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UNISALES - CENTRO UNIVERSITÁRIO SALESIANO

CURSO DE PSICOLOGIA

Rhayane Stéfani Rezende Malta

Crise humanitário Yanomami

Vitória
2023
UNISALES - CENTRO UNIVERSITÁRIO SALESIANO

CURSO DE PSICOLOGIA

Rhayane Stéfani Rezende Malta

Crise humanitário Yanomami

Trabalho apresentado ao Curso de psicologia do


Unisales Centro Universitário Salesiano para
avaliação.

Supervisor: : Sabrina Ribeiro Cordeiro

Vitória
2023
O povo Yanomami localizado que também se localiza no estado do amazonas
sofreu nos últimos anos com uma crise humanitária (Ramos; Oliveira II;
Rodrigues I). segundo o relatório de missão Yanomami publicado pelo sus: o
povo Yanomami é considerado um povo de recente contato, isso significa que
eles têm baixa ou nenhuma assimilação com o povo branco (ministério da
saúde 2023). O povo Yanomami é uma tribo indígena pequena cujo costume
inclui o sustento através da caça, plantações de roças, plantações e outras
atividades. Quando já não encontravam o recurso necessário eles procuravam
outra área para estabelecer a tribo. (Guimarães 2023)

Porém a tribo ainda precisava andar muito a procura de recursos como a caça
e a pesca, em nota o portal ABA publicou que nos últimos 4 anos foram de
intensas denúncias feitas por pesquisadores a respeito dos direitos do povo
Yanomami que estava sendo violado, ainda segundo a ABA( associação
Brasileira de antropologia) em 2019 foi feita uma denúncia juntamento com a
ABRASCO ( associação Brasileira de saúde coletiva) o garimpo que disputa
território com a tribo indígena, pois o garimpo é uma atividade que tem em seu
processo o desmatamento, desvio do rio, etc.: contudo tais atividades levaram
a tribo indígena a fome por não encontrarem o que comer na floresta chegando
a desnutrição. (Guimarães 2023)

Para conseguir apoio dos indígenas o garimpo ofereceu cestas básicas, que
são comidas industrializadas, enlatadas, gerando assim uma quebra nos
costumes alimentícios da tribo fazendo com que o povo sofre com doenças
como diabetes, hipertensão, doenças crônicas que ate então não existiam no
meio do povo Yanomami. (Guimarães 2023)

Ainda para conseguir permanecer na região que pertence aos Yanomami, o


garimpo buscou pelos adultos jovens de preferencia homens cujo qual
prometiam o enriquecimento, levam para eles produtos tecnológicos que não
possuem na tribo, entre outras mercadorias da cidade, fazendo disso uma
estratégia para corromper a estrutura social que vivia a tribo. (Guimarães 2023)

A ABA em maio de 2021 começa a chamar a atenção sobre o genocídio de


povos isolados e um ano mais tarde em 2022 aos povos Yanomami e
Ye’kuana.
Segundo uma nota publicada pela ABA: A partir de então a retirada do garimpo
ilegal, o atendimento a saúde e a segurança alimentar da tribo se tornou ações
de urgência e se torna uma emergência de saúde pública nacional (ESPIN), tal
como declarada pela Portaria GM/MS nº 28 de 20 de janeiro de 2023, da
Ministra da Saúde. É aberto inquérito policial para apurar os crimes de
genocídio e crime ambiental na terra dos Yanomamis. Decretado pelo
presidente da república do início ao comitê de coordenação Nacional para
Enfrentamento à Desassistência Sanitária. Também são tomadas medicas
governamentais de urgência como a descontaminação do rio e do solo bem
como manter a sociedade brasileira informada e conscientizada sobre a defesa
da vida dos povos ordinários

Segundo o site da Fiocruz o inquérito para apurar os crimes foi aberto pelo
diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues no dia 25 de janeiro de 2023 a
superintendia de Roraima ficou responsável pelas investigações, neste mesmo
dia foi publicado uma nota que destacava medidas judiciais e extrajudiciais
feitas pelo MPF. Ainda segundo a Fiocruz em 26 de janeiro de 2023 a ministra
da saúde Nísia Trindade tornou publico que o governo nacional acionou a
Força Nacional do Sistema Único de Saúde (FN-SUS) e abriu inscrições para
voluntários para atuarem neste programa.

Já enfermeiros, médicos e fisioterapeutas foram convocados para atuação na


casa de saúde indígena (CASAI) também foi realizado trabalho pela
aeronáutica e foi montado um hospital de campanha em boa vista.

De acordo com o portal STF citado pela Fiocruz em 30/01/2023 o ministro


Barroso determinou que fossem retirados os garimpos ilegais das tribos:
Araribóia, Karipuna, Kayapó, Munduruku, Trincheira Bacajá, Uru-Eu-Wau-Wau
e Yanomami.

Como se não bastasse no mesmo0 dia 30 de janeiro de 2023 segundo o CIR


conselho indígena de Roraima citado pela Fiocruz crianças indígenas estavam
sendo retiradas de seus pais para serem levadas para adoção ilegal.

Com atuação do polícia ambiental no âmbito federal foram apreendidas


embarcações com combustível para abastecer o garimpo, freezers, geradores
e antenas de internet entre outras coisas. Foi reforçado o pedido de
policiamento e criado corredores aéreos de saída voluntaria dos garimpeiros.
Os garimpeiros que não saírem de forma voluntaria serão presos.

Contudo ainda segundo o portal da Fiocruz em 10 de fevereiro de 2023 foi


realizada uma operação da policia federal contra o garimpo na terra Yanomami.

Em nota a Fiocruz publicou recentemente 01/05/2023 que garimpeiros ilegais


atiraram contra a policiais que revidaram.

Em uma análise crítica as intervenções aconteceram de forma urgente visto a


situação em que se encontrava o povo indígena Yanomami, foi de grande
importância que ocorressem de forma rápida visto que a situação já se
arrastava por um longo período sem que medidas maiores fossem tomadas. O
povo yanomami foi, como podemos notar, esquecidos de recursos e direitos no
Brasil.

Segundo o documentário No Rastro do Garimpo Eliana Torelly (coord. Câmara


de Populações Indígenas – MPF) aponta para a importância de vários órgãos
do estado estarem atuando na região, sobre o estado ser omisso ao que
ocorreu e vem ocorrendo nas áreas indígenas.

Como podemos notar o garimpo ilegal não é algo que surgiu der repente e se
tornou uma crise humanitária do dia para a noite, mas é algo que vem
ocorrendo durante um certo tempo e juntamente com omissão do governo
sobre o garimpo ilegal foi crescendo cada vez mais ate se tornar uma
calamidade.

Ainda segundo o documentário (no Rastro do Garimpo,2023 ) muitas consultas


acontecem por meio de um rádio. Como podemos ver na fala de Júnior
Hekurari Yanomami (presid. Conselho de Saúde Indígena Yanomami e
Ye’kuanna) a situação é bem precária e grave. Segundo o mesmo os
profissionais devem escolher os pacientes que estão piores para o atendimento
apesar de todos precisarem, segundo ele a desnutrição é grave.

Ter que escolher quem será atendido e quem não será atendido já nos mostra
como está a situação da saúde entre os povos Yanomamis. Em um cenário
onde todos precisariam de atendimento somente os que se encontram em
estado muito grave são atendidos, isso pode nos levar a crer que os que ficam
podem por sua vez se agravarem no quadro de saúde cada vez mais.

Para uma intervenção psicológica do povo Yanomami é importante visar o


documento do CREPOP voltado ao povo indígena: Referências Técnicas Para
Atuação De Psicólogas (Os) Junto Aos Povos Indígenas, onde menciona o
apoio matricial, segundo o documento o apoio matricial de trata de:

Apoio matricial é: reuniões de equipe, onde se


fazem presentes a EMSI e profissionais da ATSM,
ou parte dela, inclusive, integrantes da comunidade
ou do controle social, quando esta participação for
adequada; a Educação Permanente, que tem como
missão fortalecer conhecimentos, habilidades,
atitudes e práticas que a dinâmica das
organizações não oferece por outros meios; estudo
de caso, que tem como objetivo discutir os casos
complexos e encontrar solução para eles; projeto
terapêutico singular, que objetiva identificar os
recursos da própria comunidade para acolher
melhor as demandas e encaminhar para soluções
os problemas identificados; a consulta em conjunto
que, além de proporcionar o olhar integral para o
caso, pode produzir aprendizado à equipe e melhor
resolutividade do caso, evitando encaminhamentos
desnecessários. (Referências Técnicas para Atuação
de Psicólogas(os) junto aos Povos Indígenas, P. 130)

Contudo o apoio matricial poderia ser feito neste caso posteriormente com a
atividade de PCP (primeiro cuidados psicológicos) uma vez que busca
entender o povo Yanomami em sua cultura e costumes o apoio matricial
oferece um encontro entre pessoas que detém saberes tradicionais daquele
povo muito importantes para entender do que cada pessoa tem necessidade
naquele momento como por exemplo rituais religiosos.

Uma das ações do apoio matricial é construir um projeto terapêutico singular,


que segundo Referências Técnicas para Atuação de Psicólogas(os) junto aos
Povos Indígenas quando a equipe se depara com pessoas em situação se
extrema vulnerabilidade em situações precárias cabe o planejamento de um
cuidado integrado as pessoas ou ao grupo ativando uma rede de cuidados
( Referências Técnicas para Atuação de Psicólogas(os) junto aos Povos
Indígenas, 2022)

Já o PCP busca um dar um apoio a pessoa em sofrimento de acordo com suas


particularidades que pode visar por exemplo como tema avaliar necessidades e
preocupações bem como ajudá-las a se sentirem calmas. (primeiros cuidados
psicológicos: guia para trabalho de campo, 2011)

Conclui-se contudo que recursos como estes são de muita importância para
intervir em casos de desastres visto que trabalham de forma ativa com a
população afetada.

Referencias:

MINISTÉRIO DA SAÚDE, relatório missão Yanomami, Boa Vista/RR, janeiro


de 2023. 127 P.

GUIMARÃES, Hellen. Pesquisador da Fiocruz explica como crise humanitária


se originou no território Yanomami. Fiocruz: fundação Osvaldo cruz, portal
Fiocruz, 07/02/2023.
Disponivel em <https://portal.fiocruz.br/noticia/pesquisador-da-fiocruz-explica-
como-crise-humanitaria-se-originou-no-territorio-yanomami>

BARCELLOS, Christovam; SALDANHA, Nathália. Reciis – Revista Eletrônica

de Comunicação, Informação & Inovação em Saúde, O papel da informação e

da comunicação em situações de emergência: a crise sanitária e humanitária


no território Yanomami Rio de Janeiro, v. 17, n. 1, p. 7-13, jan.-mar. 2023
YANOMAMI: Tragédia Humanitária Anunciada. ABA associação Brasileira
de Antropologia. Brasília, 24 de janeiro de 2023.
Acessado em: 09/07/2023
<http://www.portal.abant.org.br/2023/01/24/yanomami-tragedia-humanitaria-
anunciada/>

O Garimpo Ilegal E O Genocídio Yanomami. Mapa do conflito; Fiocruz.com.


acesso em: 09/07/2023<https://mapadeconflitos.ensp.fiocruz.br/conflito/rr-
invasao-de-posseiros-e-garimpeiros-em-terra-yanomami/ >
No Ratro do Garimpo. Roteiro/ Edição: Lia Kuzler e Verônica Macedo
Coordenação: Verônica Macedo Captação de imagens: Thiago Albuquerque,
programa Interesse Público (IP) e João Américo Arte, edição e Finalização: Jeff
Silva Entrevistas: Cláudia Cavalcante, Dione Tiago, Lia Kunzler e Verônica
Macedo Colaboração: Carolina Villaça e Programa IP (Sandro Amorim)
Imagens de arquivo: Leonardo Prado Direção de fotografia: Thiago
Albuquerque Sonoplastia e colorização: Jeff Silva Transcrição de áudio: Kátia
Velásquez Legendagem: Izabela Araújo Revisão de legendas: Ana Paula
Rodrigues e Fernanda Souza Supervisão: Dione Tiago e Juliana Garcia
Realização: Secretaria de Comunicação do MPF. Secretaria de Comunicação
do MPF. aldeia indígena de Surucucu, fevereiro 2023.

primeiros cuidados psicológicos: guia para trabalho de campo. Brasília –


DF Organização Pan-Americana De Saúde: 2011

Referências Técnicas Para Atuação De Psicólogas (Os) Junto Aos Povos


Indígenas Brasília: Conselho Federal de Psicologia, 2022.

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