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Em discussão o seguinte caso: a emissora de televisão alemã planejava exibir um filme

documentário que contava a história de um crime, no qual quatro soldados alemães


tiveram suas armas roubadas e foram mortos enquanto dormiam perto da cidade de
Lebach. Um dos cúmplices desse crime, que iria ser libertado da prisão, acreditava que,
uma vez que o documentário fosse transmitido, sua ressocialização estaria,
imediatamente, ameaçada.

O Tribunal Constitucional Federal Alemão apresentou a discriminação em três etapas


fundamentais no processo de solução de conflitos entre direitos fundamentais, as quais
serão vistas em consonância com a análise do andamento do caso concreto Lebach,
como é conhecido. O caso realçado agora, por tratar da contraposição entre um direito
da personalidade e o direito à liberdade. Na primeira delas, constatou-se a real e efetiva
existência da situação de tensão, marcada pelo conflito entre dois direitos fundamentais
protegidos pela Constituição, despossuídos ambos de prioridade per si. Configurado o
choque, passa-se à segunda etapa verificada por Alexy, qual seja a determinação de uma
precedência geral entre os dois princípios isolados. É o que, de fato, verifica-se no caso
Lebach. O Tribunal reconhece a preferência geral do direito à liberdade de informação
frente os direitos à personalidade do criminoso; não obstante, na terceira etapa do
julgamento – que consiste justamente na tomada de decisão por parte do colegiado de
juízes – o Tribunal Federal Alemão deu provimento à ação do detento, e impediu a
vinculação do documentário pela rede de televisão.

Tomando como base que os direitos fundamentais são os direitos básicos individuais,
sociais, políticos e jurídicos, baseados nos direitos humanos que garantem liberdade,
igualdade, vida, educação, saúde e etc. A Constituição Federal de 1988 trouxe em
destaque a essência desses direitos humanos fundamentais e a procura pela justiça social
no país. No Brasil tem se o direito da personalidade, o direito à liberdade, o direito a
informação e o direito ao esquecimento que é constitucional, considerado como uma
consequência do direito a vida, privada e a intimidade expressa no o art. 5 º, X e, ainda,
como uma virtude da dignidade humana evidente no artigo 1º, III ambos da CF/88,
assim, o caso Lebach seria assegurado. Dessa forma, o Supremo Tribunal Federal (STF)
admite a tese do direito ao esquecimento.

É fundamental ressaltar que não existe direito absoluto. Todos os direitos fundamentais
são suscetíveis de contenção, para que possa garantir entre si de forma harmônica a sua
efetivação. O princípio da proporcionalidade evita que as contradições entre os direitos
fundamentais ocasionem a ilegitimidade de tais direitos, levando em consideração o
grau de importância que é ponderar um direito sobre outro. Dessa forma, o círculo de
intérpretes pode ser ampliado, possibilitando uma maior participação social, que evitaria
falhas no sistema como corrupção, crise e insatisfação popular, exaltariam a real função
da democracia. Um exemplo disso neste caso é que a liberdade de imprensa é um DF´S,
embora, entrou em embate com outros direitos o de imagem e intimidade. E, esses
direitos devem ser garantidos mesmo quando se tem o direito à liberdade de imprensa.
Dessa forma, em concordância com nossa jurisprudência, a liberdade de imprensa e o
direito à informação não são absolutos, já que choca com outros direitos e, algumas
vezes, apresenta caráter ofensivo e difamatório.

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