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FUNDAMENTAL I
RESUMO
O presente trabalho almeja o avanço contínuo, no letramento, dos alunos do
fundamental I, pela prática do audiovisual. A educação pode e deve ocorrer em diferentes
espaços, pensando na importância de articular o educando ao processo de criar e ser
protagonista, nos deparamos com a problemática de como o cinema, enquanto prática
educativa de criatividade e criticidade, possibilita o letramento dos alunos do fundamental I
na zona rural do cariri paraibano? Tendo como objetivo geral estimular os conhecimentos
necessários ao ano escolar inseridos pela possibilidade do ato de criar. O projeto é de natureza
qualitativa com pesquisa-ação, pois a pesquisadora é professora atuante na sala de aula
proposta à pesquisa. Quando bem utilizado, o cinema contribui no processo de letramento,
dentre outras razões, justifica-se pelo processo de conhecimento da linguagem, levando a crer
a necessidade de que o aluno não aprenda apenas com a imagem, mas também seja habilitado
a refletir em relação àquilo que aprende, cria e transmite. Os participantes do estudo serão
crianças do 3° ano da referida região. Será posta em prática leituras de textos teóricos,
apresentações audiovisuais e oficina de roteiro, tendo livros como resultado do primeiro passo
do projeto e montagens de filmes em stop motion. Será feita uma mostra de cinema para
apresentação das criações e material concreto do processo de criação. A lei 13.006/14 embasa
a aplicação de 2 horas de filmes nacionais, por mês, em sala de aula, mas é subjetiva e
partindo de comunidades rurais que pouco tem contato com a linguagem dessa arte, mostrar
filmes não convêm ao processo educativo, não se deseja generalizar ou banalizar o cinema,
mas torná-lo parte do letramento com uma aprendizagem significativa da
interdisciplinaridade. Atrelado a BNCC que detalha a importância das práticas de linguagem
pelos campos de atuação que vão de conhecimentos do dia a dia às práticas de leituras
literárias e propor pautas de discussão. Ainda, pelo Brasil (2018), corroborando a inserção
dessa prática através das mídias digitais, como também discute o cinema, os críticos
Napolitano (2009), Fresquet (2015) e Bergala (2008). Tendo pelo celular o aplicativo stop
motion, como ferramenta digital para curta metragens, Lopes (2013) fomenta a importância
da inserção de novos elementos, assim como Rojo (2012). Na tentativa de se rechaçar da
cultura engessada da educação tradicional e padronizar o espaço educativo, este projeto busca
atuar com a multimodalidade do cinema e o multiletramento que partirá dele.
JUSTIFICATIVA
Durante muito tempo foi utilizada em sala de aula a dita educação “tradicional”, em
que o professor é a figura central e o estudante tem o papel de expectador, subestimando-os e
por vezes os distanciando da escola, por acreditar que o professor detinha o poder total da
informação. Ainda mesmo hoje, com todo o processo de educação transformadora, encontra-
se dificuldades no processo de letramento às salas dos anos iniciais, tendo o dever não apenas
de formar, mas de informar à alfabetização, que carrega o fardo da reprodutibilidade.
Com isso, percebemos a necessidade de uma prática pedagógica que corrobore para a
fase (anos iniciais) em uma variedade criativa do aluno, como, trabalhar metodologias que se
tornem relevantes e importantes para a desmistificação do professor enquanto polo do ensino.
Temos a urgência e necessidade de mesclar os conhecimentos prévios e adquiridos em sala,
pelo aluno, com o profissional da educação.
Para que haja uma educação plena, é necessário que busquemos por metodologias
transgressoras, atuais e inclusivas, por isso foi pensado a inserção do audiovisual enquanto
prática pedagógica para o letramento, a fim de provocar no aluno os conhecimentos
necessários para a construção de histórias. O saber ouvir, ler e escrever, não apenas
decodificar, como pontuação, sinais gráficos, escrita e leitura consciente, construir,
reconstruir, criticar e se autoavaliar.
Tendo como auxílio diferentes materiais, teóricos e práticos, ficou notado a influência
que o audiovisual causa em seus receptores e não seria diferente na educação, mas pensado da
perspectiva de colaborador. Na intenção de ter como produto-projeto, uma mostra de cinema,
em que serão utilizadas nas aulas de alfabetização dos anos iniciais, tecnologias digitais, que
unem o letramento ao audiovisual.
Para que os objetivos sejam alcançados, os vídeos da mostra, devem ser feitos a partir
da criação de histórias, histórias essas, que abordam assuntos e questões próprias dos alunos,
sendo revisadas pelo professor, avaliadas, corrigidos equívocos e reescritos pelos próprios
estudantes. Com a expectativa da obtenção dos conhecimentos embutidos no programa
escolar e os conteúdos programáticos da série, como pontuação, sinais gráficos, escrita e
leitura consciente.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Cada educador tem como tarefa refletir sobre as necessidades de seus alunos,
argumentando a esta proposta pedagógica, vê-se a interação dos filmes como alternativa e
estratégia no desenvolvimento escolar dos alunos, contribuindo com o formato audiovisual
para o acompanhamento dos conteúdos, facilitando a arguição das atividades e construindo
saberes, e é na escola que se encontram instrumentos capazes de alfabetizar e apreciar as
artes. Partindo deste ponto, Napolitano em seu livro, nos relata a hipótese de que “Trabalhar
com o cinema em sala de aula é ajudar a escola a reencontrar a cultura ao mesmo tempo
cotidiana e elevada, pois o cinema é o campo no qual a estética, o lazer, a ideologia e os
valores sociais mais amplos são sintetizados numa mesma obra de arte” (2003, p.11)
A escola pode e deve ser o lugar que proporciona novas experiências aos alunos,
tempos modernos requerem o máximo das percepções humanas. E assim como no passado em
que as cavernas foram para os povos primitivos a casa do desenvolvimento artístico, pode ser,
agora, a casa que oferecerá a oportunidade do autoconhecimento, do pensamento/ação e da
segurança enquanto criação, como relata Gaston Bachelard (1989) apud Martins (2009, p.30)
“A caverna foi a casa na qual o artista se sentia seguro enquanto criava; pois a casa abriga o
devaneio, a casa protege o sonhador, a casa permite sonhar em paz”.
METODOLOGIA
A priori as leituras serão feitas pelo professor, ele discutirá com os alunos a mecânica
do audiovisual em sala de aula, como se escreve roteiros e produz filmes, com duração de 2
meses. Em seguida escreverão histórias que servirão de roteiros para os filmes, as histórias
contam com o processo de organização temporal, clareza, ortografia, ilustrações e finalidade,
neste passo o professor-mediador contribuirá com a correção de ortografia, organização,
clareza, mas não interferirá nas ideias dos alunos, este passo terá duração de 2 meses,
contando com escrita e adequação dos materiais escritos.
Após estes processos, será organizada uma oficina de curta metragem em stop motion,
o professor, mostrará como se produz os filmes, a partir de um roteiro, montam-se as cenas,
tirando fotos e mexendo as personagens e/ou objetos a cada fotografia, em seguida passa para
o aplicativo, que transmitirá as fotos em determinada velocidade, fazendo delas um filme.
Depois, coloca-se a voz, os alunos irão ler as falas do roteiro a cada cena, para finalizar. O
passo a passo da elaboração, será com filmes prontos e filmes feitos em tempo real, além de
construir curtas com os alunos, juntos analisarão os filmes, suas características, função social,
didática e etc. Finalizado este passo, os alunos irão montar seus próprios filmes,
confeccionarão com materiais recicláveis os cenários, repassarão seus roteiros para as cenas,
farão as fotos e em seguida as falas, o professor irá revisar e por fim será, de fato, finalizado.
REFERÊNCIA
PINTO, C. Escola e autonomia. In: DIAS, A. et. Al. A autonomia das escolas: