumo mundial de bens cresceu numa média anual de
2,3%; em alguns países do lese asiáico essa axa supera o paamar de 6%.

Conorme BOFF (2012, p. 74):

Esse processo de produção exige mais e mais a exploração dos recursos


da naureza. Como decorrências quano mais se exploram os recursos
naurais, mais escassos se azem, mais poluição se produz, mais
deoresação ocorre, mais se envenenam os solos, mais se conaminam
as águas, mais se degeneram ecossisemas e cada vez mais aumena o
aquecimeno global com as decorrenes mudanças climáicas

Ainda, segundo Oliveira (2014b):

Traa-se de um desequilíbrio sem igual provocado por poucos que


dominam a cena do consumo mundial. Sephen Pacala, ecologisa da
Universidade Princeon, apona que as 500 milhões de pessoas mais
ricas do mundo (aproximadamene 7% da população mundial) são
aualmene responsáveis por 50% das emissões globais de dióxido
de carbono, enquano os 3 bilhões mais pobres são responsáveis por
apenas 6%.

Analisando eses aspecos, percebemos que ainda a minoria da população


que deêm o maior poder aquisiivo do planea é a que mais consome bens
manuaurados de orma direa ( o seu consumo paricular, em alimenos
serviços, produos de beleza, carros, mansões e bens de consumo em geral) e
indireamene aravés da posse de empresas (das quais são donos ) ou invesem
por meio de compras de ações.

144
RESUMO DO TÓPICO 1

Neste tópico, você aprendeu:

• A denição de resíduo sólido, lixo e rejeio, conorme a consiuição e algumas


insiuições como a ABNT: “[...] aqueles nos esados sólidos e semissólidos,
que resulam de aividades da comunidade de origem: indusrial, domésica,
hospialar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição”.

• Como se dá a divisão do lixo conorme sua origem, ou seja, ele é subdividido


em resíduos domiciliares, de limpeza urbana, de esabelecimenos comerciais
e presadores de serviços, resíduos de serviços públicos e de saneameno, de
serviços de ranspore, de consrução civil, de mineração, indusriais de saúde,
agrossilvopasoril, e resíduos de signicaivo impaco ambienal.

145
AUTOATIVIDADE

1 Qual é a denição de resíduo sólido?

2 O que é o rejeio?

3 Qual é a divisão do lixo quano à origem?

146
UNIDADE 3
TÓPICO 2

GESTÃO E GERENCIAMENTO DE
RESÍDUOS

1 INTRODUÇÃO

Conorme o que emos na Políica Nacional de Resíduos Sólidos, Lei


nº 12.305/2010, gerenciar resíduos sólidos em nosso país já possui direrizes
sólidas a serem seguidas nas várias eseras do poder público (ederal, esadual e
municipal). O gerenciameno de resíduos sólidos, nesa legislação permie que o
esado enha inormações de como proceder nas várias eapas do gerenciameno
dos resíduos como colea, ranspore, ransbordo, raameno e desinação nal
ambienalmene correas desses resíduos sólidos e disposição nal, assim como,
inormar o cidadão de como poderá azer pare desse processo que em como
objeivo nal a sua melhor qualidade de vida sem os derios causadores de
doenças.

SOUZA e al. (2009, p. 1) conceiua a Gesão de resíduos sólidos como

um conjuno de aiudes (comporamenos, procedimenos, propósios)


que apresenam como objeivos principal, a eliminação dos impacos
ambienais negaivos, associados à produção e à desinação do lixo.
Na ausência do gerenciameno de resíduos sólidos, a produção
e a desinação do lixo podem conduzir aos seguines problemas,
enre vários ouros: conaminação do solo com ungos e bacérias;
conaminação das águas de chuva e do lençol reáico; aumeno da
população de raos, baraas e moscas, disseminadores de doenças
diversas, aumeno dos cusos de produos e serviços; enupimeno das
redes de drenagem das águas de chuva; assoreameno dos córregos e
dos cursos d’água; incêndios de largas proporções e diícil combae;
desruição da camada de ozônio ec.

2 O PROCESSO DE GESTÃO DE RESÍDUOS


A gesão de resíduos sólidos pode diminuir, e em alguns casos eviar, esses
impacos negaivos, propiciando níveis crescenes de qualidade de vida, saúde
pública e bem-esar social, além de gerar redução das despesas de recuperação das
áreas degradadas, da água, dos lençóis reáicos e do ar poluído, possibiliando a
aplicação desses mesmos recursos (econômicos) em ouras áreas de ineresse da
população. Além disso, a gesão de resíduos sólidos, aplicada às indúsrias e às
ábricas, reduz os cusos de produção, possibiliando a recuperação de maérias-
primas, aproveiáveis no processo de abricação, ou comercializável por erceiros
Souza e al. (2009)

147
UNIDADE 3 | GESTÃO DE RESÍDUOS

A gesão de resíduos sólidos é uma das maneiras mais direas para


minimizar os impacos ao meio ambiene. Também cabe a cada um de nós orienar
as medidas que podem reduzir o desperdício. As empresas, de um modo geral,
podem direcionar sua produção de maneira produiva e ambém que venha a
colaborar com o meio ambiene em geral, como, por exemplo, reaproveiar o
maerial que oi rejeiado na produção para ser reciclado e aproveiado pelos
ouros seores, eviando que seja descarado para o lixo (SOUSA, 2009).

Segundo Adissi, Pinheiro e Cardoso (2012), o uxo de inormação do


invenário de resíduos na empresa é composo pelos seguines iens:

1. Inormações gerais da indúsria:


I- Razão Social.
Il- Endereço da unidade indusrial.
III- Endereço para correspondência.
IV- Conao écnico.
V- Caracerísica da aividade indusrial.
VI- Responsável pela empresa.

2. Inormações sobre o processo de produção desenvolvida pela empresa:


I- Lisar as maérias-primas e insumos uilizados.
II- Idenicar qual a produção anual da indúsria.
III- Apresenar uma relação das eapas em que apresene o decorrer do
processo indusrial.
IV- Relacione odas as eapas do processo de produção.

3. Inormações sobre os resíduos sólidos gerados nos úlimos 12 meses:


1. Formas de armazenameno.
2. Formas de raameno na indúsria.
3. Formas de raameno ora da indúsria/desino.

3.1 Na própria indúsria: inormações sobre resíduos sólidos gerados:


1. Armazenameno.
2. Traameno.
3. Reuilização.
4. Reciclagem.
5. Disposição nal.

3.2 Fora da Indúsria: inormações sobre resíduos sólidos gerados:


1. Armazenameno.
2. Traameno.
3. Reuilização.
4. Reciclagem.
5. Disposição nal.

4. Inormações sobre resíduos sólidos gerados nos anos aneriores.


I- Resíduos gerados nos anos aneriores que esão sob o conrole da
indúsria.
148
TÓPICO 2 | GESTÃO E GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS

2.1 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS


Os resíduos sólidos são classicados conorme a origem, ipo de resíduo,
composição química e periculosidade.

2.1.1 Quanto à origem


O lixo quano à origem à classicado como:

• indusrial,
• serviço de saúde,
• domiciliar,
• comercial,
• limpeza urbana,
• ranspore (erminais rodoviários, aeroporos, poros e erroviários),
• consrução civil,
• mineração,
• agrossilvopasoril.

2.1.2 Quanto à periculosidade


A classicação dos resíduos sólidos quano à periculosidade, conorme a
ABNT NBR 10.004 (2004, p. 1) em:

Classe I:

Perigosos. São aqueles que proporcionam:


• riscos à saúde pública;
• riscos ao meio ambiene.

Classe II
Os não perigosos.

Classe IIA:
Os não ineres, ou seja:
• biodegradáveis, com combusibilidade ou solubilidade em água.

Classe IIB
Os ineres:

• São quaisquer resíduos que, quando amosrados de uma orma represenaiva,


e submeidos a um conao dinâmico e esáico com água desilada ou
desionizada, à emperaura ambiene, não iverem nenhum de seus consiuines
solubilizados a concenrações superiores aos padrões de poabilidade de água,
exceuando-se aspeco, cor, urbidez, dureza e sabor.
149
UNIDADE 3 | GESTÃO DE RESÍDUOS

2.2 POLÍTICA NACIONAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS (PNRS)


A Lei nº 12.305/2010, para resíduos sólidos é pare inegrane da
Políica Nacional dos Resíduos Sólidos que inegra a Políica Nacional do
Meio Ambiene juno à Políica Federal do Saneameno Básico e com a Políica
Nacional da Educação Ambienal. (Esses são órgãos hierárquicos que auxiliam
no cumprimeno da legislação da Políica de resíduos sólidos). Possui vínculo
com as Políicas Nacionais de Recursos Hídricos, de Saúde, Urbana, Indusrial,
Tecnológica. Observando que o objeivo da PNRS é o não desenvolvimeno, a
redução, a reuilização e o raameno de resíduos sólidos, bem como a disposição
nal de orma adequada dos rejeios não uilizáveis.

Os objeivos, de orma sucina, são: a redução do uso de recursos naurais


nos processos produivos, inensicar as ações de educação ambienal, aumenar
o incenivo a reciclagem que auxilia na inclusão social. Ese úlimo, uilizando o
resíduo sólido reuilizável e reciclável como um bem econômico e de valor social,
que pode gerar rabalho e renda à população menos avorecida. (RUPPENTHAL
2014).

O PNRS em como ações para o desenvolvimeno de um m para os


resíduos sólidos: o invenário e o sisema declaraório anual de resíduos sólidos,
a colea seleiva e o incenivo às cooperaivas de caadores (BRASIL, 2002).

O invenário de resíduos indusriais é um insrumeno de políica de


gesão de resíduos, em que as indúsrias devem ornecer inormações aos órgãos
ambienais esaduais sobre a geração, caracerísicas, armazenameno, ranspore,
raameno, reuilização, recuperação e disposição nal dos seus resíduos sólidos
gerados.

Oura preocupação do PNRS são o moniorameno e a scalização


ambienal, saniária e agropecuária, a cooperação écnica e nanceira enre os
seores público e privado, desenvolvendo pesquisas de novos produos, méodos,
processos e ecnologias de gesão para a área (BRASIL, 2010).

Segundo Oliveira (2014b):

150
TÓPICO 2 | GESTÃO E GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS

FIGURA 45 – PLANO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

FONTE: Disponível em: <http://www.agricultura.gov.br/assuntos/camaras-setoriais-tematicas/


documentos/camaras-setoriais/viticultura-vinhos-e-derivados/anos-anteriores-1/
politica-nacional-de-residuos-solidos-39.pdf>. Acesso em: 10 ago. 2017.

E como deve aconecer o Plano de Resíduos Sólidos delineado pelo


Governo Federal?

151
UNIDADE 3 | GESTÃO DE RESÍDUOS

FIGURA 46 – HIERARQUIA DE PRIORIDADE NA GESTÃO DE E GERENCIAMENTO DE


RESÍDUOS SÓLIDOS

FONTE: Disponível em: <http://www.agricultura.gov.br/assuntos/camaras-setoriais-


tematicas/documentos/camaras-setoriais/viticultura-vinhos-e-derivados/
anos-anteriores-1/politica-nacional-de-residuos-solidos-39.pdf>. Acesso em:
10 ago. 2017.

2.3 LOGÍSTICA REVERSA

FIGURA 47 – A OBRIGAÇÃO DA IMPLANTAÇÃO DA LOGÍSTICA REVERSA

FONTE: Disponível em: <http://www.agricultura.gov.br/assuntos/camaras-setoriais-


tematicas/documentos/camaras-setoriais/viticultura-vinhos-e-derivados/
anos-anteriores-1/politica-nacional-de-residuos-solidos-39.pdf>. Acesso em:
10 ago. 2017.

152
TÓPICO 2 | GESTÃO E GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS

A logísica reversa é caracerizada como um conjuno de procedimenos que


em como oco ajudar na colea e desinação de resíduos para a área empresarial.
O principal objeivo é, aravés da ecnologia, er um reaproveiameno dos
resíduos sólidos no ciclo produivo da empresa ou em ouros ciclos produivos,
ou ainda, ouro desino não prejudicial ao meio ambiene e à saúde pública. Esse
é o ciclo adequado de reaproveiameno com a reenrada dos resíduos novamene
na cadeia de abasecimeno baixando os cusos de orma geral.

E segundo a legislação, em a responsabilidade comparilhada pelo ciclo


de vida do produo os: abricanes, imporadores, iulares dos serviços públicos
de limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos, consumidores e disribuidores
comerciais. Que em como objeivo de orma inegrada a minimização geração de
resíduos sólidos e rejeios e a redução dos impacos à saúde humana e à qualidade
ambienal decorrene do ciclo de vida dos produos. Além de um acordo seorial
de naureza conraual enre o poder público e abricanes, imporadores,
disribuidores ou comercianes para a implanação da responsabilidade
comparilhada pelo ciclo de vida do produo.

Responsabilidade da logísica reversa conorme os seores:

FIGURA 48 – RESPONSABILIDADE DA LOGÍSTICA REVERSA CONFORME OS SETORES

FONTE: Disponível em: <http://www.agricultura.gov.br/assuntos/camaras-setoriais-


tematicas/documentos/camaras-setoriais/viticultura-vinhos-e-derivados/anos-
anteriores-1/politica-nacional-de-residuos-solidos-39.pdf>. Acesso em: 10 ago. 2017.

153
UNIDADE 3 | GESTÃO DE RESÍDUOS

O CONAMA em a preocupação para deliberar sobre os resíduos


sólidos de:

FIGURA 49 – RESÍDUOS SÓLIDOS

FONTE: Disponível em: <http://www.agricultura.gov.br/assuntos/camaras-


setoriais-tematicas/documentos/camaras-setoriais/viticultura-vinhos-e-
derivados/anos-anteriores-1/politica-nacional-de-residuos-solidos-39.
pdf>. Acesso em: 10 ago. 2017.

A colea seleiva pelo município deve ser aendida como segue na gura:

FIGURA 50 – LEI Nº 12.305, DE 2 DE AGOSTO DE 2010

FONTE: Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/


lei/l12305.htm>. Acesso em: 11 ago. 2017.
154
TÓPICO 2 | GESTÃO E GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS

FIGURA 51 - LIXO

FONTE: Disponível em: <http://www.mma.gov.br/estruturas/secex_


consumo/_arquivos/8%20-%20mcs_lixo.pdf>. Acesso em: 12 ago.
2017.

Caro aluno, as direrizes para a logísica reversa e como ela aconece


devem esar indicadas principalmene nos Planos Esaduais, reeindo acordos
seoriais previsos na Políica Nacional, de acordo com orienação esraégica
denida pelo Comiê Orienador para Implemenação de Sisemas de Logísica
Reversa, com a coordenação do Minisério do Meio Ambiene.

Aos consumidores cabe a responsabilidade de acondicionar


adequadamene e disponibilizar os resíduos para colea ou devolução. O
descumprimeno da obrigação sujeia ao consumidor ocasionam penas que vão
de adverência aé mula que pode ser converida em presação de serviços.

A logísica reversa é de caráer obrigaória e deveria ser implanada


prioriariamene, a parir de 2013 aé 2020, para eses produos:

• lâmpadas uorescenes de vapor de sódio, de mercúrio e de luz misa;

• pilhas e baerias a parir dos disposiivos pequenos, como os de celulares e


relógios, as baerias de auomóveis e caminhões;

• para odos os ipos de pneus, de bicicleas para crianças, de carros, aé os pneus
de raores;
155
UNIDADE 3 | GESTÃO DE RESÍDUOS

• eleroelerônicos e seus componenes como os equipamenos de conrole


elerônico ou elérico, e odos os disposiivos de inormáica, som, vídeo,
eleonia, brinquedos, e equipamenos da linha branca, como geladeiras,
lavadoras e ogões, além de erros de passar, secadores, veniladores, exausores
ec;

• óleos lubricanes, seus resíduos e embalagens;

• agroóxicos, seus resíduos e embalagens, bem como, ouros produos cuja


embalagem, após o uso, consiua resíduo perigoso.

156
RESUMO DO TÓPICO 2

Neste tópico, você aprendeu:

• O que é logísica reversa e quais são os resíduos que possuem a obrigaoriedade


conrolada de pelas empresas abricanes de orma a não prejudicarem o meio
ambiene.

• Como se dá a divisão dos resíduos conorme a cor dos coleores.

• A legislação reguladora para o exercício da logísica reversa.

157
AUTOATIVIDADE

1 O que é a logísica reversa? E qual é seu objeivo?

2 Quais são os produos da Logísica reversa que são de caráer obrigaório o


seu reorno pelas empresas abricanes?

3 Para o descare do lixo em conainer especique para cada cor de conainer


de descare, o ipo de resíduo que deve ser descarado respecivamene:

158
UNIDADE 3
TÓPICO 3

CUIDADOS NO TRANSPORTE INTERNO E


EXTERNO

1 INTRODUÇÃO
Exisem vários ipos de ranspores para resíduos e/ou subsâncias
perigosas, vamos ver o que signica cada um deles e como devemos raar quano
a sua locomoção no que ange aos ranspores.

Produo perigoso é aquele que, dependendo da quanidade, ora de sua


embalagem ou local de segurança, raz riscos para a saúde e à vida humana e de
animais. Os produos perigosos esão caalogados pela Organização das Nações
Unidas – ONU e pela Poraria nº 204, de 26 de maio de 1997 do Minisério dos
Transpores.

Segundo Bruns (2002), carga com produos perigosos é oda e qualquer


carga que enha, parcial ou oalmene produos perigosos que represenem riscos
a seres humanos, desenvolvam prejuízos maeriais e/ou danos ao meio ambiene.

E segundo a Agência Nacional de Transpore Terresre (ANTT, 2004),


produos perigosos são subsâncias enconradas na naureza ou produzidas por
processos que possuam propriedades ísico-químicas, biológicas ou radioaivas
que represenem riscos para a saúde das pessoas, para a segurança pública e para
o meio ambiene, conorme relacionado na Resolução nº 420/04, da ANTT.

2 TRANSPORTE DE PRODUTOS PERIGOSOS


Os produos perigosos apresenam-se nas ormas sólida, líquida ou gasosa
e são ransporados normalmene em grandes quanidades. O vazameno acidene
deses produos represena um perigo poencial para o público e para o meio
ambiene. Em unção de sua periculosidade oram desenvolvidos dois sisemas
de idenicação de perigos. São para pessoas que paricipam de ações perane
um acidene desa proporção. O primeiro sisema é usado nos Esados Unidos
para anques de armazenagem e recipienes pequenos (insalações permanenes).
O segundo é uilizado para depósios, anques, vagões erroviários, ambores e
ouros ipos de embalagens ransporadas no comércio normal, denro de um
esado ou enre esados. O ranspore desse ipo de maeriais no Brasil perence
ao Minisério dos Transpores e sua uilização é mediane placas e eiqueas em
conormidade com as Normas Técnicas Brasileiras (BATALHÃO DO CORPO DE
BOMBEIROS, 2004).

159
UNIDADE 3 | GESTÃO DE RESÍDUOS

Temos como exemplo os produos perigosos, como os inamáveis,


explosivos, corrosivos, óxicos, radioaivos, enre ouros produos químicos que
podem não apresenar risco imediao, mas caso haja um acidene, represenam
uma ameaça nociva ao meio ambiene em geral.

Segundo Bychinski (2012), os acidenes com produos perigosos variam


em unção do ipo do produo químico, da quanidade e das caracerísicas dele.
Observe que a quanidade de produo químico que é produzido, armazenado,
ransporado por via rodoviária em nosso país é enorme, no qual a maioria é de
produos perigosos. Perceba que ocorre um acidene com produo perigoso odas
as vezes que se perde o conrole sobre o risco, resulando em alguma orma de
exravasameno, causando danos ambienais e aos seres vivos de orma geral.
Esses impacos podem ser do ipo reduzido, localizado, ou de elevada mona,
mas odos impacanes para o meio onde ocorreram.

Exisem muios volumes líquidos a granel que são ransporados em


anques, que para sua circulação recebem uma esruura exerna especial quer
em por objeivo permiir a movimenação, o armazenameno e o ranspore dos
anques na orma de conêineres, como ambém deixa livre o acesso às válvulas
e insrumenos conroladores de pressão nível, e ouros necessários, conorme
a naureza do produo conido e que permie que sejam ransporados como
conêineres, recebendo a denominação de “isotank”. De orma geral, o ranspore
rodoviário de produos perigosos se az, via de regra, em caminhões anques
(para ranspore de grandes volumes de líquidos a granel) e não em ranspore
erroviário (como é comum na Europa) em relação a produos perigosos.

Nos Esados Unidos, esse ranspore é rodoviário em sua maioria e


aconece com ores resrições como apresenado por Coelho (2010), na qual uma
das ormas mais uilizadas de regulamenação é a inerdição no uso de algumas
vias para o ranspore deses maeriais. Esas vias incluem áreas densamene
povoadas, inerior de cenros urbanos, vias próximas a nascenes de rios ec.
Ouras alernaivas exisem, e algumas são usadas em conjuno com o echameno
das vias. Elas incluem reinameno especial do moorisa, resrição do número de
horas de rabalho, especicações do conêiner e exigência de seguros, enre ouros.
Uma das diculdades em implanar eses sisemas de conrole é na avaliação do
risco: se or considerada a probabilidade de ocorrência de um incidene durane
o ranspore, enão o risco é basane baixo.

Durane a década de 1990, nos Esados Unidos, houve mais de 300


milhões de ranspores de produos perigosos, que oalizaram mais de 3,2
bilhões de oneladas. Como esperado, a maioria deses produos chega ao seu
desino em segurança. De acordo com o U.S. Department of Transportation, em
1999 ocorreram aproximadamene 15.000 incidenes envolvendo ranspore
de produos perigosos naquele país, e apenas 429 oram classicados como
incidenes graves, que resularam em 13 mores e 198 eridos. No enano, a
regulamenação é rígida devido aos riscos poenciais envolvidos. “Transpores
de combusíveis, peróleo, cloro, maeriais radioaivos, ec. podem causar danos
graves a populações ineiras” (RAMOS, 2011).
160
TÓPICO 3 | CUIDADOS NO TRANSPORTE INTERNO E EXTERNO

Conorme Norma Brasileira Regisrada (NBR 7500) disponibiliza que


os produos perigosos devam ser embalados em recipienes pequenos e que
sejam devidamene eiqueados ou roulados, mas em se raando de caminhões
anque, vagões erroviários e reboques devem porar placas de cor laranja com
números preos, que indicam a naureza do perigo que a carga represena. Essa
classicação usada nas placas e róulos de risco é baseada nas Classes de Risco
disposas pelas Nações Unidas apud (BYCHINSKI 2012), como:

Classe 1: explosivos

Subclasse 1.1 – Subsâncias e arigos com risco de explosão em massa;


Subclasse 1.2 – Subsâncias e arigos com risco de projeção, mas sem risco de
explosão;
Subclasse 1.3 – Subsâncias e arigos com risco predominane de ogo;
Subclasse 1.4 – Subsâncias e arigos que não apresenam risco signicaivo;
Subclasse 1.5 – Subsâncias muio insensíveis, mas com risco de explosão em
massa;
Subclasse 1.6 – Arigos exremamene insensíveis, sem risco de explosão em
massa.

Classe 2: gases comprimidos – liquefeitos – dissolvidos sob pressão ou


altamente refrigerados

Subclasse 2.1 – Gases inamáveis: são gases que a 20°C e à pressão normal são
inamáveis quando em misura de 13%, em volume, com o ar ou que apresenem
aixa com o ar de, no mínimo 12%, limie inerior de inamabilidade.

Subclasse 2.2 – Gases não inamáveis, não óxicos: são gases asxianes, oxidanes
ou que não se enquadrem em oura subclasse.

Subclasse 2.3 – Gases óxicos: são gases, reconhecidamene, óxicos e corrosivos


que consiuam risco das pessoas.

Classe 3: líquidos infamáveis

Líquidos inamáveis: são líquidos, misuras de líquidos ou líquidos que


conenham sólidos em solução ou suspensão, produzam vapor inamável a
emperauras de aé 60,5°C, em ensaio de vaso echado, ou aé 65,6ºC, em ensaio
de vaso abero, ou ainda os explosivos dissolvidos ou suspensos em água ou
ouras subsâncias líquidas.

Classe 4: sólidos infamáveis – subsâncias sujeias à combusão esponânea –


em conao com água, emiem gases infamáveis

Subsâncias sujeias à combusão esponânea; subsâncias que, em conao com


água, emiem gases inamáveis.

161
UNIDADE 3 | GESTÃO DE RESÍDUOS

Subclasse 4.1 – Sólidos inamáveis: subsâncias auorreagenes e insensibilizados:


sólidos que, em condições, sejam acilmene combusíveis, ou que por ario
possam causar ogo ou conribuir para al; subsâncias auorreagenes que
possam sorer reação oremene exoérmica; explosivos sólidos insensibilizados
que possam explodir senão esiverem sucienemene diluídos.

Subclasse 4.2 – Subsâncias sujeias à combusão esponânea: subsâncias sujeias


a aquecimeno esponâneo em condições normais de ranspore, ou a aquecimeno
em conao com ar, podendo inamar-se.

Classe 5: substâncias oxidantes – peróxidos orgânicos

Subclasse 5.1 – Subsâncias oxidanes: são subsâncias que podem, pela liberação
de oxigênio, causar a combusão maeriais ou conribuir para isso.

Subclasse 5.2 – Peróxidos orgânicos: são poderosos agenes oxidanes, como


derivados do peróxido de hidrogênio, ermicamene insáveis que podem sorer
decomposição érmica auoacelerável.

Classe 6: substâncias tóxicas – substâncias infectantes

Subclasse 6.1 – Subsâncias óxicas, venenosas: são subsâncias capazes de


provocar more, lesões graves ou danos à saúde humana, se ingeridas ou inaladas,
ou se enrarem em conao com a pele.

Subclasse 6.2 – Subsâncias inecanes: Subsâncias inecanes: são subsâncias


que coném paógenos capazes de provocar doenças inecciosas em seres humanos
ou em animais.

Classe 7: materiais radioativos

Qualquer maerial ou subsância que conenha radionuclídeos, cuja concenração


de aividade e aividade oal na expedição (radiação), excedam os valores
especicados.

Classe 8: corrosivos

São subsâncias que, por ação química, causam severos danos quando em conao
com ecidos vivos ou, em caso de vazameno, danicam ou mesmo desroem
ouras cargas ou o próprio veículo.

Classe 9: substâncias perigosas diversas

São aqueles que apresenam, durane o ranspore, são aqueles ranspores que
apresenam, subsâncias perigosas não abrangidas por nenhuma das ouras
classes.

162
TÓPICO 3 | CUIDADOS NO TRANSPORTE INTERNO E EXTERNO

Conorme Bychinski (2012), para dirigir veículos com de produos


perigosos, o moorisa deverá porar uma série de documenos obrigaórios
obedecendo ao Regulameno para o Transpore de Produos Perigosos (RTPP),
regras especícas do Conselho Nacional de Energia Nuclear (CNEN), do Exércio
Brasileiro (EB) e ambém o deerminado pelo Código de Trânsio Brasileiro
(CTB). Deve ainda car aeno aos casos especícos que se podem exigir mais 26
requisios de acordo com normas especícas, por exemplo, do Meio Ambiene,
Polícia Federal e legislações esaduais. De acordo com o Decreo n⁰ 96.044, de maio
de 1988 apud (BYCHINSKI, 2012), os caminhões ransporando produos perigoso
só poderão circular pelas vias públicas porando os seguines documenos:

a) Documeno Fiscal: deve apresenar o número ONU, nome do produo, classe


de risco, grupo de embalagem, quanidade do produo e declaração de
responsabilidade do expedidor de produos perigosos.

b) Ficha de Emergência: deve coner inormações sobre a classicação do produo


perigoso, riscos que apresena e procedimenos em caso de emergência,
primeiros socorros e inormações ao médico. É o documeno que acompanha
o ranspore de produos perigosos resumindo seus principais riscos e as
providências a serem omadas em casos de acidenes com vazamenos, ogo,
poluição, envolvimeno de pessoas, dando ambém inormações médicas. A
cha de emergência é desinada às equipes de aendimeno a emergência. As
inormações ao moorisa devem esar descrias exclusivamene no envelope
para ranspore. O coneúdo da cha de emergência é de responsabilidade do
abricane ou imporador do produo. Os expedidores de produos perigosos
devem elaborar as chas de emergência dos produos com base nas inormações
ornecidas pelo abricane ou imporador do produo. A cha de emergência
é composa por seis áreas. Para cada produo classicado de acordo com a
numeração ONU, deve ser elaborada uma única cha de emergência, não é
permiida a uilização de uma cha de emergência conendo vários produos
com número ONU dierenes. Para dierenes produos com mesmo número
ONU, mesmo nome para embarque, mesmo esado ísico, mesmo grupo
de embalagem e mesmo número de risco, pode ser usada a mesma cha de
emergência, desde que sejam aplicáveis às mesmas inormações de emergência.

c) Envelope para Transpore: mosra os procedimenos mínimos para o moorisa,


auar em siuação de emergência, eleones úeis e idenicação das empresas
ransporadora, redespacho quando or o caso, e expedidora do produo
perigoso. O envelope de ranspore é obrigaório por embarcador de produo
no veículo.

d) O Cericado de Inspeção para o Transpore de Produos Perigosos com


ciação no RTPP (Regulameno para o Transpore de Produos Perigosos) como
Cericado de Capaciação para o Transpore de Produos Perigosos a Granel,
é um documeno expedido pelo INMETRO ou empresa credenciada por ele,
que comprova a aprovação do veículo (caminhão, caminhão raor e chassis

163
UNIDADE 3 | GESTÃO DE RESÍDUOS

pora conêiner) ou ainda equipameno anque, vaso para gases ec.) para o
ranspore de produos perigosos a granel (sem embalagem). Observe que para
o ranspore de carga racionada (embalada) ese documeno não é obrigaório.

e) Cericado de Conclusão do Curso de Movimenação de Produos Perigosos


o MOPP: é obrigaório somene o pore dese documeno, quando a Careira
Nacional de Habiliação não apresenar a inormação "Transporador de Carga
Perigosa". Esa inormação deve ser inserida no ao da renovação do exame
de saúde do conduor. Todo moorisa que ranspora produos perigosos
em a obrigação legal de comprovar a paricipação em Curso de Treinameno
Especíco para Transpore de Produos Perigosos, com o Cericado aualizado,
aravés do curso de Movimenação de Produos Perigosos – MOPP.

) A Declaração de Expedição que não conenha embalagens vazias e não limpas


que apresene valor de quanidade limiada igual a “zero", em a obrigaoriedade
de documeno somene quando orem ransporadas embalagens vazias e
sejam uilizadas as isenções previsas para o ranspore de produos perigosos
em quanidades limiadas, conorme a Resolução ANTT Nº 420/04.

g) Declaração de Incompaibilidade nos Casos em que a Ficha de Emergência não


é exigida. O documeno obrigaório somene quando a legislação dispensa o
pore da Ficha de Emergência, como, por exemplo, no ranspore de perigosos
em quanidades limiadas, conorme a Resolução ANTT nº 420/04.

h) Guia de Tráego: obrigaório para o ranspore de produos conrolados pelo


exércio como explosivo, armas, enre ouros.

i) Declaração do Expedidor de Maerial Radioaivo e Ficha de Monioração da


Carga e do Veículo Rodoviário: obrigaório para os produos com a classicação
de radioaivos, e expedidos pela CNEN (Conselho Nacional de Emergência
Nuclear).

j) Ouros: com documenos exigidos por ouras legislações, conorme o produo


ransporado, ou município por onde o veículo irá ransiar, documenos
previsos pela Polícia Federal, para produos uilizados no reno e produção
de enorpecenes e de órgãos de Meio Ambiene, para o ranspore de resíduos
(BYCHINSKI, 2012).

3 RISCOS E DESASTRES AMBIENTAIS


Os desasres no meio ambiene que nos circunda podem ocorrer como
consequência do impaco de um risco naural ou causado por aividades
anrópicas.

164
TÓPICO 3 | CUIDADOS NO TRANSPORTE INTERNO E EXTERNO

UNI

Você sabe o que é ação antrópica?


Conforme o grego: anthropos, quer dizer homem, portanto, ação antrópica é a ação feita
pelo ser humano e cou mais conhecida por causa dos problemas com o meio ambiente
(PLANETA ATIVO, 2011).

Os riscos naurais são os erremoos, aividade vulcânica, deslizamenos


de erra, sunamis, ciclones ropicais e ouras empesades inensas, ornados
e venos ores, inundações uviais e coseiras, incêndios oresais e a névoa
que ormam, seca, empesades de areia, de poeira e inesações. Os riscos de
aividades anrópicas podem ser inencionais, como a descarga ilegal de peróleo,
ou acidenais, como derramamenos óxicos ou usão nuclear. Esses riscos são
ameaças a odos os seres vivos, ou seja, às pessoas, ao ecossisema, à auna e à
ora. Muios acidenes com produos resíduos, produos químicos e maeriais
radioaivos chamaram a aenção mundial para os perigos da má adminisração,
principalmene nos seores de ranspores de resíduos, produos químicos e de
energia nuclear (PNUMA, 2004).

Conorme a Deesa Civil apud (SANTOS; CÂMARA, 2002), o conceio


de desasre é: o resulado de evenos adversos, naurais ou provocados pelo
homem, sobre um ecossisema vulnerável, causando danos humanos, maeriais e
ambienais, endo como resulado prejuízos econômicos e sociais. A inensidade
de um desasre depende da ineração enre a magniude do eveno adverso e
a vulnerabilidade do sisema recepor, e é quanicada em unção dos danos e
prejuízos caracerizados (SANTOS; CÂMARA, 2002).

Os acidenes com resíduos ou de emissões acidenais de produos


químicos para o meio ambiene, dependendo de suas caracerísicas ísicas,
químicas e oxicológicas, podem causar dierenes impacos, causando danos
à saúde pública, ao meio ambiene, à segurança da população e ao parimônio
público e privado (CETESB, 2004).

O acidene com o ranspore desse resíduos ou produos podem impacar


os bens ambienais aingidos, de orma a alerar, descaracerizar, causar lesão
ou desruir de orma parcial ou oal, aingindo os meios ísico (ar, solo, subsolo,
águas superciais, águas suberrâneas, recursos naurais não renováveis),a
bioa (ora e auna), culurais (bens de naureza maerial ou imaerial de valor
hisórico, paisagísico, arísico, arqueológico, paleonológico, arquieônico,
eséico, ecológico e cieníco), anrópico (relacionado às aividades normais da
comunidade), aricial (equipamenos urbanos) e do rabalho (ANDRADE, 2004).

Caro aluno, percebeu como é relevane a preocupação como ranspore de


qualquer produo residual, ou não, de orma segura?
165
UNIDADE 3 | GESTÃO DE RESÍDUOS

4 LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
A regulamenação para o ranspore rodoviário de produos perigosos
somene eve um olhar mais crierioso no Brasil após o acidene com
penacloroenao de sódio (pó da china), no Rio de Janeiro, a parir daí, oram
esabelecidas regras de segurança, aravés dos Decreos nº 2063, de 6 de ouubro
de 1983, nº 96044, de 18 maio de 1988 e o nº 1797 de 26 janeiro de 1996 – Mercosul,
além da Poraria nº 204, de 20 de maio de 1997, do Minisério dos Transpores
(SEST – Serviço Social do Transpore, SENAT – Serviço Nacional de Aprendizagem
do Transpore).

O Decreo nº 96.044, de 18 de maio de 1988 (BRASIL, 1988), regulamena


o ranspore de produos perigosos no país. Em seu arigo 9, dene que o
veículo ransporador de produo perigoso deve eviar o uso de vias em áreas
densamene povoadas ou de proeção de mananciais, reservaórios de água ou
reservas oresais e ecológicas, ou que sejam próximas a essas áreas.

Em 1985, o Conselho Nacional de Trânsio – CONTRAN regulamenou


e obrigou um curso especíco para moorisas de veículos rodoviários
ransporadores de produos perigosos, que capacia o moorisa a aplicar
comporamenos prevenivos e uniormiza os procedimenos emergenciais para
cada uma das classes de produos perigosos em odo erriório nacional.

A Resolução nº 91, de 4 de maio de 1999, é que regulamena os planos


de ensino dos currículos dos cursos de reinameno especíco e complemenar
para conduores de veículos rodoviários e a Poraria nº 204, de 20 de maio de
1997, aprova as insruções complemenares aos regulamenos dos ranspores
rodoviários e erroviários de produos perigosos.

E ainda na Resolução nº 420/04, da ANTT (Agência Nacional de


Transpores Terresre) em-se as insruções complemenares ao ranspore
erresre de produos perigosos, a qual oi aualizada pela Resolução nº 701/04,
ambém da ANTT, em que se enquadram em uma das nove classes de maerial,
mais a obrigaoriedade do cericado MOPP (Movimenação Operacional de
Produo Perigoso).

O ranspore de produos perigosos pode ser eio pelos modais de


ranspore rodoviário, erroviário, maríimo, uvial, no deslocameno por duos
aéreos, suberrâneos ou submersos, em insalações xas ais como os poros, parques
indusriais, sejam produos ou consumidores de produos perigosos, renarias de
peróleo e polos peroquímicos, depósios de resíduos, rejeios ou resos, ou pelo
consumo, uso domésico ou ouras ormas de manuseio de ais produos.

Nas operações de carga, ranspore, descarga, ransbordo, limpeza


e desconaminação os veículos e equipamenos uilizados no ranspore de
produos perigosos deverão er róulos de risco e painéis de segurança especícos,
conorme a gura a seguir, de acordo com as NBR-7500 e NBR-8286:

166
TÓPICO 3 | CUIDADOS NO TRANSPORTE INTERNO E EXTERNO

FIGURA 52 – RÓTULO DE RISCO

FONTE: Disponível em: <http://www.uepg.br/denge/eng_seg_2004/


TCC%202011/Joseneia.pdf>. Acesso em: 24 out. 2017.

5 RÓTULO DE RISCO
O róulo de risco é um elemeno gráco (losangos) que apresena símbolos
ou expressões reerenes à naureza, manuseio e idenicação do produo. Número
e nome da classe ou subclasse de risco são colocados no ângulo inerior do losango
(gura a seguir). São colocados ainda, nas embalagens e nos veículos de ranspore.
É uma placa axada no veículo em rês ponos (lados e raseira) idenicando a
classe e subclasse a que perence o produo perigoso (BYCHINSKI, 2012).

Elemeno gráco (losangos) que apresenam símbolos ou expressões


reerenes à naureza, manuseio e idenicação do produo. Número e nome da
classe ou subclasse de risco são colocados no ângulo inerior do losango (gura a
seguir). São colocados ainda nas embalagens e nos veículos de ranspore. É uma
placa axada no veículo em rês ponos (lados e raseira) idenicando a classe e
subclasse a que perence o produo perigoso (BYCHINSKI, 2012).

Coninuando nossas explicações, os números que indicam o ipo e a


inensidade do risco são ormados por dois ou rês algarismos. A imporância do
risco é regisrada da esquerda para a direia. O signicado dos algarismos que
compõem os números de risco são:

- 2 Emissões de gás devido à pressão ou à reação química;

- 3 Inamabilidade de líquidos (vapores) e gases, ou líquido sujeio a auo


aquecimeno;

- 4 Inamabilidade de sólidos, ou sólidos sujeios a auo aquecimeno;

- 5 Eeio oxidane (avorece incêndio);

- 6 Toxicidade;

- 7 Radioaividade;
167
UNIDADE 3 | GESTÃO DE RESÍDUOS

- 8 Corrosividade;

- 9 Risco de violena reação esponânea.

A lera “X” anes dos algarismos signica que a subsância reage


perigosamene com água. A repeição de um número indica, aumeno da
inensidade daquele risco especíco. Observe que o quando o risco associado a
uma subsância puder ser adequadamene indicado por um único número, ese
será seguido por zero (0).

FIGURA 53 – RÓTULO DE RISCO

FONTE: Disponível em: <http://www.uepg.br/denge/eng_seg_2004/TCC%202011/


Joseneia.pdf>. Acesso em: 24 out. 2017.
168
TÓPICO 3 | CUIDADOS NO TRANSPORTE INTERNO E EXTERNO

6 PAINEL DE SEGURANÇA
É o reângulo de cor laranja (gura a seguir) que é uilizado no ranspore
de produos perigosos; onde na pare inerior da gura é reservada o número de
idenicação do produo (conorme o número da ONU) e o número superior é
desinada a idenicação de risco. O número de risco é consiuído por aé rês
algarismos, deerminando o risco principal (primeiro algarismo), e os subsidiários
(segundo e erceiro) do produo. Alerando que se o mesmo não or compaível
com uso de água, anes do número de risco é aplicada a lera “X”.

FIGURA 54 – PAINEL DE SEGURANÇA

FONTE: Disponível em: <http://www.uepg.br/denge/eng_


seg_2004/TCC%202011/Joseneia.pdf>. Acesso em: 24
out. 2017.

Ainda para idenicação de produos perigosos emos que:

a) na ausência de risco subsidiário deve ser colocado “zero” como segundo


algarismo;
b) no caso de gases, nem sempre o primeiro algarismo signica o risco principal;
c) duplicação ou riplicação dos algarismos, signica inensicação do risco,

Observe um exemplo:

30 = INFLAMÁVEL
33 = MUITO INFLAMÁVEL
333 = ALTAMENTE INFLAMÁVEL

Quando o veículo possuir o painel de segurança na cor laranja e sem


insruções, signica que o mesmo esá ransporando vários produos perigosos.

Veja o risco principal do produo conorme signicado do primeiro


algarismo:

169
UNIDADE 3 | GESTÃO DE RESÍDUOS

QUADRO 11 - NUMERAÇÃO DE RISCO PRINCIPAL


ALGARISMO SIGNIFICADO ALGARISMO
2 Gás
3 Líquido inamável
4 Sólido inamável
5 Subsância oxidane ou peróxido orgânico
6 Subsância óxica
7 Subsância radioaiva
8 Subsância corrosiva
FONTE: Disponível em: <http://www.uepg.br/denge/eng_seg_2004/TCC%202011/
Joseneia.pdf>. Acesso em: 24 out. 2017.

Signicado do segundo e/ou erceiro algarismo no painel de segurança.

QUADRO 12 - NUMERAÇÃO DE RISCO SECUNDÁRIO OU TERCIÁRIO


Algarismo Signicado do algarismo
0 Ausência de risco subsidiário
1 Explosivo
2 Emana gás
3 Inamável
4 Fundido
5 Oxidane
6 Tóxico
7 Radioaivo
8 Corrosivo
9 Perigo de reação violena
FONTE: Disponível em: <http://www.uepg.br/denge/eng_seg_2004/TCC%202011/
Joseneia.pdf>. Acesso em: 24 out. 2017.

E quais devem ser os procedimenos em caso de emergência, acidene ou


avaria?

De acordo com o Decreo n⁰ 96.044, de maio de 1988 (BRASIL, 1988), o


regulameno para os procedimenos em caso de emergência, acidene ou avaria,
deve ser a obrigação de imobilização do veículo ransporando produo perigoso,
endo que o conduor adoar as medidas indicados na Ficha de Emergência e
no Envelope para o Transpore correspondenes a cada produo ransporado,
avisando à auoridade de rânsio mais próxima, o mais rápido possível
com dealhes da ocorrência, o local, as classes e quanidades dos maeriais
ransporados.

Quando o ransbordo (baldeameno) or execuado em via pública


deverão ser adoadas as medidas de resguardo ao rânsio. Quem auar nessas
operações deverá uilizar os equipamenos de manuseio e de proeção individual
(EPI) recomendados pelo expedidor ou abricane do produo.
170
TÓPICO 3 | CUIDADOS NO TRANSPORTE INTERNO E EXTERNO

O expedidor é responsável pelo acondicionameno do produo a ser


ransporado, de acordo com as especicações do abricane. No carregameno
de produos perigosos, o expedidor adoará odos os cuidados relaivos à
preservação deles, especialmene quano à compaibilidade enre os produos.

O expedidor exigirá do ransporador o emprego dos róulos de risco e


painéis de segurança respecivos aos produos a serem ransporados. São de
responsabilidade do expedidor: as operações de carga e do desinaário, as de
operações de descarga. A ambos, ao expedidor e ao desinaário: cumprir, orienar
e reinar o pessoal empregado em odas as aividades mencionadas aneriormene
(BRASIL, 1988).

O ransporador em como obrigações e deveres segundo Bychinski (2012):

– maner boa uilização e presar manuenções a veículos e equipamenos;

– visoriar as condições de uncionameno e segurança do veículo e equipameno,


de acordo com a naureza da carga a ser ransporada, na periodicidade
regulamenar;

– acompanhar para ressalvar-se das responsabilidades pelo ranspore, operações


execuadas pelo expedidor ou desinaário de carga, descarga e ransbordo,
adoando as cauelas necessárias para prevenir riscos à saúde e da inegridade
ísica a quem rabalha em conjuno com o ransporador e ao meio ambiene;

– requerer o Cericado de Capaciação para o Transpore de Produos Perigosos


a Granel;

– providenciar para que o veículo possua o conjuno de equipamenos necessários


às siuações de emergência, acidene ou avaria, bem como vericações de seu
bom uncionameno;

– insruiropessoalenvolvidonaoperaçãoderansporequanoàresponsabilidade
da correa uilização dos equipamenos necessários às siuações de emergência,
acidene ou avaria, conorme insruções do expedidor;

– maner o zelo pela adequada qualicação prossional do pessoal envolvido na


operação de ranspore, proporcionando-lhe reinameno especíco, exames
de saúde periódicos e condições de rabalho conorme legislação de higiene,
medicina e segurança do rabalho;

– ornecer aos seus rabalhadores rajes e equipamenos de segurança de acordo


com as normas expedidas pelo Minisério do Trabalho, cuidando para que
sejam uilizados nas operações de ranspore, carga, descarga e ransbordo;

– Vericar e azer a correa uilização, nos veículos e equipamenos, dos róulos


de risco e painéis de segurança reerenes aos produos ransporados;

171
UNIDADE 3 | GESTÃO DE RESÍDUOS

– observar que nas operações de ransbordo sejam realizados os procedimenos


e a uilização de equipamenos recomendados pelo expedidor ou abricane do
produo;

– assegurar-se de que o serviço de acompanhameno écnico especializado


preenche os requisios dos regulamenos e das insruções especícas exisenes
dos órgãos brasileiros compeenes;

– dar e acompanhar correa orienação quano à esivagem da carga no veículo,


sempre que, por acordo com o expedidor, seja corresponsável pelas operações
de carregameno e descarregameno. Observe que quando o ransporador
receber a carga lacrada ou or impedido, pelo expedidor ou desinaário, de
acompanhar carga e descarga, cará desobrigado da responsabilidade por
acidene ou avaria decorrenes do mau acondicionameno da carga.

7 PRÁTICA NAS EMERGÊNCIAS


As inormações do Plano de emergência são necessárias porque êm por
nalidade orienar sobre os cuidados básicos necessários sempre que ocorrer
um acidene com o veículo que leva cargas perigosas, causando vazameno do
produo, ou na movimenação dese.

Segundo a FETRANSPORTES (2014) segue algumas práicas:

QUADRO 13 – PRÁTICAS DE EMERGÊNCIA

FONTE: Disponível em: <http://www.ceped.ufsc.br/wp-content/uploads/2014/07/


transporte_legal_produtos_perigosos.pdf>. Acesso em: 22 ago. 2017.

172
TÓPICO 3 | CUIDADOS NO TRANSPORTE INTERNO E EXTERNO

8 EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL


Recordando que um Equipameno de Proeção Individual (EPI) é odo
disposiivo ou produo, de uso individual uilizado pelo rabalhador desinado
à proeção de riscos susceíveis de ameaça à segurança e à saúde no rabalho
(BRASIL, 2017).

Para produos que necessiem de proeção respiraória com baixas


concenrações (aé 500 ppm): respirador com lro químico para vapores orgânico.
Em alas concenrações são uilizados equipamenos de respiração auônoma ou
conjuno. Quano à proeção dos olhos, deve-se uilizar óculos ou proeção acial
em aividades que haja risco de lançameno ou respingos para a pele e do corpo,
uilizar avenais de PVC, em aividades em conao direo com o produo.

Na proeção das mãos, usar luvas de PVC em aividades de conao


direo com o produo. Dependendo do produo manipulado, os locais onde haja
manipulação deve er cuidados especiais como maner chuveiros e lava-olhos de
emergência. Cada produo deve er suas devidas precauções como as medidas de
higiene, como higienizar roupas e sapaos após uso. Não comer, beber ou umar
ao manusear o produo, separar as roupas de rabalho das roupas comuns.

9 TRANSPORTE E ACONDICIONAMENTO DE RESÍDUOS


SÓLIDOS
Exisem várias maneiras de acondicionar os resíduos sólidos, na one
produora (FUNASA, 2015, p. 335-370), são eles:

· Resíduos domiciliares/comerciais:
- recipienes meálicos ou plásicos;
- recipienes de borracha (pneus de caminhão);
- sacos plásicos ipo padrão;
- sacos plásicos de supermercado.

· Resíduos de varrição:
- sacos plásicos apropriados;
- recipienes basculanes – cesos;
- conêineres esacionários.

· Feiras livres e eventos:

- recipienes basculanes – cesos;


- conêineres esacionários;
- ambores de 100/200L;
- cesos coleores de calçadas.

173
UNIDADE 3 | GESTÃO DE RESÍDUOS

Características dos recipientes para acondicionamento:

• peso máximo de 30kg, incluindo a carga, se a colea or manual;

• uilizar recipienes que permiem maior carga devem ser padronizados para
que possam ser manuseadas por disposiivos mecânicos disponíveis nos
próprios veículos coleores, reduzindo assim o esorço humano;

• disposiivos que aciliem seu deslocameno no imóvel aé o local de colea;

• serem herméicos, para eviar derramameno ou exposição dos resíduos;

• as embalagens exíveis (sacos plásicos) devem permiir echameno adequado


das "bocas". As rígidas e semirrígidas (vasilhames, laões, conêineres) devem
possuir ampas e esabilidade para não ombar com acilidade;

• serem seguros, para eviar que lixo corane ou perurane possa acidenar os
usuários ou os rabalhadores da colea;

• serem econômicos, de maneira que possam ser adquiridos pela população;

• não produzir ruídos excessivos ao serem manejados;

• possam ser esvaziados acilmene sem deixar resíduos no undo.

Os recipienes para acondicionar o lixo domiciliar devem possuir


caracerísica como os recipienes com ou sem reorno. Se orem sem reorno,
a colea será mais ácil e não haverá exposição de recipienes na rua após o
recolhimeno do lixo, e ambém não haverá a necessidade de limpeza do coleor
pelos moradores. Perceberam que ainda os sacos plásicos são as embalagens mais
adequadas para acondicionar o lixo quando a colea or manual, iso é porque:

• são acilmene amarrados nas "bocas", garanindo o echameno;


• são leves, sem reorno (resulando em colea mais produiva) e permiem
recolhimeno silencioso, úil para a colea nourna;
• possuem preço acessível, permiindo a padronização. Pode-se olerar o uso
de sacos plásicos de supermercados (uilizados para embalar os produos
adquiridos), sem cuso para a população.

Conorme a ABES (2006) o saco plásico de polieileno, sendo composo


por carbono, hidrogênio e oxigênio, não poluía amosera quando correamene
incinerado e ainda hoje segundo Mancini (2010) apud Piva e Orikassa (2014), o
uso responsável é ceramene a melhor orma de aproveiarmos o baixo cuso e
as boas propriedades do plásico, bem como minimizar os impacos ambienais
que causamos. Sabemos que não é biodegradável, mas como os aerros saniários
são méodos de desino praicamene deniivos, não há maiores objeções ao uso
de sacos plásicos de polieileno como acondicionameno para lixo domiciliar
(ABES, 2006).
174
TÓPICO 3 | CUIDADOS NO TRANSPORTE INTERNO E EXTERNO

Como a maioria da população uiliza os sacos plásicos de supermercados


para acondicionar o lixo produzido, para reduzir o risco de erimeno para os
garis que eeuam a colea, basa que eses uilizem luvas. Observe que os sacos
plásicos com mais de 100 liros não são seguros, pois os coleores endem a
abraçá-los para carregá-los aé o caminhão. Os vidros e ouros objeos coranes
ou peruro coranes conidos no lixo podem eri-los.

Os conêineres uilizados no Brasil são produzidos adoando-se as normas


americanas ANSI (American Naional Sandards Insiue). Para habiações
muliamiliares (ediícios de aparamenos ou escriórios), são mais normais
a uilização os conêineres plásicos padronizados, com rodas e ampa, pois
permiem a colea semiauomaizada, mais produiva e segura. São ainda de
ácil manuseio, devido às rodas e ao peso reduzido, sendo ainda relaivamene
silenciosos. Em unção da durabilidade (se or pouco exposo ao sol) são
econômicos, e com boa apresenação. Exisem no mercado brasileiro conêineres
disponíveis com 120, 240 e 360 liros (ABES, 2006).

Acondicionameno de resíduo domiciliar.

Os melhores recipienes para a adequação e acondicionameno do lixo de


domicílios são os sacos plásicos, conêineres de plásico, conêineres meálicos.

Se observamos um pouco, podemos perceber que o lixo domiciliar pode


ser embalado em sacos plásicos sem reorno, para ser colocado nos veículos de
colea, sendo que esses sacos plásicos uilizados no acondicionameno do lixo
domiciliar devem possuir as seguines caracerísicas:

• er resisência para não se romper por ocasião do manuseio;


• er volume de 20, 30, 50 ou 100 liros;
• possuir a para echameno da "boca";
• ser de qualquer cor, com exceção da branca (normalmene os sacos de cor
prea são os mais baraos). Esas caracerísicas acham-se regulamenadas pela
norma écnica NBR 9.190 (ABNT).

Carrinhos de colea de resíduos.

Segundo Moneiro e al. (2001) são recipienes de polieileno de ala


densidade (PEAD), nas capacidades de 120, 240 e 360 liros (conêineres de duas
rodas) e 760 e 1.100 liros (conêineres de quaro rodas), consiuídos de ampa,
armazenador e rodas, abricado com algum maerial reciclado e adiivos conra a
ação de raios ulraviolea. Tem como objeivo o recebimeno, acondicionameno
e ranspore de lixo domiciliar urbano e público. Podem ser uilizados ambém
como carrinho para colea de resíduos públicos e levados pelos garis nas ruas.
O lixo dos grandes geradores, cuja colea e ranspore devem ser operados por
empresas pariculares credenciadas pela preeiura, podendo ser acondicionado
em conêineres semelhanes ao a seguir:

175
UNIDADE 3 | GESTÃO DE RESÍDUOS

FIGURA 55 – CONTÊINER DE PLÁSTICO

FONTE: Monteiro et al. (2001)

Os conêineres de plásico são recipienes providos normalmene de


quaro rodízios, com capacidade variando de 750 a 1.500 liros, que podem ser
basculados por caminhões de lixo compacadores.

FIGURA 56 – BASCULANTE DE CONTÊINERES METÁLICOS

FONTE: Monteiro et al. (2001)

Acondicionameno de resíduo público

PAPELEIRAS DE RUA

A cesa coleora plásica, do ipo papeleira, que possui capacidade


volumérica úil de 50 liros, para armazenar os resíduos, possuindo ainda ampa
e soleira meálica para se apagar pona de cigarro anes que seja jogado no seu
inerior e que coném em sua maéria-prima um pouco de maerial reciclado
mais os adiivos conra a ação de raios ulravioleas. Esses armazenadores são
uilizados para pequenos resíduos e lixos descarados por pedesres em rânsio
nas ruas. Devem ser insalados nos parques, praças, jardins, ruas, avenidas e
locais públicos de rânsio de pessoas, com o objeivo de diminuir a quanidade
de lixo jogado no chão.

176
TÓPICO 3 | CUIDADOS NO TRANSPORTE INTERNO E EXTERNO

As cesas coleoras plásicas especícas para pilhas e baerias, do ipo


papeleira, para volumes úeis de 50 liros, devendo ser na cor verde, abricada em
polieileno de ala densidade, ambém com proeção conra os raios ulraviolea,
possui recipiene inerior e ampa. Desina-se ao recebimeno de pilhas e
baerias, aravés de um uro circular na pare ronal da ampa. As cesas ou mais
popularmene chamados de lixeiros, devem ser insaladas nos parques, praças,
jardins, ruas, avenidas e ouros locais públicos com passagens de pessoas para
aciliar o descare (MONTEIRO e al., 2001).

SACOS PLÁSTICOS E CONTÊINERES

Os sacos plásicos uilizados no acondicionameno do lixo públicos são


similares aos usados para embalar o lixo domiciliar. A exceção esá no volume,
que para o lixo púbico é de 50 liros. E os conêineres plásicos são exaamene os
mesmos uilizados no acondicionameno do lixo domiciliar, com variação apenas
nos conêineres meálicos.

Esses conêineres meálicos uilizados no acondicionameno do lixo


público, são chamados de recipienes esacionários, e possuem capacidade de
5 ou 7m3, podendo ser basculados por caminhões compacadores. Essas caixas
meálicas êm caracerísicas de serem inercambiáveis. O veículo que as recolhe
quando esão cheias raz uma oura, vazia, para coninuar servindo o local e
ambém é chamado de "Canguru". E os veículos que carregam essas caixas são os
poliguindases, em unção de serem doados de um guindase servindo a vários
propósios. O sisema ambém é conhecido como "brooks" e as caixas como "caixas
dempsters".

E ainda segundo Moneiro e al. (2001), há o acondicionameno


de resíduos de “grandes geradores” como os imóveis comerciais e indusriais,
com geração diária de resíduos sólidos superior a 120 liros sendo necessária a
padronização dos recipienes para acondicionameno desses resíduos. O limie
esá baseado na capacidade do menor conêiner de plásico com ampa e rodízios
disponível no mercado.

Acondicionameno de resíduos de grandes geradores.

É necessário que os grandes geradores devam possuir conêineres


dierenciados (em cor, de preerência) daqueles da colea normal, para aciliar
a scalização. Como exemplo, na cidade do Rio de Janeiro os conêineres para
grandes geradores são de cor azul e os da colea normal são de cor laranja. Tal
ao acilia a scalização.

Para a colea do lixo domiciliar de grandes geradores ou de esabelecimenos


públicos, esão disponíveis no Brasil duas classes de conêineres de grande pore
(com capacidade superior a 360 liros) Moneiro (2001, p. 54) coloca que há
necessidade de:

177
UNIDADE 3 | GESTÃO DE RESÍDUOS

Conêineres providos de rodas, que são levados aé os veículos de


colea e basculados mecanicamene, abricados em meal ou plásico
(polieileno de ala densidade). As capacidades usuais são de 760,
1.150, 1.500 liros e ouras.
Conêineres esacionários (sem rodas), basculáveis nos caminhões ou
inercambiáveis, em geral meálicos. O basculameno nos caminhões
coleores de carregameno raseiro é eio por meio de cabos de aço
acionados por disposiivos hidráulicos, podendo er capacidade para
aé 5m3.Os conêineres inercambiáveis podem ser manejados por
sisema de poliguindases ou do ipo roll-on, roll-of. São meálicos,
com capacidades de 3 a 30m3. Os grandes conêineres (de 20 a 30m3
de capacidade) são manejados por equipameno roll-on, roll-of,
acionados por guinchos (cabos de aço) ou por cilindros hidráulicos, e
podem ser doados de disposiivos eléricos de compacação, quando
se ransormam em maniesações de ransbordo e são apelidados de
"compacêineres”.

E como ca o acondicionameno de resíduos domiciliares especiais como


de consrução civil, pilhas e baerias, lâmpadas uorescenes, pneus?

Para obras, em unção do seu elevado peso especíco aparene, o enulho


de obras é acondicionado, normalmene, em conêineres meálicos esacionários
de 4 ou 5m3, muio parecidos como os uilizados para o lixo público. A diculdade
em sua uilização esá em manê-lo aé esar oalmene cheio, o que arapalha a
passagem de pedesres e/ou o rânsio, assim como o esacionameno de veículos.
Além disso, o enulho de obra ambém consome muio espaço nos aerros, espaço
ese que poderia ser uilizado para a desinação de ouros ipos de resíduos não
passíveis de reciclagem. Conorme a Agenda 21 (apud MONTEIRO e al., 2001),
reduzir e uilizar os resíduos e subproduos aparecem como areas undamenais
à sociedade aual. No caso do enulho de obra, os maiores desaos seriam:

• reduzir o volume de enulho gerado, eviando a uilização dos escassos locais


para sua disposição;
• beneciar a quanidade de enulho gerado, reuilizando-o no ciclo produivo,
diminuindo o consumo de energia e de recursos naurais (MONTEIRO e al.,
2001).

O acondicionameno de pilhas e baerias que não esiverem oalmene


descarregadas deve ser orma que seus elerodos não enrem em conao com
os elerodos das ouras baerias ou com um objeo de meal, por exemplo, a
pare de denro de um ambor de meal. As baerias de níquel-cádmio que não
esiverem oalmene descarregadas deverão ser colocadas, individualmene,
em sacos plásicos anes de serem colocadas juno com ouras baerias de Ni-
Cd. Os conêineres com as baerias esocadas devem ser selados ou vedados
para se eviar liberação do gás hidrogênio, que é explosivo em conao com o ar,
devendo car sobre esrados ou pallets para que as baerias se manenham secas.
O armazenameno dos conêineres deve ser eio em local arejado e proegido de
sol e chuva (MONTEIRO e. al., 2001).

178
TÓPICO 3 | CUIDADOS NO TRANSPORTE INTERNO E EXTERNO

A diversidade de usos, associada às pequenas dimensões das pilhas e à


ignorância das pessoas sobre sua periculosidade, ornou comum o seu descare
nos aerros municipais juno do lixo domiciliar, os quais conaminam o meio
ambiene por causa de suas caracerísicas óxicas e da diculdade em se impedir
seu descare juno do lixo domiciliar, em 1999 oi publicada a Resolução CONAMA
nº 257, que aribui a responsabilidade do acondicionameno, colea, ranspore e
disposição nal de pilhas e baerias aos comercianes, abricanes, imporadores
e à rede auorizada de assisência écnica, como expliciado em seus ars. 11 e 12,
Como você pode ler a seguir, aravés de Moneiro e al. (2001, p. 55):
Ar. 11 – Os abricanes, os imporadores, a rede auorizada de
assisência écnica e os comercianes de pilhas e baerias descrias no
ar. 1º cam obrigados a, no prazo de doze meses conados a parir da
vigência desa resolução, implanar os mecanismos operacionais para
a colea, ranspore e armazenameno;
Ar. 12 – Os abricanes e os imporadores de pilhas e baerias descrias
no ar. 1º cam obrigados a, no prazo de vine e quaro meses,
conados a parir da vigência desa Resolução, implanar os sisemas
de reuilização, reciclagem, raameno ou disposição nal, obedecida
a legislação em vigor.

Para o manuseio de lâmpadas que conêm mercúrio, para condicionameno


nal, conorme a legislação, emos as seguines exigências:

• esocar as lâmpadas que não esejam quebradas em uma área


reservada, em caixas, de reerência em uma bombona plásica para
eviar que se quebrem;
• roular odos as caixas ou bombonas;
• não quebrar ou enar mudar a orma ísica das lâmpadas;
• quando houver quanidade suciene de lâmpadas, enviá-las para
reciclagem, acompanhadas das seguines inormações:
• nome do ornecedor (nome e endereço da empresa ou insiuição),
da ransporadora e do reciclador;
• número de lâmpadas enviadas;
• a daa do carregameno;
• maner os regisros dessas noas por no mínimo rês anos;
• no caso de quebra de alguma lâmpada, os cacos de vidro devem ser
removidos e a área deve ser lavada;
• armazenar as lâmpadas quebradas em conêineres selados e
roulados da seguine orma: "Lâmpadas Fluorescenes Quebradas
– Coném Mercúrio" (MONTEIRO e al., 2001, p. 56).

Em relação aos pneus, sua desinação inadequada como o exemplo das


pilhas e baerias, o CONAMA publicou em 1999 a Resolução nº 258 que diz em
seu arigo 1, "as empresas abricanes e as imporadoras de pneumáicos cam
obrigadas a colear e dar desinação nal, ambienalmene adequada, aos pneus
inservíveis exisenes no erriório nacional" (BRASIL, 1999).

O maior problema para o armazenameno de pneus, colea ou reciclagem


esá no ao dele car com acúmulo de água quando esocado em áreas sujeias
a dierenças climáicas e consequenemene a criação de inseos e condições
propicias de roedores, causadores de doenças. No senido de acondicionar um
pneu velho a recomendação é segundo Moneiro e al. (2001):
179
UNIDADE 3 | GESTÃO DE RESÍDUOS

• não acumular pneus, dispondo-os para a colea assim que seor nem sucaa;
• se precisar guardá-los, aça-o em ambienes coberos e proegidos das
inempéries;
• não se deve queimar os pneus, pois geram resíduos óxicos no ar.

Observe que um dos desinos nais do pneu é ser uilizado como


combusível nos ornos de produção de cimeno.

Além do desino nal dos resíduos de obras, de pilhas e baerias,


lâmpadas e pneus emos o acondicionameno de resíduos de ones especiais
que são: resíduos sólidos indusriais, resíduos radioaivos, resíduos de poros e
aeroporos, e resíduos de serviços de saúde.

As ormas mais comuns de desino nal de resíduos sólidos indusriais


são segundo Aiude Ambienal (2015):

• ambores meálicos de 200 liros para resíduos sólidos sem caracerísicas


corrosivas;
• bombonas plásicas de 200 ou 300 liros para resíduos sólidos com caracerísicas
corrosivas ou semissólidos em geral;
• big-bags plásicos, que são sacos, normalmene de polipropileno rançado, de
grande capacidade de armazenameno, quase sempre superior a 1m3;
• conêineres plásicos, padronizados nos volumes de 120, 240,360, 750, 1.100 e
1.600 liros, para resíduos que permiem o reorno da embalagem;
• caixas de papelão, de pore médio, aé 50 liros, para resíduos a serem
incinerados.

O manuseio e o acondicionameno dos resíduos radioaivos devem


aender às seguines caracerísicas segundo Moneiro e al. (2001):

• o manuseio deve ser eio somene com o uso de equipamenos de proeção


individual (EPI) como avenais de chumbo, sapaos, luvas, máscara e óculos
adequados;
• os recipienes devem ser coneccionados com maerial à prova de radiação
(chumbo, concreo e ouros).

O manuseio e o acondicionameno dos resíduos de poros e aeroporos


êm a mesma uilização de recipiene e desino nal recipienes do lixo domiciliar,
exceuando os casos de alera de quarenena, quando deve haver cuidados
especiais com os resíduos das pessoas ou com as cargas provenienes de países
em siuação epidêmica.

No manuseio de resíduos de serviços de saúde a regulamenação segue a


NBR 12.809 da ABNT, que compreende os cuidados que se deve er na separação
de resíduos na one e como se deve realizar o manuseio de resíduos perigosos
no caso de lixo inecane e dos resíduos comuns. Observe que o lixo comum
represena apenas de10 a 15% do oal de resíduos e o mesmo não necessia de
maiores cuidados.
180
TÓPICO 3 | CUIDADOS NO TRANSPORTE INTERNO E EXTERNO

A ala de cuidados com o manuseio do lixo inecane é a principal


causa da inecção hospialar. No manuseio dos resíduos inecanes devem ser
uilizados os seguines equipamenos de proeção individual (EPI):

• avenal plásico;
• luvas plásicas;
• boa de PVC (por ocasião de lavagens) ou sapao echado;
• óculos;
• máscara.

Os resíduos de serviços de saúde devem ser acondicionados direamene


nos sacos plásicos regulamenados pelas normas NBR 9.190 e 9.191 da ABNT,
susenados por supores meálicos, conorme se pode observar na ilusração que
se segue. Para que não haja conao direo dos uncionários com os resíduos, os
supores são operados por pedais.

Os resíduos da Classe B, Tipos B.1 – Rejeio Radioaivo e B.3 – Resíduo


Químico Perigoso, devem ser raados de acordo com as normas especícas da
CNEN e dos órgãos ambienais municipais e esaduais (como Resíduos Sólidos
Indusriais Perigosos), respecivamene, e os resíduos Classe C podem ser
descarados junamene do lixo domiciliar normal. Em seguida apresenamos
como se deve acondicionar os resíduos Classes A e B.2, vericando que os sacos
plásicos devem obedecer à seguine especicação de cores conorme Aiude
Ambienal (2015):

• ransparenes, lixo comum, reciclável;


• coloridos opacos, lixo comum, não reciclável;
• branco leioso lixo inecane ou especial (exceo o radioaivo).

Poseriormene, os sacos plásicos devem ser colocados em conêineres


que permiam o ácil deslocameno dos resíduos para abrigos emporários. Esses
conêineres devem ser brancos para o ranspore do lixo inecane e de qualquer
oura cor para o ranspore do lixo comum. Os abrigos emporários devem ser
ladrilhados e com canos arredondados para aciliar a lavagem de piso e paredes.

FIGURA 57 – ÁREA PARA ABRIGO TEMPORÁRIO DE LIXO INFECTANTE

FONTE: Monteiro et al. (2001)

181
UNIDADE 3 | GESTÃO DE RESÍDUOS

Poseriormene, os sacos plásicos devem ser colocados em conêineres


que permiam o ácil deslocameno dos resíduos para abrigos emporários. Esses
conêineres devem ser brancos para o ranspore do lixo inecane e de qualquer
oura cor para o ranspore do lixo comum. Os abrigos emporários devem ser
ladrilhados e com canos arredondados para aciliar a lavagem de piso e paredes.

182
RESUMO DO TÓPICO 3

Neste tópico, você aprendeu:

• Os cuidados no ranspore inerno e exerno conceios e classicações conorme


a legislação a ONU e a Legislação Brasileira Poraria nº 204, de 26 de maio de
1997, do Minisério dos Transpores.

• A classicação de produos perigosos conorme a Norma Brasileira Regisrada


(NBR 7500) e suas considerações para serem embalados em recipienes pequenos
e que sejam devidamene eiqueados ou roulados, e em caminhões anque,
vagões erroviários e reboques com a uilização de placas de cor laranja com
números preos, que indicam a naureza do perigo que a carga represena. Que
conorme as Nações Unidas são disposas em classe como: Classe 1: explosivos
e suas subclasses; Classe 2: gases comprimidos – liqueeios – dissolvidos
sob pressão ou alamene rerigerados e suas subclasses; Classe 3: líquidos
inamáveis e suas subclasses; Classe 4: sólidos inamáveis – subsâncias sujeias
à combusão esponânea – subsâncias que, em conao com água, emiem
gases inamáveis; Classe 5: subsâncias oxidanes – peróxidos orgânicos e
suas subclasses; Classe 6: subsâncias óxicas – subsâncias inecanes e suas
subclasses; Classe 7: maeriais radioaivos; Classe 8: corrosivos e Classe 9:
subsâncias perigosas diversas (MONTEIRO e al., 2001).

• Documenações necessárias para o ranspore como documeno scal:


deve apresenar o número ONU, nome do produo, classe de risco, grupo
de embalagem, quanidade do produo e declaração de responsabilidade
do expedidor de produos perigosos, cha de emergência. O envelope de
ranspore é obrigaório por embarcador de produo no veículo; o Cericado
de Inspeção para o Transpore de Produos Perigosos com ciação no RTPP
(Regulameno para o Transpore de Produos Perigosos) como Cericado de
Capaciação para o Transpore de Produos Perigosos à Granel; cericado de
Conclusão do Curso de Movimenação de Produos Perigosos, o MOPP, enre
ouros conorme produo a ser ransporados.

• A legislação especíca que raa do ranspore rodoviário de produos perigosos


como o Decreos nº 2063 de 06 de ouubro de 1983, nº 96044 de18 de maio de
1988 e o nº 1797 de 26 de janeiro de 1996 – Mercosul, além da Poraria nº 204
de 20 de maior de 1997, do Minisério dos Transpores (SEST – Serviço Social
do Transpore, SENAT – Serviço Nacional de Aprendizagem do Transpore). O
Decreo nº 96.044 de 18 de maio de 1988 regulamena o ranspore de produos
perigosos no país, em seu arigo 9, dene que o veículo ransporador de
produo perigoso deve eviar o uso de vias em áreas densamene povoadas
ou de proeção de mananciais, reservaórios de água ou reservas oresais e

183
ecológicas, ou que sejam próximas a essas áreas. E ainda na resolução 420/04
da ANTT (Agência Nacional de Transpores Terresre) em-se as insruções
complemenares ao ranspore erresre de produos perigosos, a qual oi
aualizada pela resolução 701/04, ambém da ANTT.

• Os riscos e suas classicações conorme especicado em placas exernas com as


numerações especicando os ipos de subsâncias e os riscos perinenes.

• As práicas de emergências com as inormações do Plano de Emergência


necessárias para orienar sobre os cuidados básicos no caso de ocorrer um
acidene com o veículo que leva cargas perigosas, causando vazameno do
produo ou na movimenação dese.

• A classicação dos resíduos sólidos em resíduos domiciliares, comerciais, de


varrição, eiras livres e evenos, o acondicionameno e as caracerísicas dos
recipienes que acondicionaram os resíduos sólidos e o seu ranspore aé
disposição nal.

184
AUTOATIVIDADE

1 No ranspore inerno e exerno são vários os ipos de ranspores para


resíduos e/ou subsâncias perigosas e como devemos raar quano a sua
locomoção no que ange aos ranspores. Dessa orma, qual a denição de
produos perigosos e que órgãos os caalogaram?

2 Como são classicados os produos perigosos segundo a Norma Brasileira


Regisrada (NBR 7500) e as Nações Unidas?

3 A ala de cuidados com o manuseio do lixo inecane é a principal causa


da inecção hospialar. No manuseio dos resíduos inecanes devem ser
uilizados quais Equipamenos de Proeção Individual (EPI)?

185
186
UNIDADE 3
TÓPICO 4

TÉCNICAS DE DISPOSIÇÃO FINAL


AMBIENTALMENTE CORRETA

1 INTRODUÇÃO
O raameno dos resíduos sólidos em como objeivo a dar um raameno
ao resíduo anes de dispor em um ambiene deniivo, de orma susenável, para
não prejudicar o meio ambiene.

Os raamenos de resíduos sólidos podem se dar da seguine orma:


biodigesão, aerros conrolados, aerros saniários, incineração, composagem,
pirólise e ouros. Uma das ormas mais simples de tratamento dos resíduos sólidos
é a reciclagem e pode ser realizada em nossa casa com a separação dos ipos de
resíduos que podem ser recicláveis daquele inservíveis. Os resíduos que podem
ser reciclados são normalmene coleados, separados e são reinroduzidos no
processo de produção. O reciclar é uma necessidade cada vez maior e que precisa
ser diundida, em unção da economia da energia gasa nos processos de produção,
a diminuição da uilização de maéria-prima em um mundo com poenciais nios
dessa maéria.

2 BIODIGESTÃO
A biodigesão anaeróbia em como objeivo azer com que os resíduos
raados produzamm o biogás, com composição, de CH4 e o CO2 (que são dois
gases do eeio esua), que em a uilidade de produção de energia elérica, ou
mecânica, e o resíduo nal dese processo, pode ser uilizado como adubo. Esse
processo ocorre de orma anaeróbica e echada, ou seja, sem oxigênio e sem
liberação de gases produzidos pela ação das bacérias. Os gases da decomposição
podem ser canalizados e queimados com a possibilidade de subsiuir o gás
naural em alguns seores da economia.

187
UNIDADE 3 | GESTÃO DE RESÍDUOS

FIGURA 58 – MODELO CANADENSE DE BIODIGESTOR-ECYCLE

FONTE: Disponível em: <http://www.ecycle.com.br/component/content/


article/35-atitude/1338-biodigestao-e-uma-opcao-para-o-lixo-
organico-rural-e-urbano.html>. Acesso em: 25 ago. 2017.

FIGURA 59 – MODELO CHINÊS DE BIODIGESTOR

FONTE: Silva (2015, p. 9)

3 ATERROS SANITÁRIOS
Os aerros saniários êm como objeivo dispor os resíduos sólidos
no solo, sem causar danos ou riscos à saúde pública, à segurança e ao meio
ambiene, diminuindo os impacos ambienais. O méodo uiliza conhecimenos
de engenharia para dispor resíduos sólidos uilizando o maior aproveiameno
possível de área e reduzir os resíduos ao menor volume possível, endo como
camada proeora uma camada de erra realizada a cada conclusão da jornada de
rabalho do aerro ou em inervalos menores, conorme necessidade.

188
TÓPICO 4 | TÉCNICAS DE DISPOSIÇÃO FINAL AMBIENTALMENTE CORRETA

No aerro de resíduos sólidos são gerados gases ao nal do processo de


decomposição, ais como o meano (CH4), dióxido de carbono (CO2), amônia
(NH3), hidrogênio (H2), gás sulídrico (H2S), nirogênio (N2) e oxigênio (O2). Nese
processo verica-se a decomposição anaeróbia dos composos biodegradáveis
dos resíduos orgânicos com grande ormação de dois principais gases o meano
e o dióxido de carbono. O biogás em o início de sua ormação após os resíduos
sólidos serem deposiados no aerro e perdura por um período de 20 a 30 anos.
Apesar do beneício por um aspeco o gás proveniene dos aerros conribui para o
aumeno de emissões de meano no planea Terra, mas se capurados, esses gases
podem ser aproveiados para gerar energia. Em 2016, iniciou aqui no Brasil uma
das maiores usinas ermeléricas do mundo movida a gás bioquímico, a parir do
lixo disposo em aerro saniário no município de Caieras, na grande São Paulo.

FIGURA 60 – EXEMPLO DE ATERRO SANITÁRIO

FONTE: Disponível em: <http://www.portalresiduossolidos.com/aterro-sanitario/>.


Acesso em: 25 ago. 2017.

Conorme a gura anerior verica-se que para ser um aerro saniário


deve-se er no mínimo as seguines caracerísicas, segundo o Poral dos Resíduos
Sólidos (2017)

Unidades operacionais:

• possibilidade de alojameno em células especiais para vários ipos de resíduos;


• células para rejeios oriundos do lixo domiciliar;
• células de lixo hospialar (caso o município não disponha de processo mais
eeivo para dar desino nal a esse ipo de lixo);
• isolameno inerior não permiindo que o chorume ainja os lençóis reáicos;

189
UNIDADE 3 | GESTÃO DE RESÍDUOS

• sisema de colea e raameno dos líquidos percolados (chorume), resulane


da decomposição da maéria orgânica;
• sisema de colea e raameno dos gases do aerro;
• isolameno superior eviando conaminação do ar e aração de animais que se
alimenem dos resíduos orgânicos;
• o isolameno supercial (superior) deve ser eio diariamene;
• sisema de drenagem pluvial para eviar que a água da chuva penere no aerro
e dessa orma gere ainda mais chorume;
• páio de esocagem de maeriais.

Unidade de apoio

• cerca e barreira vegeal;


• esradas de acesso e de serviço;
• balança rodoviária e sisema de conrole de resíduos;
• guaria de enrada e prédio adminisraivo;
• ocina e borracharia.

Os aerros saniários, de orma geral, são divididos basicamene em dois


ipos:

Aterro sanitário convencional

No qual os resíduos são deposiados acima no nível do solo para depois


serem compacados.

Aterro sanitário em valas

Os resíduos são deposiados em valas para aciliar a ormação de células


(separações) e camadas, para melhor manuenção. Após preencher uma célula ou
rincheira o aerro deve volar a er a mesma opograa inicial do erreno.

4 COMPOSTAGEM
A composagem em como base a reciclagem dos resíduos orgânicos
ransormando resos orgânicos em adubo, uilizando um processo biológico,
que az com que haja a aceleração da decomposição do maerial orgânico, como
esrume, olhas, papel e resos de comida, num maerial semelhane ao solo e
consequenemene como produo nal um composo orgânico. O composo
orgânico é o solo que é uilizado como adubo, melhorando suas caracerísicas
ísicas, ísico-químicas e biológicas.

190
TÓPICO 4 | TÉCNICAS DE DISPOSIÇÃO FINAL AMBIENTALMENTE CORRETA

FIGURA 61 – FUNDEMA CICLO DE COMPOSTAGEM

FONTE: Disponível em: <http://fundemacacador.blogspot.com.br/2015/07/


o-que-e-compostagem-e-como-ela-acontece.html>. Acesso em:
22 ago. 2017).

Na gura anerior emos a ransormação da maéria orgânica, como


olhas, resos de comida, papel, em um maerial semelhane a erra, chamado
composo. O Brasil produz 241.614 oneladas de lixo por dia, sendo que:

76% são deposiados em céu abero, nos lixões;


13% são deposiados em aerros conrolados;
10% em usinas de reciclagem;
0,1% são incinerados.

Do oal do lixo urbano, 60% são ormados por resíduos orgânicos que
podem se ransormar em excelenes ones de nurienes para as planas. Com
isso há uma diminuição de erilizanes químicos na planação, o solo apresena
maior produividade com mais qualidade e proporciona mais vida ao solo e se
uilizado em planações melhora sua caracerísica ísica.

5 INCINERAÇÃO
A incineração é realizada aravés da combusão de resíduos, uilizando
o aproveiameno do calor gerado no processo. Os gases provenienes ou
remanescenes são: CO2, SO2, N2, O2, H2O, gases ineres, cinzas e escórias. A
renabilidade da combusão depende da misura de combusível mais ar e da
ranserência de calor gerado na combusão para o maerial a ser incinerado.

191
UNIDADE 3 | GESTÃO DE RESÍDUOS

FIGURA 62 – ESQUEMA DE UM FORNO ROTATIVO TÍPICO NUMA INCINERADORA DE


RESÍDUOS PERIGOSOS

FONTE: Disponível em: <https://web.fe.up.pt/~jotace/gtresiduos/coincversus.htm>. Acesso em:


23 jan. 2018.

5.1 INCINERAÇÃO DE RESÍDUOS INDUSTRIAIS


Ese processo é baseado na desruição érmica de resíduos sólidos
realizado sob ala emperaura, 900ºC a 1200ºC. Possui empo de residência
conrolada, e é uilizado para o raameno de resíduos de ala periculosidade,
ou que necessiam de desruição oal e segura. O produo dese processo é
uma ase gasosa e oura sólida, reduzindo o volume, o peso e a caracerísicas
de periculosidade. A desinação nal das escórias e cinzas são os aerros. Já os
euenes líquidos são desinados à esação de raameno de euenes, e os gases
oriundos da queima são raados e devem ser moniorados conorme parâmeros
pré-esabelecidos e a legislação.

Os resíduos indusriais normalmene incinerados, são resíduos sólidos,


pasosos, líquidos, gasosos, resíduos orgânicos clorados e não clorados (borra
de ina, agrodeensivos, borras oleosas, armacêuicos, resíduos de laboraório,
resinas, enre ouros), resíduos inorgânicos conaminados com óleo, água
conaminada com solvenes, resíduos ambulaoriais e hospialares, solo
conaminado e radioaivo.

192
TÓPICO 4 | TÉCNICAS DE DISPOSIÇÃO FINAL AMBIENTALMENTE CORRETA

6 PIRÓLISE
A pirólise é uma reação de decomposição do resíduo sólido por meio do
calor. Uilizado na indúsria, como méodo de calcinação. É possível produzir
produos como o alcarão pirolíico e o bio-óleo e o carvão vegeal, que servem
como alernaivas de combusíveis.

FIGURA 63 – ETAPAS DO REATOR PIROLÍTICO

FONTE: Disponível em: <http://www.infoescola.com/reacoes-quimicas/pirolise/>. Acesso em:


18 out. 2017.

Como o processo é endoérmico, é necessário um ornecimeno exerno de


calor para que a reação ocorra.

6.1 REATOR PIROLÍTICO


No reaor pirolíico, o processo aconece quando a maéria orgânica
passa por uma série de eapas. A primeira é de zona de secagem, na qual se em
variações de emperaura enre 100ºC e 150ºC. Em seguida, a maéria vai para

193
UNIDADE 3 | GESTÃO DE RESÍDUOS

a zona de pirólise, e ocorrem reações químicas: a usão, volailização e oxidação.


Nessa eapa já são produzidos vários subproduos, como álcoois e alcarão. Em
seguida há o resriameno, quando é produzido o bio-óleo. É necessário lembrar
que exisem vários ipos de reaores.

6.2 APLICAÇÕES DA PIRÓLISE


Uma aplicação basane uilizada é a carbonização da madeira. Tem como
objeivo a produção de carvão vegeal, que pode ser uilizado como combusível
para o ornecimeno de energia em diversos segmenos das indúsrias. As
écnicas de pirólise evoluíram, com aumeno na sua produividade. Um exemplo
disso é o aumeno do uso de biomassa como combusível, e o invesimeno em
pesquisas para produção do bio-óleo, ambém é undamenal o uso da pirólise.
Vários esudos demonsram a pirólise como um dos meios mais ecienes para
o raameno do lixo.

Como exemplo, pesquisas de W. Sanner em 1970 apud (INFOESCOLA


2017) indicam que aravés da pirólise pode se exrair diversos subproduos do
lixo. Como em uma onelada é possível produzir cerca de:

• onze quilos de sulao de amônia,


• 12 liros de alcarão,
• 9,5 liros de óleo, enre ouros.

É uma opção ecologicamene correa, pois consegue diminuir a quanidade


de aerros saniários. Na pirólise de uma onelada de lixo emos:

FIGURA 64 – RESULTADOS DA PIRÓLISE DE LIXO

1 T de
lixo
produz

10,88 Kg 131 Kg 12,3 Liros 435 Liros 331 Nm3

Sulfato de char alcatrão 9,46 Liros álcoois Gases


Óleo
amônia combustíveis
combustível
FONTE: Queiroz (2004)

A Perobras, no Brasil, uiliza a pirólise em uma usina de reprocessameno


de xiso e pneus. Seu objeivo é a produção de óleo e gases uilizados como
combusíveis. O processo inicia-se com os pneus sendo riurados e levados ao
reaor junamene com o xiso. Logo após é eio o processo de pirólise, obendo-
se subproduos, como o óleo e o gás.
194
TÓPICO 4 | TÉCNICAS DE DISPOSIÇÃO FINAL AMBIENTALMENTE CORRETA

Um exemplo basane simples que podemos observar em casa de pirólise


é o cozimeno de alimenos em ambienes secos. Como exemplo o assar do
pão, sendo que os componenes do alimeno que passam por esse processo são
os carboidraos e proeínas. Para ocorrer a pirólise de gorduras é necessária uma
emperaura muio mais ala. O cozimeno é realizado com presença do ar, porém
as condições ambienais permiem a ocorrência de pouca ou nenhuma combusão.

195
RESUMO DO TÓPICO 4

Neste tópico, você aprendeu:

• O objeivo do raameno dos resíduos sólidos, bem como a disposição nal


dos resíduos de orma susenável e sem prejudicar o meio ambiene.

• Os ipos de raamenos realizados em resíduos sólidos como os por biodigesão,


aerros conrolados, aerros saniários, incineração, composagem, pirólise,
enre ouros.

196
AUTOATIVIDADE

1 Associe as colunas e assinale a alernaiva correa.

(A) Biodigesão.
(B) Composagem.
(C) Pirólise.
(D) Incineração.
(E) Aerros saniários.

( ) Produção de orma anaeróbica e echada, com ausência de oxigênio e sem


liberação de gases produzidos pela ação das bacérias.
( ) Disposição de resíduos sólidos no solo com a uilização de princípios de
engenharia para dispor os resíduos.
( ) Transormação de resos orgânicos em adubo por meio de um processo
biológico que acelera a decomposição do maerial orgânico.
( ) Combusão de resíduos com aproveiameno do calor gerado no processo
( ) Reação de decomposição por meio do calor, ambém chamado de calcinação.

Agora assinale a ordem correa:


a) ( ) D – A – B – E – C.
b) ( ) E – B – A – C – D.
c) ( ) A – C – D – E – B.
d) ( ) B – E – C – A – D.
e) ( ) A – E – B – D – C.

2 Qual o objeivo do raameno dos resíduos sólidos? E apresene alguns


desses raamenos.

3 Qual é a dierença enre aerro saniário convencional e o aerro saniário em


valas?

197
198
UNIDADE 3
TÓPICO 5

GESTÃO DE SUSTENTABILIDADE

1 INTRODUÇÃO
Podemos observar que a preocupação com o meio ambiene e a
susenabilidade não é um modismo passageiro, veio para car e deve ser
levado a sério por odos seres humanos se quisermos sobreviver e maner odas
as espécies vivas e saudáveis no nosso planea. É só você se lembrar da pegada
ecológica mencionada na primeira unidade.

É por isso que as empresas esão se posicionando cada vez mais, perane
ao público e a sociedade, como preocupadas em desenvolver odas suas ações
pauadas na susenabilidade.

FIGURA 65 – RÓTULO AMBIENTAL ABNT

FONTE: Disponível em: <http://www.abntonline.com.br/


sustentabilidade/Rotulo/Default>. Acesso em: 22 ago. 2017.

E desa orma, observa-se o esorço incansável das organizações na


promoção de ações e divulgação dessa poderosa palavra em anúncios, logomarcas,
propagandas e embalagens de odos os produos possíveis.

O que é susenabilidade? Você já pensou nisso?

199
UNIDADE 3 | GESTÃO DE RESÍDUOS

1.1 CONCEITOS DE SUSTENTABILIDADE


Por muio empo se acrediou que a susenabilidade esaria direamene
relacionada ao meio ambiene. Pensando nisso as empresas começaram a
incenivar projeos de preservação da ora e da auna, de reoresameno, de
proeção a espécies ameaçadas de exinção, enre ouras ações nese senido, que
por mais que sejam válidas, são os únicos elemenos que represenam o conceio
de susenabilidade, pois ele é mais amplo.

2 OS TRÊS PILARES DA SUSTENTABILIDADE


O desenvolvimeno susenável é dividido em rês principais pilares: social,
econômico e ambienal. Dessa orma para se desenvolver de orma susenável,
uma empresa deve auar de orma que esses rês pilares sejam desenvolvidos e
inerajam enre si de orma harmoniosa.

E quais são eses pilares? É o que veremos a seguir:

2.1 SOCIAL
Que aborda odo capial humano que esá, direa ou indireamene, ligado
às aividades desenvolvidas por uma empresa. E deve ser incluído, além de seus
uncionários, seu público-alvo, seus ornecedores, a comunidade a seu enorno e
a sociedade em geral.

O objeivo da empresa é desenvolver ações socialmene susenáveis, por


exemplo, dar érias e beneícios aos uncionários. E ainda, deve-se proporcionar
um ambiene que esimule a criação de relações de rabalho legíimos e saudáveis,
avorecer o desenvolvimeno pessoal e coleivo dos direa ou indireamene
envolvidos.

2.2 ECONÔMICO
Na quesão econômica, para que uma empresa seja economicamene
susenável, ela precisa produzir, disribuir e oerecer seus produos ou serviços
de orma a ser compeiiva em relação aos seus concorrenes. A sua lucraividade
não se pode desenvolver às cusas de um desequilíbrio nos ecossisemas ao
seu redor ou explorando as más condições de rabalho dos uncionários ou a
degradação do meio ambiene da área onde se siua, por não er boas relações
com seu enorno.

200
TÓPICO 5 | GESTÃO DE SUSTENTABILIDADE

2.3 AMBIENTAL
O aspeco ambienal em relação com o desenvolvimeno susenável
ambienalmene correo da empresa em odos os âmbios, a curo, médio e longo
prazo, que eseja inegrado no planejameno esraégico da empresa. As ações da
empresa não podem ser somene paliaivas, ou ações de marketing, como planar
árvores poseriormene à emissão de gases poluenes. O desenvolvimeno
susenável em o objeivo de diminuir ao máximo os impacos ambienais da
produção indusrial. E como oda boa gesão, a susenabilidade, e seus rês
pilares necessiam ser planejados, acompanhados e sempre avaliados, além de
esarem denro dos objeivos da empresa (planejameno esraégico).

A seguir emos alguns mecanismos que podem auxiliar no


desenvolvimeno de uma boa gesão da susenabilidade. São eles as écnicas de
ecoeciência, neuralização de carbono, Mecanismo de Desenvolvimeno Limpo
(MDL) e Proocolo de Kyoo.

3 ECOEFICIÊNCIA
A ecoeciência pode ser desenvolvida aravés da disponibilização de
bens e serviços a preços compeiivos, que saisaçam as necessidades humanas
e promovam a qualidade de vida. Nese conexo há a necessidade de reduzir os
impacos ao meio ambiene e a inensidade do uso de recursos ao longo da vida úil
do bem ou serviço, em níveis equivalenes aos da capacidade de supore da Terra.
Você sabia que para maner o sisema de vida nore-americano precisaríamos de
mais de quaro planeas Terra!

O ermo ecoeciência surgiu na Conerência Rio-92 como resposa do


empresariado às pressões sociais. Tem o objeivo de promover a economia de
recursos, o incremeno da produividade e a busca de compeiividade (ONU,
2012).

A ecoeciência em objeivo de ser implemenada para oimizar


processos, ransormando os subproduos ou os resíduos de uma indúsria ou
empresa em recursos para oura, pela inovação que leva a produos com uma
nova uncionalidade, e por aumeno de conhecimeno e coneúdo de serviço. A
ecoeciência baseia-se nos rês pilares da susenabilidade: econômico, ambienal
e social. Uma empresa ou processo ecoeciene precisa ser economicamene
renável, ambienalmene compaível e socialmene juso (RUPPENTHAL, 2014).

A Produção Mais Limpa – PML ou P+L é a aplicação de uma esraégia


ambienal preveniva e inegrada aos processos, produos e serviços, com o
objeivo de aumenar a ecoeciência e reduzir os riscos para o homem e para o
meio ambiene. A sua aplicação esende-se aos processos produivos, produos

201
UNIDADE 3 | GESTÃO DE RESÍDUOS

e serviços. É baseada na prevenção da poluição, ou seja, uilização de práicas,


processo, écnica ou ecnologia que vise à redução ou eliminação em volume,
concenração e/ou oxicidade dos resíduos na one geradora.

As ecnologias mais limpas são um conjuno de soluções para prevenir


e resolver problemas ambienais, endo como um dos princípios o de proeger e
conservar o meio ambiene eviando a degradação ambienal e o desperdício de
recursos. Para colocá-la em práica são necessárias novas maneiras de pensar e
agir sobre os processos, produos, serviços e ormas de gesão.

FIGURA 66 – FLUXOGRAMA QUALITATIVO DO PROCESSO DE P+L

FONTE: Adaptado de Ruppenthal (2014)

4 NEUTRALIZAÇÃO DE CARBONO
Tem a preocupação de diminuir o lançameno, além de reirar o excesso
de CO2 da amosera. Uma das maneiras é por meio do planio de árvores que
xam carbono durane seu crescimeno.

202
TÓPICO 5 | GESTÃO DE SUSTENTABILIDADE

UNI

E o que é a neutralização do carbono?

Uma empresa ou produto é neutro em carbono quando todas as emissões de gases de


efeito estufa provenientes de sua atividade são devidamente quanticadas (inventário de
emissões) e uma ação de compensação ambiental (neutralização) é realizada na mesma
proporção.

A neuralização de carbono é realizada em duas eapas:

1º Cálculo e redução das emissões

Idenicam-se as ones poluenes, calculam-se as emissões de gases


esuas de deerminado impaco ambienal e a implemenação de ações para
diminuir o impaco ambienal

2º Compensação

São aividades que geram beneícios ambienais de mesma proporção.


As aividades devem ser reconhecidas por órgãos cericadores inernacionais,
aendendo aos requisios pré-denidos, aumenar a remoção de gás carbônico da
amosera ou reduzir e eviar emissões de gases esua relacionadas à aividade
padrão. Promover o desenvolvimeno da comunidade local, e não gerar impacos
negaivos ao meio.

5 MECANISMO DE DESENVOLVIMENTO LIMPO (MDL) E O


PROTOCOLO DE KYOTO
O Mecanismo de Desenvolvimeno Limpo (MDL) é uma erramena que
esá presene no Proocolo de Kyoo, que alera que os países ricos necessiam
reduzir as emissões de GEE invesindo em projeos nos países em desenvolvimeno,
visando ranserir suas obrigações. Ese invesimeno é subsidiar a busca do
desenvolvimeno susenável promovendo a ecoeciência, as energias renováveis
e projeos de reoresameno, enre ouras ações.

203
UNIDADE 3 | GESTÃO DE RESÍDUOS

5.1 PROTOCOLO DE KYOTO


O proocolo de Kyoo esá direamene ligado à preocupação com o meio
ambiene que levou os países da ONU a assinarem um acordo em que os países
concordassem com compromissos de redução da emissão dos GEE, segundo os
cienisas como causa do aquecimeno global.

O Proocolo de Kyoo deermina que países desenvolvidos signaários


reduzam suas emissões de GEE em média em 5,2 %, relaivas ao ano de 1990,
enre 2008 e 2012. Esse período é ambém conhecido como primeiro período
de compromisso. Mas, apresena uma solução para não prejudicar a economia
desses países, o proocolo indica que pare dessa redução pode ser eia aravés
de negociações com nações não ão emissoras desses gases com os dos acordos de
exibilização chamados de mecanismos de desenvolvimeno limpo. As reduções
das emissões de gases GEE devem aconecer em várias aividades econômicas,
esimulando os países signaários a cooperarem enre si.

Os objeivos são:

• proeger oresas e ouros sumidouros de carbono;


• promover o uso de ones energéicas renováveis;
• reormar os seores de energia e ranspores;
• limiar as emissões de meano no gerenciameno de resíduos e dos sisemas
energéicos.

Os países reunidos durane a 17ª Conerência do Clima da ONU, a COP-


17(2011), aprovaram um documeno que prevê a prorrogação do Proocolo de
Kyoo, e desenvolveram o Fundo Verde Climáico e um novo raado sobre o
clima, que deve vigorar a parir de 2020.

Essa é uma segunda ase do Proocolo de Kyoo, que apresenou a


paricipação do Japão, do Canadá e da Rússia, esvaziando o acordo inernacional.
A proposa do Ao 2 do Proocolo de Kyoo, a parir de exceo os Esados Unidos)
para reduzir suas emissões de GEE.

5.2 MECANISMOS DE DESENVOLVIMENTO LIMPO – MDL


Foi denido pelo Proocolo de Kyoo, que o MDL deve ajudar os países
em desenvolvimeno, que não possuem meas para cumprir de redução dos GEE,
a aingirmos o desenvolvimeno susenável e auxiliarem os países que possuem
meas de redução a cumprirem suas limiações de emissão. Cada onelada de CO2
equivalene, deixada de ser emiida ou reirada da amosera, se ransorma em
uma unidade de crédio de carbono, chamada Redução Cericada de Emissão
(RCE), poderá ser negociada no mercado mundial.

204
TÓPICO 5 | GESTÃO DE SUSTENTABILIDADE

Ouros gases geradores do eeio esua ambém podem ser converidos


em crédios de carbono, com o conceio de carbono equivalene.

5.3 O MERCADO DE CARBONO


É desenvolvido por países, empresas ou indivíduos compradores
de crédio de carbono, que desejam reduzir as emissões de GEE com menor
cuso, ao invés de invesirem ações no próprio erriório. O MDL inceniva o
desenvolvimeno susenável e a redução de emissões de gases, dando aos países
indusrializados algumas opções para aingirem seus objeivos em unção das
limiações de emissões.

As caegorias de projeos MDL são:

Seor 1 – Geração de energia renovável e não renovável.


Seor 2 – Disribuição de energia.
Seor 3 – Demanda de energia.
Seor 4 – Indúsrias de produção.
Seor 5 – Indúsrias químicas.
Seor 6 – Consrução.
Seor 7 – Transpore.
Seor 8 – Mineração e produção de minerais.
Seor 9 – Produção de meais.
Seor 10 – Emissões de gases ugiivos de combusíveis.
Seor 11 – Emissão de gases ugiivos na produção e consumo de composos de
enxore.
Seor 12 – Uso de solvenes.
Seor 13 – Gesão e raameno de resíduos.
Seor 14 – Reoresameno e oresameno.
Seor 15 – Agriculura.

Os ipos de projeos de MDL são:

• Troca de combusível.
• Pirólise de resíduos.
• Capura de gás em aerro saniário.
• Composagem de resíduos sólidos urbanos.
• Traameno de dejeos suínos e reaproveiameno de biogás.
• Geração de energia por ones renováveis (biomassa, energia eólica, pequenas
e médias hidroeléricas, energia solar).
• Geração de meano a parir de resíduos orgânicos (biogasicação).
• Floresameno e reoresameno em áreas degradadas.

205
UNIDADE 3 | GESTÃO DE RESÍDUOS

As eapas dos projeos de MDL são:

• Concepção do projeo.
• Preparo do Documeno de Concepção do Projeo (DCP).
• Validação.
• Obenção da aprovação do país anrião.
• Regisro.
• Implemenação do projeo.
• Moniorameno.
• Vericação e cericação.
• Emissão dos RCEs (crédios de carbono).

O Comiê Execuivo (CE) da Convenção das Nações Unidas sobre


Mudança do Clima (UNFCCC), que é o órgão responsável pela supervisão do
MDL é quem aprova os projeos e as meodologias. Quem aprova no Brasil é a
Comissão Inerminiserial de Mudança Global do Clima – CIMGC é a Auoridade
Nacional Designada (AND).

Quem é o mercado volunário de carbono?

São conorme o Proocolo de Kioo, grupos e seores que não necessiam


diminuir suas emissões de acordo, ou seja, empresas localizadas em países não
signaários do Proocolo de Kyoo, que possuem a possibilidade de comercializar
reduções de emissões nos mercados volunários. O mercado volunário é
imporane para a inovação, viso que não há muias regras preesabelecidas
como no Proocolo de Kyoo, e ambém pode desenvolver projeos de menor
escala que seriam inviáveis sob Kyoo. As negociações são realizadas aravés
de regras comuns de mercado, podendo ser realizadas em bolsas, por meio
de inermediários ou direamene enre as pares ineressadas. A ransação
dos crédios se dá conorme convenção com CO2 equivalene. Esse mercado é
nanciado por organizações e indivíduos ineressados em neuralizar o impaco
das emissões produzidas pelas suas aividades e que invesem em projeos que
êm como objeivo reduzir as emissões de GEEs, por meio de compra de crédios de
compensação. Os crédios de carbono são insrumenos nanceiros negociáveis,
chamados Reduções Vericadas de Emissão (VERs – Veried Emission Reductions),
equivalene a uma onelada de dióxido de carbono (CO2) reduzida ou deixada de
ser emiida. Vale lembrar que o Brasil domina o mercado, enre as nações laino-
americanas, com o maior volume de geração de crédios.

206
TÓPICO 5 | GESTÃO DE SUSTENTABILIDADE

LEITURA COMPLEMENTAR

SACOLAS PLÁSTICAS – Sua utilização na visão de diferentes autores

As sacolas plásicas eram moivos de orgulho das redes de supermercados,


e passaram de símbolo da modernidade para vilãs do meio ambiene (PLANETA
SUSTENTÁVEL, 2007) devido ao longo período de decomposição que podem
levar de 100 a 300 anos, as sacolas são uilizadas, descaradas e permanecem
no meio ambiene poluindo e causando impacos negaivos. É um objeo
uilizado no coidiano para ransporar mercadorias. É ambém uma das ormas
de acondicionameno do lixo domésico e, consiuem uma orma baraa de
publicidade para as lojas que as disribuem. A palavra “plásico” em origem
no grego plástikos, que signica moldáveis, uma caracerísica essencial deses
maeriais. Feios de resina sinéica originadas do peróleo, esses sacos não são
biodegradáveis e levam séculos para se decompor na naureza. São eios de
cadeias moleculares inquebráveis e é impossível denir com precisão quano
empo levam para desaparecer no meio naural. Nas sacolas de supermercados
a maéria-prima é o plásico lme, produzido a parir de uma resina chamada
polieileno linear, polieileno de ala densidade ou de polipropileno, polímeros
de plásicos não biodegradáveis (ALMEIDA, 2008). Um aumeno na geração
de resíduos é consequência de um consumo de maéria-prima, as quais se
enconram na naureza em quanidade limiadas (SILVA, 2010). O uso consciene
dos maeriais não-renováveis exisenes na naureza conribui com uma menor
geração de resíduos e consequenemene menor desperdício de maeriais. A
disposição dos resíduos sólidos urbanos apresena problemas relacionados à
insalação adequada dos mesmos, ao espaço ísico ocupado pelos rejeios e o
ransorno causado ao ambienem visualmene desagradável (SANTOS, 2004). A
deposição incorrea dos resíduos é resulado de más condições de armazenameno
razendo problemas ambienais, sociais e de saúde pública

A diversidade biológica (ou biodiversidade) esá direamene relacionada


com a manuenção desse meio ambiene equilibrado do pono de visa ecológico.
Para alcançar ese objeivo, além da organização do poder público para orienar,
legislar e scalizar as ações que possam impacar o meio ambiene é preciso que
haja um movimeno de conscienização de oda a sociedade e a escolaridade em
papel undamenal nese processo (PROBIO, 2006). Mesmo com o apelo crescene
nas quesões ambienais, odas as discussões aponam para a necessidade de
políicas públicas de educação ambienal (TOZONI-REIS, 2004). A quesão
ambienal reere-se à mudança de hábios o que dicula a aceiação por pessoas
já adulas e com opinião ormada; o grande oco da conscienização é aingir
a educação inanil e ensinos médios e superiores, nos quais as opiniões esão
sendo ormadas, adquirindo o conhecimeno. O processo de educação ambienal
começou recenemene e vai se rmar nas gerações que esão por vir. Uma das
meas básicas da Educação Ambienal é conseguir que as pessoas e as comunidades
compreendam o caráer complexo do meio ambiene naural e aricial, resulane
da iner-relação de seus aspecos biológicos, ísicos, sociais, econômicos e

207
UNIDADE 3 | GESTÃO DE RESÍDUOS

culurais e adquirir o conhecimeno, os valores, as aiudes e as apidões práicas


que permiam paricipar, de orma responsável e ecaz, no rabalho de prever e
de resolver problemas ambienais e de uma gesão qualiaivamene apropriada
do meio ambiene (LINDNER, 2000).

A educação ambienal conribui para que a sociedade seja esimulada


a paricipar do desenvolvimeno susenável. As pessoas serão chamadas para
repensar, reprojear e reesruurar seus valores (PALMA, 2005). As soluções não
esarão pronas, mas sim, esão à disposição insrumenos para que cada um aça
sua pare.

PONTOS POSITIVOS E NEGATIVOS

Na abela a seguir são descrios os ponos posiivos e negaivos das


iniciaivas omadas sobre o uso de sacolas plásicas. A descrição é eia de maneira
rápida para que consumidores se aenem para as principais causas da uilização
de cada méodo para a diminuição das sacolas plásicas comuns. Requer cada
pessoa adapar-se ao melhor méodo que é capaz de reduzir o uso de sacolas
plásicas

FONTE: Disponível em: <http://www.pgsskroton.com.br/seer/index.php/rcger/article/


viewFile/1933/1837>. Acesso em: 12 ago. 2017.

208
TÓPICO 5 | GESTÃO DE SUSTENTABILIDADE

QUESTÃO AMBIENTAL

Os plásicos são considerados subsraos ineres, com índices de


decomposição variáveis por elemenos ambienais, como luz, umidade, calor
e microrganismos. A não degradabilidade no ambiene de maeriais plásicos
pós-consumo em sido um dos aores em que ambienalisas êm cenrado suas
campanhas (FORLIN, 2002).

A maioria das sacolas plásicas disponíveis em supermercados brasileiros


é eia de resina sinéica originadas do peróleo, não são biodegradáveis e podem
levar cenenas de anos para se decompor. Nos mares, podem maar animais
como ararugas, que são víimas requenes, pois conundem o maerial com as
medusas, sua presa naural (POZZANA, 2010).

No Brasil são produzidas 210 mil oneladas anuais de plásico lme, que
já represena 9,7% de odo o lixo do país. Abandonados em vazadouros, esses
sacos plásicos impedem a passagem da água – reardando a decomposição dos
maeriais biodegradáveis – e diculam a compacação dos derios (TRIGUEIRO,
2003).

A ideia de desenvolvimeno susenável apareceu associada à legislação


ambienal dos impacos ambienais indesejáveis; assim desenvolvimeno
susenável é “produzir sem causar impaco”, sendo a relação home-naureza
mediada por conhecimenos écnicos e cienícos (TOZONI-REIS, 2004).

A quesão ambienal esá presene em diversos seores, e aos poucos a


conscienização ambienal esá uindo para odas as áreas de abricação, consumo
e pós-consumo. Ese processo de adquirir a maneira susenável é vagaroso, pois
requer mudanças de hábios, crenças, cosumes o que demanda persisência e
um alo invesimeno em educação ambienal. A uilização de sacolas plásicas é
apenas uma quesão de educação ambienal; seu uso em excesso raz prejuízos ao
ambiene, assim unciona com qualquer recurso que mal uilizado e poseriormene
mal descarado, vai gerar riscos.

A educação ambienal é a base para desperar a consciência ecológica


na população, somene com conscienização ambienal parindo da educação
ambienal nas escolas. O oco na educação em poder de ransormação,
começando pela educação inanil onde as ideias esão em ormação aciliando o
enendimeno de maneiras de preservação do meio ambiene aravés de pequenas
ações.

A quesão das sacolas plásicas, não é ão simples em apenas querer banir
seu uso. O aor principal é a não exisência de um sisema de colea seleiva e
de reciclagem de maeriais, o que seria ideal para pôr em práica as quesões de
susenabilidade em gesão de resíduos sólidos nas cidades.

209
UNIDADE 3 | GESTÃO DE RESÍDUOS

As medidas que já esão em práicas em algumas regiões e seores, como a


axa cobrada e o apelo pelo uso de sacolas reornáveis, são medidas imediaas que
esão conribuindo de maneira avorável a redução do uso de sacolas plásicas,
porém essas medidas não são saisaórias em longo prazo.

A degradação ambienal em alcançado níveis jamais visos; vivemos


hoje uma crise ambienal sem precedenes; o que é necessário um repensar da
humanidade em relação ao meio que vive, onde se enquadra a educação ambienal
que surge não só como necessidade, mas ambém como esperança (GRUN, 1996).

Enquano um sisema de gesão ambienal eciene não é implemenado,


cabe ao consumidor reeir sobre seu papel na sociedade para garanir a qualidade
de vida necessária para si e para as gerações seguines.

FONTE: PIVA, C. D.; Noriko Fernandes, T. O. Sacolas plásticas. 2014.


Disponível em: <http://www.pgsskroton.com.br/seer/index.php/rcger/article/
viewFile/1933/1837>. Acesso em: 12 ago. 2017.

210
RESUMO DO TÓPICO 5

Neste tópico, você aprendeu:

• Os resíduos sólidos, a logísica reversa a raameno legislação perinene.

• A classicação dos resíduos e os ipos e principais processos de raameno.

• As ações e erramenas que podem ser uilizadas visando ao objeivo da


ecoeciência.

• E ambém vimos as erramenas de produção mais limpa e neuralização de


carbono e o mecanismo de desenvolvimeno limpo.

211
AUTOATIVIDADE

1 Associe as colunas e assinale a alernaiva correa:

(A) Produção mais limpa.


(B) Neuralização de carbono.
(C) MDL.

( ) Visa diminuir o lançameno e reirar o excesso de CO2 da amosera. A


reirada pode ocorrer por meio do planio de árvores que xam carbono
durane seu crescimeno.
( ) Inegrada aos processos, produos e serviços, a m de aumenar a
ecoeciência e reduzir os riscos para o homem e para meio ambiene.
( ) DenidopeloProocolodeKyoo,deveauxiliarospaísesemdesenvolvimeno,
que não êm meas para cumprir na redução dos GEE para aingirmos o
desenvolvimeno susenável, bem como auxiliar os países que possuem
meas de redução a cumprirem suas limiações de emissão.
( ) Técnica baseada na prevenção da poluição e reere-se a qualquer práica,
processo, écnica ou ecnologia que vise à redução ou eliminação em volume,
concenração e/ou oxicidade dos resíduos na one geradora.
( ) Técnica realizada em duas eapas: redução e cálculo das emissões e
compensação.
( ) Cada onelada de CO2 equivalene deixada de ser emiida ou reirada da
amosera se ransorma em uma unidade de crédio de carbono, chamada
Redução Cericada de Emissão (RCE), que poderá ser negociada no
mercado mundial.

a) ( ) B – A – C – A – B – C.
b) ( ) A – B – A – B – C – C.
c) ( ) C – A – C – A – B – B.
d) ( ) B – C – B – C – A – A.
e) ( ) A – B – B – C – C – A.

2 O que é susenabilidade?

3 Quais são os rês pilares da susenabilidade? E quais são seus objeivos?

212
REFERÊNCIAS
ABES, Associação Brasileira de Engenharia Saniária e Ambienal. Ciclo de
Vida do Saco Plástico. 2006 Disponível em: <htp://www.abes-mg.org.br/
visualizacao-de-clippings/ler/2578/ciclo-de-vida-do-saco-plasico>. Acesso: 22
ago. 2017.

ADISSI, P. J.; PINHEIRO, F. A.; CARDOSO, R. S. Gestão ambiental de unidades


produtivas. Rio de Janeiro: Campus, 2012.

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 10004: resíduos sólidos


– classicação. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.

ANDRADE, F. A. V. Transporte rodoviário de cargas perigosas: a imperiosa


necessidade de medidas resriivas para a salvaguarda do meio ambiene. 2004.
Disponível em: <htp://www.ranspores.gov.br/Pare/D_Esa2003.hm>. Acesso
em: 1 ago. 2017.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA QUÍMICA E DE PRODUTOS


DERIVADOS – ABIQUIM. Manual de emergências: para aendimeno com
produos perigosos. 1994.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7500: símbolos


de riscos e manuseio para o ranspore e armazenameno de maeriais. Rio de
Janeiro, 2000.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7501: ranspore


de produos perigosos. Rio de Janeiro, 1989.

ANTT, Agência Nacional de Transpore Terresre. Resolução nº 420, de 12 de


fevereiro de 2004. Insruções Complemenares ao Regulameno do Transpore
Terresre de Produos Perigosos. 2004. Disponível em: <htp://poral.ant.gov.br/
index.php/conen/view/1420/Resolucao_n__420.hml>. Acesso em: ago. 2017.
ATITUDE AMBIENTAL. Classicação de Resíduos. 2015. Disponível em:
<htp://www.aiudeambienal.com/classe.hml>. Acesso em: 22 ago. 2017.

BATALHÃO DO CORPO DE BOMBEIROS. Fontes de informações de


assistência para as ações emergenciais, 2007. Disponível em:<htps://biblioeca.
cbm.sc.gov.br/biblioeca/index.php/.../27-juarez-gomes-dos-sano>. Acesso em:
22 ago. 2017.

BARRETO. E. J. F. (Org.). Combusão e gasicação de biomassa sólida e


soluções energéticas para a Amazônia. Minisério de Minas e Energia, Brasília,
2008.

213
BOFF, L. Sustentabilidade: o que é: o que não é. Rio de Janeiro: Vozes, 2012.

BRASIL. Casa Civil. Código Brasileiro de Trânsito.1997. Disponível em:<htp://


www.planalo.gov.br/Ccivil_03/leis/L9503.hm>. Acesso em: 22 ago. 2017

______. Decreo-lei n. 96044, de 18 de maio de 1988. Aprova o regulamento para


o transportem rodoviário de produtos perigosos, e dá outras providências.
Diário Ocial da União, 19 maio1988.

______. Minisério do Meio Ambiene. Conama. Resolução no 258, de 26 de


agosto de 1999. 1999. Disponível em: <htp://www.mma.gov.br/por/conama/
res/res99/res25899.hml>. Acesso em: 13 ago. 2017.

______. Minisério do Meio Ambiene. Lixo. 2005. Disponível em: <htp://www.


mma.gov.br/esruuras/secex_consumo/_arquivos/8%20-%20mcs_lixo.pd>.
Acesso em: 12 ago. 2017.

______. Minisério do Meio Ambiene. Lei nº 12.305, de 2 de agoso de 2010.


Políica Nacional de Resíduos Sólidos. Disponível em:<htp://www.mma.gov.br/
por/conama/legiabre.cm?codlegi=636>. Acesso em: 22 ago. 2017.

_______. Minisério do Trabalho. NR 6 - Equipameno de Proeção Individual –


EPI. 2017.
Disponível em: <htp://rabalho.gov.br/images/Documenos/SST/NR/NR6.pd>.
Acesso em: 22 ago. 2017.

BYCHINSKI, J. Sistema de transporte, movimentação e descarregamento


de cargas perigosas em indústrias de Ponta Grossa (Esudo De Caso).
Universidade Esadual de Pona Grossa: PONTA GROSSA 2012. Disponível em:
<htp://www.uepg.br/denge/eng_seg_2004/TCC%202011/Joseneia.pd>. Acesso
em: 11 ago. 2017.

BRUNS, C. B. Movimentação e operação de produtos perigosos: MOPP, livro


do aluno. Curiiba: TECNODATA, 2002.

CAMPOS, C. M. M., MOCHIZUKI, E. T., DAMASCENO, L. H. S.; BOTELHO, C.


G. Avaliação do poencial de produção de biogás e da eciência de raameno
do reaor anaeróbio de mana de lodo (UASB) alimenado com dejeos de
suínos. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v. 29, n. 4, p. 848-856, 2005.

CERPCH – Cenro Nacional de Reerência em Pesquisas Cenrais


Hidreléricas. BIODIGESTOR. Disponível em: <>. Acesso em: 10 ago. 2017.
CETEBS – COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO
AMBIENTAL. Emergências químicas. São Paulo, 2004. Disponível em: <htp://
www.ceesb.sp.gov.br/Emergencia>. Acesso em: 28 jul. 2017.

214
COELHO, L. C. Distribuição e transporte de produtos perigosos. 2010
disponível em: <htp://www.logisicadescomplicada.com/disribuicao-e-
ranspore-de-produos-perigosos/>. Acesso em: 12 ago. 2017.

COLETÂNEA DE MANUAIS TÉCNICOS DE BOMBEIROS – Atendimento às


Emergências com Produtos Perigosos (Maepp). 1. ed. 2006. (VOLUME 21).

COLOMBO; L. A. Entenda os três pilares da sustentabilidade. Terra Ambienal,


2014. Disponível em: <htp://www.eraambienal.com.br/blog-da-era-ambienal/
enenda-os-res-pilares-da-susenabilidadee>. Acesso em: 2 ago. 2017.

COSTA, A. e al. Idenicação dos riscos envolvendo o ranspore de produos


perigosos Na Br-153/060, no trecho de Terezópolis de Goiás a Goiânia.
Disponível em:
<htp://www.pucgoias.edu.br/ucg/prope/cpgss/ArquivosUpload/36/le/
IDENTIFICA%C3%87%C3%83O%20DOS%20RISCOS%20ENVOLVENDO%20
O%20TRANSPORTE%20DE%20PRODUTOS%20PERIGOSOS%20NA%20
BR153-060.pd> Acesso em: 10 ago. 2017.

COUTO, R. A. de O.; MONTEIRO, W. Geração de energia elétrica por meio


da digestão de papel com o uso de biodigestores. VII Jornada de Iniciação
Cieníca – 2011. Disponível em: <htp:// www.mackenzie.br/ leadmin/
Pesquisa /pibic/ publicacoes/ 2011/pd/s/raael_adolo.pd> Acesso em: 5 maio
2015.

D’ALMEIDA, M. L. O., VILHENA, A. Lixo municipal: manual de


gerenciameno inegrado. São Paulo: IPT: CEMPRE, 2000

DEGANUTTI, R.; PALHACI. M. do C. J. P.; ROSSI. M.; TAVARES. R.; SANTOS.


C. dos. Biodigestores rurais: modelo indiano, chinês e baelada. In. 4. Enc.
Energ. Meio Rural, 2002. Disponível em: <htp:// www.proceedings.scielo.br/
scielo.php?pid=MSC00000000220020001000 31&s crip=sci_artex&lng=p>.
Acesso em: 10 ago. 2017.

FETRANSPORTE- ES. Transporte legal de produtos perigosos. 2014.


Disponível em: htp:<//www.ceped.usc.br/wp-conen/uploads/2014/07/
ranspore_legal_produos_perigosos.pd>. Acesso em: 22 ago. 2017.

FUNASA – Fundação Nacional de Saúde. Manual de saneamento. Minisério


da Saúde, 2015 Disponível em: <htps://p.scribd.com/documen/361936840/
FUNASA-2016-Manual-de-Saneameno-4aEd>. Acesso em: 12 ago. 2017.

FURTADO, G. D. e al. Biodigestor: explicações didáico-meodológicas ao


alcance da escola como público alvo. Disponível em: <htp://www.revisaea.org/
p.php?idarigo=2237>. Acesso em: 25 ago. 2017.

215
INFOESCOLA. Pirólise. Disponível em: <htp://www.inoescola.com/reacoes-
quimicas/pirolise/>. Acesso em: 25 ago. 2017.

IPEA. Diagnóstico dos resíduos sólidos urbanos. Relaório de Pesquisa.


Brasília. Governo Federal Secrearia de Assunos Esraégicos da Presidência da
República, 2012.

IUSNATURA. Resolução ANTT n° 5.232, de 14 de dezembro de 2016. Agência


Nacional de Transpores Terresres – ANTT. Disponível em: <htps://iusnaura.
com.br/ius/le/ANTT5232_16.pd>. Acesso em: 2 ago. 2017.

D’ALMEIDA, M. L. O.; VILHENA, A. Lixo municipal: manual de


gerenciameno inegrado. 2. ed. São Paulo: Insiuo de Pesquisas Tecnológicas
do Esado de São Paulo; Compromisso Empresarial Para Reciclagem, 2000.

MACHADO, G. B. Aterro sanitário. Disponível em:


<htp://www.poralresiduossolidos.com/aerro-saniario/>. Acesso em: 2 ago.
2017.

MEDEIROS, M. B. de; LOPES, J. S. Bioerilizanes líquidos e susenabilidade


agrícola. Bahia Agrícola, nº 7, vol. 3, nov. 2006.

MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES. Poraria n. 204, de 20 de maio de 1997.


Aprova as insruções complemenares aos regulamenos dos ranspores
rodoviários e erroviários de produos perigosos. Diário Ocial da União, 26
maio 1997.

MONTEIRO, J. H. P. e al. Gestão integrada de resíduos sólidos: Manual de


Gerenciameno Inegrado de Resíduos Sólidos. Rio de Janeiro: IBAM, 2001. 200
p.

MÜLLER, E. O que é compostagem? E como ela aconece? FUNDEMA.


Disponível em: <htp://undemacacador.blogspo.com.br/2015/07/o-que-e-
compostagem-e-como-ela-acontece.html>. Acesso em: 14 ago. 2017 .

OLIVEIRA, J. A. Resíduos sólidos. Minisério do Meio Ambiene, Secrearia


de Recursos Hídricos e Ambiene Urbano, Deparameno de Ambiene
Urbano. 2014a. Disponível em: <htp://www.agriculura.gov.br/assunos/
camaras-seoriais-emaicas/documenos/camaras-seoriais/viiculura-vinhos-
e-derivados/anos-aneriores-1/poliica-nacional-de-residuos-solidos-39.pd>
Acesso em: 10 ago. 2017.

OLIVEIRA, M. E. Países mais ricos são responsáveis por 80% do consumo


global. 2014b. Disponível em:
<htp://www.revisaecologico.com.br/noicia.php?id=2003>. Acesso em: 25 ago.
2017.

216
ONU. Assembleia Geral. Resolução nº 66/288, de 11 de seembro de
2012. O futuro que você quer. 2012. Disponível em <htp://www.un.org/
en/developmen/desa/populaion/migraion/generalassembly/docs/
globalcompac/A_RES_66_288.pd>. Acesso em: 22 ago. 2017.

PINTO, T. P.; GONZÁLES, J. L. R. Manejo e gestão de resíduos da construção


civil. Volume 1 – Manual de orienação: como implanar um sisema de manejo
e gesão nos municípios. Brasília: Caixa Econômica Federal, 2005.

PINTO, T. P. Metodologia para a gestão diferenciada de resíduos sólidos da


construção urbana. Tese (Douorado em Engenharia) – Escola Poliécnica da
Universidade de São Paulo, São Paulo, 1999. 189 p.

PIVA, C. D.; ORIKASSA, T. N. F. Sacolas plásticas: sua uilização na visão


de dierenes auores. Universidade Anhanguera-Uniderp – Mariz. 2014.
Disponível em: <htp://www.pgsskroon.com.br/seer/index.php/rcger/aricle/
viewFile/1933/1837>. Acesso em: 12 ago. 2017.

PLANETA ATIVO. O que é ação antrópica? 2011. Disponível em: <htp://


planeaivo.com/2010/2011/06/o-que-e-acao-anropica/>. Acesso em: 11 ago.
2011.

PNUMA – PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O MEIO AMBIENTE.


GEO mundo 2003: presente, passado e futuro. Brasília: Edições IBAMA, 2004.

PORTAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS. Aterro sanitário. 2017. Disponível em:


<htp://www.poralresiduossolidos.com/aerro-saniario/>. Acesso em: 1 ago.
2017.

QUEIROZ, L. M. Lixo: raameno e biorremediação. 2. ed. São Paulo: Ed.


Hemus, 2004.

RUFFINO, S. F.; SANTOS S. A. M. Resíduos sólidos. 2009. Disponível em:


<htp://www.cdcc.usp.br/maomassa/doc/ensinodeciencias/residuos_solidos.
pd>. Acesso em: 25 ago. 2017.

RUPPENTHAL, J. E. Gestão ambiental. Sana Maria: Universidade Federal de


Sana Maria, Colégio Técnico Indusrial de Sana Maria, 2014.

SANEAGO. Saneamento de Goiás S/A. 2017. Disponível em: <www.saneago.


com.br>.
Acesso em: 20 de jul. 2017.

SANTOS, F. S.; VEIGA, R. M.: MELO, T. M. Sistema de gestão ambiental para o


setor da construção civil. Trabalho de Conclusão (Graduação em Tecnologia em
Gesão Ambienal) – Cenro Federal de Educação Tecnológica de Goiás, Goiânia,
2004. 124p.

217
SANTOS, T. C. C.; CÂMARA, J. B. D. (Orgs.). GEO Brasil 2002: perspecivas do
meio ambiene no Brasil. Brasília: Edições IBAMA, 2002.

SCHALCH, V. Divisão dos resíduos sólidos quanto a sua origem e


periculosidade de acordo com a PNRS. Núcleo de Esudos e Pesquisa em
Resíduos Sólidos. Escola de Engenharia de São Carlos. Disponível em: <www.
senado.gov.br/noicias/jornal/emdiscussao/saiba.../0604_Valdir_Schalch.pp>.
Acesso em: 1 ago. 2017.

SEBRAE-MS. Gestão de resíduos sólidos: uma oporunidade para o


desenvolvimeno municipal e para as micro e pequenas empresas. São Paulo:
Insiuo Envolverde: Ruschel & Associados, 2012.

SEBRAE-PR. Sustentabilidade. Disponível em: <htp://www.sebraepr.com.br/


PoralSebrae/sebraeaz/Susenabilidade-Sebrae>. Acesso em: 8 ago. 2017.

SEIFFERT M. E. B. ISO 14001 Sistemas de gestão ambiental: implanação


objeiva e econômica. São Paulo: Alas, 2011.

SILVA, C. E. Utilização de biogestor: viabilidade écnica e econômica. 2015.


Disponível em: <htp://slideplayer.com.br/slide/49617/>. Acesso em: 22 ago.
2017.

SOUSA, G. C.; GUADNAGIN, M. R. Gerenciamento integrado de resíduos


sólidos em município de pequeno porte. Seminário Regional Sul de Resíduos
Sólidos, UCS: Caxias do Sul. 2009.

SOUZA, M. N. e al. O que é gestão de resíduos sólidos e qual a relação com o


técnico de segurança. 2009. Disponível em: <htp://mauriciosnovaes.blogspo.
com.br/2009/08/o-que-e-gesao-de-residuos-solidos-e.hml>. Acesso em: 10 jun.
2017.

UFSC. Transporte rodoviário de produtos perigosos: procedimenos de


primeira resposa no aendimeno a emergências. Disponível em:
<htp://www.ceped.usc.br/wp-conen/uploads/2014/09/Anexo-D-Transpore-
Rodovi%C3%A1rio-de-Produos-Perigosos.pd>. Acesso em: 2 ago. 2017.

218

Você também pode gostar