Você está na página 1de 2

O relato pessoal é um gênero textual com função de documentar memórias ou vivências de um indivíduo ou até de um

grupo. Esse gênero é muito presente nos ambientes escolares, mas também em editoriais de literatura, páginas de internet
e até mesmo no cotidiano, pelo compartilhamento de experiências diárias. O gênero possui tempo, espaço, personagens,
e narrador não ficcional, e sua estrutura divide-se em: título, introdução, desenvolvimento, conclusão.

Características e estrutura de um relato pessoal


O relato pessoal se assemelha a uma narração não ficcional, pois conta histórias verídicas de um sujeito, além de
conter elementos comuns entre os tipos textuais, como personagem, tempo e espaço. Entretanto, uma diferença básica
entre eles é que, segundo alguns autores, o relato, além de não possuir narradores fictícios, como é possível na
literatura, foca-se na documentação histórica e não na construção estética/artística.
A natureza desse gênero é subjetiva, visto que, comumente, ele é narrado em 1ª pessoa do singular ou plural,
expressando as experiências vividas pelo próprio narrador-personagem. As experiências são escolhidas com base na
relevância que possuem, ou seja, há uma seleção criteriosa do que será compartilhado no relato, de modo que o
conteúdo não se torne excessivo e, consequentemente, pouco funcional.
Sendo assim, pode-se afirmar que um bom relato pessoal propõe-se a documentar, com veracidade, uma sequência
de fatos da realidade de alguém. Por debruçar-se em experiências que já ocorreram, o texto apresenta os verbos no
passado, indicando que tais fatos já aconteceram. A linguagem do relato será adaptada ao público com o qual ele
será compartilhado, desse modo, um público infantil pode exigir uma linguagem mais simples e acessível, já para um
público mais adulto, pode-se exigir uma linguagem mais complexa e formal.

Além dessas características, outros tópicos compõem a estrutura do relato pessoal:

 Título: o relato pessoal possui título, e ele deve apresentar uma estratégia de impacto, algo que chame a atenção
do leitor, que instigue a sua curiosidade e convença-o a tentar a leitura.
 Introdução: primeiros parágrafos do texto, dedicados a apresentarem e contextualizarem o narrador-
personagem e a situação inicial da sequência de fatos.
 Desenvolvimento: parágrafos centrais dedicados a relatar os fatos da sequência apresentada.
 Conclusão: encerramento da apresentação de fatos, reflexão sobre as experiências, conclusões após as
vivências, mudanças ou outros tipos de desfechos para tudo apresentado durante o relato.

Como escrever um relato pessoal?

Para escrever seu próprio relato pessoal, é necessário refletir e escolher o recorte da linha do tempo que será contado,
ou seja, o período de tempo abordado, e o público para o qual o relato será compartilhado, afinal, esse público
influenciará no uso da linguagem e na escolha dos fatos que serão contados.

Feitas as escolhas iniciais, comece seu texto com um título que consiga representar o relato e, ao mesmo tempo, instigar
o público a ler o texto. Em seguida, no corpo do texto, inicie com a introdução, apresentando a si e ao contexto no qual
o relato se insere, especificamente no ponto inicial da linha do tempo.

No desenvolvimento, compartilhe os fatos escolhidos para o relato, acrescentando os detalhes subjetivos da experiência
sempre que relevantes ao texto e ao público. Por fim, na conclusão, retome os tópicos desenvolvidos e apresente suas
conclusões, mudanças e reflexões a respeito do que foi vivenciado.

Veja também: Editorial – gênero que apresenta o ponto de vista de um veículo de informação

Exemplos de relato pessoal


Como mencionado, o relato pessoal é muito utilizado nos livros didáticos, mas também há outros gêneros que o
exploram, como:

Editoriais literários: comumente apresentam sequência de fatos vividos por escritores.


Livros de memórias: obras que se dedicam a apresentar vivências de um sujeito ao longo de um tempo.
Folhetos: curtos textos de divulgação popular que podem apresentar as experiências de vida de um sujeito por um breve
período.
Prefácios e posfácios de obras: curtos textos presentes no início ou final de livros e que costumam apresentar relatos de
experiências do autor ou do processo de pesquisa e escrita da obra.
Sites dos autores: páginas da web que costumam apresentar, entre os tópicos, curtos relatos sobre a vida do autor.
Blogs: páginas da web que, quando pertencentes a um sujeito individual, costumam apresentar diferentes postagens com
relatos de experiências.
Em todos esses casos, o relato pessoal é utilizado como um veículo de compartilhar, com determinado público,
experiências vividas na realidade e que geraram reflexões no autor, que compartilha suas impressões subjetivas sobre
todo o processo.

Relato oral e relato escrito


O relato pessoal oral é aquele em que se compartilha experiências pela fala, não pela escrita. Esse é um gênero muito
presente em diferentes atividades cotidianas ou profissionais. Na maioria desses casos, utiliza-se a modalidade oral de
relato, que significa dizer que, no lugar da escrita, a fala é que vai veicular o comunicado. Nesse caso, é comum que se
apresentem algumas variações, tendo-se em vista que o locutor pode interagir com o público, acrescentar explicações e
detalhes para dúvidas, entre outras ações pertinentes ao diálogo oral, mas não ao escrito.

O relato pessoal escrito, por sua vez, apesar de possuir a mesma função, apresenta diferenças na composição e
apresentação do texto, tendo-se em vista o tamanho do texto, a quantidade de páginas, as diferenças entre ler e ouvir, as
necessidades textuais de coesão e coerência na escrita, a falta de interação etc. Assim, o relato escrito apresenta uma
estrutura mais fixa e estrategicamente seguida para alcançar os objetivos.

Você também pode gostar