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de Consenso
Diabetes
e Gravidez
Janeiro 2011
Relatório de
Consenso
sobre a
Diabetes
e Gravidez
Consenso organizado e patrocinado pelas seguintes
Sociedades Científicas:
Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolis o (SPEDM)
Sociedade Portuguesa de Diabetologia (SPD)
Sociedade Portuguesa de Obstetrícia e Medicina Materno-Fetal (SPOMMF)
Secção de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
Comissão Organizadora:
Jorge Dores
Coordenador do Grupo de Estudos de Diabetes e Gravidez da SPD
Ângela Magalhães
Coordenadora do Grupo de Estudos de Doenças Endócrinas,
Diabetes e do Metabolis o na Gravidez da SPEDM
Manuela Carvalheiro
Presidente da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia,
Diabetes e Metabolis o
Comissão Redactorial:
Jorge Dores
Maria do Céu Almeida
Lisa Vicente
Sandra Paiva
Grupo de trabalho para a elaboração do consenso
1. Introdução 5
2. Contracepção 6
2.1. Nas mulheres com antecedentes de diabetes gestacional 6
2.2. Nas mulheres com diabetes prévia à gravidez 6
5. Diabetes Gestacional 19
5.1. Definição e diagnóstico 19
5.2. Vigilância e terapêutica 21
5.2.1. Endocrinológica 21
5.2.1.1. Terapêutica não far acológica 21
5.2.1.2. Insulina 22
5.2.1.3. Anti-Diabéticos Orais 22
5.2.1.4. Auto-vigilância glicé ica 23
5.2.2. Obstétrica 24
5.2.2.1. Vigilância Anteparto 24
5.2.2.1.1. Vigilância Materna 24
5.2.2.1.2. Avaliação Fetal 24
6. Parto 25
6.1. Obstetrícia 25
6.1.1. Diabetes gestacional 25
6.1.1.1. Idade Gestacional do Parto 25
6.1.1.2. Via do Parto 25
6.1.2. Diabetes Prévia 26
6.1.2.1. Idade Gestacional do Parto 26
6.1.2.2. Via do Parto 26
6.2. Endocrinologia 27
6.2.1. O parto na grávida co diabetes prévia à gravidez 27
6.2.2. O parto na grávida co diabetes Gestacional 29
7. Recém-nascido 30
7.1. Implicações fetais e neonatais 30
7.2. Vigilância e terapêutica 32
7.2.1. Abordage na sala de partos 32
7.2.2. Abordage no pós-parto 33
8. Vigilância Pós-parto 33
8.1. Obstétrica 33
8.2. Endocrinológica 34
8.2.1. Na ulher co Diabetes prévia à gravidez 34
8.2.2. Na ulher co diabetes gestacional 35
9. Implicações futuras 36
9.1. Nas mulheres com diabetes prévia à gravidez e diabetes gestacional 36
9.2. Nos filhos de mulheres com diabetes prévia
à gravidez e com diabetes gestacional 37
10. Conclusões 39
Bibliografia 40
Anexo 1 43
Anexo 2 44
1. Introdução
Nas últi as décadas te os vindo a assistir a progressos na vigilância e trata ento da
diabetes nas grávidas, co elhoria de resultados nos recé -nascidos e redução das
co plicações aternas. No entanto, apesar de todos os recursos, não foi possível ainda
atingir co pleta ente a eta definida na declaração de S. Vincent e 1989 de “con-
seguir que o resultado da gravidez na ulher co diabetes se aproxi e do resultado
da gravidez na ulher se diabetes”. É altura de todos os que trabalha os nesta área
nos questionar os sobre quais os otivos porque ainda hoje a gravidez nas ulheres
co diabetes prévia ou que desenvolve diabetes durante a gravidez, continue a ser
u a situação de risco acrescido. Alguns aspectos erece reflexão. A estrutura social
e o estilo de vida tê sofrido alterações nos últi os anos, que se reflecte nas carac-
terísticas da ulher, que engravida ais tarde e te ais excesso de peso, ou é obesa.
A diabetes prévia à gravidez (DPG) udou o seu perfil, e hoje, para alé das ulheres
co diabetes tipo 1, há u crescendo de ulheres co diabetes tipo 2. Igual ente,
a prevalência da Diabetes Gestacional (DG) te vindo a au entar e todo o un-
do, o que i plica u acrésci o de recursos e saúde. Outro aspecto i portante a
considerar é o do controlo etabólico opti izado quer na fase de planea ento da
gravidez quer durante a gestação, principal ente nas ulheres co diabetes prévia,
as ta bé nas co diabetes gestacional. Hoje, a existência de dispositivos capazes
de onitorizar as glice ias de for a contínua e e te po real viera evidenciar que
a opti ização do controlo glicé ico não é u a realidade na prática clínica, es o
quando a he oglobina glicada (HbA1c) se encontra dentro dos níveis reco endados.
Por outro lado, estudos clínicos co o o HAPO (Hyperglycae ia and Adverse Pregnancy
Outco es) e o Australian Carbohydrate Intolerance Study in Pregnant Wo en (ACHOIS)
de onstrara que alterações etabólicas, es o que íni as, se reflecte negati-
va ente e de for a contínua no be -estar fetal e nas co plicações aternas. Estes
aspectos i plica a utilização de novas insulinas (análogos) e novas tecnologias na
vigilância e trata ento da grávida co diabetes. Referi o-nos não só à onitorização,
as ta bé às bo bas de perfusão subcutânea de insulina nas grávidas co diabetes
tipo 1. Este últi o aspecto te erecido por parte do Ministério da Saúde u a aten-
ção especial, ao disponibilizar bo bas de perfusão subcutânea contínua de insulina
para ulheres co diabetes tipo 1 e pré-concepção e gravidez.
Espera os que o Consenso possa ter u a divulgação ais alargada, inclusive através
das Instituições de saúde, co vista à udança de atitude de todos os profissionais que
interage co grávidas co diabetes.
2. Contracepção
A utilização de u étodo contraceptivo per ite a qualquer ulher, independente-
ente do seu estado de saúde, viver a sexualidade se o receio de u a gravidez não
desejada.
6
Assi a contracepção te que ser:
• Eficaz, confortável e não interferir na vivência da intimidade.
• Ponderada individualmente. Ter em conta a situação clínica da mulher, nomeada-
ente a idade, se é fu adora, as co plicações da diabetes e a presença de outras
patologias.
A classificação de u a ulher na
A vantage de utilizar
categoria 2 indica que, de u a for a geral,
2 o étodo supera os riscos
o étodo pode ser utilizado, as requer
teóricos ou co provados
u aco panha ento cuidadoso.
7
No Quadro 2.2. estão resu idas as categorias por étodo contraceptivo, para as
ulheres co diabetes.
Tipo de Dispositivo
contra- Contracepção Injectável Intra-Uterino
Anel Contracepção Implante
cepção com (DIU)
oral e oral com com
progestativo
Situação combinada Adesivo progestativo Etonogestrel Levonor-
(MPA) Cobre
clínica gestrel
História
1 1 1 1 1 1 1
de DG
Diabetes
sem
2 2 2 2 2 1 2
alterações
vasculares
Diabetes
com
nefropatia,
3/4 3/4 2 3 2 1 2
retinopatia
ou
neuropatia
Outras
alterações
vasculares
3/4 3/4 2 3 2 1 2
ou
DM>20
anos
8
A utilização do progestativo injectável (acetato de edroxiprogesterona) deve ser
ponderada tendo e conta a gravidade das lesões vasculares. A sua utilização foi
associada a alterações nos valores da glice ia e jeju e odificações no perfil
lipídico (au ento do LDL-colesterol e di inuição do HDL-colesterol)4, razão porque
se encontra na categoria 3 dos critérios édicos de elegibilidade.
Os dispositivos intra-uterinos
O DIU co cobre pode ser utilizado pelas ulheres co diabetes, es o co co -
plicações.7 Deve no entanto ser respeitadas todas as contra-indicações gerais ao
uso de u dispositivo intra-uterino. A nuliparidade não constitui actual ente u a
contra-indicação à utilização deste étodo.1
Métodos de Barreira
A eficácia destes étodos depende da utilização correcta e consistente, assi co o da
fertilidade da ulher/casal. Estes factos deve ser discutidos e consulta, ponderando
se pre o risco de u a gravidez não planeada. Deve ser aconselhados co o étodos
de prevenção das infecções de trans issão sexual.
Contracepção de Emergência
A contracepção de e ergência designa u conjunto de étodos hor onais (proges-
tativo isolado, acetato de ulipristal) e não hor onais (dispositivo intra-uterino), que po-
de ser utilizados nos pri eiros 5 dias após u a relação sexual desprotegida. Quanto
ais precoce a sua utilização, aior a taxa de sucesso.
9
O te a da sexualidade deverá ser debatido desde o início da puberdade co o objec-
tivo de se proceder ao aconselha ento da ulher co diabetes quanto à i portância
de u a contracepção adequada e eficaz.
A progra ação da gravidez deve iniciar-se 6 eses antes da data e que se pretende
engravidar, devendo ser feita nu Centro especializado e Diabetes e Gravidez da
sua área. Esta consulta de planea ento poderá ser dividida e : aconselha ento
pré-concepcional; avaliação clínica e decisão/intervenção terapêutica.
a) Aconselhamento pré-concepcional
Infor ar o casal que a suspensão da contracepção só deverá ser efectuada quando a
equipa que trata a doente o achar adequado.
Dar ênfase à evidência que o trata ento intensivo co atingi ento da nor oglice ia
durante a pré-concepção e gravidez pode conduzir a resultados se elhantes aos das
grávidas se diabetes.
Infor ar que o risco de apareci ento da diabetes no filho é baixo e nunca neonatal,
não sendo otivo para desaconselhar a gravidez, co base na genética.
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• Peso, altura, Índice de Massa Corporal (IMC), tensão arterial (TA)
• Hemograma completo
• Função hepática
• Ecografia pélvica
c) Decisão/intervenção terapêutica
• Desaconselhar a gravidez e caso de doença cardíaca isqué ica, gastroenteroparesia
grave, nefropatia grave (creatinina > 2 mg/dl e/ou clearance da creatinina < 50 ml/
minuto e/ou proteinúria > 2 g/24 h), ou condições psicológicas, familiares ou sócio-
-econó icas desfavoráveis.
• Protelar a gravidez enquanto não houver u controlo tensional e etabólico adequa-
dos ou existir u a retinopatia instável que possa justificar fotocoagulação.
• Aconselhar a gravidez quando a HbA1c estiver próxi o do li ite superior do nor al
do laboratório certificado pela IFCC (International Federation of Clinical Che istry).
11
• Reforço da educação terapêutica e, se pre que possível, co envolvi ento de
ele entos fa iliares (co panheiro e outros).
* Não há valores consensuais entre as directrizes das sociedades científicas e publicações consultadas. 8- 12
Estes valores do quadro resultara da opinião convergente dos ele entos que participara na reunião de
consenso, após análise das diferentes reco endações.
Rever conheci entos sobre hipoglice ia (sinto as e uso de glucagon pelos fa iliares).
12
Outras medidas a tomar:
• Tratar previa ente qualquer infecção.
• Controlar a hipertensão arterial (HTA). Substituir edica entos potencial ente
teratogénicos, co o os inibidores da ECA e ARA II.
• Suspender estatinas, fibratos e ácido nicotínico.
• Iniciar a ad inistração de ácido fólico ≥ 400 μg/dia.
• Administrar L-tiroxina se a hormona tireo-estimulante (TSH) > 4,0 µUI/ml.8
• Se a TSH for nor al as co título elevado de anticorpos anti-TPO, avaliar a TSH e
cada tri estre da gravidez e após o parto.8
• Proceder ao enca inha ento ou trata ento adequados quando os rastreios seroló-
gicos ou infecciosos fore positivos.
4.1. Endocrinológica
4.1.1. Auto-vigilância glicémica
A auto-vigilância glicé ica deverá consistir e pelo enos 3 pesquisas pré-prandiais e
3 pós-prandiais (pequeno-al oço, al oço e jantar, 1 h após o início da refeição). Poderá
ser necessário pesquisar a glice ia ao deitar e às 3h00/4h00 (para detectar eventuais
hipoglice ias nocturnas).
13
Quanto aior o nú ero de pesquisas de glice ia, aior a possibilidade de se conse-
guir u elhor controlo glicé ico. As hipoglice ias deverão ser evitadas.
Os valores ópti os de glice ia capilar reco endados são os seguintes:
* Não há valores consensuais entre as directrizes das sociedades científicas e publicações consultadas. Estes va-
lores do quadro resultara da opinião convergente dos ele entos que participara na reunião de consenso,
após análise das diferentes reco endações.8-12
E bora a MCG ainda não esteja generalizada na prática clínica, fará, no futuro, parte
integrante da vigilância terapêutica da diabetes, especial ente de situações e que
é necessário opti izar o controlo etabólico, co o a pré-concepção e gravidez.
A evolução tecnológica, co criação de siste as e te po real sofisticados, as de
si ples utilização, vai per itir a de ocratização do seu uso.
14
4.1.3. Avaliação e tratamento das complicações
O Diabetes Control and Co plications Trial (DCCT) e o EURODIAB Prospective
Co plications Study (PCS) concluíra que a gravidez por si só não constitui factor
de risco para o desenvolvi ento de nefropatia, retinopatia ou neuropatia.16,17
a) Nefropatia
E geral, ulheres co diabetes e nefropatia tê algu grau de agrava en-
to durante a gestação. A proteinúria au enta e consequência do au ento
da taxa de filtração glo erular.
b) Retinopatia
O controlo glicé ico estrito que se preconiza na gravidez, se for alcançado
de for a rápida durante a gestação, pode acarretar risco de agrava ento
de retinopatia, sobretudo for ação de exsudados (dependendo ta bé
do grau de retinopatia de base). A HTA, tabagis o, longo te po de evo-
lução da diabetes, episódios frequentes de hipoglice ia e a dislipide ia,
são outros factores de risco para o agrava ento da retinopatia.
O risco de progressão da retinopatia parece ser áxi o desde o 2.º tri estre
e anté -se elevado até 12 eses após o parto.16,23
•R
ecomendações:
A avaliação oftal ológica deve ser efectuada e intervalos variáveis de
u a seis eses de acordo co o risco de progressão e critério do oftal-
ologista. A fotocoagulação pode ser realizada durante a gravidez,
se necessário.
15
Nas ulheres co retinopatia, a vigilância deve ser feita da es a for a nos 12 eses
após o parto.
c) Neuropatia
A existência de neuropatia autonó ica, anifestando-se por gastroparésia,
hipotensão ortostática ou ausência de sinais adrenérgicos pré-hipoglice ia,
dificulta o desejável bo controlo glicé ico.
• Recomendações:
Medidas conservadoras ( eias de contenção elástica, assu ir lenta ente o
ortostatis o; edidas dietéticas).
Para isso, estão disponíveis diversos tipos de insulinas seguras para utilização na gravi-
dez co diferentes perfis far acocinéticos (Quadro 4.1.).
16
Quadro 4.1. – Insulinas disponíveis para utilização na gravidez
Relativa ente às insulinas Glargina e Dete ir ainda não existe dados suficientes que
per ita reco endar a sua utilização corrente. No entanto, os dados clínicos disponí-
veis ostra u potencial de segurança e eficácia, que poderá levar a u a alteração
das suas actuais indicações terapêuticas.
As grávidas deve ser esti uladas a fazer pesquisas de glice ia capilar frequentes
e ensinadas a calcular as necessidades de insulina de acordo co a quantidade
de hidratos de carbono da refeição, glice ia pré-prandial e exercício efectuado ou
progra ado.
A dose de insulina basal deve ser calculada de for a a que a glice ia e jeju
esteja dentro dos parâ etros pretendidos. Deve ser ad inistrados bólus e todas as
refeições tendo e conta a glice ia e hidratos de carbono ingeridos.
17
O trata ento da grávida co DPG através de bo ba de perfusão subcutânea
de insulina facilita o dia-a-dia da ulher, conferindo-lhe aior flexibilidade no seu
estilo de vida.
4.2. Obstétrica
4.2.1. Consulta externa hospitalar
A 1.ª consulta deve ser realizada o ais precoce ente possível.
18
E caso de ad inistração de corticóides para aturação pul onar fetal, efectuar
vigilância glicé ica intensiva e corrigir a terapêutica insulínica de for a a opti izar
o controlo etabólico.
4.2.2. Internamento
Deve ocorrer se pre que haja deterioração do be -estar fetal e/ou aterno ( au
controlo etabólico, intercorrência infecciosa, co plicações hipertensivas ou outras
co plicações obstétricas).
5. Diabetes Gestacional
5.1. Definição e diagnóstico
Definição
Diabetes Gestacional define-se co o qualquer grau de intolerância aos hidratos de
carbono diagnosticado ou detectado pela pri eira vez no decurso da gravidez.
Assi , esta definição aplica-se ta bé aos casos e que a intolerância aos hidratos
de carbono precedeu a gravidez de for a não reconhecida e engloba as situações e
que a intolerância persiste após o parto.
Diagnóstico
Os critérios de diagnóstico reco endados neste consenso são baseados nos resultados
do estudo Hyperglyce ia and Adverse Pregnancy Outco e (HAPO)26 e de acordo co
os critérios da Associação Internacional dos Grupos de Estudos de Diabetes e Gravidez
(IADPSG)27 que de onstrou a existência de u a relação linear entre os valores da gli-
ce ia aterna e as orbilidades aterna, fetal e neonatal.
• Na primeira visita pré-natal todas as grávidas deverão ser submetidas a uma glicemia
plas ática jeju .
• Um valor da glicemia em jejum superior ou igual a 92 mg/dl (5,1 mmol/l) mas inferior
a 126 g/dl (7,0 ol/l) é consistente co o diagnóstico de DG.
• Grávidas com valores de glicemia plasmática em jejum igual ou superior a 126 mg/dl
ou co u valor de glice ia plas ática ocasional superior a 200 g/dl, se confir a-
do co u valor e jeju superior ou igual a 126 g/dl ou co u valor de HbA1c
igual ou superior a 6,5%, deve ser tratadas e seguidas co o as que tê DPG.
•C aso o valor da glicemia em jejum seja inferior a 92 mg/dl, a grávida deve ser rea-
valiada entre as 24 e 28 se anas de gestação co u a PTOG co 75 g de glicose.
19
A prova deve ser efectuada de anhã, após u jeju de pelo enos 8 horas as
não superior a 14 horas. Deve ser precedida, nos 3 dias anteriores de u a actividade
física regular e de u a dieta não restritiva contendo u a quantidade de hidratos de
carbono de pelo enos 150 g. A prova consiste na ingestão de u soluto contendo
75 g de glicose diluída e 300 l de água. São necessárias colheitas de sangue para
deter inação da glice ia plas ática às 0h, 1h e 2h. Durante a prova a grávida deve
anter-se e repouso.
U valor igual ou superior às glice ias expostas no quadro é suficiente para o diag-
nóstico de DG.
0 92 (5,1)
1 180 (10,0)
2 153 (8,5)
PTOG co 75 gr
1. Glice ia jeju ≥126 g/dl
– Tratar e seguir co o Diabetes prévia
2. U ou ais valores alterados (ver tabela A) – Diagnosticar DG
3. Todos os valores nor ais (ver tabela A) – Nor al
Reforça-se neste consenso e de acordo co o reco endado pela IADPSG, que não
deve ser efectuada u a PTOG de rotina antes das 24-28 se anas de gravidez, por
ausência de consistência dos resultados encontrados nesse período.
20
Igual ente a PTOG não deve ser repetida depois deste período gestacional. Deve si
ser reforçada a reco endação da realização, por rotina, da glice ia e jeju durante
o pri eiro tri estre da gravidez, tendo e conta que o valor ≥ 92 g/dl (5,1 ol/l)
per ite desde logo o diagnóstico de DG.
A dieta deve ser equilibrada e os hidratos de carbono/valor calórico total deve ser
distribuídos ao longo do dia por três refeições principais e 2-3 inter édias ( eio da
anhã e 1-2 lanches, dependendo do intervalo al oço-jantar) e u a refeição antes
de deitar. Esta deve ser co posta por leite ou substitutos se pre aco panhados de
ali entos ricos e hidratos de carbono co plexos, para evitar a hipoglice ia nocturna
e a cetose atinal.
O valor calórico deverá ter e consideração o IMC prévio à gravidez e o ganho ponde-
ral durante a es a (ver Quadro 5.1).
21
Alguns estudos e ulheres obesas sugere que u ganho ponderal inferior é
seguro, e inclusive benéfico, para o recé -nascido, di inuindo a frequência de recé -
-nascidos grandes para a idade de gestação (GIG).
A ingestão de água deverá ser reco endada. As bebidas alcoólicas deverão ser desa-
conselhadas.
O exercício regular deve ser esti ulado, preferencial ente a archa, sobretudo quan-
do efectuada e período pós-prandial.
5.2.1.2. Insulina
A insulinoterapia deverá ser iniciada quando os objectivos terapêuticos (Quadro 5.2.)
não fore atingidos nu período de 1 a 2 se anas após a instituição das edidas
não far acológicas. Apesar de existire diversos estudos co antidiabéticos orais,
a insulina ainda é o trata ento preferencial ente preconizado. E alguns casos, a
avaliação do cresci ento fetal durante o 3.º tri estre, pode deter inar o início e/ou
intensificação da terapêutica.30
Não há valores consensuais entre as directrizes das sociedades científicas e publicações consultadas.8-12,29,47
Estes valores do quadro resultara da opinião convergente dos ele entos que participara na reunião de
consenso, após análise das diferentes reco endações, as ilações do estudo HAPO e a experiência adquirida
resultante da aplicação destes li ites desde o consenso anterior.
Co base nos estudos existentes sobre o uso de ADO durante a gravidez parece não
existir, co parativa ente ao uso de insulina, diferença na evolução da gravidez e
co plicações neonatais.30 Desconhece-se, no entanto, o efeito a longo prazo des-
22
tes fár acos na progra ação fetal que levaria a obesidade, síndro e etabólico e
diabetes ellitus no futuro adulto.
Metfor ina – Apesar da etfor ina atravessar livre ente a placenta, não fora
de onstrados efeitos teratogénicos co esta edicação durante a gravidez.
Nas ulheres e que os objectivos terapêuticos, co a dose áxi a ADO reco endada,
não são atingidos, deve iniciar terapêutica co insulina.
Apesar da etfor ina e glibencla ida tere de onstrado ser eficazes e seguras, o re-
su o das características do edica ento (RCM) dos produtos ainda enciona que são
contra-indicados na gravidez. O início ou a anutenção destes fár acos na gravidez
só deverá ser efectivado após a obtenção do consenti ento infor ado, devendo este
ficar devida ente docu entado.
Nas grávidas tratadas co insulina, a auto-vigilância glicé ica deve ser idêntica à
processada para as grávidas co DPG (ver Ponto 4.1.1).
5.2.2. Obstétrica
A DG é factor de risco para inú eras co plicações aternas e fetais que deverão
ser consideradas e rastreadas durante a vigilância pré-natal. Co efeito, a DG te
sido associada ao au ento da ortalidade e orbilidade perinatal, no eada ente,
trau atis o no parto, co o resultado da acrosso ia, e au ento do nú ero de
cesarianas.
As reco endações para os cuidados a prestar à grávida deve obedecer aos cuidados
pré-natais de carácter geral prestados nu a consulta de Obstetrícia. O esque a de
consultas deverá ser adequado ao estado de controlo etabólico e/ou existência de
co plicações obstétricas. Durante a vigilância e consulta externa deve ser prestada
particular atenção:
• Evolução ponderal.
• Actividade física adequada.
• Diagnóstico precoce de pré-eclâmpsia (TA, proteinúria).
• Urocultura mensal.
24
Na DG diagnosticada no 2.º tri estre deve ser considerada a ecografia às
28-30 se anas para avaliação da bio etria e às 35-37 se anas para avaliação
da quantidade de líquido a niótico e bio etria. No entanto, a periodicidade
da avaliação deverá ter e conta o controlo etabólico e o apareci ento de co pli-
cações.
6. Parto
6.1. Obstetrícia
6.1.1. Diabetes gestacional
6.1.1.1. Idade Gestacional do Parto
Na ausência de co plicações aterno-fetais, u a das questões ais vezes coloca-
da é a necessidade de induzir o trabalho de parto e qual a elhor idade gestacional
para o fazer. Os potenciais benefícios associados à indução são evitar ortes fetais
tardias, assi co o as co plicações relacionadas co o au ento excessivo do peso fetal
(distocia de o bros e lesões do plexo braquial). As potenciais desvantagens inclue
a possibilidade de ocorrência de taquissistolia, pre aturidade iatrogénica e induções
falhadas. Há poucos estudos be desenhados e devida ente rando izados que
per ita u a co paração entre indução electiva e atitude expectante. A idade
gestacional ideal para a progra ação do parto depende, essencial ente, da eventual
necessidade de terapêutica far acológica para controlo etabólico eficaz e da existên-
cia de outras co plicações aterno-fetais.34,35,42
25
A indução do trabalho de parto deve ser considerada na presença de co plicações a-
ternas e/ou fetais, tendo e conta factores co o a idade gestacional, paridade, índice
de Bishop e avaliação do peso fetal. Nos casos e que a esti ativa do peso fetal (EPF),
no ter o, seja superior a 4000 gra as deverá ser ponderada a realização de u a ce-
sariana electiva.41-43 No entanto, deverá ter-se e conta, na discussão da via do parto,
que a EPF ecográfica, às 36-37 se anas, pode ter u a arge de erro até 13% nos
fetos de grávidas co diabetes.42
Caso o parto ocorra por via vaginal deve estar li itado às situações de boa progressão
do 2.º estádio do trabalho de parto.
A diabetes prévia não constitui, por si só, u a contra-indicação ao parto vaginal após
cesariana anterior.40
6.2. Endocrinologia
6.2.1. O parto na grávida com diabetes prévia à gravidez
Pontos Chave
• O parto deve ocorrer em centros com Apoio Perinatal Diferenciado.
• A euglicemia materna durante o parto é essencial para prevenir acidemia fetal, hipo-
glice ia neonatal e ceto-acidose aterna.
• Devem ser garantidas hidratação e aporte calórico adequados.
• As necessidades de insulina diminuem rapidamente na fase activa do trabalho de
parto (TP), enquanto as necessidades e glicose chega a au entar para 2,5 g/
kg/ in para anter a glice ia entre 70 e 90 g/dl.
• As necessidades de insulina diminuem drasticamente no pós-parto imediato.
• A eventual necessidade de administrar corticóides implica a monitorização mais
intensiva da glice ia aterna nu a a eaça de parto pré-ter o.
• As grávidas com DM tipo 2 devem suspender a terapêutica hipoglicemiante oral.
• Se a grávida está controlada com insulina administrada por bomba perfusora subcu-
tânea, esta deverá ser retirada e substituída pela perfusão intra-venosa (IV) de soro
glicosado e insulina, logo que se inicie o trabalho de parto activo ou se decida que
a doente vai ser sub etida a cesariana. A anutenção da bo ba de perfusão sub-
cutânea de insulina durante todo o trabalho de parto deve ser restrita a centros e
que haja u édico fa iliarizado co esta técnica na sala de partos ou no bloco
operatório.
Objectivos etabólicos
Durante o TP deve anter-se u controlo etabólico opti izado.
Valores de glice ia capilar reco endados: 70 a 110 g/dl (3,9 a 6,1 ol/L).44,45
27
Vigilância e Terapêutica
* E alternativa à perfusão de insulina co seringa infusora, pode ser usada perfusão de insulina e bo ba
perfusora – 25 unidades de insulina regular e 250 l de SF, a perfundir a u volu e/hora 10 vezes su-
perior ao preconizado no esque a da seringa. E situações de baixas necessidades de insulina durante a
gravidez, durante o trabalho de parto poder-se-á optar por u a perfusão de 10 unidades de insulina regular
e 1000 l de soro polielectrolítico co glicose a correr a 125 l/h, co aplicação de u algorit o de
correcção de 2/2 h co insulina regular por via SC ou IM.46
No pós-parto i ediato é frequente não ser necessária insulina basal durante 24 a 72 horas.
28
A diabética só deve reiniciar insulina basal quando a glicemia for > 140 mg/dl (7,7
mmol/L) em jejum e/ou > 180 mg/dl ( 10.0 mmol/L) pós-prandial na ausência de perfu-
são co soro glicosado.
A dose fixa de insulina a reiniciar poderá ser calculada de acordo co as reco enda-
ções descritas no Capítulo 8.2.
Objectivos etabólicos
São os es os da grávida co diabetes ellitus prévia.
Vigilância e Terapêutica
Logo que inicie ali entação PO, suspender a perfusão de soros glicosados
e fazer a pesquisa de glice ias antes do peq al oço, al oço e jantar
Nota: A i ple entação de reco endações deve ser adaptada às características particulares das realidades locais.
29
7. Recém- nascido
7.1. Implicações fetais e neonatais
O prognóstico perinatal está relacionado co o início, duração e gravidade da intole-
rância à glicose; na DG controlada as co plicações são pouco frequentes.
Parto traumático
• Fractura clavícula
•Paralisia de ERB
Icterícia
Cianose Fazer colheitas se:
Excluir • Início nas primeiras 24h
• Cardiopatia cianótica • Muito ictérico
• Policitemia • Valor BRBtc elevado
• Infecção
Hipoglicémia
Glice ia < 45 g/dl (<2,6 ol/L) e se sinto as
• Dar de comer e reavaliar
Se sinto ático ou persistente ente < 45 g/dl
• Glicose iv
30
Anomalias congénitas
As ulheres co DPG tê u risco au entado de ano alias fetais (5 a 10%).
As ano alias congénitas são a aior causa de ortalidade perinatal nos filhos de u-
lheres co diabetes prévia e são, na sua aioria, diagnosticadas in utero.
Sistemas Manifestações
Gastrointestinal Atrésia duodenal, i perfuração anal, atrésia anorectal, sindro a do intestino curto
Macrossomia
O au ento do cresci ento fetal está inti a ente relacionado co o controlo da gli-
ce ia aterna, no eada ente co o hiperinsulinis o fetal no segundo tri estre de
gravidez.
31
• A maior prevalência de prematuridade neste grupo de recém-nascidos (RN).
• O atraso na maturação/produção de surfactante mesmo após as 37 semanas.
• A maior incidência de cesariana electiva antes das 39 semanas.
Alterações metabólicas
Hipoglice ia
Definida co o glice ia < 40-45 g/dL ou < 2,2-2,5 ol/L nas pri eiras horas. Está
relacionada co u hiperinsulinis o persistente. É ais frequente nos recé -nascidos
acrossó icos, nos pre aturos e nos RN co restrição do cresci ento intra-uterino.
No RN nor al a glicose circulante di inui i ediata ente após o parto. Esta descida
fisiológica é aco panhada de u a di inuição da insulina, da elevação do glucagon
e catecola inas conco itante co u au ento arcado da TSH.50 A di inuição da
glice ia descrita é uito ais rápida no FMD prévia e u pouco ais tardia quando
a diabetes é gestacional.
Hiperbilirrubine ia
A produção de bilirrubina está au entada no FMD secundaria ente a pre aturidade,
acrosso ia, policite ia, para alé da reabsorção de he ato as associados ao parto
trau ático.
Cardio iopatia
Resulta da acu ulação de tecido adiposo e glicogénio no iocárdio, à se elhança do
que acontece noutros locais do corpo. É passível de identificação por ecografia cardíaca
fetal. Os RN estão na sua aioria assinto áticos, as pode apresentar u quadro
de insuficiência cardíaca grave. Os sinto as reverte espontanea ente e a hipertrofia
desaparece entre os 2 e os 12 eses de vida.49
Outras
A hipocalce ia, a hipo agnese ia, a policite ia apesar de descritas no FMD, não
necessita de orientação específica no RN assinto ático
32
7.2.2. Abordagem no pós-parto
1. O interna ento e Cuidados Intensivos/Inter édios apenas está indicado na pre-
aturidade inferior a 34 se anas de gestação e/ou < 1800g; sofri ento fetal co
consequente asfixia; dificuldade respiratória ou ano alia congénita ajor. A aioria
dos RN de ter o não necessita de cuidados diferenciados, podendo per anecer
junto da ãe.
2. A hipoglice ia neonatal tornou-se u a raridade no filho de ãe co diabetes be
controlada.
Actual ente reco enda-se o contacto pele-a-pele logo após o nasci ento e a ali en-
tação na 1.ª hora de vida. A glice ia plas ática deverá ser deter inada entre a 2.ª e a
4.ª hora de vida, altura e que o risco de hipoglice ia é elevado e posterior ente, se
existir risco acrescido de hipoglice ia. Se a glice ia for satisfatória à 2.ª hora de vida, o
risco de hipoglice ia é considerado baixo se a ali entação/a a entação se antiver
adequada.51
8. Vigilância Pós-parto
8.1. Obstétrica
A vigilância no puerpério i ediato é se elhante à da puérpera se diabetes
co o objectivo de detectar e tratar precoce ente prováveis co plicações, co o a
he orragia pós-parto secundária a atonia uterina e a infecção.
33
Deverá ser incentivada a a a entação realçando-se, para alé dos benefícios gerais
conhecidos, a di inuição do risco de desenvolvi ento futuro de diabetes.
A depressão pós-parto é ais frequente nas ulheres co DG e DPG, pelo que se deve
ter especial atenção a esta situação.
8.2. Endocrinológica
8.2.1. Na mulher com Diabetes prévia à gravidez
A puérpera co diabetes tipo 1
Após o parto, as necessidades de insulina desce rapida ente, sendo grande o risco
de hipoglice ia. É frequente a diabética não necessitar de insulina por u período de
24 a 72h.
A a a entação deve ser incentivada atendendo aos seus efeitos benéficos reconheci-
dos na população e geral.
34
Na puérpera a a a entar di inue as necessidades basais de insulina devido ao au-
ento de utilização da glicose durante a lactação. Reco enda -se doses basais iniciais
de 0.2U/Kg/dia de for a a ini izar o risco de hipoglice ia.
Nestes casos a dose de insulina a reinstituir é frequente ente bastante enor que
a utilizada durante a gravidez e pode ser possível u bo controlo etabólico co
esque as terapêuticos enos intensivos.
A etfor ina parece ter u a concentração no leite aterno baixa e aparente ente
não te efeitos adversos na glice ia da criança assi co o no seu cresci ento e
desenvolvi ento nos pri eiros eses de vida.52,53
Outros fár acos usados no trata ento da diabetes não fora suficiente ente estuda-
dos na lactação, não sendo reco endados.
A a a entação deve ser incentivada devido aos seus possíveis benefícios a curto e a
longo prazo para a ãe e para o filho, co redução neste do risco futuro de obesidade,
doenças cardio-vasculares e intolerância à glicose.
9. Implicações futuras
9.1 Nas mulheres com diabetes prévia à gravidez e Diabetes Gestacional
Diabetes prévia à gravidez (tipo 1 e tipo 2):
Durante a gravidez, a icroangiopatia pode agravar, principal ente se houver au
controlo etabólico e/ou HTA. No entanto, no pós-parto, assiste-se geral ente à sua
recuperação.
Perante estes factos, i põe-se u a atitude preventiva, que passa obrigatoria ente
por u ópti o controlo etabólico, prévio à gravidez, assi co o durante a es a
e após o parto.
36
Se não houver planea ento de u a nova gravidez, a avaliação etabólica a longo
prazo dependerá sobretudo do risco esti ado de desenvolver diabetes tipo 2.
Reco endações:
• É imperativa a adopção de estilos de vida saudáveis, que passam por um adequado
plano ali entar e de exercício físico co vista à nor alização ponderal e controlo de
todos os factores de risco vascular.
• Deve ser evitado também o uso de fármacos com possível efeito hiperglicemiante,
nestas ulheres.
• Sob ponto vista laboratorial, aconselha-se a realização anual de glicemias plasmáticas.
9.2. Nos filhos de mulher com diabetes prévia à gravidez e com Diabetes
Gestacional
A exposição a u eio intra-uterino disglicé ico te consequências be conhecidas
no feto e no RN. Nos últi os anos tê -se reconhecido e estudado consequências a
longo prazo, na criança e no adulto jove , filhos de ulheres co DG ou DPG.
37
2. Metabólicas:
O filho da ulher co diabetes apresenta alteração na ho eostase da glicose, resul-
tando ais tarde no apareci ento de alteração da tolerância à glicose ou diabetes
ellitus.
3. Neurológicas e psicológicas:
Crianças nascidas de gravidezes de risco pode apresentar défices neurológicos e
alterações no desenvolvi ento psicológico e intelectual.
Défices neurológicos a longo prazo no filho da ulher co diabetes inclue :
paralisia cerebral, atraso ental, convulsões, alterações na fala e no co porta ento,
dificuldade na leitura e surdez; resulta geral ente de trau atis o no parto pela
acrosso ia, da hipoglice ia, hiperbilirrubine ia neonatais e ta bé de alterações
do etabolis o in utero.
10. Conclusões
A idealização e execução deste docu ento de consenso, dirigido à abordage diag-
nóstica e terapêutica da ulher co diabetes resultara do senti ento generalizado
por parte dos profissionais que trabalha nesta área da pertinência e aco panhar a
evolução dos conceitos e atitudes que tê surgido neste jove século. Foi co agrado
que se constatou u a adopção aciça pelos profissionais do pri eiro consenso nacio-
nal publicado e 1996, onde se notou nas diversas reuniões científicas que faláva os
todos a es a linguage e que seguía os a es a etodologia.
O reflexo desta atitude levou ao entusias o de grande parte dos colegas envolvidos na
observação e trata ento das grávidas diabéticas para que se criasse u a base de dados
de â bito nacional onde a força dos nú eros nos pudesse per itir, perante a obser-
vação e discussão dos resultados, corrigir procedi entos adoptados por nós até então.
Apesar de extenso, este docu ento de consenso não te a pretensão de ser u livro
de texto sobre vigilância e trata ento das grávidas diabéticas. Visa apenas fornecer
directrizes para a intervenção nestas doentes de acordo co o estado da arte. Estas
nor as deverão ideal ente ser seguidas, as adaptadas às condições locais e às par-
ticularidades de cada situação clínica.
39
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42
Anexo 1
Diabetes Gestacional
Algoritmo de decisão para diagnóstico e tratamento 27,70,71
Abordagem Universal
Grávidas na 1.ª consulta pré-natal
1.º Trimestre
Avaliar Glicemia em jejum
Glice ia e jeju
Glice ia e jeju Glice ia e jeju ≥ 92 g/dl ≥ 126 g/dl
< 92 g/dl e < 126 g/d Se Glice ia ocasional
≥ 200 g/dl*
HbA1c ≥ 6,5%***
Exa e nor al
Reavaliar às 24-28 se anas
co PTOG de 75 gr
*** Necessária confir ação co glice ia e jeju ≥ 126 g/dl ou HbA1c ≥ 6,5%
*** PTOG anor al quando pelo enos u dos valores é atingido
*** A
HbA1c padronizada para a IFCC só te valor diagnóstico quando ≥ 6,5%
para definir DPG provável e actuar de acordo co esta entidade.
43
Anexo 2
A prova deve ser realizada de anhã após pelo enos 3 dias de regi e ali entar
nor al (150 gr de hidratos de carbono/dia) e actividade física regular. A prova
deve ser precedida de u jeju de 8 a 14 horas, durante a qual é per itida
ingestão de água. Não é per itido fu ar durante a prova. Deve ser registadas
infor ações sobre factores que influencie a interpretação de resultados (por
ex.: edicação, inactividade, infecção, etc.).
Após a colheita de sangue e jeju , o indivíduo deve beber u soluto que con-
tenha 75 gr de glicose e 250 a 300 l de água no decurso de 5 inutos.
A segunda colheita de sangue deve ser realizada 2 horas após o início da ingestão
do soluto glicosado.
Diabetes Mellitus
44
Relatório de
Consenso
sobre a
Diabetes
e Gravidez
PATROCÍNIO CIENTÍFICO:
SOCIEDADE PORTUGUESA
DIABETOLOGIA
PORTUGUESE
SOCIETY OF DIABETOLOGY
COLABORAÇÃO: