Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
omo está a situação estrutural da lançadas recentemente pelo American concreto e do aço da estrutura, de modo
edificação? Por que edifícios conti Concrete Institute, através de seu ACI a corroborar os resultados dos métodos
nuam a cair? Quais os critérios para 437R-03. Nela, abordamos a introdução não destrutivos (NDT) apresentados na
uma análise segura? aos primeiros aspectos a serem conside- matéria anterior. Assim, no front da guer-
Na edição anterior da RECUPERAR, apre- rados e a investigação preliminar a ser ra santa em busca da razão dos proble-
sentamos as primeiras informações a res- executada. Nesta edição, apresentaremos mas existentes, analisaremos as técnicas
peito das diretrizes para a “avaliação da os procedimentos para investigar a qua- de amostragem e as análises petrográfi-
resistência de edificações existentes”, lidade e as propriedades mecânicas do cas e químicas do concreto.
Continua na pág. 6.
4 RECUPERAR • Março / Abril 2005
Estruturas de edifícios também gostam de check-up
Integridade é questão indiscutível em qualquer tipo de estrutu-
ra. O INSTITUTO DE PATOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO,
IPACON, proporciona o melhor check-up, tanto do ponto de
vista estrutural, físico ou químico, com o mais atualizado staff
técnico do repairbusiness. Seja exigente, opte pelo estado da
arte das técnicas de diagnóstico. Algumas atividades:
9 Condição estrutural.
9 Projetos de recuperação e reforço.
9 Provas de carga.
9 Monitoramento.
9 Revisão de projetos.
9 Instrumentação. Solicite o IPACON.
Tele-atendimento
(0XX21) 2493-6740
fax (0XX21) 2493-5553
RECUPERAR • Março / Abril 2005 produtos@recuperar.com.br 5
Fax consulta nº 02
A extração de corpos de prova ainda é a melhor tática para
a avaliação da resistência à compressão.
Avaliando o concreto
CLOR-TEST
Tele-atendimento
(0XX21) 2493-6740 / fax (0XX21) 2493-5553
produtos@recuperar.com.br / Fax consulta nº 03
PASTILHA Z
Tele-atendimento
(0XX21) 2493-6740
fax (0XX21) 2493-5553
produtos@recuperar.com.br
Fax consulta nº 04
Metacrilato
Tele-atendimento
(0XX21) 2493-6740
fax (0XX21) 2493-5553
produtos@recuperar.com.br
Fax consulta nº 05
O uso do exclerômetro
e penetrômetro ajudam
enormemente no
levantamento expedito
da resistência à
compressão.
CPV-4
Tele-atendimento
(0XX21) 2493-6740
fax (0XX21) 2493-5553
produtos@recuperar.com.br
Fax consulta nº 06
Vu-Con
Tele-atendimento
(0XX21) 2493-6740
fax (0XX21) 2493-5553
produtos@recuperar.com.br
Fax consulta nº 08
GLOSSÁRIO
Ambiente – é o conjunto dos elementos que nos A necessidade da presença de
cercam, podendo ser biológicos e físicos (ou abióti- patologistas em toda e
cos); nestes últimos destacam-se o clima, os solos qualquer obra de recupera-
e os recursos hídricos. Há uma interação de efeitos ção deveria ser obrigatória.
desses elementos. Empresas de construção ou
de manutenção predial
Como de praxe, ao se deveriam ter o acompanha-
revitalizar uma edificação, as mento de patologistas. Os
atenções visam apenas o órgãos reguladores deveriam
aspec to estético. Pode? E a intervir neste sentido.
situação da estrutura, do
concreto, das armaduras?
ANÁLISE
Joaquim
Rodrigues
A
regra é clara. É preciso massa crí-
tica para saber o tipo de recupera-
ção a ser empregada na edificação,
já que existe uma grande variedade de ma-
teriais específicos à disposição do proje-
tista. Uma decisão errada poderá incorrer
na indesejável incompatibilidade, com da-
nos enormes à estrutura. Existem inúmeros
fatores que afetam cada estratégia de recu-
peração apropriada ou específica a uma es-
trutura. Veja o quadro ao lado. Figura 1 - Verdadeiros fatores que afetam a estratégia da recuperação.
Continua na pág. 14.
12 RECUPERAR • Março / Abril 2005
CRACK -FÁCIL
Tele-atendimento
(0XX21) 2493-6740
RECUPERAR • Março / Abril 2005 fax (0XX21) 2493-5553
13
produtos@recuperar.com.br
Fax consulta nº 10
Quais as opções e qualquer edificação
para recuperar? que se preza terá um
tempo de vida superi-
Existem várias opções que podem ser ado- or a 70 anos, dever-se-
tadas para recuperar um dano estrutural em á, sempre, considerar
uma edificação. estratégias de recupe-
ração eficientes e du-
radouras. O lado tris-
te desta história é que
proprietários e enge-
nheiros costumam re-
cuperar estruturas
com base no menor
preço, como se fos-
Evidentemente, será de grande importân- sem durar, se muito, 5
cia a existência dos projetos da edificação anos. Por outro lado,
e, por continuidade, o histórico de danos e, ao selecionar uma es-
claro, sua condição atual. Algumas destas tratégia de recupera-
informações possibilitarão dar o tiro de par- ção ou reforço para
tida para a escolha da melhor estratégia, uma edificação é ne-
eliminando uma série de opções. Evidente- cessário entender que
mente a doutrina patológica exige tudo so- existe um fator chama-
bre o saldo residual da verdadeira condi- do rejeição, irmão da
ção da edificação. Se entendermos que toda incompatibilidade.
Um exemplo típico é o
GLOSSÁRIO uso de grouts com
Coeficiente de dilatação térmica – medida cerca de 50Mpa de re-
do aumento de volume inicial, devido ao aumento sistência à compres-
da temperatura.
Relaxação – fenômeno de diminuição, no tempo,
são para recuperar ou
da tensão sob deformação constante. reforçar peças de con- A verificação dos potenciais com a semi-pilha é análise obrigatória onde há
Módulo de elasticidade – se em uma peça de creto armado de presença ou suspeitos de corrosão. O costume tradicional de apenas consi-
derar os “pontos de corrosão”, ou seja a situação terminal, desconsideran-
concreto de dimensões fixas, com comprimento igual
a unidade e de seção igual a unidade aplicarmos 20Mpa. Peca-se ao ne- do a existência de processos em andamento, é tecnicamente errado e catas-
uma tensão de tração muito pequena T, haverá um gligenciar a retração trófico. Invariavelmente, incorre-se em tratamento errado.
alongamento em seu comprimento de C. Tão logo
se suprima a tensão, o comprimento volta ao valor
por secagem, o coeficiente de dilatação tér- Ao selecionar métodos e materiais para re-
inicial. A relação T/C é, por definição, o módulo de mica, o módulo de elasticidade, relaxação cuperar estruturas de concreto armado,
elasticidade. É o coeficiente angular da reta que etc, propriedades pertinentes a cada mate- torna-se necessário e obrigatório avaliar
constitui o diagrama tensão-deformação.
Retração – Contração do concreto endurecido, rial e que, verdadeiramente, influenciam seu suas vantagens e limitações e não apenas
causado pela perda de umidade. comportamento dimensional. confiar e comprar com base no nome de
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
MEDIDORES DE TRINCAS
Tele-atendimento
(0XX21) 2493-6740
fax (0XX21) 2493-5553
produtos@recuperar.com.br
Fax consulta nº 11
GLOSSÁRIO
Incompatibilidade – desunião, impossibilidade
de existência paralela de dois ou mais materiais.
Um caso típico é o uso de tinta esmalte sobre tinta
à base d’água. Pintura com tintas nobres como
epóxis sobre superfícies de concreto sem prepara-
ção adequada, quer dizer sobre aquela nata super-
ficial. Tratamento da corrosão com massas prefa-
bricadas e/ou com pintura das barras leva a incom-
patibilidade eletroquímica do processo de corrosão
existente, complicando e extendendo-o ainda mais.
Na medicina: condição entre dois indivíduos na qual
um é portador de um antígeno e o outro, do anti-
corpo correspondente.
Antígeno – nome dados às substâncias que, pe-
netrando no organismo, são capazes de provocar a
formação de substâncias protetoras chamadas anti-
* Freqüentemente ter-se-á a combinação de soluções. corpos.
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Tele-atendimento
(0XX21) 2493-6740
fax (0XX21) 2493-5553
produtos@recuperar.com.br
Fax consulta nº 12
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
mento da
corrosão
Situação após
a “recupera-
ção”
com trata-
mento
convencional
(complica a
situação
eletroquímica na
armadura)
Situação após
a recuperação
com verdadei-
ro tratamento
da corrosão
REFERÊNCIAS
• Joaquim Rodrigues é engenheiro civil,
membro de diversos institutos nos EUA, em
assuntos de patologias da construção. É edi-
tor e diretor da RECUPERAR, além de con-
sultor técnico de diversas empresas.
• ACI 224.1R - 93 - Cause, evaluation and re-
pair of cracks in concrete structures.
• DD ENV 1504-9 - Products and systems for
the protection and repair of concrete struc-
tures. Definitions, requirements, quality con-
trol and evaluation of conformity. British
Standards Instituition..
• Broomfild, J.P. - Corrosion of steel in concre-
te: understanding, investigation and repair.
• Concrete Society Technical Report nº 36 -
...e, por comodismo irracional, aplica-se revestimentos Cathodic Protection of Reinforced Concrete.
miraculosos. Após algum tempo mais corrosão .
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Tele-atendimento
(0XX21) 2493-6740
fax (0XX21) 2493-5553
produtos@recuperar.com.br
Fax consulta nº 15
T
écnicos e engenheiros cívis, infe-
lizmente, pouco sabem sobre con-
creto protendido. Faz parte do jogo.
No entanto, o homo patologicus precisa,
deve e necessita saber sobre , já que é
essencial para a segurança e a estabilida-
de da edificação, além de ser condição e
base para a estratégia de sua recupera-
ção.
Cada vez mais prédios são construídos
pela técnica do pós-tensionamento (PT),
utilizando-se cabos aderidos ao concre-
to, através de injeção de calda de cimen-
to, e não aderidos, onde o espaço entre a
bainha e o cabo é preenchido com graxa,
Ancoragem ativa, ou seja, o lado onde executa-se a protensão. Todo este aparato formado por cabos de
permitindo ao cabo mover-se livremente aço de alta resistência (engraxados e plastificados) e aço comum da construção terá como ambiente
dentro do concreto. comum, o concreto. Trata-se de uma região crítica.
Continua na pág. 22.
20 RECUPERAR • Março / Abril 2005
Tele-atendimento
(0XX21) 2493-6740
RECUPERAR • Março / Abril 2005 21
fax (0XX21) 2493-5553
produtos@recuperar.com.br
Fax consulta nº 17
Entenda o assunto
O concreto protendido é um tipo de concreto
armado onde a armadura é colocada em car-
ga, de forma que as tensões permanentes de
compressão, para uma determinada solicita-
ção, são substancialmente aumentadas, seja
para uma determinada peça ou toda uma es-
trutura. Comparado ao concreto armado
convencional, apresenta uma capacidade de
carga maior, com uma flexão menor, isto su-
pondo-se um mesmo tipo de carregamento.
O concreto protendido utiliza a técnica de pré- Lajes severamente comprometidas: lavagem com
Um típico cabo não aderido utilizado em lajes
tensionamento e a de pós-tensionamento para detergentes clorados em sua região superior.
protendidas e em trabalhos de reforço por pro-
a sua execução, sendo que o primeiro é feito tensão externa, formando uma mono-cordoa-
em conjunto com a pré-moldagem da peça em lha de 7 fios, diâmetro aproximado de 12,7mm • Sobrecarga nos cabos protendidos além da
canteiros especializados onde são obedecidas e com carga de ruptura de 1.900kgf. Uma graxa sua resistência última. Problemas com a for-
inibidora de corrosão envolve a cordoalha.
todas as técnicas dos pré-moldados. O pós- ça e o alongamento durante a protensão.
tensionamento, ao contrário, é feito na pró- • Maresia, chuvas intensas, ambiente indus-
pria obra, sendo somente executado após os Se a bainha é preenchida com calda de cimen-
trial nas porções não protegidas das cordo-
trabalhos de fôrma, armação, concretagem e, to, consegue-se uma boa aderência do cabo
principalmente, quando obedecido o período com o concreto, dando-se o nome de concre- alhas situadas nos terminais de ancoragem
de cura, adquirindo-se uma determinada re- to pós-tensionado com cabo aderido. No con- ou na região intermediária da ancoragem.
sistência à compressão. creto pós-tensionado com cabos não aderi- • Corrosão no aço de proten-
São utilizadas bainhas (dutos) metálicas ou dos, a bainha não é preenchida após os tra- são, nas ancoragens ou
plásticas para evitar que as cordoalhas, que balhos de tensionamento, ficando livre para
formam o cabo, não adiram ao concreto, já mover-se. No sistema de multi-cordoalhas os
nas extremidades ou aber-
que aquelas necessitam ser tencionadas (esti- trabalhos de injeção de calda de cimento é turas por onde a calda é in-
cadas). Poderão ser utilizados cabos com ape- difícil e custoso e no de mono-cordoalha, a jetada ou purgada.
nas uma cordoalha. A força de protensão a pretensão com pós-tensionamento não ade-
rido (cabo solto) é usada em edifícios, pon-
O risco maior, no entanto, ocorre pelo fato
ser imposta aos cabos é transmitida ao con-
creto pelo que chamamos de “extremidade tes, lajes de estacionamentos, vasos de re- de água ou solução aquosa fazer contato
viva” e através de cunhas especiais previa- atores nucleares, tanques e estruturas de com a superfície e penetrar nos capilares do
mente ancoradas, utilizando-se macacos hi- contenção. O cabo não aderido mais comu- pseudo-sólido chamado concreto. Uma vez
dráulicos portáteis. A cavidade sobre a qual é mente usado é o com mono-cordoalha para
esforço de tração até 1.900Mpa, com sete
no interior do concreto, chega à bainha de
colocada a cunhas de reação ao tensionamen-
to a ser aplicado, normalmente é preenchida fios e 12,7mm de diâmetro. A cordoalha é polietileno que, caso seja reciclado (cada vez
com um graut especial. O lado oposto à “ex- coberta com uma graxa especial. Os aços mais comum), o que é dificil perceber, pode-
tremidade viva” é chamado de “extremidade especiais para protensão têm diretrizes defi- rá apresentar furos diminutos, o que permiti-
morta” e é apenas preenchida com concreto nidas nas normas NBR-7482, ASTM A421,
além da BS 2691 e 3617.
rá a penetração da solução chegando à su-
sob a cunha de reação.
perfície do aço. Nos terminais de ancoragem
Os aços atuais empregados em estruturas de Danos e perdas no PT a presença d’água poderá ser uma constan-
prédios com PT utilizam fios, cordoalhas e até te já que não é costume proteger estes lo-
Continua na pág. 24.
barras rosqueadas. O sistema com cordoalha É comum encontrarmos prédios construí-
de 12,5mm de diâmetro, constituído por 7 fios dos, e em fase de construção, utilizando PT
individuais unidos e torsidos com resistên- com mono e multicordoalhas não aderidas.
cia de 1900Mpa, engraxados e envolvidos Focalizando estes sistemas, podemos resu-
em bainha plástica é o mais utilizado pelos mir uma série de danos ou colapsos como
projetistas e construtores em todo o mundo. resultados das seguintes ações:
Sistema Sistema
avançado padrão
cais com barreiras apropriadas ou com pro- Avaliação fissuramento na superficie do concreto sem
teção catódica por corrente galvânica. qualquer dano no sistema do PT, verifica-
A presença da água emulsifica a graxa prote- A técnica de avaliação de estruturas PT do com a ajuda de equipamentos NDT. Des-
tora, expondo sua superfície reativa a um pro- empregada em edifícios, sejam resisdenci- placamentos e a necessidade do tratamen-
cesso chamado de fragilização no aço e a pró- ais, industriais ou edifícios garagem, con- to da corrosão em algumas cordoalhas e,
pria e velha corrosão na cordoalha. Estes dois siste no seguinte: finalmente, um quadro de desplacamentos,
fenômenos, fragilização e corrosão, sem con-
Teste, arrastando-se uma corrente simples chave de fenda ou até mesmo uma
tar o fenômeno Bin Laden indesejável asso-
na laje ou utilizando-se um pequeno mar- pequena alavanca para teste e até a re-
ciados a problemas com o excesso de força e telo para percussão de modo a identificar moção das cordoalhas partidas.
alongamento durante a protensão, poderão zonas desplacadas. Dispositivos de ancoragem com sinais
detonar precocemente a resistência última do Execução de pequenas “janelas” nas de corrosão deverão ser checados.
regiões inferiores dos cabos para exame Extração de cordoalhas para análise
aço e conduzi-lo à rutura. Nas regiões da es-
da superfície das cordoalhas, presença de metalúrgica, existên-
trutura onde exista pouca camada de recobri- graxa emulsificada, ausência de calda de cia de fios partidos e
mento, a rutura do aço de protensão, freqüen- cimento e até a existência da indesejável a presença de cor-
temente, promove desplacamentos. água. rosão na sua forma
Remoção de plugs empregados na in- mais crítica: a corro-
GLOSSÁRIO jeção de modo a se testar as ancoragens. são sob tensão e a fra-
Verificação empírica das condições gilização pelo hidrogênio.
Emulsificar – dispersar um líquido em um meio de tração das cordoalhas usando-se uma
onde é insolúvel, a fim de se obter uma emulsão.
Emulsão – meio heterogêneo constituido pela dis-
persão de um líquido em outro, no qual o primeiro Esta investigação poderá revelar três situ- devido a corrosão, onde haja o comprome-
não aceita mistura.
ações bem típicas: algum desplacamento ou timento de todas as cordoalhas (cabos de
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
REFERÊNCIAS
• Paulo Afonso de Andrade é Engº Químico
especialista em patologias da construção.
• “Design and Construction of Post-Tensioned
Slabs or Ground”, Post Tensioning Institute.
• Specifications for Unbonded Single Strand
Tendons, Post Tensioning Institute.
V
inte ou trinta anos se passam e os
problemas de recalque nos prédi-
os aparecem. Obras na vizinhança,
corrosão nas armaduras das estacas, blo-
cos, cintas ou sapatas com fraturas e os
sintomas aparecem no corpo do edifício.
Além destas causas existe aquela bastante
comum, hoje, onde busca-se a revitaliza-
ção de antigos bairros ou prédios que, para
tanto, há a necessidade de se localizar e
investigar suas fundações, já que ocorre-
rão carregamentos adicionais. Figura 1 - Cinta periférica de
O estudo da adequabilidade da fundação, fundação, totalmente
fraturada por excesso de
cercado de mistério, exige a utilização de mé- carga e corrosão nas
todos geofísicos que, por sua vez, necessi- armaduras.
tam de contrastes mensuráveis para análise
das propriedades físicas dos materiais en-
Tele-atendimento
(0XX21) 2493-6740
fax (0XX21) 2493-5553
produtos@recuperar.com.br
Fax consulta nº 32
Mas como em serviços como estes, o que faça um furo junto ao que se supõe ser o As posições do sensor, ao longo do furo e
se conhece não é o que acontece ou o que elemento de fundação, cerca de 1m e a uma além da ponta da estaca, induzirão uma mu-
acontece não é o que se conhece, vamos profundidade de 3 a 5m além do suposto com- dança drástica na velocidade anteriormente
apresentar alguns casos de investigação primento. Assim, faz-se descer através do analisada, resultando em uma descontinui-
para ilustrar o uso efetivo dos métodos ge- furo, devagar e em etapas, um sensor acústi- dade na relação linear tempo de percurso da
ofísicos em busca das fundações perdidas. co, ao mesmo tempo em que promove-se, com onda/profundidade. O gráfico téorico tempo/
um martelo especial, a formação de ondas de profundidade, da figura 4, nasce a partir de
Comprimento téorico da estaca compressão elástica na estrutura acima. A um determinado modelo matemático que uti-
versus avaliação do tempo de percurso do pulso ao liza, por exemplo, a velocidade de 3.750m/se-
verificação sísmica longo da fundação, passando pela massa do gundo para o concreto e 1.800m/segundo para
solo, em cada uma das etapas em que o sen- argilas meio compactas. Assim, ao analisar-
Antigos pesquisadores juram que para in- sor pára, permite a investigação do seu com- se uma estaca enterrada em argilas meio com-
vestigar esta situação dever-se-á utilizar mé- primento e sua intergridade (figura 2). O tem- pactas, ter-se-á, seguramente, o gráfico da fi-
todos sísmicos de resposta dinâmica. Sem po de percurso do sinal da onda elástica, na gura 5. Observe que a presença do aterro, de
dúvida, no entanto, com a presença de es- parte superior da estrutura até o local onde 0 a 1m, é indicado no gráfico devido ao estra-
truturas acima da sua cabeça, introduz-se encontra-se o sensor dentro do furo é gover- nho tempo de chegada do pulso. Após a pro-
efeitos dinâmicos complexos na resposta dos nado pela velocidade com que a onda viaja fundidade de 1m observa-se a velocidade de
sinais do elemento de fundação. através do compósito concreto armado e a 3.750m/segundo que corresponde à veloci-
A alternativa moderna para a investigação do massa do solo entre a estaca e o furo. À medi- dade no concreto. A descontinuidade fica
elemento de fundação é o método sísmico da que o sensor desce pelo furo, ocorre um aparente, após 15m, com a redução da ve-
paralelo (MSP). Esta técnica necessita que se aumento linear do tempo de percurso da onda. locidade para 1.800m/segundo. A similari-
dade entre a teoria e a prática ilustra bem ção dos inúmeros pulsos transmitidos e fundações diante de sintomas de fraturas
esta tecnologia diagnóstica. recebidos ao longo de uma pesquisa pré- na edificação, promover-se-á com o radar,
determinada é usada para produzir um per- uma varredura em torno dos pilares. O re-
Descobrindo as dimensões das fil indicativo das mudanças nas proprieda- sultado imediato é a informação na forma
sapatas com o radar des elétricas dos materiais existentes no gráfica do radar.
subsolo. A figura 7 ilustra o princípio geral fax consulta nº 33
O uso do Radar envolve a propagação de da operação.
impulsos de radiação eletromagnética de Fundações em concreto armado/protendi-
curta duração a partir de um antena que se do, como sapatas, cintas periféricas, vigas
move lentamente nas proximidades do ma- de equilíbrio e blocos de fundação possu- Para ter mais
terial que se quer analisar. As reflexões dos em propriedades elétricas totalmente dife- informações sobre
sinais transmitidos são produzidas a partir rentes da diversidade de solos que as en- Análises.
das características encontradas na subsu- volve. Desta forma, fica fácil para o radar
perfície onde, certamente, ocorrem mudan- distingüir as interfaces reflectivas existen-
ças na constante dielétrica. A confronta- tes, delineando-se perfeitamente as dimen-
sões das peças enterradas. Assim, por exem- REFERÊNCIAS
GLOSSÁRIO
plo, quando se deseja, numa edificação an-
Dielétrico – substância incapaz de conduzir, ou • Jorge Luiz F. Almeida é professor e enge-
tiga, aumentar mais um pavimento ou mes- nheiro de fundações.
que conduz muito mal a corrente elétrica.
mo checar-se, rapidamente, a situação das
34 RECUPERAR • Março / Abril 2005