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Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação – MCTI

Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia


Mestrado Profissionalizante em Gestão de Áreas Protegidas na Amazônia

Professor: Dr.Thiago Mota Cardoso


Discente: Miqueias Santos de Souza

Atividade: GESTÃO E CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE EM TERRITÓRIOS INDÍGENAS.

1. Introdução................................................................................................................................... 2
1.1 Povos indígenas uso do Fogo e Proteção da Floresta. ............................................... 2
1.2 Planos De Gestão Territorial e Ambiental em Terras Indígenas. ............................... 3
1.3 Experiências, desafios e a implementação da Política Nacional de Gestão
Territorial e Ambiental de Terras Indígenas (PNGATI). ....................................................... 4
2. Referencias: ............................................................................................................................... 7

Manaus – Amazonas
Novembro
1. Introdução.

1.1 Povos indígenas uso do Fogo e Proteção da Floresta.

Conforme a nota técnica é possível relatar que povos indígenas


desempenham um papel fundamental na preservação das florestas, especialmente
em regiões como a Amazônia, onde muitas comunidades indígenas residem.
Dados de queimadas na Amazônia, demonstram que os territórios indígenas
são os menos afetados por causa do baixo uso do fogo, isso é o indicativo do nível
de proteção nesses territórios, as populações indígenas historicamente alinharam as
atividades de agricultura baseado no conhecimento Tradicional, que ao longo do
tempo, por gerações adquiriram um profundo conhecimento sobre as plantas,
animais e ecossistemas locais, esse conhecimento é um importante aliado na
preservação da biodiversidade da floresta.
Conforme assistimos as aulas e a explicação do Dr João Paulo Ticuna, nos
deu exemplo de grupos indígenas que têm suas práticas de manejo sustentável da
terra que permitem a coexistência harmônica com o meio ambiente considerando a
floresta como parte de sua existência como seu semelhante. Sua presença e práticas
tradicionais ajudam a proteger espécies ameaçadas e a manter a integridade dos
ecossistemas.

Imagem 1. Dr João Paulo Ticuna – Explanando sobre sua tese e vivência

Foi possível nesta matéria compreender a força ativa das comunidades


indígenas que resistem ativamente à exploração predatória da terra atuam como
guardiões ambientais, monitorando e protegendo suas terras contra atividades
ilegais, seja por meio da extração de madeira, mineração criação de Hidrelétricas
atividades que causam danos ambientais, muitas dessas lutas levaram lideres,
caciques, pajés a perderem suas vidas na luta para proteger a floresta. Para os
povos indígenas, a floresta não é apenas um recurso econômico, mas também um
local sagrado com significados culturais e espirituais profundos, essa ligação
espiritual demonstra um compromisso forte com a floresta. Portanto, reconhecer e
respeitar os direitos e conhecimentos dos povos indígenas é essencial para
promover a conservação florestal e a sustentabilidade ambiental a longo prazo.
A problemática dessa questão está na apropriação indevida dos territórios
indígenas conforme demonstra os dados da intensificação do desmatamento e focos
de calor entre 2016 e 2019 atingiu o pico, na análise realizada pelo IPAM nas áreas
de sobreposição do CAR com territórios indígenas. Outra ameaças aos territórios
indígenas é o garimpo ilegal na Amazônia que também resulta na incidência de
desmatamento e uso do fogo, como é o caso da TI Yanomame.
Isso é resultante do abandono da proteção das terras indígenas da falta de
fiscalização, do enfraquecimento das políticas públicas e a falta de controle e
monitoramento das políticas públicas, é preciso ações enérgicas e efetivas para
garantir a proteção dos povos indígenas porquê fazendo isso se protege a floresta.

1.2 Planos De Gestão Territorial e Ambiental em Terras Indígenas.

Os Planos de Gestão Territorial Indígena e Ambiental (PGTA) são


instrumentos fundamentais para o manejo sustentável e a preservação das terras
indígenas essenciais para promover a sustentabilidade em terras indígenas no
Brasil. Estes planos são projetados para integrar práticas tradicionais, respeitar as
culturas indígenas, preservar florestas e paisagens, sua elaboração envolve um
processo participativo, respeitando os conhecimentos tradicionais e a autonomia das
comunidades indígenas envolvendo membros da comunidade, líderes, anciãos e
outros detentores de conhecimentos tradicionais.
O texto enfatiza a necessidade de diálogo e colaboração entre as
comunidades indígenas, órgãos governamentais e organizações não
governamentais para desenvolver estratégias eficazes que protejam os territórios
indígenas e promovam a harmonia entre o desenvolvimento sustentável e as
tradições culturais. O enfoque está na gestão responsável a situação atual da terra,
recursos naturais, biodiversidade, práticas culturais e desafios enfrentados pela
comunidade, mapeamento territorial, identificando áreas de importância cultural,
espiritual e ecológica. Permitindo que povos indígenas materializem propostas para
uma melhor qualidade de vida a partir de seus valores culturais e espirituais e da
gestão de seus territórios e recursos naturais.
Desafios;
Este instrumento de gestão busca também apontar necessidades e
demandas que precisam ser equacionadas para que os PGTAs tenham uma maior
efetividade quanto a sua implementação e no seu papel de ajudar os povos
indígenas a enfrentar desafios atuais e futuros.
Entre os desafios estão a construção dos PGTAs em terras indígenas de
grande extensão, que apresentam desafios específicos, tal como a logística de
trabalho e transporte em locais remotos e a organização de oficinas com
representação adequada. Nestas situações as dificuldades implicam em ajustes nas
abordagens, tempo de trabalho e custos, representatividade das aldeias no território.
E a elaboração de PGTAs com índios isolados/recém-contatados, com
especificidades e características peculiares em relação a outros PGTAs, a realidade
e desafios destes contextos também têm sido pouco debatidos.
Uma experiência relatada na nossa aula foi a elaboração do PGTA com os
Indígenas Warao. Segundo a ONU, desde 2014, mais de 4 mil indígenas entraram
em solo brasileiro vindos da Venezuela para o Brasil e enfrentam uma série de
dificuldades cotidianas em território brasileiro. Eles convivem com a falta de água
potável, comida, atendimento à saúde e medicamentos. Além disso, são alvo de
violências e de xenofobia, neste caso o PGTA com certeza é uma ferramenta de
integração e abre o caminho da reconstrução da vida desses povos indígenas em
solo Brasileiro.

1.3 Experiências, desafios e a implementação da Política Nacional de Gestão


Territorial e Ambiental de Terras Indígenas (PNGATI).

Conforme a publicação intitulada, Processos Formativos em Gestão


Territorial Indígena no Brasil, A oficina foi realizada no Centro Cultural Brasília —
CCB, em Brasília (DF), nos dias 12 e 13 de novembro de 2013 sob coordenação do
Laboratório de Pesquisas em Etnicidade, Cultura e Desenvolvimento (Laced, Museu
Nacional/UFRJ) com apoio do Instituto Internacional de Educação do Brasil (IIEB),
do Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN), da Fundação Nacional do
Índio (Funai), do Projeto Gestão Ambiental e Territorial Indígena (Gati — PNUD
BRA/09G32) e de consultores independentes.
O texto traz discussão das ações que foram desencadeados a partir da
implantação dos PNGATI que resultou de um amplo processo de construção
participativa, com o empenho de mobilização de atores e consultas realizadas por
em todo país, prevendo em seu sétimo eixo a ideia de formação orientada aos seus
objetivos.
Os povos indígenas demandaram o estabelecimento de políticas que lhes dessem
suporte, nos períodos pós-demarcação, para a vigilância de seus territórios e a
construção de autonomia econômica e política pautadas em seus modos de vida.
O que se reflete no texto é que o PNGATI ampliou a oportunidade para a
aproximação da academia das lideranças e comunidades indígenas e propiciou a
formação de indígenas nas agendas que lhes era atribuída em relação a gestão dos
seus territórios. Com ações através da academia e agentes públicos voltadas à
formação e ao etnodesenvolvimento pautadas pela ampla participação dos povos
indígenas, pelo respeito aos seus saberes e visões de mundo.
E paralelamente, ocorreram um conjunto de seminários no sentido de
propiciar espaços de articulação entre lideranças, organizações e estudantes
indígenas, docentes universitários, gestores públicos e outros agentes.
O empoderamento das questões pautadas na construção das políticas
públicas que lhes diz respeito faz com que colocações das lideranças indígenas
soem a altura dos que buscam colocar-lhes deveres ou direitos.
Ao longo do texto relata as falar e inquietudes a partir do PNGATI nos
processos de formação, entre outras uma fala que me chamou a atenção foi do Sr.
Janio Oliveira Coutinho, que abordou esse tema como uma forma de acessibilidade,
conforme descrito sua fala;
Será possível “articular um conjunto de políticas públicas já existentes
como elemento aglutinador, fortalecedor da gestão dos territórios
indígenas”.
É possível sentir na sua fala a amplitude do seu entendimento quanto as
possibilidades existentes em sua volta a atuação em rede, e reforça que tenha uma
formação continuada, com participação de indígenas e representantes de outros
órgãos do governo, sociedade civil e universidades.
No quadro políticas públicas destaco a fala de Gersem Baniwa que trata da
construção de políticas públicas e apela que deixe de ser apenas reativa para passar
a ser mais propositiva. Chamou a atenção para a necessidade de sistematização
das experiências realizadas ao longo dos anos em gestão de territórios indígenas,
incorporando as lições apreendidas aos desafios futuros. Em relação à implantação
da PNGATI, enfatizou o difícil diálogo entre a academia e os responsáveis pela
elaboração de políticas públicas e a importância de defender uma política a longo
prazo, com financiamentos mais robustos, além de proporcionar formações
continuadas e cursos específicos para indígenas.
Nesta leitura fiz várias reflexões e uma delas que este é um texto repleto de
riquezas e de sabedoria das comunidades indígenas, de que forma transformar
essas informações em comunicação com o poder público e os tomadores de decisão
pois concentra uma série de recomendações que pode ser discutidos em
universidades e arenas de decisões políticas quando se refere aos povos indígenas
e suas inquietudes.
Por fim os participantes da oficina demandaram a continuidade, em todos os
níveis, das discussões sobre a questão indígena, sugerindo a participação mais
ampla de representantes dos povos indígenas das regiões Sul e Nordeste em um
novo encontro.

1.4 A Ideia de Mosaico e os Povos Indígenas: Um Ensaio Sobre a Gestão


Territorial Integrada Dos Povos Enawene Nawe (Mt) E Deni (Am).

Um assunto com bastante divergência tanto pela questão legislativa como


de cunho especulatório, sobre as capacidades de convivência. O que infere o
aspecto histórico se levarmos em consideração as trocas e interações que houveram
e ainda ocorre nos dias de hoje nos territórios Indígenas tanto de fora para dentro
como de dentro para fora, existem regiões do rio purus onde eu nasci que os
indígenas assim como no rio negro trazem suas plantações e vendem fora dos seus
territórios e nas próprias comunidades do entorno.
O conceito de Mosaico é previsto no Sistema Nacional de Unidades de
Conservação – SNUC. Neste contexto refere-se à gestão de territórios adjacentes
que podem ter diferentes regimes de uso da terra, mas que podem ser geridos de
forma integrada. Na abordagem de terras indígenas, serem participantes de mosaico
é importante ter a visão referente a preservar a diversidade cultural, promover
práticas sustentáveis e garantir a autodeterminação desses povos e sua posição de
decisões frente a outros territórios nas decisões conjuntas, enfatizar a importância
do diálogo intercultural e da cooperação na gestão integrada do território, visando a
conservação ambiental e a promoção do bem-estar das comunidades.

2. Referencias:
Relatos de experiência própria de trabalhos de campo com Comunidades Indígenas e técnico na
Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Amazonas 2013 a 2022, UNESCO nove 2022 a 2023.

NOTA TECNICA: MARÇO DE 2021 N.6 AMAZÔNIA EM CHAMAS: DESMATAMENTO E FOGO Martha
Fellows, Ane Alencara, Matheus Bandeiraa, Isabel Castroa & Carolina Guyota - Instituto de Pesquisa
Ambiental da Amazônia.
Povos tradicionais e biodiversidade no Brasil: contribuições dos povos indígenas,
quilombolas e comunidades tradicionais para a biodiversidade, políticas e ameaças /
Manuela Carneiro da Cunha, Sônia Barbosa Magalhães e Cristina Adams, organizadoras
;Laure Emperaire, coordenadora da seção 7. – São Paulo: SBPC, 2021. 351 p. : il. color.,
mapas color., tab.

Planos de Gestão Territorial e Ambiental em Terras Indígenas do Brasil Estratégias Para


Apoiar O Bem Viver, Culturas, Florestas E Paisagens Sustentáveis; Deutsche Gesellschaft für
Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH (Cooperação Alemã para o Desenvolvimento),
Agência da GIZ em Brasília - Robert P. Miller – Consultor, Renata F. Camargo (GIZ/BR), Jorge
Espinoza Santander (GIZ/BR), Fabian Wagner (GIZ/BR)
A Idéia De Mosaico e os Povos Indígenas: Um Ensaio Sobre A Gestão Territorial Integrada
Dos Povos Enawene Nawe (MT) E DENI (AM) Rafael Illenseer e Thiago Mota Cardoso.
Processos formativos em gestão territorial indígena no Brasil: experiências, desafios e a
implementação da Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas
(PNGATI) / compiladores Antonio Carlos de Souza Lima , Bruno Pacheco de Oliveira. — 1.
ed. — Rio de Janeiro : Mórula, 2019.

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