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Patrick de Abreu Cunha Lopes¹; Vanessa Simões Paixão²; Silvia Maria Araújo Moraes³; Ana
Luiza Leal Correa Lima4; Pedro Henrique Matos Monteiro5; Paulo Roberto Hernandes Júnior6;
Márcia Célia Galinski Kumschilies7
¹ Universidade de Vassouras (UV). Vassouras, Rio de Janeiro, Brasil. Discente do curso de Medicina.
patrick.abreu33@gmail.com
Seção: Saúde.
RESUMO
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Volume 5 – Edição 1 - 2021
ABSTRACT
Occupational Contact Dermatitis is a common occupational disease that affects a
variety of groups of workers. Training programs in the protection and prevention of skin
diseases have shown promise to improve prevention practices and reduce the
incidence of occupational dermatoses. The purpose of this review is to provide an
update on occupational contact dermatitis, analyze the number of reported cases in
Brazil and detail the resources of the training programs for primary prevention of
Occupational Contact Dermatitis. In addition to identifying gaps in the literature on the
most common occupational skin disease. Epidemiological analysis using data from
Sinan found 6930 cases of Occupational Dermatitis reported between 2007 and 2018.
Twelve studies were identified for an in-depth review: many studies included wet
workers employed in health care, hairdressing, cleaning and food preparation; a
program featured manufacturing workers. Few programs have provided content on
Allergic Contact Dermatitis and only one study has been evaluated for long-term
effectiveness. Knowing the limitations of knowledge about primary prevention and
identifying gaps in practice, initiatives can be created to meet the needs of research,
practice and improve the prevention of occupational dermatoses. Based on this, long-
term effectiveness, impact on culture, health, safety in the workplace and
dissemination of programs in the global context, represent areas for future research.
KEY WORDS: Occupational Health; Dermatitis Occupational; Dermatitis, Irritant;
Dermatitis, Allergic Contact.
1 INTRODUÇÃO
Conceitualmente, a Dermatite Ocupacional (DO) é definida como alterações
na pele, mucosas e anexos, direta ou indiretamente, causadas, condicionadas,
mantidas ou agravadas na atividade profissional ou no ambiente de trabalho. Para
Johansen et al. (2015), os agentes etiológicos são variados e classificados em
biológicos, físicos ou químicos. A Dermatite de Contato Ocupacional (DCO) é a mais
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et al. (2018), sintomas recorrentes são comuns e muitos trabalhadores sofrem apesar
do tratamento, tempo e mudança de trabalho. Como o prognóstico varia amplamente,
as principais medidas de prevenção são de maior importância. A prevenção do DCO
inclui uma hierarquia de medidas que envolvem estratégias primárias, secundárias e
terciárias. Sendo que intervenções de treinamento estão incluídas a nível da
prevenção primária para evitar o desenvolvimento da doença.
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foram extraídos do órgão de domínio público, sendo analisados por meio da variável
número de casos notificados de DO por ano.
Para a seleção dos artigos, foram utilizadas as seguintes bases de dados com
acesso na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS): Medline (Medical Literature Analysis
and Retrieval Sistem on-line) e LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em
Ciências da Saúde).
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2 RESULTADOS
A pesquisa bibliográfica revisada rendeu 57 artigos, 47 de MEDLINE e 10 das
bases de dados LILACS. Após a remoção dos estudos de prevenção secundária e
terciária e artigos duplicados, 5 artigos foram incluídos na pesquisa inicial. A Pesquisa
manual rendeu 7 artigos adicionais para um total de 12 estudos incluídos para revisão
aprofundada. Além disso, foram encontrados 6930 casos das DOs em trabalhadores
do país. A evolução temporal das notificações no país passou de 0,018%, em 2007,
para 0,05%, em 2018, e em 2012 houve acréscimo para 0,14%, sendo que, os dados
em número de notificações por ano foram expressos conforme apresentado na figura
2. As intervenções de treinamento em prevenção primária foram localizadas apenas
para trabalhadores em ambiente úmido e manufatureiros: os estudos incluíram
profissionais de saúde, cabeleireiros e trabalhadores envolvidos principalmente na
indústria de alimentos e limpeza. Um dos 12 estudos contou com trabalhadores da
indústria química. Os desfechos primários incluíram avaliação clinicamente
morfológica de alterações cutâneas e sintomas autorreferidos para determinar a
frequência e gravidade da dermatite de contato. Outra medida de doença de pele foi
a função de barreira indicada pela perda transepidérmica de água.
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úmidas são um importante fator de risco para DCO. Dois estudos usaram a diretriz
alemã para definir trabalho úmido: mais de 2 horas de exposição da pele ao líquido
por dia, uso de luvas por mais de 2 horas por dia ou lavagem da mão frequente (920
vezes por dia), enquanto os demais usaram o termo em que as ocupações em trabalho
úmido abrangem cuidados de saúde, limpeza, preparação de alimentos e outras
configurações em que as mãos estão frequentemente em contato com a água.
Conforme Weisshaar et al. (2006), os profissionais de saúde correm o risco de
desenvolver DCO devido a lavagem frequente das mãos, uso de luvas oclusivas e
exposição a desinfetantes, borracha, látex e medicamentos tópicos. Quatro estudos
apresentaram intervenções direcionadas aos profissionais de saúde.
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1 DESENVOLVIMENTO
Em primeira instância, sabendo as áreas de atuação dos trabalhadores que
estão mais predispostos a desenvolver a DCO, torna-se necessário aprofundar o
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Um estudo que entrevistou dermatologistas americanos descobriu que dos 83% dos
dermatologistas, mais de 83% deles realizam menos de 5 testes de adesivo por mês,
Warshaw & Nelson (2002). Em contra partida, os dermatologistas que não utilizaram
o teste concluíram que os motivos apresentados para não testar incluíam a história do
paciente adequada para o diagnóstico (43%), teste de adesivo consome muito tempo
(41%), tem reembolso insuficiente(26%) e o teste é inconveniente para a prática(12%).
Ao mesmo tempo, uma pesquisa com alergistas sobre testes de adesivo, nos
EUA, descobriu que dos 53% de testes realizados, mais de 89% ocorrem em menos
de 6 pacientes por mês, Farrell et al. (2002). Um estudo recente de membros
pesquisados da Sociedade Americana de Dermatite de Contato sobre barreiras ao
teste de contato, Zhu et al. (2018), revelou que o reembolso inadequado está entre a
principais barreiras para realização do teste. O novo desenvolvimento tem sido o uso
de bancos de dados administrativos para examinar o teste de contato e suas
características. Um estudo analisou o faturamento Medicare em 2012 nos EUA e
encontrou variação substancial no uso do teste de adesivo, Meyer et al (2016). Um
estudo de Ontário, Canadá, onde existe um seguro de saúde universal e dois códigos
de cobrança para testes de contato, um para o ocupacional e outro para o não
ocupacional, examinou o teste de contato, durante um período de 20 anos, de 1992
a2014, Arrandale & Holness (2019). Constatou que havia variação por região. Sobre
o tempo, houve um aumento no teste de contato não ocupacional enquanto a taxa
para testes de contato ocupacionais era bastante estável. Sendo que, para testes de
adesivo não relacionados ao trabalho, 72% foram realizados por dermatologistas e
17% por outras especialidades médicas, incluindo alergia e medicina do trabalho. Para
teste de contato ocupacionais, apenas 46% foram realizados por dermatologistas e
46% realizados por outras especialidades médicas.
Uma vez que a história, o exame físico e o teste do adesivo tiverem sido
concluídos, um diagnóstico final pode ser determinado. Mathias et al. publicou um
conjunto de critérios para o diagnóstico de DCO para auxiliar médicos no diagnóstico
de doenças relacionadas ao trabalho. Ingber et al. (2004) avaliaram os critérios de
Mathias e os considerou úteis na avaliação da DCO. O gerenciamento médico deve
ser guiado por diretrizes para dermatite de contato ou dermatite das mãos em geral.
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A partir disso, tratamentos tópicos são utilizados, pelo menos inicialmente. Estes
incluem o uso regular de medicamentos, mais comumente corticosteróides, mas
também inibidores da calcineurina. Conforme Budd et al. (2019), se a dermatite for
grave e não responder a medicamentos tópicos, fototerapia ou terapias sistêmicas
como corticosteróides, retinóides e imunossupressores podem ser considerados.
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dermatologista. Ruscaet al. encontrou um atraso médio de 8,6 meses. Paciente com
maior atraso para atendimento e maior exposição ao agente causador demonstrou
correlação com pior prognóstico.
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de trabalhadores, Nichol et al. (2019). De fato, isso pode servir como uma ferramenta
de triagem útil e também pode ser auto-administrada.
2 CONCLUSÃO
A DCO continua sendo a DPO mais comum que causa malefícios na função do
trabalho, qualidade de vida e consequências econômicas. A análise epidemiológica
encontrou dados alarmantes sobre o número de casos das DOs notificados pelo
SINAN no Brasil. Dessa forma, estratégias de prevenção primária no país tornam-se
necessárias. O trabalho constantemente em contato com solventes, “trabalho úmido”,
continua sendo a principal fonte de exposição irritante. Novos usos de alérgenos
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3 REFERÊNCIAS
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WARSHAW, Erin M.; NELSON, David. Prevalence of patch testing and methodology
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Contact Dermatitis, v. 13, n. 2, p. 53-58, 2002.
WEISSHAAR, Elke et al. Educational and dermatological aspects of secondary
individual prevention in healthcare workers. Contact dermatitis, v. 54, n. 5, p. 254-260,
2006.
4 ANEXO
LILACS 33
Medline 1875
Total: 1908
Tabela 1: Número de trabalhos recuperados com estratégias de busca utilizadas para cada
base de informação científica.
608
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Figura 1: Diagrama de fluxo do processo de inclusão de artigos, Rio de Janeiro, Brasil, 2020
Distribuição do número de casos de dermatoses
ocupacionais no Brasil entre 2007 a 2018 (Sinan)
1017 992
855
693 700
554
508
393 419
370
300
129
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
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