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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

MINISTÉRIO DA SAÚDE
SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE

Relatório Anual 2021


Relatório Anual das Actividades
Relacionadas ao HIV/SIDA

Abril de 2022
0
AUTORES:

Ministério da Saúde
Quinhas Fernandes, Director Nacional de Saúde Pública
Benigna Matsinhe, Directora Adjunta Nacional de Saúde Pública
Aleny Couto, Chefe do PNC ITS-HIV/SIDA
Irénio Gaspar
Jessica Seleme
Guita Amane
Eudóxia Filipe
Beatriz Simione
Edna Paunde
Yara Paulo
Hélder Macul
Orlando Munguambe
Elisa Tembe
Morais da Cunha
Hélio Magaia
Isabel Sathane
Sérgio Correia
Kwalila Tibana
Namita Eliseu
Orrin Tiberi
Jotamo Comé (Programa CM)
Eduardo Guambe (Programa CM)
Raimundo Machava (PNCT)
Fidel Luís Paizone (DSMC)
Isis Samuel (Residente em Saúde Pública)

1
SUMÁRIO EXECUTIVO

Durante o ano 2021, foram alcançados os seguintes resultados:

Cascata 95-95-95 A cobertura actual do TARV em relação


Até Dezembro de 2021, 84% das às PVHIV está em 81% (1.698.486), com
PVHIV conheciam o seu seroestado,
79% das crianças VHIV em TARV
81% estavam em TARV e 71% das al-
cançaram a supressão viral. (99.169) e 81% dos adultos VHIV em
TARV (1.599.317).
ATS: foram feitos 9.813.169 testes
de HIV
A seropositividade para o HIV foi de APSS/PP: 97% dos novos inscritos em
4,1%. A maioria dos testes foi feito atra-
cuidados receberam aconselhamento
vés da abordagem do ATIP (86%).
Pré-TARV e 90% dos novos inícios
TARV receberam o Pacote Completo
PTV: 97% das mulheres grávidas
HIV+ na CPN receberam ARVs para de Prevenção Positiva
a PTV
Das mulheres grávidas HIV+ inscritas
na CPN durante o período 97% rece- TB/HIV: 95% dos pacientes coinfec-
beu TARV e 86% das crianças expostas tados TB/HIV+ iniciaram o TARV
com menos de 2 meses de idade inscri-
99% dos casos de TB foram testados
tas na CCR colheram amostra para
PCR. A estimativa da taxa de transmis- para o HIV, 96% dos pacientes HIV+ fo-
são vertical foi de 12% (Spectrum 6.06). ram rastreados para TB em cada con-
Das mulheres gravidas inscritas na sulta clínica e 90% dos novos inscritos
CPN, 88% foram testadas para a sífilis,
em iniciaram TPT.
com uma positividade de 2,5% a nível
nacional, e destas 94% completaram o
tratamento com as 3 doses de Penici- MQ: Cerca de 87% dos pacientes em
lina Benzatínica.
TARV estavam inscritos em 696 Uni-
dades Sanitárias que implementa-
ITS: 1.116.607 casos de ITS diag-
nosticados e tratados vam a Diretriz de MQHIV até Dezem-
bro de 2021.
CM: 128.404 circuncisões realiza-
das
M&A: 13% de diferença entre os ac-
C&T: 309.520 novos inícios em tivos em TARV reportados pelos cui-
TARV
dados e tratamento e a farmácia.
Um total de 18.072 novos inícios em
TARV pediátrico e 291.448 novos iní-
cios em TARV para o adulto.

2
ÍNDICE
ACRÓNIMOS .................................................................................................................8
INTRODUÇÃO ...............................................................................................................9
Tabela 1: Principais Estimativas do Spectrum 6.06, 2021 ................................................. 11
Gráfico 1: Mortes Relacionadas ao HIV/SIDA, 2021 - Spectrum 6.06 ............................. 11
Gráfico 2: Estimativas de Novas Infecções pelo HIV, 2021 - Spectrum 6.06 ................. 12
Gráfico 3: Estimativas da Taxa de Transmissão Vertical do HIV, 2021 - Spectrum 6.06
........................................................................................................................................................ 12

ACONSELHAMENTO E TESTAGEM EM SAÚDE (ATS) .....................................13


Gráfico 4: Grau de Cumprimento da Meta do ATS, 2016 - 2021 ..................................... 13
Gráfico 5: Metas e Desempenho do ATS, 2021 ................................................................... 14
Tabela 2: Metas e Desempenho do ATS por Província, ...................................................... 14
Tabela 3: Metas e Desempenho por Modalidade do ATS, 2021 ...................................... 15
Gráfico 6: Taxa de Positividade do HIV, 2021...................................................................... 16
Gráfico 7: Distribuição por Abordagem do ATS por Província, 2021 ............................. 16
Gráfico 8: Testagem do HIV por Sector e por Província, 2021 ......................................... 17
Gráfico 9: Ligação entre os Serviços do ATS e os Cuidados e Tratamento do HIV, 2021
........................................................................................................................................................ 18
Gráfico 10: Ligação entre os Serviços do ATS e os Cuidados e Tratamento do HIV, por
Província em 2021...................................................................................................................... 19

Historial de Testagem ...............................................................................................20


Gráfico 11: Número e Percentagem de pacientes que reportaram testar pela primeira
vez, 2021 ...................................................................................................................................... 20
Gráfico 12: Número e Percentagem de Pacientes Testados Positivos no Passado,
2021 .............................................................................................................................................. 21
Gráfico 13: Número de Testes Feitos por População Chave e Mineiros, 2021 ............. 21
Gráfico 14.A: Taxa de Positividade do HIV na População Chave e Mineiros por
Província, 2021 ........................................................................................................................... 22
Gráfico 14.B: Taxa de Positividade do HIV por População Chave e Mineiros, 2021 ... 22
Gráficos 15.A - 15.E: Número de Testes Feitos e Positividade por População Chave e
Mineiros por Província, 2021 ................................................................................................... 23
Gráfico 16.A: Distribuição de testagem de HIV na População Chave e Mineiros por
Abordagem de ATS e por Província, 2021 ............................................................................ 25
Gráfico 16.B: Distribuição da positividade de HIV por População Chave e Mineiros e
por Abordagem do ATS, 2021 ................................................................................................. 25
Gráfico 17: Testagem do HIV na População Chave e Mineiros por Sector e por
Província, 2021 ........................................................................................................................... 26
Gráfico 18: Número de Testes Feitos por Contacto do Caso Índice, 2021..................... 27
Gráfico 19.A: Taxa de Positividade do HIV entre os Contactos do Caso Índice por
Província, 2021 ........................................................................................................................... 28
Gráfico 19.B: Taxa de Positividade do HIV por Contactos do Caso Índice, 2021 ......... 28

3
Gráficos 20.A, 20.B e 20.C: Número de testes feitos e Positividade dos Contactos do
Caso Índice por Província, 2021 .............................................................................................. 29
Gráfico 21.A: Distribuição de Testagem de HIV dos Contactos de Caso Índice por
Abordagem do ATS e por Província, ...................................................................................... 30
Gráfico 21.B: Distribuição de Positividade dos Contactos de Caso Índice por
Abordagem do ATS, ................................................................................................................... 30
Gráfico 22: Testagem do HIV aos Contactos do Caso Índice por Sector e por
Província, 2021 ........................................................................................................................... 31
Tabela 4: US a oferecer a PTV 2021 ........................................................................................ 32
Gráfico 23: Conhecimento do Seroestado e Positividade do HIV da MG na CPN, 2021
........................................................................................................................................................ 33
Gráfico 24: Cascata da MG ao Nível dos Serviços de CPN, 2021 ..................................... 33
Gráfico 25: Cascata Nacional da Testagem do HIV no Parceiro da MG na CPN, 2021 34
Tabela 5: Testagem do HIV no Parceiro da MG na CPN por Província, 2021 ................ 35
Gráfico 26: Cascata de PTV ao Nível dos Serviços de CPN e CCR, 2021 ........................ 36
Gráfico 27: Distribuição do Tipo de Profilaxias para PTV por Província, 2 .................... 37
Mapas 1 e 2: Cobertura do TARV na MG HIV+ (Serviço e Populacional), 2021 ............ 37
Gráfico 28: Tendência da Cobertura Populacional das MG HIV+ em PTV, 2002 -........ 38
Mapas 3 e 4: Coberturas de colheita de PCR em CE< 2M (Serviço e Populacional),
2021 .............................................................................................................................................. 39
Gráfico 29: Tendências de Cobertura Populacional do DPI, colheita de PCR em CE<2
meses, 2013 – 2021 ................................................................................................................... 40
Gráfico 30: Cascata de PTV ao Nível dos Serviços da CCR (Coorte de 9 Meses), 2021
........................................................................................................................................................ 41
Gráfico 31: Cascata da CCR (Coorte de 18 Meses), ............................................................. 41
Tabela 6: Testagem e positividade de Sífilis na 1ª CPN, 2021 ......................................... 42
Gráfico 32: Cascata da Sífilis na CPN, 2021 .......................................................................... 43

INFECÇÕES DE TRANSMISSÃO SEXUAL (ITS) ...................................................44


Gráfico 33: Evolução de Casos de ITS Diagnosticadas e Tratadas, 2013- 2021 ........... 44
Tabela 7: Casos de ITS Diagnosticadas e Tratadas, 2020 - 2021 ..................................... 45
Gráfico 34: Distribuição dos Casos das ITS Diagnosticadas e Tratadas por Província,
2021 .............................................................................................................................................. 45
Gráfico 35.A: Distribuição Etária dos Casos das ITS Diagnosticadas, 2021 ................... 46
Gráfico 35.B: Distribuição Etária dos Casos das ITS Diagnosticadas, 2021 ................... 46

CIRCUNCISÃO MASCULINA (CM) .........................................................................47


Tabela 8: Evolução do Desempenho do Programa 2014 – 2021 por Província ............ 47
Gráfico 36: Tendência da Evolução do Desempenho do Programa 2014 – 2021 ........ 47
Gráficos 37.A e 37.B: CM e Distribuição Etária entre 2014 – ............................................ 48

CUIDADOS E TRATAMENTO DO HIV/SIDA (CT) ...............................................49

4
Gráfico 38: Evolução do Número de Unidades Sanitárias com Serviços TARV, 2003-
2021 .............................................................................................................................................. 49
Tabela 9: Unidades Sanitárias a oferecerem TARV por Província até Dezembro de
2021 .............................................................................................................................................. 49
Gráfico 39: Evolução da Cobertura do TARV em PVHIV, 2003 -....................................... 51
Mapa 6, 7 e 8: Coberturas Populacionais do TARV (Geral, Adultos e Crianças), 2021 51
Tabela 10.A: Grau de Cumprimento das Metas das PVHIV de 0-14 anos Activas e
Novos Inícios TARV, 2021 ......................................................................................................... 52
Tabela 10.B: Grau de Cumprimento das Metas PVHIV de 15/+ anos Activas e Inícios
TARV, 2021 .................................................................................................................................. 53
Gráfico 40: Novos Inícios em TARV por Mês, Sexo e Idade, 2012 – 2021...................... 54
Gráfico 41: Taxa de Retenção Precoce dos Pacientes em TARV aos 33 dias e 99 dias,
2021 .............................................................................................................................................. 55
Gráfico 42: Taxa de Retenção Precoce em Mulheres Grávidas em TARV aos 33 dias e
99 dias, 2021 ............................................................................................................................... 56
Tabela 11: Volume de Pacientes Activos nas Unidades Sanitárias com Serviços TARV,
2021 .............................................................................................................................................. 56
Gráfico 43: Concentração de PVHIV em TARV nas Unidades Sanitárias com Serviços
TARV, 2021 .................................................................................................................................. 57
Gráfico 44.A: Realização de Carga Viral nos Serviços TARV, 2021 ................................. 58
Tabela 12: Realização de Carga Viral nos Serviços TARV por Província, 2021 ............. 58
Gráfico 44.B: Cascata de Carga Viral nos Serviços TARV, 2021 ....................................... 59
Tabela 13: Percentagem de Pacientes Testados que Receberam o Resultado da CV e
Percentagem de Testados com Supressão Viral por Província, 2021 ............................. 59
Gráfico 45: Tendência da implementação dos MDS nos Serviços TARV, 2021 ............. 60
Gráfico 46: Cascata Nacional de Cuidados do HIV/SIDA (95-90-86) para às PVHIV
(Geral), 2021 ................................................................................................................................ 61
Gráfico 47: Cascata Nacional de Cuidados de HIV/SIDA (95-90-86) para PHIV
(Adultos), 2021 ........................................................................................................................... 62
Gráfico 48.A e 48.B: Cascatas Nacionais de Cuidados do HIV/SIDA para às PVHIV
(Adultos), desagregadas por Sexo, 2021 .............................................................................. 63
Gráfico 49: Cascata Nacional em Cuidados de HIV/SIDA para PVHIV (Crianças), 2021
........................................................................................................................................................ 64
Tabela 14: Aconselhamento dos Novos Inscritos em Pré-TARV, 2021 ........................... 65
Tabela 15: Revelação do Diagnóstico em crianças dos 8 aos14 anos por província ao
longo dos trimestres, 2021 ...................................................................................................... 66
Tabela 16: Prevenção Positiva nos Pacientes em Cuidados HIV/SIDA, 2021................ 67
Tabela 17: Seguimento de Adesão em PVHIV em TARV, 2021 ........................................ 68
Gráficos 50.A, 50.B e 50.C: Cascatas Nacionais de Chamadas e Visitas para PVHIV em
TARV, 2021 .................................................................................................................................. 68

5
Tabela 18: Cascata de Chamadas e Visitas para Pacientes Activos em TARV por
Província, 2021 ........................................................................................................................... 70
Gráfico 51: Rastreio TB em PVHIV em Cada Consulta Clínica, 2021 ............................... 71
Gráfico 52: Provisão TPT em PVHIV novos inscritos em Cuidados de HIV, 2021 ......... 71
Gráfico 53: Serviços de HIV prestados no Sector de TB, 2016 - 2021 ............................ 72

MELHORIA DE QUALIDADE (MQ) .........................................................................73


Mapa 9: Distribuição de US MQHIV por província .............................................................. 73
Mapa 10: Cobertura de Utentes que Beneficiavam de Intervenções de MQ ................ 74
Gráfico 54: Indicadores da Categoria de DPI ....................................................................... 75
Tabela 19: Indicadores de Envio da Amostra e Chegada do Resultado de PCR ........... 76
Mapa 11: Amostras de PCR Enviadas Até 7 Dias Após Colheita ...................................... 76
Mapa 12: Início do TPT com INH ............................................................................................. 77
Tabela 20: Desempenho do início do TPT com INH ............................................................ 77
Mapa 13: Fim do TPT com INH (Apenas estão apresentados dados da avaliação de
linha de base uma vez não ser praticável a colheita de dados na avaliação intermédia
........................................................................................................................................................ 78
Gráfico 55: Desempenho do fim do TPT com INH, por subgrupo de utentes na
avaliação de linha de base ........................................................................................................ 78
Mapa 14: Seguimento da Adesão nos primeiros 3 meses do TARV ................................ 79
Tabela 21: Seguimento da Adesão nos primeiros 3 meses do TARV, por subgrupos de
utentes .......................................................................................................................................... 79
Mapa 15: Reforço da Adesão nos utentes com CV ≥ 1000 Cópias/ml ............................ 80
Tabela 22: Reforço da adesão nos utentes com CV ≥ 1000 Cópias/ml, por subgrupos
de utentes..................................................................................................................................... 80
Mapa 16: Retenção ao primeiro mês do TARV ..................................................................... 81
Tabela 23: Retenção ao primeiro mês do TARV, por subgrupos de utentes ................. 81
Mapa 17: Retenção aos primeiros 3 Meses do TARV .......................................................... 82
Tabela 24: Retenção aos primeiros 3 meses do TARV, por subgrupos de utentes. ..... 82
Tabela 25: Retenção nos Utentes em MDS: GAAC e DT (Apenas estão apresentados
dados da avaliação de linha de base uma vez não ser praticável a colheita de dados
na avaliação intermédia) ........................................................................................................... 83
Mapa 18: Pedido de CV na Criança e no Adulto .................................................................. 84
Tabela 26: Pedido de CV na Criança e no Adulto ................................................................ 84
Mapa 19: MG em TARV a entrada na CPN ............................................................................. 85
Mapa 20: MG que iniciou TARV na CPN ................................................................................ 85
Mapa 21: Entrega de CV na Criança e no Adulto (Apenas estão apresentados dados
da avaliação de linha de base uma vez não ser praticável a colheita de dados na
avaliação intermédia) ................................................................................................................ 87
Gráfico 56: Entrega de CV na Criança e no Adulto (Apenas estão apresentados dados
da avaliação de linha de base uma vez não ser praticável a colheita de dados na
avaliação intermédia) ................................................................................................................ 87
6
Mapa 22: Entrega de CV na MG .............................................................................................. 88
Mapa 23: Supressão Viral nos utentes em MDS (Apenas estão apresentados dados da
avaliação de linha de base uma vez não ser praticável a colheita de dados na
avaliação intermédia) ................................................................................................................ 89
Gráfico 57: Supressão Viral nos Utentes em MDS, por subgrupo de utentes (Apenas
estão apresentados dados da avaliação de linha de base uma vez não ser praticável a
colheita de dados na avaliação intermédia) ......................................................................... 89

SUPERVISÃO E APOIO TÉCNICO ..........................................................................91


Mapa 24: Distribuição das US visitadas em 2021................................................................ 92
Tabela 27: Distribuição do desempenho pelos domínios avaliados e principais
achados ......................................................................................................................................... 92

MONITORIA E AVALIAÇÃO (M&A) .......................................................................97


Gráfico 58: Taxas do Envio Atempado da Estatística Mensal do HIV, 2013 - 2021 ..... 97
Gráfico 59: Cruzamento Estatístico Trimestral do RM HIV e MMIA, 2013- 2021 ......... 99

FORMAÇÕES, CAPACITAÇÕES DO PNC ITS HIV/SIDA ................................100


Tabela 28: Formações, Workshops, Lançamentos e Outras Actividades do PNC ITS-
HIV/SIDA, 2021 ......................................................................................................................... 100

ANEXOS ......................................................................................................................103
Anexo 1: Gráficos de tendência dos principais indicadores no período
Janeiro 2020 à Dezembro de 2021 face a COVID-19 ...................................... i
Gráfico 60: Tendência de Testes do HIV Feitos, Jan. 2020 – Dez. 2021 ............................ i
Gráfico 61: Tendência das ITS diagnosticadas e tratadas, Jan. 2020 – Dez. 2021 ......... ii
Gráfico 62: Tendência dos Novos Inícios ao TARV, Jan. 2020 – Dez. 2021 .................... iii
Gráfico 63: Tendência de Pedido da Carga Viral, Jan. 2020 – Dez. 2021 ....................... iv
Gráfico 64: Tendência de Recepção do Resultado da Carga Viral, Jan. 2020 – Dez.
2021 ................................................................................................................................................ v
Gráfico 65: Tendência das Consultas Mensais, Jan. 2020 – Dez. 2021............................ vi
Gráfico 66: Tendência de Faltosos, Jan. 2020 – Dez. 2021 ............................................... vii

Anexo 2 - Tabela 29: PVHIV em TARV por Unidade Sanitária, Sexo e


Idade – Dezembro de 2021 ................................................................................... viii
Anexo 3: Cobertura TARV (na população HIV+) por província, 2002 –
2021 ............................................................................................................................. lxii
Tabela 30: Cobertura do TARV nas PVHIV (todas idades) ................................................ lxii
Tabela 31: Cobertura do TARV nos Adultos (15/+ anos) VHIV ....................................... lxiii
Tabela 32: Cobertura do TARV nas Crianças (0-14 anos) VHIV....................................... lxiii

Anexo 4: Tabela de Prevalência do HIV por província (IMASIDA 2015) lxiv


Tabela 33: Percentagem de mulheres e homens de 15-49 anos de idade HIV
positivos ..................................................................................................................................... lxiv

7
ACRÓNIMOS

APR Relatório Anual de Progresso


APSS/PP Apoio Psicossocial e Prevenção Positiva
AQD Avaliação de Qualidade de Dados
ARV Antirretrovirais
ATIP Aconselhamento e Testagem em Saúde iniciado pelo provedor
ATS Aconselhamento e Testagem em Saúde
ATS-C Aconselhamento e Testagem em Saúde na Comunidade
AZT Zidovudina
CCR Consulta da Criança em Risco
CE Crianças Expostas ao HIV
CM Circuncisão Masculina
CMAM Central de Medicamento e Artigos Médicos
CPN Consulta Pré-Natal
CT Cuidados e Tratamento
CV Carga Viral
DNA Ácido Desoxirribonucleico
DNAM Direcção Nacional de Assistência Médica
DNSP Direcção Nacional de Saúde Pública
DSMC Departamento de Saúde da Mulher e da Criança
DRH Direcção de Recursos Humanos
ESMI Enfermeira de Saúde Materno-Infantil
ETV Eliminação de Transmissão Vertical
HIV Vírus de Imunodeficiência Humana
ITS Infecções de Transmissão Sexual
M&A Monitoria e Avaliação
MG Mulher Grávida
MISAU Ministério da Saúde
MQ Melhoria de Qualidade
MQHIV Melhoria da Qualidade dos Cuidados e Tratamento para HIV
NVP Nevirapina
OMS Organização Mundial de Saúde
ONUSIDA Organização das Nações Unidas para SIDA
PCR Polymerase Chain Reaction
PEN Plano Estratégico Nacional
PEPFAR Plano de Emergência do Presidente dos EUA para o Alívio da SIDA
PES Plano Económico e Social
PESS Plano Estratégico do Sector da Saúde
PQG Plano Quinquenal do Governo
PTV Prevenção de Transmissão Vertical
PVHIV Pessoas Vivendo com HIV
RHS Recursos Humanos para Saúde
SAPR Relatório Semianual de Progresso
SIDA Síndrome de Imunodeficiência Adquirida
SIS Sistema de Informação para Saúde
SIS-MA Sistema de Informação de Saúde para Monitoria e Avaliação
SMI Saúde Materno-Infantil
TARV Tratamento Antirretroviral
TB Tuberculose
TPI Tratamento Profiláctico com Isoniazida
UATS Unidade de Aconselhamento e Testagem em Saúde
US Unidade Sanitária
MTS Mulheres Trabalhadoras de Sexo
HSH Homens que Fazem Sexo com Homens
PID Pessoas que Injectam Drogas
REC Reclusos
MIN Mineiros

8
INTRODUÇÃO

Na estrutura do Ministério da Saúde, o PP, Cuidados Domiciliários Integrados


Programa Nacional de Controlo de ITS- e Engajamento do Homem aos Cuida-
HIV/SIDA (PNC ITS-HIV/SIDA) repre- dos de HIV;
senta a unidade técnica que assegura à 3) Áreas transversais: MQ, M&A, Ca-
gestão dos serviços de saúde relacio- deia de Abastecimento e Laboratório.
nados ao HIV, sendo sua missão regu- Durante o ano 2021, o PNC ITS-
lamentar e coordenar a prestação de HIV/SIDA deu continuidade às activida-
cuidados e tratamento às pessoas vi- des vigentes nos planos orientadores
vendo com HIV no Serviço Nacional de do sector e comprometeu-se em alcan-
Saúde. Para responder de forma cabal çar as ambiciosas metas, não obstante
aos múltiplos desafios impostos pelo os desafios de vária ordem, com desta-
HIV, o PNC ITS-HIV/SIDA conta com as que neste período em reporte para a
seguintes componentes: pandemia da COVID-19. Referir que às
1) Prevenção: ATS, ITS, População actividades realizadas neste período
Chave, PrEP; em reporte contribuíram para a melho-
2) Cuidados e Tratamento: TARV ria da qualidade de vida dos Moçambi-
Adulto, TARV Pediátrico, PTV, TB/HIV e canos.
outras Infecções Oportunistas, APSS e

Actualmente o programa rege-se pelos seguintes documentos orientadores:

▪ PES (Plano Económico e Social): este é anual e responde as actividades traça-


das no plano estratégico do sector da saúde e é usado como mecanismo para
monitoria do PESS. Este plano tem como finalidade desenhar actividades que
irão concorrer para o alcance das metas traçadas pelos programas e para o
alcance dos objectivos estratégicos estabelecidos no PQG 2020-2024, no que
concerne a expansão do acesso e melhoria da qualidade dos serviços de sa-
úde. Neste âmbito, na componente do HIV foi preconizado para o ano 2021,
o aumento do número de crianças e adultos HIV+ que recebem terapia antir-
retroviral.

▪ Plano Estratégico Nacional de Resposta ao HIV e SIDA (PEN V 2021-2025):


este, tem o objectivo de articular uma resposta que conjuga a provisão de ser-
viços de prevenção, cuidados e tratamento e mitigação das consequências do
HIV adaptados ao contexto social e às condições do país, tendo como visão
atingir uma sociedade saudável, com melhor qualidade de vida e livre do risco
de novas infecções de transmissão sexual, particularmente do HIV e SIDA.

▪ Declaração Política do HIV 2021-2025: esta foi ratificado em 2021 com foco na
implementação de estratégias para o alcance das seguintes metas: (1) Reduzir
as novas infecções para menos de 50 mil até 2025, (2) Reduzir as mortes relaci-
onadas ao SIDA a nível global para menos de 20 mil até 2025, (3) Eliminar o
estigma e a discriminação relacionados ao SIDA até 2025, (4) Investir pelo me-
nos 26 biliões de dólares por ano em acções de resposta ao SIDA até 2025. A
Declaração Política visa alcançar os 95-95-95 e caminhar para a eliminação do
HIV até 2030.

O presente relatório divulga sumariamente às realizações e resultados alcançados du-


rante o ano 2021, os desafios enfrentados e soluções implementadas, incluindo o

9
grau de cumprimento das metas programáticas. Este relatório é destinado ao público
em geral e, de forma particular, aos intervenientes chave das actividades relacionadas
ao HIV e SIDA e que sob coordenação do MISAU implementam intervenções que con-
correm para o controlo esperado da epidemia do HIV, até 2030.

10
Estimativas do Spectrum

Spectrum é o modelo epidemiológico usado em Moçambique para estimar indicado-


res-chave da epidemia do HIV. Em Março de 2021, o País finalizou novas estimativas
de HIV usando o Spectrum versão 6.06, 20201. As estimativas principais provenientes
do Spectrum 6.06 seguem abaixo (tabela 1). Os gráficos 1, 2 e 3, mostram a redução
da mortalidade relacionada ao HIV, do número de novas infecções e da transmissão
vertical do HIV de mãe para filho ao longo do tempo, como o impacto das diferentes
intervenções realizadas para o controlo da epidemia do HIV.
Tabela 1: Principais Estimativas do Spectrum 6.06, 2021

Gráfico 1: Mortes Relacionadas ao HIV/SIDA, 2021 - Spectrum 6.06

1
AIDS Impact Model (AIM) 2021 6.06 (3 Feb 2021)

11
Gráfico 2: Estimativas de Novas Infecções pelo HIV, 2021 - Spectrum 6.06

Gráfico 3: Estimativas da Taxa de Transmissão Vertical do HIV, 2021 - Spectrum 6.06

12
ACONSELHAMENTO E TESTAGEM EM SAÚDE (ATS)

Na componente de aconselhamento e 2021 (gráfico 4), o que corresponde a


testagem em saúde (ATS), o número um incremento de 41% de testes feitos.
de testes feitos aumentou de
6.959.836 em 2016 para 9.813.169 em
Gráfico 4: Grau de Cumprimento da Meta do ATS, 2016 - 2021

9.813.169
Número de testes de HIV feitos entre Janeiro e Dezem-
bro de 2021

O gráfico 5 mostra o número de testes testes feitos, sendo que até Dezembro
de HIV feitos em relação a meta esta- de 2021, foram realizados 9.813.169
belecida. Referir que a meta de ATS de testes, o que corresponde a 80% da
para o ano de 2021 foi de 12.283.659 meta anual.

13
Gráfico 5: Metas e Desempenho do ATS, 2021

Tabela 2: Metas e Desempenho do ATS por Província, 2021

Segundo a tabela 2, as províncias de destaque para os serviços ATS-C


Niassa, Nampula, Zambézia e Sofala al- (9.3%) e UATS (5.9%). Os serviços de
cançaram a meta anual. Por outro lado, ATIP na SMI apresentam a positividade
as províncias de Manica, mais baixa com 2,1%.
Inhambane, Gaza, Maputo Província e
Maputo Cidade, tiveram o desempe- Importa destacar algumas limitações
nho mais baixo no cumprimento da ainda existentes nos dados do ATS, (i)
meta. os dados de Laboratório e Banco de
Sangue não são reportados no SIS-MA
De acordo com os dados ilustrados na e não seguem o fluxo padrão do SIS,
tabela 3, a positividade para HIV no (ii) há sectores onde os resultados dos
ATS no ano de 2021 foi de 4.1%, com testes feitos não são reportados

14
no resumo mensal do ATS, o que signi- única abordagem que mostra um au-
fica que os resultados não entram na mento de positividade ao longo dos
taxa de positividade, mas sim no deno- anos, sendo 6% em 2016 para 9% em
minador de testes feitos. É o caso de 2021. Este aumento pode ser influenci-
parceiros testados na consulta de pla- ado pela testagem mais focalizada
neamento familiar e consulta pós- para diagnosticar os casos positivos
parto, (iii) nos Serviços Amigos do nesta abordagem. Um outro factor a
Adolescentes e Jovens, há perda de ser destacado é a mudança de fonte de
oportunidade de oferta e registo da reporte de dados do ATS-C que tam-
testagem para o HIV, culminando com bém pode ter influenciado para esta
a sobre notificação da testagem neste mudança positividade, uma vez que os
sector. mesmos dados foram reportados di-
rectamente pelos parceiros (doadores)
Os resultados do ATS demonstram a de 2013-2015 e de 2016 até ao pre-
expansão programática que ocorreu sente ano, passaram a ser reportados
entre 2013-2021. Contudo, o aumento no SIS-MA.
no volume de pessoas aconselhadas e
testadas não resultou num aumento da A tabela 3 ilustra o desempenho por
positividade quando comparado aos abordagem do ATS (UATS, ATS-C e
períodos anteriores (gráfico 6). ATIP) verificado entre Janeiro a De-
zembro de 2021. O ATIP contribuiu
Este fenómeno persiste em todas as com maior número de pessoas aconse-
modalidades nos últimos cinco anos lhadas e testadas, 8.394.322 (80% da
de implementação, com excepção do meta anual de 10.459.884 para o ATIP),
ATS-C. Pode-se explicar pela perma- sendo que 54% dos testes feitos no
nência da testagem massiva e sem foco ATIP foram realizados no sector de
para identificação de casos positivos. SMI.
Como ilustra o gráfico 6, o ATS-C é a

Tabela 3: Metas e Desempenho por Modalidade do ATS, 2021

15
Gráfico 6: Taxa de Positividade do HIV, 2021

Gráfico 7: Distribuição por Abordagem do ATS por Província, 2021

O gráfico 7 faz referência ao número O gráfico 8 ilustra a distribuição dos


de pessoas aconselhadas e testadas testes feitos em cada sector, a nível das
por abordagem de ATS a nível de cada províncias no ano de 2021. O sector de
província. Está claro que o ATIP em to- SMI contribui com 47% dos testes fei-
das as províncias do país observou o tos a nível nacional. Os serviços do
melhor desempenho no respeitante ao ATIP-Outro (inclui triagens, consulta
alcance da meta, ao longo do ano de externas e enfermarias) registaram
2021 (o que corresponde a pouco mais também um elevado número de testes
de 80% do total dos testes feitos em to- feitos em relação aos restantes serviços
das as províncias). (30%). No sector de SMI, os serviços de

16
CPN são os que apresentam o maior
número de testes feitos (64%).

Gráfico 8: Testagem do HIV por Sector e por Província, 2021

O gráfico 9 faz referência a ligação en- dos pacientes diagnosticados foram


tre os serviços do aconselhamento e inscritos. Contudo, é preciso salientar
testagem e os serviços dos cuidados e que os novos inscritos e inícios não se
tratamentos para o HIV de 2016 até referem necessariamente aos aconse-
2021. Ainda há necessidade de se re- lhados e testados com o resultado po-
forçar as estratégias de ligação. É notó- sitivo no mesmo período; podem ser
rio que nem todos os pacientes testa- pessoas diagnosticadas noutro perí-
dos positivos durante o ano de 2021 odo. Estes dados são um proxy da liga-
foram inscritos nos serviços dos cuida- ção entre o ATS e cuidados e trata-
dos e tratamento para o HIV, sendo mento do HIV.
que o gráfico mostra que apenas 77%

17
Gráfico 9: Ligação entre os Serviços do ATS e os Cuidados e Tratamento do HIV, 2021

O gráfico 10 mostra a ligação entre os com o número de pessoas aconselha-


Serviços do ATS e os Cuidados e Trata- das e testadas com resultado positivo
mento do HIV de Janeiro a Dezembro nas respectivas províncias. As provín-
de 2021, por província. As províncias cias de Cabo Delgado, Nampula, Zam-
de Gaza (64%), Sofala e Tete (67%) bézia, Manica e Maputo Província, de-
apresentam as percentagens mais bai- mostram o melhor desempenho para
xas de pacientes inscritos, comparado este indicador no período em análise.

18
Gráfico 10: Ligação entre os Serviços do ATS e os Cuidados e Tratamento do HIV, por Província em 2021

19
Historial de Testagem

O gráfico 11 ilustra o número de pes- testadas referiram tê-lo feito pela pri-
soas aconselhadas e testadas que refe- meira vez em sua vida no período de
riram ter testado pela primeira vez du- Janeiro a Dezembro de 2021. A maior
rante o período de Janeiro a Dezem- proporção de aconselhados e testados
bro de 2021, sendo um total de que referiu tê-lo feito pela primeira vez
871.729. Aproximadamente 2 em cada observou-se na província de Nampula
10 pessoas aconselhadas e (34%) e a menor foi observada em Ma-
puto Província (5%).

Gráfico 11: Número e Percentagem de pacientes que reportaram testar pela primeira vez,
2021

O gráfico 12 faz referência ao número Do total de pacientes testados positi-


de pessoas aconselhadas e testadas vos, 6% dos pacientes a nível nacional
durante o período de Janeiro a Dezem- estavam a retestar após um diagnós-
bro de 2021, que reportaram ter um di- tico prévio positivo. A maior proporção
agnóstico positivo no passado. Ou de retestagem dos pacientes com di-
seja, estes pacientes estão a retestar agnóstico prévio foi observado na pro-
para confirmar o seu diagnóstico pré- víncia de Sofala (9%) e a menor nas pro-
vio positivo e por outras razões. Um to- víncias de Maputo, Tete e Maputo Ci-
tal de 14.738 utentes revelaram ter re- dade com 3% respectivamente.
cebido um resultado positivo para o
HIV em algum momento no ano pas-
sado.

20
Gráfico 12: Número e Percentagem de Pacientes Testados Positivos no Passado, 2021

População Chave e Mineiros

O gráfico 13 ilustra a distribuição dos Registou-se uma maior percentagem


testes feitos na população chave e mi- de testes feitos às Mulheres Trabalha-
neira, no período de Janeiro a Dezem- doras de Sexo (66%) e uma menor per-
bro de 2021. Um total de 95.992 testes centagem às Pessoas que Injectam
foram feitos a este grupo populacional. Drogas (3%).

Gráfico 13: Número de Testes Feitos por População Chave e Mineiros, 2021

O gráfico 14.A, mostra o número de feitos a nível nacional. A província de


testes feitos à população chave e mi- Niassa apresentou o menor número de
neira por província e a taxa de positivi- testes feitos a estes grupos populacio-
dade. As províncias da Zambézia e Na- nais (2,225). A taxa de positividade
mpula contribuem com 38% dos testes

21
nacional nestes grupos populacionais
foi de 14%.

As províncias de Manica, Tete e Gaza, taxa de positividade a nível nacional,


registaram as menores taxas de positi- com 19%, seguido das Pessoas que In-
vidade. Tendo em conta a população jectam Drogas (PID) com 16% (gráfico
chave, os Homens que fazem Sexo com 14.B).
Homens (HSH) apresentaram maior

Gráfico 14.A: Taxa de Positividade do HIV na População Chave e Mineiros por Província,
2021

Gráfico 14.B: Taxa de Positividade do HIV por População Chave e Mineiros, 2021

22
Os gráficos 15.A à 15.E ilustram o nú- positividade verificou-se nas províncias
mero de testes feitos por população de Sofala (36%) e Tete (32%) (gráfico
chave e mineira e a positividade por 15.B). Entre as PID embora com baixo
província. Conforme mencionado no número de testes realizados neste
parágrafo anterior, as províncias de grupo populacional, nota-se alta taxas
Nampula, Zambézia foram as que apre- de positividade, tendo sido verificado
sentam maior número de testes feitos em Niassa (27%) e Inhambane (21%)
nestes grupos populacionais no perí- (gráfico 15.C) e entre os Reclusos a
odo de Janeiro a Dezembro de 2021. província de Sofala (18%) apresentou a
No que tange a percentagem de posi- maior positividade (gráfico 15.D). Em
tivos, maior positividade entre as MTS relação aos Mineiros, destacam-se as
verificou-se nas províncias de Inham- províncias de Sofala (26%) e Maputo
bane (23%) e Zambézia (21%), (gráfico Cidade (22%) (gráfico 15.E).
15.A). Entre os HSH, a maior

Nota: A positividade nos subgrupos da População Chave, deve ser interpretada com
alguma cautela, uma vez que a mesma é influenciada pelo reduzido número de testes
feitos (denominador). Este padrão verifica-se sempre que há uma grande proporção
dos testes positivos.

Como ilustrado no gráfico 15.C, a província de Tete tem uma alta positividade (71%),
influenciada pelo reduzido número de testes feitos (7) e pelo número de testes com
resultado positivo (5), acima da metade dos testes feitos.

Gráficos 15.A - 15.E: Número de Testes Feitos e Positividade por População Chave e Mineiros
por Província, 2021

23
24
Os gráficos 16.A e 16.B, fazem referên- desempenho em maior parte das pro-
cia ao número de pessoas víncias ao longo do ano de 2021 (cor-
pertencentes a grupos de população respondente a 48% do total de testes
chave e mineiros aconselhados por feitos). Conforme ilustrado no Gráfico
abordagem de ATS e por província. 16 B, a abordagem ATS-C no geral
Não foi observado um padrão único mostrou uma maior positividade em
em todas as províncias. Contudo o 2021. Isto pode ser influenciado pela
ATS-C observou o melhor testagem mais focalizada.

Gráfico 16.A: Distribuição de testagem de HIV na População Chave e Mineiros por Aborda-
gem de ATS e por Província, 2021

Gráfico 16.B: Distribuição da positividade de HIV por População Chave e Mineiros e por
Abordagem do ATS, 2021

O gráfico 17 ilustra a distribuição de dos serviços de UATS (19%) e triagem


testes feitos a população chave e mi- que também registaram um elevado
neira em cada sector, a nível das pro- número de testes feitos em compara-
víncias, durante o ano de 2021. O sec- ção aos restantes serviços, com 23%.
tor do ATS-C contribuiu com 48% dos
testes feitos a nível nacional, seguido

25
Gráfico 17: Testagem do HIV na População Chave e Mineiros por Sector e por Província,
2021

26
Contactos de Caso Índice

Caso índice é todo o utente com resul- uma criança ou adolescente menor de
tado positivo para o HIV, testado quer 15 anos, testar: Seus pais biológicos; e
na US como na comunidade. Este pode se for sexualmente activo, testar seu(s)
ser paciente adulto (homem ou mu- parceiros sexuais. A estratégia de caso
lher) incluindo mulher grávida ou lac- índice deve ser implementada tanto na
tante, criança ou adolescente ou paci- comunidade como na US. O gráfico 18
ente co-infectado com TB/HIV. A partir faz referência a testes feitos aos contac-
deste utente devemos rastrear e testar tos de caso índice. Durante o ano de
os considerados “contactos directos” 2021, um total de 466.443 testes foram
dentre eles os seguintes: (i) Se caso ín- feitos através da abordagem caso ín-
dice for adulto ou adolescente de 15 dice, maior parte destes (98%) foram
ou mais anos, testar: Seu(s) parceiros oferecidos aos parceiros sexuais (45%)
sexuais e seus filhos biológicos meno- e filhos menores de 15 anos (53%).
res de 15 anos; (ii) Se o caso índice for

Gráfico 18: Número de Testes Feitos por Contacto do Caso Índice, 2021

O gráfico 19.A ilustra a distribuição dos 13%, superior a positividade geral, que
testes feitos aos contactos de caso ín- foi de 4.1% (tabela 3).
dice, de Janeiro a Dezembro de 2021. A testagem nos parceiros sexuais apre-
As províncias de Nampula e Zambézia senta a positividade mais alta a nível
contribuíram com 43% dos testes feitos nacional 25%, seguido de Mãe/Pai (CI
a nível nacional. As províncias de Ped <15 Anos) com 23% e a menor
Niassa e Tete apresentaram menor nú- taxa (3%) foi observada nos filhos <15
mero de testes feitos. A positividade anos de idade (gráfico 19.B).
nacional para esta abordagem é de

27
Gráfico 19.A: Taxa de Positividade do HIV entre os Contactos do Caso Índice por Província,
2021

Gráfico 19.B: Taxa de Positividade do HIV por Contactos do Caso Índice, 2021

Os gráficos 20.A à 20.C fazem referên- Cabo Delgado (28%) conforme ilus-
cia ao número de pessoas aconselha- trado no gráfico 20.A. Entre os filhos
das e testadas na abordagem caso ín- menores de 15 anos do caso índice
dice por província e a percentagem de (gráfico 20.B), as províncias de Tete
positivos. As províncias de Nampula, (9%), e Sofala (7%) apresentaram maior
Zambézia e Maputo Província apresen- positividade. Na província de Inham-
taram maior número de testes feitos bane (1%) foi observada a menor posi-
aos parceiros sexuais do caso índice. tividade entre os filhos menores de 15
No entanto, as percentagens mais altas anos. Entre mãe /pai do caso índice
de positividade foram observadas nos pediátrico, as províncias de Maputo
parceiros sexuais em Sofala (41%), Ma- (40%), Maputo Cidade (40%), Sofala
nica (39%), Niassa (34%), Tete (33%) e (34%) e Niassa (29%) foram as que

28
apresentaram a maior positividade
conforme observado no gráfico 20.C.

Gráficos 20.A, 20.B e 20.C: Número de testes feitos e Positividade dos Contactos do Caso
Índice por Província, 2021

29
No gráfico 21.A, observamos o número Maputo Cidade, onde maior desempe-
de contactos de caso índice aconse- nho foi observado no ATIP. Obser-
lhado e testado por abordagem de vando a positividade por abordagem,
ATS a nível de cada província. Está evi- UATS (17%) apresentou maior positivi-
dente que a abordagem ATS-C apre- dade seguido do ATIP (15%) gráfico
senta melhor desempenho ao longo 21.B
do ano de 2021 com excepção de

Gráfico 21.A: Distribuição de Testagem de HIV dos Contactos de Caso Índice por Abordagem
do ATS e por Província, 2021

Gráfico 21.B: Distribuição de Positividade dos Contactos de Caso Índice por Abordagem do
ATS, 2021

30
O gráfico 22 ilustra a distribuição de nacional. Os sectores da Triagem e
testes feitos aos contactos de caso ín- UATS registaram também um elevado
dice em cada sector, a nível das provín- número de testes feitos em relação aos
cias, durante o ano de 2021. O sector restantes serviços, com 16% e 10%, res-
de ATS-C tem pectivamente.
contribuído com 63% dos testes feitos
aos contactos de caso índice a nível

Gráfico 22: Testagem do HIV aos Contactos do Caso Índice por Sector e por Província, 2021

31
PREVENÇÃO DE TRANSMISSÃO VERTICAL (PTV)

A Prevenção da Transmissão Vertical Entretanto, ainda há constrangimentos


(PTV) consiste num conjunto de inter- na retenção das gestantes ao longo do
venções oferecidas a mãe e criança continuum de cuidados na CPN, sendo
com o objectivo de reduzir o risco de que apenas 63% das mulheres grávi-
transmissão vertical do HIV e Sífilis, das inscritas na coorte tiveram 4 ou
concorrendo desta forma para a redu- mais consultas pré-natais. Igualmente,
ção da ocorrência de novas infecções os partos institucionais continuam
pediátricas por HIV assim como de no- sendo um desafio a nível nacional, com
vos casos de Sífilis Congénita. Para ga- 89% de cobertura.
rantir que a PTV seja eficaz, são neces-
sárias acções conjugadas que incluam HIV
a chegada atempada á primeira con-
sulta pré-natal (1ª CPN), a retenção as Por forma a reduzir cada vez mais o
consultas seguintes, conjugadas com a risco da transmissão vertical do HIV,
oferta do pacote completo de cuida- continuam em curso intervenções para
dos para HIV e Sífilis de forma atem- expandir o acesso universal ao TARV
pada e contínua, a promoção do parto para mulher grávida e lactante HIV po-
institucional, o engajamento do par- sitiva, sendo que até Dezembro de
ceiro e intervenções para melhoria da 2021 todas unidades sanitárias com cri-
adesão ao tratamento e retenção aos térios já estavam a oferecer TARV para
cuidados. PTV, totalizando 1.628 unidades sanitá-
Actualmente, segundo os dados roti- rias, correspondente a 95% do total de
neiros, o país conta com uma elevada Unidades Sanitárias que oferecem o
cobertura da 1ª CPN (123%). TARV do País (tabela 4).

Tabela 4: US a oferecer a PTV 2021

32
Conhecimento do Seroestado

O gráfico 23 mostra a relação entre províncias de Cabo Delgado, Nam-


mulheres grávidas inscritas na CPN e o pula, Zambézia e Maputo Cidade,
indicador conhecimento do seroes- houve alguma perda de oportunidade
tado do HIV da mulher grávida na CPN, de testagem para identificação pre-
onde se pode observar que durante o coce de mulheres grávidas HIV+ na or-
período em análise, 99% das mulheres dem de 1%, as quais poderiam se be-
grávidas tiveram o seroestado conhe- neficiar das intervenções oferecidas no
cido para o HIV na CPN. Verifica-se sector para a prevenção da transmis-
igualmente que nas são vertical.

Gráfico 23: Conhecimento do Seroestado e Positividade do HIV da MG na CPN, 2021

Como ilustra o gráfico 24, foram inscri- em conta o seroestado para o HIV co-
tas na CPN um total de 1.814.092 mu- nhecido a entrada na CPN, assim como
lheres grávidas. Noventa e nove por- a testagem feita na CPN. A positividade
cento (99%) das MG inscritas tiveram o na CPN foi de aproximadamente 6,5%
seroestado conhecido na CPN, tendo a nível nacional.

Gráfico 24: Cascata da MG ao Nível dos Serviços de CPN, 2021

33
Testagem e Tratamento do Parceiro na SMI

O envolvimento do parceiro no segui-


mento da mulher grávida, lactante e
sua criança exposta é importante para
a adesão ao tratamento e retenção das
mesmas aos cuidados. Ajuda igual-
mente para a redução de novas infec-
ções por HIV, através da educação para
para Sífilis para o parceiro cuja MG tem
saúde sobre os cuidados clínicos rela-
o diagnostico positivo.
cionados a gravidez, parto e pós-parto,
prevenção da infecção pelo HIV, e a Observando a tabela 5, com dados
prevenção positiva. Nos casais sero- comparativos do desempenho entre as
concordantes2, permite o início atem- províncias, nota-se que a percentagem
pado do TARV para os parceiros HIV+ nacional de parceiros presentes na
das mulheres grávidas e a oferta da CPN (67%) continua baixa em quase to-
PrEP para MG ou para o parceiro com das as províncias, com maior destaque
resultado do teste negativo para o HIV. nas províncias da região sul do país. As
Actualmente, a promoção do envolvi- províncias de Niassa (86%), Cabo Del-
mento do parceiro no sector da SMI gado (88%) e Nampula (93%) são as
traduz-se pela disponibilidade de al- províncias com maior número de par-
guns serviços para o casal nos serviços ceiros presentes nas consultas pré-na-
de SMI, concretamente a oferta do tais. Por sua vez as províncias de
aconselhamento e testagem em saúde Inhambane (13%) e Maputo Província
para o casal, tratamento (32%) são as que apresentaram menos
parceiros presentes na consulta pré-
natal. Por outro lado, a percentagem
dos parceiros presentes testados para
o HIV é elevada em todas as províncias,
sendo a percentagem nacional de
perto de 98%, com a positividade de
cerca de 1,6%.

Gráfico 25: Cascata Nacional da Testagem do HIV no Parceiro da MG na CPN, 2021

2
Serodiscordantes, mulher HIV - negativa e ho-
mem HIV - positivo ou mulher HIV - positiva e
homem HIV - negativo

34
Tabela 5: Testagem do HIV no Parceiro da MG na CPN por Província, 2021

Cascata PTV ao nível dos serviços

O gráfico 26, apresenta a cascata de crianças expostas que se apresentaram


cuidados de PTV ao nível dos serviços na consulta de criança em risco é de
desde a CPN até a CCR, e pode-se ve- 103.621, o correspondente a 89% das
rificar a perda de oportunidades ao mulheres grávidas HIV+ atendidas na
longo do continuum dos cuidados de CPN (como proxy). Significa que há
SMI. De um total de 116.686 mulheres ainda desafios com a ligação entre a
grávidas HIV+ inscritas na CPN, 97% fi- CPN e o pós-parto até a inscrição da CE
zeram ARVs para PTV e 97% das MG na CCR, com uma perda de cerca de
HIV+ receberam TARV. O número de 11% de crianças expostas esperadas

35
que não chegaram a CCR. Das crianças 86% colheram amostra para PCR com
expostas que se apresentaram na CCR, menos de 2 meses de vida.

Gráfico 26: Cascata de PTV ao Nível dos Serviços de CPN e CCR, 2021

Distribuição das Profilaxias para PTV


O gráfico 27 ilustra a distribuição das Tete (2 MG), Inhambane (1 MG) e Ma-
profilaxias para a PTV oferecidas às mu- puto Província (2 MG). Contrariamente
lheres grávidas HIV+ na CPN. De as outras províncias, Nampula apre-
acordo com os dados nacionais, entre senta um padrão diferente na distribui-
Janeiro a Dezembro de 2021, 63.8% ção do TARV nas MG HIV+ na CPN,
das MG HIV+ na CPN estavam em onde o maior número das MG diagnos-
TARV a entrada na CPN, 36.1% inicia- ticadas HIV positivas, iniciaram o TARV
ram TARV na CPN e 0,01% receberam na CPN, o pode estar relacionado com
biprofilaxia (Opção A) que actual- a recusa do início do TARV nas MG, fa-
mente não é recomendada no País. Por zendo com que na gravidez seguinte a
outro lado, o reporte continuo da MG seja diagnosticada como nova na
oferta da biprofilaxia, pode estar relaci- CPN. Este padrão não é expectável
onado com erros no registo da infor- tendo em conta a massificação da
mação na fonte primária. Em termos oferta da Opcção B+ (TARV) e tem-se
absolutos os 0,01% corresponde a 13 mantido ao longo dos anos comparati-
MG distribuídas pelas províncias da vamente ao padrão das outras provín-
Nampula (5 MG), Zambézia (3 MG), cias.

36
Gráfico 27: Distribuição do Tipo de Profilaxias para PTV por Província, 2021

Nos mapas 1 e 2, observamos a cober- Spectrum 6.06, que indica uma redu-
tura TARV na CPN por província, ao ní- ção significativa de 13% em relação as
vel do serviço da CPN e ao nível popu- estimativas geradas pelo anterior mo-
lacional. No período em reporte, a pro-
delo do Spectrum 5.87. Por outro lado,
víncia de Nampula (93%) registou a
menor cobertura TARV na CPN. As co- há baixa acurácia dos dados de rotina
berturas populacionais são maiores que são usados para gerar as estimati-
que 100% devidos as novas projecções vas de MG HIV+ na população e aca-
de MG HIV+ na População bam por influenciar a qualidade das es-
estimadas pelo novo modelo timativas que são geradas.

Mapas 1 e 2: Cobertura do TARV na MG HIV+ (Serviço e Populacional), 2021

37
Gráfico 28: Tendência da Cobertura Populacional das MG HIV+ em PTV, 2002 - 2021

cobertura de 121% de mulheres grávi-


121% das HIV positivas estimadas na popula-
ção a receberem ARVs para PTV e
das MG HIV+ a receberem 121% a fazerem TARV. Como expli-
ARVs para PTV cado anteriormente há baixa acurácia
dos dados de rotina que são usados
para gerar as estimativas pode estar a
sobrestimar o número de MG HIV+ na
O gráfico 28 mostra a tendência da co-
população, resultando em mais MG
bertura de PTV ao nível populacional
HIV+ na CPN do que as MG HIV+ esti-
no período de 2002 a 2021. Em De-
madas na população.
zembro de 2021, atingimos uma

38
Diagnóstico Precoce Infantil (DPI)

O acesso ao DPI do HIV nas crianças ex- das CE colheram PCR com menos de 2
postas é essencial para assegurar o iní- meses de vida. Apesar dos avanços ve-
cio atempado do TARV e melhorar a rificados na área do DPI, ainda se ob-
sobrevivência das crianças infectadas, serva uma baixa cobertura de colheita
tendo em conta que a mortalidade nas de PCR em crianças menores de 2 me-
crianças infectadas durante a gravidez ses em algumas províncias como
é maior antes dos 24 meses, sendo o Niassa (75%), Cabo Delgado (76%), e
pico entre 3 e 4 meses de idade. Ao Nampula (77%). O mapa ao lado di-
longo dos últimos anos observa-se reito representa crianças que fizeram
uma grande expansão das US a ofere- PCR com menos de 2 meses entre as
cerem o DPI, sendo que até o Dezem- MG HIV+ estimadas na população (co-
bro de 2021, 1.591 US estavam a ofe- bertura populacional). Quando se ana-
recer o DPI, contra as 1.571 em 2020. lisa a cobertura populacional, observa-
se uma diminuição em algumas provín-
Os mapas 3 e 4 apresentam a cober- cias. Ao nível populacional, estima-se
tura de serviço e populacional de co- que 95% das crianças expostas colhe-
lheita de PCR para HIV em crianças ex- ram PCR com menos de 2 meses de
postas com menos de 2 meses de vida vida.
inscritas na CCR. Ao nível da CCR, 86%

Mapas 3 e 4: Coberturas de colheita de PCR em CE< 2M (Serviço e Populacional), 2021

39
Gráfico 29: Tendências de Cobertura Populacional do DPI, colheita de PCR em CE<2 meses,
2013 – 2021

No gráfico 30, ilustra a cascata da co- sugerindo que as crianças estão a in-
orte de nove meses da CCR, onde ao fectar-se mais durante o período de
nível da CCR constata-se que aproxi- amamentação, que também confere
madamente 99% das crianças expostas um período maior de exposição. O grá-
fizeram teste de PCR, dos quais 86% fico 31, apresenta a cascata da coorte
com menos de 2 meses de vida e 13% de dezoito meses de CCR. A cascata
com 2 ou mais meses de vida. A positi- mostra que apenas 88% das crianças
vidade em crianças expostas mostrou- expostas e testadas no período têm re-
se mais acentuada em crianças cuja gisto do diagnóstico definitivo da in-
testagem com PCR foi realizada com 2 fecção pelo HIV nesta coorte. Do total
ou mais meses de vida (14%) em rela- de 80.385 crianças que receberam re-
ção as testadas com menos de 2 meses sultado definitivo, 5% tiveram diagnós-
de vida (3%) tico definitivo positivo (contraíram o
HIV).

40
Gráfico 30: Cascata de PTV ao Nível dos Serviços da CCR (Coorte de 9 Meses), 2021

Gráfico 31: Cascata da CCR (Coorte de 18 Meses), 2021

41
Sífilis
A tabela 6 ilustra as actividades de ras- doses de Penicilina Benzatínica na CPN
treio da Sífilis na consulta pré-natal conferindo desta forma protecção con-
(CPN) no sector de SMI. Ao nível nacio- tra a transmissão vertical da Sífilis (ta-
nal, 88% das mulheres grávidas inscri- bela 6) e prevenção da sífilis congénita.
tas foram testadas para Sífilis na CPN, As províncias de Niassa (88%) e Inham-
com uma taxa de positividade de 2,5%. bane (61%) estão entre as províncias
As províncias de Nampula e Zambézia com baixas percentagens de comple-
são as que apresentam o maior nú- tude do tratamento da Sífilis na mulher
mero de mulheres grávidas inscritas na grávida. As províncias de Inhambane
CPN, contudo, estas mesmas provín- (39%) e Gaza (61%), registaram as me-
cias têm as menores coberturas da tes- nores taxas de tratamento do parceiro
tagem da Sífilis no País, apesar de em da MG com diagnóstico positivo para
termos absolutos superarem as restan- Sífilis, facto que representa a perma-
tes províncias em relação ao número nência do risco de reinfecção das mu-
de MG testadas para Sífilis. Em relação lheres grávidas destes parceiros não
a positividade da Sífilis, observa-se que tratados e consequentemente risco
as províncias de Cabo Delgado e Zam- contínuo de transmissão vertical da Sí-
bézia têm maior taxa de positividade filis e ocorrência de casos de Sífilis con-
para Sífilis comparativamente as outras génita. É ainda notável a má qualidade
províncias. Das mulheres grávidas com dos dados reportados com ênfase nas
diagnóstico de sífilis positivo, 94% províncias de Manica e Sofala.
completaram o tratamento com as 3

Tabela 6: Testagem e positividade de Sífilis na 1ª CPN, 2021

42
Gráfico 32: Cascata da Sífilis na CPN, 2021

43
INFECÇÕES DE TRANSMISSÃO SEXUAL (ITS)

A componente das ITS tem um papel meta traçada para ITS de 603.757 em
bastante importante no controlo da
epidemia do HIV. O seu diagnóstico e 2016 para 1,041.490 em 2021. Existe
tratamento precoce diminui o risco de deficiência nos dados epidemiológi-
contaminação pelo HIV, contribuindo cos disponíveis para o cálculo das me-
para a redução de novas infecções. Em tas precisas do diagnóstico das ITS.
Moçambique, implementa-se a abor- Contudo, usou-se projecções do
dagem sindrómica para o tratamento Censo 2017, dados do IMASIDA 2015
das ITS, que inclui corrimento uretral, e dados históricos do programa para
corrimento vaginal (leucorréia) e úlcera calcular as metas desde 2019 até ao
genital. ano em referência 2021, o que levou a
um aumento acentuado das metas.
Nota-se no gráfico 33 um aumento na

1.116.607
ITS diagnosticadas e tratadas

Gráfico 33: Evolução de Casos de ITS Diagnosticadas e Tratadas, 2013- 2021

A tabela 7 ilustra as actividades realiza- diagnosticar e tratar 1.116,607 casos o


das durante os meses de Janeiro a De- que corresponde a 107% da meta
zembro de 2021, comparativamente a anual. Em comparação com o mesmo
igual período do ano anterior. Pode-se período de 2020, houve um aumento
observar que, em relação ao total de de 118.318 casos de ITS, que corres-
casos de ITS, conseguiu-se ponde a um acréscimo de 12%.

44
Tabela 7: Casos de ITS Diagnosticadas e Tratadas, 2020 - 2021

Quanto à proporção de síndromes di- (26%). No mesmo gráfico, se destaca o


agnosticadas, pode-se observar no rendimento de cada província e, em
gráfico 34 que a leucorréia é a sín- especial, o contributo desproporcional
drome mais frequente na abordagem das províncias da Zambézia e Gaza no
sindrómica, contribuindo para 44% número nacional ITS diagnosticadas.
dos casos reportados, seguido de cor-
rimento uretral (30%) e úlcera genital

Gráfico 34: Distribuição dos Casos das ITS Diagnosticadas e Tratadas por Província, 2021

Nota: O gráfico acima, não inclui os dados do sector da SMI, uma vez que este sector não
reporta estas desagregações.

Analisando a idade dos pacientes di- anos de idade. Contudo, é notável e


agnosticados com as ITS, o gráfico preocupante que os adolescentes e jo-
35.A mostra que, tanto para os homens vens de 15 a 24 anos contribuem com
(58%) assim como para as mulheres 41% das ITS diagnosticadas, indicando
(56%), a maioria (57%) dos casos regis- comportamento de risco neste grupo
tados são de pessoas com 25 ou mais populacional (gráfico 35.A).

45
Gráfico 35.A: Distribuição Etária dos Casos das ITS Diagnosticadas, 2021

Tendo em conta a síndrome dos paci- úlcera genital. Contudo, é notável e


entes diagnosticados com as ITS, o grá- preocupante que os adolescentes e jo-
fico 35.B mostra que, tanto para os ho- vens de 15 a 24 anos contribuem com
mens (57%) assim como para as mulhe- pouco mais de 40% dos casos de úl-
res (54%) na faixa etária acima dos 24 cera genital.
anos foram diagnosticados com uma

Gráfico 35.B: Distribuição Etária dos Casos das ITS Diagnosticadas, 2021

Em relação ao corrimento uretral, os homens acima dos 24 anos contribuíram com


59% dos casos seguido dos 39% entre os adolescentes e jovens de 15-24 anos. No
que concerne a leucorreia, as mulheres com 15 ou mais anos contribuíram com 98%

46
dos casos, sendo 41% entre os adolescentes e jovens (15 aos 24 anos) e 57% entre as
mulheres acima dos 24 anos.

CIRCUNCISÃO MASCULINA (CM)

Evidências científicas mostram que a de 13.4% (15.177) em relação ao nú-


Circuncisão Masculina (CM) diminui a mero de circuncisões masculinas reali-
transmissão do vírus de HIV em cerca zadas no mesmo período do ano pas-
de 60%. Como resposta ao reconheci- sado. Referir que em 2020 houve um
mento da CM na prevenção do HIV, o decréscimo se comparado com os
MISAU criou o Programa Nacional de anos anteriores devido ao encerra-
Circuncisão Masculina. Como mostra a mento das unidades de circuncisão por
tabela 8, entre Janeiro e Dezembro de razões relacionadas a pandemia da
2021, 128.404 homens foram circunci- COVID-19.
dados, o que representa um aumento
Tabela 8: Evolução do Desempenho do Programa 2014 – 2021 por Província

Gráfico 36: Tendência da Evolução do Desempenho do Programa 2014 – 2021

47
O gráfico 37.A mostra as circuncisões 2019 e um decréscimo no geral a partir
feitas por idade no período de 2014 - de 2020, sendo a faixa etária de 10-14
2021. O gráfico 37.B, ilustra a distribui- anos a mais afectada devido a mu-
ção de circuncisões masculinas por dança do grupo etário prioritário de
faixa etária, mostrando um crescimento 10-49 anos para os 15/+ anos.
em todas as faixas etárias de 2014 para

Gráficos 37.A e 37.B: CM e Distribuição Etária entre 2014 – 2021

48
CUIDADOS E TRATAMENTO DO HIV/SIDA (CT)

O gráfico 38 ilustra o aumento do nú- Unidades Sanitárias ofereciam Serviços


mero de Unidades Sanitárias com Ser- TARV. Referir que para o ano 2021 não
viços TARV em Moçambique ao longo foram traçadas metas para novas Uni-
dos anos 2003 - 2021, onde a cober- dades Sanitárias a oferecerem TARV,
tura destes serviços passou de 1% para uma vez que todas Unidades Sanitárias
96% da rede sanitária do Serviço Naci- com critérios já estão a oferecer TARV
onal de Saúde. A tabela 9, ilustra que e a Opção B+.
até Dezembro de 2021, 1.706
Gráfico 38: Evolução do Número de Unidades Sanitárias com Serviços TARV, 2003- 2021

Tabela 9: Unidades Sanitárias a oferecerem TARV por Província até Dezembro de 2021

96% (1.706)
das Unidades Sanitá-
rias do SNS oferecem
serviços TARV
(N= 1771 Unidades
Sanitárias do SNS)

49
Um dos efeitos da expansão das Unida- zonas indicadas em branco num raio
des Sanitárias que oferecem Serviços de 30 quilómetros das Unidades Sani-
de TARV é o aumento da cobertura ge- tárias têm vindo a reduzir consideravel-
ográfica do tratamento antirretroviral mente ao longo dos últimos anos.
no País, como ilustra o mapa 5.C, as

Mapas 5.A, 5.B e 5.C: Cobertura Geográfica das Unidades Sanitárias com Serviços
TARV, 2015, 2017 e 2021

5.A

até Dezembro de 2021, foi reportado

81%
um total de 1.698.486 PVHIV activas
em TARV, contra 1.402.902 de igual
período de 2020, o que representa um
das PVHIV em TARV aumento de 295.584 PVHIV em TARV,
(1.698.486) que em termos percentuais corres-
ponde a perto de 21% da população
activa em TARV.
No que concerne ao número de pes-
soas vivendo com HIV em TARV, grá-
fico 39 mostra o aumento de PVHIV em
TARV ao longo dos anos, sendo que

50
Gráfico 39: Evolução da Cobertura do TARV em PVHIV, 2003 - 2021

Os mapas 6, 7 e 8, ilustram as coberturas provinciais e nacionais das PVHIV em TARV.


Em relação a cobertura nacional, 81% das PVHIV estão em TARV (mapa 6), sendo 81%
dos adultos VHIV (mapa 7) e 79% das crianças VHIV (mapa 8).

Mapa 6, 7 e 8: Coberturas Populacionais do TARV (Geral, Adultos e Crianças), 2021

51
TARV Pediátrico

Em relação ao grau de cumprimento das metas de PVHIV


dos 0-14 anos activas em TARV, o desempenho foi de
73%, sendo que houve um aumento de 21% de crianças
activas em TARV, isto é, o número de crianças activas em
TARV aumentou de 82.082 em finais de Dezembro de
2020 para 99.169 em Dezembro de 2021. Entre Janeiro

79%
e Dezembro de 2021, 18.072 crianças iniciaram o TARV,
o que corresponde a 34% de cumprimento da meta
anual (tabela 10.A). A província de Nampula teve um de-
sempenho de 196% em relação a sua meta anual de no- das crianças VHIV
vos inícios, o que indica que é necessário realizar a lim- em TARV
peza dos arquivos e uma avaliação mais abrangente da
qualidade dos dados produzidos e reportados para pos-
(99.169)
teriormente se tomar uma decisão em relação a meta a
ser atribuída a esta província nos próximos anos. As res-
tantes províncias tiveram um desempenho abaixo dos
50% da meta, com excepção de Niassa (57%) e Sofala
(50%). As províncias de Maputo (9%) e Cidade de Ma-
puto (7%), as que apresentam o desempenho mais baixo.
Sugerindo uma revisão da meta para nos próximos anos.

Tabela 10.A: Grau de Cumprimento das Metas das PVHIV de 0-14 anos Activas e Novos Iní-
cios TARV, 2021

52
TARV Adulto

O número de adultos activos em TARV, aumentou de


1.319.820 em finais de Dezembro de 2020 para 1.599.317
em Dezembro de 2021 (tabela 10.B). Isto representa um

81%
aumento de 279.497 adultos até Dezembro de 2021, cor-
respondendo a um aumento de 21%. Com a mudança de
critérios de inclusão dos pacientes nos modelos de dife-
renciados de cuidados, foi notável o aumento considerá- dos adultos VHIV em
vel de adultos activos em TARV durante ano 2021, em- TARV
bora com uma redução em Dezembro do mesmo ano. (1.599.317)
O cumprimento da meta dos adultos activos em TARV, foi
de 99% da meta estipulada para o ano de 2021.

No que concerne ao cumprimento da meta de adultos novos iní-


Tabela 10.B:
cios em Grau
TARV, de Cumprimento
alcançou-se dasmeta
71% da Metas PVHIV de 15/+ anos Activas e Inícios TARV,
anual.
2021

O gráfico 40 ilustra a tendência de no- grávidas e lactantes (Opção B+), crian-


vos inícios no TARV pediátrico e adulto ças <5 anos e pacientes coinfectados
dos últimos sete anos (desagregado TB/HIV, a mudança dos critérios do iní-
por sexo). Olhando para a tendência cio do TARV para CD4 <500 em 2016 e
ao longo dos anos, fica evidente que a seguida da implementação faseada da
implementação do Plano de Acelera- abordagem de Testar e Iniciar em
ção da Resposta ao HIV em 2013, em 2016-2018, contribuíram substancial-

combinação com a introdução no mente para o aumento dos novos iní-

mesmo ano da norma do acesso uni- cios do TARV. Contudo, devido a im-
versal ao TARV para os grupos prioritá- plementação dos novos instrumentos
rios, nomeadamente mulheres de cuidados e tratamento em Outubro

53
de 2019 e as restrições impostas pela indicador novos inícios do TARV, em-
COVID-19 no segundo trimestre de bora com uma redução em alguns me-
2020, verificou-se uma queda nos no- ses, conforme se pode observar nos
vos inícios do TARV. Até Dezembro de “picos” do gráfico 40.
2021, verifica-se uma melhoria do
.

Gráfico 40: Novos Inícios em TARV por Mês, Sexo e Idade, 2012 – 2021

54
Retenção Precoce
Os dados da retenção precoce de 1 levantamento de ARV ou consulta clí-
mês (33 dias após o início do TARV) e nica. Por outro lado, entre 82% - 90%
de 3 meses (99 dias após o início do dos pacientes continuam retidos nos
TARV) de PVHIV em TARV, observados primeiros 3 meses após o início do
de Janeiro à Dezembro de 2021 em TARV (gráfico 41), isto é, tiveram 3 le-
621 unidades sanitárias de monitoria vantamentos ou consultas clínicas con-
intensiva com grande volume de paci- secutivas nos primeiros 3 meses após o
entes, mostram que 81% - 91% dos pa- início do TARV. A média da retenção
cientes que iniciaram o TARV conti- de 1 mês e 3 meses situou-se em 88%
nuam retidos 33 dias após o início do e 87% respectivamente.
TARV (gráfico 41), isto é, tiveram um

Gráfico 41: Taxa de Retenção Precoce dos Pacientes em TARV aos 33 dias e 99 dias, 2021

O gráfico 42 mostra a tendência da entre 88% - 93%, sendo que as médias


taxa de retenção precoce em Mulheres de retenção foram de 89% para reten-
Grávidas em TARV, a mesma situou-se ção precoce de um mês e 90% para 3
entre 85% - 92% no primeiro mês após meses.
o início do TARV e ao terceiro mês

55
Gráfico 42: Taxa de Retenção Precoce em Mulheres Grávidas em TARV aos 33 dias e 99 dias,
2021

Um dos aspectos que tem sido verifi- de 1.37 milhão de PVHIV (aproximada-
cado nas visitas às Unidades Sanitárias mente 81% de PVHIV em TARV) estão
e também nos dados de rotina é a su- sendo seguidos em apenas cerca de
perlotação de PVHIV em TARV nas mai- 26% das Unidades Sanitárias com ser-
ores Unidades Sanitárias do país que viços TARV e os restantes 19% estão
de certa maneira tem influência na qua- em cerca de 74% das Unidades Sanitá-
lidade do atendimento. Apesar da rias. Há necessidade de esforço adicio-
abertura de novas Unidades Sanitárias nal na componente de informação e
que oferecem serviços do TARV, como educação dos pacientes no geral para
forma de aproximar os serviços as co- o uso das Unidades Sanitárias periféri-
munidades e descongestionar as Uni- cas e de modo a descongestionar as
dades Sanitárias de maior volume, não Unidades Sanitárias que actualmente
está ainda a ter os resultados espera- têm um grande volume de pacientes.
dos. A tabela 11 e o gráfico 43, ilustra
o cenário descrito onde, pouco mais

Tabela 11: Volume de Pacientes Activos nas Unidades Sanitárias com Serviços TARV, 2021

56
Gráfico 43: Concentração de PVHIV em TARV nas Unidades Sanitárias com Serviços TARV,
2021

Carga Viral
Com a introdução dos novos instru- PVHIV em TARV tinham feito pelo me-
mentos, o PNC ITS-HIV/SIDA consegue nos um teste de carga viral, sendo que
monitorar, de forma agregada, a cas- a percentagem das PVHIV em TARV
cata da carga viral (CV), desde a reali- com teste da CV feito varia de 48% em
zação, recepção do resultado e supres- Niassa para 77% em Maputo Cidade.
são viral. Estas três componentes da Espera-se que 100% dos activos em
cascata da CV são de notificação anual, TARV façam pelo menos uma carga vi-
o que significa que cada evento só de- ral durante o ano calendário. Sendo as-
verá ser notificado uma vez ao ano para sim, os dados indicam que não se cum-
cada paciente. O gráfico 44.A, ilustra o priu com esta norma importante para a
número cumulativo de pacientes que monitoria da resposta terapêutica das
fizeram o teste de carga viral entre Ja- PVHIV em TARV durante o ano de
neiro e Dezembro de 2021. Até De- 2021.
zembro de 2021, apenas 61% das

57
Gráfico 44.A: Realização de Carga Viral nos Serviços TARV, 2021

Tabela 12: Realização de Carga Viral nos Serviços TARV por Província, 2021

O gráfico 44.B mostra a cascata da que fizeram a CV receberam os seus re-


carga viral, onde 78% dos pacientes sultados durante o ano (tabela 13). Em
que realizaram um teste de CV recebe- relação a supressão viral, a províncias
ram o seu resultado e 80% tiveram sua da Zambézia e Manica apresentam os
carga viral suprimida. As províncias níveis mais baixos de supressão viral
mostram muita variação no seu desem- entre os pacientes testados, ambas
penho na cascata da CV. Na província com 69%.
de Sofala, apenas 62% dos pacientes

58
Gráfico 44.B: Cascata de Carga Viral nos Serviços TARV, 2021

Tabela 13: Percentagem de Pacientes Testados que Receberam o Resultado da CV e Percen-


tagem de Testados com Supressão Viral por Província, 2021

59
Modelos Diferenciados de Serviços

Os modelos diferenciados de serviços, Semestral de ARVs, nas 621 Unidades


são abordagens centradas no utente, Sanitárias de grande volume que cobre
que simplificam e adaptam os serviços mais de 80% das PVHIV em TARV. Sali-
do HIV, em toda a cascata de cuidados entar que até finais de 2021, só era
e tratamento. Reflectem as preferên- possível monitorar estes indicadores
cias e expectativas de vários grupos de nestes 621 Unidades Sanitárias.
PVHIV, reduzem os encargos desne-
cessários para o paciente e para o sis- Nota-se um crescimento da Dispensa
tema de saúde e reorientam os recur- Trimestral de ARVs, impulsionada pela
sos para os utentes mais necessitados. mudança nos critérios de elegibilidade
para este modelo, efectuada em Abril
Estes modelos visam melhorar a ade- de 2020. Esta mudança foi feita devido
são e a retenção dos utentes em cuida- à pandemia da COVID-19 e não se re-
dos e tratamento diminuindo o número tornou aos critérios anteriores até ao fi-
de vezes que os utentes devem se diri- nal do ano 2021. Em relação a cober-
gir à US, aumentando a disponibili- tura da Dispensa Semestral, mantem-
dade dos clínicos de modo a melhorar se a tendência de crescimento lento e
a qualidade da prestação de serviços com ligeiro abrandamento a partir de
clínicos aos utentes instáveis. Agosto de 2021. Salientar que a dis-
pensa semestral tem critérios mais res-
O gráfico 45 mostra a tendência da tritos, sendo implementada apenas em
evolução da cobertura nacional dos US selecionadas da Cidade de Maputo
Modelos Diferenciados de Serviços e Província de Gaza. Um dos efeitos
que passou de 95% em Janeiro de esperados com a inclusão de pacientes
2021 para 100% em Dezembro de nos MDS principalmente a dispensa tri-
2021. Referir que esta cobertura refere- mestral será a redução do número de
se especificamente à Dispensa trimes- consulta.
tral de ARVs, aos GAAC e a Dispensa
Gráfico 45: Tendência da implementação dos MDS nos Serviços TARV, 2021

60
CASCATA DE CUIDADOS DO HIV/SIDA (95-95-95)
A ONUSIDA lançou em 2014 a inicia- o mundo estarão em supressão viral.
tiva Fast Track, que visa acelerar a res- Exercícios de modelagem sugerem
posta ao HIV para que seja possível que, se estas metas fossem alcançadas
controlar a epidemia de HIV até 2020 e até 2021, seria possível acabar com a
eliminá-la até 2030. Apesar da acelera- epidemia de SIDA em 2030, o que por
ção da resposta ser esperada em todos sua vez irá gerar profundos benefícios
os países, trinta e cinco países foram tanto a nível do sistema de saúde bem
identificados como prioritários e Mo- como ao nível económico.
çambique é um deles. Tendo a acelera-
ção da resposta à epidemia como meta Moçambique está a utilizar as novas
para 2020 e a finalização da epidemia orientações 95-95-95 para monitorar o
como objectivo final em 2030, a ONU- progresso da cascata de cuidados e
SIDA traçou as metas 95-95-95. Essas tratamento no País. Nas cascatas apre-
metas têm como base a cascata de cui- sentadas a seguir, mostra-se PVHIV
dados e tratamento do HIV e significam (Spectrum 6.06), percentagem de pes-
que 95% das pessoas vivendo com o soas diagnosticadas HIV+ (estimativa
HIV (PVHIV) conheçam seu estado se- baseada em Shiny First 90), pacientes
rológico, 95% destas estejam em trata- activos em TARV (SIS-MA, SIS-H-04-A),
mento e 95% das que estejam em tra- e supressão viral para o nível nacional
tamento alcancem a supressão viral. (DISA-Link). As barras laranjas com li-
Quando estas três metas forem alcan- nhas tracejadas representam lacunas
çadas, pelo menos 86% de todas as na cascata.
pessoas que vivem com o HIV em todo
Gráfico 46: Cascata Nacional de Cuidados do HIV/SIDA (95-90-86) para às PVHIV
(Geral), 2021

O gráfico 46 mostra que ainda há lacu- diagnóstico e início do TARV entre às


nas na cascata, sobretudo no PVHIV. Segundo as recomendações,

61
95% das PVHIV deveriam conhecer o estavam em TARV até Dezembro de
seu seroestado, mas em Moçambique 2021. Quanto a PVHIV com supressão
apenas 84% das PVHIV conheciam seu viral, deveria atingir-se 86% até 2025.
seroestado até Dezembro de 2021. Porém, até Dezembro 2021, apenas
Igualmente, 90% das PVHIV deveriam 71% das PVHIV alcançaram a supres-
estar em TARV, mas apenas 81% são viral.

Gráfico 47: Cascata Nacional de Cuidados de HIV/SIDA (95-90-86) para PHIV (Adul-
tos), 2021

Como apresentado no gráfico 47, a homens VHIV estão em tratamento,


cascata de adultos vivendo com HIV é comparado com 89% e 84% das mu-
semelhante a cascata de PVHIV. Os lheres, respectivamente. Esta desagre-
gráficos 48.A e 48.B, mostram que, gação destaca a necessidade de enfo-
quando desagregadas por sexo, as car em estratégias que aumentem o di-
cascatas dos adultos diferem bastante. agnóstico e acesso dos homens aos
Apenas 76% dos homens VHIV conhe- cuidados e tratamento.
cem o seu seroestado e 75% dos

62
Gráfico 48.A e 48.B: Cascatas Nacionais de Cuidados do HIV/SIDA para às PVHIV (Adultos),
desagregadas por Sexo, 2021

A cascata de cuidados das crianças (0- seroestado e 79% das crianças estão
14) (gráfico 49) mostra que 79% das cri- em TARV e 51% tem supressão viral.
anças VHIV conhecem o seu

63
Gráfico 49: Cascata Nacional em Cuidados de HIV/SIDA para PVHIV (Crianças), 2021

64
Apoio Psicossocial e Prevenção Positiva
O Apoio Psicossocial e Prevenção Posi- registo das actividades. O Aconselha-
tiva (APSS & PP) surge no âmbito da ne- mento Pré-TARV tem vindo a ser um
cessidade do suporte psicológico e so- dos melhores indicadores a ser repor-
cial às pessoas vivendo com HIV, tendo tado. 97% dos pacientes tiveram acon-
em conta que é um factor que contribui selhamento pré-TARV. Contudo, o re-
para uma melhor adesão e retenção porte da informação mostra que ainda
aos cuidados e tratamento e conse- persistem desafios, revelando perda
quente melhoria da qualidade de vida de oportunidade na preparação dos
do paciente. Têm como objectivo fun- pacientes para o início do TARV. As
damental oferecer intervenções que vi- províncias da Zambézia, Manica, So-
sam resgatar recursos internos do paci- fala, Inhambane e Gaza reportam valo-
ente de modo a se reconhecer como res acima de 100%. Está claro que
agente principal da sua própria saúde. existe necessidade de rever a quali-
dade destes dados, uma vez que não
Olhando para as actividades do APSS se pode aconselhar mais pacientes do
& PP, nota-se que é necessária ainda que se inscrevem em cuidados. (tabela
mais atenção a todo o paciente e o res- 14).
pectivo

Tabela 14: Aconselhamento dos Novos Inscritos em Pré-TARV, 2021

A revelação de diagnóstico para as cri- notar um crescimento lento na revela-


anças entre os 8 aos 14 anos é um indi- ção do diagnostico, sendo que o
cador que cujo seu reporte teve início “proxy” mostra que apenas 56% das
no quarto trimestre de 2019 com a in- crianças VHIV, tiveram a revelação do
trodução dos novos instrumentos de diagnóstico, sendo necessário imple-
APSS e PP. A tabela 15, ilustra o reporte mentar estratégias para a melhoraria
ao longo do ano de 2021 e pode-se do desempenho deste indicador, uma

65
vez que esta actividade crucial para a supere o denominador. Contudo, o
retenção e adesão dos pacientes nesta pressuposto usado no “proxy” é de que
faixa etária. Nota: Percentagens acima a amostra no geral é tão grande de
de 100% no “proxy”, estão relaciona- modo que não será afectado pelo nu-
das com denominador que não capta o merador e que a característica da faixa
grupo etário de 8-9 anos, fazendo com etária de 8-9, está contida na amostra
que em alguns casos o numerador de 10-14 anos.

Tabela 15: Revelação do Diagnóstico em crianças dos 8 aos14 anos por província ao longo
dos trimestres, 2021

A Prevenção da transmissão do HIV cen- das mesmas no controle da Epidemia. A


trada nas pessoas que sabem que são nível nacional perto de 90% dos novos
HIV positivas como principais actores, é inícios do TARV receberem o pacote
fundamental pois é uma das estratégias completo de prevenção positiva até fi-
para Prevenção de novas infecções pelo nais do quarto trimestre de 2021.
HIV e empoderamento

66
Tabela 16: Prevenção Positiva nos Pacientes em Cuidados HIV/SIDA, 2021

O seguimento de adesão é crucial para melhoria do registo das intervenções.


a prevenção das faltas e abandonos, Constata-se que ainda persistem desa-
bem como para o reforço da adesão, ga- fios na oferta e no reporte do segui-
rantindo a melhoria da qualidade de mento de adesão, como ilustra a tabela
vida dos pacientes em TARV. É necessá- 17, em 7 das 11 províncias menos de
rio que se cumpra o calendário mensal 80% dos pacientes tiveram seguimento
nos primeiros 3 meses após o início de adesão, contudo futuramente seria
TARV, seguido de seguimento trimes- necessário que este indicador fosse re-
tral, aliado á oferta do pacote de preven- portado entre os pacientes que tiveram
ção positiva. Para melhorar a oferta de consulta uma vez que actualmente o de-
seguimento de adesão no âmbito da nominador inclui todos PVHIV em TARV
COVID-19, foi orientada a oferta de e que com a implementação de Mode-
APSS e PP integrada nas consultas clíni- los Diferenciados de Serviços, alguns
cas e a partir de chamadas telefónicas, pacientes não têm consulta no período
aspecto que pode estar a influenciar a de reporte.

67
Tabela 17: Seguimento de Adesão em PVHIV em TARV, 2021

Os gráficos 50.A, 50.B e 50.C, ilustram que 89% dos faltosos e abandonos ao TARV re-
tornaram a Unidade Sanitária e forma desagregada 89% e 87% de adultos e crianças
respectivamente retornaram a Unidade Sanitária após serem contactos ou recebido a
visita domiciliar.

Gráficos 50.A, 50.B e 50.C: Cascatas Nacionais de Chamadas e Visitas para PVHIV em TARV,
2021

68
que variou de 88% no primeiro trimes-
Na tabela 18, nota-se um ligeiro cresci- tre para 90% no quarto trimestre.
mento dos pacientes contactados/en-
contrados ao longo dos 4 trimestres de Contudo, há necessidade de melhorar
2021, sendo que a percentagem de as intervenções feitas com os pacientes
pacientes contactados/encontrados que estão em situação de falta ou
passou de 76% no primeiro trimestre abandono, pois um em cada dez des-
para 83% no quarto trimestre. A tes pacientes não retornam a cuidados
mesma tendência é observada em re- e tratamento. É recomendável a reali-
lação aos pacientes que retornaram, zação de uma avaliação qualitativa

69
para melhor compreender as causas
do não retorno dos pacientes aos cui-
dados e tratamento.

Tabela 18: Cascata de Chamadas e Visitas para Pacientes Activos em TARV por Província,
2021

70
TB/HIV
As actividades de TB/HIV compreen- HIV em Outubro de 2019, tornou-se
dem actividades colaborativas da co- possível captar o rastreiro da TB em
responsabilidade do PNC ITS- cada consulta clínica. O gráfico 51
HIV/SIDA e do Programa Nacional do mostra que todas as províncias, alcan-
Controlo de Tuberculose (PNCT). Com çaram a meta 90% das PVHIV em cada
a implementação dos novos instru- consulta clínica.
mentos para cuidados e tratamento do
Gráfico 51: Rastreio TB em PVHIV em Cada Consulta Clínica, 2021

Em relação a provisão do TPI entre pa- províncias alcançaram a meta de 78%


cientes novos inscritos, todas as (gráfico 52).

Gráfico 52: Provisão TPT em PVHIV novos inscritos em Cuidados de HIV, 2021

71
Ao analisarmos as actividades colabo- para 25% em 2021. Quanto a provisão
rativas TB/HIV no sector de TB, o grá- do TARV aos pacientes coinfectados
fico 53 apresenta uma análise em cas- atendidos no sector de TB, 95% dos
cata, onde observar-se uma tendência pacientes TB/HIV+ estavam em TARV
a melhoria de todos os indicadores no período de Janeiro a Dezembro de
desde 2016. No que concerne à testa- 2021. A melhoria deste indicador atri-
gem para o HIV, houve uma subida de bui-se às estratégias da paragem única
96% em 2016 para 99% até Dezembro (ou seja, a oferta do TARV no sector da
de 2021. Adicionalmente, entre os tes- TB) e da delegação de tarefas que au-
tados para o HIV, houve uma redução torizou o técnico do sector do TB a pro-
da positividade do HIV nos pacientes ver o TARV ao paciente coinfectado.
infectados com TB, de 44% em 2016

Gráfico 53: Serviços de HIV prestados no Sector de TB, 2016 - 2021

72
MELHORIA DE QUALIDADE (MQ)

Em 2016 Moçambique iniciou em 313 US Mapa 9: Distribuição de US MQHIV por


com Serviços TARV, a implementação fa- província
seada de ciclos de melhoria de qualidade
assistencial, os quais contemplam etapas
de (i) “Planificação” (avaliação de indica-
dores e elaboração de um plano de ac-
ção), (ii) “Execução” (implementação do
plano de acção), (iii) “Verificação” (moni-
toria da tendência de melhoria) e (iv) “Ac-
ção” (identificação e disseminação de in-
tervenções eficazes).

Até finais de 2021, um total de 696 US ti-


nham iniciado a implementação de pelo
menos um ciclo de MQ. Destas (696) US,
80% recebia apoio de parceiros de imple-
mentação (US-AJUDA) e 20% recebia
apoio do nível central.
Em termos de cobertura de utentes, que
Em termos de cobertura até Dezembro é o principal critério da expansão de US a
de 2021, as 696 US que implementavam implementar ciclos de MQ, o mapa 10
ciclos de MQ cobriam cerca de 41% das apresenta a cobertura populacional de
1.706 US com Serviços TARV. De referir utentes por província que beneficiaram
que outras US com Serviços TARV (cerca em 2021 de intervenções de MQ. No re-
59%), apesar de não implementarem ci- ferido mapa se pode verificar que a im-
clos contínuos de MQ, implementavam plementação do ciclo de melhoria de
em 2021 intervenções universais de MQ, qualidade em 2021 teve cobertura nacio-
que são: realização sistemática de encon- nal expressiva de 87% dos utentes em
tros do Comité de Gestão de Serviços Clí- TARV no país e superou a meta que era
nicos e sessões de Tutoria (Clínica e de de 86%. Por outras palavras, equivale a di-
ATS, APSS e PP). zer que 87% dos utentes em TARV no país
beneficiaram, de algum modo, de inter-
Ao lado direito do mapa 9 consta uma ta- venções de melhoria de qualidade assis-
bela com os totais de US por província tencial dos Serviços TARV a eles presta-
que implementaram o ciclo 2021 de MQ. dos em 2021.
Segundo os dados da tabela, a Província
da Zambézia apresenta o maior número Ainda no mapa 10 se pode verificar que
de US a implementar MQ. Se aplicado um as províncias de Maputo Cidade, Gaza e
filtro das primeiras três províncias com Maputo Província constam do filtro de-
maior número de US a implementar MQ, crescente das primeiras três províncias
seguem as províncias de Gaza e de Nam- com maior cobertura de utentes a benefi-
pula. ciaram de intervenções de MQ no país.

73
Mapa 10: Cobertura de Utentes que Benefici- pacientes que receberam resultado de
avam de Intervenções de MQ CV ≥ 1000 cópias/ml;
• Retenção: que avalia a retenção pre-
coce (33 e 99 dias após início do TARV) e
também a retenção aos 12 meses de
TARV;
• Carga Viral (CV): que avalia o pedido
e a entrega do resultado de CV nos uten-
tes com critérios;
• Modelos Diferenciados de Cuida-
dos/Serviços: que avalia a retenção ao
TARV após 12 meses de início nos MDS, o
pedido e entrega do resultado de CV e a
supressão viral nos utentes em MDS.

As categorias de indicadores prioritários


são aquelas que devem ser incorporadas
nos planos de acção de todas US. Para US
sem SESP não é aplicável a categoria de
Em 2020, os efeitos da Pandemia da CO- MDS pois seria de alta complexidade pro-
VID-19 impediram que fosse implemen- ceder a recolha dos dados.
tado o ciclo normal de MQHIV, o qual na
Em diante consta a análise comparativa
ordem cronológica seria o V ciclo (desde
entre os dados da avaliação de linha de
2016). Entretanto, de forma a manter os
base, os quais representam um período
ganhos alcançados e a cultura da oferta
de avaliação de 12 meses anteriores ao
de serviços de qualidade, foi implemen-
início de implementação do plano de ac-
tado a escala nacional um plano de acção
ção (de 21 de Janeiro de 2020 a 20 de Ja-
colaborativo de MQHIV. Por essa razão
neiro de 2021) e os dados da avaliação in-
(COVID-19), o V ciclo de MQ iniciou no
termédia, os quais representam um perí-
primeiro semestre de 2021 com um total
odo de avaliação de cinco meses posteri-
de seis categorias de indicadores prioritá-
ores a implementação do plano de acção
rios, descritos a seguir:
(21 de Maio a 20 de Outubro de 2021).

• Diagnóstico Precoce Infantil (DPI): Na avaliação de linha de base o período


que avalia a cascata de PTV; de inclusão corresponde aos primeiros
• Profilaxia para Tuberculose (TPT): três meses do período de revisão (21 de
que avalia a conduta de início e de fim do Janeiro a 20 de Abril de 2020), enquanto
TPT nos utentes elegíveis; na avaliação intermédia corresponde ao
• Seguimento e reforço de adesão ao primeiro mês do período de revisão (21
TARV: que avalia a oferta dos serviços de de Maio a 20 de Junho de 2021). Os da-
seguimento de adesão ao TARV nos pri- dos foram colhidos pelas equipas das US
meiros três meses após início do TARV e e seguiram o fluxo de reporte oficial das
também avalia o reforço de adesão nos estatísticas do MISAU (SIS-MA).

74
Gráfico 54: Indicadores da Categoria de DPI

O gráfico 54 mostra que três dos quatro de PCR é uma das causas raiz que contri-
indicadores da categoria de DPI regista- buiu para a redução do desempenho em
ram melhoria do desempenho percentual relação a linha de base.
quando comparado com a linha de base.
A tabela 19 apresenta dados dos indica-
O indicador “% de crianças que chegaram
dores que constam no gráfico 54, porém
a CCR, dentro das esperadas” foi o que
distribuídos por província. As fontes pri-
teve a maior evolução: de 79% na linha de
márias dos dados dos indicadores da ca-
base para 86% na avaliação intermédia.
tegoria de DPI são o “resumo mensal da
Por sua vez, o indicador “% de CE que ini- US-SMI-CPN” e o “Livro de Registo de Co-
ciaram TARV dentro de 2 semanas após lheita para o Teste de PCR para ADN de
diagnóstico” registou na avaliação inter- HIV”.
média um desempenho percentual infe-
rior ao desempenho registado na linha de
base: 86% na linha de base e 79% na ava-
liação intermédia. A fraca completude da
data de início do TARV no livro de colheita

75
Tabela 19: Indicadores de Envio da Amostra e Chegada do Resultado de PCR

Mapa 11: Amostras de PCR Enviadas Até 7 Este indicador somente é avaliado em US
Dias Após Colheita sem POC para PCR, isto é, US que enviam
amostras de PCR para um laboratório de
referência.
As províncias de Gaza (100%), Maputo
Província (100%) e Zambézia (95%) foram
as três províncias que registaram os de-
sempenhos mais altos na avaliação inter-
média.
Por sua vez, as três províncias com maio-
res evoluções do desempenho entre a li-
nha de base e a avaliação intermédia são:
Sofala (de 60% para 77%), Gaza (de 92%
para 100%) e Nampula (de 83% para
88%).
Por sua vez as províncias de Cabo Del-
gado, Zambézia, Manica e Maputo Ci-
dade registaram redução do desempe-
nho do indicador. A fraca monitoria de
implementação do plano de acção é uma
O mapa 11 apresenta os dados por pro- das causas raiz que contribuiu para o
víncia do desempenho do indicador que facto.
avalia o tempo de envio da amostra de
PCR (tempo padrão é dentro de 7 dias
após colheita).

76
Mapa 12: Início do TPT com INH Tabela 20: Desempenho do início do TPT
com INH

O mapa 12 apresenta dados do indi- Manica, Inhambane e Maputo Cidade,


cador que avalia o início do TPT com se mantiveram tal como na avaliação
Isoniazida (INH) nos utentes novos iní- de linha de base dentro do parâmetro
cio do TARV e elegíveis ao TPT no pe- da classificação de fraco desempenho
ríodo de inclusão. A fonte primária em relação ao início do TPT na criança
dos dados é a Ficha Clínica. elegível.
Na avaliação de linha de base, a média Após revisão dos planos de acção das
nacional da oferta do TPT nos utentes US, contatou-se que as causas raiz co-
elegíveis foi de 74% que nos parâme- muns mais mencionadas que afectam
tros de classificação de MQHIV é um o início do TPT em todos os subgru-
desempenho aceitável e na avaliação pos de utentes são:
intermédia houve um aumento para
• Fraco domínio dos critérios de ele-
88%, entrando assim para o parâme-
gibilidade por parte dos provedo-
tro de classificação de bom desempe-
res (mais referido no TARV Pediá-
nho.
trico),
De acordo com os dados, houve uma
• Fraco rastreio da Tuberculose,
melhoria generalizada da oferta do
TPT com INH nos utentes elegíveis. • Fraco registo do início do TPT na fi-
Entretanto, apesar dessa melhoria, os cha clínica.
dados da tabela 20 (subgrupos de
utentes), mostram que as províncias
de Niassa, Cabo Delgado, Zambézia,

77
Mapa 13: Fim do TPT com INH (Apenas estão Gráfico 55: Desempenho do fim do TPT
apresentados dados da avaliação de linha de com INH, por subgrupo de utentes na
base uma vez não ser praticável a colheita de avaliação de linha de base
dados na avaliação intermédia

O fim do TPT é avaliado através de A média Nacional do fim do TPT com


uma coorte de utentes que iniciou TPT INH na avaliação de linha de base foi
no período de inclusão. A mesma co- de 32%, o que é um fraco desempe-
orte é seguida por um período má- nho no quadro da classificação dos
ximo de revisão de 9 meses, facto que parâmetros de MQ.
não torna possível avaliar o indicador A província de Tete apresentou na li-
na avaliação intermédia (com o perí- nha de base o desempenho percen-
odo de revisão de 4-5 meses no má- tual mais alto (70%) quando compa-
ximo). rado com o desempenho com outras
Os dados deste indicador serão colhi- províncias e a província da Zambézia
dos na avaliação final do ciclo e a aná- apresentou o extremo oposto (11%).
lise comparativa entre o pré (dados O fraco desempenho do fim do TPT é
ilustrados neste relatório) e o pós-im- generalizado entre os subgrupos de
plementação do plano de acção será utentes.
realizada nessa altura.
Segundo os planos de acção, as raízes
Contaram para o cálculo deste indica- mais comuns dos problemas que afec-
dor todos os utentes que tenham ter- tam o desempenho do fim do TPT são:
minado o TPT entre o sexto e o nono
mês após seu início. A fonte primária • Fraco registo do Fim do TPT na Fi-
dos dados é a Ficha Clínica. cha Clínica. A desorganização dos
arquivos tem estado a dificultar a

78
localização das Fichas Mestras o • Fraco seguimento dos utentes que
que faz com que sejam realizadas iniciaram o TPT a cada consulta;
consultas sem que o clínico tenha
• Fraca Tutoria Clínica.
a FM;

Mapa 14: Seguimento da Adesão nos pri- Tabela 21: Seguimento da Adesão nos pri-
meiros 3 meses do TARV meiros 3 meses do TARV, por subgrupos de
utentes

O mapa 14 ilustra os dados da oferta de classificação dos parâmetros de MQ o de-


sessões consecutivas mensais de APSS e sempenho ainda é fraco.
PP nos primeiros três meses após início
De forma generalizada todas as provín-
do TARV em utentes com idade maior
cias registam melhoria do desempenho
que dois anos. Em crianças com idade
quando comparados os dados entre a li-
menor que dois anos foi avaliado o segui-
nha de base e a avaliação intermédia.
mento mensal da adesão durante o pri-
meiro ano de TARV. As províncias de Gaza, Manica e Tete fo-
ram em ordem decrescente do filtro, as
Os dados correspondem a uma coorte de
primeiras três províncias com maior evo-
utentes que iniciou TARV no período de
lução do desempenho do indicador entre
inclusão. A fonte primária de dados foi a
a linha de base e a avaliação intermédia.
Ficha de APSS e PP.
Coincidentemente as províncias de Ma-
No mapa 14 pode-se constar que houve nica e Tete registaram os mesmos desem-
uma melhoria substancial quando com- penhos.
parado o desempenho nacional da linha
A tabela 21 mostra um fraco desempenho
de base com o desempenho nacional da
generalizado em todos os subgrupos de
avaliação intermédia (de 12% para 29%).
utentes.
Não obstante essa melhoria, na

79
Segundo os planos de acção das US, as • Fraco registo na Ficha de APSS e no
raízes mais comuns dos problemas que SESP das sessões de seguimento da
afectam o seguimento da adesão nos pe- adesão, sobretudo quando as mes-
ríodos avaliados foram: mas são oferecidas via chamada tele-
fónica.
• Fraco seguimento do fluxo de consul-
tas de APSS e PP para os novos inícios
TARV;

Mapa 15: Reforço da Adesão nos utentes Tabela 22: Reforço da adesão nos utentes
com CV ≥ 1000 Cópias/ml com CV ≥ 1000 Cópias/ml, por subgrupos de
utentes

O mapa 15 ilustra os dados de uma co- De acordo com os dados do mapa 15, o
orte de utentes que recebeu CV≥ 1000 indicador apresenta um fraco desempe-
cópias/ml no período de inclusão e que nho generalizado, tanto na linha de base
teve três sessões mensais e consecutivas (8%) como na avaliação intermédia (17%).
de APSS/PP para reforço da adesão ao Entretanto, houve uma evolução da mé-
TARV durante 99 dias a contar da data de dia nacional em um pouco mais de 100%
registo de entrega ao utente do resultado quando comparada a média nacional na
da CV. Este indicador somente foi avali- linha de base e na avaliação intermédia.
ado em US com SESP pois a recolha ma-
Os dados na tabela 22 mostram que o
nual dos dados deste indicador é relativa-
fraco desempenho é generalizado em to-
mente complexa. O indicador entrou no
dos os subgrupos de utentes.
ciclo de MQ 2021 pela primeira vez. A re-
colha de dados é feita em duas fontes pri- As três províncias com maior evolução en-
márias: a Ficha Clínica e a Ficha de APSS tre a linha de base e a avaliação intermé-
e PP. dia são: Maputo Cidade (de 6% para

80
31%), Gaza (de 7% para 28%) e Maputo • Fraca actualização das consultas de
Província (de 15% para 35%). APSS no SESP;
A fraca completude dos dados deste indi- • Inclusão de utentes com CV≥ 1000 có-
cador reportados no SIS-MA pode ter in- pias/ml em MDS-DMM;
fluenciado o desempenho em algumas
• Não referenciamento de utentes ele-
províncias, em particular Niassa, Sofala e
gíveis para consulta de APSS e PP a
Inhambane.
partir da consulta clínica;
Segundo os planos de acção das US, as
• Ausência dos utentes nas datas mar-
raízes mais comuns dos problemas que
cadas para as consultas.
afectaram o desempenho do reforço da
adesão no período de revisão foram:

Mapa 16: Retenção ao primeiro mês do Tabela 23: Retenção ao primeiro mês do
TARV TARV, por subgrupos de utentes

O mapa 16 ilustra dados da coorte de Maputo Cidade foi a província com a


utentes que iniciou o TARV nos perío- percentagem mais alta da retenção
dos de inclusão e que retornaram para aos 33 dias na avaliação intermédia
a primeira consulta clínica após início (94%), seguido das províncias de Gaza
do TARV ou para o segundo levanta- (89%) e de Manica (88%).
mento de ARVs dentro de 33 dias.
Em ordem do filtro das primeiras três
Na avaliação de linha de base a média províncias com melhor evolução do
nacional dos novos inícios TARV que desempenho entre a linha de base e a
retornaram a US dentro de 33 dias foi avaliação intermédia destacam-se as
de 68% e, por sua vez, na avaliação in- províncias de Manica (60% para 88%),
termédia a média subiu para 80%. Sofala (53% para 76%) e Cabo Del-
gado (57% para 79%).

81
A tabela 23 apresenta os dados de re- • Fornecimento de contactos falsos
tenção aos 33 dias por subgrupos de por parte dos utentes, o que difi-
utentes, onde se pode ver uma melho- cultou o seguimento através de
ria generalizada quando comparados chamadas telefónicas;
os dados entre a linha de base e a ava- • Fraca monitoria das listas de uten-
liação intermédia. tes com critério para chamadas
preventivas e visitas domiciliárias
Segundo os planos de acção das US,
(VD);
as raízes mais comuns dos problemas
• Fraca realização de VD aos uten-
que afectaram o desempenho deste
tes por parte dos activistas e das
indicador nos períodos avaliados fo-
Mães Mentoras.
ram:

• Deficiente marcação e comunica-


ção ao paciente da data da con-
sulta seguinte;

Mapa 17: Retenção aos primeiros 3 Meses Tabela 24: Retenção aos primeiros 3 meses
do TARV do TARV, por subgrupos de utentes.

O mapa 17 ilustra dados de coortes de TARV no final dos 99 dias (3 meses), mas
utentes que iniciaram o TARV no período também que tenham tido uma frequência
de inclusão e que tiveram três consultas mensal de três consultas ou levantamen-
mensais e consecutivas ou levantamentos tos de ARVs.
de ARVs dentro de 99 dias. Importa escla-
De acordo com os dados do mapa 17, a
recer que diferentemente do indicador si-
média nacional da linha de base foi de
milar existente na monitoria e avaliação,
44%, tendo subido para 58% na avaliação
em MQHIV este indicador apenas avalia
intermédia. A pesar da melhoria, a
os utentes que não só são activos em

82
classificação continua no parâmetro de Segundo os planos de acção das US, as
fraco desempenho. raízes mais comuns dos problemas que
afectaram no período avaliados a reten-
As províncias de Gaza (75%), Tete (70%) e
ção nos primeiros 99 dias do TARV foram:
Maputo Cidade (68%) são as que tiveram
os melhores desempenhos na avaliação • Fornecimento de contactos falsos por
intermédia. parte dos utentes, o que dificultou o
seguimento através de chamadas te-
De forma generalizada, todas as provín-
lefónicas;
cias registaram melhoria no desempenho
entre a linha de base e a avaliação inter- • Fraca monitoria das listas de utentes
média. Todavia, as três províncias que ti- com critério para chamadas preventi-
veram maior evolução percentual entre a vas e visitas domiciliares (VD);
linha de base e a avaliação intermédia são
• Fraca realização de VD ao utente por
em ordem decrescente: Tete (36% para
parte de activistas e Mães Mentoras.
70%), Manica (33% para 67%) e Sofala
(26% para 55%).

Tabela 25: Retenção nos Utentes em MDS: GAAC e DT (Apenas estão apresentados dados da ava-
liação de linha de base uma vez não ser praticável a colheita de dados na avaliação intermédia)

Os dados da tabela 25 apresentam o de- implementação dos planos de acção será


sempenho do indicador de retenção aos feita após realização da avaliação final do
12 meses após início de algum MDS, no ciclo, dentro do primeiro semestre de
caso apenas foram avaliados dois MDS 2022.
que são GAAC e DT.
O desempenho nacional da retenção aos
Os dados refletem o desempenho do in- 12 meses de TARV nos utentes em MDS
dicador na avaliação de linha de base em (GAAC ou DT) foi de 95%, sendo as pro-
US com SESP. víncias de Inhambane e Gaza as que apre-
sentaram o desempenho mais expressivo,
Este indicador não é aplicável na avalia-
que foi 98%.
ção intermédia. A análise do pré e pós-

83
Mapa 18: Pedido de CV na Criança e no Tabela 26: Pedido de CV na Criança e no
Adulto Adulto

O mapa 18 ilustra os dados referentes que apresentaram as percentagens


aos utentes com critérios de mais altas no desempenho de pedido
elegibilidade para CV e com registo de CV na avaliação intermédia.
de pedido de CV. Por sua vez as três províncias que em
Em US com SESP o pedido de CV é ordem decrescente apresentaram as
avaliado em utentes que tiverem pelo melhores evoluções de desempenho
menos uma consulta no período de entre a linha de base e a avaliação
revisão e em US sem SESP é avaliado intermédia foram: Gaza (de 24% para
o pedido de CV na coorte de utentes 55%), Zambézia (de 11% para 35%) e
que iniciou o TARV no período de Tete (de 26% para 49%).
inclusão. A tabela 26 apresenta o desempenho
De acordo com os dados do mapa 18, do pedido de CV por subgrupos de
houve melhoria de 23% na linha de utentes na avaliação de linha de base
base para 38% na avaliação e na avaliação intermédia. Os dados
intermédia. Entretanto, o de linha de base chamam atenção que
desempenho nacional do pedido de o pedido de CV na criança agrava-se
CV nos utentes elegíveis continuou no com a idade, isto é, quanto menor a
parâmetro de classificação de fraco idade menor é o desempenho do
desempenho. indicador de pedido da CV.
Entretanto, na avaliação intermédia
Em ordem decrescente, as províncias
de Gaza (55%), Maputo Cidade (54%) começa a notar-se uma ligeira
mudança do cenário.
e Maputo Província (53%) são as três

84
Segundo os planos de acção das US, • Fraco conhecimento dos critérios
as raízes mais comuns dos problemas de pedido de CV;
que afectaram o pedido de CV na • Fraca presença do paciente na
criança e no adulto no período foram: consulta, sendo que múltiplas vezes
• Fraco registo do pedido de CV na comparece o confidente.
FM e fraca actualização na base de
dados OpenMRS - Ficha Clínica;

Pedido de CV na Mulher Grávida


Mapa 19: MG em TARV a entrada na CPN Mapa 20: MG que iniciou TARV na CPN

85
O mapa 19 apresenta dados do subgrupo linha de base e a avaliação intermédia, as
de mulheres grávidas elegíveis ao pedido três províncias que se destacam são: Ma-
de CV na primeira CPN (MG em TARV há puto Cidade (de 12% para 61%), Gaza (de
mais de três meses e que entraram na 13% para 46%) e Tete (de 7% para 40%).
CPN), e o mapa 20 apresenta dados do
No mapa 20 pode se ver que as provín-
pedido de CV no subgrupo de MG que
cias de Gaza (77%), Maputo Cidade (60%)
iniciou TARV na CPN e que se tornaram
e Maputo Província (56%) são as primeiras
elegíveis três meses após início do TARV.
três no filtro decrescente que tiveram na
Em ambos subgrupos o pedido de CV avaliação intermédia o desempenho mais
melhorou quando comparados os de- alto em relação ao pedido de CV na MG
sempenhos nacionais entre os dados de em TARV a entrada na CPN. Por sinal as
linha de base e da avaliação intermédia. mesmas províncias que também tiveram
Em relação ao pedido de CV na MG com os desempenhos mais altos em relação
critérios a entrada na CPN o desempenho ao pedido de CV na MG em TARV a en-
da linha de base foi de 11% e passou para trada, mas com uma troca na ordem de
37% na avaliação intermédia. Por sua vez, classificação do maior para o menor de-
em relação ao pedido de CV na MG que sempenho.
iniciou TARV na CPN o desempenho da li-
Por sua vez, ainda no mapa 20, em rela-
nha de base foi de 12% tendo passado
ção a evolução do desempenho entre a li-
para 41% na avaliação intermédia. Entre-
nha de base e a avaliação intermédia, as
tanto, não obstante a melhoria o desem-
três províncias que se destacam são: Gaza
penho é ainda classificado como fraco.
(de 13% para 77%), Maputo Cidade (de
No mapa 19 pode se ver que as provín- 14% para 60%) e Inhambane (de 14%
cias de Maputo Cidade (61%), Maputo para 48%).
Província (50%) e Gaza (46%) são as pri-
No geral, as causas associadas ao fraco
meiras três no filtro decrescente que tive-
pedido de CV na MG são similares as cau-
ram na avaliação intermédia o desempe-
sas apresentadas quando se abordou em
nho mais alto em relação ao pedido de
torno das raízes dos problemas associa-
CV na MG em TARV a entrada na CPN.
dos ao fraco pedido de CV na criança e no
Por sua vez, ainda no mapa 19, em rela- adulto.
ção a evolução do desempenho entre a

86
Mapa 21: Entrega de CV na Criança e no
Adulto (Apenas estão apresentados dados da
avaliação de linha de base uma vez não ser
praticável a colheita de dados na avaliação in-
termédia)

Gráfico 56: Entrega de CV na Criança e no


Adulto (Apenas estão apresentados dados da
avaliação de linha de base uma vez não ser
praticável a colheita de dados na avaliação in-
termédia)

O mapa 21 ilustra dados referentes a en- Este relatório apresenta dados agrega-
trega do primeiro resultado de CV na co- dos de US com e sem SESP. Para uma aná-
orte de utentes (excluindo o subgrupo de lise de coorte, apenas os utentes que ini-
MG) que iniciou o TARV no período de in- ciaram TARV no período de inclusão nas
clusão. Os dados são da avaliação de li- US com SESP foram contabilizados no de-
nha de base pois na avaliação intermédia nominador comum/agregado (US com e
(pelo período de revisão) apenas é prati- sem SESP). Lembrar que 80% das US
cável avaliar o desempenho da entrega MQHIV têm SESP.
de CV na MG.
A entrega do resultado de CV é avaliada
Para US com SESP a entrega do resultado com base no registo do valor da CV na Fi-
de CV na criança e no adulto não deve ser cha Clínica em uma consulta clínica reali-
analisado em cascata tomando o valor zada entre o sexto e o nono mês após iní-
dos utentes com registo de pedido de CV cio do TARV.
nas consultas realizadas no período de re-
Assim, de acordo com os dados da coorte
visão, pois não é a mesma coorte.
avaliada, o desempenho nacional da en-
Por sua vez em US sem SESP a análise po- trega da primeira CV após início do TARV
derá ser em cascata, pois é a mesma co- na criança e no adulto foi de 12%, sendo
orte. fraco desempenho na classificação de
MQ. A comparação entre o desempenho
pré e pós-implementação do ciclo será

87
feita após realização da avaliação do fim • Inclusão de utentes nos MDS-DMM
do ciclo, dentro do primeiro semestre de antes de receber o resultado de CV;
2022. • Não entrega do resultado de CV ao
De acordo com os dados ilustrados no utente no dia da consulta devido a fraca
mapa 21, a Província de Cabo Delgado inserção do resultado de CV na bolsa
(3%) apresentou o desempenho mais plástica da FM;
baixo a escala nacional enquanto a Pro- • Fraca actualização do resultado de CV
víncia de Nampula (26%) apresentou o na FM-ficha clínica física e, por conse-
extremo oposto. guinte, no SESP;
• Fraco domínio do fluxo de segui-
De acordo com os planos de acção das mento do utente com CV≥ 1000 cps/ml.
US, as raízes mais comuns dos problemas
que afectaram a entrega do resultado de
CV na criança e no adulto foram:
Mapa 22: Entrega de CV na MG

O mapa 22 ilustra os dados referentes a referência para entrega do resultado de


entrega do resultado de CV a MG, dentro CV foi introduzido pela primeira vez no ci-
de 33 dias após colheita da amostra na clo 2021 (V ciclo de MQHIV). O desafio é
CPN, independentemente dessa mesma assegurar que na consulta seguinte (após
MG ter iniciado TARV na CPN ou ter en- colheita da amostra) a MG receba o seu
trado na CPN com mais de 3 meses do resultado de CV e assim condutas mais rá-
TARV. pidas poderão ser tomadas pelos clínicos
para intervenções no âmbito da PTV.
O critério de medição deste indicador to-
mando como 33 dias o tempo máximo de

88
De acordo com os dados do mapa 22 decrescente apresentaram os desempe-
houve melhoria da média nacional em nhos mais altos na avaliação intermédia,
mais do que 100% se comparadas a mé- em relação a outras províncias.
dia registada na linha de base (14%) com
Por sua vez, as primeiras três províncias
a média registada na avaliação intermé-
que se destacaram pela maior evolução
dia (36%). Contudo, o desempenho ainda
entre a linha de base e a avaliação inter-
é classificado dentro do parâmetro de
média foram em ordem do filtro decres-
fraco desempenho.
cente: Maputo Cidade (de 7% para 61%),
Maputo Cidade (61%), Gaza (49%) e Tete Gaza (de 17% para 49%) e Sofala (de 3%
(41%) são as três províncias que no filtro para 34%).

Mapa 23: Supressão Viral nos utentes em Gráfico 57: Supressão Viral nos Utentes em
MDS (Apenas estão apresentados dados da MDS, por subgrupo de utentes (Apenas estão
avaliação de linha de base uma vez não ser apresentados dados da avaliação de linha de
praticável a colheita de dados na avaliação in- base uma vez não ser praticável a colheita de
termédia)
dados na avaliação intermédia)

O mapa 23 ilustra o desempenho do indi- pois necessita de um período de revisão


cador de supressão viral avaliado numa mais extenso do que o período definido
coorte de utentes que iniciou a Dispensa para realizar a avaliação intermédia.
Trimestral (DT) de ARVs ou utentes que
A supressão viral nos utentes em MDS
começou a fazer parte de um GAAC e que
apresentou um bom desempenho nacio-
foram seguidos durante 14 meses.
nal que é de 91%. Entretanto, não obs-
O indicador de supressão viral nos uten- tante a supressão viral apresentar na ge-
tes em MDS foi avaliado pela primeira vez neralidade uma classificação de bom de-
no Ciclo 2021. A avaliação do indicador sempenho (excepto na Província de Nam-
não é aplicável na avaliação intermédia pula), a sua interpretação deverá ser

89
cautelosa devido a cobertura de CV. Isto No gráfico 57 pode se ver ainda que o de-
é, a percentagem de utentes suprimidos sempenho mais baixo da supressão viral
reflete <50% dos utentes da coorte, em crianças (10-14 anos) foi da Província
sendo que um pouco mais do que a me- de Tete (44%). As províncias de Inham-
tade não teve pelo menos uma CV de se- bane, Gaza e de Maputo Cidade apresen-
guimento em MDS. taram um bom desempenho da supres-
são viral (≥86%) em todos os subgrupos
O gráfico 57 mostra que as províncias de
de utentes. O contrário foi verificado na
Nampula e de Gaza foram as que apre-
província de Niassa.
sentaram o desempenho mais alto da su-
pressão nas crianças (10-14 anos) quando
comparado com o desempenho da su-
pressão viral em adultos (15/+ anos).

Próximos Passos

Retoma da monitoria intensiva a partir do mês de Dezembro;

Início das actividades preparatórias (revisão dos indicadores e de toda a plataforma asso-
ciada a recolha de dados e elaboração dos planos de acção) para o VI ciclo de MQHIV a
iniciar dentro do primeiro semestre de 2022;

Implementação da Tutoria como um dos elementos de MQHIV em todas US TARV, inde-


pendentemente da US implementar ou não Ciclos de MQHIV;

Iniciar de forma faseada em 2022 o elemento da Directriz que consiste no engajamento do


utente na gestão da melhoria da qualidade assistencial;

Desenvolver estratégias de integração na Directriz de MQHIV de abordagens de MQ para


utentes da PrEP.

90
SUPERVISÃO E APOIO TÉCNICO

Mais do que 95% das US’s públicas ofere- um formulário com questões agrupadas
cem o TARV em Moçambique. O pro- em vários
cesso de descentralização dos Serviços
domínios. Uma vez inseridos os dados,
TARV para US’s menos diferenciadas,
em tempo real é automaticamente criado
acarretou maior necessidade de monito-
um relatório com classificações de de-
rar de forma regular e sistemática a quali-
sempenho dos domínios avaliados. Este
dade assistencial oferecida às pessoas vi-
relatório constitui o principal guião nos
vendo com HIV/SIDA. Em resposta o PNC
encontros de balanço realizadas no final
ITS, HIV e SIDA realiza visitas de supervi-
das visitas em cada uma das US’s e com a
são e apoio técnico através de rondas
equipa provincial. Em média são visitadas
anuais que envolvem equipas multidisci-
4 US’s (3-5) por província. As US’s visita-
plinares dos diferentes níveis (Central,
das são seleccionadas por procedimen-
Provincial e Distrital). Nas visitas partici-
tos aleatórios sistemáticos.
pam quadros técnicos das agências de
cooperação e dos parceiros locais de im- Objectivos das visitas de supervisão
plementação. realizadas em 2021
A supervisão é realizada com a finalidade • Verificar o grau de implementação
primária de promover a qualidade dos das actividades com vista a responder
serviços. A mesma é focalizada na identi- aos objectivos 90-90-90 da ONUSIDA
ficação e resolução de problemas e na e metas programáticas;
provisão de apoio técnico às equipes das
Unidades Sanitárias visitadas. • Verificar a oferta de cuidados em ob-
servância das medidas imanadas pelo
As orientações transmitidas pela equipe MISAU e divulgadas pelas circulares,
de supervisores e a motivação em gerar no âmbito da resposta a COVID-19;
resultados das equipes supervisionadas
permitem o fortalecimento das relações • Avaliar a qualidade assistencial ofere-
dentro do sistema, optimização dos re- cida às PVHIV e inscritas em cuidados
cursos, promovem padrões altos e esti- nas Unidades Sanitárias visitadas;
mulam o trabalho em equipa através da • Prestar apoio técnico em função dos
comunicação nos dois sentidos, com vista achados da visita e das eventuais soli-
a garantir a implementação das normas e citações da equipa das US’s;
o alcance das metas do PNC ITS, HIV e
SIDA. • Promover o aperfeiçoamento contí-
nuo do desempenho do pessoal.
Metodologia
Áreas abrangidas
As visitas de supervisão consistem basica-
mente em actividades intensivas de (i) ob- • Prevenção: ATS, ITS, População
servação, (ii) diálogo com os provedores Chave (PC) e PTV;
e de (iii) revisão de documentos (instru- • Cuidados e tratamento de adulto e de
mentos de registo). Para tornar essas acti- crianças: APSS e PP, MDS, TB/HIV, e
vidades mais dinâmicas e sistemáticas, Engajamento Masculino;
são usados formulários eletrónicos pa-
dronizados e que foram desenvolvidos no • Melhoria de Qualidade;
aplicativo OdK e instalados em tablets. • Laboratório;
Cada área programática tem pelo menos
• Farmácia.

91
Mapa 24: Distribuição das US visitadas em 2021

43 USs do país receberam uma


visita de supervisão e apoio
técnico do Nível Central, em
2021

Tabela 27: Distribuição do desempenho pelos domínios avaliados e principais achados

92
93
94
Na generalidade, as raízes dos problemas identificadas na ronda de supervisão remetem
para implementação de acções com impacto na melhoria:

▪ Do fluxo de seguimento de pacientes nas unidades sanitárias (referenciamentos


entre serviços);
▪ Do nível de conhecimento técnico (prático) dos provedores;
▪ Do registo de dados nas fontes primárias e no SESP;
▪ Da atitude de alguns provedores (o compromisso profissional do bem-servir).
Desafios
▪ Aumentar a cobertura das US a receberem visitas de supervisão e apoio técnico;
▪ Garantir a presença de representantes do Nível Central de todas áreas avaliadas;
▪ Seguimento das recomendações das visitas anteriores.

95
Próximos grandes passos
▪ Desenvolver de raiz uma nova plataforma de supervisão, que seja mais dinâmica,
com inclusão de instâncias dos níveis Provincial e Distrital e com um Dashboard que
possa ser partilhável com os actores interessados.
▪ Elaborar um Guião de Supervisão do PNC ITS, HIV e SIDA.

96
MONITORIA E AVALIAÇÃO (M&A)

O gráfico 58 mostra as taxas de envio atem- Contudo, desde Janeiro de 2020, os níveis
pado dos relatórios mensais das áreas de de reporte já voltaram a habitual e mantive-
pré-TARV/TARV, ITS, ATS e APSS/PP (rela- ram-se até Dezembro de 2021. Ressaltar a
tório trimestral). De forma geral, a taxa de melhoria substancial no reporte das activi-
reporte sempre esteve acima de 90% para dades de APSS & PP. De referir que a aná-
todas as áreas, excepto APSS/PP. Contudo, lise e envio atempado somente considera a
2019 foi um ano de grandes mudanças na completude de dados de ITS ao nível distri-
área de monitoria e avaliação do PNC ITS- tal e não a nível da US. Como se sabe, o re-
HIV/SIDA pois três novos pacotes de instru- porte de dados do nível distrital é feito de
mentos de M&A foram implementados, no- forma agregada. Portanto, ainda que os re-
meadamente ATS (Abril-2019), C&T (Outu- latórios sejam enviados em tempo útil,
bro-2019) e APSS&PP (Novembro-2019). existe a limitação de identificar o número
Com a implementação dos novos instru- de US que enviaram os dados dentro de
mentos, registaram-se flutuações nas taxas cada distrito.
de reporte ao longo do ano de 2019.

Gráfico 58: Taxas do Envio Atempado da Estatística Mensal do HIV, 2013 - 2021

Como ilustra o gráfico 59 houve oscilação


No âmbito da comparação estatística de concordância desde 2013. É impor-
TARV entre fontes, a equipe realiza cruza- tante ter cautela na interpretação desta
mentos trimestrais, comparando a estatís- diferença, atendendo que cada fonte visa
tica programática da DNSP sobre os acti- reportar dados fundamentalmente dife-
vos em TARV (proveniente dos Resumos rente. Por um lado, a DNSP reporta o nú-
Mensais do HIV) e a estatística da CMAM mero de pacientes activos em TARV no
sobre o consumo dos antirretrovirais (pro- fim de um determinado período.
veniente dos Mapas Mensais e Informa- Segundo a definição de activo adoptada
ção ARV). pela DNSP (que vai de encontro com as
definições aplicadas nos países vizinhos),

97
não é só o paciente que faz o levanta- sistema não é concebido para contabili-
mento ARV no último mês do período que zar os referidos faltosos mencionados na
é considerado activo. Também é repor- descrição do sistema da DNSP. Após a im-
tado como activo o paciente que faltou plementação de novos instrumentos de
menos de dois meses desde seu último M&A de C&T no último trimestre de 2019,
levantamento agendado. Em contraste, o nota-se uma redução substancial na dife-
que a CMAM apresenta ao exercício é o rença entre os dados para 13% em De-
valor máximo de levantamentos ARV du- zembro de 2021.
rante o último trimestre (por US). Este

Gráfico 59: Cruzamento Estatístico Trimestral do RM HIV e MMIA, 2013- 2021

13%
Diferença entre os activos reportados pela DNSP
e os pacientes reportados a levantar medica-
mento ARVs pelo CMAM

99
FORMAÇÕES, CAPACITAÇÕES DO PNC ITS HIV/SIDA

Tabela 28: Formações, Workshops, Lançamentos e Outras Actividades do PNC ITS-HIV/SIDA, 2021

100
101
102
ANEXOS

103
Anexo 1: Gráficos de tendência dos principais indicadores no período Janeiro 2020 à Dezembro de 2021 face a COVID-19

Gráfico 60: Tendência de Testes do HIV Feitos, Jan. 2020 – Dez. 2021

i
Gráfico 61: Tendência das ITS diagnosticadas e tratadas, Jan. 2020 – Dez. 2021

ii
Gráfico 62: Tendência dos Novos Inícios ao TARV, Jan. 2020 – Dez. 2021

iii
Gráfico 63: Tendência de Pedido da Carga Viral, Jan. 2020 – Dez. 2021

iv
Gráfico 64: Tendência de Recepção do Resultado da Carga Viral, Jan. 2020 – Dez. 2021

v
Gráfico 65: Tendência das Consultas Mensais, Jan. 2020 – Dez. 2021

vi
Gráfico 66: Tendência de Faltosos, Jan. 2020 – Dez. 2021

vii
Anexo 2 - Tabela 29: PVHIV em TARV por Unidade Sanitária, Sexo e Idade – Dezembro de 2021

viii
ix
x
xi
xii
xiii
xiv
xv
xvi
xvii
xviii
xix
xx
xxi
xxii
xxiii
xxiv
xxv
xxvi
xxvii
xxviii
xxix
xxx
xxxi
xxxii
xxxiii
xxxiv
xxxv
xxxvi
xxxvii
xxxviii
xxxix
xl
xli
xlii
xliii
xliv
xlv
xlvi
xlvii
xlviii
xlix
l
li
lii
liii
liv
lv
lvi
lvii
lviii
lix
lx
lxi
Anexo 3: Cobertura TARV (na população HIV+) por província, 2002 – 2021

Tabela 30: Cobertura do TARV nas PVHIV (todas idades)

lxii
Tabela 31: Cobertura do TARV nos Adultos (15/+ anos) VHIV

Tabela 32: Cobertura do TARV nas Crianças (0-14 anos) VHIV

lxiii
Anexo 4: Tabela de Prevalência do HIV por província (IMASIDA 2015)

Tabela 33: Percentagem de mulheres e homens de 15-49 anos de idade HIV positivos

lxiv

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