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Condicionamento de mina / Aula - 8

Professor: Emanuel Itaquê de Negreiros Moreira


Crateús, CE
Fundamentos do fluxo de ar

 Fundamentos do fluxo de ar

 A ventilação de mina é um exemplo de


um processo de fluxo fixo ou
estacionário, ou seja, o fluido
encontra-se continuamente em
movimento seguindo uma direção
linear através de um conduto.

 Tal processo envolve trocas e perdas


de energia entre duas seções
quaisquer do caminho percorrido pelo
fluxo.

2 Costa (2017)
Fundamentos do fluxo de ar

 Equação de continuidade ou conservação


de massa

 Válida para processo de fluxo fixo, a  Densidades de ar constantes

equação de continuidade diz que a vazão de


 𝐴1 𝑉1 = 𝐴2 𝑉2 = 𝐴𝑖 𝑉𝑖 = 𝑐𝑡𝑒
um fluido, em qualquer ponto ao longo do
caminho por ele percorrido, permanece  𝑄1 = 𝑄2 = 𝑄𝑖
constante:  𝑄𝑖 = vazão no ponto i

 𝑤1 𝐴1 𝑉1 = 𝑤2 𝐴2 𝑉2 = 𝑤𝑖 𝐴𝑖 𝑉𝑖 = 𝑐𝑡𝑒
 Para os pontos i = 1,2,3,...
 𝑤𝑖 = densidade de ar no ponto i (g/m³)
 𝐴𝑖 = área transversal do fluxo no ponto i (m²)
 𝑉1 = velocidade do fluxo no ponto i (m/s)

3 Costa (2017)
Fundamentos do fluxo de ar

 Equação de energia

 O ar em movimento possui energia


decorrente da pressão sob a qual ele se
encontra, da sua velocidade, e da sua altura
acima de um determinado nível de
referência.

4 Costa (2017)
Fundamentos do fluxo de ar

 Equação de energia

 Em termos de pressão (energia por unidade de volume), o resultado é a pressão total em 𝑃𝑎 = 𝑛/𝑚²:

𝑤𝑉 2
 𝑃+ + 𝐻𝑤𝑔
2

 A equação de energia ou de Bernoulli pondera que para fluido ideal (sem fricção interna) e incompressível, a
energia que entra em um sistema, é a mesma que o deixa. Portanto, ao se considerar duas seções transversais (1 e
2) de um conduto, limitantes do sistema de fluxo entre elas, e expressar-se as formas de energia do fluxo, por
unidade de volume ou em termos de pressão:

𝑤𝑉1 2 𝑤𝑉2 2
 𝑃1 + 2
+ 𝐻1 𝑤𝑔 = 𝑃2 + 2
+ 𝐻2 𝑤𝑔

5 Costa (2017)
Fundamentos do fluxo de ar

 Pressões estática, dinâmica e total

 As pressões 𝑃1 e 𝑃2 são as pressões estáticas agindo em todas as direções e as


pressões dinâmicas ou de velocidade:
𝑤𝑉1 2 𝑤𝑉2 2
 e
2 2

 As pressões totais:
𝑤𝑉 2 𝑤𝑉 2
 𝑃+ e alguns autores 𝑃 + + 𝐻𝑤𝑔
2 2

6 Costa (2017)
Fundamentos do fluxo de ar

 Equação de Bernoulli
 Para atender condição de viscosidade do ar e
se levar em conta perda de pressão, equação
de Bernoulli se transforma:
 Aplicável a fluido ideal e incompressível
(não é o caso do ar), considerar aspectos 𝑤𝑉1 2 𝑤𝑉2 2
 𝑃1 + + 𝐻1 𝑤𝑔 = 𝑃2 + + 𝐻2 𝑤𝑔 + 𝑝
relativos, assim: 2 2

 𝑝 = perda de pressão entre os pontos 1 e


2
 Para mudanças de altura <500m e velocidades
<100m/s a variação da equação de Bernoulli será  Para uso de ventilador, ou uso de
desprezível; equipamento que aumente pressão:

𝑤𝑉 2 𝑤𝑉2 2
 𝑃1 + 21 + 𝐻1 𝑤𝑔 + 𝑝𝑣 = 𝑃2 + +
 Mudanças maiores de 5% na densidade de um fluido 2
𝐻2 𝑤𝑔 + 𝑝
será necessário uso de leis termodinâmicas
(mudanças na energia interna ou molecular)
 𝑝𝑣 = aumento de pressão entre os pontos
1e2

7 Costa (2017)
Fundamentos do fluxo de ar

 Número de Reynolds

Escoamento Laminar
 Quanto às trajetórias das partículas de um
fluido em movimento, com respeito ao
ordenamento e regularidade destas
trajetórias (linhas de fluxo), a vazão de um
fluido pode se apresentar nos estados
laminar, turbulento ou intermediário. Escoamento Turbulento

8 Costa (2017)
Fundamentos do fluxo de ar

 Número de Reynolds

Escoamento Laminar
 Para a determinação das fronteiras destes
estados, adota-se o Número de Reynolds
(Re), que é função das propriedades do
fluido:
𝑤𝐷𝑉 𝐷𝑉
 𝑅𝑒 = =
𝜇 𝑣
 𝑅𝑒 = número de Reynolds (adimensional)
Escoamento Turbulento
 w = densidade do fluido (kg/m³)
 𝜇 = viscosidade absoluta (Pa.s ou kg/m.s)
 𝑣 = viscosidade cinemática (m²/s)
 D = diâmetro do duto (m)
 V = velocidade do fluxo (m/s)

 𝑅𝑒 < 2000 Fluxo Laminar


9  𝑅𝑒 > 4000 Fluxo turbulento
Costa (2017)
Fundamentos do fluxo de ar

 Número de Reynolds

Escoamento Laminar
 Velocidade critica (corresponde ao valor
mais baixo para fluxo turbulento) para uma
galeria ou duto com valores, 𝜇 = 1,84 ∙
10−5 Pa ∙ 𝑠 e w = 1,2 𝑘𝑔/𝑚³, será 𝑣𝑐 = 0,06/𝐷 (m/s):

Escoamento Turbulento

10 Costa (2017)
Resistência à ventilação

 Energia dissipada por resistências que galerias ou trabalhos mineiros opõem


ao fluxo de ar em sistemas de ventilação e que são perdas por fricção e por
choques:

 𝑝 = 𝑝𝑓 + 𝑝𝑥
 𝑝𝑓 = perda de pressão por fricção (Pa)
 𝑝𝑥 = perda de pressão por choque (Pa)

11 Costa (2017)
Resistência à ventilação

 Perda de pressão por fricção

 A perda de pressão por fricção em um determinado trecho de galeria é função da


velocidade do fluxo, das características de superfície das paredes (tipo de rocha,
rugosidade, etc.) e das dimensões e forma (comprimento, perímetro e área
seccional) do trecho considerado pode ser calculado pela equação de Atkinson:

𝐾𝐿𝐶𝑉 2
 𝑝𝑓 =
𝐴
 K = fator de fricção (N.s²/m4 ou kg/m³)
 L = comprimento da galeria (m)
 C = perímetro da galeria (m)
 V = velocidade do ar (m/s)
 A = área da seção transversal da galeria (m²)

12 Costa (2017)
Resistência à ventilação

 Fator de fricção

 O fator de fricção K, também conhecido como coeficiente de resistência


aerodinâmica, varia de acordo com o número de Reynolds (Re).

 Para valores altos de Re, que é o caso de galerias, esta variação torna-se
insignificante, o que possibilita considerar o fator de fricção constante.

 Uma determinação mais precisa do fator de fricção K é feita por meio da


medição da queda de pressão em uma galeria (ou trecho dela) e dos outros
elementos considerados na equação de Atkinson para o trecho subterrâneo em
questão. O fator de fricção local, portanto, pode ser obtido através da relação:

𝑝𝐴3
 𝐾=
𝐶𝐿𝑄2

13 Costa (2017)
Resistência à ventilação

 Fator de fricção

 Exercício calcule o fator de fricção (K) para uma galeria com 5m de largura com
4m de altura, comprimento de 100m que gera uma perda de pressão
equivalente a 1Pa a um fluxo de ar de 50m³/s:

14 Costa (2017)
Resistência à ventilação

 Fator de fricção

 Exercício calcule o fator de fricção (K) para uma galeria com 5m de largura com
4m de altura, comprimento de 100m que gera uma perda de pressão
equivalente a 1Pa a um fluxo de ar de 50m³/s:
 𝑝 = 1𝑃𝑎
 𝐴 = 20𝑚²
 𝐶 = 18𝑚
 𝐿 = 100𝑚
 𝑄 = 50𝑚³/𝑠
 K=?

15 Costa (2017)
Referências Bibliográficas
 COSTA, J. C. A. ESTUDOS PARA IMPLANTAÇÃO DE UM MODELO DE
VENTILAÇÃO SOB DEMANDA NO COMPLEXO MINEIRO DE IPUEIRA
– FERBASA, MUNICÍPIO DE ANDORINHA - BAHIA. p. 95. Tese
(Doutorado em Engenharia de Processos). Programa de Pós Graduação em
Engenharia de Processos. Universidade Federal de Campina Grande. Campina
Grande, PB. 2017.

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