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Analisadores de condutividade

O que é condutividade ?
Condutividade é a habilidade de uma solução, metal ou gás de conduzir
corrente elétrica. Nas soluções a corrente elétrica é conduzida pelos
cátion e anions, enquanto nos metais é conduzida pelos elétrons.
Para uma solução conduzir corrente elétrica, ela depende dos seguintes
fatores:
• Concentração
• Mobilidade iônica
• Valência iônica
• Temperatura
Todas substâncias possuem várias maneira de aumentara
condutividade. Nas soluções aquosas, o nível iônico, vária da baixa
condutividade como a água ultra pura até a alta condutividade das
amostras concentradas quimicamentes.
Vantagens da medição de condutividade

A medição é continua;

São fáceis de instalar;

Necessitam de pouca manutenção;

A precisão, repetibilidade e confiabilidade são excelentes.


Aplicações da medição de condutividade
Determinação da concentração de uma solução de
composição conhecida

Determinação do grau de contaminação de uma solução


(água desmi)

Determinação dos eletrólitos residuais (Alcalinidade do licor)

Contaminação de sais

Processamento químico
Lei de Ohm
Dada uma voltagem U em um condutor sólido de
comprimento L e área A, uma corrente I irá fluir
dependendo da resistência R do condutor.

Equação :
U=R⋅I
A condutividade pode ser medida aplicando corrente elétrica
alternada(I) em dois eletrodos imersos em uma solução e
medindo a tensão resultante (V). Durante esse processo, os
cátions migram para o eletrodo negativo, os anions para o
eletrodo positivo e a solução funciona como um condutor
elétrico.
Definição dos termos
Resistência
A resistência de uma solução (R) pode ser calculada usando a lei de ohm
(V = R x I).
R = V/I
onde:
V = tensão (volts)
I = corrente (amperes)
R = resistência de uma solução (ohms)
Condutância
Condutância (G) é definido como o inverso da resistência elétrica (R) de uma
solução entre dois eletrodos.
G = 1/R (S)
Constante da célula
É a razão da distância (d) entre os eletrodos com a área (a) dos eletrodos.
K = d/a
K = constante da célula (cm-1)
a = área efetiva do eletrodo (cm2)
d = distância entre os eletrodos (cm)
Condutividade
Eletricidade é o fluxo de elétrons. A condutividade indica a quantidade de íons
na solução que vão conduzir eletricidade. Condutividade é a habilidade de
uma solução conduzir corrente elétrica.
A condutividade da amostra medida muda com a temperatura
κ=G K
κ= condutividade (S/cm)
G = condutância (S), onde G = 1/R
K = constante da célula (cm-1)
Unidades de medição (S)
A unidade de condutividade é o S/cm (S=Siemens).
As soluções de interesse prático apresentam condutividades que variam desde décimos
de µS/cm, até a ordem de S/cm, sendo mais usuais as medições de baixos valores.
A título de exemplo, é apresentada, na tabela abaixo, a condutividade elétrica de
algumas soluções.

Unidades Internacionais
Siemens/cm = 1.0 S/cm = 1,000 mS/cm
= 1,000,000 µS/cm

Condutividade é recíproca à resistividade


1.0 µS/cm = 1,000,000 Ohms*cm
1,000,000 µS/cm = 1.0 Ohm*cm
Baixa condutividade x Alta condutividade
Variação da condutividade em função da temperatura
A condutividade elétrica de uma solução de concentração constante varia
diretamente em função da temperatura, segundo uma função que é específica
para cada solução.
Para as mais variadas soluções, o fator que relaciona a condutividade elétrica com
a temperatura está compreendido entre 1 a 8%ºC. O fator é aproximadamente
constante para soluções de temperaturas compreendidas entre 0 a 100ºC.
A condutividade elétrica de soluções com baixa concentração na temperatura T é
calculada segundo a expressão:
Ct = C25 [1 + F(T - 25)]

onde:
Ct = condutividade na temperatura T (ºC)
C25 = condutividade a 25ºC
F = fator
T = temperatura da solução medida (ºC)
Tipos de medição de condutividade

Existem dois tipos de medição de condutividade:

1. Condutividade de contato
2. Condutividade indutivo
Condutividade de contato
É construída com eletrodos de geometria bem determinada, contidos em uma
câmara isolada que delimita a porção de fluido a ser medido. Isso torna o resultado
da medição independente do volume total da amostra e das superfícies djacentes.
A resistência detectada pelo circuito de medição será função da condutividade da
solução e do fator de célula. Esse fator depende da geometria dos eletrodos.
Normalmente, um elemento sensor de temperatura é montado próximo à célula de
condutividade, permitindo uma compensação automática em função das variações
de temperatura da solução medida.
A figura a seguir mostra um circuito de medição para célula de condutividade com dois
eletrodos. Compõe-se de um circuito sob forma de ponte Wheatstone, na qual é acoplada a
célula em um dos braços. Uma fonte de tensão alternada alimenta o circuito. A tensão
alternada permite minimizar o efeito de polarização dos eletrodos.
A freqüência dessa tensão é determinada em função da natureza da solução em medição.
Para soluções com baixa condutividade (água destilada), utiliza-se baixa freqüência (60Hz),
enquanto que, para soluções com alta condutividade (H2SO4 a 1%), emprega-se alta
freqüência (1000 Hz). Essa técnica permite minimizar os efeitos reativos na célula devido à
alimentação de tensão alternada.

Os resistores R1, R2 e R3, convenientemente dimensionados, determinarão a faixa de


medição do analisador.
O desequilíbrio elétrico da ponte é dado pela condutividade elétrica da solução, que é
medida pelo galvanômetro A, cuja escala é graduada em unidade de condutividade elétrica.
Eletrodo com duas células
No sensor tradicional com duas células, uma corrente alternada é aplicada entre as
duas células e a tensão resultante é medida. A finalidade é medir somente a
resistência da solução (Rsol). Algumas vezes a resistência causada (Rel) pela
polarização dos eletrodos e o campo criado por esse efeito interferem na medição,
por isso ambas resistências, Rsol e Rel, são medidos.
Eletrodo com quatro células
Em sensor com quatro células, uma corrente é aplicada nos extremos (1 e 4)
desta maneira um potencial constante é mantido entre as células (2 e 3). Como
essa voltagem medida nesse espaço possui uma corrente desprezível, esses dois
eletrodos não são polarizados (R2 = R3 = 0). A condutividade será diretamente
proporcional a corrente aplicada.
A geometria desse sensor com quatro células com um tubo externo,minimiza o
efeito do campo no sensor, obrigando que o volume medido seja o que está
dentro do tubo do sensor.
Determinar a constante de célula
A constante da célula é um fator que utilizamos para converter a medição de
condutância para condutividade.
Condutividade* (S•cm-1) = constante da célula (cm-1) x condutância (S)
A constante da célula muda com o tempo. Algumas modificações podem
ocorrer causando contaminação ou modificações físico-químicas no caso de
algumas células. Por isso é recomendada a calibração da célula em um
determinado período (preventiva).
Quando o sensor utilizado é um de duas células, a escolha da constante de
célula varia de acordo com o range de trabalho. Normalmente a célula com
um constante K = 0.1 cm-1 é utilizado para medições de água pura, enquanto
que para medições em água comum e soluções industriais são usadas células
com constantes K de 0.4 a 1 cm-1. Célula com constantes acima de K = 10
cm-1 são melhores para amostras com concentrações muito altas.
No caso de sondas com quatro eletrodos, os valores de constantes de célula
variam de 0.5 to 1.5 cm-1.
Vantagens

Precisão (principalmente em valores baixos)


Maior facilidade de adaptação ao processo
Desvantagens

Incrustação
Faixa restrita de medição
Condutividade indutivo
O sistema de medição indutivo emprega um tipo de sensor, denominado de célula de
condutividade indutivo ou sem eletrodos. Esse sistema utiliza o princípio da indução
eletromagnética em um circuito eletrolítico, que constitui um elo fechado.
O princípio de funcionamento está esquematizado na figura a seguir, onde no interior do elo
está contida a solução em medição. Duas espirais condutoras de fios enrolados são
eletricamente acopladas pela condutividade da solução. A espiral de transmissão gera um
campo elétrico de baixa freqüência. Uma corrente AC é induzida na solução e sentida pela
espiral receptora. Esta corrente é proporcional à condutividade da solução.
A realização prática desse tipo de medição permite que a solução seja permanentemente
renovada dentro da célula de condutividade toroidal, conforme é mostrado na figura a
seguir.
A principal vantagem dessa célula é não possuir eletrodos e, portanto, não apresentar os
problemas associados à célula com eletrodos, tais como polarização e manutenção das
superfícies dos eletrodos.
A célula de condutividade toroidal é especialmente aplicada para medição e soluções
abrasivas, pastosas ou contendo fibras.
Aplicação
Os sensores indutivos são recomendados quando a amostra possui
óleo ou outros fluidos viscosos ou abrasivos em suspensão

No eletrodo de contato, o óleo se deposita nos eletrodos, e introduz


erros e geralmente tira a célula de operação
Vantagens
Não há eletrodos expostos à solução medida
Não é afetado por formação de revestimento ou película
Desvantagens
Precisão
Somente para medição de alta condutividade
Preventiva nos analisadores de condutividade
Cuidados com o equipamento
 Verificar estado de conservação e limpeza do equipamento;
 Verificar condições das conexões elétricas do instrumento;
 Verificar condições das linhas de amostragem e suas conexões se
existe vazamentos ou corrosões;
 Verificar o fluxo de amostra se está constante;
 Verificar o funcionamento do sistema de amostragem;
 Verificar vedações do analisador.
Calibração do condutivímetro de contato
Bloquear a válvula de amostra;
Preparar uma amostra para calibração do Span, com a concentração próxima ao final de
escala da medição do equipamento, utilizando o portátil como referência.
Lavar com água desmi e secar o eletrodo;
Deixar o eletrodo no ar.
Aguardar a estabilização da indicação de condutividade e temperatura.
O valor lido deverá ser zero, pois a resistividade no ar é infinita;
Registrar o valor encontrado no formulário específico no campo equivalente a antes do
ajuste.
Lavar e secar o eletrodo;
Inserir os eletrodos na solução de span feita tomando como referência o medidor portátil.
Obs.: Preferencialmente o padrão deve estar em torno de 25°C.
Aguardar a estabilização da indicação de condutividade e temperatura.
Comparar o valor lido com o padrão e o portátil;
Registrar o valor encontrado no formulário específico no campo equivalente a antes do
ajuste.
Realizar mais duas leituras de zero e span, com defasagem de 1 minuto entre ambas e
anotar os valores;
Verificar se os desvios estão dentro da tolerância, caso contrário efetuar o ajuste;
Passar os padrões novamente, conforme itens anteriores, para verificar a eficiência do
ajuste.
Calibração do condutivímetro toroidal
Limpar o eletrodo e deixa-lo suspenso no ar, para calibração do zero
Aguardar a estabilização da temperatura do sensor com a temperatura ambiente, e logo
após configurar o transmissor para operar com temperatura em modo manual (O valor
determinado deverá ser 25 ºC).
Deixar o eletrodo ao ar livre para que indique o início de faixa do equipamento (O início de
faixa do equipamento é calibrado utilizando como padrão o ar, e o valor nominal para esse
ponto é condutividade igual a 0 (zero).
Aguardar a estabilização da indicação e anotar os valores obtidos.
Simular o valor de fundo de escala utilizando a década de resistência.
Colocar o condutor que acompanha a década de resistência nos plugs indicados (H e L),
passando o cabo por dentro da célula de condutividade toroidal.
Inserir o valor de resistência conveniente na década, de forma que proporcione o fundo de
escala desejado.
O cálculo da resistência é obtido através da fórmula:
*1.000 quando a unidade for mS*/cm e *10.000 quando a unidade for µS*/cm.

Aguardar a estabilização da indicação e anotar os valores obtidos.


Calibrar o zero e o span por mais duas vezes e anotar os resultados.
Executar ajuste quando o erro de indicação for maior que o limite de tolerância
Configurar o transmissor para operar com temperatura em modo automático.

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