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Álgebra Linear I

Produto Interno

Paulo Sérgio Marques dos Santos

Universidade Federal do Delta do Parnaı́ba - UFDPar

1
Produto interno

O produto escalar é um dos conceitos fundamentais no estudo de vetores.


É uma aplicação que associa a cada par (⃗u, ⃗v ) um número real dado
por ⃗u · ⃗v = |⃗u|.|⃗v | cos(θ) onde θ é o angulo formado por ⃗u e ⃗v . Para
generalizar essa definição para espaços vetoriais, vamos considerar um
espaço vetorial real V .

Produto interno 2
Produto interno

O produto escalar é um dos conceitos fundamentais no estudo de vetores.


É uma aplicação que associa a cada par (⃗u, ⃗v ) um número real dado
por ⃗u · ⃗v = |⃗u|.|⃗v | cos(θ) onde θ é o angulo formado por ⃗u e ⃗v . Para
generalizar essa definição para espaços vetoriais, vamos considerar um
espaço vetorial real V .

Definição 1.
Um produto interno é uma operação que leva um par ordenado de vetores
(u, v) a um escalar real, denotado por ⟨u, v⟩ e que obedece aos seguintes
axiomas:
⟨u, u⟩ ≥ 0, sendo ⟨u, u⟩ = 0 ⇔ u = 0
⟨αu, v⟩ = α⟨u, v⟩

para quaisquer u, v, w ∈ V e α ∈ R.
Produto interno 2
Produto interno

O produto escalar é um dos conceitos fundamentais no estudo de vetores.


É uma aplicação que associa a cada par (⃗u, ⃗v ) um número real dado
por ⃗u · ⃗v = |⃗u|.|⃗v | cos(θ) onde θ é o angulo formado por ⃗u e ⃗v . Para
generalizar essa definição para espaços vetoriais, vamos considerar um
espaço vetorial real V .

Definição 1.
Um produto interno é uma operação que leva um par ordenado de vetores
(u, v) a um escalar real, denotado por ⟨u, v⟩ e que obedece aos seguintes
axiomas:
⟨u, u⟩ ≥ 0, sendo ⟨u, u⟩ = 0 ⇔ u = 0
⟨αu, v⟩ = α⟨u, v⟩
⟨u + w, v⟩ = ⟨u, v⟩ + ⟨w, v⟩

para quaisquer u, v, w ∈ V e α ∈ R.
Produto interno 2
Produto interno

O produto escalar é um dos conceitos fundamentais no estudo de vetores.


É uma aplicação que associa a cada par (⃗u, ⃗v ) um número real dado
por ⃗u · ⃗v = |⃗u|.|⃗v | cos(θ) onde θ é o angulo formado por ⃗u e ⃗v . Para
generalizar essa definição para espaços vetoriais, vamos considerar um
espaço vetorial real V .

Definição 1.
Um produto interno é uma operação que leva um par ordenado de vetores
(u, v) a um escalar real, denotado por ⟨u, v⟩ e que obedece aos seguintes
axiomas:
⟨u, u⟩ ≥ 0, sendo ⟨u, u⟩ = 0 ⇔ u = 0
⟨αu, v⟩ = α⟨u, v⟩
⟨u + w, v⟩ = ⟨u, v⟩ + ⟨w, v⟩
⟨u, v⟩ = ⟨v, u⟩
para quaisquer u, v, w ∈ V e α ∈ R.
Produto interno 2
Exemplos de produto interno

Tarefa 1.
Verifique se cada uma das aplicações abaixo é um produto interno.
Xn
(i) ⟨u, v⟩ = ui vi em Rn
i=0

Produto interno 3
Exemplos de produto interno

Tarefa 1.
Verifique se cada uma das aplicações abaixo é um produto interno.
Xn
(i) ⟨u, v⟩ = ui vi em Rn
i=0
 
a 0
(ii) ⟨u, v⟩ = uT Dv onde D = , com a, b > 0 e u, v ∈ R2
0 b

Produto interno 3
Exemplos de produto interno

Tarefa 1.
Verifique se cada uma das aplicações abaixo é um produto interno.
Xn
(i) ⟨u, v⟩ = ui vi em Rn
i=0
 
a 0
(ii) ⟨u, v⟩ = uT Dv onde D = , com a, b > 0 e u, v ∈ R2
0 b
Z 1
(iii) ⟨f (t), g(t)⟩ = f (t)g(t) dt em P1 (R) (Veja a dica)
0

Produto interno 3
Exemplos de produto interno

Tarefa 1.
Verifique se cada uma das aplicações abaixo é um produto interno.
Xn
(i) ⟨u, v⟩ = ui vi em Rn
i=0
 
a 0
(ii) ⟨u, v⟩ = uT Dv onde D = , com a, b > 0 e u, v ∈ R2
0 b
Z 1
(iii) ⟨f (t), g(t)⟩ = f (t)g(t) dt em P1 (R) (Veja a dica)
0
(iv) ⟨u, v⟩ = Traço(v T · u) no espaço das matrizes de ordem 2

√ !2
3 1 1 2 2 1 2
Dica para ⟨u, u⟩ ≥ 0 e ⟨u, u⟩ = 0 ⇔ u = 0: Use que a0 + √ a1 + a0 = a0 + a0 a1 + a1 .
2 3 4 3

Produto interno 3
Desafio 1.
Verifique se cada uma das aplicações abaixo é um produto interno.
Z 1
1 ⟨f (t), g(t)⟩ = f (t)g(t) dt em P2 (R)
0

Produto interno 4
Desafio 1.
Verifique se cada uma das aplicações abaixo é um produto interno.
Z 1
1 ⟨f (t), g(t)⟩ = f (t)g(t) dt em P2 (R)
0
Z e
2 ⟨f (t), g(t)⟩ = ln(t)f (t)g(t) dt em C ([1, e])
1

Dicas para ⟨u, u⟩ = 0 ⇔ u = 0.


Para o primeiro item, tente desenvolver uma expressão igual ao item
(iii) da Tarefa 1;
Para o segundo item, pesquise em um livro de Cálculo sobre as
propriedades da integral definida.

Produto interno 4
Propriedades do produto interno

O produto interno é usado para caracterizar a noção de perpendicula-


rismo ou ortogonalidade de vetores. Formalmente, temos:
Definição 2.
Seja V um espaço vetorial real com produto interno ⟨·, ·⟩. Dizemos que
dois vetores u, v ∈ V são ortogonais (em relação a este produto interno)
se ⟨u, v⟩ = 0. Nesse caso, escrevemos u ⊥ v.

Produto interno 5
Propriedades do produto interno

O produto interno é usado para caracterizar a noção de perpendicula-


rismo ou ortogonalidade de vetores. Formalmente, temos:
Definição 2.
Seja V um espaço vetorial real com produto interno ⟨·, ·⟩. Dizemos que
dois vetores u, v ∈ V são ortogonais (em relação a este produto interno)
se ⟨u, v⟩ = 0. Nesse caso, escrevemos u ⊥ v.

Propriedades.
Vamos verificar as sentenças abaixo.
(i) 0 ⊥ v para todo v ∈ V

Produto interno 5
Propriedades do produto interno

O produto interno é usado para caracterizar a noção de perpendicula-


rismo ou ortogonalidade de vetores. Formalmente, temos:
Definição 2.
Seja V um espaço vetorial real com produto interno ⟨·, ·⟩. Dizemos que
dois vetores u, v ∈ V são ortogonais (em relação a este produto interno)
se ⟨u, v⟩ = 0. Nesse caso, escrevemos u ⊥ v.

Propriedades.
Vamos verificar as sentenças abaixo.
(i) 0 ⊥ v para todo v ∈ V
(ii) v ⊥ w implica w ⊥ v

Produto interno 5
Propriedades do produto interno

O produto interno é usado para caracterizar a noção de perpendicula-


rismo ou ortogonalidade de vetores. Formalmente, temos:
Definição 2.
Seja V um espaço vetorial real com produto interno ⟨·, ·⟩. Dizemos que
dois vetores u, v ∈ V são ortogonais (em relação a este produto interno)
se ⟨u, v⟩ = 0. Nesse caso, escrevemos u ⊥ v.

Propriedades.
Vamos verificar as sentenças abaixo.
(i) 0 ⊥ v para todo v ∈ V
(ii) v ⊥ w implica w ⊥ v
(iii) Se v ⊥ w para todo w ∈ V , então v = 0

Produto interno 5
Tarefa 2.
Considere v ∈ V , um vetor arbitrário. Mostre que:
(a) 0⊥v

Produto interno 6
Tarefa 2.
Considere v ∈ V , um vetor arbitrário. Mostre que:
(a) 0⊥v
(b) Se u ⊥ v e w ⊥ v, então u + w ⊥ v

Produto interno 6
Tarefa 2.
Considere v ∈ V , um vetor arbitrário. Mostre que:
(a) 0⊥v
(b) Se u ⊥ v e w ⊥ v, então u + w ⊥ v
(c) Se u ⊥ v e α ∈ R, então (αu) ⊥ v.

Produto interno 6
Tarefa 2.
Considere v ∈ V , um vetor arbitrário. Mostre que:
(a) 0⊥v
(b) Se u ⊥ v e w ⊥ v, então u + w ⊥ v
(c) Se u ⊥ v e α ∈ R, então (αu) ⊥ v.

O presente resultado estabelece uma relação entre ortogonalidade e in-


dependência linear .
Teorema 1.
Seja {v1 , v2 , . . . , vn } um conjunto de vetores não nulos, dois a dois
ortogonais, isto é,
⟨vi , vj ⟩ = 0 para i ̸= j
então {v1 , v2 , . . . , vn } é um conjunto linearmente independente.

Tarefa 3. Prove o Teorema 1.


Produto interno 6
Definição 3.
Dizemos que uma {v1 , v2 , . . . , vn } de V é base ortogonal se seus vetores
são dois a dois ortogonais.

Produto interno 7
Definição 3.
Dizemos que uma {v1 , v2 , . . . , vn } de V é base ortogonal se seus vetores
são dois a dois ortogonais.

Aplicação 1.
Duas pessoas A e B vão jogar 2 moedas para cima, se o resultado for
2 caras, A ganha R$ 10,00, Se for duas coroas A ganha R$ 7,00 e caso
contrário B ganha R$ 9,00. Queremos saber se a aposta vai favorecer
alguém. Para isso, vamos calcular o valor esperado por cada apostador:

V EApostador = v1 p1 + v2 p2 + v3 p3 ,

onde vi é o valor que o apostador ganha se ocorre o cenário i e pi é a


probabilidade de ocorrer esse cenário. Analise a situação e responda:
(a) Qual apostador terá maior valor esperado?
(b) Sendo uma aposta honesta aquela em que os apostadores tem V E =
0, analise a situação matematicamente. Qual seria?

Produto interno 7
Definição 4.
Seja V um espaço vetorial real com produto interno ⟨·, ·⟩. Definimos
a norma (ou comprimento)
p de um vetor v em relação a este produto
interno por ∥v∥ = ⟨v, v⟩.

Observação 1.
Se ∥v∥ = 1 dizemos que v é um vetor unitário.

Tarefa 4.
Dê exemplo de vetor unitário em cada uma das situações abaixo.
(a) ⟨u, v⟩ = u1 v1 + u2 v2 + u3 v3 com u, v ∈ R3
Z 1
(b) ⟨f (t), g(t)⟩ = f (t)g(t) dt em P2 (R)
0
Z e
(c) ⟨f, g⟩ = (ln(t))f (t)g(t) dt em C([1, e])
1
(d) ⟨u, v⟩ = Traço(v T · u) no espaço das matrizes de ordem 2
Norma e distância 8
Propriedades da norma

Teorema 2.
Para quaisquer v, w ∈ V , um e.v. com produto interno e α ∈ R:
(i) ∥v∥ ≥ 0 e ∥v∥ = 0 se, e somente se, v = 0
(ii) ∥αv∥ = |α|∥v∥
(iii) |⟨v, w⟩| ≤ ∥v∥∥w∥ (Des. Schwarz)
(iv) ∥v + w∥ ≤ ∥v∥ + ∥w∥ (Des. Triangular)

Tarefa 5. Prove o Teorema 2.

Norma e distância 9
Propriedades da norma

Teorema 2.
Para quaisquer v, w ∈ V , um e.v. com produto interno e α ∈ R:
(i) ∥v∥ ≥ 0 e ∥v∥ = 0 se, e somente se, v = 0
(ii) ∥αv∥ = |α|∥v∥
(iii) |⟨v, w⟩| ≤ ∥v∥∥w∥ (Des. Schwarz)
(iv) ∥v + w∥ ≤ ∥v∥ + ∥w∥ (Des. Triangular)

Tarefa 5. Prove o Teorema 2.


Com a Propriedade (iii) acima, podemos fazer a seguinte definição.

Ângulo θ entre vetores u e v


Sejam u, v ∈ V \ {0}, então, definimos:

⟨u, v⟩
cos(θ) := , 0 ≤ θ ≤ π.
∥u∥∥v∥
Norma e distância 9
Ângulo entre vetores

Ângulo θ entre vetores u e v


Sejam u, v ∈ V \ {0}, então, definimos:

⟨u, v⟩
cos(θ) := , 0 ≤ θ ≤ π.
∥u∥∥v∥

Tarefa 6.
1 Verifique que o lado direito da definição acima, corresponde a um
valor na imagem da função cosseno.
2 Verifique que a mesma definição coincide com a noção de ângulo
para vetores do R2 e R3 .

Norma e distância 10
Exercı́cios
1. Seja V um espaço vetorial real e B = {v1 , . . . , vn } uma base orto-
gonal de V . Mostre que se x = x1 v1 + . . . + xn vn então:
⟨x, vi ⟩
xi = , i = 1, . . . , n
∥vi ∥2
E portanto se os vetores forem unitários, teremos:
xi = ⟨x, vi ⟩, i = 1, . . . , n.
2. Fixados c0 , c1 , c2 ∈ R, mostre que
⟨f (t), g(t)⟩ := f (c0 )g(c0 ) + f (c1 )g(c1 ) + f (c2 )g(c2 )
define um produto interno em P2 (R).
3. Em P2 (R), determine γ ∈ R para que os polinômios p(t) = t2 + 1
e q(t) = γt − 2 sejam ortogonais em relação aos seguintes produtos
internos: Z 1
(a) ⟨f (t), g(t)⟩ = f (t)g(t) dt
−1
(b) ⟨f (t), g(t)⟩ = f (−1)g(−1) + f (0)g(0) + f (1)g(1)
Norma e distância 11
Exercı́cios

4. Considere um subespaço vetorial de dimensão 2, S = [v1 , v2 ] de V


um espaço vetorial real. Mostre que:
(a) Mostre que se w ∈ V é ortogonal a v1 e ortogonal a v2 , então w é
ortogonal a todos os vetores de S.
(b) Mostre que o conjunto dos vetores w que satisfazem a condição do
item (a) é um subespaço vetorial (denotado S ⊥ ).
5. Seja W o subespaço do R3 gerado pelos vetores (1, 0, 1) e (1, 1, 0).
(a.) Considere o produto interno canônico. Encontre uma base para W ⊥ .
(b.) Faça o mesmo do item anterior para o produto interno definido por

⟨u, v⟩ = 2u1 v1 + u2 v2 + u3 v3 .

6. Determine S ⊥ , sabendo que S = {p(t) ∈ P2 (R) : p(0) = p(−1) = 0}.


Z 1
Considere o produto interno ⟨f (t), g(t)⟩ = f (t)g(t) dt.
−1

Norma e distância 12
Resolvam os exercı́cios ...

A aventura continua ...

Norma e distância 13

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