PROCEDIMENTOS DO

TRIBUNAL DO JÚRI
ART. 406 A 496 CPP

ACADÊMICOS: ARIELI DUARTE, JOSÉ OMERO DE OLIVEIRA

PROFESSOR: LARISSA SANDRI WOJCIK

 1ª FASE: INSTRUÇÃO PRELIMINAR [90 DIAS
Pode rejeitar a queixa ou a
denúncia liminarmente, nos
PARA CONCLUSÃO]
seguintes termos:
Manifestação Inepta; falta de
pressuposto processual; falta Juiz nomeará defensor
de justa causa. público para oferecer a
Art 408, CPP
manifestação e dar
Prazo: 10 dias prosseguimento

Expedição de Manifestação do SIM

JUIZ RECEBE citação do réu Deixou de
acusado responder?
DENÚNCIA OU
NÃO
QUEIXA Art. 406 CPP Constituído o advogado,
no prazo de 10 dias, as
Neste momento, o acusado pode:
arguir preliminares, oferecer manifestações deverão
justificações, especificar provas estar acostadas nos
pretendidas, arrolar testemunhas, autos
no máximo 8, as qualificando e
requerendo sua intimação.

Juiz ouvirá o
Art.
Intimação das testemunhas Ministério Público ou 409,
arroladas pelas partes e diligências o querelante sobre CPP

necessárias. as preliminares e dos Prazo, 5 dias.

Prazo, 10 dias (para
realização de documentos.
audiência)
 Art 411, CPP

Início da Instrução Se for possível, a Inquirição das testemunhas Inquirição das

Preliminar declaração do de acusação testemunhas de defesa
ofendido

INTERROGATÓRIO DO Reconhecimento de Esclarecimentos dos

coisas/pessoas
Acareações
ACUSADO Peritos
Estes, precisam ser intimados, no
mínimo, 10 dias antecedentes à
audiência

ACUSAÇÃO: 20min,
prorrogáveis por mais 10
minutos.

PROFERE-SE A DECISÃO DO JUIZ OPÇÕES:

NA AUDIÊNCIA OU NO PRAZO DE
10 DIAS
ASSISTENTE DE
ACUSAÇÃO, se houver: 1º Pronúncia
10 minutos 2º Impronúncia
3º Absolvição Sumária
4º Desclassificação

DEFESA: 20 min,
prorrogáveis por mais
10 minutos, se houver
assistente de acusação. *Apenas a pronúncia é passível da remessa ao Tribunal do Júri
 PROCEDIMENTOS RELATIVOS AOS PROCESSOS DA COMPETÊNCIA
DO TRIBUNAL DO JÚRI
Por publicação:
Se crime afiançável, o Defensor constituído
PRONÚNCIA: Art juiz determinará fiança Intimação da decisão de Advogado constituído
para que o acusado Assistente de acusação
413 CPP responda em liberdade pronúncia
provisória Pessoalmente:
Defensor nomeado
Ministério Público

Por edital:
Acusado solto
não encontrado

PRECLUSÃO DA
PRONÚNCIA

Autos remetidos ao
Juiz Presidente do
Tribunal do Júri.
 IMPRONÚNCIA: Não Julga o mérito da causa;
Não extingue a punibilidade;
Art. 414 CPP Não ocorrida a extinção da punibilidade, poderá ser
formulada nova queixa ou denúncia, caso hajam novas
provas.

Autos remetidos ao
DESCLASSIFICAÇÃO: juízo competente;
Art. 419 CPP Acusado preso fica à
disposição do juiz
competente

ABSOLVIÇÃO Adentra o mérito da causa;

PRIMÁRIA: Art. 415 CPP
Extingue a punibilidade;
Provado não ser autor ou partícipe;
Fato não constituir infração penal;
Demonstrada causa de isenção de
pena ou crime (inimputabilidade)
 FASE PREPARATÓRIA/SANEADORA DO JÚRI
ALISTAMENTO DOS
JURADOS: Art. 425 a 426
CPP
PREPARAÇÃO DO PROCESSO PARA
JULGAMENTO EM PLENÁRIO: Art.
422 a 424 CPP
Anualmente, serão alistados pelo
presidente do Tribunal do Júri de 800
(oitocentos) a 1.500 (um mil e quinhentos)
jurados nas comarcas de mais de
1.000.000 (um milhão) de habitantes, de
300 (trezentos) a 700 (setecentos) nas
comarcas de mais de 100.000 (cem mil)
habitantes e de 80 (oitenta) a 400
(quatrocentos) nas comarcas de menor
população.
Presidente do Tribunal do Júri
determina a intimação do MP ou
querelante e do defensor, no prazo de 5
dias para apresentarem o rol de
testemunhas e realizar as diligências
necessárias.
 Se o interesse da ordem pública o reclamar ou
DESAFORAMENTO: Art. 427 houver dúvida sobre a imparcialidade do júri ou a
CPP segurança pessoal do acusado, o Tribunal, a
requerimento do Ministério Público, do assistente,
do querelante ou do acusado ou mediante
representação do juiz competente, poderá
determinar o desaforamento do julgamento para
outra comarca da mesma região, onde não existam
aqueles motivos, preferindo-se as mais próximas.

ORGANIZAÇÃO DA PAUTA: Art. 428 Terão preferência:

Acusados presos;
CPP Dentre os acusados presos, aqueles que
estiverem há mais tempo na prisão;
Em igualdade de condições, os
precedentemente pronunciados.
 Em seguida à organização da pauta, o juiz
Sorteio e da Convocação dos presidente determinará a intimação do Ministério
Público, da Ordem dos Advogados do Brasil e da
Jurados: Art. 432 CPP Defensoria Pública para acompanharem, em dia e
hora designados, o sorteio dos jurados que
atuarão na reunião periódica.

O sorteio, presidido pelo juiz, será feito

a portas abertas, cabendo-lhe retirar as
cédulas até completar o número de 25
jurados, para a reunião periódica ou FUNÇÃO DOS JURADOS: Art. O serviço do júri é obrigatório. O
extraordinária. alistamento compreenderá os maiores de
436 a 446 CPP 18 anos de conduta idônea;
Nenhum cidadão poderá ser excluído dos
trabalhos do júri ou deixar de ser alistado
em razão de cor ou etnia, raça, credo,
O Tribunal do Júri é composto por 1 juiz sexo, profissão, classe social ou
COMPOSIÇÃO DO togado, seu presidente e por 25 jurados econômica, origem ou grau de instrução;
que serão sorteados dentre os alistados, A recusa injustificada ao serviço do júri
JÚRI: Art. 447 a 452 7 dos quais constituirão o Conselho de
acarretará multa no valor de 1 a 10
CPP Sentença em cada sessão de
salários mínimos, a critério do juiz, de
julgamento.
acordo com a condição econômica do
São impedidos de servir no mesmo Conselho:
marido e mulher; ascendente e jurado.
descendente; sogro e genro ou nora; irmãos
e cunhados, durante o cunhadio; tio e
sobrinho; padrasto, madrasta ou enteado. O
mesmo impedimento ocorrerá em relação às
pessoas que mantenham união estável
reconhecida como entidade familiar. Será
aplicado aos jurados o disposto sobre os
impedimentos, a suspeição e as

incompatibilidades dos juízes togados.

REUNIÃO E SESSÕES DO TRIBUNAL O Tribunal do Júri se reunirá para as
sessões de instrução e julgamento nos
DO JÚRI: Art. 453 a 472 CPP períodos e na forma estabelecida pela lei
local de organização judiciária.

Se o Ministério Público não

comparecer, o juiz presidente
adiará o julgamento para o
primeiro dia desimpedido da
mesma reunião, cientificadas
as partes e as testemunhas.

Se a ausência não for justificada, o

fato será imediatamente
comunicado ao Procurador-Geral de Se a falta, sem escusa legítima, for do
Justiça com a data designada para a advogado do acusado, e se outro não for
nova sessão. por este constituído, o fato será
imediatamente comunicado ao presidente
da seccional da Ordem dos Advogados do
Brasil, com a data designada para a nova
sessão.

Se a testemunha, sem justa causa,

deixar de comparecer, o juiz
presidente, sem prejuízo da ação
penal pela desobediência, aplicar-
lhe-á a multa prevista no § 2o do
art. 436 CPP

INSTRUÇÃO DO PLENÁRIO: Art. 473 a
475 CPP
Para a inquirição das testemunhas
arroladas pela defesa, o defensor
do acusado formulará as perguntas
antes do Ministério Público e do
assistente, mantidos no mais a
ordem e os critérios estabelecidos
neste artigo.
As partes e os jurados poderão
requerer acareações,
reconhecimento de pessoas e coisas
e esclarecimento dos peritos, bem
como a leitura de peças que se
refiram, exclusivamente, às provas
colhidas por carta precatória e às
provas cautelares, antecipadas ou
não repetíveis.
O Ministério Público, o assistente, o
querelante e o defensor, nessa
ordem, poderão formular,
diretamente, perguntas ao acusado,
enquanto os jurados formularão
perguntas por intermédio do juiz
presidente.
Prestado o compromisso pelos jurados,
será iniciada a instrução plenária quando o
juiz presidente, o Ministério Público, o
assistente, o querelante e o defensor do
acusado tomarão, sucessiva e diretamente,
as declarações do ofendido, se possível, e
inquirirão as testemunhas arroladas pela
acusação.
O registro dos depoimentos e do interrogatório
será feito pelos meios ou recursos de gravação
magnética, eletrônica, estenotipia ou técnica
A seguir será o acusado similar, destinada a obter maior fidelidade e
interrogado, se estiver celeridade na colheita da prova e a transcrição do
presente, na forma registro, após feita a degravação, constará dos
estabelecida no Capítulo III autos.
do Título VII do Livro I Do
CPP.
Não se permitirá o uso de algemas no acusado durante o período
em que permanecer no plenário do júri, salvo se absolutamente
necessário à ordem dos trabalhos, à segurança das testemunhas
ou à garantia da integridade física dos presentes, Durante a
instrução em plenário, todas as partes e demais sujeitos
processuais presentes no ato deverão respeitar a dignidade da
vítima, sob pena de responsabilização civil, penal e
administrativa, cabendo ao juiz presidente garantir o
cumprimento do disposto neste artigo.
DEBATES: Art. 476 a 481 CPP Finalizada a instrução Pronuncia-se o MP Assistente de acusação, se houver

A acusação, a defesa e os jurados
poderão, a qualquer momento e por
intermédio do juiz presidente, pedir ao
orador que indique a folha dos autos
onde se encontra a peça por ele lida ou
citada, facultando-se, ainda, aos jurados
solicitar-lhe, pelo mesmo meio, o
esclarecimento de fato por ele alegado.
Durante os debates as partes não poderão, sob pena Terminada a acusação, a defesa
de nulidade, fazer referências à decisão de terá a palavra. A acusação
pronúncia, às decisões posteriores que julgaram poderá replicar e a defesa
admissível a acusação ou à determinação do uso de treplicar, sendo admitida a
algemas como argumento de autoridade que reinquirição de testemunha já
beneficiem ou prejudiquem o acusado; ao silêncio
ouvida em plenário.
do acusado ou à ausência de interrogatório por falta
de requerimento, em seu prejuízo. Durante o
julgamento não será permitida a leitura de
documento ou a exibição de objeto que não tiver
sido juntado aos autos com a antecedência mínima
de 3 dias úteis, dando-se ciência à outra parte.

Concluídos os debates, o presidente indagará dos jurados se estão

habilitados a julgar ou se necessitam de outros esclarecimentos.
Se houver dúvida sobre questão de fato, o presidente prestará
esclarecimentos à vista dos autos. Os jurados, nesta fase do
procedimento, terão acesso aos autos e aos instrumentos do crime se
solicitarem ao juiz presidente. Se a verificação de qualquer fato,
reconhecida como essencial para o julgamento da causa, não puder ser
realizada imediatamente, o juiz presidente dissolverá o Conselho,
ordenando a realização das diligências entendidas necessárias. Se a
diligência consistir na produção de prova pericial, o juiz presidente, desde
logo, nomeará perito e formulará quesitos, facultando às partes também
formulá-los e indicar assistentes técnicos, no prazo de 5 dias.
 Os quesitos serão formulados na
Questionário e sua seguinte ordem, indagando sobre: a
Votação: Art. 483 a 491 materialidade do fato; a autoria ou
participação; se o acusado deve ser
CPP absolvido; se existe causa de
diminuição de pena alegada pela
defesa; se existe circunstância
qualificadora ou causa de aumento de
pena reconhecidas na pronúncia ou
em decisões posteriores que julgaram
admissível a acusação.
A resposta negativa, de mais de 3 jurados, a
qualquer dos quesitos referidos nos incisos I e II
do caput deste artigo encerra a votação e implica a
absolvição do acusado. Respondidos
afirmativamente por mais de 3 jurados os quesitos
relativos aos incisos I e II do caput deste artigo será
formulado quesito com a seguinte redação: O
jurado absolve o acusado? Decidindo os jurados
pela condenação, o julgamento prossegue, devendo
ser formulados quesitos sobre: causa de diminuição
de pena alegada pela defesa; circunstância
qualificadora ou causa de aumento de pena,
reconhecidas na pronúncia ou em decisões
posteriores que julgaram admissível a
acusação. Sustentada a desclassificação da infração
para outra de competência do juiz singular, será
formulado quesito a respeito, para ser respondido
após o quesito, conforme o caso. Sustentada a tese
de ocorrência do crime na sua forma tentada ou
havendo divergência sobre a tipificação do delito,
sendo este da competência do Tribunal do Júri, o
juiz formulará quesito acerca destas questões, para
ser respondido após o segundo quesito. Havendo
mais de um crime ou mais de um acusado, os
quesitos serão formulados em séries distintas.

A seguir, o presidente lerá os quesitos e indagará das partes se têm requerimento ou reclamação a fazer, devendo qualquer deles, bem como a decisão, constar da ata. Ainda
em plenário, o juiz presidente explicará aos jurados o significado de cada quesito. Não havendo dúvida a ser esclarecida, o juiz presidente, os jurados, o Ministério Público, o
assistente, o querelante, o defensor do acusado, o escrivão e o oficial de justiça dirigir-se-ão à sala especial a fim de ser procedida a votação. Na falta de sala especial, o juiz
presidente determinará que o público se retire, permanecendo somente as pessoas mencionadas no caput deste artigo. O juiz presidente advertirá as partes de que não será
permitida qualquer intervenção que possa perturbar a livre manifestação do Conselho e fará retirar da sala quem se portar inconvenientemente. Antes de proceder-se à
votação de cada quesito, o juiz presidente mandará distribuir aos jurados pequenas cédulas, feitas de papel opaco e facilmente dobráveis, contendo 7 delas a palavra sim, 7 a
palavra não. Para assegurar o sigilo do voto, o oficial de justiça recolherá em urnas separadas as cédulas correspondentes aos votos e as não utilizadas. Após a resposta,
verificados os votos e as cédulas não utilizadas, o presidente determinará que o escrivão registre no termo a votação de cada quesito, bem como o resultado do
julgamento. Do termo também constará a conferência das cédulas não utilizadas. As decisões do Tribunal do Júri serão tomadas por maioria de votos.
Se a resposta a qualquer dos quesitos estiver em contradição com outra ou outras já dadas, o presidente, explicando aos jurados em que consiste a contradição, submeterá
novamente à votação os quesitos a que se referirem tais respostas. Se, pela resposta dada a um dos quesitos, o presidente verificar que ficam prejudicados os seguintes,
assim o declarará, dando por finda a votação. Encerrada a votação, será o termo a que se refere o art. 488 do CPP assinado pelo presidente, pelos jurados e pelas partes.

DA SENTENÇA: Art. 492 a 493 CPP
Na sequência, o presidente proferirá
sentença que, em caso de condenação será
fixada a pena base; serão consideradas as
agravantes ou atenuantes; incluirá os
aumentos ou diminuições de pena,
atentando-se ao júri
Será mandado o acusado recolher-se ou
será recomendada a prisão em que se
encontra, se presentes os requisitos da
prisão preventiva, ou, no caso de
condenação a uma pena igual ou superior a
15 anos de reclusão, determinará a
execução provisória das penas, com
expedição do mandado de prisão, se for o
caso, sem prejuízo do conhecimento de
recursos que vierem a ser interpostos.

Se houver desclassificação da infração No caso de absolvição,

para outra, de competência do juiz mandará colocar em Serão estabelecidos
singular, ao presidente do Tribunal do Júri liberdade o acusado se por
caberá proferir sentença em seguida, outro motivo não estiver
os efeitos genéricos e
aplicando-se, quando o delito resultante preso; revogará as medidas específicos da
da nova tipificação for considerado pela restritivas provisoriamente
lei como infração penal de menor decretadas; imporá, se
condenação:
potencial ofensivo, o disposto nos art. 69 for o caso, a medida de
e seguintes da Lei 9.099/95 segurança cabível.

Em caso de desclassificação, o Juiz A sentença será lida em

A apelação interposta contra decisão
Presidente do Tribunal do Júri
julgará o crime desconexo, que não
condenatória do Tribunal do Júri a plenário pelo presidente
uma pena igual ou superior a 15
seja doloso ou crime contra a vida, anos de reclusão não terá efeito
antes de encerrada a
no que couber suspensivo. sessão de instrução e
julgamento.
 DA ATA DOS TRABALHOS: De cada sessão de julgamento o O Juiz Presidente e os jurados Os jurados que não
escrivão lavrará ata, assinada pelo presentes compareceram, justificativa ou
Art. 494 a 496 CPP presidente e pelas partes. A ata sem, e as sanções aplicadas
descreverá fielmente todas as
ocorrências, mencionando
obrigatoriamente:

o adiamento da sessão, se a abertura da sessão e a presença do

o ofício ou requerimento de
houver ocorrido, com a MP, do querelante e do assistente, se
isenção ou dispensa; o sorteio
indicação do motivo houver, e a do defensor do acusado;
dos jurados suplentes
assim como o pregão e a sanção
imposta, no caso de não comparecimento

as testemunhas dispensadas de a verificação das a formação do Conselho de

depor; o recolhimento das cédulas pelo juiz Sentença, com o registro dos
testemunhas a lugar de onde umas presidente nomes dos jurados sorteados e
não pudessem ouvir o depoimento recusas
das outras

o compromisso e o
interrogatório, com simples os incidentes; o julgamento da A falta da ata sujeitará o
referência ao termo; os causa e a publicidade dos atos da responsável a sanções
debates e as alegações das instrução plenária, das diligências administrativa e penal.
partes com os respectivos e da sentença.
fundamentos.