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Correlação Verbal

 
A correlação verbal define-se pela coerência estabelecida entre os tempos
verbais.
A modalidade escrita da linguagem requer distintas habilidades, mas nem sempre
são seguidas essas regras.

Nesse sentido, todos esses requisitos, uma vez coordenados entre si, incidem de
forma positiva para a efectivação de alguns aspectos imprescindíveis a qualquer
discurso: clareza, objectividade e precisão dos enunciados.

A Correlação Verbal caracteriza-se pela harmonia, pela coerência que se dá


entre as formas verbais expressas numa frase, numa sequência de frases e,
consequentemente, num período propriamente dito.

Dessa forma, vamos ver alguns exemplos:

Se tu aceitasses o meu convite, eu ficaria muito contente.

Analisando os tempos verbais destacados, constatamos que esses se manifestam,


respectivamente, pelo pretérito imperfeito do modo conjuntivo e pelo futuro do
pretérito do modo indicativo – ambos denotando uma ideia hipotética, provável,
adequada ao discurso.

Vamos começar com mais exemplos:

# Presente do indicativo + pretérito perfeito composto conjuntivo:

Acredito que ele tenha falado a verdade.

# Pretérito imperfeito do indicativo / Pretérito Perfeito + Pretérito mais-que-


perfeito composto do conjuntivo:

Gostava que ele tivesse falado a verdade.   

Foi bom que ele tivesse saído do Grupo.

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# Futuro do conjuntivo + futuro do indicativo:

Se tu disseres a verdade eu ficarei muito feliz.  

# Futuro do conjuntivo + futuro composto do indicativo: 

Quando tu aceitares o meu convite, já terei partido.   

# Presente do indicativo + presente do conjuntivo:

Quero que tu digas a verdade.

Exijo que tu faças o teu trabalho ainda hoje.

# Futuro do conjuntivo + futuro do indicativo:

Quando tu aceitares o meu convite, adorarei.

# Pretérito mais-que-perfeito composto do conjuntivo + condicional


composto:

Se tu tivesses dito a verdade, eu teria acreditado plenamente.

# Pretérito perfeito do indicativo + pretérito imperfeito do conjuntivo:

Ordenei que ele dissesse a verdade.

Exigi que tu fizesses o teu trabalho ainda hoje.

# Pretérito imperfeito do conjuntivo + condicional:

Se tu aceitasses o meu convite, eu viajaria com maior prazer.

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Correlação verbal – conceito e exemplos
Portanto, a correlação de tempos e modos verbais trata de uma necessidade de
uma lógica na semântica entre os verbos de uma oração.

Lista de correlações verbais

Vejamos, então, algumas possibilidades de articulação correcta entre os tempos e


modos verbais numa frase.

1) Correlação verbal quando a oração principal está no tempo presente:

a) presente do indicativo + presente do indicativo:

– Eu sei que ela come muito durante as festas. 

b) presente do indicativo + futuro do presente do indicativo:

– Eu sei que tu comerás muito durante as festas.

c) presente do indicativo + pretérito perfeito composto do conjuntivo:

– Espero que ele tenha trazido um presente* para a Luisinha.


*Presente = Prenda

d) presente do indicativo + presente do conjuntivo:

– Espero que eles tragam um presente para a Maria.

2) Correlação verbal quando a oração principal está no tempo pretérito:

a) pretérito perfeito do indicativo + pretérito imperfeito do conjuntivo:

– Pedi ao Alberto que fizesse o Salame de Chocolate.

b) pretérito perfeito do indicativo + pretérito imperfeito do indicativo:

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– Percebi que a Rita ia passar no Exame de Condução.

c) pretérito perfeito do indicativo + pretérito mais-que-perfeito do indicativo:

– Passou na prova final de tanto que estudara.

d) pretérito perfeito do indicativo + condicional:

– Disseram que seria uma reunião rápida.

e) pretérito imperfeito do indicativo + pretérito mais-que-perfeito composto do


conjuntivo:

– Queria que ele tivesse falado a verdade no tribunal.

f) pretérito imperfeito do conjuntivo + condicional:

– Se ele estudasse mais, saberia responder melhor no exame.

g) pretérito mais-que-perfeito composto do conjuntivo + condicional composto:

– Se ele tivesse feito a compra do mês, a esposa não teria ficado brava.

3) Quando a oração principal está no tempo futuro:

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a) futuro do presente do indicativo + pretérito perfeito do indicativo:

– Nós teremos aquilo que nos prometeram.

b) futuro do conjuntivo + futuro do presente do indicativo:

– Quando eu passar por Sintra, avisar-te-ei.

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Vejamos este exemplo:

 Se ele dormisse durante as aulas, jamais aprenderia a lição.

No caso, o verbo dormir está no pretérito imperfeito do conjuntivo. Sabemos que o


conjuntivo expressa dúvida, incerteza, possibilidade, eventualidade. Assim, em que
tempo o verbo aprender deve estar, de maneira a garantir que o período tenha lógica?

Na frase, aprender é usado no Condicional (aprenderia), um tempo que expressa,


dentre outras ideias, uma afirmação condicionada (que depende de algo), quando esta
se refere a factos que não se realizaram e que, provavelmente, não se realizarão. A
frase, portanto, está correcta, já que a ideia transmitida por dormisse é exactamente a de
uma dúvida, a de uma possibilidade que não temos a certeza se ocorrerá.

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