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“Completamente humilde, sensato, flexível e prático. O Projeto
Videira define um modelo que é tanto radical quanto administrável
para a igreja local. Em vez de levar-me a sentir culpado ou
deprimido, a leitura me revigorou e refrescou minha paixão pelo
ministério do evangelho ‘no chão de igreja’!”
— David Helm, pastor da Igreja da Santíssima Trindade
(Chicago/EUA) “Certos autores conseguem dialogar com o leitor,
antecipando suas dúvidas, trazendo respostas claras e propostas
práticas. Neste livro, o leitor encontrará este tipo de diálogo
construtivo, interessante e desafiador que valoriza a Palavra de
Deus e o caminho do discipulado. Vale destacar que não é uma
proposta pronta, mas um esboço que permitirá ao leitor interagir,
adaptar à sua realidade e aplicar com muita firmeza teológica.
Projeto Videira mostra sua intenção de formar discípulos de Cristo, a
partir da exposição da Palavra de Deus. Este livro é mais um bom
exemplo da possibilidade de ter fidelidade às Escrituras com a
prática do discipulado.”
— Leonardo Sahium, pastor da Igreja Presbiteriana da Gávea
(Rio de Janeiro/RJ) “Aquilo que já era bom em A treliça e a videira
fica ainda melhor em Projeto Videira. Não me sinto apenas feliz,
mas obrigado a recomendar a nova obra de Marshall e Payne.
Prático, o livro nos apresenta respostas e convicções para todos
que almejam excelência no discipulado.”
— Wilson Porte Jr, pastor da Igreja Batista Liberdade
(Araraquara/SP)
“O livro que você tem em mãos é a sequência que faltava. A treliça
e a videira, obra aclamada que antecede a esta, esboçou de forma
esplêndida o que Mark Dever chamou de “uma mudança crucial que
é necessária à maneira de pensar de muitos pastores”. Agora, em
Projeto Videira, toda a sabedoria pastoral, a enorme sensibilidade
humana e a forma tão sensacional de escrever de Colin Marshall e
Tony Payne ressurgem — de um jeito ainda mais prático; de fato,
como um manual — para auxiliar pastores e igrejas no cumprimento
Quanto tempo, esforço, pensamento, energia e suor, quantas lágrimas, retrocessos, sucessos,
fracassos, alegrias e tristezas você acha que serão necessários para provocar esse tipo de
mudança ampla e profunda em qualquer organização — ainda mais, em uma cultura de igreja de
longa data?
Não será um processo rápido — é por isso que este livro é parte de um projeto de trabalho ao
longo de anos, em vez de ser outro livro sobre ministério para ser lido e colocado no lugar em sua
estante com todos os outros.
Isso exigirá mais tempo, esforço e dons que qualquer indivíduo possua — e é por isso que este é
um projeto que deve ser encarado com uma equipe de cooperadores piedosos, comprometidos e
com o coração no evangelho, que podem encorajar e sustentar uns aos outros.
E é claro, é um trabalho que nenhum de nós é previamente competente para fazer — é por isso
que dependemos de Deus. Como o apóstolo Paulo, nós dizemos com gratidão:
Não que, por nós mesmos, sejamos capazes de pensar alguma coisa, como se partisse de nós; pelo
contrário, a nossa suficiência vem de Deus, o qual nos habilitou para sermos ministros de uma nova
aliança, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica. (2Co 3.5-6)
UM PROCESSO DE MUDANÇA
Então, por onde começar?
Como Craig Hamilton aponta em seu livro Wisdom in Leadership, a maioria dos ministros tem a
tendência de começar em um destes dois lugares:
Geralmente parece que há duas maneiras de viver quando se trata de estar no ministério cristão. Ou você
é uma pessoa da Bíblia ou uma pessoa de liderança. Você lê livros de teologia ou você lê livros de
liderança. Você lê livros de Don Carson e John Stott ou lê livros de Bill Hybels e John Maxwell.
E isso é um problema.
Sempre me pareceu um problema porque sou um cara da Bíblia. Sempre fui um cara de doutrina. Vamos
falar sobre modelos de expiação e pericorese, enipostático e anipostático, a ordo salutis e todos os outros
tipos de palavras em latim. Vamos falar sobre pregação, textos, contextos e subtextos. Eu sempre fui e
ainda sou esse tipo de cara.
Contudo, como líder em diferentes contextos ao longo dos anos, observei que quando grupos de pessoas
se reúnem, funcionam de algumas maneiras previsíveis. Eu sabia que era verdade que eu poderia liderar
um grupo bem ou mal. E mesmo que eu tivesse toda sorte de coisas incríveis e transformadoras para
ensinar, e mesmo que eu as explicasse da forma mais clara e persuasiva que eu pudesse, ainda tinha que
ajudar grupos de pessoas a organizar e realizar coisas.
Percebi que a escolha entre um ou outro era falsa — que toda essa conversa sobre liderar pessoas não era
necessariamente um pragmatismo incrédulo e distante de Deus. Pelo contrário, tinha a ver com viver com
sabedoria e amar o próximo. E ambas as coisas estão na Bíblia e Deus parece pensar que são boas ideias.
Assim, concluí que, se eu realmente queria ser um cara da Bíblia, eu provavelmente também precisava ser
um cara de liderança, porque não se trata de um ou outro, mas de um e o outro.14
Se você é um “cara da Bíblia”, provavelmente vai querer começar a mudar sua cultura com as
convicções teológicas e bíblicas que quer que seu povo afirme, e é bem provável que nunca vá
além disso. Se você é um “cara de liderança”, provavelmente ficará ansioso por passar rapidamente
Cada uma dessas fases levará algum tempo para ser concluída. De fato, algumas (como a Fase
2), por definição, nunca serão concluídas.
Contudo, há uma lógica em como as fases se seguem e se baseiam umas nas outras. Nós
reforçamos o conselho para que você não passe rápido demais por qualquer uma delas, mas gaste
tempo para fazer o trabalho refletida e cuidadosamente. Manobrar um transatlântico demanda
grandes quantidades de energia e tempo. Mas depois que você tiver gasto essa energia e tempo e
estabelecido uma nova direção (e um novo destino), o movimento pode trabalhar a seu favor.
Diferentes igrejas e ministérios passarão por essas fases em ritmos diferentes. Você precisará
elaborar um plano adequado ao seu próprio contexto (e, sem dúvida, modificar esse plano à medida
que avança).
A proposta a seguir é o que nós consideramos como cerca de um padrão de prazos para uma
DISCUSSÃO
1) Se vocês tivessem que resumir a cultura de sua igreja em um slogan de duas ou três palavras,
qual seria?
2) Tentem identificar os principais hábitos, atividades e tradições que expressam e reforçam a
cultura de sua igreja.
3) Das cinco fases do processo que estamos prestes a iniciar, qual vocês consideram mais difícil?
Por quê?
4) No processo que descrevemos, qual etapa de trabalho lhes trazem maior expectativa?
O que, de fato, várias práticas e atividades realmente comunicam irá variar de acordo com o lugar, dependendo do que poderíamos
chamar de “vocabulário cultural predominante”. Portanto, não estamos dizendo que o pregador/pastor vestir roupas normais e
CINCO CONVICÇÕES
As cinco convicções que estamos prestes a explorar capturam o que
consideramos ser o coração do discipulado bíblico, de fazer
discípulos e do ministério.
Talvez isso nem precisasse ser dito, mas não acreditamos nem
por um minuto que a nossa maneira de fazer isso é a única maneira
de fazer isso. De fato, um elemento essencial dessa primeira fase
do processo é que você crie sua própria maneira de expressar e
comunicar as convicções profundas e compartilhadas que devem
impulsionar tudo que vocês farão. Tampouco pensamos que
paramos de aprender e crescer em nossa própria compreensão
desses assuntos. De muitas maneiras, as convicções que se
seguem são uma reafirmação (usando uma estrutura diferente) dos
princípios do ministério teologicamente orientado que articulamos
em A treliça e a videira, refletindo tudo o que aprendemos nos
últimos seis anos de ampla discussão, leitura e reflexão. Estamos
ansiosos para que esse processo continue!
Dito isso, obviamente consideramos que as cinco convicções a
seguir são uma expressão verdadeira e útil do que a Bíblia diz sobre
Como todas as tentativas de representar visualmente esse tipo de ideia, reconhecemos que
haverá falhas e simplificações em nosso diagrama. Ficaríamos felizes se você o aprimorasse (e, por
favor, entre em contato para compartilhar suas melhorias). Continuaremos adicionando
componentes a este diagrama nas páginas seguintes, enquanto trabalhamos as cinco convicções.28
•
Essa deve ser a nossa primeira e fundamental convicção, porque ela dá forma e determina todo o
resto. Ela nos lembra de que fazer discípulos não é primordialmente uma atividade humana com
objetivos que estabelecemos (embora o seja, de maneira secundária). Tudo que acontece no
Talvez possamos resumir o que vimos até agora dizendo que um “discípulo” é alguém envolvido em
um aprendizado transformador.41
Esse é um tipo de aprendizado no qual a compreensão do aluno sobre a realidade é mudada e
continua mudando, levando a uma experiência e uma vida transformadas. Nossa compreensão e
vida mudam decisivamente à medida que nos arrependemos e nos submetemos a um novo
professor, que nos revela o Pai e nos revela a nós mesmos. E nossa compreensão continua sendo
renovada ao longo do tempo, à medida que se aprofunda e se amplia e começa a ser expressa em
ação e em vida; enquanto desaprendemos antigas formas de pensar, e enquanto continuamos a
reorganizar os móveis de nossa mente de acordo com o novo proprietário que entrou na casa.
Na Convicção 3, exploraremos mais como exatamente essa mudança de pensamento se dá por
meio da obra da Palavra e do Espírito de Deus; mas, no momento, precisamos notar que o efeito
dessa compreensão transformada é uma mudança em toda a pessoa — da nossa identidade,
experiência, vida e ação. Ser um “aprendiz” de Jesus envolve necessariamente aprender a verdade
e o conteúdo transmitidos em palavras, mas também deve envolver o aprendizado de um novo
modo de ser e viver.
A Grande Comissão nos lembra disso. Os onze primeiros aprendizes são encarregados por
Jesus de fazer discípulos de todos os povos, iniciando-os (ou batizando-os) no relacionamento com
o Pai, o Filho e o Espírito, e ensinando-os a guardar todos os mandamentos de Jesus.42
Muitas vezes não prestamos muita atenção a essa pequena palavra, “guardar”. Os aprendizes
devem ser ensinados não apenas a conhecer os mandamentos de Jesus. O resultado do
aprendizado é que eles guardem, observem ou obedeçam aos mandamentos de Jesus. Eles devem
aprender o novo modo de vida que o Senhor Jesus Cristo ordena que seus súditos vivam, que é
resumido e condensado no mandamento do “amor” — doar-se sacrificialmente em benefício dos
outros, como Cristo fez por nós.
De fato, embora pensemos muitas vezes em aprender em termos de nosso próprio crescimento e
avanço pessoal — de nos tornarmos melhores de alguma forma — aprender Cristo é estar cada vez
mais focado nos outros e não em nós mesmos. É dar a vida pelos outros, como Cristo entregou a
sua, em fraqueza, sofrimento e morte.
É isso que um “aprendiz” de Jesus está aprendendo: uma existência transformada baseada em
um relacionamento transformado com Deus em Cristo.
Não parece necessário ressaltar que “discípulo” (ou “aprendiz”) é, portanto, apenas outro nome
para “cristão” — para alguém que renunciou à mentira que costumava estar no centro de sua vida,
que reconheceu a escuridão e perdição em que vivia e que se voltou para Cristo em fé como seu
Mestre, Senhor e Salvador — para aprender a ser como ele, guardar todos os seus mandamentos e
cumprir esse compromisso diária, semanal e anualmente, pelo resto de sua vida.
Nesse sentido, o “aprendizado” não pode ser pensado como uma subseção da vida cristã ou
como um estágio na vida cristã. É simplesmente uma maneira de descrever a totalidade da vida
cristã.43 Ser um “aprendiz” desse tipo é simplesmente ser um cristão.
O mesmo é verdade sobre a igreja. Como discutiremos mais adiante, uma igreja pode ser
pensada de forma produtiva como uma “comunidade de aprendizado transformador” — isto é, uma
reunião de pessoas que, juntas, estão aprendendo Cristo. “Fazer aprendizes” de Cristo não é algo
que uma igreja faz na Escola Dominical adulta, ou em um programa de quarta-feira à noite, ou
motivando as pessoas a fazerem estudos bíblicos em duplas — ainda que, é claro, todas essas
O próximo passo é refletir sobre o conteúdo dessa convicção, confrontá-lo com as Escrituras e
formular sua própria maneira de expressá-la.
DISCUSSÃO
Além de suas próprias anotações e rabiscos, aqui estão alguns pontos para começar a discussão.
1) Leiam estas passagens conhecidas nas quais Jesus explica o que significa ser seu discípulo:
Mateus 10.16-33; Marcos 8.31-38; Lucas 14.25-33.
a) O que os discípulos precisam aprender sobre Jesus?
b) Quais são as consequências de aprender Cristo dessa maneira?
c) Por que é inconsistente “aprender Cristo” e não sujeitar toda a nossa vida à sua vontade?
d) Que mestres alternativos Jesus destaca?
2) Discutam cada uma das seguintes visões comuns de discipulado. Se expressam alguma
Em outras palavras:
• Pela cruz de Cristo somos resgatados do domínio das trevas para o reino do Filho e temos uma
herança eternamente segura em Cristo que já é nossa.
• Nossa “caminhada” diária é agora na luz e não na escuridão, desenvolvendo dia a dia quem
realmente somos (como cidadãos do reino de Cristo). Estamos todos em diferentes pontos nessa
caminhada e precisamos continuar avançando para o que está adiante. O movimento é sempre
para avançar, por assim dizer. Os aprendizes de Cristo são transformados à medida que crescem
para a maturidade em Cristo.
• Aqueles que permanecem presos no domínio das trevas também estão em pontos diferentes e têm
problemas diferentes. Alguns estão “longe” e são duros de coração; outros estão “mais próximos”,
por estarem ouvindo e considerando o evangelho de Cristo.
• Assim, o objetivo de toda forma de ministério cristão pode ser resumido simplesmente em procurar
ajudar a todos, onde quer que estejam, a avançar um passo — a aproximar-se para ouvir o
evangelho e ser retirado do domínio da escuridão a fim de entrar no reino; e depois a avançar em
direção à maturidade em Cristo em todos os aspectos de suas vidas.
• Os meios pelos quais Deus faz as pessoas avançarem são: Proclamação, Prece dependente do
Espírito, Pessoas como seus cooperadores e Perseverança, passo a passo.126
Isso tem implicações importantes para a metodologia pela qual as pessoas se tornam aprendizes de
Cristo e crescem como aprendizes de Cristo.
Para começar, ela é inevitável e continuamente pessoal. Cada um tem suas próprias lutas. Cada
pessoa vive em um lugar diferente, seja no domínio das trevas ou no reino da luz. Assim como é
importante afirmar a importância da vida corporativa da igreja — estamos unidos em amor como um só
corpo — também é importante dizer que o corpo é composto de muitos membros individualmente
3) Escolham uma das breves epístolas do Novo Testamento a seguir, e leiam-na fazendo a seguinte
pergunta: Por que meios ou de que maneira essa carta diz que as pessoas se tornam cristãs e
crescem como cristãs? Anotem tudo que encontrarem e usem para apoiar ou modificar ou melhorar
nosso argumento acima sobre como os discípulos são feitos.
Efésios
Filipenses
Colossenses
1 Tessalonicenses
1 Timóteo
Tito
1 Pedro
4) Pensem em alguém que vocês conhecem que considera a vida difícil neste mundo caído, e ore
sobre o que você pode fazer para ajudá-lo a “avançar um passo” em direção a Cristo. Como vocês
podem demonstrar seu amor por essa pessoa? Que história você poderia contar de sua vida que a
direcionaria para Cristo? O que você poderia lhe dizer sobre a verdade de Cristo? Qual passagem
da Escritura você poderia compartilhar com ela (pessoalmente, por e-mail, por cartão)? O que pode
impedi-lo de tomar alguma ação?
1Co 3.6.
At 2.1-11.
At 2.14-41.
At 4.31.
At 11.15.
At16.6-7.
At 13.62.
1Ts 1.5; cf. 2.13.
1Ts 1.9-10; cf. 5.9-10.
1Ts 2.2.
1Ts 1.6; também 2.14.
1Ts 2.7.
1Ts 2.11-12.
1Ts 2.12.
1Ts 2.8.
1Ts 2.9.
1Ts 3.2-3.
1Ts 3.8-13.
A IGREJA APRENDIZ
Simplificando, “aprender Cristo” acontece onde quer que a Palavra e
o Espírito de Deus estejam operando ao longo do tempo pelas
pessoas — porque é assim que acontece o aprendizado de Cristo
(como vimos na Convicção 3). Acontece no começo de nossa vida
cristã quando somos libertos das trevas para a luz e aprendemos os
fundamentos da fé; continua a acontecer enquanto crescemos e
somos transformados rumo à maturidade em Cristo.
Isso significa que o “discipulado” pode e deve acontecer em toda
e qualquer esfera de nossas vidas:
• Quando pregamos o evangelho e a Palavra de Deus para nós
mesmos — que é o que realmente fazemos quando, em espírito
de oração, lemos e meditamos sobre as Escrituras a sós;
• Quando nos reunimos com uma ou duas outras pessoas (formal
ou informalmente) e em oração falamos a Palavra de Deus uns
aos outros — quando lemos a Bíblia junto com nosso cônjuge ou
filho, compartilhamos (ou recebemos) uma palavra bíblica com
um colega de trabalho ou vizinho, ou conversamos com alguém
no café depois da igreja e falamos sobre a Palavra de Deus que
DISCUSSÃO
1) A discussão mais extensa da Bíblia sobre a dinâmica e os
propósitos da igreja se encontra em 1 Coríntios 12–14. Esta se
tornou uma passagem controversa nos últimos 50 anos, por
causa dos debates sobre a natureza do falar em línguas e da
profecia. Sem gastar muito tempo nesses detalhes controversos,
leiam esses três capítulos e anotem o seguinte:
a) Quais são as principais metáforas ou imagens sobre a vida da
igreja?
b) Quais são as principais marcas que devem caracterizar o que
fazemos quando nos reunimos?
c) Em que aspectos somos todos diferentes?
d) Em que aspectos estamos todos buscando a mesma coisa?
e) Como vocês acham que o capítulo 13 se relaciona com os
capítulos 12 e 14? Tentem fazer um resumo de uma frase de
cada capítulo, que explique o argumento básico de toda a
seção.
2) Como vocês pensam que é uma “comunidade de aprendizado” na
prática? Pensem em quantas maneiras diferentes puderem
imaginar — formal e informalmente — para que as pessoas
ajudem outras a “avançar um passo” como parte de sua
comunidade eclesiástica.
3) Como Paulo lidou com o pensamento e o comportamento
etnocêntrico, tribal e egoísta em si mesmo e nas igrejas? Leiam e
reflitam em 1 Coríntios 8–10 e Gálatas 2.
4) Pensem a respeito de cada subcultura ou comunidade com as
quais vocês estão em contato (individualmente ou como igreja):
a) Qual seu sucesso em buscar fazer “aprendizes” de Cristo
nessas comunidades?
b) Se pessoas de algumas dessas comunidades fossem à sua
SOBRE A FASE 3
Esta fase é uma consequência das duas anteriores:
• Na Fase 1, vocês investiram tempo para esclarecer suas
convicções sobre o “aprendizado” e sobre fazer discípulos.
Vocês chegaram a uma opinião comum sobre os propósitos,
verdades e valores que todo ministério deve refletir.
• Na Fase 2, vocês aprofundaram e abraçaram sua compreensão
dessas convicções, vivendo e servindo de modelo delas,
reformando sua cultura pessoal em função deles. Vocês
começaram (ou continuaram) a experimentar como essas
convicções acontecem na prática.
Agora, na Fase 3, vocês usarão essas convicções para pesar o
estado atual das coisas em seu grupo, comunidade ou igreja. E para
ser eficaz, essa avaliação precisará olhar a vida da igreja de vários
ângulos.
Por exemplo, precisaremos falar sobre pessoas. Se nossas
convicções dizem que o ministério cristão tem a ver com conduzir
cada pessoa a “avançar um passo”, então, para ter uma ideia de
onde estamos, precisaremos pensar onde todo o nosso pessoal
está nessa jornada. Precisamos pensar se a visão de “fazer
aprendizes de todas as nações” é compreendida por nosso pessoal
(ou por muitos deles). Teremos que considerar como cada pessoa
em nossa comunidade pode avançar — o que eles precisam
RESUMO E CONCLUSÃO
Pensem nos vários exercícios de avaliação que vocês fizeram.
1) Como vocês caracterizariam ou resumiriam a cultura de sua
igreja? Tentem chegar a apenas uma ou duas palavras que
melhor capturem o tipo de igreja que vocês são. Não precisa ser
com “C”, mas aqui estão alguns exemplos:
• Igreja confusa (não brigamos um com o outro, mas não temos
uma noção clara de quem somos e do que estamos tentando
fazer);
• Igreja conflituosa (existem filosofias de ministérios concorrentes
que disputam proeminência);
• Igreja confortável (sabemos quem somos, gostamos desse jeito
e ficamos felizes em continuar assim);
• Igreja congestionada (muitas pessoas comprometidas fazendo
muitas coisas, mas não vendo muitas pessoas se convertendo
ou crescendo);
2) EVANGELIZAR NO DOMINGO
Seu culto dominical é um lugar onde os visitantes não-cristãos
ouvem o evangelho?
Em certo sentido, há uma sequência natural de pensar em
envolver pessoas de fora para considerar se ou como podemos
evangelizar essas pessoas que vêm a nossas reuniões de domingo.
E podemos dizer que é claro que o domingo deveria ser um evento
do evangelho e que a morte e ressurreição de Jesus certamente
devem ser proclamadas.
Mas, novamente, alguns de nós podem se sentir um pouco
desconfortáveis com isso. O culto de domingo não é primariamente
um tempo para o culto corporativo, ou para a edificação e o
fortalecimento dos santos? Se o domingo é para evangelismo,
quando os santos são nutridos com alimento sólido?
Historicamente, algumas igrejas têm refletido sua visão da
relação entre a igreja dominical e o evangelismo tendo dois cultos
no domingo: o culto de “adoração” da manhã e o culto
“evangelístico” da noite.225
Em nossa opinião, isso separa coisas que Deus não separou: a
saber, a poderosa palavra do evangelho e a edificação da igreja. A
igreja é certamente a reunião do povo redimido de Deus ao redor do
seu Senhor, a fim de ouvir sua Palavra e responder a ele em
arrependimento, fé, gratidão e louvor. Mas se a Palavra que
ouvimos e respondemos na igreja não está constantemente
exaltando Cristo, e voltando nossos olhos para ele como Salvador e
4) EQUIPAR NO DOMINGO
A cultura que estamos querendo construir é aquela em que todos os
santos pensem em se envolver no aprendizado transformador juntos
como um privilégio e alegria — para que todo o povo de Deus, cada
um a seu modo, persevere em proclamar a Palavra, com oração
dependente do Espírito, a fim de ajudar os outros a avançarem um
passo (os quatro Ps).239
Podemos equipar nosso povo para essa proclamação em oração
de muitas maneiras e contextos, mas o domingo em si é o momento
importante onde essa preparação pode acontecer. Aqui estão três
maneiras pelas quais isso pode acontecer:
• Podemos pregar de maneira a equipar. Há uma maneira de
apresentar um sermão que faz o ouvinte pensar depois: “Uau,
isso foi muito encorajador. Mas eu não sei como ele conseguiu
tirar essa mensagem da passagem. Eu nunca conseguiria ler a
etc.
Por conveniência, continuaremos nos referindo a essas reuniões de toda a congregação simplesmente
como “domingo” ou “culto dominical”, já que é o dia em que quase todos nós temos essas reuniões.
Essas são as quatro categorias amplas que apresentamos no resumo das convicções, ao final da Fase 1.
N. do T.: Termo específico do movimento; em português, algo como “sensível ao que busca”
No modelo seeker-sensitive conforme apresentado por Bill Hybels na Willow Creek Community Church, o
domingo é realmente um comício evangelístico para reunir pessoas de fora — a reunião “real” da igreja,
com ensino bíblico mais profundo e tudo mais, ocorre durante a semana à noite.
1Co 14.16-17, 23-25.
Na Fase 1 (Convicção 3).
Como com todas as coisas, isso deve ser feito de forma sensata. Você não quer que sua reunião morra
uma morte de mil explicações.
Esse foi realmente um precursor da abordagem seeker-sensitive da Willow Creek, que tinha o culto de
“evangelismo” como o evento principal nas manhãs de domingo, e a reunião de “louvor” ou “ensino” nas
noites de quarta-feira.
Curiosamente, a palavra “edificar” (grego: oikodomeō) significa simplesmente “construir”. A forma como
lemos este termo na maioria das traduções parece implicar que edificar trata de alguém que já faz parte
da igreja. Mas quando Cristo disse: “edificarei (oikodomeō) minha igreja” (Mt 16.18), ele estava falando
sobre todo o processo — de pregar o evangelho e ver as pessoas entrarem na comunhão da igreja e
crescerem até a maturidade. A igreja é construída pelo evangelho (cf. At 20.32; Rm 15.20-21; 1Co 3.9-11;
2Co 10.8, 13.10; Ef 2.19-22). Poderíamos dizer que as pessoas são “edificadas” na igreja da mesma
COMUNICAÇÃO EXPLÍCITA
Seus olhos sempre reviram quando as pessoas começam a falar
Veja o capítulo de Craig Hamilton “Seu povo deve ser capaz de ter uma boa impressão
sobre você” em Wisdom in Leadership, p. 421-8. Sobre repetir a visão diversas vezes, ele
diz: “é quando começo a ficar entediado com ela que provavelmente as pessoas estão
começando a se lembrar vagamente dela”. Seu capítulo sobre a natureza da visão
também é muito útil; veja “O ponto é clareza, não rótulos”, p. 337-44.
N. do E.: Charles Wesley, “Natal”, trad. Robert Hawkey Moreton, em Cantor Cristão, 10ª ed.
(Rio de Janeiro: Casa Publicadora Batista, 1995), hino nº 27.
1) ENTENDENDO OS OBSTÁCULOS
Mudar a “maneira como fazemos as coisas por aqui” nunca
acontece de maneira rápida ou fácil. Nossas linguagens
compartilhadas, práticas, hábitos, estruturas, atividades, tradições,
O Ministério Fiel visa apoiar a igreja de Deus, fornecendo conteúdo fiel às Escrituras