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COLEÇÃO PENSAMENTO HUMANO

- A caminho da linguagem, Martin Heidegger


Martin Heidegger
- A cidade de Deus (Parte f; Livros f a X), Santo Agostinho
- A cidade de Deus (Parte II; Livros XI a XXIII), Santo Agostinho
- O conceito de ironia, S0ren Aabye Kierkegaard
- Confissões, Santo Agostinho
- Da reviravolta dos valores, Max Scheler
- Didascá/icon: da arte de ler, Hugo de São Vítor
- Ensaios e conferências, Martin Heidegger
- A essência da liberdade humana, Friedrich Wilhelm Schelling
- Fenomenologia do espírito, Georg Wilhelm Friedrich Hegel
- Hermenêutica: arte e técnica da interpretação, Friedrich D.E. Schleiermacher
ENSAIOS E
- Hipérion ou o eremita na Grécia, Friedrich Hõlderlin
- Investigações filosóficas, Ludwig Wittgenstein
- O livro da divina consolação e outros textos seletos, Mestre Eckhart
- Manifesto do partido comunista, Karl Marx e Friedrich Engels
CONFERÊNCIAS
- As obras do amor, S0ren Aabye Kierkegaard
- Parmênides, Martin Heidegger
- Os pensadores originários, Anaximandro, Parmênides e Heráclilo
- Segundo tratado sobre o governo civil e outros escritos, John Locke Tradução
- Ser e tempo, Martin Heidegger Emmanuel Carneiro Leão
- Ser e verdade, Martin Heidegger
- Sonetos a Orfeu; Elegias de Duíno, Rainer Maria Rilke Gilvan Fogel
- Verdade e método: traços fundamentais de uma hermenêutica filosófica (Volume I), Hans- Mareia Sá Cavalcante Schuback
Georg Gadamer
- Verdade e método: complementos e índice (Volume II), Hans-Georg Gadamer
Coordenação:
Renato Kirchner e Enio Paulo Giachini
Comissão editorial:
Arcãngelo R. Buzzi
Emmanuel Carneiro Leão
Gilvan Foge!
Hermógenes Harada
Mareia Sá Cavalcante Schuback
Sérgio Wrublewski

Comissão consultiva:
Amós Nascimento
Benedito Nunes
Carlos Arthur Ribeiro do Nascimento
Fernando Mendes Pessoa
Glória Ferreira Ribeiro
Joel Alves de Souza
José Cardonha
Luiz A. de Bani
Manfredo de Oliveira
Marcos Aurélio Fernandes

EDITORA UNIVERSITÁRIA ÔiEDITORA


SÃO FRANCISCO Y VOZES
Verlag Günther Neske
© J.G. Cotta'sche Buchhandlung
Nachfolger GmbH, gegr. 1659,
Stuttgart 1954

Título original alemão: Vortrdge und Aufsdtze


Tradução feita a partir da 8 ª edição (1997)

EDITORA UNIVERSITÁRIA
Ili EDITORA
SÃO FRANCISCO Y VOZES
Editora Universitária São Francisco Editora Vozes Ltda.
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Jardim São José 25689-900 Petrópolis, RJ
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A edição desta obra contou com o apoio da


Inter Nationes, Bonn, Alemanha.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Heidegger, Martin, 1889-1976.
Ensaios e conferências/ Martin Heidegger; Tradução de Emmanuel Carneiro Leão,
Gilvan Foge\, Mareia Sá Cavalcante Schuback. 5. ed. - Petrópolis : Vozes : Bragança
Paulista : Editora Universitária São Francisco. 2008. 269 p. (Coleção Pensamento
Humano)
Título original: Vortrage und Aufsatze.

ISBN 978-85-326-2638-7 (Vozes)


ISBN 978-85-86965-90-6 (EdusO
1. Filosofia alemã I. Título.

01.4384 CDD-193

Índices para catálogo sistemático:


1. Filosofia alemã 193
2. Heidegger: Filosofia alemã 193

Este livro foi composto e impresso pela Editora Vozes Ltda.


PREFÁCIO-----

Enquanto não for lido, este livro é uma coletânea de ensaios e


conferências. Quando lido, pode transformar-se num recolhimento
que não mais precisa preocupar-se com a separação das partes. O
leitor ver-se-ia colocado num caminho que o autor já teria caminha­
do previamente, um autor que, no melhor dos casos, desencadearia
como auctor um augere, um prosperar e frutificar.
No caso presente, trata-se como previamente de empenhar-se a
fim de que, graças a tentativas contínuas, se cultive um espaço de
acolhimento para o que, desde sempre, deve ser pensado mas que
ainda não o foi; um espaço em cuja liberdade o ainda não pensado
reivindique e requisite um pensamento que o pense.
Se fosse tal, um autor não teria nada a dizer nem nada a comu­
nicar. Não deveria nem mesmo querer incitar e provocar, pois os
provocados já são seguros de sua ciência.
No caso mais favorável, um autor nos caminhos do pensamen­
to só sabe indicar e acenar, sem ser ele mesmo um sábio no sentido
de aoqióç;.
Para os caminhos do pensamento, o passado continua passado
mas o vigente do passado está sempre por vir. Os caminhos do pen­
samento esperam assim que, um dia, pensadores os singrem. En­
quanto o representar corrente e técnico, no sentido mais amplo do
termo, quer ir sempre para frente e progredir, arrastando todos
consigo, os caminhos indicadores da sabedoria liberam, às vezes,
perspectivas para a reunião montanhosa e acolhedora de unidade.

Todtnauberg, agosto de 1954.


- CONSTRUIR, HABITAR, PENSAR -

As páginas que se seguem são uma tentativa de pensar o que


significa habitar e construir. Esse pensar o construir não pretende
encontrar teorias relativas à construção e nem prescrever regras à
construção. Este ensaio de pensamento não apresenta, de modo al­
gum, o construir a partir da arquitetura e das técnicas de constru­
ção. Investiga, bem ao contrário, o construir para reconduzi-lo ao
âmbito a que pertence aquilo que é.
Perguntamos:
1. O que é habitar?
2. Em que medida pertence ao habitar um construir?

Parece que só é possível habitar o que se constrói. Este, o cons­


truir, tem aquele, o habitar, como meta. Mas nem todas as constru­
ções são habitações. Uma ponte, um hangar, um estádio, uma usina
elétrica são construções e não habitações; a estação ferroviária, a
auto-estrada, a represa, o mercado são construções e não habita­
ções. Essas várias construções estão, porém, no âmbito de nosso ha­
bitar, um âmbito que ultrapassa essas construções sem limitar-se a
uma habitação. Na auto-estrada, o motorista de caminhão está em
casa, embora ali não seja a sua residência; na tecelagem, a tecelã está
em casa, mesmo não sendo ali a sua habitação. Na usina elétrica, o
engenheiro está em casa, mesmo não sendo ali a sua habitação.
Essas construções oferecem ao homem um abrigo. Nelas, o homem
de certo modo habita e não habita, se por habitar entende-se sim­
plesmente possuir uma residência. Considerando-se a atual crise ha­
bitacional, possuir uma habitação é, sem dúvida, tranqüilizador e
satisfatório; prédios habitacionais oferecem residência. As habita­
ções são hoje bem divididas, fáceis de se administrar, economica-

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