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1 TEMA

As situações lúdicas de aprendizagem nos Anos Iniciais

2 OBJETIVO GERAL
Observar o campo dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental a fim de analisar e
compreender esse espaço para construção e aplicação de planos de ação baseados nas
áreas do conhecimento propostas na BNCC, com o intuito de promover as competências
e habilidades dos alunos.

3 JUSTIFICATIVA

O Estágio Supervisionado III será concentrado no Ensino Fundamental, etapa dos


Anos Iniciais, realizado no 2º Ano, turma do período vespertino, compreendendo alunos
na faixa etária de 7 a 8 anos.
O Estágio Supervisionado do Curso de Pedagogia do Centro Universitário de
Brusque – UNIFEBE tem por finalidade assegurar aos futuros professores, experiências
de exercício profissional, em ambientes escolares que promovam o desenvolvimento,
competências, habilidades e conhecimentos (BRUSQUE, 2022, Art. 1º).
O Estágio III abrange três etapas: a primeira consiste na preparação que é a
elaboração do projeto de estágio e a fundamentação teórica. A segunda etapa engloba a
observação, ou seja, o diagnóstico do campo de estágio, e por fim o planejamento, que
visa a elaboração do plano de ação do estágio, última etapa.
O Ensino Fundamental tem nove anos de duração e é a etapa mais longa da
Educação Básica, atendendo estudantes entre 6 e 14 anos. Neste contexto, há crianças
e adolescentes que, ao longo dessa fase, passam por uma série de transformações
relacionadas a aspectos físicos, cognitivos, afetivos, sociais, emocionais, entre outros
(BRASIL, 2017).
Destaca-se que a BNCC do Ensino Fundamental – Anos Iniciais, valoriza as
situações lúdicas de aprendizagem, apontando para a necessária articulação com as
experiências que as crianças vivenciaram na Educação Infantil.
Tal articulação precisa prever tanto a progressiva sistematização dessas
experiências quanto o desenvolvimento, pelos alunos, de novas formas de
relação com o mundo, novas possibilidades de ler e formular hipóteses sobre os
fenômenos, de testá-las, de refutá-las, de elaborar conclusões, em uma atitude
ativa na construção de conhecimentos (BRASIL, 2017, p. 57-58).

Nesta fase, os alunos expandem a capacidade de descobrir horizontes, tomando


mais distância do processo da Educação Infantil, do processo lúdico que neste espaço
acontece diariamente, sendo a leitura, a escrita, a matemática, maiores focos nesta
etapa. Além disso, desenvolvem maior compreensão da realidade, ampliam as
habilidades de formulação de hipóteses, a elaboração de conceitos, num processo mais
autônomo. Assim sendo, cabe a compreensão desses estudantes, considerando suas
características e necessidades.
Além disso, deve-se entender que os alunos do Ensino Fundamental possuem
faixas etárias cujo desenvolvimento está marcado por interesses próprios, relacionados
aos seus aspectos físico, emocional, social e cognitivo. Suas características estão
relacionadas com seus modos próprios de vida e suas múltiplas experiências culturais e
sociais (BRASIL, 2013).
Assim sendo, o ensino fundamental deverá contemplar o aspecto cultural, os
contextos dos quais os alunos fazem parte, dando continuidade à novas aprendizagens
e experiências, ressaltando que o foco nesta fase é o desenvolvimento do processo de
alfabetização e do letramento.
Neste campo, a proposta é também desenvolver autonomia, sendo que
o professor consistirá em planejar um aprendizado global e multidisciplinar para que a
partir disso o estudante se torne protagonista, sendo de extrema importância
(BRUSQUE, 2021).
O período de alfabetização e letramento, contemplado na proposta pedagógica da
rede municipal de Brusque, campo do estágio, destaca a importância desse processo
para a jornada dos estudantes, devendo ser concebido como um desenvolvimento de
apropriação do conjunto de escrita, no qual contém o domínio do conjunto alfabético
ortográfico. Já o letramento consiste em abranger o conceito de cultura escrita, em que
caracteriza diversos grupos culturais.
Importante distinguir os dois conceitos. Para Magda Soares, estudiosa desse
processo
[...] é necessário reconhecer que alfabetização – entendida como a aquisição do
sistema convencional de escrita – distingue-se de letramento – entendido como o
desenvolvimento de comportamentos e habilidades de uso competente da leitura
e da escrita em práticas sociais: distinguem-se tanto em relação aos objetos de
conhecimento quanto em relação aos processos cognitivos e linguísticos de
aprendizagem e, portanto, também de ensino desses diferentes objetos. Tal fato
explica por que é conveniente a distinção entre os dois processos, por outro
lado, também é necessário reconhecer que, embora distintos, alfabetização e
letramento são interdependentes e indissociáveis: a alfabetização só tem sentido
quando desenvolvida no contexto de práticas sociais de leitura e de escrita e por
meio dessas práticas, ou seja, em um contexto de letramento e por meio de
atividades de letramento; este, por sua vez, só pode desenvolver-se na
dependência da e por meio da aprendizagem do sistema de escrita (2004, p. 97)

A referida autora destaca que, mesmo sendo conceitos e processos distintos, eles
devem ser indissociáveis, pois ler e escrever só tem sentido em contextos sociais, em
situações de letramento.
Caberia ainda trazer um excerto de um poema que reflete o letramento na
prática, de uma forma em que podemos visualizar esse processo tão importante de ler e
escrever:
Letramento não é um gancho em que se pendura cada som enunciado, não é
treinamento repetitivo de uma habilidade, nem um martelo quebrando blocos de
gramática. Letramento é diversão é leitura à luz de vela ou lá fora, à luz do sol.
São notícias sobre o presidente, o tempo, os artistas da TV e mesmo Mônica e
Cebolinha nos jornais de domingo. É uma receita de biscoito, uma lista de
compras, recados colados na geladeira, um bilhete de amor, telegramas de
parabéns e cartas de velhos amigos. É viajar para países desconhecidos, sem
deixar sua cama, e rir e chorar com personagens, heróis e grandes amigos. É
um atlas do mundo, sinais de trânsito, cacas ao tesouro, manuais, instruções,
guias e orientações em bulas de remédios, para que você não fique perdido.
Letramento é, sobretudo, um mapa do coração do homem, um mapa de quem
você é, e de tudo que você pode ser. A partir do poema, nos mostra que o
letramento interage com diversos recursos de leitura e de escrita, tendo
inúmeros gêneros, e classes de leitura e escrita, tendo diferentes funções que
atuam em nossas vidas. Portanto, o letramento desenvolve numerosas práticas
sociais de leitura e escrita. (CHONG, 1998, p.4)
Nos dois primeiros anos do Ensino Fundamental, a ação pedagógica deve ter
como foco a alfabetização, a fim de garantir amplas oportunidades para que os alunos
se apropriem do sistema de escrita alfabética de modo articulado ao desenvolvimento de
outras habilidades de leitura e de escrita e ao seu envolvimento em práticas
diversificadas de letramentos. De acordo com o parecer CNE/CEB nº 11/201029, “os
conteúdos dos diversos componentes curriculares [...], ao descortinarem às crianças o
conhecimento do mundo por meio de novos olhares, lhes oferecem oportunidades de
exercitar a leitura e a escrita de um modo mais significativo” (BRASIL, 2010). Pág. 61.
A BNCC estabelece que alfabetização das crianças aconteça até o segundo ano
do Ensino Fundamental, com o propósito de assegurar o direito de aprender a ler e
escrever, ampliando sua capacidade de produção e compreensão de textos em
diferentes áreas de conhecimento.
No documento Proposta Pedagógica da Rede Municipal, o conceito de
alfabetização dialoga com o de Magda Soares, inclusive ele cita a referenciada
estudiosa.

Alfabetização é o processo de   aprendizagem do sistema de representação dos


sons da fala, ou seja, como transformamos os sons da fala, os fonemas, em
letras ou grafemas, mas não bastante aprender a codificar ou decodificar, pois
alfabetizar é a aquisição de uma tecnologia: o sistema ortográfico e alfabético.
Para adquiri-la é necessário saber segurar o lápis, usar o lápis, nem pressão de
mais, nem de menos, escrever de cima para baixo e da esquerda para a direita,
ou seja, são elementos da tecnologia: a alfabetização. (SOARES, 2017, p.19
apud BRUSQUE, 2021, p.44)

Nos anos iniciais, a educação é voltada ao desenvolvimento da alfabetização e do


letramento, onde o estudante é protagonista de sua aprendizagem, estimulando o
autoconhecimento, a empatia, ao respeito às diferenças e adquirindo a sua cidadania
para sua transformação humana e social (BRUSQUE, 2021).
Ainda de acordo com a Proposta Pedagógica da Rede Municipal de Brusque
(2021), para iniciar o processo de alfabetização o professor tem que ter em mente o
quão difícil é para a criança aprender um novo sistema de forma coletiva, pelos desafios,
experiências, distância da sua realidade cultural, pois todos têm um tempo diferente para
aprender, uma cultura, um contexto, que faz desse processo uma construção em que
torna cada criança única.
Portanto, o Estágio Supervisionado III ocorrerá no campo dos Anos Iniciais, mais
especificamente o 2º Ano, a fim de analisar e compreender esse espaço para construção
e aplicação de planos de ação baseados nas áreas do conhecimento propostas na
BNCC, com enfoque no processo de alfabetização e letramento, com o intuito de
promover as competências e habilidades dos alunos.
A proposta metodológica dos Planos de Ação será baseada nas interações
lúdicas, por meio de jogos, músicas, literaturas, brincadeiras, entre outros.

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3.1 DIRETRIZES CURRICULARES DA EDUCAÇÃO BÁSICA

Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais é estabelecido a Lei n 9.131/95 da


LDB, definida pelo Conselho Nacional de Educação, tornando-se mandatória para todos
os sistemas. Portanto, perante o Art. 7 da lei n 4.024/61 (com ênfase na lei n 8.181/95),
apropria-se a responsabilidade de garantir a participação da sociedade na educação
básica (BRASIL, 2013).
Para Freire (2001) a escola tem um papel de conduzir ações por meio de um
processo educativo que desenvolva cidadania, propicie mudanças, transformando a
educação num processo formativo que construa uma visão crítica e participativa.
Nesse sentido, as diretrizes curriculares nacionais entendem que o currículo é um
grupo de valores e práticas no qual promove a produção e socialização de significado no
ambiente social e que ajuda intensamente para a criação de identidades sócias e
culturais dos alunos. Na educação básica, elas são produzidas em função das
particularidades de seu meio como profissional e das características próprias dos
alunos.
Segundo as DCN dos anos iniciais do Ensino Fundamental, a criança desenvolve
a aprendizagem da leitura, dos conceitos matemáticos básicos e compreende a
realidade que a cerca. O desenvolvimento da linguagem permite que ela reconstrua e
planeje suas ações, além de descrevê-las. A criança, nessa fase, tem maior interação
nos espaços públicos, sendo um período em que se deve intensificar a aprendizagens
sociais, com ênfase no desenvolvimento de habilidades que facilitem os processos de

ensino e de aprendizagem (BRASIL, 2013).


3.2 CURRÍCULO BASE DO TERRITÓRIO CATARINENSE

O Currículo Base do Território Catarinense foi proposto a partir da União dos


Dirigentes Municipais de Educação do Estado de Santa Catarina trazendo as
competências gerais da BNCC, áreas do conhecimento, proposta da educação infantil,
do ensino fundamental, base para os projetos políticos pedagógicos.
Destaca-se no documento da proposta curricular de Santa Catarina a educação
integral, como base do desenvolvimento educativo, demonstrando-a como: “[...] uma
estratégia histórica que atesta praticar trajetos formativos mais completos, complexos e
integrados, no qual pensam a educabilidade humana consigo em sua complexa
dimensionalidade” (SANTA CATARINA, 2014, p. 26).
Assim sendo, realça a demanda de obter um currículo integrado, em que
desenvolva um diálogo nas áreas do conhecimento, refletindo as múltiplas proporções
do desenvolvimento humano.
O Currículo do Território Catarinense traz a pluralidade das falas dos profissionais
da educação numa perspectiva democrática, trazendo neste documento diferenciais
como princípio formativo: Educação Especial, Quilombola, Indígena, Rural, Jovens e
adultos, Ambiental e Étnico Racial.
Santa Catarina é uma referência na educação e o Currículo Base da Educação
Infantil e do Ensino Fundamental do Território Catarinense, em formato digital, se
destaca, conforme Resolução CEE/SC Nº 070, de 17 de junho de 2019,
Assim, respeitando a trajetória da educação ao longo dos anos, o objetivo deste
documento é revigorar e reconstruir o currículo, seus atores sociais, a organização
estadual e os documentos legais, além de ressignificar o planejamento e a prática
docente, instigando o professor a criar metodologias que levem as crianças ao
protagonismo e à transformação social.
Portanto, o Currículo do Território Catarinense (2019) aborda o sentido da
educação, conforme destaca-se a seguir:
Nessa direção, o currículo base parte do princípio de que a democracia, o
estímulo ao desenvolvimento do sujeito, a difusão e o incremento do
conhecimento e da cultura em geral, a inserção dos sujeitos no mundo,
constituem fins e objetivos que dão sentido à educação. (SANTA CATARINA,
2019, p.19)

3.3 BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR – BNCC


A BNCC é um conjunto orgânico normativo que define as aprendizagens as quais
todos os alunos devem desenvolver ao longo do período da educação básica. O referido
documento estabelece pilares para construção de currículos escolares definindo
competências, aprendizagem, habilidades relacionadas ao conhecimento propondo o
desenvolvimento intelectual, social, físico, emocional e cultural de uma educação integral
(ZILIOTTO, 2020).
   
[...] A BNCC é um documento plural, contemporâneo, e estabelece com clareza o
conjunto de aprendizagens essenciais e indispensáveis a que todos os
estudantes, crianças, jovens e adultos têm direito. Com ela, redes de ensino e
instituições escolares públicas e particulares passam a ter uma referência
nacional obrigatória para a elaboração ou adequação de seus currículos e
propostas pedagógicas (BRASIL, 2017b, p. 5).

Um dos objetivos da BNCC é formar estudantes com as habilidades e


conhecimentos fundamentais para o século XXI. Utilizando de recursos modernos e
incentivando as práticas pedagógicas, bem como a atualização do corpo docente,
construindo uma sociedade mais justa, democrática e inclusiva (ZILIOTTO, 2020).
No Ensino Fundamental, existem as competências específicas da linguagem,
utilizando inúmeras práticas, principalmente nos anos iniciais no que se refere à
alfabetização e letramento, sendo elas:
1- Compreender as linguagens como construção humana, histórica, social e
cultural, de natureza dinâmica, reconhecendo-as e valorizando-as.
2- Conhecer e explorar diversas práticas de linguagens em diferentes
campos da atividade humana, colaborando para construção de uma sociedade
mais justa.
3- Utilizar diferentes linguagens, como verbais, corporais, visuais, sonoras e
digitais a fim de produzir sentidos que levem ao diálogo, à resolução de conflitos
e à cooperação.
4- Utilizar diferentes linguagens para defender pontos de vista que respeitem
o outro e promovam os direitos humanos, consciência socioambiental e consumo
responsável.
5- Desenvolver o senso estético para reconhecer, fruir e respeitar as
diversas manifestações artísticas e culturais.
6- Compreender e utilizar tecnologias digitais de informação e comunicação
de forma crítica, significativa, reflexiva e ética, nas diversas práticas sociais, na
comunicação, conhecimentos, resolução de problemas e no desenvolvimento de
projetos autorais e coletivos (BRASIL, 2017, p.65).

4. ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NOS ANOS INICIAIS

Conforme a BNCC o componente língua portuguesa assume a centralidade do


texto, sendo uma unidade de trabalho, ao item língua portuguesa, oferecem aos alunos
experiências que auxiliam para a ampliação dos letramento, possibilitando a participação
positivas e negativas nas inúmeras práticas sociais formada pela oralidade, escrita e
diferentes linguagens.
Existem novas considerações dos multiletramentos, sendo uma delas a cultura
digital, podendo ter diversas linguagens e diferentes letramento, utilizando a hipermídia,
linguagem linear com baixo nível de hipertextualidade.
Estima-se mais de 250 línguas faladas no país- sendo elas, afro-brasileira,
indígenas, de sinais, português etc. tornando-se desconhecidas pela maioria da
população brasileira.
Os eixos de integração considerados na BNCC de Língua Portuguesa são
aqueles já consagrados nos documentos curriculares
A partir da BNCC de língua portuguesa, os eixos de integração já consagrado nos
documentos curriculares são equivalentes as práticas de linguagens, referindo-se a
oralidade, escuta, leitura, produção , análise linguísticas e etc.

O processo de alfabetização: A partir da proposta pedagogia, as crianças desde


que nascem já prática, diversos práticas letrarás, mas é a partir do 1 e 2 anos do ensino
fundamental que se alfabetizam.
Para se alfabetizarem precisam conhecer o alfabeto e o método da escrita e leitura,
conseguindo codificar e decodificar os sons da língua.

Para o pedagogo, trabalhar a alfabetização da ortografia do português do Brasil,


ele tem que ter o conhecimento das relações fono-ortográficas, e percebendo as
relações da escrita e das letras bastante complexas, diferenciando seus sons, como se
separam, se juntam e assim por diante.

Sendo assim: a BNCC traz uma pesquisa sobre a construção da língua escrita pela
criança mostram que, nesse processo, é preciso:
 Diferenciar desenhos/grafismos (símbolos) de grafemas/letras (signos);

 Desenvolver a capacidade de reconhecimento global de palavras (que

chamamos de leitura “incidental”, como é o caso da leitura de logomarcas em

rótulos), que será depois responsável pela fluência na leitura;

 Construir o conhecimento do alfabeto da língua em questão;

 Perceber quais sons se deve representar na escrita e como;

 Construir a relação fonema-grafema: a percepção de que as letras estão

representando certos sons da fala em contextos precisos;


 Perceber a sílaba em sua variedade como contexto fonológico desta

representação;

até, finalmente, compreender o modo de relação entre


fonemas e grafemas, em uma língua específica. (BRASIL, 2017, p.91).

Na disciplina de língua portuguesa do 1 e 2 ano do ensino fundamental existem


as práticas de linguagem, os objetivos do conhecimento, e as habilidades.
alguns exemplos de verbos, para as habilidades: Reconhecer, buscar, escrever,
observar, copiar, distinguir, segmentar, identificar, relacionar, comparar, nomear,
agrupar, compreender, ler, planejar, produzir, registrar, recitar e apreciar. É a partir
desses verbos que os professores praticaram diversas atividades para alfabetizar os
estudantes.

5. AS SITUAÇÕES LÚDICAS DE APRENDIZAGEM NOS ANOS INICIAIS

Para darmos início na discussão sobre as situações lúdicas de aprendizagem,


vamos compreender o significado da palavra “lúdico”, no qual vem do latim ludus que
significa brincar, podendo ser relativo à outras referências, como brinquedos, jogos e
brincadeiras (COSTA, 2005). A ludicidade desenvolve habilidades e competências
específicas para o desenvolvimento pleno das crianças. “ [...] O lúdico contribui para o
desenvolvimento integral da criança [...] A aprendizagem se torna muito mais significativa e
prazerosa, o aluno aprende sem perceber. O lúdico faz parte do mundo da criança. A escola,
portanto, não pode ficar alheia a isso” (HENDLER, 2010, p.9).
Deste modo, a ludicidade é uma ferramenta necessária para o desenvolvimento
da aprendizagem do estudante, em que pode ser trabalhada em todos os componentes
escolares, promovendo uma maleabilidade e até a interdisciplinaridade por meio das
áreas do conhecimento.
Segundo Pimentel (2008, p.9) “o brincar é executado desde atos organizados e
planejados, com o propósito de chegar a uma finalidade, em outras palavras, as crianças
não brincam por brincar, e sim com uma finalidade de obter objetivos pré-alcançados
elaborados pelo docente”.
O lúdico promove o desenvolvimento e a aprendizagem estende uma série de
possibilidades, estratégias e métodos, concedendo assim, uma aprendizagem
significativa. “ Aprender com gosto, envoltura, tem o dever de preencher o aluno de
anseios e desejos, sendo assim, dar sentido a sua aprendizagem” (RUFINO, 2014,
p.18).
É de extrema importância que o lúdico sempre esteja no cotidiano escolar dos
estudantes, com a índole pedagógica de abranger uma aprendizagem importante,
atividade lúdica no qual o aluno tenha o desejo de pensar. Por isso, surge a necessidade
de planejar atividades lúdicas em escolas. (SANTOS, 2010, p. 4).
Conforme Vygotsky (1998, p. 17), "quando se brinca, o ser humano cria, inova,
deixa fluir sua capacidade e liberdade de inventar novas maneiras para progredir e
resolver problemas circunstanciais". No momento em que a criança participa de algum
tipo de brincadeira, ela está em processo de aprendizagem e de desenvolvimento, este
que, por sua vez, ocorre de maneira lúdica e prazerosa, no qual se aprende ainda sobre
as regras e a convivência com o outro.
Nas séries iniciais os alunos continuam em fase de curiosidades e
descobrimentos, saindo do mundo imaginário do faz de conta da Educação Infantil para
um aprendizado com novos horizontes, na qual sua bagagem não pode ser descartada,
pois traz consigo toda uma experiência a ser acolhida. Ao entrar no Ensino Fundamental
a criança necessita que o ambiente seja receptivo, acolhedor, dinâmico e alegre,
utilizando-se de forma lúdica para o processo de alfabetização com rodas de conversa,
música, jogos, parlendas, etc.
O lúdico é de grande importância para todos aqueles professores interessados
em promover mudanças na sua prática escolar, pois ele é um instrumento que pode ser
adaptado na proposta metodológica. Serve para trabalhar no ambiente escolar no que
se refere à promoção de ações inclusivas (MAFRA, 2008).
O professor nesse momento deve ter um olhar mais sensível e compreender
como desenvolver e produzir o processo de ensino-aprendizagem em sala de aula,
fazendo com que o aluno tenha interesse, prazer em estudar e ver a escola como um
ambiente caloroso que o acolhe e o respeita, que possibilita o seu fazer, o seu
protagonismo.
Ressalta-se que a ludicidade facilita o processo de aprendizagem, pois incentiva
o aluno a experimentar, descobrir e elaborar, assimilando assim para a construção
intelectual.
Essa experiência é adquirida pela participação em jogos com os companheiros,
pela observação de outras crianças (podemos ver no recreio os pequenos
olhando os mais velhos antes de se lançarem por sua vez na mesma
brincadeira), pela manipulação cada vez maior de objetos de jogo. Essa
experiência permite o enriquecimento do jogo em função evidentemente das
competências da criança, e é nesse nível que o substrato biológico e psicológico
intervêm para determinar do que a criança é capaz (BROUGÉRE, 2000, p. 107).

É por meio dessa ferramenta de aprendizagem que os educadores deveriam dar


uma atenção especial ao processo de ensino-aprendizagem utilizando-a, para além de
ensinar e aprender conteúdos, desenvolvendo laços afetivos entre professor e aluno,
elemento fundamental para uma prática docente transformadora.

5.1 JOGOS E BRINCADEIRAS.

Os jogos e as brincadeiras dificilmente são utilizados em sala de aula, mas para


alguns educadores o que tem valor são os conteúdos apresentados no currículo, falam
que a criança vai para a escola para ler e escrever e não para brincar . Assis e Pontes
(2015, p.114) afirmam que:
[...] frente aos problemas cotidianos enfrentados na prática pedagógica com
turmas dos anos iniciais, consideramos necessária a análise não somente de
conteúdo, de objetivos e de abordagens metodológicas, mas também das
demandas do trato da Educação Fundamental nesta etapa.

Sabemos que os jogos e as brincadeiras têm um papel predominante na


educação da criança, pois quando a criança brinca naturalmente a aprendizagem se
torna mais prazerosa.
É como diz Vygotsky (1984, p.114) apud Aguayo (2013, p.17):

[...] O brincar e o brinquedo criam na criança uma nova forma de desejos.


Ensinam-na a desejar, relacionando seus desejos a um fictício, ao seu papel no
jogo e suas regras. Dessa maneira, as maiores aquisições de uma criança são
conseguidas no brinquedo; aquisições que, no futuro, tornar-se-ão seu nível
básico de ação e moralidade.

Entendemos que os jogos e brincadeiras muitas vezes podem ser utilizados para
observar sobre um determinado conhecimento na alfabetização, passando não ser o
brincar por brincar e sim como um estímulo de aprendizado numa forma mais prazerosa
e necessária para o desenvolvimento da criança.
Segundo Hartz et al (2012, p. 5):
Com brincadeiras e jogos, o espaço escolar pode-se transformar em um espaço
agradável, prazeroso, de forma a permitir que o educador alcance sucesso em
sala de aula. A criação de espaços e tempos para jogos e brincadeiras no
processo de alfabetização é uma tarefa muito importante que deve ser
proporcionada e direcionada pelo professor, induzindo seus alunos a mexer com
a imaginação e criação colocando em prática seus conhecimentos.

Os jogos e as brincadeiras especialmente dentro das escolas devem ter como


processo nas atividades lúdicas, porque através desta vivência que a criança é capaz de
saber como funciona o mundo real, sem contar que as brincadeiras proporcionam
momentos de prazer e alegria e é nesse processo que se dá o desenvolvimento
psicomotor natural da criança, contribuindo para os limites, regras e tempo
desenvolvendo seu controle para conseguir brincar.

5.2 BRINQUEDOS
Os brinquedos correspondem a múltiplas manifestações, sendo eles de raízes,
domésticos, perecíveis ou etc. no caso o que faz sentido do brinquedo é sua função,
definido por Kishimoto (1994), sendo um amparo nos sentidos concretos e ideológicos,
em que dá amparo nas brincadeiras ou jogos.
A partir dos brinquedos, brincadeiras e jogos, colaboram de uma forma correta o
desenvolvimento dos estudantes, provendo uma aprendizagem importante em seu
processo. No qual, para aconteces essas abordagens, os professores têm que utilizar
esses recursos pedagógicos como uma base, sendo um método favorável da
aprendizagem significativa.

6 PLANOS DE ACAO

Os planos de ação foram preparados de acordo com as propostas da BNCC,


aplicando os

REFERÊNCIAS:

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