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FOUCAULT

"Foucault (2002) afirma ainda que surgiu, a partir do final do século XVIII, o poder sobre a
vida, o poder de ‘fazer viver e deixar morrer’. A biopolítica está voltada ao homem-espécie
(e não ao homem-corpo), à massa global e busca atuar sobre fenômenos aleatórios, em
série, que afetam os processos típicos de todo ser vivente: nascimento, morte, doença,
entre outros. [...] Nesse contexto de exercício biopolítico um importante instrumento
de produção de ‘sujeitos-criminoso’ chama-se racismo de Estado.

Nesse sentido, o racismo de Estado é estudado por Michel Foucault como um dos
paradoxos do biopoder: o dispositivo que garante a função assassina do Estado em um
regime de poder que se exerce sobre a vida. A genealogia do racismo se desenvolve
enquanto fragmento da ontologia histórica do presente no contexto da crítica da razão
governamental, atividade filosófica que se ocupa da análise dos tipos de racionalidade
(histórica) que informam os mecanismos pelos quais o Estado dirige a conduta dos
homens e, ao mesmo tempo, das possibilidades de sua superação. A questão é uma
possível via de acesso a uma compreensão mais aguda do modo contemporâneo de
exercício do poder, o que introduz, no domínio da vida, o corte entre o que deve viver e o
que deve morrer, de acordo com o princípio segundo o qual a morte do outro implica o
fortalecimento biológico de si próprio na medida em que se é membro de uma população,
elemento de uma pluralidade unitária e viva. (Racismo de estado: uma reflexão a partir da
crítica da razão governamental de Michel Foucault; Célia Regina Ody Bernardes.)

Portanto, no contexto de exercício biopolítico, um importante instrumento de produção do


“sujeito-criminoso” é o racismo de Estado, conforme bem desenvolve Foucault.

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