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TERESINA - PI
2022
HELENA BEATRIZ SOARES DE SÁ
TERESINA – PI
2022
O DIÁLOGO COMPETITIVO COMO MEIO DE HARMONIZAÇÃO ENTRE O
PÚBLICO E O PRIVADO A LUZ DA TEORIA DA AÇÃO COMUNICATIVA DE
JURGEN HABERMAS
RESUMO
ABSTRACT
This present article is an analysis of three aspects of the new dispositive that
is called competitive dialogue of the New Law of Bidding Process (14.133/21). From
the implementation of the modality that allows companies and public administration to
have a conversation so that together they can look for the best solution for some
demand, the evolutionary bases of history and political and social philosophy that
made possible the insertion of these new articles and to complete the learning will be
seen how this was effectively carried out in a complex work in Sweden, of the
Kvarnholmen Tunnel in Stockholm.
KEY WORDS: Competitive dialogue, bidding process, public administration.
O diálogo competitivo como ferramenta de harmonização entre o público e o
privado a luz da teoria da ação comunicativa de Jurgen Habermas
1
Disponivel em: <Origem da Licitação - Licitacao.net>
Então, para promover essa isonomia na jurisdição brasileira a lei 14.133 de
2021 criou alguns dispositivos que possibilitam a maior participação da iniciativa
privada na proposição de soluções para o setor administrativo público como o diálogo
competitivo e o PMI – Procedimento de Manifestação de Interesse (art.80).
A lei 14.133, apesar de recebida como não muito diferente da anterior (8.666
de 18 de junho de 89) trouxe a especificação de procedimentos que requeriam
maiores detalhamentos, daí o aumento de sua extensão, sendo, portanto, mais
completa e trazendo mais estabilidade nos negócios governamentais. Porém existe
nas discussões políticas mundiais a questão do relacionamento entre o setor público,
compreendendo isto como a coisa pública, a república, o patrimônio público resultante
da construção dos seus contribuintes e beneficiários; e o setor privado que seria as
empresas, as pessoas jurídicas de direito privado e afins.
Remonta a história que o Estado foi criado com fins de equilibrar essa relação,
evoluindo do sistema monárquico que confundia o público e o privado transferindo o
patrimônio público privativamente entre seus descendentes, para o sistema
republicano que estabelecia a divisão dos três poderes, sistematizada por Charles
Montesquieu, em Espírito das Leis, que é um princípio desenvolvido pelo estado
moderno para equilibrar as diferentes esferas da sociedade formando um sistema
contrabalanceado. Diante da existência de múltiplos pontos de vista e interesses são
criadas essas normas para administrar melhor as relações sociais, estes os fins que
almejam as legislações e como tal também a nova lei de licitações. Isso é importante
sempre ser lembrado para que não se perca o propósito para o qual foi criado os
instrumentos licitatórios, pois esta dicotomia contraditória dos interesses públicos e
privados cria diversos tipos de interpretações sobre as intenções dos legisladores. Por
isso é imperativo que se busque sempre os fundamentos e princípios constitucionais
para evitar informações confusas sobre uma causa.
Ao estudar essa maravilha moderna chamada estado é de se admirar em
como as grandes cabeças tiveram a magnificência de instituir esse esquema de
administração pública para favorecer a cooperação entre os diversos setores sociais,
dentre eles a legislação licitatória para fornecer igualdade de condições a todos que
queiram obter contratos com o poder público, possibilitar a contratação de empresas
que ofereçam a melhor qualidade de serviços ou produtos pelos menores custos e
administrar os recursos públicos de forma que atenda aos que realmente necessitam
e cumpram os requisitos. Ou seja, o principal objetivo do processo licitatório é garantir
a igualdade de condições a todos que desejem obter contrato com o Poder Público e
possibilitar a contratação de empresas que ofereçam melhor qualidade de serviços ou
produtos pelos menores custos.
O novo dispositivo do diálogo competitivo, mesmo diante da mútua
desconfiança que existe desde os primórdios do estado de que este seria muito
controlador e teria muitas vantagens em relação a iniciativa privada o que causaria
um impedimento ao desenvolvimento do setor privado, e em contrapartida, os
defensores do estado alegam que a iniciativa privada e suas organizações tentam a
todo momento explorar a máquina pública indevidamente sob a prerrogativa de que
deve-lhe ser assegurado suporte para seu crescimento. Porém, afortunadamente, o
dispositivo do diálogo competitivo em sua redação mostra como é interessante investir
nessa comunicação entre os diversos setores, como já nos traz o filosofo Jurgen
Habermas ao dizer que a esfera pública se encontra instituída no domínio privado, já
que é constituída por pessoas privadas, ou seja, a administração pública não
representa somente o governo, mas também cada ente que existe no corpo social.
(HABERMAS, 1984)
O diálogo competitivo consiste nos termos da Lei nº 14.133/2021, que assim
dispôs, em seu artigo 6º, inciso XLII:
"(...) Diálogo competitivo: modalidade de licitação para contratação de obras,
serviços e compras em que a Administração Pública realiza diálogos com licitantes
previamente selecionados mediante critérios objetivos, com o intuito de desenvolver
uma ou nosmais alternativas capazes de atender às suas necessidades, devendo os
licitantes apresentar proposta final após o encerramento dos diálogos". (Lei 14.133,
2021)
Mais adiante no artigo 32, da mesma lei estatui as limitações para seu uso:
"Artigo 32. A modalidade diálogo competitivo é restrita a contratações em que a
Administração:
I - vise a contratar objeto que envolva as seguintes condições:
a) inovação tecnológica ou técnica;
b) impossibilidade de o órgão ou entidade ter sua necessidade satisfeita sem a
adaptação de soluções disponíveis no mercado; e
c) impossibilidade de as especificações técnicas serem definidas com precisão
suficiente pela Administração;
II - verifique a necessidade de definir e identificar os meios e as alternativas que
possam satisfazer suas necessidades, com destaque para os seguintes aspectos:
a) a solução técnica mais adequada;
b) os requisitos técnicos aptos a concretizar a solução já definida;
c) a estrutura jurídica ou financeira do contrato;".
(Lei 14.133 de 2021)
5. CONCLUSÃO
Depreende-se da interação destes elementos analisados que a evolução
jurídica com os fins de pacificação social tem levados os operadores e legisladores a
levar em conta os diversos discursos e promover debates dialógicos que resultaram
no aperfeiçoamento do modo de fazer a democracia mundial e satisfazer as
demandas populacionais.
A administração pública é o setor que executa as decisões
governamentais e democráticas, sendo assim a motriz do funcionamento estatal e
centro de ação das medidas políticas. O modo como isso funciona exprime o grau de
amadurecimento das relações públicas de um povo. A licitação foi o modo
desenvolvido para administrar os bens públicos no decorrer da história, até chegar a
ferramenta do Diálogo Competitivo foi preciso que houvesse um contínuo diálogo
entre os envolvidos nessa atividade, formando realmente o que observou Habermas
uma ação comunicativa, ou seja, como o autor constatou:
“Aos poucos, afirma Habermas, a organização da produção de bens e a
burocracia estatal se desligam da normatividade assegurada por visões de
mundo compartilhadas e passam a ser coordenadas por ações racionais
orientadas ao sucesso, isto é, orientadas à otimização de cada uma dessas
atividades, cuja execução se torna cada vez mais independente de normas
sociais. Como afirma ele, “a racionalização do mundo da vida torna possível
converter a integração social para medias independentes da linguagem e
separar domínios de ação formalmente organizados”.(HABERMAS apud
PINZANI, 2016)
REFERENCIAS
● Disponível em:
https://www.licitacao.net/origem_da_licitacao.asp#:~:text=O%20procedim
ento%20de%20Licita%C3%A7%C3%A3o%20teve,adjudicava%2Dse%20
a%20obra%20a Acesso em: 23/11/2022