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Nome: Sillas Wilttar Silva Santos

E-mail: sillaswilttar@gmail.com
Título: O Reconhecimento dos Direitos das Famílias Paralelas: Uma Questão de Justiça e
Pluralidade Familiar

O reconhecimento dos direitos das famílias paralelas é um assunto que tem despertado debates e
reflexões no contexto jurídico e social contemporâneo. Ao longo dos anos, o conceito de família
evoluiu, e é essencial que a legislação acompanhe essas transformações, garantindo a proteção e a
igualdade de direitos a todos os arranjos familiares.

Antes da Constituição de 1988, a instituição familiar era rigidamente definida com base no
casamento, seguindo um modelo conservador. No entanto, a sociedade avançou e se diversificou,
abraçando novas formas de constituir famílias, como a união estável e as famílias paralelas ou
simultâneas. Esses arranjos familiares são uma realidade cada vez mais comum, e é imperativo que o
ordenamento jurídico reconheça seus direitos e deveres.

A pluralidade familiar é um princípio que deve ser valorizado e acolhido pelo Estado. Negar o
reconhecimento das famílias paralelas é desconsiderar a realidade em que muitos indivíduos vivem.
Essas famílias são formadas por pessoas que, de forma livre e consensual, escolhem estabelecer
relacionamentos afetivos e construir suas vidas em paralelo a outros vínculos familiares já
existentes.

Ao reconhecer os direitos das famílias paralelas, estamos garantindo a proteção e a dignidade dos
seus membros. Isso implica no acesso a benefícios e deveres relacionados à pensão alimentícia,
partilha de bens e sucessão. É injusto e discriminatório negar a essas pessoas os mesmos direitos
que são assegurados a outras configurações familiares.

A jurisprudência sobre o reconhecimento das famílias paralelas ainda é divergente, mas é


importante que haja uma tendência em favor da proteção dessas famílias. O caso emblemático do
Tribunal de Justiça de Santa Catarina, que reconheceu como estável uma união simultânea ao
casamento, demonstra um avanço na compreensão das transformações sociais e da necessidade de
se adaptar o ordenamento jurídico a essa nova realidade.

Ao reconhecer os direitos das famílias paralelas, estamos promovendo a igualdade e a justiça social.
Não podemos mais ignorar a existência dessas famílias e assegurar seus direitos é um passo
fundamental para combater a discriminação e o preconceito. O Estado tem o dever de proteger e
amparar todos os cidadãos, independentemente de sua configuração familiar, raça, gênero ou
orientação sexual.

Além disso, é importante ressaltar que reconhecer os direitos das famílias paralelas não diminui a
importância do casamento ou de outros arranjos familiares tradicionais. Trata-se de ampliar o
conceito de família, abraçando a diversidade e garantindo que todos os laços afetivos e
responsabilidades sejam devidamente protegidos e amparados pela lei.
Em suma, o reconhecimento dos direitos das famílias paralelas é um passo essencial para a
construção de uma sociedade mais inclusiva e igualitária. Negar esses direitos é perpetuar
preconceitos e discriminações. O Estado e a sociedade devem abraçar a pluralidade familiar,
garantindo a proteção e o respeito a todas as formas legítimas de união e de constituição de
famílias. A evolução do conceito de família exige que o ordenamento jurídico esteja em sintonia com
a realidade social, assegurando igualdade de direitos a todos os cidadãos, independentemente de
sua configuração familiar.

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