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série REABILITAÇÃO
Este texto resulta, genericamente, o repositório da Monografia do Eng.º Carlos da Cruz Jâcome.
Embora o texto tenha sido revisto, esta versão não é considerada definitiva, sendo de supor a
existência de erros e imprecisões. Conta-se não só com uma crítica atenta, como com todos os
contributos técnicos que possam ser endereçados. Ambos se aceitam e agradecem.
ÍNDÍCE GERAL
Apresentação
INTRODUÇÃO..........................................................................................................................1
CAP I – GENERALIDADES.....................................................................................................4
I
Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
III.1 – Introdução..................................................................................................................19
II
Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
IV.1 – Introdução..................................................................................................................38
IV.2.1.2 - Ligantes........................................................................................................39
V.1 - Introdução........................................................................................................................47
III
Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
CAP VI - HUMIDADES..........................................................................................................58
IV
Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
VII.3.2 - Tipo.2.................................................................................................................88
V
Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
CONCLUSÃO........................................................................................................................102
BIBLIOGRAFIA ....................................................................................................................104
VI
Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
ÍNDICE DE FIGURAS
Fig. 2 - Fissuração do betão devido às forças de expansão dos produtos da corrosão [10] .....11
Fig.11 - Padieira para porta maior que a necessária, resultando futuramente na fissuração ao
longo da padieira inicial ...........................................................................................................29
Fig. 14 - Fissuração de paredes de alvenaria devida a apoio transversal de uma viga [10] .....30
VII
Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
Fig.21- Fissura provocada pela deformação da viga lintel de sustentação da parede ..............33
Fig. 23 - Fissuras devidas a assentamentos diferenciais em edificação assente sobre aterro mal
compactado...............................................................................................................................35
Fig. 30 - Empolamento resultante de dilatações térmicas por ausência de juntas [12] ............48
Fig.31 - Fissura em parede causada pela movimentação térmica de laje de cobertura [10] ....49
VIII
Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
Fig. 35- Juntas móveis de apoio das lajes de cobertura na sua estrutura de suporte.
Pormenores construtivos [10]...................................................................................................51
Fig. 39 - Fissura de esforço de corte em viga alta de betão armado, com provável entrada de
água de chuva para o interior da edificação [1]........................................................................56
Fig, 40-Fissuração típica em viga de betão armado devido a esforços de torção [10].............56
Fig.43 - Efeito da humidade da floreira sobre a pintura -tanto a película como a argamassa
acham-se pulverulentas e em desagregação. ............................................................................62
Fig. 47 - Humidade ascendente de águas superficiais numa parede exterior. A “linha” é aqui
perfeitamente visível [4]...........................................................................................................64
IX
Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
Fig. 51 - Causas do bolor em forro de casa de banho: excesso de vapor de água, material
empregado no revestimento, ventilação precária [10]..............................................................72
Fig.57 - Formação de bolor, película de pintura destruída - parede com infiltração de água da
chuva pela ausência de impermeabilização pelo lado exterior [4] ...........................................79
Fig. 59 - A drenagem de um tubo de queda feita directamente no solo é um dos motivos mais
frequentes da patologia [10]. ....................................................................................................82
X
Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
Fig. 63 - Eflorescências “tipo 2”-por falta de tomada da junta entre as pedras, a água atinge o
cimento cola, reagindo com a cal criando um depósito de sal .................................................89
Fig. 67 - Efeito da humidade do substrato em pintura com baixa resistência ao ataque por
agentes biológicos [4]...............................................................................................................95
Fig. 64 - Efeito dos sais solubilizados do substrato sobre a pintura por efeito de humidade de
infiltração [10] ..........................................................................................................................98
Fig.65 - Efeito da humidade do solo sobre a pintura. Tanto a película como a argamassa
acham-se pulverulentas e em desagregação [5]........................................................................98
XI
Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
ÍNDICE DE QUADROS
XII
Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
INTRODUÇÃO
Assim, numa primeira fase procede-se à caracterização e classificação das várias patologias,
sua formas de manifestação e causas associadas, passando finalmente à análise das medidas
preventivas e correctivas, de forma dar cumprimento às exigências funcionais que lhes estão
associadas.
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Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
• O quarto capítulo faz referência ao tipo de patologias que mais vulgarmente ocorrem
nos revestimentos, no caso (argamassa), sua origem e formas de actuação preventivas
e correctivas.
• O quinto capítulo faz referência ao tipo de patologias que ocorrem com bastante
frequência nas edificações (fissuração), procurando-se analisar a sua origem e
manifestações.
• O sexto capítulo vai dirigido para os problemas derivados das humidades, que tanto
afectam os edifícios criando condições de insalubridade, procedendo-se à apresentação
das principais formas de humidade em paredes, suas causas e respectivas acções
preventivas e correctivas, na tentativa de minimizar ou reparar o problema.
• Por fim, no nono capítulo, é feita uma breve referência à forma de diagnóstico das
causas patológicas e proposta de sistematização da mesma.
Acredita-se que o presente trabalho poderá ser um documento útil para pequenas e médias
empresas que, pela sua dimensão, não possuam uma estrutura e quadro técnico abrangente e
sólido. Complementarmente, julga-se que poderá ainda mostrar-se válido e aproveitável para
técnicos e alunos de engenharia e arquitectura, construtores, fiscalizações, proprietários e
investidores, enumerando um conjunto de técnicas e alertando igualmente para os problemas
2
Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
que mais se verificam no nosso parque habitacional, tendo por objectivo não cometer os
mesmos erros efectuados anteriormente.
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Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
CAP I – GENERALIDADES
Em Portugal, muito embora haja uma preocupação crescente com a qualidade da Construção,
principalmente por parte dos construtores, com um incremento nos seus métodos de controlo
e com a certificação das empresas, continua a verifica-se que os edifícios construídos nos
últimos anos não apresentam a qualidade esperada. Pode mesmo afirmar-se que há milhares
de fogos, construídos recentemente, com patologias muito graves que condicionam a sua
utilização. Esta situação traduz-se em inúmeras reclamações por parte dos utentes e no
descrédito de alguns construtores (é usual a responsabilização única dos construtores pelos
defeitos de uma construção, quando em inúmeros casos essas anomalias resultam de má
concepção dos edifícios por parte dos projectistas) [8].
A resolução definitiva de algumas dessas anomalias revela-se por vezes impossível de realizar
e noutras situações com custos elevados de reparação. Todo este processo provoca nos utentes
dos edifícios um desgaste psicológico e custos associados, bem como reclamações e perda de
confiança para as empresas construtoras. Neste sentido a adopção, no decorrer de todo o
processo construtivo, de medidas e disposições construtivas que minimizem a ocorrência de
4
Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
anomalias será sempre uma boa opção, além do que se traduzirá, por um lado, num aumento
da qualidade e, por outro, por uma diminuição de custos.
No sector da construção, as formas mais comuns da não qualidade são os sinistros que
aparecem aquando da sua utilização.
Cabe ressaltar que a identificação da origem do problema permite identificar, também para
fins judiciais, quem cometeu a falta.
Assim:
Uma elevada percentagem das manifestações patológicas tem origem nas etapas de
planeamento e projecto, sendo estas, em geral, mais graves que as falhas de qualidade dos
materiais ou má execução.
Segundo Messeguer: “ O êxito e a qualidade do produto final, bem como o custo do mesmo,
dependem grandemente da qualidade do projecto que se tem” [2].
5
Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
• A grande ligação entre causas e efeitos dos vários fenómenos que se podem
desenvolver simultaneamente, o que gera situações em que um mesmo acontecimento
é consequência dum fenómeno a montante e ao mesmo tempo é causa de um outro
fenómeno a jusante.
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Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
II.1 – Introdução
Como as variáveis que intervêm no processo tem origem em diferentes fontes, em muitas
situações não é fácil, nem rápido, explicar o porquê de uma estrutura corroída, quando tantas
outras em tudo semelhantes e similares não apresentam o problema. A justificativa mais
cómoda, em geral, é atribuir o facto à falta de recobrimento adequado de betão.
Como manter uma mesma exigência de recobrimento sem considerar esses factores regionais?
Aumentar o recobrimento, em geral, significa aumentar as dimensões das peças ou manter as
dimensões e aumentar as secções de aço, ou seja, aumentar o custo da estrutura.
Também a região onde se encontra o componente estrutural, laje, vigas, pilares ou paredes e a
própria natureza, devem ser levados em conta. Lajes em ambientes húmidos podem sofrer
muito mais o fenómeno da condensação do que elementos verticais. Da mesma forma, pilares
semi-enterrados poderão ter problemas de corrosão mais rapidamente que pilares em
ambientes interiores e secos.
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Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
• Planeamento e concepção;
• Projecto e especificações;
Tem-se observado, por experiência, que a maior incidência de problemas de corrosão são
originados por deficiências no projecto, especificações e falhas de execução. A maioria dos
projectos não prevê diferentes betões ou diferentes recobrimentos de um mesmo betão,
segundo a posição que o componente estrutural ocupa na obra ou segundo a agressividade do
meio ambiente onde a estrutura será inserida. Da mesma forma, durante a execução não são
tomados os cuidados necessários com a colocação dos dispositivos que asseguram o
recobrimento do betão, tais como pastilhas e espaçadores. A composição do betão, sua
porosidade, descarga e cura adequada são, em alguns casos, parâmetros e técnicas
construtivas desconhecidas do engenheiro ou encarregados das obras.
Pode-se definir corrosão como a interacção destrutiva de um material por reacção química, ou
electroquímica, com o meio ambiente.
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Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
Basicamente, são dois os principais processos de corrosão que podem sofrer as armaduras de
aço para betão armado: a oxidação e a corrosão, propriamente dita.
Por oxidação entende-se o ataque provocado por uma reacção gás-metal com formação de
uma película de óxido. Este tipo de corrosão é extremamente lento à temperatura ambiente e
não provoca deterioração substancial das superfícies metálicas, salvo se existirem gases
extremamente agressivos na atmosfera.
O mecanismo de corrosão do aço no betão é electroquímico, tal qual a maioria das reacções
corrosivas em presença de água ou ambiente húmido (humidade relativa > 60%). Esta
corrosão conduz à formação de óxido/hidróxidos de ferro (produtos de corrosão,
avermelhados, pulverulentos e porosos, denominados “ferrugem”) e só é possível nas
seguintes condições:
A formação de uma célula ou pilha de corrosão electroquímica pode ocorrer como indicado
na fig. 1, que explícita graficamente o fenómeno.
A água está sempre presente no betão e geralmente em quantidades suficientes para actuar
como electrólito, principalmente nas regiões da obra expostas à intempérie. Qualquer
diferença de potencial que se conduza entre dois pontos da barra, por diferença de humidade,
aeração, concentração salina, tensão no betão e no aço, etc., é capaz de desencadear pilhas ou
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Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
cadeias de pilhas conectadas em série. Na maioria das vezes formam-se micropilhas que
podem, inclusive, alternar de posição os pólos.
É necessário, também, que haja oxigénio para a formação da ferrugem cuja reacção de
formação pode ser simplificadamente indicada por:
A corrosão pode ser acelerada por agentes agressivos contidos ou absorvidos pelo betão.
Entre eles podem-se citar os iões sulfuretos, iões cloretos, o dióxido de carbono, os nitritos, o
gás sulfídrico, etc. Os agentes agressivos permitem a formação de corrosão, ou destroem a
película já existente de passivação do aço, acelerando a corrosão.
Nas regiões em que o betão não é adequado, ou não recobre ou recobre deficientemente a
armadura, há a formação de óxidos de ferro que passam a ocupar volumes três a dez vezes
superiores ao volume original do aço da armadura, originando tensões no betão superiores a
15 MPa. Essas tensões provocam inicialmente a fissuração do betão na direcção paralela à
armadura corroída, o que favorece a carbonatação e a penetração do CO2 e agentes agressivos,
podendo causar o fissuramento do betão, conforme figura 2.
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Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
Fig. 2 - Fissuração do betão devido às forças de expansão dos produtos da corrosão [10]
11
Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
Uma das grandes vantagens do betão armado é que ele pode, por natureza e desde que bem
executado, proteger a armadura contra a corrosão. Essa protecção baseia-se no impedimento
da formação de células electroquímicas, através de duas maneiras:
• Protecção física;
• Protecção química.
Um bom recobrimento de armadura com um betão de boa compacidade, sem " ninhos”, com
teor de cimento adequado e homogéneo, garante, por impermeabilidade, a protecção do aço
ao ataque de agentes agressivos externos [3].
Fig. 4 - Recobrimento precário – pilar apresenta “ninhos” e armadura principal sem recobrimento
12
Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
efectuadas por Pourbaix. Pode-se adoptar, como referência, que a armadura estará
normalmente passiva, quando em meio alcalino apresente um pH entre 10,5 a 13 [3].
As atmosferas, nas quais poderão estar inseridas as estruturas de betão, podem ser
classificadas em atmosferas rurais, urbanas industriais, marinhas e viciadas. Como a
atmosfera viciada, entende-se aquela resultante de ambientes fechados e específicos, tais
como galerias de águas pluviais, interceptores e colectores de esgoto, cozinhas industriais e
outros ambientes.
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Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
Pequenos teores de cloreto podem ser responsáveis por grande intensidade de corrosão, pois
eles não são incorporados aos produtos de corrosão, actuando na maioria dos casos como
catalizados das reacções electroquímicas.
Outros aniões, tais como sulfatos e amónia, podem actuar de modo similar, porém, sempre
com intensidades menores [3, 8, 12].
É usual na maioria das vezes, por absoluto desconhecimento dos técnicos envolvidos, a
incorporação de elementos agressivos durante a amassadura do betão.
O agente agressivo mais comum é o cloreto, que pode ser adicionado involuntariamente ao
betão, a partir de aditivos aceleradores de presa, agregados e águas contaminadas. A grande
maioria dos aditivos aceleradores de presa e endurecedores tem, na sua composição, cloreto
de cálcio.
Embora não muito comum, o que também pode acarretar problemas, é o emprego de
agregados com concentrações ferruginosas, na maioria decorrentes de rochas em alteração. Os
produtos das reacções podem ser ácidos, que irão contribuir para o aceleramento do fenómeno
de carbonatação superficial do betão, reduzindo a protecção química do recobrimento.
Praticamente, todos os revestimentos nos quais predominem a cal e o cimento portland como
aglomerantes, não acarretam problemas á armadura, podendo até pelo contrário, auxiliar na
protecção. Não é o caso põe exemplo de outros revestimentos, à base de gesso. O sulfato de
cálcio tem carácter ácido, principalmente quando decorrente da obtenção de fertilizantes. Esse
subproduto industrial pode originar pastas e argamassas com pH por volta de 6 que,
consequentemente, por serem porosos e higroscópicos, podem contribuir para o aumento da
corrosão das armaduras. Da mesma forma, há que ter cuidado no emprego indiscriminado de
argamassas prontas [3, 8, 10, 12].
14
Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
Alguns dos principais factores a considerar, na etapa de projecto, são [10, 12]:
Alguns dos principais factores a considerar, na etapa de recepção de materiais, são [10, 12]:
15
Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
Alguns dos principais factores a considerar, na etapa de execução, são [10, 12]:
• Não permitir o derrame de agentes agressivos sobre as barras e fios de aço nos stocks;
Fig. 5 - Fraca qualidade do betão e respectiva vibração (ninhos e materiais estranhos incorporados)
16
Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
As medidas correctivas devem ser tomadas em função das causas e origens específicas de
cada problema.
De um modo geral, a recuperação desse tipo de fenómeno patológico é delicada e requer mão-
de-obra especializada.
Esse novo recobrimento pode ser executado através de qualquer procedimento que atenda aos
requisitos abaixo mencionados:
• Betão projectado com espessura mínima de 5 cm. Esse betão tem boa aderência ao
betão velho e não requer formas, no entanto tem a desvantagem de acarretar perda de
material e sujar o ambiente;
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Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
• Adesivos à base de epóxi para união do betão velho com o novo, sendo este aplicado
no local por método tradicional. Esta solução apresenta vantagens em relação a
anterior, pois impermeabiliza a armadura definitivamente, impedindo que, mesmo
com carbonatação superficial, haja corrosão. No entanto, ela tem a desvantagem de
requerer formas e de dificultar a compactação e adensamento do betão novo.
Geralmente este procedimento acarreta secções finais maiores que as iniciais com
prejuízo estéticos;
• Finalmente, cabe reforçar que, devem ser identificadas e sanadas as causas. Caso isso
não seja observado, corre-se o risco de acarretar corrosão em outros locais, por se
haver criado mais descontinuidade na estrutura, além das originalmente existentes.
Quando a causa é devida a cloretos incorporados ao betão, a melhor solução pode não ser
simples e em geral requer respostas específicas para cada caso [3, 10, 12].
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Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
III.1 – Introdução
Os tijolos são elementos cerâmicos resultantes da cozedura da pasta de argila, e como tal,
sendo porosos, absorvem facilmente água por contacto. Assim, antes de serem assentes devem
ser molhados, pois sem este cuidado absorvem parte da água da amassadura da argamassa o
que a torna desagregável.
0 assentamento do tijolo, deve ser realizado de modo que as juntas verticais e horizontais
fiquem desencontradas de pelo menos 1/3 do comprimento do tijolo (“matar ajunta”). As
juntas, com espessura final de cerca de 10 mm, devem ser realizadas com argamassa pouco
consistente preenchendo completamente o intervalo entre tijolos.
A opção pelo preenchimento das juntas verticais tem sido motivo de alguma polémica nos
meios técnicos ao longo dos últimos anos. Em defesa do não preenchimento, são usados
argumentos relativos à economia e à má qualidade natural das juntas verticais, devido a
dificuldades de execução. No entanto, em paredes sujeitas a solicitações horizontais e em
19
Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
paredes com cargas excêntricas aplicadas, considera-se vantajosa a opção pelo seu
preenchimento, não obstante a reduzida contribuição para o aumento da resistência da parede
à compressão.
Nos cunhais e esquadrias das paredes deverá haver um cuidado especial de modo que os
tijolos fiquem bem travados entre si. Nos cunhais das paredes de fachada, ombreiras e outras
extremidades de parede em contacto com o exterior, é fundamental que o tijolo não fique com
os furos voltados para o exterior. Na ausência de tijolos de formato especial para estas
situações, pode usar-se o tijolo furado corrente, ao alto (furação na vertical) cortado para as
dimensões convenientes, mas sempre devidamente travado.
Nos cunhais, como nos restantes cruzamentos de paredes é muito vantajoso que as fiadas das
duas direcções estejam niveladas, para permitir um adequado travamento. Nos casos em que
se pretenda uma maior rigidez da ligação, podem aplicar-se grampos metálicos na junta
horizontal ligando as duas [14].
A elevação dos dois panos da parede dupla pode ser feita em simultâneo ou de forma
sequencial. A execução simultânea dos 2 panos facilita a aplicação dos grampos de ligação
mas apresenta, em geral, maiores dificuldades de execução.
Na execução de paredes duplas devem ser adoptadas as medidas e precauções descritas para
as paredes simples com as seguintes particularidades [14]:
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Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
• Execução da meia cana ou caleira que remata o fundo da caixa de ar, com aplicação de
tubos de drenagem (em plástico) salientes para o exterior (espaçados de cerca de 2
metros);
Fig. 8 – Aspecto do tubo de drenagem da caixas de ar (solução correcta, esquerda, e incorrecta, direita) [14].
É pouco frequente a realização de isolamento térmico pelo interior, uma vez que reduz a
inércia térmica, aumenta o risco de condensações no interior da parede e obriga a cuidados
especiais de revestimento (reboco armado, forros de madeira, revestimento com gesso
cartonado, etc.). A aplicação de isolamento térmico pelo interior é executada após a conclusão
e secagem das alvenarias e deve ser encarada como uma actividade de revestimento especial
[14].
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Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
A primeira solução exige um bom desempeno do suporte, uma vez que as placas rígidas de
isolamento térmico (poliestireno expandido) são coladas directamente à parede e sobre elas é
executado um reboco delgado armado, com rede de fibra de vidro ou polipropileno. Deste
modo, as irregularidades da parede afectam de imediato a qualidade do assentamento das
placas e o aspecto final do revestimento.
Nos sistemas com revestimento independente, este é constituído por placas rígidas assentes
sobre uma estrutura secundária colocada sobre a parede e o seu aspecto e desempenho não
dependem do isolamento térmico, uma vez que este fica encostado à parede e separado do
revestimento exterior por um espaço de ar ventilado.
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Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
Os materiais destinados ao isolamento térmico das paredes podem apresentar-se sob a forma
de placas rígidas com espessuras correntes de 3 a 5 cm. A colocação deste tipo de placas na
caixa de ar de uma parede dupla deve obedecer às seguintes exigências:
As placas devem constituir uma barreira contínua sem juntas verticais ou horizontais abertas
entre elas, de modo a impedir fenómenos de convecção entre as suas duas faces.
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Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
As placas de material isolante não hidrófilo podem ser aplicadas entre os dois panos de parede
sem caixa de ar. Verifica-se todavia que a contribuição da caixa de ar remanescente (com
largura mínima livre de 2 cm), trás significativas vantagens do ponto de vista da prevenção de
problemas ligados à humidade, quer no que respeita às infiltrações exteriores, quer às
eventuais condensações devidas à difusão do vapor de água proveniente do interior do edifício
[14].
Estes materiais têm uma maior versatilidade na adaptação a zonas irregulares da construção
mas apresentam diversas condicionantes de fixação em zona corrente.
Para uma correcta colocação e garantia, devem ser aplicados e fixos através de dispositivos
adequados depois de construída a parede interior, o que obriga a inverter a ordem do processo
de construção, isto é, obriga à construção da parede exterior em último lugar, a partir de
andaimes exteriores e com maiores dificuldades na limpeza final da caleira da caixa de ar.
A utilização de materiais de isolamento térmico flexíveis sem caixa de ar, fixados ao pano
exterior da parede, poderia permitir a construção posterior da parede interior, mas está
limitada, em geral, pela elevada capacidade de absorção de água destas mantas e pela
fragilização da parede exterior nos pontos de fixação, que poderão constituir zonas
preferenciais para a entrada de água [14].
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Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
• A face exterior do pano exterior deve ser impermeável à água mas permeável ao vapor
de água;
Os materiais injectados são constituídos por espumas, cujas misturas são normalmente
efectuadas no local, recorrendo a equipamento próprio. Esta técnica está reservada em geral a
situações de reabilitação em que não é viável a alteração das faces exterior e interior da
parede. A execução deve ser feita por pessoal especializado que tenha meios para garantir e
verificar o integral preenchimento da caixa de ar, o que, mais uma vez, se torna
particularmente difícil nas paredes recortadas ou de geometria irregular e nas paredes com
grampeamento entre os dois panos. Uma vez que este sistema implica o preenchimento total
da caixa de ar, exige-se a sua total insensibilidade à acção da água.
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Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
Ao aplicar-se em situações de reabilitação de paredes que não tenham tido qualquer correcção
inicial das pontes térmicas, este sistema agravará, inevitavelmente, essa situação, pelo que
deve ser utilizado com reserva [14].
O projecto deve definir com exactidão o tipo de correcção da ponte térmica a executar assim
como criar as condições necessárias de aplicação e compatibilização entre os diversos
elementos estruturais.
Do ponto de vista da execução, as correcções interiores são mais fáceis de executar que as
protecções exteriores.
No caso das protecções exteriores, é frequente que a laje de piso tenha uma aba saliente
(rebordo) em relação ao alinhamento exterior dos pilares e das vigas, que permite o apoio
total ou parcial da referida forra da estrutura em alvenaria. Nestas situações é particularmente
delicada a colocação de tijolo na face exterior da viga, abrangendo também o topo da laje.
Este tijolo não pode naturalmente ser considerado como um apoio do pano superior.
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Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
Na zona dos pilares, as dificuldades são menores, desde que se planeie correctamente o
travamento da parede e a transição da dimensão corrente para a dimensão de protecção. As
forras devem se concluídas antes das alvenarias, uma vez que poderiam constituir um factor
de descontinuidade grave na parede com grande probabilidade de fissuração posterior.
Existem várias técnicas de correcção das pontes térmicas, mas que não serão abordadas nesta
monografia [3, 12, 14].
• Dimensões da parede.
27
Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
As fissuras nos contornos dos vãos, podem assumir diversas configurações em função da
influência dos seguintes factores:
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Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
Fig.11 - Padieira para porta maior que a necessária, resultando futuramente na fissuração ao longo da padieira
inicial
Fig. 12 - Fissuração de alvenaria no contorno de vão de janela devido à concentração de tensões [10].
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Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
Fig. 14 - Fissuração de paredes de alvenaria devida a apoio transversal de uma viga [10]
Um último caso que se pode ainda citar, embora não muito frequente, é a manifestação de
fissuras horizontais em alvenarias portantes da ocorrência da actuação de cargas verticais
excêntricas ou cargas horizontais. Em função da intensidade dessas cargas podem surgir
fissuras de tracção numa das faces da parede, já que a mesma é solicitada à flexão –
compressão [3, 10, 12].
As estruturas de betão armado deformam-se naturalmente sob acção das cargas permanentes e
das cargas acidentais. Os componentes estruturais podem admitir flechas que não
comprometem em nada a estabilidade da construção e mesmo estética do componente
flectido. Essas flechas, entretanto, podem ser incompatíveis com o bom comportamento de
paredes ou outros componentes que se apoiam sobre as peças flectidas.
30
Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
A previsão correcta das flechas que ocorrerão nos componentes estruturais é tarefa
praticamente impossível de ser realizada, devido aos inúmeros factores intervenientes. Uma
das primeiras dificuldades que se apresentam é a determinação da parcela da flecha que se
desenvolve após a fissuração do betão, o que conduz a uma acentuada redução de inércia da
peça flectida.
Ao que tudo indica, os componentes das edificações mais sensíveis à deformabilidade das
estruturas são as alvenarias. As deformações da estrutura, de forma geral, tendem a introduzir
nesses componentes esforços de tracção e de cisilhamento (corte) provocando fissuras com
diversas configurações.
Nas figs. 16, 17, 18 e 19, ilustram-se configurações clássicas de fissuras em alvenarias,
provocadas pela flexão da viga – suporte e/ou da viga superior
As flexões diferenciadas entre vigas em balanço, para dois pavimentos consecutivos, tendem
a provocar a fissuração horizontal de paredes localizadas na extremidade da consola
31
Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
(geralmente na altura dos peitoris das janelas) ou ainda o esmagamento dessas paredes,
conforme ilustrado na fig. 21 [3, 10, 12].
Fig.16 - Fissuração característica de divisórias de alvenaria devida a deformação excessiva do pavimento inferior
[10]
Fig.18 - Fissuração característica devido a deformação semelhante dos pavimentos superior e inferior [10]
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Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
Fig.19 - Fissuração característica em vãos de alvenaria devida a deformação excessiva do pavimento inferior
[10]
Fig.20-Fissuras na alvenaria e destacamentos no encontro com a estrutura em decorrência da deflexão das vigas
em consola [10]
33
Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
Os solos são constituídos basicamente por partículas sólidas, água, ar e não raras vezes por
materiais orgânico.
Sob efeito de cargas externas, todos os solos, em maior ou menor proporção, se deformam.
No caso destas deformações serem significativamente diferentes ao longo do plano das
fundações de uma obra, origina que tensões de grande intensidade serão introduzidas na
estrutura, provocando o aparecimento de fissuras.
A determinação dos assentamentos absolutos que ocorrerão numa fundação é tarefa bastante
difícil, constituindo-se ainda hoje um grande desafio para a Mecânica dos Solos.
Como no caso das fissuras, o interesse recai quase que invariavelmente nos assentamentos
diferenciais, pelo que se entende válido, na falta de indicações mais precisas, a tentativa de
estima-los com base na previsão do módulo de deformabilidade (E) ou do coeficiente de
reacção do solo (Ks) a partir de ensaios de penetração dinâmica (SPT) ou ensaios de
penetração estática (Rpr - deepsounding). “Vítor Mello”, analisa diversas propostas de
correlações entre esses parâmetros, julgando como muito promissor o emprego de Rpr para
previsão de assentamentos, mas advertindo para o perigo de pseudo-correlações.
Para o caso de estacas, com particular interesse para estacas agrupadas, a teoria de (Davis e
Poulos) parece ser uma das mais actualizadas e respeitadas.
34
Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
assentes sobre secções mistas, conforme indicado na fig. 22, ou sobre aterros mal
compactados, conforme ilustrado pela figs.23 e 24 [3, 10, 12].
Fig. 22 - Fissuras provocadas por assentamentos diferenciados de fundação assente sobre secção mista [10]
Fig. 23 - Fissuras devidas a assentamentos diferenciais em edificação assente sobre aterro mal compactado
Fig. 24 - Fissura provocada pelo abatimento da base do aterro mal compactada ou insuficiência da fundação.
35
Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
36
Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
Fig, 26 - Assentamento diferencial entre pilares provocando o aparecimento de fissuras inclinadas nas paredes
[10]
Por falta de informação, excesso de arrojo ou negligência, parte das fissuras nasce
conjuntamente com o projecto da obra. O reconhecimento de que as movimentações dos
materiais de construção, e da obra como um todo é inevitável, poderiam de alguma forma
minimizar o problema. A execução de obras a em prazos excessivamente curtos e as medidas
pretensamente económicas tomadas por alguns construtores e agentes promotores contribuem
de forma intensa para a má qualidade final do produto.
As obras de reparação, são geralmente difíceis e dispendiosas, sendo que nem sempre
resolvem os problemas em definitivo, pois todos os trabalhos de recuperação ou reforço por
melhor que tenham sido executados não deixam de ser um remendo.
37
Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
IV.1 – Introdução
Estes fenómenos podem apresentar-se como resultados de uma ou mais causas actuando,
sobre a argamassa de revestimento, de entre os quais se podem citar:
• Má aplicação do revestimento;
38
Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
IV.2.1.1 - Agregados
A desagregação do revestimento por sua vez, tem como causa a presença de torrões argilosos,
com excesso de finos na areia ou de mica em quantidade apreciável. A mica pode também
reduzir a aderência do revestimento à base de duas camadas entre si.
IV.2.1.2 - Ligantes
Como a designação sugere, estes constituintes têm a função de ligar os grãos de areia entre si.
Não existe inconveniente quanto ao tipo de cimento, mas sim, quanto à finura que regulará os
níveis de retracção por secagem. A retracção nas primeiras 24 horas é controlada pela
retenção de água que, por sua vez é proporcional ao teor de finos. Mas, em idades maiores, a
39
Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
retracção aumenta como teor de finos. De modo a contornar o problema, costuma-se adicionar
aditivo incorporador de ar às argamassas de cimento, excepção feita à de chapisco. Outra
alternativa é a de adicionar-se cal hidratada que aumenta o teor de finos, melhorando a
retenção de água e a trabalhabilidade do conjunto.
Podem empregar-se um conjunto de produtos diferentes como cimentos compostos (tipo II),
cimentos brancos, cimentos refractários, cais aéreas hidratadas e cais hidráulicas; mas todos
têm em comum, um processamento de cozedura que lhe dá as características de produzirem
com a água uma pasta que irá endurecendo progressivamente.
IV.2.1.3 - Adições
São produtos que em algumas situações se poderão adicionar durante a confecção das
argamassas, em percentagens superiores a 5% da dosagem de ligante. São normalmente de
natureza pulverulenta, destinados a melhorar desempenhos e poderão distinguir-se entre
pozolânicas (cinzas, pozolanas naturais e sílicas de fumo), hidráulicas (escórias de alto-forno),
corantes (diversos óxidos), polímeros (epoxis) e fibras (de vidro não reactivas, ou de
polipropileno).
IV.2.1.4 - Adjuvantes
Tal como as adições, são igualmente produtos que se poderão adicionar às argamassas, mas
em percentagens inferiores a 5% da dosagem de ligante, que servirão também para melhorar o
desempenho destas, corrigindo situações menos boas, nos domínios da impermeabilização, da
plasticidade, da resistência ao gelo, na alteração da velocidade de presa ou de endurecimento,
ou na retenção da água [1, 3, 10, 12].
40
Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
A aderência dá-se pela penetração da nata do aglomerante nos poros da base e subsequente
endurecimento. Consequentemente, vai depender da textura e da capacidade de absorção da
base, bem como da homogeneidade dessas propriedades. Assim, pode apresentar problema de
aderência, uma camada de revestimento aplicada sobre outra impregnada de um produto
orgânico, o qual impede a penetração da nata do aglomerante. Cita-se como exemplo, uma
superfície de betão impregnada por descofrante ou uma camada de chapisco contendo um
produto hidrófogo.
41
Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
42
Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
43
Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
Argamassa aplicada em
camada muito espessa
Eliminação da base
hidrófuga
A superfície da base está
impregnada com
Sob percussão o
44
Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
Traço excessivamente
rico em cal
0 reboco apresenta
Fissuras Apresenta-se ao longo Expansão da argamassa Renovação do
Horizonta de toda a parede de assentamento por revestimento após
is hidratação da cal hidratação completa da cal
da argamassa de
Deslocamento do assentamento
Para além das soluções de reparação propostas no quadro 1, à que ter atenção aos seguintes
aspectos que, de seguida, se referem.
45
Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
A prevenção dos problemas de revestimento pode ser feita em duas frentes [1, 3, 12]:
As apresentadas no quadro 1.
46
Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
V.1 - Introdução
"Aos olhos dos leigos em construção, a fissura constitui um defeito cujo responsável é o
arquitecto, o engenheiro, o empreiteiro ou fabricante do material. Entretanto, desde as origens
da construção, as fissuras sempre existiram, pois elas são consequências de fenómenos
naturais". Essa tese do arquitecto francês “Charles Rambert”, procura explicar de maneira
relativamente simples a origem do defeito: se considerarmos que os ditos fenómenos naturais
são dados irrefutáveis do problema, a antítese nos parece mais verdadeira [3, 10, 12].
∆ l = α * ∆t *l
• ∆ l= variação de comprimento
• ∆t = variação de temperatura
• l = comprimento inicial.
47
Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
Esses movimentos de dilatação e contracção são restringidos pelas diversas ligações que
envolvem os elementos e componentes, desenvolvendo-se nos materiais, por este motivo,
tensões que poderão provocar o aparecimento de fissuras.
As fissuras de origem térmica, podem também surgir por dilatações diferenciais entre
materiais distintos de um componente, entre componentes distintos e entre regiões distintas de
um mesmo material.
• Absorção;
• Emissão;
• Calor especifico;
48
Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
• Massa específica;
Esse último caso, ocorre mesmo em placa protegida por telhado, no caso da protecção térmica
fornecida a placa ser insuficiente e/ou onde não se tenha adoptado nenhum detalhe construtivo
especial na região de contacto entre placa e alvenaria fig. 31 à 35 [3, 10, 12].
Fig.31 - Fissura em parede causada pela movimentação térmica de laje de cobertura [10]
49
Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
Fig.32 - Fissuração entre a estrutura e a alvenaria, por questões térmicas, devido à má concepção e
pormenorização da cobertura [4]
Fig, 33 - Fissuração de paredes inseridas em estrutura reticulada de betão armado, devido a variações térmicas da
estrutura [10]
Fig. 34 - Fissuração de paredes divisórias devida ao movimento da laje de cobertura em terraço por efeito da
variação de temperatura [10]
50
Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
Fig. 35- Juntas móveis de apoio das lajes de cobertura na sua estrutura de suporte. Pormenores construtivos [10]
51
Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
As fissuras de retracção são quase sempre verticais ou pouco inclinadas em relação à vertical,
apresentando traçado descontínuo e sendo de largura reduzida (raramente ultrapassando os 0,2
mm. ou 0,3 mm.).
Fig. 36 – Fissuração entre a alvenaria e estrutura, provocado pela contracção da alvenaria devido à variação da
humidade dos materiais
Aparecem em geral durante o primeiro verão que se segue à conclusão da execução das
alvenarias.
52
Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
As movimentações irreversíveis, são aquelas que ocorrem geralmente logo após a fabricação
do material e originam-se da perda ou ganho de água até que se atinja a humidade
higroscópica de equilíbrio.
Para os materiais de construção que apresentam contracção inicial por secagem, de forma
geral, os movimentos irreversíveis são superiores aos reversíveis. Nos produtos à base de
cimento, uma relação água – cimento de aproximadamente 0,40 é suficiente para que ocorra a
hidratação completa do cimento, considerando-se que cerca de 22% a 32% de água seria
necessária para que se processasse a reacção química completa (estequeométrica) e que uma
quantidade adicional em torno de 15% a 25% seria necessária para formação do gel.
A reacção química entre o cimento e a água ocorrem com redução de volume, devido a
grandes forças interiores de coesão, a água combinada quimicamente sofre uma contracção de
cerca 25% do seu volume (esta é a chamada retracção química). Quantidades de água
adicionais aos produtos à base de cimento, e que excedam os 40% mencionados, permanecem
livres no interior da massa, evaporando-se posteriormente provocando o fenómeno conhecido
da retracção fig. 37 [3, 12].
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Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
Para os casos comuns de estrutura de betão armado, os componentes flectidos são em geral
dimensionados prevendo-se a fissuração do betão em regiões tracionadas, procurando-se
somente limitar esta fissuração em função de requisitos estéticos e/ou em função da
54
Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
As fissuras que ocorrem numa viga flectida são praticamente verticais no terço médio do vão,
e apresentam aberturas gradativamente maiores em direcção a face inferior da viga, onde se
encontram as fibras mais tracionadas. Junto aos apoios, as fissuras inclinam-se
aproximadamente a 45 graus, conforme representado na fig. 38, devido à influência dos
esforços cortantes. Nas vigas altas esta inclinação tende a ser da ordem de 60 graus. Nas vigas
deficientemente armadas contra o esforço de corte, manifestam-se fissuras inclinadas junto
aos apoios, conforme ilustrado pela fig. 39, podendo ou não ocorrer as fissuras de flexão no
meio do vão.
55
Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
aproximadamente 45 graus e aparecem nas duas superfícies laterais da viga segundo rectas
reversas; conforme indicado na fig. 40.
Fig. 39 - Fissura de esforço de corte em viga alta de betão armado, com provável entrada de água de chuva para
o interior da edificação [1]
Fig, 40-Fissuração típica em viga de betão armado devido a esforços de torção [10]
56
Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
57
Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
CAP VI - HUMIDADES
VI.1 - Introdução
Os problemas de humidade que tantos afectam os edifícios, nas suas variadas formas de
manifestação, constituem umas das acções mais gravosas e correntes nos nossos dias.
• Humidade de construção;
• Humidade do solo;
• Humidade de condensação;
• Humidade de precipitação;
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Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
menosprezadas. Por outro lado, os materiais e os edifícios ainda em fase de construção estão
sujeitos à acção directa da chuva, o que aumenta ainda mais o respectivo teor de água. Assim
Alguma desta água evapora rapidamente, mas uma quantidade substancial demora bastante
tempo a fazê-lo. O processo de secagem de materiais porosos, tais como os tijolos ou o betão,
decorre normalmente em três fases distintas.
A segunda dá-se pela evaporação da água existente nos poros de maiores dimensões dos
materiais, sendo este um processo mais demorado na medida em que a água que está contida
no interior dos materiais tem de atravessar os poros sob a forma líquida ou de vapor até atingir
a superfície.
A terceira dá-se pela evaporação da água existente nos poros de menores dimensões, sendo
este processo extremamente lento, decorrendo muitas vezes ao longo de vários anos.
Duma forma geral as anomalias devidas a este tipo de humidades cessam ao fim dum período
mais ou menos curto, o qual é função das características e do tipo de utilização do edifício em
causa e da região climática em que se insere [3, 5, 9, 12].
59
Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
l ou 2 anos indicam que se pode estar em face de uma manifestação deste tipo de humidades,
o que por si só não significa que não possam ocorrer outras anomalias provocadas ou não por
aquela causa.
As zonas de humedecimento atingem, em geral, toda a superfície das paredes, quer exteriores
quer interiores, decrescendo ao longo do tempo mais rapidamente nas primeiras do que nas
segundas.
Torna-se difícil fixar um padrão de variação dos teores de água das paredes para este tipo de
manifestações, na medida em que ele vai variando ao longo do tempo.
Assim, as medidas a tomar para facilitar a evaporação da água em excesso dos materiais
devem ter sempre como objectivo garantir que a humidade relativa do ar em contacto com a
parede seja o mais baixa possível. Este objectivo pode ser alcançado através das seguintes
medidas:
• Reforço da ventilação dos ambientes – este é o método mais eficaz e mais económico
de secagem de paredes. A simples abertura de janelas, de forma a criar correntes de ar,
permite que ar relativamente seco esteja permanentemente em contacto com as
paredes humedecidas, favorecendo-se desta forma o processo de secagem.
Naturalmente, este tipo de procedimento só é exequível em condições climáticas
favoráveis, designadamente no que se refere ao binómio humidade
relativa/temperatura do ar exterior;
60
Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
• É importante, no entanto, ter em conta que o aquecimento dos locais só deve ser
efectuado em conjugação com uma ventilação eficiente. Por outro lado, a utilização de
aparelhos de gás butano para aquecimento ambiente é totalmente contra-indicada, na
medida em que a combustão daquele gás, provoca a libertação de quantidades
apreciáveis de vapor de água, as quais conduzem a um acréscimo da humidade relativa
do ar, contribuindo de uma forma negativa para os objectivos cm causa;
Fig.42 - Descolamento da pintura do pavimento em armazém – pintura executada antes da secagem total do
betão (higróscopicidade do betão).
61
Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
Fig.43 - Efeito da humidade da floreira sobre a pintura -tanto a película como a argamassa acham-se
pulverulentas e em desagregação.
Nas paredes dos pisos térreos e paredes de caves não protegidas, a humidade existente no solo
tende a penetrar pela parte inferior das fundações e pelos paramentos em contacto com o solo,
quer horizontalmente, quer ascendendo por capilaridade, vindo posteriormente a manifestar-se
na parte não enterrada da alvenaria fig. 44.
A ascensão da água nas paredes é função da porometria dos materiais, da quantidade de água
em contacto com a parede e das condições de evaporação de água nos materiais.
A espessura das paredes é directamente proporcional à altura de água atingida pela humidade
Os sais existentes no terreno e nos materiais de construção, após terem sido dissolvidos pela
água são transportados através da parede através do fenómeno de capilaridade. Quando a água
que atingiu as superfícies das paredes se evapora, os sais cristalizam e ficam aí depositados,
provocando a colmatação dos poros e consequentemente uma redução da permeabilidade dos
62
Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
materiais ao vapor de água, dando origem a que o nível atingido pela ascensão capilar possa
ainda aumentar. Os sais depositados nas superfícies propiciam, por outro lado, a ocorrência de
fenómenos de higroscopicidade, fenómenos estes que perduram mesmo após terem sido
resolvidos os problemas devidos à ascensão de água nas paredes.
Quando a cristalização dos sais ocorre sobre a superfície da parede, este fenómeno dá origem
à formação de eflorescências, quando a deposição dos sais e respectiva cristalização ocorre
sob os revestimentos de parede, dá origem a criptoflorescências.
A água pode existir no solo em zonas bem localizadas, variando, de acordo com a origem, as
manifestações de humidade nas paredes, constatando-se que existem basicamente dois tipos
de fontes de alimentação de água às paredes, as quais correspondem diferentes
sintomatologias e reparações: águas superficiais e águas freáticas.
A água superficial é frequentemente devida a uma recolha defeituosa da água das chuvas e a
ruptura de canalizações de águas e esgotos.
Na água freática, a humidade do solo aparece em paredes inferiores dos edifícios, não subindo
normalmente a mais de 2m acima do solo, em geral, mas podendo atingir valores
significativamente superiores.
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Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
Fig. 47 - Humidade ascendente de águas superficiais numa parede exterior. A “linha” é aqui perfeitamente
visível [4]
64
Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
Quadro 2 – Características da humidade nas paredes devida à água superficial e à água freática
65
Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
A medida preventiva mais eficaz consiste em realizar e manter uma drenagem conveniente no
solo de fundação, técnica que nem sempre se revela satisfatória ou viável, tornando-se então
necessário recorrer a outras soluções fig.48.
A realização de juntas de construção ou dilatação deve ser muito cuidada, pois verifica-se
frequentemente pontos de má vedação nas zonas enterradas.
Para o tratamento das paredes em elevação afectadas por água freática, além da drenagem do
terreno, podem empregar-se varias técnicas, umas realizando ou favorecendo a secagem, e
outras impedindo o acesso de humidades as paredes.
66
Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
• Electro-osmose, método este que por meio duma diferença de potencial criada entre
eléctrodos inseridos na parede húmida e outros enterrados no solo, dá origem a uma
descida de água na parede. Este processo, baseia-se na inversão da tensão, que é
naturalmente criada entre o terreno e a parede quando da humidificação desta.
Fig. 49 – Princípio de funcionamento dos drenos atmosféricos (ou de Knapen) e dreno em material plástico
utilizado actualmente (dreno Speedy) [5].
67
Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
O acesso de humidade do solo pode ser contrariado por várias técnicas, entre as quais:
Além das técnicas acabadas de enumerar existem outras, não sendo ainda de excluir
combinações de diferentes processos.
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Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
• ++ eficiente
• + eficiência variável
• ± eficiência duvidosa
• - ineficiente
Alguns destes sais são higroscópicos, isto é, têm a propriedade de absorverem humidade do ar
dissolvendo-se, quando a humidade relativa está acima de 65-75%, voltando a cristalizar
proporcionando um aumento significativo de volume quando a humidade relativa baixa
daqueles valores. Como se sabe as condições ambientes dum determinado espaço podem
variar bastante e várias vezes ao longo do dia, propiciando a ocorrência de diversos ciclos de
dissolução-cristalização dos sais.
Por vexes pode-se ser levado a pensar que as degradações devidas aos sais solúveis são
consequência de elevados da humidade relativa. Esta ideia não é de forma alguma válida, na
medida em que não é a humidade relativa baixa ou elevada que provoca os danos, mas sim a
sequência de ciclos de variação acima e abaixo dum valor crítico da ordem dos 65-75% que
provoca as destrutivas sequências dissolução/cristalização.
69
Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
Estes sais são susceptíveis de provocarem não só o humedecimento das superfícies sobre as
quais se encontrem mas também darem origem anomalias de grande significado, resultantes
dos aumentos de volume que acompanham a sua cristalização, em consequência da sucessão
de ciclos dissolução – cristalização.
Estas manifestações podem ocorrer durante lodo o ano, mesmo no Verão, em períodos em que
se verifica uma elevada humidade relativa do ar, e implicam em geral a existência de um
outro tipo de anomalia, que pode eventualmente já ter cessado, mas que no entanto tenha
criado as condições propicias para a realização do fenómeno.
È o caso por exemplo de um edifício em Lisboa que sofreu um incêndio, tendo sido extinto
com recurso a água salgada. Verificou-se que determinados paramentos de paredes e de tetos
duma dada zona se desagregavam continuamente, ao ponto de dificultarem uma utilização
normal dos espaços. O diagnóstico efectuado mostrou que a causa das anomalias era a
ocorrência de fenómenos de higroscopicidade, em virtude de os materiais apresentarem
elevadas concentrações de cloreto de sódio, proveniente da água utilizada no combate ao
incêndio.
Importa realçar a semelhança existente ao nível visual, entre este tipo de anomalias e as
resultantes de fenómenos de condensação superficial, o que é susceptível de criar algumas
dificuldades no processo de diagnóstico [3, 5, 9, 12].
Neste caso as soluções passam por em manter a humidade relativa em valores elevados ou
baixos (fora do intervalo 65-75%), conforme for mais razoável e as condições o permitam.
70
Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
Em termos gerais são quatro os tipos de soluções destinados a corrigir estas patologias,
passando-se a sua apresentação sumária.
Sempre que seja viável a substituição dos elementos afectados por outros novos, essa
operação constitui um tipo de intervenção bastante eficaz, desde que haja preocupação em
assegurar que os novos materiais, sejam impermeáveis ou de muito baixa permeabilidade ao
vapor de água e que não fiquem em contacto com as zonas afectadas das paredes existentes
A solução consiste quer na execução duma nova parede pelo interior, afastada alguns
centímetros da existente, quer na aplicação de revestimentos de parede especiais.
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Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
O ar é constituído por uma mistura de gases e por vapor de água. A quantidade máxima de
vapor de água que o ar pode conter, designada limite de saturação, é limitada, variando na
razão directa da temperatura, isto é, aumentando ou diminuindo consoante a temperatura do ar
aumenta ou diminui, respectivamente.
Fig. 51 - Causas do bolor em forro de casa de banho: excesso de vapor de água, material empregado no
revestimento, ventilação precária [10]
Toma-se portanto essencial proceder a uma correcta ventilação dos espaços de forma a
conduzir para o exterior o excesso de vapor de água, em particular naqueles em que não
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Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
existam dispositivos que executem essa função duma forma automática. A ventilação das
edificações é uma necessidade muitas vezes mal compreendida, em especial nas condições em
que é mais necessária, ou seja no período de Inverno.
Com efeito, causa alguma preocupação aos utentes dos espaços o permitir que o ar frio e por
vezes muito húmido do exterior, nalguns casos mesmo em condições de saturação, possa
penetrar nos espaços ocupados, por troca com o ar interior. Este receio é completamente
infundado. Na realidade, o ar frio e húmido do exterior é aquecido em contacto com o ar
interior, provocando esse acréscimo de temperatura uma consequente diminuição da sua
humidade relativa e, por extensão, da humidade relativa da massa de ar que preenche as
edificações.
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Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
• Isolamento térmico das paredes (que contactem com espaços mais frios);
• Melhoria da ventilação
Nos casos em que a ventilação dos ambientes é precária, a película de água que se deposita na
superfície dos componentes pode gerar condições ao aparecimento de bolor. Paralelamente à
precariedade da ventilação, outras variáveis contribuem para que tal situação se agrave, como
por exemplo a apresentação de superfícies frias.
74
Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
10 0,21
11 0,21
12 0,20
13 0,20
14 0 19
16 0,18
Nestes casos, tem-se observado que a precariedade na ventilação é uma das responsáveis mais
significativas; especialmente se a edificação é ocupada por um grande número de pessoas.
Nessas situações, o volume de ar por pessoa é reduzido e a quantidade de vapor de água é
aumentada. Essa situação torna-se crítica nos períodos de frio, quando os usuários mantêm as
janelas totalmente fechadas.
75
Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
Fig. 53 -Algumas soluções de projectos dificultam a remoção imediata do vapor para o exterior, fazendo com
que as superfícies das paredes e tecto fiquem humedecidas, particularmente nos períodos de chuva, quando as
janelas são mantidas totalmente fechadas [10]
Fig. 54 - 0 alinhamento de portas e janelas pode dificultar circulação de ar pêlos ambientes facilitando o
aparecimento e proliferação de bolor [10]
Nesse sentido as medidas a tomar para conseguir essa ventilação são [3, 5, 9, 12]:
76
Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
A chuva, por si só, não constitui uma acção especialmente gravosa para as paredes de
edifícios, desde que a componente vento não lhe esteja associada.
No entanto no caso do vento lhe estar associado, origina que seja a principal fonte de
humidades de infiltração nas paredes exteriores dos edifícios.
A penetração da água da chuva nas paredes é um fenómeno normal que não apresenta
problemas se aqueles elementos tiverem sido concebidos para resistirem a este tipo de acções,
no entanto as situações de ocorrência de anomalias devidas a este tipo de fenómenos são
muito frequentes, em consequência de vários factores designadamente deficiências de
concepção, existência de fissuração, etc.
As anomalias, provocadas por esse tipo humidade, manifestam-se com particular interesse a
seguir a períodos de chuvas intensas, acompanhadas de vento forte fig. 55.
A humidade que se infiltra através das paredes exteriores de um edifício, pode causar os mais
sérios danos nos materiais e na sua eficiência construtiva. São características deste tipo de
humidade as eflorescências, criptoflorescências, ocorrência de bolores, manchas de humidade
e água visível, acompanhadas por vezes de difusão de humidade em círculos concêntricos,
que aparecem em paredes exteriores muito batidas pelas chuvas e pelo vento.
77
Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
Essas manchas tendem a desaparecer quando cessam os períodos de chuva, acabando por
desaparecerem quando o tempo se apresenta seco.
Os pontos de maior vulnerabilidade em que essas infiltrações são mais frequentes, são [3, 5, 9,
12]:
• As ligações dos panos de alvenaria com elementos da estrutura e com caixilharia dos
vãos.
78
Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
Fig. 55 - A geometria e dimensões das saliências introduzidas sobre as superfícies das fachadas vão determinar o
maior ou menor grau da dissipação dos fluxos de água da chuva que se forma na superfície [10]
A desagregação das alvenarias devida à congelação da água contida nos seus poros, pode
ainda agravar a infiltração da água da chuva através da mesma.
Fig. 56 - Desenvolvimento de bolor na região do contorno da janela devido a infiltração de água pela junção
caixilho/parede [4]
Fig.57 - Formação de bolor, película de pintura destruída - parede com infiltração de água da chuva pela
ausência de impermeabilização pelo lado exterior [4]
79
Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
As palas em betão ou metálicas que formam uma primeira protecção à incidência directa da
chuva nas paredes, são correntes no Norte do País onde as empenas são protegidas com
chapas onduladas de fibrocimento ou metálicas.
O uso de paredes duplas, desde que executadas com os cuidados indispensáveis, constitui a
solução mais eficiente para evitar a penetração da água da chuva no interior das construções
[3, 5, 9, 10].
A correcção destas anomalias pode ser efectuadas através da implementação das seguintes
medidas correctivas:
80
Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
De entre as causas mais frequentes deste tipo de anomalias, destacam-se as que decorrem de
roturas de canalizações, nomeadamente redes de distribuição de águas, águas pluviais e
esgotos ou devidas a infiltrações nas paredes de águas provenientes da cobertura, devidas a
entupimentos de caleiras, algerozes ou tubos de queda, a deficiências dos remates da
cobertura com as paredes emergentes ou, a deficiência no capeamento destas.
Fig. 58 - Infiltração de água da chuva devido a problemas na cobertura, danificando o revestimento e pondo risco
à instalação eléctrica
81
Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
Fig. 59 - A drenagem de um tubo de queda feita directamente no solo é um dos motivos mais frequentes da
patologia [10].
• Verificação do bom estado geral das redes de água, águas pluviais e saneamento;
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O tipo de reparação a efectuar depende da causa que a origina, podendo esta ser bastante
variada. Assim, há que detectar primeiramente a causa para posteriormente sanar o problema.
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VII.1 - Introdução
A alteração do aspecto visual pode ser exuberante, principalmente em casos onde se verifica
contraste de cor entre o sal e a base sobre a qual se deposita, como por exemplo, a formação
de eflorescência branca sobre tijolo vermelho.
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TIPO 3
• A presença de água;
Todas estas três condições devem existir e, se uma delas for eliminada, não ocorrerá o
fenómeno.
Além disso, existem factores externos que favorecem o fenómeno, tais como:
• A quantidade de solução que aflora, para os sais pouco solúveis, implicando que
quanto maior a quantidade de água, maior é a fracção solubilizada
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Por vezes devido a uma melhor capilaridade do componente vizinho, os sais tendem,
preferencialmente, a depositar-se sobre este último [3, 10, 12].
VII.3.1 - Tipo 1
Em geral, este tipo de eflorescência somente modifica o aspecto estético, não sendo
prejudicial à alvenaria. No entanto, se esta se acumular na interface alvenaria/pintura a
película de pintura poder-se-á descolar.
Os sais neste caso são frequentemente sulfatos de sódio e de potássio e, com menor
incidência, sulfato de cálcio e de magnésio, carbonato de sódio e de potássio.
Esses sais podem ser provenientes de tijolos, de cimentos, da reacção química entre os
compostos do tijolo com o cimento, da água utilizada na amassadura dos agregados, das
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Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
A água deve penetrar na alvenaria dissolvendo os sais existentes. Deve-se repetir a operação
até eliminação total, podendo ser utilizado um sabão com poder tensoactivo que facilite a
penetração de água. No entanto, há casos de sabões à base de esteorato e oleastos de sódio que
podem até aumentar o teor de sais.
Como um último recurso, pode-se realizar a limpeza, com uma solução de ácido muriático
(ácido clorídrico técnico) a 10%. Inicialmente, deve-se saturar a alvenaria com água, a fim de
evitar uma penetração profunda do ácido; a seguir, lavar com água abundante. No caso de
penetração profunda pode haver aumento de eflorescência, pois o ácido clorídrico em
contacto com os álcalis dos componentes podem formar cloretos alcalinos, muito solúveis em
água. Este procedimento implica precauções quanto a protecção de elementos em áreas
próximas, executadas com pedra calcária, bem como a protecção das mãos e dos olhos [10]
VII.3.2 - Tipo.2
Um tipo menos comum de eflorescência, caracteriza-se por um depósito de cor branca com
aspecto de escorrimento, muito aderente e pouco solúvel em água que em contacto com ácido
clorídrico apresenta efervescência. Estes sais geralmente formam-se em regiões próximas a
elementos de betão ou sobre as suas superfícies e por vezes sobre superfícies de alvenaria.
Este sal é basicamente carbonato de cálcio.
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Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
Fig. 63 - Eflorescências “tipo 2”-por falta de tomada da junta entre as pedras, a água atinge o cimento cola,
reagindo com a cal criando um depósito de sal
Entretanto, há casos de utilização de argamassas mistas, isto é, de cimento e cal, onde existe
um elevado teor de cal não hidratada. Esta cal em contacto com água, também será dissolvida,
vindo a depositar-se sobre a superfície, carbonatando-se.
Estes casos, de modo geral, não produzem qualquer perigo à estabilidade da alvenaria. Os
depósitos brancos formados, apenas apresentam um efeito estético negativo e são difíceis de
serem eliminados [10]
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Ás vezes é difícil eliminar totalmente o fenómeno, pelo que se deverá ter cuidados nas
aplicações frequentes de solução ácida com concentração muito elevada, podendo ser
prejudicial à durabilidade do componente [10].
VII.3.3 - Tipo 3
A eflorescência também pode -se manifestar com um depósito de sal branco entre juntas de
alvenaria aparente, que se apresentem fissuradas por efeito de expansão da argamassa de
assentamento. O fenómeno ocorre tanto em fachadas expostas à acção de chuva como nas não
expostas. A ocorrência deste tipo de eflorescência não é frequente entretanto, encontra-se
citada em literatura.
Este fenómeno ocorre em zonas abrigadas da chuva por efeito de fissuração e expansão
causadas pela hidratação do sulfato de cálcio que transforma -se em gesso.
O sulfato de cálcio responsável pelo fenómeno descrito pode ser originário ou do tijolo ou do
resultado da reacção entre os sulfatos de sódio de potássio existentes, com a cal do cimento
[10]
Nestes casos, não se devem realizar reparações até que o fenómeno estabilize.Logo que o
fenómeno tenda a estabilizar, poderá efectuar-se a reparação e o fecho das fissuras, usando
um cimento isento de sulfatos [10]
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O fenómeno da eflorescência pode ser evitado, observando-se os seguintes cuidados [3, 10,
12]:
• Não utilizar materiais e componentes com elevado teor de sais solúveis. A presença
dos sais pode ser verificada através da realização de ensaios em laboratório
• Prolongamento da cosedura, que não só leva a uma redução do conteúdo dos sais
solúveis como, por outro lado, promove um aumento de capacidade do material
dificultando a circulação de humidade e as possíveis reacções tijolo - argamassa
• Tratamento dos tijolos, após a cozedura com soluções muito diluídas de siliconatos
solúveis na água que diminuam a penetração da água por capilaridade
• Em caso de execução de alvenaria em período seco, saturar os tijolos com água a fim
de diminuir absorção de água de amassadura da argamassa pelo tijolo, por
capilaridade, reduzindo o risco de reacção tijolo/cimento
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De uma maneira geral, o fenómeno de eflorescência causa apenas danos de ordem estética, no
entanto é importante, na medida que é o resultado de um problema mais grave e frequente em
patologia das edificações: a humidade.
• Humidade do solo;
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Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
Sendo esta a ultima actividade numa construção, em geral não se dá a devida importância à
qualidade dos serviços de pintura por motivo de economia, procuram-se firmas de pintura de
segunda linha ou simplesmente pintores que oferecem serviços mais baratos.
De maneira geral, estes problemas são ocasionados por uma combinação de factores e não
somente devido ao produto em si, isto é, à tinta.
As principais razões para a ocorrência dos problemas são os seguintes [7, 10, 11]:
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• Aplicação de tinta com baixa resistência a alcalis, sendo exemplo as tintas a óleo ou
alquídicas aplicadas sobre base húmida e com elevada alcalinidade. A película fica
pegajosa com sinais de bolha de água e óleo;
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Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
• Aplicação de tinta com baixa resistência ao ataque por agentes biológicos, tais como
bolor, fungos e algas, em substrato que apresenta elevado grau de humidade A película
deteriora-se, apresentando manchas escuras sobre a superfície fig. 67;
Fig. 66 - Fissuração e descolamento da película de pintura, provocada pela variação dimensional da madeira
Fig. 67 - Efeito da humidade do substrato em pintura com baixa resistência ao ataque por agentes biológicos [4].
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Fig.68 - Enrugamento da película de pintura, devido a incompatibilidade das varias camadas do sistema de
pintura, secagem muito rápida ou espessura muito elevada [4].
• Aplicação de tinta sobre substrato muito poroso. O veículo da tinta é absorvido pela
base, ficando na superfície apenas os pigmentos e cargas na forma de uma camada
pulverulenta, facilmente removível.
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Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
Os principais problemas com preparo inadequado ou ausência de preparação [7, 10, 11]:
• Aplicação sobre substrato muito poroso o veículo da tinta é absorvida pelo substrato,
ficando apenas os pigmentos e cargas na forma de uma camada pulverulenta,
facilmente removível;
• Aplicação de tinta em substrato muito liso, tais como pintura em betão com
descofrante ou cerâmica.
• Aplicação prematura de tinta, que forme película impermeável sobre a argamassa (de
cal, cimento ou gesso) ou betão mal curado Há perda de aderência e sinais de
pulverulência e humidade na interface da película com a superfície de aplicação.
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Fig. 64 - Efeito dos sais solubilizados do substrato sobre a pintura por efeito de humidade de infiltração [10]
• Aplicação de tinta com baixa resistência a alcalis, sendo exemplo as tintas a óleo ou
alquídicas, aplicadas sobre o substrato húmido a alcalino. Há perda de aderência e
sinais de pulverulência, humidade, oleosidade na interface da película com a superfície
de aplicação.
Fig.65 - Efeito da humidade do solo sobre a pintura. Tanto a película como a argamassa acham-se pulverulentas
e em desagregação [5].
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Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
De um modo geral, as falhas em pinturas são ocasionadas pela selecção inadequada da tinta,
aplicação em condições meteorológicas inadequadas, aplicação sobre superfícies inadequadas
ou excesso de diluição da tinta na aplicação. Muitas vezes, a má qualidade da tinta é a razão
para a falha da pintura, entretanto é difícil separar esta razão da outra, isto é, a selecção
inadequada da tinta.
Uma mesma tinta aplicada sobre superfície exposta a um ambiente agressivo (ex.: parede
externa de zona industrial) apresenta deterioração, no entanto pode mostrar bom desempenho
quando aplicada em ambiente não agressivo (parede interna de uma sala ou quarto).
A selecção inadequada da tinta para uma aplicação específica é um erro comum nos dias de
hoje A introdução de uma grande variedade de matérias-primas na indústria de tinta
ocasionou o aparecimento de ampla gama de produtos no mercado. Desta forma, o
consumidor vê-se à frente de uma grande variedade de tintas, com nomes comerciais que
podem levar a enganos, pois determinadas características da tinta podem ser modificadas na
formulação.
Tanto no substrato, como na tinta, alguns dos problemas apresentados, se ocorrerem logo após
à aplicação, são considerados como falha da pintura. Entretanto, se ocorrerem após a
aplicação, são considerados como ausência de manutenção, já que as pinturas não são
permanentes e se deterioram rapidamente [7, 10, 11].
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Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
Dada a vastidão da matéria que está associada à resolução dos problemas da patologia em
edifícios, deverá haver o maior cuidado na análise do diagnóstico devendo o mesmo passar
pelas seguintes quatro fases fundamentais:
• Recolha de informação;
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Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
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Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
CONCLUSÃO
Retomando o início desta monografia, foi objectivo da mesma estabelecer uma abordagem à
panorâmica das patologias mais correntes que afectam os nossos em edifícios. Retrataram-se
nesse sentido a caracterização e classificação das várias patologias, sua formas de
manifestação e causas associadas, passando finalmente à análise das medidas preventivas e
correctivas, de forma dar cumprimento às exigências funcionais que lhes estão associadas.
À medida que a investigação sobre o tema foi decorrendo, ficou perfeitamente claro o que à
partida era já um dado adquirido, isto é, um tema amplamente vasto para se tratar numa só
monografia. Por outro lado, tratar estes assuntos de uma forma aprofundada, ultrapassa
significativamente a dimensão razoável para um trabalho deste âmbito.
De facto, os edifícios são dos bens produzidos pelo Homem, aqueles com quem mais
partilhamos a vida, estando presentes em todas as fases importantes, desde a nascença,
passando pela formação escolar, trabalho, saúde, lazer, e fundamentalmente, pela protecção e
privacidade dadas pela habitação.
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Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
Não quero colocar ponto final, sem que antes deixar algumas reflexões neste domínio:
• Como foi visto ao longo do tema tratado, as anomalias mais correntes foram, a
existência de fissuras, o destacamento de elementos de revestimento, originando
desconforto interior, infiltrações e problemas térmico-higrométricos (ou
higrométricos) nas habitações. Muitas destas anomalias ocorrem de forma prematura,
poucos anos após a construção, agravando-se ao longo do tempo, até atingir níveis de
degradação preocupantes que, afectam, em muitos casos, as condições de segurança
dos utentes e transeuntes (queda de elementos pétreos ou cerâmicos), nada condizentes
com os padrões de vida actuais;
Urge terminar este trabalho, pelo que o tempo a ele dedicado foi relevante, para mais uma
etapa passada na vida., reforçando a consciência do elevado grau de competência que a
profissão requer nos mais diversos domínios.
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Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
BIBLIOGRAFIA
[2] Aguiar, José /Cabrita, A.M. Reis/Appleton, João (2002). “Guião de Apoio à Reabilitação
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[3] Aguiar, José /Cabrita, A.M. Reis/Appleton, João (2002). “Guião de Apoio à Reabilitação
de Edifícios Habitacionais”. Volume 2. Lisboa, LNEC- 6ª edição.
[6] Brick & Stone, “Como Construir com Betão, Tijolos e Pedras”, tradução de “ The
Homeowner´s Building with Concrete”, Edições CETOP
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construção”. Lisboa, LNEC
[8] Freitas, Vasco Peixoto / Abrantes, Vítor (2003). “Actas do 1º Encontro Nacional sobre
Patologia e Reabilitação de Edifícios”. Porto, Faculdade de Engenharia da Universidade do
Porto
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Identificação e Tratamento de Patologias em Edifícios
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Quixote- 1ª Edição
[14] Sousa, Augusto Vaz Serra / Dias, A. M. Baio / Silva, M. S. Pereira / Ferreira, F. C.
Cunha / Silva, J. ª Raimundo Mendes e outros especialistas. “Manual de Alvenaria de Tijolo”.
APICER (Associação Portuguesa da Indústria Cerâmica), CTCV (Centro Tecnológico da
Cerâmica e do Vidro), FCTUC (Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de
Coimbra).
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