Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
O DE MOURA
RIO
19 50
INDI CE
Pig
Titulos
sôbre Obra anterior
Outros trabalhos do Autor ..
7
Trabalhos a publicar
11
Introdução 13
-I-
ses Produtoras 31
- IV
Subestrutura
Bases das Leis Supremas- Estrutura Poliitica e
na Discussão
Econômica
agio Politico e A Contundência
A7
da Projetada lei
106
VI
A Legislaão Projetada:
VIl
A Revisão Constitucional 85
Bibliograf.a. 99
II
o CONCEITO DA
PARTICIPAÇÃO NA
SOCIAL DAS CARTA DA PAZ
CLASSES PRODUTORAS
O fåto de haver a
reunião da Mesa Redonda projetada legislação provocado a
deu lugar a que
apenas os meros espectadores, como nós, seindagassem, não
as Classes Pro-
dutoras eram contrárias
pregado no
ao
principio da participação do em-
lucro da emprêsa, inscrito na
sileira, e ora em vias de Constituição Bra-
Nacional. regulamentação pelo Congresso
A resposta imediata e decisiva que se impoz, embora
pudesse, à primeira vista e sem explicação, parecer
xal, foi a seguinte: as Classes Produtoras são, não parado-
sòmente,
favoráveis, como até as pioneiras da adoção desse
e salutar
pacifico
principio nos costumes trabalhistas do Brasil.
Na verdade, aföra o uso, já por várias formas correte.
em numerosas
organizações do país, da distribuição perió-
dica de gratificações, na conformidade de
saldos apurados
em balanço, um episódio de significativo valor haveria de
demonsrtrar o intuito dos empregadores brasileiros de trans
ferirem para a prática permanente essa adjudicação de lu-
cros aos empregados de suas emprêsas.
Isso teria ocorrido, sem nenhuma imposição ou pressão
da parte dos empregados, e por compromisso expontâneo,
formal e solene dos empregadores, através da Carta da Paz
Social, de 10 de Janeiro de 1946; isto é, antes de qualquer
movimento tendente a inculcar a prática désse postulado e
mesmo da sua consagração na Constituição Federal.
E essa altruistica e memorável Carta, desde logo tomada
deve-
para modêlo básico da fórmula da Paz SoCial, que se
Tia elaborar, para o continente americano, na Conferência
de Lima, tinha, entre outras ,as seguintes finalidades:
neles senti-
"fraternizar os homens, fortalecendo
os
10-
10 C. TORRES GONÇALVES, do Apostolado da Igreja Pozitivista
do Brasil. "PARTICIPAÇÃO COMPULSORIA DOS EMPREGA-
EMPREGADORES".
DOS NOS LUCROS DOS
É disposição da Constituição de 1946; porém, contrária à
mo-
compuls0-
nhão o s respetivos chefes a faltar. Porém, impor des-
deles nos lucros, será violeência
riamente a participação
e estímulo aos emprega-
moralizadora para os empregadores
do
desinteressem dos preços de
abaixamento
dos para que se de
alravés das emprêsas, ou dos preços
serviços, que préstam Concorrerá,
utilidades, que produzão.
entrega ao público das para transformar proletá-
quando grandes forem os lucros,
riosem pequenos burguezes,
aumentando o número destes,
contrariamente à sua necessária estinção gradual.
dignidade de empre-
Sofreria a economia geral. Sofreriaa
atual Presidente da
Social", de autoria do "Confederacka Na
cional do Conércio".
A propósito, ponderaremos o seguinte, Em uma
dustrial normal, a cada empr sa ou empregador, situação
individnin
mente, caberá a assisténcia em apreço. A dos poderes pih
cos se dará entáo em relação aos seus próprios funcionári
eu quando, por qualquer motivo, venha a faltar a dos p a t r
particulares.
En ambos os casos, assistência independentemente de gual.
quer fundo financeiro específico formado por contribuicoes
as despesas saindo dos cofres públic05, ou das emprêsas
empregadores. Mas, também sômente caberá ela aos efetiva
mente necessitados; não, como acontece hoje, prestada indis-
tintamente. Quando se dá aos que não precisão, acaba-se por
ficar impossibilitado de atender aos que precisão
E a soBução normal. Supõe uma educação fundada em con
cepção social da indústria, ainda não prevalecente. E, até
lá, a sugestão da "Confederação Nacional do Comércio", uma
vêz praticada, poderá vir a ter alta eficácia, nas relações entre
empregadores e empregados: protetora, acalmadora, digni-
ficadora."
ORIENTAÇAO E SUBSIDIOS DA CONSTITUINTE BRASI
LEIRA QUANTO À PARTICIPAÇAO
13 Diário da Assembléia
de 1946. Nacional Constituinte de 19 ae maio
JOSE DUARTE- Constituição
III, págs, 200 de 1946.
e
seguintes. Comentada,
37
A triade doutrinária, que teria sido, a seu tempo, uma
conquista futurista, é hoje uma realidade pacífica e
rada, no dominio econômico das nações progressistas.supe-
Por
sua vez ela é contemporânea, e elemento esclarecedor, do
Rerum Novarum". E dêste a enciclica do
"Quadragésimo
Ano" é apenas umsingelo delicado
e colorário.
Na realidade, a célebre enciclica de 1891, de Leão XIl
"sobre a condiço dos operários" (Rerum Novarum), a bo-
nançosa semente de então, que é hoje árvore de copada
Sombra no campo da justiça social, sustentava que acima da
livre vontade (dos patrões e dos operários no contrato de
trabalho) há uma lei de justiça natural mais elevada e mais
antiga, isto é,: "o sálário deve sero suficiente para manter
o operário sóbrio e honesto".
a) salário minimo;
-39-
o
berço até o túmulo" permitindo aos indivíduos viver
seguros e morrer
descansados!
E por essa forma
se verifica
quanto foi reticente
o a
Constituinte brasileira ao tirar de frágeis premissas
Conclusões para implantar uma novidade
funest
Siva aos
interêsses econômicos do extravagante,
Se
verá, aos dos pais, e, inclusive, co
pertar e
próprios beneficiários que ela resolveu des
erroncamente acudir!
IV
BASES DAS LEIS SUPREMAS. ESTRUTURA
POLITICAE
SUBESRUTURA ECONOMICA- CONSTITUIÇOES SóLI-
DAS E SECULÁRES.
CONSTITUIÇOES FRAGEIS E
EFEMERAS.
Com evidente objetividade, atilados observadores alie-
niginas já assinalaram que, no Brasil, a sua fraca base eco-
nômica sustenta o seu imenso mundo politico. (17)
17-
42
triotismo dos nossOs constituintes, de tôdas as épocas.
deixará de se extasiar com a beleza de suas obras, nem
constm.
soes das mais pomposas que, porem, por falta de base.
frequentemente desabamn.
A raca, o meio, o clima e os
costumes fizeram do
tipo, máximé, do homem de elite, uni ser que ferve nosso
anto
as ideologias, mas que
emudece, e ate córa, diante do sen-
tido prático e utilitário das coisas.
Dai, talvez, essa imensa desconformidade entre o
se pensa e o que se realiza; entre o
que
que se deseja e o que
na verdade, pode ser feito.
Por essa deformidade de construção, as nossas
leis bá-
sicas tornam-se analiticas, descendo aos mínimos
detalhees
ideológicos, para que näo se admitam esquecidas ou frau-
dadas na exuberåncia dos seus intuitos.
Por esse feitio, as nossas
Constituições são verticais,
elevando-se febrilmente, preocupadas em criarem um com-
partimnto próprio para tôda conquista nova ou atraente,
ainda que, alhures, apenas,
esboçada.
Ao contrário, outros povos, de
temperamento diverso,
tangivel à realidade da vida, tomando
obra a simplicidade e a para principio da
segurança das coisas, conseguem
realizar construções planas e duradouras,
versidade dêsses métodos as
resultando da di-
Constituições frágeis efêmeras
e
e as
Constituições
túria dos anos.
sólidas e seculares, já bafejadas pela cen-
O exemplo típico desse paralelo encontra-se no contraste
que oferecem as nossas sucessivas leis básicas e
a Consti-
tuição dos Estados Unidos da América do Norte.
Como todos sabem, a
de 4 de julho de Independencia Norte-Americana,
1776, resultou da rebeldia e da luta das
Colonias Inglêzas, contra a
metrópole que, porautônomos.
negociada, foram reconhecidas como Estados fôrça da paz
Isso significa
que, histórica e politicamente, os Estados
Cnidos deveriam resultar em uma
1adada ao desregramento, em face das "Confederação", mas
lutas intestinas, en
tão, ali reinantes.
Nessa época, preocupações
Clal, comercial e financeira pesavamordem
de
internacional, so-
sôbre os espiritos mas
esclarecidos, tornando-se incerto o futuro dos
da
Estados.
ra intenso o culto pela soberania local, mas, à somDra
,
"Confederação", campeava
eal do homem do campo anarquia.
a
20.
ALEXANDRE
Publius. HAMILTON-"The Federalist" n. IX, de
23 UNIDOS DA AMERICA Do
CONSTITUIÇAO DOS ESTADOS
NORTE, art. VI.
46
narte politica, conseguiriam realizar obra sábia imnere-
ivel, ainda tida, no seu
que nascedouro, como
e
E êsse é
monumento de 17 de setembro de 1787, marco
o
perene eluminoso do mundo civilisado e Constituição
Secular que, tendo inspirado a do Brasil, de 1891, acaba na
atualidade de servir de modélo à mais nova das Constitu-
oes, da maior de tôdas as democracias, a da nascente fie
pública da India.