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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

Prof. Pedro Fernandes Ribeiro Neto – Reitor


Prof. Aldo Gondim Fernandes – Vice-Reitor

PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO - PROEX


Profª. Etevaldo Almeida Silva – Pró-reitor de Extensão
Prof. Adalberto Veronese da Costa – Pró-Reitor Adjunto de Extensão

CONSERVATÓRIO DE MÚSICA D’ALVA STELLA


Evandro Hallyson Dantas Pereira – Diretor
Bruno Caminha Farias – Vice-Diretor

CURSO DE FORMAÇÃO MUSICAL BÁSICA

ESTRUTURAÇÃO MUSICAL I

O Conservatório de Música D’Alva Stella apresenta o resultado da iniciativa de editar


seu próprio material didático referente aos assuntos de teoria, estruturação e percepção
musical. A elaboração desse material é resultado dos esforços dos instrutores
envolvidos bem como da equipe que faz o Conservatório com o intuito de sempre
melhorar e facilitar o processo de ensino-aprendizagem musical. Desejamos a todos os
alunos um bom uso desse material que servirá como guia organizado para estudo.

MOSSORÓ/RN
SUMÁRIO

CAP I PAG
MÚSICA – DEFINIÇÃO E ELEMENTOS.............................................................. 01

CAP II
INSTRUMENTOS MUSICAIS....................................................................................... 04

CAP III
PARÂMETROS DO SOM.............................................................................................. 08

CAP IV
FIGURAS MUSICAIS.................................................................................................... 11
ATIVIDADES................................................................................................................. 13

CAP V
PENTAGRAMA E LINHAS SUPLEMENTARES........................................................ 17
ATIVIDADES................................................................................................................. 19

CAP VI
NOTAS E CLAVES........................................................................................................ 20
ATIVIDADES................................................................................................................. 25

CAP VII
TOM E SEMITOM – GRAUS CONJUNTOS E DISJUNTOS...................................... 31
ATIVIDADES................................................................................................................. 34

CAP VIII
ALTERAÇÕES E ENARMONIA DE NOTAS.............................................................. 39
Alterações......................................................................................................................... 39
ATIVIDADES................................................................................................................. 40
Enarmonia de notas.......................................................................................................... 41
ATIVIDADES................................................................................................................. 42

CAP IX
ESCALA DIATÔNICA E GRAUS DA ESCALA.......................................................... 43
ATIVIDADES................................................................................................................. 47

CAP X
LIGADURA E PONTO DE AUMENTO........................................................................ 54
ATIVIDADES................................................................................................................. 55

CAP XI
COMPASSOS SIMPLES................................................................................................ 57
ATIVIDADES................................................................................................................. 58

CAP XII
ACENTO MÉTRICO...................................................................................................... 61
ATIVIDADES................................................................................................................. 61

SOLFEJOS..................................................................................................................... 62

REFERÊNCIAS............................................................................................................. 66
CONSERVATÓRIO DE MÚSICA D’ALVA STELLA NOGUEIRA FREIRE
FORMAÇÃO MUSICAL BÁSICA
ESTRUTURAÇÃO MUSICAL E PERCEPÇÃO I

CAPÍTULO I
 MÚSICA – DEFINIÇÃO E ELEMENTOS

Existe uma diversidade de conceitos sobre o que


seja música, sobre o que a compõe para que possa
ser definida como tal. Alguns teóricos a definem
como “arte dos sons combinados”, “proporção
rítmica dentro do tempo”. Dependendo da área de
conhecimento em que esteja sendo abordada, do
contexto sócio-cultural, a música pode ter diferentes
perspectivas e conceitos. Dentro da própria área
musical existem várias linhas de pensamento que discutem o que venha ser música.
Poderíamos tentar definir esse termo buscando conceituá-lo com palavras técnicas e
rebuscadas. Mas, como definirmos uma realização sonora tão complexa e plural? O que
precisamos executar para se fazer música?

As diversas possibilidades de utilização da


música em distintos ambientes e das mais variadas
formas nos fazem pensar o que realmente é
música? Será que bater palmas é fazer música?
Neste caso, as mãos seriam um instrumento
musical? Ruídos, barulhos, esses elementos
sonoros podem ser considerados música?
Tambores de lixo e tampas de panela são
instrumentos musicais?

A música substancia-se de elementos próprios de


onde ela é criada e produzida. Por exemplo, no
momento em que pensamos numa escola de samba,
a princípio, quais instrumentos nos vêm à mente?
Saxofone? Sanfona? Violino? Não. Pensamos em
pandeiros, surdos (tambor de som grave), caixa
clara, tamborins, etc. Esses instrumentos musicais
são característicos de um determinado contexto
cultural: escolas de samba. Podemos ver esses instrumentos sendo tocados em outros
contextos, mas a maneira de se tocar é distinta.

Quais são os instrumentos que compõe a


prática do fazer musical? Quais os principais
elementos para existir/ser música?

Quanto aos instrumentos musicais, existe


uma infinidade deles que estão fazendo parte de
diversas formações instrumentais. Temos violinos,

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xilofones, saxofones, percussão etc., mas será que somente os instrumentos musicais
tradicionais podem fazer música? Não. Outro fator importante na discussão é a
intencionalidade. Como fora citado acima, será que batendo palmas podemos fazer
música? A intenção é que vai nos dizer isso. Podemos corroborar essa questão
verificando os vídeos 01 (Stomp Out Loud Basketballs and Kitchen), 02 (Coral Honda),
03 (Barbatuques – Cadeirada) e 04 (Barbatuques – Percussão corporal). Nesses quatro
exemplos podemos verificar as diversas possibilidades de se fazer música sem fazer
utilização de instrumentos musicais convencionais.

As possibilidades de criação musical estão cada vez mais envoltas de


criatividade e intenções não tradicionais.

A ação de bater palmas talvez não traduza nenhum tipo de prática musical, mas
se essas palmas tiverem a intenção de indicar uma performance musical, por exemplo,
essa situação será observada como tal.

Quanto aos elementos que compõe a música podemos destacar alguns que estão
presentes em várias possibilidades de formação e instrumentação musical.

Se pensarmos numa formação orquestral


tradicional, teremos aspectos rítmicos,
melódicos e harmônicos inseridos na
composição musical. Essa mesma orquestra
pode executar obras de música moderna, na
qual alguns aspectos são subtraídos da
performance. Sobre essa questão podemos
observar o vídeo 05 (John Cage – “4:33) da
música “4:33 de John Cage. Após observar o vídeo podemos pensar: será que “isso” é
música? Dentro de uma outra filosofia de pensamento, diferente do tradicional, a obra
de Cage é uma peça que traz o sentido do
cotidiano para sua música. Tosse, espirros,
cochichos. Todos esses elementos são
levados ao status de música, trazendo o
desapercebido para o mundo sensível sonoro.
Quando concluída, a plateia aplaude e o
ovaciona de forma espetacular.

Encontrar uma definição para música e


apresentar os elementos que a compõe, é,
portanto, colocá-la dentro de quatro paredes. Seria como tentar definir o invisível, dar
tamanho ao infinito. Diante da discussão apresentada podemos classificá-la como sendo
uma manifestação sonora intencional com características inerentes a sua cultura.

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 Elementos Musicais

Durante a discussão apresentada anteriormente, podemos constatar a


complexidade de conceituar a música. Isso ocorre devido a sua abrangência de
significados e possibilidades. Neste sentido, buscar entender seus componentes e
demais aspectos estruturais é fundamental para compreender esse fenômeno sonoro.

Existem elementos constitutivos que estão presentes em boa parte da música do


nosso cotidiano (a que ouvimos no carro, na rua, na escola, enfim, música). Podemos
destacar aqui alguns desses elementos como, por exemplo, harmonia, melodia e ritmo.
Vários autores defendem que esses são fundamentais para se existir/fazer música (MED,
1996; PRIOLLI, 1994; BENNETT, 1986).Vejamos a seguir:

 Melodia – consiste numa sequência de notas executadas uma após a


outra. Vejamos o exemplo abaixo:

 Harmonia – Ocorre quando duas ou mais notas são executadas


simultaneamente. Vejamos:

 Ritmo – Combinações de sons e silêncios com maior ou menor duração


dentro de uma pulsação. É o aspecto da música que se refere à
organização do tempo. Neste sentido podemos compreendê-lo como um
movimento regular que pode ser utilizado como plano de fundo em uma
música (acompanhamento rítmico) ou como função principal. A palavra
ritmo também é muito utilizada para fazermos menção a um determinado
estilo, por exemplo, o baião, a bossa etc. Eles têm “batidas” diferentes.
Vejamos os vídeos: 06 - Stomp Out Loud (o ritmo está como função
principal) e 07 - Tom Jobim Samba de uma nota só (existe a melodia que
está com função principal [voz do cantor], a harmonia feita pelo piano e
o ritmo como plano de fundo, acompanhando os demais elementos.

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CAPÍTULO II
 INSTRUMENTOS MUSICAIS

Sabemos da existência de inúmeros instrumentos musicais. Cada um possui


características que lhes são peculiares. A forma de emissão sonora e o material de que
são confeccionados são pontos importantes para que consigamos agrupá-los com outros
instrumentos que possuem a mesma característica. Esses aspectos fazem com que os
instrumentos sejam classificados a partir de suas semelhanças. Neste sentido, iremos
conhecer a disposição dos instrumentos a partir de suas “famílias” ou naipes.

 Cordas
 Madeiras
 Metais
 Percussão

o CORDAS

Nessa família estão os instrumentos em que o som é produzido pela vibração das
cordas. As formas mais comuns de se colocar uma corda para vibrar, fazendo-a produzir
som são com os dedos (harpa), com o arco (cello) e com martelos (piano).

o MADEIRAS

Essa família é composta por instrumentos de sopro cujo som é produzido por uma
coluna de ar. Nesse grupo estão inseridos os saxofones, flautas, flautins, flautas doce,
oboé, clarinete clarone etc. Muito embora esses instrumentos citados (sax e flauta)

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sejam feitos de metal, o som do saxofone é produzido por uma palheta de madeira; já
as flautas, inicialmente eram construídas de madeira.

o METAIS

Essa família é composta por instrumentos de sopro cuja formação do som se dá pela
pressão do lábio em um bocal. Os instrumentos que compõe essa família são os
trompetes, trombones, trompa, bombardino e tuba.

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o PERCUSSÃO

Essa família é constituída por instrumentos que soam ao serem percutidos ou


agitados. Os instrumentos de percussão da divididos em duas categorias: altura definida
(são aqueles que produzem som de altura determinada, possuem afinação) e altura
indefinida (são aqueles que produzem sons de altura indefinida, prestando-se para a
marcação rítmica ou para a geração de efeitos sonoros especiais; não possui afinação de
notas).

 Altura definida – tímpano, carrilhão, xilofone, vibrafone, marimba.

 Altura indefinida – pandeiro, ganzá, chocalhos, xequerê, agogô, conga,


panderola, triângulo etc.

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 FORMAÇÕES INSTRUMENTAIS

Existem várias formações de grupos instrumentais da qual utilizam as mais variadas


possibilidades de instrumentação. Como também existem formações mais comuns como
de orquestras sinfônica, de câmara, conjunto de câmara, banda. Veja os vídeos 08
(flauta e violão), 09 (bombardino), 10 (lamento sertanejo), 11 (dois músicos – uma
flauta), 12 (Oh Happy Day), 13 (relembrando Gonzagão), 14 (percussão com latinhas) e
14.1 (crianças norte-coreanas).

 Conjunto de Câmara: Grupo formado por dois, até nove instrumentos, iguais
ou diferentes e recebem a classificação de acordo com o número de
participantes: Duo, Trio, Quarteto, Quinteto etc.
 Orquestra de Câmara: Grupo instrumental de dez até trinta integrantes.
 Orquestra Sinfônica: Grupo instrumental com mais de trinta integrantes
podendo chegar a cem ou mais.
 Banda: Conjunto com instrumentos de sopro e percussão. Existe a formação
para Banda Marcial, própria para desfiles, e Banda Sinfônica, a qual também
pode utilizar alguns instrumentos de corda.
 Coral:é um grupo de cantores divididos por naipes (soprano, contralto, tenor e
baixo).

Outras formações:

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CAPÍTULO III
 PARÂMETROS DO SOM

Em todos os momentos somos rodeados de música, barulhos, ruídos, sons de buzina,


canto dos pássaros etc. Contudo, esses sons podem ser identificados e classificados. Da
mesma forma que podemos determinar características para identificar uma pessoa ou
um objeto, podemos também classificar as características que identificam o som, que
são as seguintes: altura, intensidade, duração e timbre.
Apresentaremos a seguir as quatro propriedades do som e suas características.
 Altura – é a propriedade que faz diferenciarmos um som mais agudo de
um mais grave.
Para conseguirmos fazer essa diferenciação, precisamos perceber a direção
tomada pelo som, identificando se ele subiu ou desceu. Daí, partimos para identificar
qual o mais grave e o mais agudo, estabelecendo relação entrei si. Podemos verificar
essa ideia observando o gráfico a seguir.

 Intensidade – é a propriedade do som que faz diferenciarmos um som


mais forte de um som mais fraco.
Essa propriedade pode ser comparada a um volume de um rádio. Se girarmos o
controle de volume no sentido de aumentar o som, temos o som com maior intensidade
(forte), se fizermos o contrário, teremos o som com menor intensidade (fraco). O gráfico
apresentado a seguir demonstra as variações de intensidade.

som de partida

maior intensidade

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 Duração – é a propriedade que define a diferença entre um som mais


longo de um mais curto.
Para esta propriedade, se levarmos em consideração dois sons, por exemplo, de
uma turbina de um avião e uma moeda caindo ao chão, qual o som é emitido por mais
tempo? A moeda ao cair no chão, emite poucas e rápidas vibrações (curta duração), já o
ventilador, existe a emissão contínua de um som (som longo). O gráfico a seguir
apresenta a variação de sons curtos e longos.

 Timbre – é a propriedade que nos faz diferenciar um som do outro.


Quando ouvimos uma nota, por exemplo, sendo executada por uma flauta e essa
mesma nota sendo executada por um trombone, podemos verificar que existe a mesma
afinação, porém, a característica sonora é bem diferente. Essa característica que nos faz
distinguir um som do outro chama-se timbre. Podemos tomar outro exemplo. Se
ouvirmos duas mulheres, sendo que uma delas é sua mãe, chamando pelo seu nome,
rapidamente você consegue identificá-la. Isso se dá pela diferença timbrística de cada
som.

 ATIVIDADES
o Altura
 Veja o vídeo 15 (altura) que se encontra no CD em anexo a esta apostila
e verifique o que ocorre com o som;
 Veja o vídeo 16 (Bach, Toccata and Fugue in D minor) e você
perceberá que logo no início da música, temos um trecho musical que
aparece repetido, inicialmente mais agudo e, a seguir, em região mais
grave.
 Ouça os sons que o professor vai tocar no instrumento e identifique se ele
é agudo ou grave. Marque na tabela abaixo:

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o Intensidade
 Veja o vídeo 17 (Beethoven 5th Symphony) e identifique os momentos
de maior e menor intensidade;
 Ouça o áudio 01 (Chopin - Polonaise Nº 2, Op 40) e identifique as
mudanças de intensidade realizadas na peça;
 O professor tocará na sala um instrumento musical e você deverá
identificar quais os momentos de maior e menor intensidade;

o Duração
 Veja o vídeo 18 (Villa-Lobos O Polichinelo) e verifique os sons
curtos que são tocados ao piano.
 Veja o vídeo 19 (Rildo e Riany – Galopeira), especificamente em
1min15seg.

o Timbre
 Ouça o áudio 02 (sons variados) e tente identificar os sons que se
encontram na gravação. Para complementar a atividade, veja o vídeo
20 (Honda Coral).
 Identifique os sons dos seguintes áudios: 03, 04, 05, 06, 07, 08, 09,
10, 11 e 12 (TIMBRE).
 Para complementar a atividade veja os vídeos 21, 22, 23, 24, 25, 26,
27, 28, 29, 30.

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CAPÍTULO IV
 FIGURAS MUSICAIS (NOTAS, FIGURAS, DIVISÃO
PROPORCIONAL DOS VALORES)

 NOTAS
A música possui uma linguagem própria, assim como a representação da fala
por meios das palavras. Na música, podemos fazer essa representação por meio de uma
notação específica. Para representamos a linguagem falada, utilizamos as letras do
alfabeto, já para representar os sons utilizados no nosso sistema musical, utilizamos
figuras, para as quais damos o nome de: DÓ, RÉ, MI, FÁ, SOL, LÁ, SI.
Essa sequência organizada de notas é chamada de ESCALA. As escalas usadas
no ocidente se organizam do som mais grave para o mais agudo e se repetem a cada
ciclo de 7 notas: DÓ, RÉ, MI, FÁ, SOL, LÁ, SI, DÓ, RÉ, MI etc.

 FIGURAS
A utilização das figuras é a forma de representar as diversas durações dos sons
musicais, ou seja, quanto tempo ela vai durar. Conforme a sua duração, as figuras
recebem nomes e formas diferentes. Para cada figura de som, existe uma figura de
silêncio de valor equivalente. Vejamos a seguir:

A composição gráfica da figura pode ser dividida da seguinte forma:

No que se refere à grafia das figuras, devemos observar que a haste é um traço
vertical colocado à direita da figura quando para cima e à esquerda quando para baixo:

OBS: os colchetes são sempre colocados ao lado direito das hastes.

As notas colocadas na parte inferior da pauta (até a terceira linha) têm haste para
cima; as hastes colocadas na parte superior da pauta (a partir da terceira linha) tem a
haste para baixo. Na terceira linha é facultativo, colocá-la para cima ou para baixo.

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A haste das notas colocadas nas linhas e nos espaços suplementares é mais
longa.

A primeira nota está grafada na quinta linha e sua haste sobre a segunda linha; já
a última figura está grafada acima da quarta linha suplementar superior e sua haste no
terceiro espaço. Podemos verificar a grande diferença de altura entre a primeira e a
última figura e a pequena distância da ponta das hastes.

Quando existe a sucessão de várias figuras com colchetes, estas podem ser
unidas com uma barra de ligação.

Quando existem duas vozes em um mesmo pentagrama, para dividi-las


colocamos a primeira voz com as hastes para cima e a segunda com as hastes pra baixo.
Vejamos a seguir:

 DIVISÃO PROPORCIONAL DOS VALORES

O quadro a seguir apresenta o nome de cada figura, sua representação gráfica,


sua pausa correspondente e sua relação de proporcionalidade.

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Cada figura musical possui um número correspondente. Este, por sua vez,
evidencia a relação de proporcionalidade entre as figuras. A semibreve é representada
com o número 1 na tabela dos números correspondentes. A mínima é representada pelo
número 2 porque são necessárias 2 mínimas para formar uma semibreve. A semínima é
representada pelo número 4 por que são necessárias 4 semínimas para formar uma
semibreve. E assim por diante.

 ATIVIDADES

 Complete as igualdades abaixo respeitando a proporção entre as figuras


musicais.

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 Complete as seguintes igualdades:

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 Leitura rítmica. (para complementar a atividade, ouça o áudio 13 (leitura


rítmica) que está em anexo no CD).

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 Realize os exercícios marcando as pulsações indicadas entre parênteses. (para


complementar a atividade, ouça o áudio 14 (leitura rítmica) que está em anexo
no CD).

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CAPÍTULO V
 PENTAGRAMA E LINHAS SUPLEMENTARES

A escrita da música é chamada de notação musical. A altura foi a primeira


característica do som a ser grafada. Inicialmente, a notação musical consistia no sistema
de neumas, um tipo de grafia “que não definia a altura exata das notas, apenas dava um
idéia aproximada da melodia” (MED, Bohumil, 1996, p.13). Foi por volta do século IX,
na Grécia, que a notação musical passou a grafar a altura das notas de forma mais exata.
Esta notação consistia no emprego de uma linha horizontal vermelha, na qual
representava a nota Fá. Posteriormente foi-se acrescentando outras linhas coloridas
paralelas representando outras notas. Apenas no século XVII, a notação ficou definida
com a representação de cinco linhas paralelas, o pentagrama (do grego: penta, cinco e
grama, linha) também chamada de pauta.

Pentagrama ou Pauta é a disposição de cinco linhas paralelas horizontais e


quatro espaços intermediários, onde se escrevem as notas musicais. Contam-se as linhas
e os espaços da pauta de baixo para cima (MED, Bohumil, 1996, p.14).

LINHAS ESPAÇOS

As pautas podem ser encontradas isoladas, ou em conjunto. Quando a pauta é


isolada, a leitura consiste apenas de uma pauta em cada linha da música, chama-se
pauta simples. Esta é utilizada na maioria dos instrumentos como violino, trompete,
oboé, violão entre outros.

Quando a leitura é feita por mais de uma pauta em uma única linha da música,
chama-se sistema. O sistema é organizado por uma barra dupla e/ou uma chave lateral
posta no início de cada linha, agrupando as pautas da música. Um sistema com duas
pautas é utilizado por instrumentos de teclado como o piano, instrumentos de percussão
idiofônicos como a marimba e o xilofone e pela harpa, um instrumento de cordas
dedilhadas.

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Grade musical é a junção de todas as partituras de um grupo musical,


visualizadas ao mesmo tempo. Grades de grupos musicais, portanto, também se utilizam
de sistemas com duas ou mais pautas por linha.

No pentagrama ou pauta é possível grafar nove notas, preenchendo as cinco


linhas e os quatro espaços como mostra a figura a seguir. Quanto mais altas as notas
estejam no pentagrama, mais agudas são. E quanto mais baixas estejam, mais graves
são.

No entanto, pode-se acrescentar mais notas a partir de linhas e espaços


suplementares, colocados acima ou abaixo do pentagrama. Desta forma, o pentagrama
amplia as possibilidades de grafar mais notas musicais.
Linhas e Espaços suplementares
SUPERIORES

Linhas e Espaços suplementares


INFERIORES

Estas linhas e espaços suplementares são contados a partir da pauta, seja para
cima ou para baixo. O número deles é ilimitado, porém evita-se ultrapassar o número de
oito linhas suplementares. Neste caso, “as linhas suplementares atuam como uma
extensão da pauta mantendo o mesmo distanciamento das linhas da pauta normal”
(MED, Bohumil, 1996, p.14).
Linhas e Espaços suplementares
SUPERIORES

Linhas e Espaços suplementares


INFERIORES

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Cada linha ou espaço suplementar faz referência a uma nota e deve-se escrever
apenas o necessário de linhas e espaços para identificar a nota.

LINHAS SUPLEMENTARES ESPAÇOS SUPLEMENTARES

Observe o trecho a seguir e verifique a utilização dos espaços e linhas


suplementares.

 ATIVIDADES

 Grafar a nota na linha ou no espaço indicado.


a. 1ª linha b. 3º espaço c. 2º espaço supl. inferior

d. 4ª linha supl. superior e. 5ª linha f. 1º espaço supl. superior

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CAPÍTULO VI
 NOTAS E CLAVES

Os sons estão organizados em sete alturas diferentes, dispostos de forma


consecutiva da mais grave a mais aguda, onde na música recebem o nome de notas.
Estas sete notas são chamadas de notas naturais.
Já no primeiro século D.C. as notas naturais foram nomeadas por um monge
italiano chamado Guido d’Arezzo, a partir de um texto litúrgico de São João. As
primeiras sílabas das seis primeiras frases do texto, onde eram cantadas cada vez mais
agudas, foram retiradas para dar nome às notas.

TEXTO

Ut queant laxis,
Resonare fibris,
Mira gestorum,
Famuli tuorum
Solve polluti
Labii reatum.

Tradução: Para que teus servos possam cantar as maravilhas dos teus actos admiráveis,
absolve as faltas dos seus lábios impuros.

Mais tarde a sílaba Ut foi substituída por Dó, e a última nota foi chamada de Si, retirada
das iniciais de Sante Iohannes (São João). Desta forma, os nomes das notas na sequência da
mais grave a mais aguda são: Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá e Si.

Assim, sabe-se que quanto mais alto for o som, mais agudas serão as notas, quanto mais
baixo, mais graves soam. Se as notas sobem, estão na forma ascendente, ficando cada vez mais
agudas. Se elas descem, estão na forma descendente, ficando mais graves.

Após um primeiro ciclo das sete notas, o mesmo ciclo de notas se repete na
mesma sequência. Se for iniciar com a nota Dó até o Si, o novo ciclo começará
novamente com a nota Dó indo até o próximo Si, assim sucessivamente. Estes ciclos se
repetem até percorrer toda a extensão de notas de um instrumento musical.

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Cada nota também tem sua representação gráfica através de letras do alfabeto de
A até G. Esta notação foi originada nos países de língua inglesa anglo-saxônicos, mas
atualmente é adotada por muitos outros países. Assim temos a seguinte ordem:

Além destas sete notas naturais, existem outros cinco sons intermediários entre
elas. Estes sons recebem o mesmo nome das notas naturais, porém acrescidas de um
símbolo, que pode ser # (sustenido) ou b (bemol). A estes novos sons dá-se nome de
notas alteradas. Desta maneira, temos uma nova sequência da nota mais grave a mais
aguda, somando-se doze sons ou doze notas.

As notas na partitura são representadas por símbolos da notação musical. Como


a notação musical é relativa, as notas quando postas no pentagrama, simplesmente não
têm nome não podendo ser identificadas. A identificação das notas só pode ser feita
mediante um símbolo posto no início do pentagrama, chamado clave (clavis do latim,
que significa chave). A partir de uma clave posta no pentagrama cada nota terá um
nome determinado, que a identificará.
As claves são derivações das letras maiúsculas de algumas das notas, que com o
tempo, sofreram mudanças até se chegar ao formato atual. As notas que originaram as
claves são: G (sol), F (fá) e C (dó). Inicialmente estas letras eram postas sobre uma
única linha, indicando que aquela linha representava determinada nota. Desta forma, as
três claves eram escritas, postas da seguinte maneira:

Clave de Sol:

Clave de Fá:

Clave de Dó:

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A evolução destas claves ao longo da história originou o formato que se


conhece hoje. A linha na qual a clave estava posta dava nome à nota também, assim, a
linha com uma clave de sol representava a nota sol. Da mesma forma a linha da clave
de fá indicava a nota fá e a linha da clave de dó indicava a nota dó.

Estas claves ocupavam várias linhas diferentes do pentagrama, porém apenas


algumas posições eram mais utilizadas. A clave de sol era posta na 1ª e 2ª linha do
pentagrama. A clave de fá poderia estar na 3ª, 4ª e 5ª linha do pentagrama. A clave de
dó poderia ocupar a 1ª, 2ª, 3ª e 4ª linha do pentagrama.

Atualmente, só permanece a clave de sol na 2ª linha, a clave de fá na 4ª linha e a


clave de dó na 3ª e 4ª linha. No entanto, existem vários registros de partituras antigas
utilizando-se das demais claves.

As claves existem para dar nome às notas e também para identificar a altura
exata dos sons no pentagrama.

Uma vez posta a clave é possível identificar o nome das notas e fazer a
referência das demais notas no pentagrama. Considerando apenas as claves atuais, ou
seja, de sol na 2ª linha, de fá na 4ª linha e de dó na 3ª e 4ª linha, pode-se observar:

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Comparando a posição das claves no pentagrama, tem-se a relação da região de


cada uma delas. Desta forma, pode-se saber também a que altura exata cada nota se
encontra, dependendo da clave em que está.
A clave de sol é utilizada para grafar sons agudos, como o do violino, vozes
femininas (soprano e contralto), flauta, trompete. A clave de fá para sons graves, como a
voz do baixo, contrabaixo, violoncelo, trombone. E a clave de dó para sons médios,
como a voz do tenor e a viola.

Uma mesma nota pode ocupar mais de um lugar no pentagrama, a depender de


sua altura, se mais aguda ou mais grave. Para diferenciar a mesma nota em regiões
diferentes de altura, as notas foram numeradas basicamente de 1 a 6. Quanto mais aguda
a nota, maior a numeração.
Uma nota adotada como referência de altura é o Dó Central ou Dó 3, devido a
ser encontrado na parte central das teclas do piano. Este se enquadra no centro das 3
claves, por ser um som médio. Na escrita para piano, por exemplo, se utilizam as claves
de sol e de fá ao mesmo tempo. O dó central encontra-se, portanto, no meio dos dois
pentagramas.

Veja a localização do dó central ou dó 3 nas diversas claves. Todos estes dós


devem soar a mesma altura, pois é a mesma nota, apenas escrita em claves diferentes.

Agora, observe a posição e altura das diversas outras notas passando pelas claves
de sol, dó (3ª linha) e fá (4ª linha). Saindo do dó central, quanto mais as notas descem,
mais graves ficam, recebendo a numeração 1 e 2. Quanto mais as notas sobem, mais
agudas, recebendo a numeração 3, 4 e 5.

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As claves também servem para facilitar a escrita e leitura das músicas, uma vez
que não é mais necessário o excesso de linhas e espaços suplementares para escrever
notas demasiadamente agudas ou graves. Para isto, basta trocar de clave. Esse processo
de transcrever um trecho musical de uma clave para outra, sem alterar a altura das notas,
chama-se transcrição.

Ao invés desta escrita:

Melhor esta:

Todavia, nem todos os instrumentos permanecem em uma só clave, instrumentos


mais graves como a viola, violoncelo, contrabaixo e trombone também se utilizam de
claves mais agudas em sua escrita musical. Instrumentos com piano, harpa e xilofone se
utilizam de duas claves ao mesmo tempo, de sol e de fá, como visto anteriormente.

Além destas claves, existe ainda a clave de percussão, que pode ser desta forma:

Esta clave não é utilizada para dar nome às notas, apenas para indicar que a
pauta está escrita para um instrumento de percussão de altura indefinida como bateria,
tambor, pratos, triângulo. A escrita musical para estes instrumentos também é diferente.
Instrumentos de percussão com altura definida utilizam as claves melódicas
normalmente, é o caso dos tímpanos, xilofone e marimba.

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 ATIVIDADES

 Quais são os nomes das sete notas naturais em sequência?


 Escreva os nomes das notas alteradas.
 Quais os nomes das notas que só fazem parte das notas naturais, não fazendo parte
das notas alteradas?
 Escreva os nomes das notas na sua sequência natural, da mais grave até a mais
aguda (forma ascendente), a partir de:

DÓ _______________________________________________________________ Dó
FÁ ________________________________________________________________ Fá
SOL _______________________________________________________________ Sol
SI ________________________________________________________________ Si
RÉ ________________________________________________________________ Ré
LÁ ________________________________________________________________ Lá
MI ________________________________________________________________ Mi

 Escreva os nomes das notas em sua sequência natural, da mais aguda até a mais
grave (forma descendente), a partir de:

SI ________________________________________________________________ Si
FÁ ________________________________________________________________ Fá
MI ________________________________________________________________ Mi
DÓ _______________________________________________________________ Dó
MI ________________________________________________________________ Mi
SOL _______________________________________________________________ Sol
RÉ ________________________________________________________________ Ré

 Sobre a grafia das letras que representam as notas, escreva a devida relação.

a. Sol ____ Mi ____ Dó ____ Lá ____ Ré ____ Si ____ Fá _____

b. A _____ D _____ B _____ C _____ F _____ G _____ E ______

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 Quantas e quais claves existem e quais suas letras representativas?

 Desenhe as claves utilizadas hoje em dia, desenhe a nota que corresponde a ela no
pentagrama e escreva o nome destas claves.

______________ ______________ ______________ ______________

 Quais claves são utilizadas correspondendo a cada registro da altura dos sons
(agudo, médio, grave)?

 Dê o nome das notas nas seguintes claves:

a.

b.

c.

d.

 Escreva o Dó Central nas claves abaixo.

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 Desenhe a clave correspondente como no exemplo.

 Escreva as notas Dó, Mi, Si, Fá, Sol, Ré, Dó, Lá, nesta mesma sequência em cada
uma das claves abaixo.

 Transcreva os trechos musicais nas claves que se pedem.

EXEMPLOS:

a.

b.

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c.

d.

e.

 Transcreva os trechos musicais para uma clave mais adequada.

 Utilize a clave necessária para escrever as seguintes notas nesta sequência, de


acordo com sua altura exata: Dó 3, Lá 3, Ré 4, Ré 5, Fá 3, Dó 2, Mi 2, Si 1, Sol 2.

 Utilize o pentagrama necessário para escrever as seguintes notas nesta sequência, de


acordo com sua altura exata: Ré 2, Lá 1, Dó 1, Si 2, Mi 3, Sol 2, Dó 3, Fà 4, Si 3, Ré
3, Lá 5.

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 Solfeje falando o nome das notas de acordo com as claves em que se encontram.

a.

b.

c.

d.

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 Cante as notas de acordo com as claves em que se encontram.

a.

b.

c.

d.

e.

f.

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CAPÍTULO VII
 TOM E SEMITOM - GRAUS CONJUNTOS E DISJUNTOS

 Tom e Semitom
Tom e semitom são os intervalos possíveis entre duas notas consecutivas. Sua
abreviatura é Tom – T e semitom – st. Um tom contém dois semitons, portanto, um
semitom é a metade de um tom. Na grafia da música ocidental até o período romântico,
séc. XIX, o semitom foi considerado o menor intervalo entre duas notas.

Na música oriental como a japonesa, chinesa, árabe, hebraica, indiana, entre


outras, são utilizados intervalos menores de um semitom, como um quarto de tom (¼ T)
e um oitavo de tom (⅛ T). A partir do período moderno, séc XX, estes intervalos
também passaram a ser utilizados da música ocidental. Portanto, pode-se considerar que
um tom possa ser fracionado em semitom, quarto de tom e oitavo de tom.

Nas notas naturais o intervalo entre Mi – Fá, e entre Si – Dó é de um semitom


(1st) cada. Já entre as demais notas consecutivas como Dó – Ré, Ré – Mi, Fá – Sol, Sol
– Lá e Lá – Si o intervalo é de um tom (1T).

Pode-se fazer a relação de tom e semitom com estas mesmas notas naturais em
um pentagrama. Observe que as distâncias entre as notas são as mesmas, porém a
relação intervalar de tom e semitom deve ser percebida auditivamente.

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Os semitons podem ser classificados em natural, cromático ou diatônico. Por


serem formados por notas naturais, e não alteradas, os semitons Mi – Fá e Si – Dó são
chamados de semitons naturais. Semitom cromático é quando as notas do semitom
possuem o mesmo nome, porém uma recebe alteração (# ou b). Como Fá – Fá#.
Semitom diatônico é quando as notas do semitom possuem nomes diferentes. Como
por exemplo, Fá# – Sol. Os semitons naturais (Mi – Fá; Dó – Si) também são semitons
diatônicos, pois possuem nomes diferentes.

Um tom está dividido em aproximadamente nove partes, onde cada uma é


chamada de coma. Para facilitar o entendimento, convencionou-se dizer que um tom
encerra nove comas de tamanhos iguais. Desta forma, um semitom poderá conter 4 ½, 4
ou 5 comas, dependendo do sistema de afinação utilizado.

Atualmente, existem vários sistemas de afinação. Os mais comuns são o sistema


Natural ou Não-Temperado e o sistema Temperado. O sistema de afinação Natural ou
Não-Temperado consiste em que um semitom não tem necessariamente a mesma
distância de outro semitom. Neste caso, os semitons podem variar em 4 ou 5 comas de
distância, a depender da estrutura da música. Este sistema permite uma afinação exata
das notas, e ainda possibilita a execução de um quarto e um oitavo de tom. Está presente
na maioria dos instrumentos como o canto, instrumentos de cordas, de madeiras e de
metais, a estes se diz instrumentos não-temperados. Observe no exemplo abaixo, a
distância entre a nota dó e dó#, neste caso com 5 comas. Entre a nota dó# e o ré, já
apresenta 4 comas.

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O sistema de afinação Temperado consiste em que todos os semitons,


independente da estrutura da música, mantêm uma distância de 4 ½ comas. Neste caso,
a afinação não é exata, mas sempre aproximada. Segundo Med, “o sistema temperado
representa o abandono da perfeição da afinação absoluta no sistema natural em favor do
uso do sistema cromático; é uma ‘renúncia’ aos cálculos físicos, à acústica pura, para
facilitar as projeções harmônicas” (MED, 1996, p. 31). Este sistema é utilizado em
instrumentos de teclas como o piano e órgão, instrumentos de traste como o violão e
guitarra e instrumentos de percussão de altura definida como o metalofone e xilofone, a
harpa também se inclui aqui. A estes se diz instrumentos temperados. Observe no
exemplo as distâncias entre as notas, agora sempre com 4 ½ comas.

Por isso, a afinação sempre é comprometida quando instrumentos temperados e


não-temperados tocam juntos em algum grupo musical, pois é impossível ajustar uma
afinação exata entre estes instrumentos.

 Graus Conjuntos e Disjuntos

Os intervalos entre as notas podem ser de um tom ou semitom, como visto, mas
também podem ser maiores que um tom quando as notas não são seguidas, mas são
alternadas.

Graus conjuntos são intervalos entre duas notas seguidas, uma após a outra.

Graus disjuntos são intervalos entre duas notas alternadas, também uma após a
outra. Isto é, caberiam mais notas entre estas.

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 ATIVIDADES

 Quais os intervalos que pode haver entre duas notas consecutivas, atualmente?

 Coloque os intervalos de tom (T) e semitom (st) entre as notas abaixo.

 Quais os tipos de classificação dos semitons? Explique cada um.

 Classifique os semitons abaixo.

 Quais os sistemas de afinação mais utilizados? Quais as diferenças entre esses


sistemas?

 Dê exemplos de nome de instrumentos dos dois tipos de sistemas de afinação.

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 Toque e em seguida cante os semitons.

 Toque e em seguida cante os tons.

 Identifique auditivamente os intervalos tocados em tons ou semitons.

1 2 3 4 5 6

 Tocando-se a primeira nota, cante a segunda, formando semitons.

 Tocando-se a primeira nota, cante a segunda, formando tons.

 Identifique auditivamente os intervalos tocados em tons ou semitons.


1 2 3 4

1 2 3 4 5 6 7 8

1 2 3 4 5 6

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 Cante as notas considerando intervalos de tom. Depois cante considerando


intervalos de semitom.

 Grafe os semitons naturais encontrados e cante os tons e semitons abaixo.


Depois cante de trás para frente.

 Cante os tons e semitons abaixo. Depois cante de trás para frente.

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 Acompanhe auditivamente as duas músicas abaixo, formadas apenas por


intervalos de tom e semitom (executar em algum instrumento).

Atirei o pau no gato – Folclore brasileiro

O Rei manda – Folclore brasileiro

 No trecho musical marque acima do pentagrama todos os intervalos, se são grau


conjunto (C) ou grau disjunto (D).

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 Escreva no pentagrama cinco graus conjuntos.

 Escreva no pentagrama cinco graus disjuntos.

Identifique auditivamente se os intervalos são por grau conjunto ou por grau disjunto
(executar em algum instrumento).
1 2 3 4 5

6 7 8 9 10

11 12 13 14 15

 Identifique auditivamente quais intervalos da música tocada são por grau


conjunto e quais são por grau disjunto (executar a música por algum
instrumento).

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CAPÍTULO VIII
 ALTERAÇÕES E ENARMONIA DE NOTAS

 Alterações
As alterações ou acidentes são sinais que, quando colocados diante de uma
nota, modificam as alturas das mesmas. Existem basicamente cinco sinais de alterações
diferentes:

As alterações são classificadas em três grupos distintos: as fixas, as ocorrentes e


as de precaução. Nas alterações fixas, seu efeito engloba todas as notas de mesmo
nome, durante um determinado trecho musical, salvo o aparecimento de indicações
contrárias. “O conjunto de acidentes fixos, grafados entre a clave e a fração do
compasso, chama-se armadura” (MED, 1996, p. 36).

No exemplo acima, se não houver nenhuma indicação contrária, todas as notas


dó e fá que surgirem nesse trecho musical serão sustenidas, ou seja, estarão elevadas um
semitom.

Já as alterações ocorrentes, são colocadas à esquerda da figura alterando todas as


notas de mesmo nome e altura que surgirem após a alteração até o final do compasso.

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As alterações de precaução ou prevenção são utilizadas como um alerta no


momento da leitura. Por exemplo, se em um determinado compasso tínhamos um fá
sustenido, no compasso que segue pode-se utilizar um bequadro para relembrar que essa
nota não é alterada. Anteriormente, utilizava-se um parêntese para grafar as alterações
de precaução, hoje já não se utiliza mais.

 ATIVIDADES

 Mantendo as notas dadas utilize os acidentes para alterá-los um semitom acima

 Mantendo as notas dadas utilize os acidentes para alterá-los um semitom abaixo

40
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 Mantendo as notas dadas utilize os acidentes para alterá-los um tom acima

 Mantendo as notas dadas utilize os acidentes para alterá-los um tom abaixo

 Enarmonia de notas
Enarmonia é a utilização de nomes diferentes para notas que possuem o mesmo
som. Dessa forma, “notas enarmônicas são aquelas que recebem nomes e grafias
diferentes para representar o mesmo som” (LIMA & FIGUEIREDO, 2004, p. 74).
Visualize na figura abaixo, as notas enarmônicas no teclado, tocadas na mesma tecla.

Para cada nota, encontram-se duas notas enarmônicas. Com exceção das notas
sol# e láb.

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 ATIVIDADES

 Escreva diferentes possibilidades enarmônicas para as notas dadas.

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CAPÍTULO IX
 ESCALA DIATÔNICA E GRAUS DA ESCALA - ESCALA MODELO DE
DÓ MAIOR

Escala (‘scala’ do latim, quer dizer escada) é uma sequência de notas sucessivas
e diferentes, organizadas de forma ascendente ou descendente, que tem sua
representação dentro de algum sistema musical. As escalas podem ser diferentes de
acordo com a cultura musical de um determinado lugar, ou seja, cada cultura possui
escalas específicas que caracterizam a música daquela região.
As escalas mais comuns na música ocidental são as escalas naturais ou
diatônicas – contém sete notas; escala cromática – contém doze notas; e escalas exóticas
– podem conter cinco, seis, sete ou mais notas.

 Escala Natural ou Diatônica

É a sequência de sete notas consecutivas por grau conjunto (escala heptatônica)


que possui entre si intervalos de um tom ou de um semitom. A escala diatônica possui
cinco tons e dois semitons, portanto, somam-se ao todo doze semitons. Esta escala é a
mais comum encontrada na música ocidental.
Como exemplo desta escala tem-se a escala modelo de Dó, já vista
anteriormente. Reveja a distribuição de tons e semitons. A última nota dó é igual à
primeira, portanto, é considerada como a primeira nota, a escala continua com sete notas
diferentes.

Esta mesma escala agora posta nas teclas do piano, ocupam os seguintes
espaços. Entre os intervalos de semitons não há teclas pretas.

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Toda escala tem sua forma ascendente, quando as notas estão subindo no
pentagrama, ficando mais agudas e sua forma descendente, quando as notas estão
descendo no pentagrama, ficando mais graves.

Veja outros exemplos de escalas diatônicas, na forma ascendente e descendente.


A distribuição de tom e semitom dentro da escala pode seguir basicamente duas
sequências definidas, ambas com cinco tons e dois semitons.

Após a sequência natural das sete notas a mesma escala é reiniciada, agora em
uma altura diferente. Cada escala desta é chamada de oitava, pois completa o ciclo na
oitava nota, que ao mesmo tempo corresponde à primeira nota da nova escala ou da
nova oitava. Cada escala ou oitava é formada por doze semitons. Veja como ficam duas
oitavas de Dó.

Um instrumento musical pode ter quantas oitavas sua extensão alcançar. Por
exemplo, um oboé tem duas oitavas de extensão. Já um violoncelo pode chegar até seis
oitavas em sua extensão. No canto, a voz humana pode chegar até três oitavas. Observe
as oitavas da escala de Dó escritas em dois pentagramas.

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 Graus da Escala

As notas da escala diatônica recebem uma denominação geral, chamada de


Grau. Cada grau é representado por um algarismo romano e tem um nome específico
de acordo com sua posição dentro da escala. Assim, independente de qual escala seja, os
graus permanecem os mesmos. Os graus dentro da escala são assim denominados:

Estes graus, então, estão dispostos na escala de Dó da seguinte forma:

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 O I Grau, Tônica, é a nota mais importante da escala, é ela quem dá o nome da escala.
Se a tônica for Lá, a escala então é de Lá.
 O II Grau, Supertônica, é a segunda nota da escala.
 O III Grau, Mediante, é a terceira nota da escala.
 O IV Grau, Subdominante, é a quarta nota da escala, considerada uma nota importante
dentro da escala.
 O V Grau, Dominante, é a quinta nota da escala, exerce grande importância dentro da
escala.
 O VI Grau, Superdominante, é a sexta nota da escala.
 O VII Grau, Sensível ou Subtônica, é a sétima nota da escala.
Será sensível quando o intervalo com o VIII Grau for de um semitom – é o caso da
escala modelo de Dó. Será subtônica quando o intervalo com o VIII Grau for de um
tom.
 O VIII Grau, Tônica, é a oitava nota da escala. É a repetição do I Grau, portanto, a
mesma nota uma oitava acima do I Grau.
Outros exemplos de escalas com seus graus correspondentes.

Desta forma, os graus da escala exercem funções diferentes dentro da escala e da


música que formará. Cada grau é mais ou menos importante. Os I, IV e V graus são os
mais importantes. O VII grau também tem uma importância significativa dentro da
música, não menos importante, mas com função distinta. Esta organização de acordo
com a importância e com a função de cada grau, gera um sistema de hierarquia dentro
da música, que deve ser respeitado. O conjunto de todo esse processo hierárquico é
chamado de Tonalidade.

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 ATIVIDADES

 De acordo com o conceito de escala, marque apenas as figuras que podem ser
consideradas como escala.

( ) ( )

( ) ( )

( ) ( )

 Defina a escala natural ou diatônica.

 Faça a escala modelo de Dó indicando todos os seus intervalos.

 Faça uma escala de sete notas ascendente e descendente começando com a nota
Fá.

 Construa uma escala com três oitavas, circulando sempre a primeira nota de cada
oitava.

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 Ouça a escala modelo de Dó, ascendente e descendente (executar em algum


instrumento).

 Ouça algumas outras escalas diatônicas, também ascendentes e descendentes


(executar em algum instrumento).

Sol

Mi

 Identifique auditivamente nas escalas tocadas pelo proessor, quais possuem


sensível e quais possuem subtônica.
 Cante as notas da escala de Dó combinada nas diversas melodias abaixo (graus
conjuntos e graus disjuntos).

Utilizando as notas

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Utilizando as notas

Utilizando as notas

Utilizando as notas

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 Cante as melodias abaixo.

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 Quais são os graus da escala?


 Escreva os graus e seus devidos nomes na escala abaixo.

 Qual a importância do I grau de uma escala?

 Qual a diferença entre sensível e subtônica?

 Responda:

Se a escala é de Lá, qual o seu I grau?


Se a escala é de Ré, qual seu V grau?
Se a escala é de Si, qual seu IV grau?
Se a escala é de Fá, qual seu VII grau?
Se a escala é de Mi, qual sua tônica?
Se a escala é de Sol, qual sua dominante?
Se a escala é de Dó, qual sua mediante?
Se a escala é de Ré, qual sua supertônica?
Se a escala é de Mi, qual sua Subdominante?
Se a escala é de Si, qual sua sensível?
Se a escala é de Lá, qual sua superdominante?

 Escreva no pentagrama a nota que corresponde ao que se pede.

III grau de Fá II grau de Sol VII grau de Mi V grau de Lá

IV grau de Dó I grau de Ré VI grau de Si V grau de Fá

 Considere que a música abaixo está formada pela escala de Dó. Qual sua tônica?
 Agora, coloque abaixo das notas o grau (algarismos romanos) correspondente a
cada nota de acordo com a escala de Dó.

III

53
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CAPÍTULO X

 LIGADURA E PONTO DE AUMENTO

A passagem de um som para outro pode ser realizado com ou sem interrupção.
Quando se tem a intenção de executar esses sons de forma ininterrupta, utiliza-se a
ligadura de valor ou prolongamento. A ligadura é representada por uma linha curva
ou grafada sobre notas de mesma altura, somando suas durações. Apenas
a primeira nota de onde parte a ligadura é articulada, as demais são prolongamentos da
primeira.

Além da ligadura de valor ou prolongamento, existem dois outros tipos de


ligadura: de expressão e de frase. A ligadura de expressão une notas de alturas
diferentes, que devem ser executadas unidamente sem nenhuma interrupção. Nesse
caso, o sinal da “ligadura” pode também ser substituído pela palavra legato.

Já a ligadura de frase tem como objetivo indicar os limites da frase musical.

O ponto de aumento é um sinal grafado ao lado direito de uma figura ou pausa,


utilizado para aumentar metade do valor de sua duração. O ponto de aumento pode ser
simples, duplo ou triplo. O ponto simples (um só ponto) aumenta a metade de sua
duração. No ponto duplo (dois pontos consecutivos), o primeiro ponto aumenta a
metade do valor da nota e o segundo ponto aumenta a metade do valor do primeiro
ponto. Quando se utiliza o ponto triplo (três pontos consecutivos), o terceiro ponto
aumenta a metade do segundo ponto.

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 ATIVIDADES

 Coloque as ligaduras de valor nos locais onde é possível

 Analise as ligaduras da seguinte frase, indicando quais são de prolongamento,


expressão e frase.

 Reescreva o trecho musical, substituindo, onde for possível, a ligadura pelo


ponto de aumento.

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 Leitura rítmica (utilizando ligadura e ponto de aumento).

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CAPÍTULO XI

 COMPASSO SIMPLES
Compasso é a divisão ou agrupamento de uma composição ou fragmento musical
em séries regulares de tempo. Na escrita musical, os compassos são separados por uma
linha vertical que atravessa todo o pentagrama, chamada de barra de compasso.

Os compassos são qualificados pela quantidade de tempos. Os compassos de


dois tempos são classificados como binários; os de três tempos, como ternários; e os de
quatro tempos, como quaternários. A fórmula de compasso é escrita no início da
partitura, logo após a clave, e indica:
a) a quantidade/número de tempos do compasso;
b) a figura a ser adotada como unidade de tempo, aquela que valerá um tempo no
compasso.

Compasso simples é aquele que tem por unidade de tempo uma figura simples
(não pontuada), e que possui dessa forma, uma subdivisão binária. Ou seja, a figura que
vale um tempo no compasso pode ser desdobrada em duas figuras de menor valor. Por
exemplo, se a unidade de tempo for a semínima, ela poderá ser subdividida em duas
colcheias; se for a colcheia, poderá ser subdividida em duas semicolcheias. Veja abaixo,
alguns exemplos de compassos simples:
Unidade de tempo = U.T. Unidade de Compasso = U.C.

Compasso Quaternário 4 / 4
U.T U.C

Compasso Ternário 3 / 4
U.T U.C

Compasso Binário 2 / 4
U.T U.C

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Compasso Ternário 3 / 8
U.T U.C

Compasso Ternário 2 / 2
U.T U.C

 ATIVIDADES

 Escreva as fórmulas de compasso

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 Preencha os compassos com pausas e figuras

 Coloque as barras de divisão

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 Leitura rítmica

 Ouça os áudios e identifique as fórmulas de compasso.

 Áudio 15 - ___________________
 Áudio 16 - ___________________
 Áudio 17 - ___________________
 Áudio 18 - ___________________

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CAPÍTULO XII
 ACENTO MÉTRICO

O acento é uma intensidade maior atribuída à determinada nota de uma frase


musical. Cada compasso possui acentuações naturais, com tempos Fortes e fracos,
constituindo o acento métrico. Através dessa acentuação podemos reconhecer
auditivamente o número de tempos do compasso. Vale frisar que acento métrico não é
grafado na partitura.

Os tempos dos compassos obedecem a diversas acentuações, isto é, umas Fortes


(F) e outras e outras fracas (f). No ritmo normal, o primeiro tempo de qualquer
compasso é Forte. No compasso binário, o primeiro tempo é Forte e o segundo tempo é
fraco. No compasso ternário, o primeiro tempo é Forte e o segundo e terceiro são
fracos. No compasso quaternário, o primeiro tempo é Forte e os demais são fracos.
Entretanto, alguns autores tratam o terceiro tempo do compasso quaternário como meio
forte.

Quando um dos tempos, forte ou fraco, está subdividido, considera-se a primeira


figura como parte forte de tempo (mesmo pertencendo a um tempo fraco). Ou seja, as
mesmas regras de acentuação dos tempos de compasso são aplicadas à suas subdivisões.

 ATIVIDADES

 De acordo com o andamento da música 19 faça o que se pede:


o Bater palmas no acento (F)
o Bater palmas na pulsação (F f; F f f; F f f f).

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SOLFEJOS

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REFERÊNCIAS

DIAS, Almeida. Divisão Musical. Edição revisada e ampliada do Método Bona. 3ª


edição. São Paulo. 2006.

HINDEMITH, Paul. Treinamento elementar para músicos. 4 edição. Ed. Ricord.São


Paulo. 1988.

LIMA, Marisa R. Rosa de; FIGUEIREDO, Sérgio L. F.. Exercícios de Teoria musical:
uma abordagem prática. Ed. 6. Embraform, 2004. São Paulo.

MED, Bohumil. Teoria da Música. Ed. 4. Musimed, 2001. Brasília.

NASCIMENTO, Frederico do; SILVA, José Raymundo da. Método de Solfejo. Nova
edição revista. Rio de Janeiro.

POZZOLI. Guia Teórico-prático para o ensino do ditado musical. I&II partes. Ricordi,
São Paulo.

_____. Guia Teórico-prático para o ensino do ditado musical. III e IV. Ricordi, São
Paulo.

PRINCE, Adamo. Leitura e percepção – Ritmo. 4º edição. Lumiar, Rio de Janeiro.

PRIOLLI, Maria Luiza de Mattos. Princípios básicos da Música para juventude. 2º


volume. 18º edição revista e atualizada. Casa Oliveira de Músicas LTDA, 1995. Rio de
Janeiro.

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