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ESAF

Escola de Administração Fazendária

MINISTÉRIO DA FAZENDA
SUBSECRETARIA DE PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E ADMINISTRAÇÃO
COORDENAÇÃO-GERAL DE RECURSOS LOGÍSTICOS

Dados do Processo
Número: 12345.678910/01-23

Data de Protocolo: 01/01/2000

Documento de origem: RECEITA FEDERAL DO BRASIL

Procedência: SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL

Assunto: AUTO DE INFRAÇÃO - IRPJ

Nome do Interessado: EMPRESA ABC Ltda

Processo Administrativo Fiscal - PAF


Unidade 3 – Normas gerais do processo administrativo fiscal
Ficha técnica

Coordenação de Produção
Escola de Administração Fazendária - ESAF

Coordenação Técnica e Conteúdo


Maria das Graças Patrocínio Oliveira

Ana Maria Ribeiro dos Reis

Desenvolvimento
Avante Brasil Tecnologias Educacionais
Sumário

Apresentação .................................................................................................................................... 4

1 Atos e termos processuais ......................................................................................................... 5

1.1 Requisitos para a validade de atos e termos................................................................ 6

1.2 Autenticação, reconhecimento de firmas e tradução juramentada......................... 7

2 Processo eletrônico (“E-Processo”) .......................................................................................... 8

3 Preparo do processo - Autoridade preparadora...................................................................11

4 Comunicação dos atos processuais.......................................................................................13

5 Prazos processuais ....................................................................................................................17

6 Da nulidade dos atos e termos processuais .........................................................................24

6.1 Regra geral.........................................................................................................................24

6.2 Do pressuposto da sanabilidade dos atos processuais ..........................................26

6.3 Competência para declarar a nulidade ........................................................................26

6.4 Vício formal e vício material ...........................................................................................27

MINISTÉRIO DA FAZENDA
SUBSECRETARIA DE PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E ADMINISTRAÇÃO
COORDENAÇÃO-GERAL DE RECURSOS LOGÍSTICOS

Dados do Processo

Apresentação

Número: 12345.678910/01-23
Data de Protocolo: 01/01/2000
Documento de origem: RECEITA FEDERAL DO BRASIL
Procedência: SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL
Assunto: AUTO DE INFRAÇÃO - IRPJ
Nome do Interessado: EMPRESA ABC Ltda

Nesta unidade, você verá que algumas regras previstas no Regulamento do PAF
são gerais, aplicáveis a todas as fases processuais. Convém, portanto, analisá-las antes
de iniciarmos o estudo do rito processual propriamente dito.

Para facilitar a compreensão, a unidade será dividida em tópicos, a saber:

• Atos e termos processuais

• Processo eletrônico (“E-PROCESSO”)

• Preparo do processo - Autoridade preparadora

• Comunicação dos atos processuais

• Prazos processuais

• Nulidade dos atos e termos processuais

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MINISTÉRIO DA FAZENDA
SUBSECRETARIA DE PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E ADMINISTRAÇÃO
COORDENAÇÃO-GERAL DE RECURSOS LOGÍSTICOS

Dados do Processo

1 Atos e termos processuais

Número: 12345.678910/01-23
Data de Protocolo: 01/01/2000
Documento de origem: RECEITA FEDERAL DO BRASIL
Procedência: SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL
Assunto: AUTO DE INFRAÇÃO - IRPJ
Nome do Interessado: EMPRESA ABC Ltda

Tome Nota
A expressão ato processual significa: tudo aquilo que se faz no processo, ou
que se está fazendo. Refere-se a todos os procedimentos, quer por parte do
contribuinte, quer por parte do fisco.

De acordo com Chiovenda1, os atos jurídicos processuais são os que têm importância
jurídica em respeito à relação processual, isto é, os atos que têm por consequência imediata a
constituição, a conservação, o desenvolvimento, a modificação ou a definição de uma relação
processual.

Importante
Os atos jurídicos processuais distinguem-se dos demais atos
jurídicos pelo fato de pertencerem ao processo e produzirem
efeito jurídico direto e imediato sobre a relação processual.

Cabe, aqui, distinguir fatos e atos processuais.

• Fato processual: é todo fato humano, ou não, que tenha repercussão no proces­
so, por exemplo, uma transformação societária, ou a mudança de jurisdição do
contribuinte. Também o são todos os atos ou negócios jurídicos que, a despeito
de poderem ter consequência no processo, não têm por finalidade a produção de
efeitos processuais.
• Ato processual: manifestação de vontade de um dos sujeitos do processo, dentro
de uma das categorias previstas pela lei processual, que tem por fim influir
diretamente na relação processual. Exemplos: as intimações; os despachos; os
recursos.

1
CHIOVENDA, Giuseppe. Instituições de direito processual civil. 3. ed. 1969, v. III, nº 289, p. 15-16.

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Dados do Processo
Número: 12345.678910/01-23
Data de Protocolo: 01/01/2000
Documento de origem: RECEITA FEDERAL DO BRASIL
Procedência: SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL
Assunto: AUTO DE INFRAÇÃO - IRPJ
Nome do Interessado: EMPRESA ABC Ltda

A expressão “termo processual” é a materialização de um ato processual em uma


peça escrita, de acordo com o que se acha previsto em lei.

Assim, por exemplo, o termo de revelia é a redução a uma peça escrita do fato pelo
qual alguém deixa de comparecer ao processo na época oportuna.

Exemplos:

• o termo de início de fiscalização;



• o termo de revelia.

Os atos e termos processuais não dependem de forma determinada, salvo se a


lei expressamente o exigir. Vige no processo administrativo o princípio do formalismo
moderado.

Vale ressaltar que eles devem conter somente o indispensável à sua finalidade,
evitando-se a prolixidade desnecessária e prejudicial à sua apreciação.

1.1 Requisitos para a validade de atos e termos

É importante reconhecer que os arts. 10 e 11 do Decreto nº 70.235/1972 estabele­


cem que devem ser datados, assinados e seu autor identificado pelo nome completo,
cargo ou função, matrícula e, no caso de delegação de competência, o art. 14 da Lei nº
9.784/1999 prevê a indicação expressa dessa qualidade.

Não devem ser utilizadas no processo administrativo


expressões injuriosas, cabendo ao julgador, de ofício ou a
requerimento do ofendido, mandar riscá-las, conforme § 2º do
art. 57 do Regulamento do PAF.

ões Expressões injuriosas: de acordo com o Código Penal,


Express s
a
injurios não constitui injúria ou difamação punível a ofensa irrogada em
juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador
(art. 142 e seu inciso I). Por isso, permite-se que, como se disse,
venham a ser riscadas dos autos essas ofensas.

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Dados do Processo
Número: 12345.678910/01-23
Data de Protocolo: 01/01/2000
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Procedência: SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL
Assunto: AUTO DE INFRAÇÃO - IRPJ
Nome do Interessado: EMPRESA ABC Ltda

1.2 Autenticação, reconhecimento de firmas e tradução juramentada

O art. 4º do Regulamento do PAF estabelece que é dispensado o reconhecimento


de firma em petições dirigidas à administração pública, salvo em casos excepcionais
ou naqueles em que a lei imponha explicitamente essa condição, podendo, no caso de
dúvida sobre a autenticidade da assinatura ou quando a providência servir ao resguardo
do sigilo, antes da decisão final, ser exigida a apresentação de prova de identidade do
requerente.

O § 3º do art. 22 da Lei nº 9.784/1999 estabelece que a autenticação de documen­


tos exigidos em cópia poderá ser feita pelo órgão administrativo.

O Decreto nº 70.235/1972 e o
Regulamento do PAF não contêm
normas sobre documentos obtidos

ini
s t r a t i v o Fi s c a no exterior em idioma estrangeiro,
l
dm
a serem utilizados como prova no
oA

D O
Pro cess

T ICA processo administrativo fiscal. So­


U TEN bre o assunto, a Cosit manifestou­
A
ida
ec

o nh
Fi r m a re c
-se por meio da SCI nº 21, de 20 de
julho de 2004, ao exarar o entendi­
mento de que, para ter validade no
processo administrativo fiscal, a
prova em idioma estrangeiro deve ser traduzida para o português por tradutor juramen­
tado. Esclareceu, posteriormente, mediante a SCI nº 33, de 21 de outubro de 2004, que
a tradução juramentada não é condição indispensável para o lançamento, podendo o
julgador diligenciar nesse sentido, se entender necessário.

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Dados do Processo

2 Processo eletrônico (“E-Processo”)

Número: 12345.678910/01-23
Data de Protocolo: 01/01/2000
Documento de origem: RECEITA FEDERAL DO BRASIL
Procedência: SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL
Assunto: AUTO DE INFRAÇÃO - IRPJ
Nome do Interessado: EMPRESA ABC Ltda

Os atos e termos processuais poderão


ser formalizados, tramitados, comunicados E-Processo
e transmitidos em formato digital, conforme
disciplinado em ato da administração tributária
(parágrafo único do art. 2º do Decreto nº 70.235,
de 1972, com a redação da Lei nº 12.865, de 2013).

Desde a edição da Lei nº 11.196, de 21 de novembro de 2005, a Receita Federal


vem adotando a digitalização dos processos físicos e editando regras para os processos
eletrônicos, o que tem alterado a fisionomia dos processos no órgão e, importante,
criando uma nova forma de trabalho em todas as fases do processo.

Os atos e termos processuais praticados de forma eletrônica, bem como os


documentos apresentados em papel, digitalizados pela RFB, comporão processo
eletrônico (e-processo).

Importante
Os documentos produzidos eletronicamente e juntados aos
processos digitais com garantia da origem e de seu signatário
serão considerados originais para todos os efeitos legais.
A utilização de meio eletrônico desobrigará o sujeito passivo de
protocolar os documentos em papel na RFB. A RFB informará ao
sujeito passivo o processo no qual será permitida a prática de
atos de forma eletrônica.

A elaboração de documento digital, o processo de digitalização de documentos


originais constantes de suporte analógico e o processo de armazenamento dos docu­
mentos digitalizados correspondentes deverão ser realizados de forma a manter a inte­
gridade, a autenticidade, a interoperabilidade e, quando necessário, a confidencialidade
do documento digitalizado, com o emprego de certificado digital emitido no âmbito da
Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil).

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Dados do Processo
Número: 12345.678910/01-23
Data de Protocolo: 01/01/2000
Documento de origem: RECEITA FEDERAL DO BRASIL
Procedência: SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL
Assunto: AUTO DE INFRAÇÃO - IRPJ
Nome do Interessado: EMPRESA ABC Ltda

Os documentos originais serão conservados pelo seu detentor até que ocorra a
prescrição da pretensão de discutir a validade do documento em juízo.

A Portaria MF nº 527, de 9 de novembro de 2010, dispõe sobre a prática de atos e


termos processuais em forma eletrônica, bem como a digitalização e armazenamento de
documentos digitais no âmbito do Ministério da Fazenda.

No âmbito da RFB, a prática de atos e termos processuais, de forma


eletrônica, está disciplinada pela Portaria SRF nº 259, de 13 de março de
2006, alterada pela Portaria RFB nº 574, de 10 de fevereiro de 2009.

A cada dia, o processo eletrônico vem assumindo importância nas atividades


da Receita Federal, o que demandou a inclusão dos arts. 64-A e 64-B no Decreto nº
70.235/1972, com as seguintes disposições:

Os documentos que instruem o processo poderão ser objeto de digitalização,


observado o disposto nos arts. 1º e 3º da Lei nº 12.6822, de 9 de julho de 2012 (art. 64-A
do Decreto nº 70.235/1972, incluído pela Lei nº 12.865/2013).

No processo eletrônico, os atos, documentos e termos que o instruem poderão


ser natos digitais ou produzidos por meio de digitalização, observado o disposto na
Medida Provisória nº 2.200-2, de 24 de agosto de 2001 (caput do art. 64-B do Decreto nº
70.235/1972, incluído pela Lei nº 12.865/2013).

Importante
Os atos, termos e documentos submetidos à digitalização pela
administração tributária e armazenados eletronicamente pos­
suem o mesmo valor probante de seus originais (§ 1º do art.
64-B do Decreto nº 70.235, de 1972, incluído pela Lei nº
12.865/2013).

2
Dispõe sobre a elaboração e o arquivamento de documentos em meios eletromagnéticos.

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Data de Protocolo: 01/01/2000
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Procedência: SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL
Assunto: AUTO DE INFRAÇÃO - IRPJ
Nome do Interessado: EMPRESA ABC Ltda

Os autos de processos eletrônicos, ou parte


deles, que tiverem de ser remetidos a órgãos
ou entidades que não disponham de sistema
l
D@igit@ compatível de armazenagem e tramitação
poderão ser encaminhados impressos em papel
ou por meio digital, conforme disciplinado em
l
pe ato da administração tributária (§ 2º do art. 64-B
Pa
do Decreto nº 70.235/1972, incluído pela Lei nº
12.865/2013).

As matrizes físicas dos atos, dos termos e


dos documentos digitalizados e armazenados
eletronicamente, nos termos do § 1º, poderão ser descartadas, conforme regulamento
(§ 3º do art. 64-B do Decreto nº 70.235/1972, incluído pela Lei nº 12.865/2013).

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3 Preparo do processo - Autoridade


Número: 12345.678910/01-23
Data de Protocolo: 01/01/2000
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Procedência: SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL
Assunto: AUTO DE INFRAÇÃO - IRPJ

preparadora
Nome do Interessado: EMPRESA ABC Ltda

O preparo do processo compete à unidade local da RFB encarregada da administração


do tributo, segundo o caput do art. 15 do Regulamento do PAF. Em geral, a competência
do preparo é da unidade do domicílio tributário do contribuinte, que costuma ser seu
endereço de moradia ou trabalho. Contudo, quando a fiscalização é realizada por unidade
distinta do domicílio tributário do sujeito passivo (§ 2º do art. 7º do Regulamento do PAF),
esta é a competente para realizar o preparo do processo, conforme Nota Técnica Cosit nº
12, de 23 de maio de 2016. No caso de unidades aduaneiras, o art. 122 do Decreto-Lei
nº 37, de 18 de novembro de 1966, preceitua que o preparo é da unidade aduaneira com
jurisdição no local onde se formalizar o procedimento aduaneiro, conforme Nota Técnica
Cosit nº 5, de 7 de março de 2014, e Nota Cosit nº 12, de 2016.

Para o ato praticado por meio eletrônico, a administração tributária poderá atribuir
o preparo do processo à unidade da administração tributária diversa, conforme parágrafo
único do mesmo artigo.

Pode, também, a legislação estabelecer regras


especiais, por exemplo, no caso do Imposto Territorial Rural
- ITR, para o qual o parágrafo único do art. 4º da Lei nº 9.393,
de 19 de dezembro de 1996, determinou ser o município
da localização do imóvel rural o domicílio tributário do ITR
contribuinte do imposto.

A mudança de domicílio do contribuinte, após iniciado


o procedimento fiscal, tem implicação na competência da
autoridade preparadora, que passa a ser a do novo domicílio,
conforme Parecer CST/SIPR nº 45/1991.

Compete à autoridade preparadora as seguintes atividades no processo


administrativo fiscal, de acordo com o Regulamento do PAF:

1. expedir notificação de lançamento (art. 40, IV);


2. informar sobre a reincidência (art. 16);
3. declarar a revelia e destinar os bens apreendidos na forma da legislação
aplicável (art. 54, caput e art. 55);
4. efetuar a cobrança amigável (art. 54, caput);
5. providenciar a formação de autos apartados para a imediata cobrança da parte

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Assunto: AUTO DE INFRAÇÃO - IRPJ
Nome do Interessado: EMPRESA ABC Ltda

não contestada da exigência (art. 54, § 1º);


6. encaminhar o processo para a cobrança executiva (art. 54, §2º e art. 81, caput);
7. expedir intimações (art. 10);
8. recepcionar a impugnação (art. 56, caput e §§ 1º e 7º) e preparar o processo
(art. 15);
9. intimar o sujeito passivo das decisões (arts. 68 e 79);
10. recepcionar as consultas (art. 91).

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Dados do Processo

4 Comunicação dos atos processuais

Número: 12345.678910/01-23
Data de Protocolo: 01/01/2000
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Procedência: SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL
Assunto: AUTO DE INFRAÇÃO - IRPJ
Nome do Interessado: EMPRESA ABC Ltda

O Regulamento do PAF, em seu art. 10, §§ 1º a 4º, prevê a intimação como forma
de comunicação pela administração tributária dos atos processuais por ela praticados, a
fim de que o interessado deles tome ciência oficialmente e, assim, se inicie o prazo para
o prosseguimento do processo.

A correta intimação, desde que efetivada dentro das regras previstas, possibilita o
exercício dos direitos do sujeito passivo, enquanto a intimação inválida ou sua falta pode
acarretar o cerceamento do direito de defesa e, por conseguinte, a nulidade dos atos
processuais praticados em seguida.

Tome Nota
Cabe ressaltar que a ciência ao sujeito passivo do lançamento efetuado (auto
de infração ou notificação de lançamento) é requisito essencial para a valida­
de deste ato da autoridade lançadora e, portanto, somente se considera con­
cluído o lançamento com a ciência do sujeito passivo corretamente feita.

A intimação, conforme o artigo 10 do Regulamento do PAF, pode ser feita de


quatro maneiras distintas, não existindo ordem de preferência para utilização dos meios
previstos nos incisos I, II e III:

I - Pessoalmente

Pelo autor do procedimento ou agente do órgão preparador, na repartição ou fora


dela, provada com a assinatura do sujeito passivo, seu mandatário ou preposto, ou, no
caso de recusa, com declaração escrita de quem o intimar. Portanto, havendo recusa
em assinar, o servidor encarregado da intimação deve declarar tal circunstância e deixar
cópia do ato ou termo objeto da ciência, reputando-se cientificado o intimado para todos
os efeitos. Muito embora tal declaração tenha fé pública (presume-se verdadeira), é
recomendável que se tome a assinatura de testemunhas que presenciaram a recusa.

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II - Por via postal, telegráfica ou por qualquer outro meio ou via

Com prova de recebimento no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo. O aviso
de recebimento assinado, quando for o caso, é a prova da ciência e deve ser juntado ao
processo, quando retornar dos Correios. A jurisprudência, em se tratando de intimação
por correspondência, tem entendimento de que não é necessário que a assinatura seja
do intimado, desde que entregue no endereço correto. Em casos de pessoas jurídicas,
admite-se a entrega da correspondência, inclusive, para pessoas estranhas ao seu corpo
funcional (por exemplo: porteiros, vigilantes etc.) desde que, usualmente, recebam a
correspondência da empresa.

III - Por meio eletrônico, com prova de recebimento, mediante:

a. envio ao domicílio tributário do sujeito passivo; ou

b. registro em meio magnético ou equivalente utilizado pelo sujeito passivo.

IV - Por edital

Somente após resultar improfícuo um dos três meios anteriormente referidos ou


quando o sujeito passivo tiver sua inscrição declarada inapta perante o cadastro fiscal.
O edital pode ser publicado no endereço da administração tributária na internet, em
dependência, franqueada ao público, do órgão encarregado da intimação, ou, uma única
vez, em órgão da imprensa oficial local.

As situações que ensejam declaração de inaptidão do sujeito passivo estão


arroladas no art. 40 da IN RFB nº 1.1634, de 06 de maio de 2016.

Considera-se ciente o contribuinte e efetivada a intimação:

A. Quando pessoal

Na data da assinatura ou da declaração de recusa.

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B. Quando por via postal ou telegráfica (ou qualquer outro


meio ou via)

Na data do recebimento no domicílio do intimado, desde que


provada a recepção ou, caso esta seja omitida, 15 (quinze)
dias após a data da expedição da intimação.

C. Quando por meio eletrônico:

1. 15 (quinze) dias, contados da data registrada no


comprovante de entrega no domicílio tributário do

@ sujeito passivo;

2. na data em que o sujeito passivo efetuar a con­


sulta no endereço eletrônico a ele atribuído pela ad­
ministração tributária, se ocorrida antes do prazo
previsto no item 1; ou

3. na data registrada no meio magnético ou equiva­


lente utilizado pelo sujeito passivo.

A contagem dos quinze dias para determinação da data da ciência


não obedece a regra especial, deve ser iniciada sempre no dia seguinte
à data da expedição, registro ou publicação, independente de que dia da 15
semana seja, tratando-se de dia de expediente normal ou não. Dias

Nesse caso, não se aplicam as normas gerais de contagem de prazos processuais


previstas na legislação, que mais adiante serão detalhadas, conforme esclarece a
Solução de Consulta Interna Cosit nº 05, de 14 de novembro de 2002. Isso ocorre em
função do fato de essa contagem ser apenas para a ciência de um ato já praticado e não
se referir à prática em si de atos processuais, tais como a impugnação, o pagamento ou o
recurso voluntário, não sendo objeto de regra especial e terminando, impreterivelmente,
no décimo quinto dia seguinte à prática do ato na forma legal.

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Por Exemplo
Se a intimação foi expedida em 15 de janeiro, sexta-feira, conta-se, inclusi­
ve, o dia 16, sábado, recaindo o décimo quinto dia em um outro sábado, 30,
quando o contribuinte é considerado intimado.

Para fins de intimação, considera-se domicílio tributário do sujeito passivo:

• O endereço postal por ele fornecido, para fins cadastrais, à administração


tributária;
• O endereço eletrônico a ele atribuído pela administração tributária, desde que
autorizado por ele. Este endereço somente será implementado com expresso
consentimento do sujeito passivo, devendo a administração tributária informar-
lhe as normas e condições de sua utilização e manutenção.

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5 Prazos processuais

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Os atos processuais têm prazo certo para serem praticados, estando previstas nos
artigos 7º e 8º do Regulamento do PAF duas regras gerais sobre o assunto:

• Não havendo disposição em contrário, os atos processuais

Prazos
devem ser executados pelo servidor no prazo de 8 (oito)

dias;

• A autoridade local, quando solicitada por outra autoridade

preparadora ou julgadora a praticar atos processuais em

sua jurisdição, os fará realizar em 30 (trinta) dias.

Como regra geral, os atos processuais devem ser executados em oito dias.

Excetuam-se dessa regra:

• aqueles atos para os quais a lei processual atribua prazo diferente; ou


• os que devam ser praticados em repartição diversa daquela a que pertence a
autoridade solicitante.

Esses dois prazos são considerados impróprios, o que significa que o seu
descumprimento pela autoridade não gera prejuízos para o processo, podendo o ato ser
praticado mesmo a destempo, pois não há preclusão (perda do direito) em relação à
administração tributária.

Contudo, o servidor que descumprir a regra poderá ser responsabilizado


administrativamente e, até mesmo, no âmbito penal.

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Saiba Mais

O crime de prevaricação (art. 319 do Código Penal) consiste em


“retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou prati­
cá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou
sentimento pessoal”.

Entretanto, a preclusão temporal ocorre para o contribuinte quando ele deixa de praticar
ato processual a seu encargo, ou o faz fora do prazo previsto na legislação ou fixado pela
administração tributária, casos em que acontece a perda de seu direito de realizar o ato, ou
remanesce sem efeito o ato processual praticado extemporaneamente.

A Lei nº 11.457/2007 criou, em seu artigo 24, novo prazo para um ato processual,
ao determinar a obrigatoriedade de proferir decisão administrativa no prazo máximo
de 360 dias a contar do protocolo de petições, defesas ou recursos administrativos do
contribuinte.

Como não há previsão legal de qualquer sanção ou preclusão pelo não cumprimento
deste prazo, algumas discussões têm ocorrido no âmbito da administração tributária
sobre quais consequências podem advir deste fato, sem um resultado concreto ainda.
Ao mesmo tempo, porém, grandes esforços têm sido envidados para atingir este prazo
nas instâncias julgadoras.

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MINISTÉRIO DA FAZENDA
SUBSECRETARIA DE PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E ADMINISTRAÇÃO
COORDENAÇÃO-GERAL DE RECURSOS LOGÍSTICOS

Dados do Processo
Número: 12345.678910/01-23
Data de Protocolo: 01/01/2000
Documento de origem: RECEITA FEDERAL DO BRASIL
Procedência: SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL
Assunto: AUTO DE INFRAÇÃO - IRPJ
Nome do Interessado: EMPRESA ABC Ltda

Tome Nota
A regra geral sobre contagem de prazos no processo administrativo fiscal
está estabelecida no art. 9º do Regulamento do PAF, cuja origem é o artigo
210 do Código Tributário Nacional - CTN, o qual prevê que os prazos serão
contínuos, com exclusão do dia de início e inclusão do dia de vencimento, e só
se iniciam ou terminam em dia de expediente normal do órgão onde devam
ser praticados.

Esse artigo fixa alguns princípios gerais para a contagem dos prazos, quais sejam:

• Continuidade: uma vez iniciada a contagem, ela não se interrompe; nela incluem-
se os finais de semana e feriados, portanto, não se contam apenas os dias úteis;
• Instauração da fase litigiosa: dia de início, sempre desconsiderado na contagem
do prazo, será o dia em que se considera intimado o sujeito passivo;
• Inclusão do dia de vencimento (dies ad quem): o último dia para praticar o ato
processual é aquele em que recair o termo final do prazo;
• Início e vencimento em dia de expediente normal.

Importante
Os prazos somente se iniciam ou se encerram em dia de expe­
diente normal da repartição onde devam ser praticados, ou seja,
no dia em que a repartição tenha funcionado em seu horário de
expediente sem qualquer anormalidade que lhe reduza ou altere
o período de funcionamento.

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Dados do Processo
Número: 12345.678910/01-23
Data de Protocolo: 01/01/2000
Documento de origem: RECEITA FEDERAL DO BRASIL
Procedência: SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL
Assunto: AUTO DE INFRAÇÃO - IRPJ
Nome do Interessado: EMPRESA ABC Ltda

Não são considerados dias normais de expediente aqueles em que ocorra


qualquer situação que prejudique a normalidade, mesmo a simples interrupção, ainda
que momentânea durante o expediente, com retorno à normalidade no restante do
dia, comprometendo, principalmente, o exercício de atos processuais por parte do
contribuinte, em especial o recebimento de documentos ou vista aos autos.

Algumas situações:

• os dias de ponto facultativo;


• os feriados locais;
• dias de meio expediente. Exemplo: Quarta-feira de Cinzas;
• dias em que ocorre algum evento, tais como: greves, enchentes ou falta de
energia elétrica.

A jurisprudência do antigo Conselho de Contribuintes (atual Conselho Administra­


tivo de Recursos Fiscais) e da Câmara Superior de Recursos Fiscais fixou entendimento,
pacífico hoje, de que, quando a intimação pessoal ou por via postal é feita em dia não útil
(sábados, domingos ou feriados) ou em dia de expediente anormal, considera-se efeti­
vada a intimação no primeiro dia útil seguinte, à exceção do caso da intimação postal em
que foi omitida a data do recebimento, quando se contam os quinze dias após a expedi­
ção, como já se esclareceu.

Assim, se o contribuinte receber a correspondência em sua casa no sábado, fato


muito comum haja vista o funcionamento dos Correios nesse dia, e datar o aviso de re­
cebimento, ele será considerado intimado para os efeitos de contagem de prazo somente
na segunda-feira seguinte, caso este dia seja de expediente normal da repartição. Como
o dia de início (dia da intimação) é excluído da contagem, como já se viu, o prazo deve ser
contado a partir da terça-feira, caso esta também seja de expediente normal.

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Dados do Processo
Número: 12345.678910/01-23
Data de Protocolo: 01/01/2000
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Procedência: SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL
Assunto: AUTO DE INFRAÇÃO - IRPJ
Nome do Interessado: EMPRESA ABC Ltda

Via postal

Quando utilizada a via postal, em que os Correios entregam a


correspondência aos sábados.

Repartições aduaneiras

Nas repartições aduaneiras (portos, aeroportos, pontos de


fronteira) que funcionam 24 horas, podendo haver até mes­
mo intimação pessoal em domingos, por exemplo, no caso
de vistoria de bagagens.

Termo final do prazo


Termo final Se o termo final do prazo, nestes casos, recair em dia que não
seja de expediente normal, como o sábado, por exemplo, pela
Expediente regra de que os prazos somente vencem em dia de expediente
normal normal, este, automaticamente, fica prorrogado para a segun­
da-feira seguinte se houver expediente normal nesse dia.

Contagem do prazo no caso de intimação feita por via postal,


mas com omissão da data de recebimento no AR

Por outro lado, ao analisarmos o exemplo em que a intima­


ção foi efetivada por via postal, mas em que foi omitida a
data de recebimento no AR, teremos: a intimação foi entre­
?
? ?
gue nos Correios em 15 de janeiro, sexta-feira, e o décimo
? data ?
quinto dia subsequente foi o dia 30 de janeiro, sábado, dia
recebimento
em que se considera feita a intimação. Para contagem do
prazo nessa situação, considera-se como se o contribuin­
te tivesse sido cientificado no primeiro dia útil seguinte (no
caso, 1º de fevereiro, segunda-feira, desde que seja de ex­
pediente normal). A contagem terá início no dia 2 de feve­
reiro, findando o prazo de 30 dias no dia 3 de março. Se, por
exemplo, o dia 3 de março for domingo, o prazo encerrar-se­
-á em 4 de março, segunda-feira.

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Nome do Interessado: EMPRESA ABC Ltda

Os gráficos a seguir resumem, de forma visual, o princípio da continuidade e


algumas das variáveis possíveis, em se tratando de início e fim de prazo.

Dia de Dia do
início da
término
contagem Contagem sem
do prazo
qualquer interrupção
Intimação
FIM

Sábados, domingos, feriados, e


Segunda a sexta-feira dias sem expediente normal Segunda a
(quarta-feira de cinzas, p. ex.) não sexta-feira com
com expediente normal suspendem a contagem do prazo expediente normal
indicado.

SEXTA SÁBADO DOMINGO SEGUNDA TERÇA

Início da
contagem
(Súmula STF)

Início da
contagem
Intimação

Início do
prazo
Intimação Início do
prazo

Intimação

Dia de
expediente Dia de expediente normal
normal

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Início do
Sexta Sábado Domingo Segunda
prazo

Último dia Último dia Último dia


do prazo do prazo do prazo
Intimação

FIM FIM

Início da
contagem

Intimação Intimação

Dia de Dia de
expediente expediente
normal normal

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6 Da nulidade dos atos e termos


processuais

Diz-se que o ato é nulo quando lhe faltam requisitos substanciais


ATO N
ou fere princípios de direito, que, por esse motivo, se mostra U LO

juridicamente ineficaz.

A legislação relativa ao processo administrativo fiscal federal não


fez distinção entre atos nulos e atos anuláveis, referindo-se apenas a
duas categorias de vícios no processo:

a. vícios que tornam inválido o ato processual praticado, devendo ser decretada
sua nulidade (art. 12 do Regulamento do PAF); e

b. vícios que atingem o ato em aspecto menos relevante, a ponto de não


comprometerem sua subsistência (art. 13 do Regulamento do PAF).

6.1 Regra geral

As regras sobre nulidades no Regulamento do PAF estão contidas basicamente em


três artigos, e muito se assemelham às contidas no vigente Código de Processo Civil.
Como regra geral, dispõe o art. 12:

Art. 12. São nulos (Decreto nº 70.235, de 1972, art. 59):


I  - os atos e os termos lavrados por pessoa incompetente; e
II - os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou
com preterição do direito de defesa.

Já no  caput  do artigo transcrito, é possível vislumbrar algumas regras. Os atos


e termos processuais, dentre eles o auto de infração e a notificação de lançamento,
para terem validade, basta que sejam lavrados por pessoa competente. Note-se que
as decisões (a lei não faz qualquer distinção e, portanto, trata também das decisões
interlocutórias) são tratadas no inciso seguinte. A elas, é exigido que sejam proferidas
por autoridade competente e que não haja preterição no direito de defesa. A decisão
não motivada, por exemplo, é manifestamente nula por cercear o direito de defesa do

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autuado.

Importante
Apesar do inciso I do art. 12 não ter incluído o cerceamento do
direito de defesa como hipótese de nulidade, tem sido conver­
gente na jurisprudência administrativa que tal vício, quando
presente, também inquina a validade do auto de infração ou da
notificação de lançamento.

Nesse sentido, cuidou o PAF de proteger esses dois importantes pontos, já que
os atos da administração pública, gozando da presunção de legalidade, não podem ser
praticados por agentes incompetentes nem com cerceamento da defesa daquele que
sofre os seus efeitos.

Continuando a análise do citado artigo, seguem-se três parágrafos:

Art. 12. (…)


§1º A nulidade de qualquer ato só prejudica os posteriores que dele dire­
tamente dependam ou sejam consequência.
§2º Na declaração de nulidade, a autoridade dirá os atos alcançados e
determinará as providências necessárias ao prosseguimento ou solução
do processo.
§3º Quando puder decidir do mérito a favor do sujeito passivo a quem
aproveitaria a declaração de nulidade, a autoridade julgadora não a pro­
nunciará nem mandará repetir o ato ou suprir-lhe a falta.

A regra do parágrafo primeiro visa à economia processual e permite o total


aproveitamento dos atos processuais anteriores ao declarado nulo, bem como de todos os

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posteriores que dele não dependam diretamente ou não sejam sua consequência. Enfim,
somente os atos atingidos pela nulidade é que devem ser refeitos. Para tanto, o comando
do parágrafo segundo exige que a autoridade, ao declarar a nulidade, especifique todos
os atos atingidos e também determine as providências necessárias ao prosseguimento
do processo, por exemplo, determinar que sejam refeitos os atos nulos.

O parágrafo terceiro também tem como objetivo a economia processual. Se o mérito


da autuação é improcedente, a decretação de uma nulidade eventual observada nos autos
deve ser desprezada, haja vista que o saneamento desse vício não será suficiente para
manter a exação. Por exemplo, auto de infração lavrado que não contém a identificação
do autuante (hipótese de nulidade), no entanto a infração apontada de omissão de receita
é inconsistente, em face das provas apresentadas pela defesa (questão de mérito).

6.2 Do pressuposto da sanabilidade dos atos processuais

Cabe, agora, evidenciar o que prescreve o art. 13 do Regulamento do PAF:

Art. 13. As irregularidades, incorreções e omissões diferentes das referi­


das no artigo anterior não importarão em nulidade e serão sanadas
quando resultarem em prejuízo para o sujeito passivo, salvo se este lhes
houver dado causa, ou quando não influírem na solução do litígio.

Há no transcrito art. 13 o pressuposto da sanabilidade, pois não é qualquer


irregularidade, incorreção ou omissão que deverá ser sanada, mas quando tal fato cause
prejuízo ao sujeito passivo.

Infere-se dessa redação que o princípio do interesse de agir se aplica às nulidades


previstas no PAF, pois o sujeito passivo não pode arguir a nulidade a que tenha dado
causa.

6.3 Competência para declarar a nulidade

As pessoas competentes para declarar a nulidade do ato viciado  estão previstas

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no art. 14 do Regulamento do PAF, nos seguintes termos:

Art. 14. A nulidade será declarada pela autoridade competente para prati-


car o ato ou julgar a sua legitimidade.

São, pois, qualificadas para declarar a nulidade do ato as autoridades competentes


para praticá-lo e a autoridade julgadora.

6.4 Vício formal e vício material

A realização do ato administrativo deve obedecer a normas que disciplinam a


produção desse ato, bem como a outras que dispõem sobre o conteúdo do ato, ou seja,
normas de direito formal e de direito material. O desrespeito às primeiras dão ensejo a
vício formal, e às segundas a vício material.

O vício de forma existe sempre que na formação ou na declaração da vontade


traduzida no ato administrativo foi preterida alguma formalidade essencial ou que o ato
não reveste a forma legal (Direito Formal). Segundo Neder e López3, “O vício de forma
só deve conduzir ao reconhecimento da invalidade do ato quando a própria finalidade
pela qual a forma foi instituída estiver comprometida. As nulidades de forma são, por
natureza, relativas. Se o vício for insanável, sua nulidade será declarada. Se o ato, tal
como praticado, atinge seu objetivo, pode ser convalidado. Se for possível, haverá o
suprimento da falha ou a repetição do ato para que esse atinja os fins previstos na lei”.

No vício material a invalidade do lançamento decorre de problemas nos


pressupostos de constituição do ato, ou seja, na aplicação da regra-matriz de incidência
(Direito Material).

3
NEDER, Marcos Vinicius; LÓPEZ, Maria Teresa Martínez. Processo administrativo fiscal federal comentado. São
Paulo: Dialética, 2002, p. 416.

27

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