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LINHA GUIA PARA RASTREAMENTO E PREVENÇÃO

DO CÂNCER DO COLO DO ÚTERO

4º Revisão

Outubro/2018

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CONTRACAPA

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SUMARIO

LISTA DE ACRÔNIMOS SIGLAS


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APRESENTAÇÃO

A Secretaria Municipal de Saúde, ao longo do seu processo de organização, produção e


oferta de serviços e ações de saúde, busca consolidar o Sistema Único de Saúde. Para isso
conta com o trabalho compartilhado de diversos de trabalhadores de diversas categorias
profissionais, e com o apoio da população que testemunha, dia a dia, os avanços
conquistados a partir da construção e escrita compartilhada de cada página desta história.

Atualmente empreendemos esforços no sentido de fortalecer a estratégia de Saúde da


Família e qualificar as ações cotidianas das equipes que atuam na rede básica, o que
certamente repercutirá de modo decisivo e positivo em todos os níveis de organização do
sistema municipal de saúde. Uma das medidas que adotadas para tal fim é a revisão e
constituição de Protocolos técnicos entendidos como dispositivos que explicitam um
determinado arranjo institucional que auxilia a gestão do processo de produção de cuidado
e organiza fluxos a partir da análise da dimensão das necessidades de usuários dos serviços e
de comunidades.

Um protocolo, portanto, é um instrumento que estabelece normas para as intervenções


técnicas, ou seja, uniformiza e atualiza conceitos e condutas referentes ao processo
assistencial na rede de serviços. Orienta os diferentes profissionais na realização de suas
funções ante a complexidade dos problemas de saúde apresentados pela população,
pautando-se em conhecimentos científicos que balizam as práticas sanitárias para
coletividades e no modelo assistencial adotado. Isto significa que o Protocolo reflete a
política assistencial assumida pela Secretaria de Saúde bem como suas opções éticas para
organização do trabalho em saúde e escolhas tecnológicas úteis, apropriadas e disponíveis
para o processo de enfrentamento de problemas de saúde priorizados em cada época
segundo sua magnitude.

O protocolo é um documento abrangente e aborda a maioria das situações dos grupos


sociais e que podem surgir no cotidiano dos serviços de saúde, adaptado à realidade do
município de Sete Lagoas, não abandonando os protocolos e recomendações do Ministério
da Saúde.

Este protocolo resulta do esforço de profissionais da rede e aborda especificamente o


controle e prevenção do câncer de colo de útero.

É uma aproximação com a dimensão e natureza das questões relativas à saúde (da mulher) e
representa uma opção no sentido da padronização de ações e procedimentos para a
qualificação da assistência a esse grupamento populacional. Como ferramenta para
impulsionar a construção coletiva de compromissos para mudar o processo de trabalho nas
Unidades Básicas de Saúde apostando na articulação e complementariedade de saberes, é
um documento inacabado a espera de contribuições de todos comprometidos com a
qualificação da assistência.

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1 INTRODUÇÃO

O câncer de colo do útero (CCU) representa um grave problema de saúde pública no mundo,
sendo o segundo tipo de câncer mais incidente entre as mulheres e 80% dos casos ocorrem
em países em desenvolvimento, como no Brasil. O principal fator de risco conhecido é a
infecção pelo papiloma vírus humana (HPV), que está presente em 98% dos casos, apesar de
não ser a única variável associada na emergência desses casos. Afeta principalmente as
mulheres em idade fértil, com vida sexual ativa, na faixa de 25 a 64 anos e, mudanças
celulares na constituição do órgão podem ser detectadas previamente ao desenvolvimento
do câncer.

Assim, as formas de prevenção da doença podem ser a melhor opção para enfrentamento
do problema, devendo-se preferir a prevenção primária, por meio de medidas e ações que
evitam o aparecimento da doença, pela intervenção nos fatores de risco relacionados. A
assistência com foco no território e população adscrita, com ênfase na busca ativa dessas
mulheres pode impactar positivamente na redução da morbimortalidade desta patologia.

Com estratégias de rastreamento e detecção precoce do HPV, a maioria das lesões


precancerígenas pode ser completamente resolvida e, o diagnóstico da doença no estágio
inicial é altamente tratável, com propedêutica satisfatória. Há que se considerar, porém, que
o HPV não é a única variável deste processo e, fatores genéticos, questões socioeconômicas
e dificuldades de acesso a serviços de saúde, podem ser elementos determinantes.

Por isso, os esforços para execução de programas de prevenção são justificados, com ênfase
na estratégia de saúde da família e na realização do exame citopatológico do colo do útero,
além do incentivo aos hábitos saudáveis de vida e adoção de boas práticas na prevenção
desses problemas de saúde, tais como:

I. Por sexo seguro entende-se o uso de preservativo durante a relação sexual, uma das
formas de evitar o contágio pelo HPV, vírus com papel importante para o
desenvolvimento do câncer e suas lesões precursoras;
II. Uma alimentação saudável pode reduzir as chances de câncer. A dieta deveria conter
diariamente porções de frutas, verduras e legumes, preferencia para as gorduras de
origem vegetal como o azeite extra virgem, óleo de soja e de girassol, entre outros,
lembrando sempre que não devem ser expostas a altas temperaturas. Evitar
gorduras de origem animal – leite e derivados, carne de porco, carne vermelha, pele
de frango, entre outros – e algumas gorduras vegetais como margarinas e gordura
vegetal hidrogenada.
III. As mulheres devem ser estimuladas a manter uma atividade física regular, evitar ou
limitar a ingestão de bebidas alcoólicas e parar de fumar.
IV. Combate ao tabagismo, pois a mulher fumante tem um risco maior de câncer de colo
de útero, além de infertilidade, dismenorreia, irregularidades menstruais e
antecipação da menopausa (em média dois anos antes).

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A principal estratégia utilizada para detecção precoce do câncer de colo uterino no Brasil é
através do rastreamento, que significa realizar o exame preventivo, citologia oncótica
(Papanicolau), em mulheres sem os sintomas, com o objetivo de identificar aquelas que
possam apresentar a doença em fase muito inicial, quando o tratamento pode ser mais
eficaz – Prevenção secundária.

A efetividade da detecção precoce, associada ao tratamento em seus estádios iniciais, tem


resultado em uma redução das taxas de incidência de câncer invasor que pode chegar a
90%. De acordo com a OMS, quando o rastreamento apresenta boa cobertura (80%) e é
realizado dentro dos padrões de qualidade, modifica efetivamente as taxas de incidência e
mortalidade por esse câncer.

A periodicidade de realização do exame preventivo do colo do útero, estabelecida pelo


Ministério da Saúde, em 1988, permanece atual e está em acordo com as recomendações
dos principais programas internacionais.

O exame citopatológico deve ser realizado prioritariamente em mulheres de 25 a 64 anos de


idade, uma vez por ano e, após dois exames anuais consecutivos negativos, a cada três anos
(Atenção: toda mulher que tem ou já teve atividade sexual deve submeter-se ao exame
preventivo até os 69 anos de idade).

Essa recomendação apoia-se na observação da história natural do câncer do colo do útero,


que permite a detecção precoce de lesões pré-malignas ou malignas, e o seu tratamento
oportuno, graças à lenta progressão para estágios mais graves que esta lesão apresenta. Em
mulheres que tenha sido identificado algum fator de risco, como por exemplo, a infecção
pelo vírus HIV, o rastreamento pelo exame citopatológico (Papanicolau) deve ser anual.

A identificação das mulheres na faixa etária de maior risco, especialmente aquelas que
nunca realizaram exame na vida, é o objetivo da captação ativa. As estratégias devem
respeitar as peculiaridades regionais envolvendo lideranças comunitárias, profissionais de
saúde, movimentos de mulheres, meios de comunicação entre outros.

Portanto, os programas de rastreamento (screening) do CCU são medidas de saúde pública


para prevenção, e baseiam-se na teoria de que os casos de carcinoma invasor são
precedidos por uma série de lesões (NIC), que podem ser detectadas e tratadas. Esses
programas reduzem a ameaça de câncer na comunidade, pela detecção da paciente que tem
a doença assintomática. É preciso fazer com que as mulheres realizem periodicamente seu
exame citopatológico. O acolhimento adequado na UBS é garantia de um exame clinico
ginecológico completo, com a coleta do citopatológico e a realização do exame clinico das
mamas.

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2 OBJETIVO

Padronizar condutas para busca ativa e rastreamento do câncer de colo do útero,


interpretação de exames, tratamento precoce, controle de cura e fluxo na rede de atenção a
saúde da mulher em Sete Lagoas.

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3 COMPETENCIAS

a) Médico Ginecologista referência no atendimento de patologias do colo uterino –


Atenção Secundaria – CEAE (Centro Estadual de atenção Especializada)

 Prestar assistência especializada em ginecologia;


 Realizar procedimentos como colposcopia, biopsia, cauterização e CAF
ambulatorial e hospitalar;
 Encaminhar a paciente para acompanhamento multidisciplinar;
 Encaminhar para acompanhamento pela atenção terciaria os casos de CCU;
 Realizar contra referencia
 Seguir o Protocolo de Diretrizes para Rastreamento do CCU – MS.
Dr Rejane – favor analisar o texto sobre as competências do CEAE: reformular
ou validar(item a)

b) Médico Ginecologista da Atenção Primária – Centros de Saúde (CS)

 Prestar assistência em ginecologia;


 Realizar o exame citopatológico e o exame clínico das mamas como parte
integrante da consulta ginecológica;
 Realizar colposcopia, biopsia, cauterização do colo do útero e de verrugas
genitais.
 Encaminhar para atendimento na atenção secundaria quando indicado (NIC II
e III) através de guia de referência e Contra referência;
 Encaminhar a paciente para acompanhamento multidisciplinar;
 Seguir o Protocolo de Diretrizes para Rastreamento do CCU – MS.

c) Médico da Estratégia de Saúde da Família (ESF)

 Realizar o exame citopatológico e o exame clínico das mamas como parte


integrante da consulta ginecológica;
 Encaminhar a paciente para acompanhamento multidisciplinar;
 Encaminhar a paciente para atendimento especializados de referência, CS ou
CEAE quando necessário; monitorando/acompanhando o processo
terapêutico;
 Monitorar os resultados dos exames citopatológicos colhidos pela sua ESF
 Seguir protocolo de diretrizes para rastreamento do CCU – MS dando
continuidade ao acompanhamento de acordo com os fluxogramas, quando a
indicação for à repetição do exame citopatológico.
 Orientar a Equipe para realização de busca ativa das mulheres com exames
alterados;
 Organizar, conjuntamente com a equipe, os processos de trabalho para
realização de busca ativa das mulheres em sua área de abrangência que não
estejam realizando seus exames preventivos de rotina;

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 Incrementar ações que resultem no aumento da cobertura do
rastreamento/prevenção do Ca de colo uterino na área de abrangência de sua
ESF;
 Encaminhar as mulheres para a Atenção Secundária, quando indicado, e
monitorar seu atendimento/tratamento. Atenção especial para os casos de Ca
de colo;
 Tratar as IST’s e infecções do Trato Genital Inferior;
 Discutir os casos que gerem dúvidas com o Ginecologista da rede.

d) Enfermeiro dos Centros de Saúde e ESF

 Encaminhar para avaliação do médico ginecologista de referência quando


resultado do exame alterado (conforme fluxograma I anexo);
 Realizar exame citopatológico e o exame clínico das mamas como parte
integrante da Consulta de Enfermagem;
 Encaminhar a paciente para atendimento especializado no CEAE, pacientes
com resultados do exame citopatológico NIC II e NIC III, após tratar vaginoses;
 Fazer acompanhamento das pacientes com NIC I de acordo com o Protocolo
de Diretrizes para o rastreamento do CCU – MS;
 Prescrever tratamento de vaginoses conforme orienta este protocolo.
 Manter acompanhamento de pacientes com exame citopatológico alterado
em acompanhamento em outros níveis de atenção.
 Manter as fichas do fichário rotativo atualizado.
 Manter livro de registros atualizado, contando obrigatoriamente:
a) nome da paciente;
b) idade;
c) endereço completo e ponto de referência;
d) nome da mãe;
e) número do telefone, quando possível;
f) Numero do SISCAN
g) data da coleta do exame preventivo do colo do útero;
h) observações clínicas;
i) resultado do exame, com controle para busca ativa daquelas com exames
positivos e daquelas que a equipe julgue necessário retorno ou
encaminhamento a Unidade de Referência, se necessário.

e) ACS – Agente comunitário de saúde

 Agendar o exame citopatológico conforme fichário rotativo ou conforme


prioridade avaliada pelo o enfermeiro, priorizando a faixa etária
recomendada.
 Fazer busca ativa de faltosos e de pacientes que necessitam de retorno.
 Realizar acompanhamento/busca ativa dos pacientes encaminhados para
tratamento na atenção secundária.
 Repassar as orientações de preparo para o exame citopatológico.
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 Manter organizado o fichário rotativo e com ficha de todas as mulheres em
idade 25 a 64 anos.

f) Secretaria Municipal de Saúde – Diretoria de Atenção Primária e Secundária:

 Prestar apoio e políticas de gestão para garantia de insumos necessários aos


procedimentos de coleta de exame citopatológico, diagnóstico e tratamento
das afecções;
 Garantir equipes multidisciplinares para assistência;
 Garantir a qualificação dos profissionais para a assistência;
 Apoiar o cumprimento deste protocolo.

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4 SEGUIMENTO DAS MULHERES

A captação da população alvo é essencial para o início da detecção do CCU,


considerando-se a incorporação de todas de todas as mulheres com vida sexual ativa, de tal
forma que realizem seu exame citopatológico conforme preconiza o Ministério da Saúde.
O alvo principal para o controle do CCU são as mulheres que já tiveram atividade
sexual e estão na faixa etária de 25 a 64 anos, e especialmente aquelas que nunca realizaram
o exame citopatológico.
Após o primeiro exame, de acordo com o resultado, a mulher terá um
acompanhamento (segmento) especifico, conforme nos mostra o Protocolo de Diretrizes
para o Rastreamento do CCU do Ministério da Saúde.
O SISCAN – Sistema de informação do câncer Este sistema é a versão em plataforma
web que integra os Sistemas de Informação do Câncer do Colo do Útero (SISCOLO) e do
Câncer de Mama (SISMAMA) e tem como objetivo registrar a solicitação de
exames citopatológico de colo do útero e mama, histopatológico de colo do útero e
mama, mamografia, resultados de todos os exames solicitados, seguimento dos
exames alterados e gerar dados que subsidiam o monitoramento e a avaliação.
Neste sistema constam todas as pacientes com exames alterados realizados no
laboratório credenciado pelo município, em sete Lagoas, Laboratório Municipal Dr. Pedro
Lanza. As mulheres com resultado NIC II, NIC III estão em risco de terem as lesões
transformadas em câncer, por isso os seguimento das mesmas deve ser de 100%. As
mulheres com NIC I também tem que ser seguidas, pois estas lesões podem evoluir para NIC
II/III.

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5 COLETA DO EXAME CITOPATOLOGICO

O exame citopatológico consiste na análise das células oriundas da endocervice e da


ectocervice, e são extraídas por raspagem do colo do útero.
A coleta do material deve ser realizada sem a colocação de lubrificantes no especulo,
podendo-se utilizar apenas soro fisiológico.
As mulheres devem ter sido previamente orientadas a não terem relações sexuais,
não fazerem ducha, medicamentos locais ou exames intravaginais (por exemplo,
ultrassonografia transvaginal) nas 48 horas que antecederem ao exame. O exame deve ser
realizado fora do período menstrual, pois o sangue dificulta a leitura da lamina.
Em pacientes histerectomizadas deve ser mantido o esfregaço de fundo de saco e
parede vaginal. Ao ser confeccionado o esfregaço deve-se evitar a superposição da amostra,
o que dificulta o diagnóstico citopatológico.
Em pacientes grávidas a coleta do exame citopatológico deve ser realizada
normalmente, porém de forma cuidadosa e com uma correta explicação do procedimento,
orientado que pode ocorrer um pequeno sangramento após o procedimento. Durante o
exame especular, a visualização de um colo com aspecto tumoral é indicação de
encaminhamento para colposcopia no Centro de Saúde de referência, independentemente
de resultado de exame normal.
Caso haja sangramento anormal (fora dom período menstrual) a coleta está contra
indicada, mas o exame especular deve ser realizado para exclusão de uma patologia cervical
sangrante.
O resultado do exame descreve o diagnóstico e este poderá gerar uma
recomendação de outo procedimento.
Para a coleta de material, seguir o procedimento Operacional Padrão (POP) da SMS
de Sete Lagoas.

CÓDIGO: SMS – Sete Lagoas – MG


DATA EMISSÃO: setembro/2018
PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO POP
REVISÃO N°
DATA DE REVISÃO:
PROCEDIMENTO: Coleta do Exame Citopatológico (preventivo do Câncer do Colo do Útero)

OBJETIVO: Rastreamento e Prevenção do Câncer do Colo de Útero

EXECUTANTE: Enfermeiro ou Médico

RESULTADOS ESPERADOS:
 Padronizar condutas relacionadas às técnicas de coleta do exame citopatológico de colo do útero;
 Aprimorar a segurança da paciente, minimizando erros no exame ginecológico e na coleta do exame.
MATERIAL NECESSÁRIO:
 Mesa ginecológica;
 Escada de dois degraus;
 Mesa auxiliar;
 Banqueta giratória;
 Foco de luz com cabo flexível;
 Lençóis (descartável e pano);
 Avental/camisola para a paciente;

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 Balde com solução desincrostante;
 Lixeira para resíduos infectantes;
 Biombo ou local reservado para troca de roupa;
 Luvas de procedimentos;
 Espéculos de tamanhos variados (P, M ou G);
 Solução de Shiller;
 Ácido acético;
 Soro fisiológico;
 Pinça de Cherron;
 Gaze;
 Solução fixadora (álcool a 70% ou álcool a 96% ou Polietilenoglicol líquido ou Spray de Polietilenoglicol
ou álcool absoluto);
 Álcool 70% ou gel;
 Frasco porta-lâmina tipo tubete;
 Espátula de Ayres;
 Escova endocervical;
 Lâminas de vidro com extremidade fosca;
 Lápis grafite ou preto n°2;
 Caneta;
 Formulário de requisição do exame citopatológico;
 Formulários de requisição de exames;
 Fita adesiva de papel para identificação dos frascos;
 Prontuário do paciente;

DESCRIÇÃO DO PROCEDIMENTO:
1. Acolher a paciente no consultório;
2. Identificar-se para paciente;
3. Realizar anamnese confidencial e individualizada;

ANAMNESE:
 Identificação;
 Queixa clínica;
 Data da última menstruação;
 Indagar sobre a realização de exames intravaginais, utilização de espermicidas, lubrificante ou
medicamentos vaginais, história de relações sexuais com preservativo nas 48 horas anteriores á
realização do exame de citologia. (Obs: estes fatores podem ocasionar prejuízo á leitura da amostra
coletada, vale ressaltar que a presença de espermatozoides na amostra não prejudica sua qualidade,
entretando outros fatores podem prejudicar o diagnóstico
 Ciclo menstrual – regularidade, volume, aspecto;
 Referência a terapia de reposição hormonal;
 Data do último preventivo e resultados prévios;
 Procedimentos terapêuticos anteriores (cauterização, cirurgia, quimioterapia e/ou radioterapia;
 Prática sexual – início de atividade sexual, números de parceiros na vida e no último ano, prática de
sexo seguro/inseguro;
 Método contraceptivo utilizado;
 História de infecções sexualmente transmissíveis – IST, entre elas, infecção pelo HPV;
 História obstétrica e antecedentes pessoais (menarca, nuliparidade ou primeira gravidez acima de 30
anos);
 Pesquisar sobre queixas mamárias (mastalgia, nódulo mamário, alterações do mamilo, descarga papilar,

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assimetria da mama ou retração da pele);
 Cirurgia pélvica;
 Presença de sangramentos vaginais pós-coito ou a anormais e dispareunia;
 Presença de queixas relacionadas á corrimentos vaginais.

4. Preencher a requisição de exame citopatológico em papel ou SISCAN atentando para todos os campos;
5. Identificar a lâmina com as iniciais da paciente, data da coleta e unidade de saúde e identificar o frasco
porta-lâmina com fita adesiva escrevendo o nome completo da paciente, data de nascimento, data da
coleta e unidade de saúde;
6. Explicar a paciente o procedimento a ser realizado;
7. Solicitar que a paciente esvazie a bexiga identificando-lhe o banheiro a ser utilizado;
8. Orientar a paciente a retirar todo seu vestuário e vestir a camisola;
9. Auxiliar a paciente a se posicionar na maca e realizar o exame clínico das mamas – ECM. A seguir,
auxiliá-la a deitar na maca e posicionar suas pernas nas perneiras, cobrir o ventre e coxas da paciente
com lençol;
10. Assentar na banqueta giratória e orientar a paciente a se posicionar de forma a expor ao máximo a
genitália;
11. Calçar luvas de procedimento;
12. Inspecionar os órgãos genitais externos ( atentando á integridade da parte externa do aparelho genital
feminino, presença de verrugas, úlceras fissuras e tumorações);
13. Colocar solução fixadora no frasco para lâmina;
14. Realizar a inspeção e palpação da genitália externa observando alterações existentes;
15. Posicionar o foco de luz;
16. Avaliar introito vaginal, e escolher espéculo adequado;
17. Afastar os pequenos e grandes lábios com uma das mãos e com a outra segurar o espéculo, passá-lo
pelo introito vaginal com angulação de 75°, posicionando horizontalmente a seguir, afim de evitar
trauma uretral;
18. Abrir o espéculo até visualização completa do colo uterino (pedir a paciente para tossir pode ajudar a
posicioná-lo melhor);
19. Observar a secreção vaginal, realizar coleta da citologia com a espátula de Ayres posicionando seu lado
menor da reentrância no orifício externo do colo fazendo um giro de 360°;
20. Segurar a lâmina e passar a extremidade maior da espátula (com o material coletado) na metade
proximal a identificação da lâmina (esfregaço);
21. Descartar a espátula na lixeira para resíduo infectante;
22. Pegar a escova endocervical e introduzir no orifício externo do colo e fazer um giro de 360° aplicando-o
a seguir na extremidade distal da lâmina como se estivesse desenrolando a escovinha;
23. Descartar a escovinha na lixeira para resíduos infectantes;
24. Realizar o teste de Schiller aplicando solução de ácido acético no colo uterino utilizando gazinha
embebida em solução presa na pinça de Cherron (para remover o excesso de secreção). Descartar a
gazinha na lixeira para resíduo infectante;
25. Aplicar solução Schiller em todo o colo uterino utilizando gazinha embebida em solução presa na pinça
de Cherron. Descartar a gazinha na lixeira para resíduo infectante e observar se há presença de áreas
não coradas pelo iodo (áreas iodo negativas – AIN);
26. Aplicar novamente a solução de ácido acético no colo uterino utilizando gazinha embebida em solução
presa na pinça cherron para retirada da solução de Schiller;
27. Descartar a gazinha na lixeira para resíduo infectante, descartar a pinça na lixeira de resíduos
infectantes (se descartável), ou no recipiente com solução desincrostante (se metal);
28. Afrouxar a borboleta do espéculo e retirá-lo devagar avaliando as paredes anterior e posterior da
vagina (coloração, pregueamento), tendo cuidado para não prender o colo do útero entre as lâminas do

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mesmo;
29. Descartar o espéculo na lixeira para resíduo infectante, se descartável, ou no recipiente com solução
desincrostante, se de metal;
30. Colocar a lâmina no frasco com solução fixadora e tampá-lo;
31. Retirar as luvas de procedimento e descarta-las na lixeira para resíduo infectante;
32. Auxiliar a paciente a levantar e descer da maca, orientar que vista-se;
33. Informar á paciente sobre á probabilidade de discreto sangramento após a coleta, com cessação
espontânea;
34. Lavar as mãos ou friccionar álcool 70% ou gel;
35. Registrar todo o procedimento no prontuário da paciente;
36. Preencher formulário próprio de coleta de citologia, lançar no Sistema de informação de câncer -
SISCAN e obter o número de registro da paciente anotando-o em formulário;
37. Orientar a paciente quanto ao retorno para buscar o resultado, aconselhar e oferecer exames que
detectam as IST’s. Poderá ser realizado ou agendado testes rápidos: sífilis, HIV, hepatite B e hepatite C;
disponíveis em unidades de saúde.
38. Encaminhar o frasco para o laboratório.
39. Informar a paciente sobre a importância do retorno para resultado do exame;

Observações importantes:
 É oportuno que os profissionais de saúde atendem para a representatividade da Junção Escamoso
Colunar – JEC – nos esfregaços cervicovaginais. Sob pena de não propiciar à mulher todos os
benefícios da prevenção do câncer de colo do útero.
 Considerar patologias e queixas das pacientes.
 Na presença de secreção vaginal anormal, friabilidade do colo, efetuar coleta para análise
laboratorial e tratar de acordo com abordagem sindrômica. Preferencialmente, em casos de
corrimento, recomenda-se tratar a mulher de acordo com este protocolo e reagendar a coleta do
material cervical após o tratamento pelo risco de prejuízo da amostra;
 Prescrição de tratamento para outras doenças detectadas, como infecções sexualmente
transmissíveis, caso presentes, na oportunidade do exame.
 Caso de ressecamento vaginal ou colpite atrófica, achados comuns no climatério, que dificultam a
coleta do material e podem levar a resultados falsos-positivos, deve ser prescrito creme vaginal de
estradiol 0,1% por 21 dias, com pausa de sete dias, ou ainda duas vezes por semana (sempre nos
mesmos dias) antes da coleta, lembrando que dever ser suspenso 48 horas antes do procedimento.
Vale ressaltar que mulheres que fazem uso de dos inibidores da aromatose (como os utilizados no
tratamento de câncer de mama), a terapia de estrogênio está contraindicada.
 O vaginismo também pode estar presente durante a coleta do exame, caracteriza-se por contração
involuntária dos músculos próximos á vagina, impedindo á introdução do espéculo, caso isso
aconteça, deve-se evitar o exame naquele momento para não provocar desconforto ou mesmo
lesão á mulher. Se houver identificação de causa orgânica considerar o encaminhamento para
ginecologista ou apoio psicológico especializado;
 Em caso ectopia ou eversão (a Junção Escamo-Colunar (JEC) situa-se no nível do orifício externo ou
para fora deste, geralmente no período de atividade menstrual, na fase reprodutiva da mulher),
não há necessidade de intervenções, pois é uma situação fisiológica;
 Na presença de Cisto de Naboth, também não há necessidade de intervenções, por ser decorrente
de obstrução dos ductos excretores das glândulas endocervicais subjacentes, sem significado
patológico;
 Na presença de pólipo, deve ser encaminhado ao ginecologista para retirada em presença de
sangramento desencadeado pela relação sexual, corrimento vaginal aumentado ou sangramento
discreto entre as menstruações. São benignos na maioria dos casos.

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AÇÕES EM CASO DE NÃO CONFORMIDADE:
 Encaminhar a paciente para o profissional ginecologista diante de qualquer problema que inviabilize a
realização do exame.

ELABORADO POR:
Ana Carolina Tostes Mendes – Enfermeira – Coren-MG 296.862
Camila Luana de Souza Conceição Enfermeira – Coren-MG 309.460

REFERÊNCIAS UTILIZADAS PARA A REVISÃO:


Ministério da Saúde. Técnico em Citopatologia. Caderno de Referência 1: Citopatologia Ginecológica. Brasília;
2012. Disponível em: www.saude.gov/bvs.

SECRETARIA ESTADUAL DE SAUDE. Atenção Intergral Á Saúde Das Mulheres. Controle dos cânceres de colo de
útero e mama. Minas Gerais; 2018.

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6 NOMENCLATURAS DOS LAUDOS CITOPATOLÓGICOS

As nomenclaturas de uma maneira geral são desenvolvidas para facilitar a comunicação entre
profissionais de áreas afins. À medida que a ciência e a tecnologia vão se desenvolvendo, novos
conceitos surgem sendo de fundamental importância que os profissionais de saúde conheçam as
diferentes nomenclaturas para diagnósticos e acompanhamentos adequados, visto que variam de
acordo com o adotado por cada laboratório.

O quadro a seguir expõe as nomenclaturas citopatológica e histopatológica utilizadas desde o início


da realização do exame citopatológico para o diagnóstico das lesões cervicais escamosas e suas
equivalências. Vale ressaltar que as nomenclaturas de Papanicolau, que utilizam classes numéricas
(1941), e da Organização Mundial da Saúde (OMS/1952), que usam o termo displasia, não devem ser
mais usadas, pois diferenciam indevidamente graus de doença pré-invasiva.

Quadro 1 – Nomenclaturas citopatológica e histopatológica utilizadas desde o início da


realização do exame citopatológico para o diagnóstico das lesões cervicais escamosas e
suas equivalências.
Classificação Classificação
Classificação Classificação
Citológica de Sistema Bethesda Citológica
Histológica da Histológica de
Papanicolau (2001) Brasileira
OMS (1952) Richart (1967)
(1941) (2006)
-
CLASSE I - - -
Alterações Benignas Alterações
CLASSE II - -
Benignas
Atipias de significado Atipias de
- - - indeterminado significado
indeterminado
Displasia leve
NIC I
LSIL LSIL
Displasia
NIC II e
moderada e
CLASSE III HSIL HSIL
acentuada
NICIII
HSIL
HSIL
Carcinoma in situ NIC III Adenocarcinomain
CLASSE IV
Situ (AIS) AIS

Carcinoma Carcinoma
CLASSE V Carcinoma invasor Carcinoma invasor
invasor invasor
Fonte: Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Coordenação de Prevenção.e Vigilância. Divisão de Detecção Precoce e
Apoio à Organização de Rede.Diretrizes brasileiras para o rastreamento do câncer do colo do útero / InstitutoNacional de Câncer José
Alencar Gomes da Silva. Coordenação de Prevenção e Vigilância.Divisão de Detecção Precoce e Apoio à Organização de Rede. – 2. ed. rev.
atual. – Rio de Janeiro: INCA, 2016.114p. : il.ISBN 978-85-7318-295-8 (versão impressa) ISBN 978-85-7318-296-5 (versão eletrônica) 1.
Neoplasias do colo do útero. 2. Diretrizes para o planejamento em saúde. 3.Programas de rastreamento. I.

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DIAGNÓSTICO CITOPATOLÓGICO CONDUTA INICIAL ENCAMINHAMENTO

ESF de referência, caso o


resultado se mantenha
Possivelmente não
Células escamosas Repetir a citologia em 6 após 6 meses,
neoplásicas
atípicas de meses encaminhar para
(ASC-US)
significado colposcopia no Centro
indeterminado de Saúde.
(ASCUS) Não se podendo afastar
Encaminhar para
lesão de alto grau Centro de Saúde
colposcopia.
(ASC-H)
Células
glandulares Possivelmente não
atípicas de neoplásicas ou não se Encaminhar para
Centro de Saúde
significado podendo afastar lesão de colposcopia.
indeterminado alto grau
(AGC)
Possivelmente não
Células atípicas de
neoplásicas ou não se Encaminhar para
origem indefinida Centro de Saúde
podendo afastar lesão de colposcopia
(AOI)
alto grau.
ESF de referência, caso o
resultado se mantenha
Repetir a citologia em 6 após 6 meses,
Lesão de Baixo Grau (NIC I/HPV)
meses encaminhar para
colposcopia no
CEAE/CVV.
Encaminhar para
Lesão de Alto Grau (NIC II / NICIII) CEAE/CVV
colposcopia
Lesão intraepitelial de alto grau não podendo
Encaminhar para
excluir microinvasão. CEAE/CVV
colposcopia
Encaminhar para
Carcinoma escamoso invasor CEAE/CVV
colposcopia
Encaminhar para
Adenocarcinomain situ (AIS) ou invasor CEAE/CVV
colposcopia
Letícia- favor incluir citação bibliográfica da fonte utilizada – Por acaso seria essa ??? Você
deverá também, colocar títulos e fontes na tabela, além de um texto explicativo para sua
seção (contextualize o quadro)

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7 TRATAMENTO DAS VAGINOSES

Entende-se por vaginoses as alterações na flora vaginal normal com perda de


lactobacilos e crescimento de bactérias predominantemente anaeróbicas que aumentam o
risco de DIP (Doença Inflamatória Pelvica), infecções pós operatórias (ex:HTA), rotura
prematura de membranas, trabalho de parto prematuro, corioamnionite, endometrite,
entre outros.

De acordo com a Lei Federal nº 7.498/86 e Resoluções Cofen nº 271/2002 e 195, o


enfermeiro deve:
 Levantar queixa da paciente com tempo aproximado da queixa;
 Realizar anamnese (indagar sobre parceiro com corrimento uretral, identificar idade
menor que 20 anos, sem parceiro fixo, mais de um parceiro nos últimos 3 meses);
 Realizar o tratamento de acordo com as resoluções.

Tricomoníase (Trichomonasvaginalis):

 Metronidazol 250 mg, 02 comprimidos VO de 12/12 horas, durante 07 dias ou


 Metronidazol2 g VO dose única.
 Outros medicamentos disponíveis no Manual de Doenças Sexualmente
Transmissíveis – MS.

Durante o tratamento deve-se evitar a ingestão de álcool (pode apresentar mal estar,
náuseas, tonturas, gosto metálico na boca).

A Tricomoníase pode alterar a classe da citologia oncótica, por isso, nos casos onde houver
alterações morfológicas celulares, estas podem estar associadas à Tricomoníase. Nesses
casos deve-se realizar o tratamento e repetir o exame citopatológico após 2 ou 3 meses,
para avaliar se há persistência dessas alterações. Durante o tratamento devem ser suspensas
as relações sexuais. Manter o tratamento se a paciente menstruar.

PARCEIROS: tratar ao mesmo tempo em que a paciente, e com o mesmo medicamento, em


dose única.

Vaginose Bacteriana (Gardnerellamobilluncus):

- Metronidazol 250 mg, 02 comprimidos VO de 12/12 horas, durante 07 dias ou;


– Metronidazol 2 g VO dose única ou;
- Metronidazol gel a 0,75%, um aplicador intravaginal, à noite ao deitar por 5 dias.
- Outros medicamentos disponíveis no Manual de Doenças Sexualmente Transmissíveis –
MS.
PARCEIROS: não precisam ser tratados, apenas em casos recidivantes.

Tricomoníase e Vaginose Bacteriana ao mesmo tempo:


- Metronidazol 250 mg, 02 comprimidos VO de 12/12 horas, durante 07 dias ou;
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- Metronidazol 2 g VO dose única.
- Outros medicamentos disponíveis no Manual de Doenças Sexualmente Transmissíveis –
MS.

PARCEIROS: tratar ao mesmo tempo em que a paciente, e com o mesmo medicamento, em


dose única.

Candidíase

Quadro clínico apresenta geralmente, prurido e desconforto vulvar, edema, escoriações pela
coçadura, vagina hiperemiada, corrimento esbranquiçado aderido à parede vaginal. Tratar
com:
- Fluconazol 150 ou 200 mg, VO, dose única ou;
- Fluconazol 150mg VO dose única.

PARCEIROS: não precisam ser tratados, exceto os sintomáticos.

Recomenda-se o tratamento em casos redicivantes.

Candidíase recorrente: Em caso de candidíase apresentam sintomas irritativos do vestíbulo e


vulva, a queimação substitui o prurido, o diagnóstico deve ser confirmado por cultura e
apresentam 4 ou mais episódios sintomáticos em 1 ano.

O tratamento sistêmico deve ser feito apenas nos casos recorrentes ou de difícil controle.
Tratar com:

- Miconazol creme a 2%, via vaginal, 1 aplicação à noite ao deitar, por 10 dias.
- Fluconazol 150mg/dia VO por 3 dias ou;
- Cetoconazol 400 mg/dia VO por 5 dias.

 Em mulheres que apresentam 04 ou mais episódios por ano deve-se investigar


fatores predisponentes: diabetes, imunodepressão inclusive infecção pelo HIV, uso
de corticoides;
 Sempre orientar quanto à higiene adequada e uso de roupas que garantam boa
ventilação.

OBSERVAÇÃO: Apenas a Tricomoníase é uma DST. A vaginose bacteriana e a Candidíase são


infecções endógenas.

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FLUXOGRAMADE ATENDIMENTO PARA EXAME DE COLPOSCOPIA ALTERADA

Fonte: CEAE Sete Lagoas, novembro de 2018.

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FLUXOGRAMADE ATENDIMENTO PARA EXAME DE COLPOSCOPIA ALTERADA

Fonte: CEAE Sete Lagoas, novembro de 2018.

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FLUXOGRAMADE ATENDIMENTO PARA EXAME ALTERADO CO RESULTADO DE
CELULAS ATÍPIAS DE SIGNIFICADO INDETERMINADO - ASCUS

Fonte: CEAE Sete Lagoas, novembro de 2018.

RECOMENDAÇÕES

 Seguir a rotina de rastreamento citológico.


 Exame citopatológico apontar dificuldade diagnóstica por atrofia: estrogenização.
 Como estrogenizar: Via vaginal, Creme (21 noites).
 Colher nova citologia cinco a sete dias após interrupção do uso do creme.

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REFERÊNCIAS

Basset, L.W.& Jackson, V.P. Doenças da Mama – Diagnóstico e Tratamento. Reviver,2000.

Belo Horizonte. Secretaria municipal de Saúde. Prevenção e Controle do Câncer de Colo do


Útero. 2008

Diretrizes Brasileiras para o Rastreamento do Câncer do Colo do Útero / Instituto Nacional


de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Coordenação de Prevenção e Vigilância. Divisão de
Detecção Precoce e Apoio à Organização de Rede. – 2. ed. rev. atual. – Rio de Janeiro: INCA,
2016.

Ministério da Saúde. Cadernos de Atenção HIV/Aids, Hepatites e Outras DST, nº 18. Brasília –
DF, 2006.

Ministério da Saúde. Falando sobre o Câncer do Colo do Útero. Rio de Janeiro, Instituto
Nacional do Câncer, Coordenação de Prevenção e Vigilância – Conpev (no prelo), 2002.

Ministério da Saúde. Falando Sobre Câncer de Mama. Rio de Janeiro, Instituto Nacional do
Câncer, Coordenação de Prevenção e Vigilância - Conpev (no prelo), 2000.

Ministério da Saúde. Viva Mulher, Programa Nacional de Controle do Câncer do Colo


Uterino. Rio de Janeiro, Instituto Nacional do Câncer, Coordenação de Programas de
Controle de Cãncer – Pro – Onco, 1997.

Ministério da Saúde. Falando Sobre Doenças da Mama. Rio de Janeiro, Instituto Nacional do
Câncer, Coordenação de Programas de Controle do Câncer, Pro – Onco, 1996.

Ministério da Saúde. Ações de Enfermagem para o Controle do Câncer. 2ª Ed. – Rio de


Janeiro, Instituto Nacional do Câncer, Coordenação de Programas de Controle do Câncer.
Pro – Onco, 1995.

Ministério da Saúde. Controle do Câncer: uma proposta de integração ensino – serviço. 2ª


Ed. – Rio de Janeiro, Instituto Nacional do Câncer, Pro – Onco, 1993.

Ministério da Saúde. Doenças Sexualmente Transmissíveis – Manual de Bolso, Brasília, 2008.

Ministério da Saúde. Diretrizes Brasileiras para o Rastreamento do Câncer do Colo do Útero.


Rio de Janeiro, Instituto Nacional do Câncer, 2011.

Secretaria do Estado da Saúde de Minas Gerais. Resolução nº 3.187 de 20 de março de 2012.


Programa Estadual de Prevenção do Câncer de Mama.

Ministério da Saúde. Técnico em Citopatologia. Caderno de Referência 1: Citopatologia


Ginecológica. Brasília; 2012. Disponível em: www.saude.gov/bvs
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Participaram da 4º Revisão

Ana Daniela Cristina de Carvalho – COREN MG 91558


Enfermeira Referência técnica do CEAE Saúde da Criança

Ana Carolina Tostes Mendes – Enfermeira – COREN-MG 296.862


Enfermeira da Estratégia de Saúde da Família São João

Camila Luana de Souza Conceição – COREN MG 309460


Enfermeira da Estratégia de Saúde da Família Nossa Senhora das Graças

Gabriel de Barros Salum – COREN MG 446.245


Coordenador da Atenção Primária

Letícia Aparecida Oliveira Tomaz de Aquino – COREN MG 445201


Enfermeira da Estratégia de Saúde da Família Belo Vale I

Luiz Otavio de Souza - COREN MG 92131


Gerente Assistencial CEAE

Priscila Emanuelle Soares Cardoso de Paula – COREN MG 322562


Enfemeira Gerente Lagoa Grande I

Rejane Márcia de Abreu – CRMMG 25.694


Médica Ginecologista
Referência do tratamento de NIC II / III - CVV RS Sete Lagoas

Tatiane Ventura Gonçalves 


CRM 64275 Médica Ginecologista do Centro de Saúde Várzea 

Lúcia Helena Mendes Gasperini


Médica

Participantes da 3ª revisão

Junia de Andrade Costa França – Enfermeira – COREN-MG-30947


Enfermeira Referência da saúde da Mulher-CVVRS-SL

Jacqueline Gonçalves Lustosa – Enfermeira - Coren-MG 37.712


Responsável Municipal pelo SISCOLO
Enfermeira de Assistência à Saúde- SUS-SL

Dra Rejane Márcia de Abreu – CRM-MG 25.694


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Médica Ginecologista
Referência do tratamento de NIC II / III - CVV RS Sete Lagoas

Dra. Renata Bruno da Fonseca – CRM-MG 33.310


Médica Ginecologista/Mastologista/Cirurgiã em Oncoplastia da Mama
Membro da Equipe de Mastologia/Oncoplástia - CVV RS Sete Lagoas

Secretário Municipal de Saúde

Magnus Eduardo da Silva

Sete Lagoas, Outubro de 2018.

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ANEXO I

CONSULTA DE ENFERMAGEM – Coleta de Citologia SISCAN:_______________


NOME: _________ IDADE:___________
ANTECEDENTES FAMILIARES (investigar CA de mama e colo) ____________________
QUEIXAS:_________________________________________________________________________
____________________________________________________________________
Tabagismo ( ) Etilismo ( ) Usuária de drogas ( ) vida sexual ativa SIM ( ) NÃO ( )
Histórico de Saúde/doença_______________________________________________
__________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________
IAS______ parceiros no último ano_____ DUM_______ último parto ____/____/____
Histórico IST________________________GPA________ última citologia____/___/___
Resultado citologia anterior________________________________________________
Cirurgias ginecológicas____________________________________________________
Métodos contraceptivos___________________________________________________
Menarca______________ Menopausa_________ Alergia a iodo SIM ( ) NÃO ( )
EXAME FÍSICO
Mamas simétricas ( ) assimétricas ( ) nódulos palpáveis ( ) volumosas ( ) secreções mamilares ( )
estrias ( ) abaulamentos ( ) Outros___________________________
_______________________________________________________________________
Genitália preservada ( ) alterada( )____________________________________________
_______________________________________________________________________
Colo uterino visualizado ( ) alterado ( ) com lesões ( ) sem lesões ( ) não examinado ( )
ÁCIDO ACÉTICO ALTERADO SIM ( ) NÃO ( )
TESTE DE SCHILLER POSITIVO ( ) NEGATIVO ( )
OBSERVAÇÕES___________________________________________________________
EXAME ESPECULAR
COLO UTERINO
JEC ECTOPIA SECREÇÕES VAGINAIS
FISIOLÓGICA ( )
VISÍVEL ( ) AUSENTE ( ) EM GRUMOS ( )
ENDOCERVICAL ( ) PRESENTE ( ) BOLHOSA ( )

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Achados anormais ao exame físico ______________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
SOLICITO MAMOGRAFIA SIM ( ) NÃO ( ) .
ENCAMINHO À VACINAÇÃO SIM ( ) NÃO ( )
REALIZO ACONSELHAMENTO IST/AIDS E SOLICITO EXAMES DE RASTREAMENTO DST:
Ass. Paciente: ___________________________________________________________
CONCLUSÃO/
CONDUTA:_______________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
____________________________________________

_____/_____/____ ___________________________
Assinatura e Carimbo

RESULTADO CITOPATOLÓGICO DATA DA ENTREGA: _____/_____/____


AMOSTRA Satisfatória ( ) insatisfatória ( )
EPITÉLIOS REPRESENTADOS Escamoso ( ) Glandular ( ) Metaplásico ( )
ZONA DE TRANSFORMAÇÃO SIM ( ) NÃO ( )
ALTERAÇÕES CELULARES BENIGNAS Atrofia ( ) Atrofia com inflamação ( ) inflamação ( )
MICROBIOLOGIA Lactobacillus sp. ( ) Chlamydia sp. ( ) Cocos ( ) Candida sp. ( )
Actinomyces sp. ( ) Trichomonas vaginalis ( ) Gardnerella/Mobiluncus ( )
ATIPIAS significado indeterminado ( ) NIC I/HPV ( ) NIC II ou III ( )
negativo para malignidade ( )
CONDUTA/TRATAMENTO/
ORIENTAÇÕES___________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
_______________________________________________________

_____/_____/____ ___________________________
Assinatura e Carimbo

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