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Quais são meus privilégios ?

Como um homem branco, cis e hetero e de condição financeira confortável,


gozo de diversos privilégios desde meu nascimento e é uma benção saber
disso, dado que o fim da discriminação não ocorrerá sem o reconhecimento
das partes “dominadoras” de seus privilégios e seus preconceitos.

O racismo não nasceu ontem e, infelizmente, não vai acabar amanhã, como
muito bem demonstrado no documentário a 13ª Emenda ao longo da história
os meios de dominação e opressão utilizado contra a população negra nunca
deixaram de ser utilizados, só mudaram, se adaptando as mudanças
sociopolíticas e culturais. Com o “fim” da escravidão como era à época utilizou-
se do encarceramento em massa para conseguir mão de obra escrava
legalizada, uma vez que essa era permitida, mais tarde houve a segregação
formal, onde “pessoas de cor” não poderiam estar e utilizar o mesmo espeço
que os brancos e, anos mais tarde, o encarceramento em massa foi utilizado
de novo, para promoção política e manutenção do poder, sendo mais uma vez
o alvo dessa política a população negra. Até nos dias atuais o racismo é
evidente na sociedade, nas pequenas coisas como um olhar ou comentário
desagradável até nas grandes coisas como os mais absurdos casos de
violência policial que se repetem. O documentário em questão tem como palco
os EUA e como processo histórico social do país o fez como ele é hoje, mas
esse fenômeno não é exclusivo de lá, aqui no Brasil a escravidão também se
encerrou somente no campo teórico, uma vez que após e lei áurea muito dos
escravos libertos tiveram de submeter à condições análogas à escravidão para
não morrer de fome, e situações como essa continuam até hoje, onde os
negros, sem oportunidades continuam a ser marginalizados, vítimas de
xingamentos, submetidos a péssimas condições de trabalho e até mesmo
mortos, executados vitimas de linchamento, violência policial e “balas
perdidas”...

Como um homem branco não estou sujeito a esses horrores, assim como
meus antepassados também não, desse forma é meu papel me educar e
educar aqueles ao meu redor, reconhecer o racismo presente na nossa
sociedade e meu privilégio e exercer esse meu privilégio de forma a trazer
reflexos positivos na sociedade, usar minha voz para dizer aquilo que as
pessoas não escutam de outras vozes. Eu tenho o privilégio de não ser parado
a noite para revistas “aleatórias”, então eu devo utilizar esse privilégio para
defender aqueles que são parados e ao mesmo tempo escancarar essa
diferença. O primeiro passo para pôr fim a discriminação é reconhecer sua
existência.

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