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Universidade Federal Fluminense

Escola de Engenharia

Departamento de Engenharia do Produto

Disciplina de Engenharia do Produto

RELATÓRIO DE PRODUTO: BIKE UFF

ARTHUR KOZLOWSKI

EDSON ALLAN

GISELE KONTE

GREGORY SANTOS

GUILHERME FREITAS

LARISSA SANTOS

LUCAS MASSOLLAR

PEDRO PAIVA

Niterói, 10 de setembro de 2021


Lista de figuras
Figura 1 - Quadro de priorização de problemas e soluções 4
Figura 2 – Exemplo do uso do Trello 5
Figura 3 – Patente das bicicletas com os hacks 7
Figura 4 – Detalhamento do dispositivo eletrônico e visão lateral 7
Figura 5 – Quantidade de estudantes da UFF Niterói dentre os respondentes 8
Figura 6 – Faixa etária dos respondentes 8
Figura 7 – Identificação de gênero dos respondentes 9
Figura 8 – Cidade em que moram os respondentes 9
Figura 9 – Principais meios de locomoção utilizados pelos respondentes 110
Figura 10 – Percepção dos respondentes sobre serviços de bikes compartilhadas
110
Figura 11 – Disposição do serviço de bikes compartilhadas onde moram os
respondentes 121
Figura 12 – Quantidade de uso do serviços de bikes compartilhadas pelos
respondentes 121
Figura 13 – Percepção dos respondentes sobre a importância dos serviços de bikes
compartilhadas 132
Figura 14 – Quantidade de respondentes que usariam os serviços de bikes
compartilhadas caso fossem implementados 132
Figura 15 – Frequência com que os respondentes usariam os serviços de bikes
compartilhadas caso fossem implementados 143
Figura 16 – Distância percorrida pelos respondentes que usariam os serviços de
bikes compartilhadas caso fossem implementados 154
Figura 17 – Motivos pelos quais os respondentes não usariam os serviços de bikes
compartilhadas caso fossem implementados 154
Figura 18 – Comparativo entre critérios de fixação da bike itaú e tradicional 198
Figura 19 - Fixação da Citi Bike e das Vermelhinhas (Maricá) 198
Figura 20 – Comparativo entre critérios de estrutura da bike itaú e bicicletário
tradicional 19
Figura 21 - Estrutura da Citi Bike e das Vermelhinhas 19
Figura 22 – Comparativo entre critérios de trava da bike itaú e trava biométrica 210
Figura 23 - Dispositivo de trava da Citi Bike e das Vermelhinhas 210
Figura 24 - Conceito final 232
Figura 25 - Vista frontal e superior da estrutura dos docks 244
Figura 26 – Análise SWOT 277
Figura 27 - Projeto de patente 311
Lista de tabelas

Tabela 1 - Cronograma do projeto 7


Tabela 2 – Distância em KM entre campi da UFF Niterói 144
Tabela 3 – Comparativo entre critérios de fixação dos benchmarks 188
Tabela 4 – Comparativo entre critérios de estrutura dos benchmarks 19
Tabela 5 – Comparativo entre critérios de trava dos benchmarks 200
Tabela 6 - Ranking dos benchmarks para cada parte do produto 211
Tabela 7 - Geração de conceito final a partir dos indicadores previamente definidos
222
Tabela 8 - Custo dos materiais para construção de um protótipo 29
Tabela 9 - Custo dos materiais para construção em escala 29
Sumário
1. Planejamento do produto 5
2. Busca de patentes 7
3. Necessidades dos consumidores 9
4. Critérios preliminares do produto 166

5. Geração de conceitos 177

6. Seleção de conceito 21
7. Especificações do produto 233

8. Arquitetura do produto 244

9. Desenho Industrial 256

10. Projeto de Manufatura 266

11. Economia dos Projetos de Desenvolvimento 267

11.1 Análise qualitativa 27


11.2 Análise quantitativa 28
11.3. Conclusão 30
12. Prototipagem 30
13. Projeto de Patente 31
Referências bibliográficas 32
1. Planejamento do produto

Na primeira etapa do planejamento do produto foi realizado um brainstorming,


a fim de coletar o máximo de ideias possíveis para o tema do grupo: Educação. Desse
modo, o grupo levantou diversas sugestões de dores específicas para serem
solucionadas no contexto educacional com foco na Universidade Federal Fluminense,
destacando-se: segurança/mobilidade, ergonomia, gestão de vagas no
estacionamento, aglomeração no bandejão (considerando a pandemia do covid-19),
problemas nos elevadores, conservação da infraestrutura e outros. A partir dessa
categorização inicial, elencamos problemas específicos de cada uma dessas
naturezas com o intuito de aumentar nossas opções.

Sendo assim, foi feita a priorização dos problemas e foi possível pensar em
possíveis produtos para atender às necessidades levantadas pelo grupo. Além de
pensar em soluções, elencamos também os prós e contras de cada uma com o intuito
de embasar a decisão do grupo ao priorizar as escolhas, conforme o quadro abaixo:

Figura 1 - Quadro de priorização de problemas e soluções

Por meio da figura acima é possível perceber que a solução priorizada foi a da
Bike UFF, seguido por sistema de organização de estacionamentos e cadeiras
ergonômicas adequadas à bancadas altas.
O acompanhamento de atividades do projeto é baseado no uso do software
Trello, utilizando como status de acompanhamento: A fazer, Em andamento e
Concluído. Por meio dessas classificações, torna-se possível monitorar o
acompanhamento das etapas do projeto de maneira visual e organizada, entendendo
o fluxo de processos e de atribuições das atividades. Pode ser visualizado melhor na
Figura 2.

Figura 2 – Exemplo do uso do Trello

Ao longo do tempo, o grupo constantemente realiza revisões nas atividades


que estão sendo executadas e nas que ainda serão feitas, a fim de manter o projeto
e equipe alinhados com os objetivos e missão do mesmo. Além disso, também foi
feito um cronograma, de forma a organizar o projeto e ao mesmo tempo direcionar
melhor o uso do Trello.
Tabela 1 - Cronograma do projeto

2. Busca de patentes

Nessa etapa, algumas palavras-chave e expressões foram definidas e


utilizadas nas buscas de sites referência nesse tema, como: site do INPI, Google
Patents, Patent Scope e Espacenet. As palavras escolhidas foram: “bicicleta
compartilhada”, “estação de bicicletas”, “bike sharing”. Tendo sido aplicadas tanto em
pesquisas em sites com a língua portuguesa quanto em inglês.

Além da busca nessas plataformas, procuramos também no mercado produtos


e serviços do tipo e o mais semelhante que encontramos foi o Bike Itaú, serviço criado
pelo banco Itaú em parceria com a empresa Tembici que já conta com mais de 14 mil
bicicletas disponibilizadas e mais de 50 mil usuários ativos. Para utilizá-las é
necessária a contratação de um plano que pode ser de uso único, diário, semanal,
mensal ou anual e todo o processo de busca por estações com bikes disponíveis e
desbloqueio das mesmas é feito através de aplicativo no celular. Além desse, há a
Citi Bike em Nova York (no mesmo esquema de utilização) e as Vermelhinhas em
Maricá (esta sendo um serviço gratuito).

Com relação a patentes, não foram encontrados projetos similares aplicados à


faculdade, porém uma patente americana de um sistema de aluguel e
compartilhamento de bicicletas foi encontrada. Ela consiste em:
A base desse rack possui uma ou mais hastes metálicas (Figura 3), onde cada
uma tem uma extremidade presa à base e a outra uma trava. Não há nenhuma parte
da estrutura onde uma bicicleta não autorizada pode ser presa pois a estrutura não
possui “partes fechadas”. As bicicletas possuem um dispositivo eletrônico que se
conecta à trava do rack para assegurar a mesma, sendo o meio pelo qual a bicicleta
pode ser desbloqueada e utilizada. Na Figura 4, temos esse dispositivo (1) e a visão
lateral da estação com uma bike presa (2), sendo possível notar que o sistema em si
é compacto e não atrapalha a utilização da mesma.

Figura 3 – Patente das bicicletas com os hacks

Figura 4 – Detalhamento do dispositivo eletrônico e visão lateral

3. Necessidades dos consumidores

Foi elaborado um questionário, a fim de descobrir as necessidades dos


consumidores, isto é, as necessidades dos estudantes da UFF em relação à
mobilidade entre os campi. Dessa forma, busca-se adaptar o produto de acordo com
os resultados obtidos. A pesquisa foi enviada para alunos da UFF - Niterói e foram
coletadas 86 respostas. Em seguida, apresentamos os resultados obtidos.

Primeiramente, buscamos conhecer o perfil desses alunos:

Figura 5 – Quantidade de estudantes da UFF Niterói dentre os respondentes

Figura 6 – Faixa etária dos respondentes


Figura 7 – Identificação de gênero dos respondentes

Figura 8 – Cidade em que moram os respondentes


Figura 9 – Principais meios de locomoção utilizados pelos respondentes

Em seguida, procuramos respostas sobre a percepção dos alunos em relação


às bicicletas compartilhadas:

Figura 10 – Percepção dos respondentes sobre serviços de bikes compartilhadas


Figura 11 – Disposição do serviço de bikes compartilhadas onde moram os respondentes

Figura 12 – Quantidade de uso do serviços de bikes compartilhadas pelos respondentes


Figura 13 – Percepção dos respondentes sobre a importância dos serviços de bikes compartilhadas

Figura 14 – Quantidade de respondentes que usariam os serviços de bikes compartilhadas caso


fossem implementados
Figura 15 – Frequência com que os respondentes usariam os serviços de bikes compartilhadas
caso fossem implementados

Tabela 2 – Distância em KM entre campi da UFF Niterói


Figura 16 – Distância percorrida pelos respondentes que usariam os serviços de bikes
compartilhadas caso fossem implementados

Figura 17 – Motivos pelos quais os respondentes não usariam os serviços de bikes compartilhadas
caso fossem implementados

A partir da análise desses resultados, podemos perceber que o projeto Bike


UFF teria grande aceitação entre os estudantes, visto que 58,5% dos respondentes
disseram que usariam o serviço. Além disso, os resultados também mostram que 50%
desses alunos utilizariam a Bike UFF de três a cinco vezes na semana.

Já entre os principais motivos de não utilização, destacam-se o tempo, o preço


do serviço, a falta de ciclovias e a insegurança de andar de bicicleta. Como as
bicicletas poderiam ser utilizadas tanto internamente (isto é, nos campi da UFF)
quanto externamente, a falta de ciclovias não é um problema que inviabiliza o projeto;
o tempo e a insegurança de andar de bicicleta são problemas que não há como
controlar, visto que dependem do clima e do indivíduo, respectivamente. Logo, pode-
se concluir que, em termos de não utilização das bicicletas, a principal barreira para
o projeto é o preço do serviço, que deve ser justo/barato e levar em conta toda a
diversidade de pessoas e classes sociais que há na Universidade.

Além disso, é válido ressaltar que Niterói está investindo na área de ciclovias.
Há um projeto que busca implementar cerca de 60 km de ciclovias na Região
Oceânica, que começou em junho de 2021; também há a ampliação de ciclovias já
existentes, como a da orla de São Francisco. Um projeto bem interessante e que
também já existe em Niterói é o “SOS Bikes”, que fornece manutenção gratuita de
bicicletas, tendo como custo somente o material utilizado. Dessa forma, é possível
observar que o investimento da cidade em infraestrutura de mobilidade urbana,
especificamente em ciclovias, corrobora para o produto escolhido.

4. Critérios preliminares do produto

Ao possuir as necessidades dos consumidores justamente definidas, define-se


os critérios do produto. É válido destacar que estas são uma espécie de
características iniciais/preliminares, que poderão ser refinadas ao longo das etapas
de geração de conceitos e posteriormente na seleção de conceitos. Como o produto
envolve certa tecnologia/“know how”, é difícil definir uma especificação preliminar,
sendo mais recomendado fazer isso após a seleção do conceito.
Considerando que a principal barreira para o projeto é o preço do serviço, a
primeira característica que o produto deve ter é baixo custo de produção (isso se não
tiver algum tipo de financiamento, o que é possível de acontecer). Além disso,
considerando os problemas que originaram a ideia de produto, deve permitir
mobilidade, fornecer segurança, ser inclusivo e de fácil uso.
Dessa forma, pode-se definir espécies de “indicadores”, juntamente com
pesos, que serão utilizados posteriormente para priorização dos conceitos gerados,
sendo eles:
● Baixo custo de implementação (Peso 3);
● Durabilidade (Peso 2);
● Segurança (Peso 5);
● Facilidade de uso (Peso 2).

5. Geração de conceitos

A partir da definição da necessidade dos consumidores em relação ao produto,


juntamente com a pesquisa de patentes já realizada, é possível fazer a geração de
conceitos. Esta é, basicamente, “uma descrição aproximada da tecnologia,
trabalhando princípios e as formas do produto”. Como o produto é uma estação de
bicicletas de uso compartilhado, esta será destrinchada em 3 principais partes, onde
cada uma terá determinados critérios esperados que serão analisados para o produto
final, definidos abaixo:
● Fixação
○ Critérios:
■ firmeza: de forma a ser estável, evitando queda das bicicletas;
■ material: que seja antioxidante de forma a aumentar a
durabilidade;
■ dimensão.
● Estrutura
○ Critérios:
■ tipo de material: que seja um material relativamente barato e de
fácil produção;
■ resistência: material que suporte sol e chuva, pois o intuito é
posicionar em local aberto;
■ dimensão: que caiba no espaço delegado ao projeto em cada um
dos campi.
● Trava
○ Critérios:
■ tipo de material: que consiga oferecer segurança e não seja de
custo muito alto;
■ durabilidade;
■ tipo de tecnologia: como é liberada/travada.
Dessa forma, é possível analisar cada componente de todos os benchmarks e
patentes de forma separada, gerando no final, priorizações das partes que
consequentemente permitirão a geração de conceitos “originais”. Isto é, um mix de
blocos que, unidos, darão corpo ao produto novo.
Abaixo tabelas comparativas utilizando produtos existentes no mercado,
classificando-os com notas de 1 a 5, sendo 1 conceito insatisfatório e 5 conceito
excelente.

● Fixação:

Tabela 3 – Comparativo entre critérios de fixação dos benchmarks

Fixação - Bike Itaú Fixação Citi Bike Vermelhinhas


Critérios Tradicional

Firmeza 5 5 5 4

Material 5 5 5 4

Dimensão 3 2 3 4

Total 75 50 75 64
Figura 18 – Comparativo entre critérios de fixação da bike itaú e tradicional

Figura 19 - Fixação da Citi Bike e das Vermelhinhas (Maricá)

● Estrutura:

Tabela 4 – Comparativo entre critérios de estrutura dos benchmarks

Estrutura - Bike Itaú Bicicletário Citi Bike Vermelhinhas


Critérios Tradicional

Resistência 5 4 4 4

Material 3 4 3 4

Dimensão 2 5 2 5

Total 30 80 24 80
Figura 20 – Comparativo entre critérios de estrutura da bike itaú e bicicletário tradicional

Figura 21 - Estrutura da Citi Bike e das Vermelhinhas

● Travas:

Tabela 5 – Comparativo entre critérios de trava dos benchmarks

Trava - Bike Itaú Trava Citi Bike Vermelhinhas


Critérios biométrica

Durabilidade 3 5 3 4

Material 4 2 4 3

Tipo de 4 3 5 4
tecnologia

Total 48 30 60 48
Figura 22 – Comparativo entre critérios de trava da bike itaú e trava biométrica

Figura 23 - Dispositivo de trava da Citi Bike e das Vermelhinhas

6. Seleção de conceito

Após a geração de conceitos, temos o seguinte ranking para cada parte do


produto dividido:

Tabela 6 - Ranking dos benchmarks para cada parte do produto

Partes 1º 2º 3º 4º

Fixação Bike Itaú/Citi Bike Itaú/Citi Vermelhinhas Bicicletário


Bike Bike original

Estrutura Bicicletário Bicicletário Bike Itaú Citi Bike


original/ original/
Vermelhinhas Vermelhinhas

Trava Citi Bike Bike Itaú/ Bike Itaú/ Bicicletário


Vermelhinhas Vermelhinhas original

Como não houve nenhuma parte que pudesse ser completamente descartada,
pode-se fazer a geração de dois conceitos finais, que serão então avaliados de acordo
com os indicadores definidos anteriormente. Na tabela acima, pode-se destacar a
trava da Citi Bike que possui liberação por meio da aproximação de cartão, algo que
pode ser feito de forma análoga com a carteirinha da UFF (o que já é feito ao acessar
o bandejão). Entretanto, também é válido destacar que, apesar da estrutura do
bicicletário original ser priorizada, ela pode necessitar de muitas adaptações para
funcionar com a trava escolhida. Sendo assim, serão criados três produtos diferentes;
dois variando somente o tipo de trava e mantidos a estrutura das Vermelhinhas e
fixação da bike Itaú, e o outro com a fixação da bike Itaú e com estrutura mais próxima
do bicicletário original (opção mais barata), porém com uma trava automatizada.
Dessa forma, há as seguintes opções de esboço do produto:
● Produto A: dock da Bike UFF com fixação da bike Itaú/Citi Bike (são análogas),
estrutura das Vermelhinhas e trava da Citi Bike;
● Produto B: dock da Bike UFF com fixação da bike Itaú/Citi Bike (são análogas),
estrutura das Vermelhinhas e trava das Vermelhinhas;
● Produto C: dock da Bike UFF com fixação da bike Itaú, estrutura do bicicletário
original e trava da Citi Bike;
Tendo definidos três conceitos, pode-se agora fazer a seleção do conceito
final. Deste modo, serão analisados os produtos de acordo com os indicadores e seus
respectivos pesos; as notas de cada produto serão dadas de 1 a 5, no mesmo critério
feito anteriormente (1 sendo insatisfatório e 5 excelente).

Tabela 7 - Geração de conceito final a partir dos indicadores previamente definidos

Indicadores Pesos Produto A Produto B Produto C

Baixo custo de 3 4 3 5
implementação

Durabilidade 2 3 4 3

Segurança 5 4 4 4

Facilidade de uso 2 3 3 3

Total 44 43 47

Logo, foi definido o Produto C como sendo o conceito resultante. Entretanto,


analisando o esboço do desenho do projeto, observou-se que a fixação do dock
poderia ocupar um espaço considerável e além disso deveria ser de um material
bastante pesado. Sendo assim, a fixação foi alterada; os extremos da estrutura serão
chumbados no chão. Dessa forma, julga-se que a estrutura terá a firmeza necessária,
além de reduzir custo e dimensão.

Figura 24 - Conceito final

7. Especificações do produto

Selecionado o conceito, é possível fazer as especificações iniciais do produto,


assim como possíveis customizações. Tendo todas as partes do dock da bicicleta
definidas, pode-se colocar como principais características de cada parte:
● Fixação: extremos da estrutura serão chumbados no chão; com isso, haverá
menores dimensões, considerando que não é necessário uma estrutura tão
robusta já que elas estarão localizadas dentro do campi.
● Estrutura: Assim como a fixação, a estrutura não necessita ser tão robusta. A
dimensão também deveria ser melhor aproveitada, de forma que o espaço que
ela ocupe permita que mais bicicletas sejam presas. Dessa forma, o objetivo é
uma estrutura enxuta, a fim de economizar material, para não elevar o custo
do projeto.
● Trava: A durabilidade deve ser boa o suficiente para não necessitar de
manutenções constantes, o material deve ter um custo acessível para
produção em larga escala e o tipo de tecnologia deve ser seguro, além de ter
fácil implementação e possibilitar um banco de dados de usuários grande,
considerando todos os alunos da faculdade. Como já existe uma tecnologia
parecida na UFF, com liberação de catracas por meio da aproximação da
carteirinha, julga-se possível fazer uma adaptação dessa tecnologia já
existente.
É importante ressaltar que essas especificações serão melhor definidas nas
etapas de arquitetura do produto e de desenho industrial. Assim, nos próximos
tópicos, os detalhes do produto serão explorados de forma mais profunda, a fim de
definir como será seu funcionamento.

8. Arquitetura do produto

O modelo final decidido para o produto será uma estrutura que mescla a
simplicidade do bicicletário tradicional com a tecnologia das travas eletrônicas
encontradas no Bike Itaú, City Bike e Vermelhinhas. Como a localização das estações
será dentro dos Campi, colocando-a num lugar de grande visibilidade e próximo aos
locais onde há vigias, entendemos que não precisa ter um sistema tão robusto e,
dessa forma, a estrutura como um todo pode ser reduzida de forma a alocar mais
bicicletas em um espaço menor.
A estrutura da base/fixação será feita com duas barras de aço inox tubular em
paralelo, que possuem 1,5 m de comprimento cada uma. Cada barra que compõe a
base da estrutura será um tubo com 30 mm de diâmetro cada. O espaço para cada
bicicleta é de 6 cm, que é o comprimento necessário para o encaixe da roda. O tubo
que compõe a parte da estrutura ligada às rodas será menor e terá 16 mm de
diâmetro. Além disso, a distância entre as rodas de cada bicicleta será de 25 cm. Por
fim, a altura da estrutura será de 38 cm. Dessa forma, a capacidade, para cada
estrutura desse tipo, será de 5 bicicletas.

Figura 25 - Vista frontal e superior da estrutura dos docks


Em relação à trava, será utilizado um sistema com arduíno, travas e leitores
rfid. Assim, o usuário deve passar sua carteirinha da UFF no leitor e a trava, por estar
conectada no sistema arduíno, será aberta/fechada. A trava, por sua vez, irá até a
outra extremidade da estrutura, que terá simplesmente um furo que servirá de
“encaixe” da trava.
Além disso, é importante destacar que, para cada estação que possui 5
bicicletas, teremos apenas 1 sistema de arduino. Dessa forma, cabos passarão por
dentro das tubulações e farão a conexão do arduino com os leitores RFID e com as
travas. Cada bicicleta terá 1 trava e 1 leitor RFID. Assim, para cada estação, a
composição será de 1 arduino, 5 travas e 5 leitores RFID, considerando as 5
bicicletas.

9. Desenho Industrial

Tendo a arquitetura do produto, é possível estimar possíveis medidas. Dessa


forma, serão identificadas as medidas da estrutura “total”, e após as medidas de cada
parte (fixação, estrutura e travas).
● Capacidade da estrutura: 5 bicicletas
● Altura Total: 38 cm
● Comprimento Total: 1,5 m
● Largura Total: 40 cm
● Estrutura (para rodas): Aço tubular de diâmetro de 16 mm, com comprimento
de 6 cm e altura de 38 cm.
● Estrutura da base/fixação: Aço tubular de diâmetro de 30 mm
● Travas: barra de aço maciço (½”) de 8 cm ± 1 cm

10. Projeto de Manufatura

Toda a manufatura da estrutura será feita soldando-se os materiais com solda


TIG inox (isto é, soldando as estruturas na base de fixação). Já em relação à estrutura
das travas, serão construídas separadamente e após fixadas na parte superior (o
leitor RFID) e média/inferior (o dispositivo de trava em si) da estrutura; será dividida
em duas partes: a primeira será basicamente uma estrutura com o RFID; a outra parte
será simplesmente uma espécie de aço/pistão com um recipiente e que será móvel
para abrir/fechar efetivamente a bicicleta. Em relação à parte eletrônica, será utilizado
o arduino, muito por conta de ser relativamente simples e de menor custo, além de
estarmos lidando com um protótipo.
Dessa forma, a manufatura pode ser dividida em 4 principais partes: produção
das partes de fixação/estrutura; montagem do dispositivo de trava; soldagem das
estruturas; fixação da trava na estrutura.

11. Economia dos Projetos de Desenvolvimento

Nesta seção será exposta a análise econômica do produto, compreendendo


abordagens com metodologias qualitativas e quantitativas. Na abordagem qualitativa
abordaremos conceitos intangíveis, identificando os pontos fortes e fracos e como
estes podem ser utilizados de forma eficiente no projeto. Enquanto na abordagem
quantitativa, consideramos custos, receitas e demais informações que permitirão a
conclusão final sobre a viabilidade do produto.

11.1 Análise Qualitativa


Nesta etapa trataremos dos aspectos intangíveis do produto, identificando
quais os pontos mais relevantes de interação com os stakeholders e quais elementos
deverão ser considerados na análise. Para isso, abordaremos aspectos de interação
do nosso projeto com o mercado e empresa que contribuirá para sua concretização.
● Tempo de produção: o tempo necessário para as soldas/montagem do
produto/programação da eletrônica da trava deve ser considerado na
precificação;
● Preços de produtos substitutos: já existem produtos similares ao nosso e
muitos alunos possuem as próprias bicicletas, o preço praticado pelo produto
criado precisa ser calculado de forma que se torne uma opção mais atraente
às alternativas;
● Pioneirismo e inovação: aumentar a margem de lucro pois não existe nenhum
sistema similar na UFF (poderia ser descartado se concordarmos que
queremos que o custo não seja repassado aos alunos, de forma a ser mais
inclusivo);
● Aspectos sociais: por possuir fins universitários e ter como principal motivador
facilitar a locomoção dos alunos, o item deve se posicionar de maneira mais
acessível.

Adicionalmente, também realizamos uma análise swot do produto, a fim de


identificar os pontos chave a serem explorados pelos tomadores de decisão.

Figura 26 – Análise SWOT

Dessa forma, identificamos que o produto se propõe a agregar valor para a


universidade através de uma solução simples e de fácil implementação que poderá
facilitar a vida dos alunos a um baixo custo, acentuada pelo contexto macroeconômico
de aumento geral de preços relacionados ao combustível. Enquanto que a
dependência de capital intelectual tecnológico e infraestrutura de material poderão
ser aproveitados pela estrutura de cartão similar a do bandejão e com a utilização de
laboratórios já presentes na uff, respectivamente.

11.2. Análise Quantitativa


Nesta etapa abordaremos os parâmetros tangíveis e quantitativos do projeto,
estimando custos com base em pesquisa de mercado, identificando necessidades
orçamentárias e como utilizá-las para tornar o projeto viável.
Para a construção do bicicletário, separamos o material em duas grandes
estruturas: base e suporte para encaixe da roda. Devido à necessidade de
cabeamento no interior da estrutura, utilizaremos barras ocas - ou tubos - de aço que
permitam a passagem de cabos de rede e fonte de alimentação dentro da própria
infraestrutura.
A cotação dos materiais consistiu na análise comparativa de preços entre os
maiores fornecedores à disposição.

Tabela 8 - Custo dos materiais para construção de um protótipo

Dimensões Unid. Custo Custo Total


(Espessura/Altura x Unitário
comprimento x
Largura/Diâmetro)

Barra de aço 1,5mm x 1m x 30mm 3 R$ 144,90 R$ 434,70


para a base

Barra de aço 1,5mm x 1m x 16mm 5,5 R$ 67,50 R$ 371,25


para o suporte
de roda

Kit Arduino n/a 1 R$ 118,00 R$ 118,00

Módulo Leitor n/a 5 R$ 21,10 R$ 105,50


de Cartão

Cabos n/a - R$ 20,00 R$ 20,00


Custo Total - - - R$ 1.049,45

Tabela 9 - Custo dos materiais para construção em escala

Dimensões Unid. Custo Custo Total


(Espessura/Altura x Unitário
comprimento x
Largura/Diâmetro)

Barra de aço 1,5mm x 1m x 20mm 3 R$ 92,45 R$ 277,35


para a base

Barra de aço 1,5mm x 1m x 16mm 5,5 R$ 67,50 R$ 371,25


para o suporte
de roda

Kit Arduino n/a 1 R$ 118,00 R$ 118,00

Módulo Leitor n/a 5 R$ 21,10 R$ 105,50


de Cartão

Cabos n/a - R$ 20,00 R$ 20,00

Custo Total - - - R$ 892,10

Para elaboração da projeção de custos assumimos a premissa de que os


custos provenientes de mão de obra e equipamentos seriam nulos, visto que os
próprios alunos poderiam manufaturar o produto utilizando o laboratório da
universidade.
Dessa forma, vimos que os custos relacionados à infraestrutura do bicicletário
representam a maior parte do custo total, enquanto o kit de arduino e demais
componentes - responsáveis por agregar valor ao produto final - apresentam baixo
custo relativo, demonstrando um bom trade-off entre incremento de custo e
vantagens.

11.3. Conclusão

Com base nas análises anteriores, identificamos que a produção em escala


não assume percentual de economia muito significativo em relação à produção
unitária, visto que a quantidade de unidades a serem produzidas não é grande o
suficiente para permitir poder de barganha e redução de preços fixos. Como o projeto
não prevê como objetivo a obtenção de lucros, ferramentas que dependem de fluxo
de caixa projetado, como o VPL, não seriam representativas para a análise.
Entretanto, este projeto envolve mais custos fixos - de construção - do que
custos variáveis - de manutenção. Dessa forma, determinamos que com o valor de
R$892,10 é possível a implementação dos bicicletários, enquanto os custos variáveis
serão assumidos, em maior parte, através de cobranças simbólicas dos usuários.

12. Prototipagem

Como o protótipo é feito para fins de validação do projeto, utilizaremos o


Software SolidWorks para modelar o produto e realizar testes de usabilidade,
ergonomia e estabilidade. Um protótipo da trava será confeccionado com auxílio da
equipe de Baja SAE, Tuffão. Os membros da equipe possuem acesso ao laboratório
de fabricação da UFF, assim como know-how na utilização dos equipamentos e
técnicas necessárias para criação do nosso protótipo, como por exemplo: a soldagem
e a utilização de arduino, que é o mesmo aparato eletrônico que utilizam no seu
modelo de competição.
Após realizada a modelagem no software, foi possível visualizar uma redução
nas medidas dos tubos principais da estrutura, visto que a medida original do diâmetro
de 30mm estava superestimada para as necessidades do projeto. Assim, reduzimos
para tubos de 20mm, sendo suficientes para cumprir sua funcionalidade e baratear
os custos de produção.

13. Projeto de Patente

Para fins de registro de patente, o projeto proposto pelo grupo está enquadrado
na categoria Modelo de Utilidade. Conforme exposto no presente documento, o
modelo idealizado consiste em uma base com travas individuais para bicicletas,
semelhante às utilizadas pelas bikes compartilhadas, porém suportando as bicicletas
do próprio usuário. Desse modo, além da segurança, o projeto tem como premissa a
utilização de bicicletas de uso pessoal, possível devido ao modelo de trava ajustável
para diferentes modelos.
Foi projetado para ter sua base modularizada e fixada em um ponto
estratégicos dos Campi da UFF. Assim, os alunos terão acesso a uma forma prática
e segura de guardar suas bicicletas e circular entre os Campi da universidade com
mais liberdade.
Com relação ao produto final da estação, conforme colocado nos tópicos
anteriores, temos tubos de aço que compõem uma estrutura de fixação simples, já
que a ideia era algo que não fosse robusto, a fim de economizar espaço e custos.
Além disso, 1 estrutura, com 1,5m de comprimento, tem capacidade para 5 bicicletas,
que serão fixadas por meio de travas.
Para cada estação teremos 1 arduino, 5 travas, 5 suportes para as travas e 5
leitores rfid. Assim, cada bicicleta terá trava, suporte e leitor específicos. Conforme o
usuário passa sua carteirinha da UFF no leitor, a trava abre/fecha, por meio do
sistema automatizado do arduino. Logo, o produto teria a seguinte aparência as
seguintes dimensões:

Figura 27 - Projeto de patente

Referências bibliográficas

https://patents.google.com/patent/US9567025B2/en?q=bicycle+sharing&oq=bicycle+
sharing

http://www.niteroi.rj.gov.br/2021/07/13/prefeitura-de-niteroi-amplia-ciclovia-da-orla-
de-sao-francisco/
http://www.niteroi.rj.gov.br/2021/04/29/regiao-oceanica-de-niteroi-tera-mais-60-
quilometros-de-ciclovias/

https://www.ofluminense.com.br/cidades/2021/06/1193727-niteroi-inicia-obras-de-
ciclovias.html

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